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Denilson - denilsonssa@hotmail.com - IP: 187.58.13.

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Modelo de dados para a elaboração
de Plantas Topográficas e
Memoriais Descritivos

Modelo TopoGeo e sua implementação em GeoPackage

Leandro França

Denilson - denilsonssa@hotmail.com - IP: 187.58.13.150


© 2021 by Leandro Luiz Silva de França

Todos os direitos reservados à GeoOne. O conteúdo deste e-book


corresponde a uma amostra gratuita referente ao Capítulo 2 do livro Plantas
e memoriais descritivos no QGIS. Você tem a liberdade de copiar, distribuir
e transmitir esta obra.

Capa: Gilveson Silva de Assunção


Colaboração: Alexandre Claudino Santana
Edição: GeoOne

Como citar: França, L. L. S. Plantas e memoriais descritivos no QGIS [livro


eletrônico]: metodologia completa para elaborar plantas topográficas
profissionais e gerar documentos automaticamente em software livre. 1. ed.
João Pessoa, PB: GeoOne, 2021.

Acesse a obra completa através do link: Plantas e memoriais descritivos no


QGIS

Contato: contato@geoone.com.br

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Agradeço a Deus por este trabalho e
a todos que contribuíram com sugestões
para a concepção deste modelo de dados
e sua aplicação prática.

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APRESENTAÇÃO

A história de elaborar Plantas e Memoriais em minha vida


teve início quando passei a atuar como engenheiro cartógrafo
na antiga 3ª Divisão de Levantamento (3ª DL) em Olinda-PE,
hoje denominada de 3º Centro de Geoinformação, uma
organização militar do Exército responsável pelo mapeamento
sistemático do nordeste brasileiro.

No ano em que eu me apresentei para servir na 3ª DL, em


2016, vivenciei uma verdadeira transição dos projetos de
Cartografia do ArcGIS para o QGIS, isto é, de um software
proprietário (pago) para outro livre (gratuito).

Assim, tive logo que participar ativamente dessa transição


e me adaptar a essas mudanças, tendo em vista que a bagagem
que trazia era de SIG com o ArcGIS, adquiridas no Instituto
Militar de Engenharia (IME) e na Texas Tech University
(TTU), nos EUA.

Após um ano de uso e estudo do QGIS, identifiquei a


enorme potencialidade que esse software livre e de código
aberto poderia trazer não só para a Cartografia, como também
para diversas outras áreas afins.

A partir desse momento, comecei a estudar


profundamente Python aplicado ao QGIS (PyQGIS), buscando

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me capacitar de todas as formas disponíveis a meu alcance
como: livros, fóruns, blogs e tutoriais na internet, de tal forma
que em 2017 já comecei a escrever os meus primeiros scripts.

No ano seguinte, em 2018, tive a oportunidade de chefiar


uma equipe de trabalho de campo que tinha como missão o
levantamento topográfico de alguns imóveis da União. Nessa
ocasião, pude perceber que a equipe tinha uma forte
necessidade de elaborar as plantas e memoriais em softwares
de CAD.

Além disso, durante esses trabalhos, pude constatar uma


série de dificuldades, podendo ser citadas:

● Apenas um computador para realizar a tarefa, havendo a


necessidade de uma chave (Hardlock);
● Perda de tempo, não havendo uma metodologia bem
definida de execução da planta;
● Poucos profissionais tinham o completo domínio do
software, devido ou número de licenças e à documentação
escassa;
● O software de CAD não possuir código aberto, ficando
difícil qualquer automatização ou implementação;
● E o pior, a necessidade de atualizações, com um custo
anual considerável para os cofres públicos.
Diante de todos esses problemas, propus-me a ajudar a
equipe técnica, buscando desenvolver uma metodologia de
trabalho no QGIS que chegasse ao mesmo resultado do
software pago.

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Partindo dessa iniciativa, foi pensado em um modelo de
dados que otimizasse a aquisição das informações dos limites
de um imóvel, bem como ferramentas em Python que
pudessem gerar automaticamente todas as peças técnicas e
itens da planta topográfica.

O sucesso do método e, principalmente, da qualidade dos


resultados alcançados foi tão grande que outras organizações
militares passaram a adotá-lo em todo o Brasil.

Embora alguns trabalhos já tenham sido publicados sobre


a metodologia de elaboração de plantas e documentos do
levantamento topográfico no QGIS, existe a necessidade de
aprofundamento em várias particularidades.

Deste modo, este conteúdo busca explicar


detalhadamente a base de criação do Modelo de dados para a
elaboração de Plantas Topográficas e Memoriais Descritivos,
ou seja, o modelo de dados TopoGeo e sua implementação no
formato Geopackage.

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SOBRE O AUTOR

Leandro Luiz Silva de França é Engenheiro


Cartógrafo pelo Instituto Militar de
Engenharia (IME), com período cursado na
Texas Tech University (TTU), nos Estados
Unidos da América, além de ser Mestre em
Ciências Geodésicas e Tecnologias da Geoinformação pela
Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Desenvolvedor
Python de ferramentas para o QGIS voltadas ao mapeamento
topográfico, banco de dados PostgreSQL/PostGIS e controle de
qualidade de dados geoespaciais. Pesquisador das seguintes
áreas: Cartografia, Geodésia, Sistema de Informações
Geográficas (SIG), Sensoriamento Remoto e Análise Espacial.
Atua também como Professor de pós-graduação, Perito Judicial
e Consultor de empresas de Geotecnologias. Autor do plugin
do QGIS “LF Tools”, que disponibiliza abertamente
ferramentas para a produção cartográfica, levantamentos
topográficos, Processamento Digital de Imagens (PDI) e
gerenciamento de banco de dados geográficos. Seu canal do
YouTube e o seu Blog oferecem dicas e tutoriais gratuitos que
têm ajudado milhares de pessoas a entenderem como funciona
um Sistema de Informações Geográficas (SIG) no QGIS de
forma objetiva e prática. É criador do “Best Seller” na

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plataforma Udemy sobre QGIS: o curso “QGIS: Teoria e
Prática”, além do curso “Introdução ao Sensoriamento Remoto
com QGIS”, Estes cursos já ajudaram diretamente mais de
4.287 pessoas a dominarem este software, alavancando seus
conhecimentos técnicos para obterem resultados profissionais.
Autor do Livro Plantas e Memoriais Descritivos no QGIS com
uma metodologia completa para elaborar plantas topográficas
profissionais e gerar documentos automaticamente em
software livre, criou na plataforma Hotmart o Curso de
Elaboração de Plantas e Memoriais Descritivos no QGIS
voltado para a execução prática. Vem ser tornado mentor de
profissionais que desejam aumentar suas habilidades no QGIS
e saber exatamente como tudo funciona para que produzam
mais, ajudando pessoalmente a traçar a melhor solução para
trabalhar no QGIS e obter os resultados esperados. Acredita
que a educação é uma construção e que, por isso, toda pessoa
bem direcionada pode traçar uma estratégia de crescimento
campeã no seu trabalho.

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SUMÁRIO

1. MODELO TOPOGEO EM ARQUIVO GEOPACKAGE 10


1.1. Entendendo o modelo TopoGeo 10
1.1.1 Categoria Definição de Limites 12
1.1.2 Categoria Materialização 14
1.1.3 Categoria Análise 17
1.1.4 Categorias Feições Artificiais e Feições Naturais 17
1.2. Diagrama de classes do modelo TopoGeo 18
1.3. Formato GeoPackage 20
1.3.1. Criando uma camada em arquivo GeoPackage 22
1.3.2. Adicionando novas camadas no arquivo GeoPackage 25
1.3.3. Gerenciamento de Estilos para um GeoPackage 28
REFERÊNCIAS 35

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1. MODELO TOPOGEO EM ARQUIVO
GEOPACKAGE

Neste Capítulo será abordado sobre o TopoGeo, um


modelo de dados destinado à elaboração de plantas
topográficas cadastrais e geração automática de memoriais
descritivos, planilhas de cálculo de área e monografias de
marcos geodésicos.

Também neste capítulo, será ensinado como


implementar as classes do modelo TopoGeo como camadas de
um arquivo GeoPackage, um formato recentemente
desenvolvido e padronizado pela Open Geoespatial
Consortium (OGC) [1].

1.1. Entendendo o modelo TopoGeo

Hoje, o levantamento topográfico vai da medição e coleta


dos dados em campo até seu armazenamento digital. Porém, o
sistema de armazenamento de dados de áreas de imóveis para
grande parte dos municípios do Brasil ainda não garante a
integridade dos elementos e, em muitos casos, é feito por
processos manuais em que os documentos são organizados de

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forma descentralizada através de pastas ou fichas, gerando uma
base de difícil manipulação e gerenciamento.

Como os dados geográficos estão diretamente ligados às


representações terrestres, sendo descritos por meio de suas
coordenadas, o armazenamento desses dados deve ser realizado
por meio de um banco de dados específico, chamado de banco
de dados geoespaciais, que relaciona as informações
descritivas com a sua respectiva representação no mundo real
[2].

Nesse sentido, um modelo de dados para o levantamento


topográfico de imóveis da União foi desenvolvido inicialmente
pelo Exército Brasileiro [3] para atender as necessidades de
regularização fundiária de suas áreas patrimoniais, permitindo
a elaboração automática dos principais documentos: a planta e
o memorial descritivo.

Este modelo de dados passou por uma série de


aperfeiçoamentos, sendo depois denominado de TopoGeo. As
classes de feições desse modelo agrupam objetos geográficos
com características e comportamentos comuns. Essas classes
foram implementadas em um arquivo GeoPackage de forma a
contemplar as categorias que são mais trabalhadas em um
mapeamento topográfico, de acordo com sua funcionalidade
(Tabela 2.1).

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Tabela 1: Grupos e respectivas Classes de Feições
CATEGORIA CLASSES
limit_point_p Ponto Limite
Definição de Limites
boundary_element_l Elemento Confrontante
Limits Delineation
property_area_a Área do Imóvel

Materialização reference_point_p Ponto de Referência Geodésica


Reference Fixation border_construction_l Delimitação Física

Análise
litigation_area_a Área de Litígio
Analysis
security_area_a Área de Segurança
(opcional)

airstrip_a Pista de Pouso


building_a Edificação
curb_l Meio-fio
dam_a Barragem
deposit_a Depósito
Feições Artificiais energy_tower_p Torre de Energia
Artificial Features field_court_a Campo ou Quadra
(opcional) grandstand_a Arquibancada
housing_building_a Edificação habitacional
pipe_line_l Trecho Duto
pool_a Piscina
power_line_l Trecho de Energia
railway_l Ferrovia
road_l Rodovia

altimetric_point_p Ponto cotado


Feições Naturais contour_line_l Curva de Nível
Natural Features drainage_line_l Trecho de Drenagem
(opcional) flooding_land_a Terreno sujeito a inundação
vegetation_a Vegetação
water_body_a Massa d’água

1.1.1 Categoria Definição de Limites


Este grupo se refere às seguintes classes: Ponto Limite,
Elemento Confrontante e Área do Imóvel, as quais são
responsáveis por definir a delimitação do imóvel.

A classe Ponto Limite é utilizada para definir os vértices


das linhas limites de confrontação do perímetro de um imóvel.
A classe Elemento Confrontante é definida como a linha de
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limite entre o imóvel levantado e o seu confrontante, enquanto
a classe Área do Imóvel é um polígono único que define um
imóvel e que contém os principais atributos sobre ele.

As Tabelas 2.2, 2.3 e 2.4 apresentam as descrições dos


atributos das classes Ponto Limite, Elemento confrontante e
Área do Imóvel, respectivamente. Os nomes dos atributos estão
definidos em inglês1, mas o alias, apelido em português,
corresponde à tradução para visualização pelo usuário no
software QGIS.
Tabela 2: Descrição dos atributos da classe Ponto Limite (limit_point_p).
ATRIBUTO APELIDO TIPO DESCRIÇÃO
type tipo mediumint Domínio:
1: Marco de Concreto com chapa de identificação;
2: Ponto Ocupado, materializado por cerca ou
muro;
3: Ponto Virtual, não materializado e não ocupado.
sequence ordem mediumint Sequência correta dos pontos que descreve a
poligonal.
code codigo text(11) Código de nomenclatura adotada para os pontos.

Tabela 3: Descrição dos atributos da classe Elemento Confrontante


(boundary_element_l).
ATRIBUTO APELIDO TIPO DESCRIÇÃO
borderer confrontante text(255) Nome do Confrontante.
borderer_label confront_rotulo text(80) Abreviatura do nome do Confrontante para
apresentação no Layout (opcional).
start_pnt_descr descr_pnt_inicial text(255) Descrição suscinta sobre o ponto inicial de
confrontação (Esse dado constará no memorial
descritivo).
authorizer responsavel text(255) Nome do responsável por assinar a anuência,
caso necessário.
authorizer_id cpf_cnpj text(14) CPF do responsável por assinar a anuência, caso
necessário.
borderer_regist matricula text(255) Transcrição do Registro do imóvel vizinho, caso
ry necessário.

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O nome das classes e dos atributos foram definidos em inglês para que o modelo possa ser utilizado
internacionalmente ou adaptados por outros usuários fora do Brasil.

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Tabela 4: Descrição dos atributos da classe Área do Imóvel (property_area_a).
ATRIBUTO APELIDO TIPO DESCRIÇÃO
property imovel text(200) Nome ou código do imóvel.
registry cadastro text(100) Código de cadastro do imóvel.
transcript matricula text(255) Transcrição do Registro do imóvel.
owner proprietario text(200) Nome do proprietário do imóvel.
address endereço text(200) Endereço ou descrição de localização.
county municipio text(150) Município(s) onde o imóvel se localiza.
state UF text(2) Unidade(s) da Federação onde o imóvel se
localiza.
survey_date data_levantamento date Data na qual o levantamento foi executado.
surveyor geomensor text(255) Responsável pelo levantamento em campo.
tech_manager resp_tecnico text(200) Responsável Técnico.
prof_id crea text(50) Registro no CONFEA/CREA do Responsável
Técnico.
area area real Área do imóvel em metros quadrados.
perimeter perimetro real Perímetro do imóvel em metros.

1.1.2 Categoria Materialização


Este grupo é composto pelas classes Ponto de Referência
e Delimitação Física, as quais representam a materialização de
feições no terreno. Ambas as classes são oriundas das
Especificações Técnicas para Estruturação de Dados
Geoespaciais Vetoriais (ET-EDGV), versão 3.0 [4].

Segundo a Comissão Nacional de Cartografia


(CONCAR) [4], a classe Delimitação Física é conceituada
como uma estrutura natural ou artificial que serve para
delimitar, separar ou proteger uma área.

Já a classe Ponto de Referência Geodésica corresponde a


um ponto materializado no terreno por meio de um marco de

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concreto (ou similar) com chapa de identificação, destinado a
servir de base nos processos geodésicos e topográficos.

Salienta-se que os atributos destas classes foram


adaptados para armazenar também as informações necessárias
à geração automática da monografia dos marcos, bem como a
perfeita representação, conforme as normas brasileiras para
levantamento topográfico NBR 13.133 e IR 50-08 [5][6].

Tabela 5: Descrição dos atributos da classe Ponto de Referência Geodésica


(reference_point_p).
ATRIBUTO APELIDO TIPO DESCRIÇÃO
code codigo text(50) Código de nomenclatura adotada para o marco
de concreto.
type tipoptorefgeodtopo mediumint Domínio:
1: Altimétrico
2: Planimétrico
3: Planialtimétrico
4: Gravimétrico
property imovel text(80) Nome ou código do imóvel, se for o caso.
county municipio text(80) Município(s) onde o marco se localiza.
state uf text(2) Unidade(s) da Federação onde o marco se
localiza.
description descricao text(250) Descrição da localização do marco.
latitude latitude text(40) Coordenadas da latitude em graus, minutos e
segundos.
longitude longitude text(40) Coordenadas da longitude em graus, minutos e
segundos.
ellip_height altitude real Altitude Elipsoidal (h), em metros.
ortho_height altitudeortometrica real Altitude Ortométrica (H), em metros.
sigma_x sigma_x real Precisão no eixo Este-Oeste, em metros.
sigma_y sigma_y real Precisão no eixo Norte-Sul, em metros.
sigma_h sigma_h real Precisão na direção Normal, em metros.
equipment equipamento text(80) Nome do(s) Equipamento(s) utilizado(s) no
Levantamento.
survey_date lev_data date Data do Levantamento.
survey_method lev_metodo mediumint Método utilizado no Levantamento.
Domínio:
1: Posicionamento por Ponto Preciso
(PPP)
2: Posicionamento Relativo Estático

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survey_ref_base lev_base_ref text(30) Base(s) de Referência, no caso do
posicionamento Relativo Estático.
survey_resp lev_resp text(100) Responsável pelo Levantamento
software software text(150) Software utilizado no processamento dos
dados.
processing_date proc_data date Data de processamento dos dados.
processing_resp proc_resp text(100) Responsável pelo processamento dos dados.
report_date monografia_data date Data de preenchimento e geração da
monografia do marco.
report_resp monografia_resp text(100) Responsável pela geração da monografia do
marco.
tech_manager resp_tecnico text(150) Nome do Responsável Técnico.
profession crea text(20) Registro no CONFEA/CREA do Responsável
Técnico.
profession_id codigo_credenciado text(10) Código de Credenciamento no INCRA para
Georreferenciamento de imóveis rurais.
observation obs text(255) Observações atinentes ao levantamento e
processamento dos dados.
mark_photo foto_marco text(255) Fotografia superior e aproximada de
identificação do código do marco.
pan_photo foto_panoramica text(255) Fotografia panorâmica de situação e
localização do marco.
aerial_image imagem_aerea text(255) Imagem aérea para identificação da posição do
marco no terreno.

Tabela 6: Descrição dos atributos da classe Delimitação Física


(border_construction_l).
ATRIBUTO APELIDO TIPO DESCRIÇÃO
name nome text(255) Nome da instância
type tipodelimfis mediumint Indica o tipo da delimitação física
Domínio:
1: Muro
2: Cerca de Arame
3: Cerca de Madeira
4: Cerca Viva
5: Cerca Mista
6: Portão
7: Alambrado
8: Limite não materializado
9: Confrontante
10: Misto
building_mat matconstr mediumint Indica o tipo de material de construção
predominante.

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1.1.3 Categoria Análise
Esta categoria é composta pelas classes Área de litígio e
Faixa de segurança, sendo de uso opcional, a depender da
finalidade da planta topográfica. A classe Área de litígio diz
respeito ao polígono referente às áreas de conflito de interesse
territorial, de ordem jurídica e a classe Faixa de Segurança se
refere às feições que envolvem as vias rodoviárias, ferroviárias,
dutos e trecho de energia, caracterizando-se como uma faixa de
domínio para garantir os limites de segurança.

As tabelas com a descrição dos atributos das classes Área


de litígio e Faixa de segurança não são apresentadas nesta seção
por serem baseadas na modelagem da ET-EDGV 3.0 e,
portanto, maiores detalhes sobre as conceituações e
características dessas classes podem ser consultadas no Anexo
A desta especificação da CONCAR [4].

1.1.4 Categorias Feições Artificiais e Feições Naturais


A categoria Feições Artificiais é composta das classes que
são utilizadas para a contextualização da planta, representando
feições que foram criadas ou modificadas pelo homem. Essa
categoria é composta pelas classes: Arquibancada,
Barragem, Edificação, Campo Quadra, Depósito Geral,

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Edificação Habitacional, Meio Fio, Piscina, Pista Ponto
Pouso, Torre Energia, Trecho Duto, Trecho Energia,
Trecho Ferroviário e Trecho Rodoviário.
As classes da categoria Feições Naturais também são
utilizadas para a contextualização da planta topográfica,
representando características naturais da superfície terrestre no
interior e nas proximidades do imóvel. Essas classes são: Ponto
Cotado Altimétrico, Curva Nível, Massa D’água, Terreno
Sujeito a Inundação, Trecho Drenagem e Vegetação.
As classes de ambas as categorias também estão baseadas
na modelagem da ET-EDGV 3.0 e, portanto, maiores
informações podem ser consultadas no Anexo A desta
especificação [4].

1.2. Diagrama de classes do modelo TopoGeo


A representação resumida do diagrama de classes do
modelo TopoGeo, seguindo o padrão Object Modeling
Technique for Geographic Applications (OMT-G) [7], é
apresentada pela Figura 1. No diagrama, as classes foram
organizadas de acordo com as categorias Definição de Limites
(Limits Delineation), Materialização (Reference Fixation),
Análise (Analysis), Feições Artificiais (Artificial Features) e
Feições Naturais (Natural Features).

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Figura 1: Diagrama OMT-G das classes do modelo TopoGeo.
Observa-se, no diagrama, que as classes envolvidas na
geração automática dos itens da planta topográfica, bem como
do memorial descritivo e monografia do marco geodésico,
estão com os atributos e respectivos tipos de dados detalhados,
já as demais classes estão com os atributos em oculto por
simplificação, buscando-se facilitar o entendimento do leitor.

O TopoGeo tem a finalidade de ser uma modelo inicial,


podendo ser adaptado às necessidades de cada trabalho, ou seja,
o usuário pode acrescentar novas classes e atributos como achar
mais conveniente. No entanto, para o correto funcionamento
das ferramentas de geração de memorial descritivo e
monografia do marco geodésico, é importante destacar que os
atributos das categorias Definição de Limites e Materialização
não podem ser removidos!

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Na próxima seção, será ensinado como transformar esse
modelo conceitual em um modelo físico, através de um arquivo
semente que já poderá ser utilizado na prática em softwares de
SIG, como o QGIS.

1.3. Formato GeoPackage


O GeoPackage foi lançado em 2014 e tem o intuito de
contornar problemas de interoperabilidade entre diferentes
plataformas e APIs, de forma a facilitar o acesso e
gerenciamento dos dados, por exemplo em dispositivos móveis
para SIG, além de reduzir redundâncias nos dados, aprimorar a
capacidade de armazenamento e facilitar a conversão de dados
[8].

O formato GeoPackage é um padrão aberto desenvolvido


pela OGC, não-proprietário e independente de plataforma, que
serve como repositório de vários tipos de dados geoespaciais,
facilitando a distribuição e aumentando a interoperabilidade
entre plataformas, aplicações e serviços web [1][8].

Diferentemente do Shapefile, que armazena apenas uma


camada vetorial, o GeoPackage funciona como um container,
podendo armazenar dentro de um único arquivo diversas

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camadas vetoriais e tabelas, além de dados matriciais (raster)
[9], como ilustrado na Figura 2.

Figura 2: Formato GeoPackage [1].

Outras vantagens podem ser citadas abaixo:


✓ Padrão aberto da OGC;
✓ Ampla implementação (GDAL, QGIS, Esri, R,
Python etc.);
✓ Menor espaço em disco quando comparado com
banco de dados convencionais;
✓ Maior velocidade de consultas e renderização;
✓ Sem limitação do tamanho do arquivo.

Diante das vantagens acima, o formato GeoPackage foi


adotado para a implementação do modelo TopoGeo, gerando
um único arquivo de extensão .gpkg que armazena todas as
camadas mais trabalhadas em uma planta topográfica.

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1.3.1. Criando uma camada em arquivo GeoPackage
Nesta seção, será ensinado como criar um arquivo
GeoPackage no QGIS tomando como exemplo a classe Ponto
Limite (limit_point_p), ou seja, uma camada de pontos com os
atributos definidos na Tabela 2.2.

1º) No QGIS, clique no menu Camadas > Criar nova camada >
Criar Camada GeoPackage...

Figura 3: Criar uma nova camada GeoPackage.

Obs.: A janela acima também pode ser acessada com as teclas


Ctrl + Shift + N, ou simplesmente clicando neste botão , que
fica na barra de ferramentas “Gerenciar Camadas”.

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2º) Insira o nome do arquivo, o nome da tabela (camada), o tipo
de geometria , marque incluir dimensão Z e defina o Sistema
de Referência de Coordenadas (SRC):

Figura 4: Parâmetros iniciais da primeira camada a ser criada.

3º) Em seguida, adicione todos os campos previstos na Tabela


2.2, observando-se também o tipo de dado e o comprimento
máximo (número de caracteres), para o caso de “Dados de
texto”:

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Figura 5: Adicionando os campos (atributos) da camada.

4º) Por fim, clique em OK e verifique que essa camada é


carregada automaticamente no QGIS:

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Figura 6: Finalizando a criação do GeoPackage.

1.3.2. Adicionando novas camadas no arquivo GeoPackage


Para adicionar uma nova camada ao arquivo GeoPackage
existente, basta seguir os passos anteriores, da seção 1.3.1,
atentando-se que o parâmetro “Banco de dados” deve apontar
para o mesmo arquivo criado anteriormente, já o “Nome da
tabela” deve ser o novo nome da camada a ser criada, como
mostrado abaixo:

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Figura 7: Adicionando nova camada em GeoPackage existente.

Se você já tem alguma camada, seja ela Shapefile ou de


outra fonte de dados, é possível importá-la para dentro do
GeoPackage. Para isso, siga os seguintes passos:

1º) Clique no botão “Gerenciador de fontes de dados livres”


, ou simplesmente utilizar as teclas de atalho Ctrl + L, e na aba
GeoPackage, você deve clicar em “Novo” e depois apontar
para o arquivo .gpkg criado:

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Figura 8: Configurando conexão com GeoPackage.

2º) Após feita a conexão com o GeoPackage, você pode fechar


a janela da Figura 8 (acima) e depois clicar no botão
“Gerenciador de BD” que fica no menu “Base de Dados”. Na
ferramenta Gerenciador BD, selecione o arquivo GeoPackage
criado e depois clique no botão “Importar camada/arquivo”,
como mostrado abaixo:

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Figura 9: Importação de camada ou arquivo para dentro do GeoPackage.

Obs.: Mais informações sobre o Gerenciamento de camadas de


arquivos GeoPackage podem ser acessados em [9] e nos cursos
da GeoOne.

1.3.3. Gerenciamento de Estilos para um GeoPackage


Os estilos no QGIS correspondem às configurações de
simbologias, rótulos, formulários, diagramas, entre outras, para
a visualização estilizada da geometria e atributos das feições
pelo usuário.

Os estilos são armazenados no Projeto do QGIS, seja ele


.qgz ou .qgs, mas também podem ser salvos em arquivos

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individuais no formato QML ou SLD, como também
diretamente no banco de dados. Nesta seção, será ensinado
como armazenar os estilos dentro de um GeoPackage, para que
possam ser aproveitados em outros projetos.

No caso do exemplo abaixo, é aplicado um estilo para a


classe Ponto Limite, definindo sua simbologia, rotulação e
formulário.

1º) Na simbologia, foram criados símbolos “Baseado em regra”


para cada caso de tipo de vértice da classe Ponto Limite:

Figura 10: Configuração da Simbologia.


Obs.: Novas regras podem ser criadas, como por exemplo o caso de
marcos de concreto sem chapa de identificação.

2º) Na rotulação, por exemplo, foi escolhido o valor do campo


“code”, para apresentar a configuração de: Texto, Amortecedor

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(buffer) e Posicionamento, como mostrado nas Figuras 2.11,
2.12 e 2.13, respectivamente.

Figura 11: Configuração da Rotulação (Texto).

Figura 12: Configuração da Rotulação (Amortecedor – Buffer).

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Figura 13: Configuração da Rotulação (Posicionamento).

3º) Para o Formulário de Atributos, é possível adicionar os


apelidos (alias) dos nomes dos campos e os tipos de entradas
dos campos. Na Figura 14, é definido o apelido “tipo” para o
campo “type” e o domínio de entrada para os possíveis valores
deste campo, através do Mapa de Valores:

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Figura 14: Configuração do Formulário com Mapa de Valores.

4º) Após realizar todas as configurações de estilo da camada, é


possível salvá-la dentro do GeoPackage, clicando no botão
“Estilo” e “Salvar estilo...”, conforme figura abaixo.

Figura 15: Salvando estilo da camada.

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Depois, escolha salvar estilo “No banco de dados
(GeoPackage)” e defina, por padronização, o nome do estilo
como o próprio nome da classe. Para concluir, clique em OK.

Figura 16: Salvando estilo dentro do GeoPackage.

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REFERÊNCIAS
[1] OGC®. GeoPackage Encoding Standard. 2018. Disponível em:
https://www.geopackage.org/spec121/index.html.
[2] Silva, P. A. ; Lima Junior, C. O. ; Carneiro, A. F. T. . Estruturação de um
Banco de Dados Espacial para o Munícipio de Macaparana-PE. 2018. Anais
do COBRAC 2018 - Florianópolis – SC – Brasil - UFSC – de 21 a 24 de
outubro 2018.
[3] França, L., Passos, J., Portugal, J., Carneiro, A., Araújo, I., & Silva, D..
Proposição metodológica com emprego de software livre para a elaboração
de documentos de levantamento topográfico de imóveis da União. In:
COBRAC - Congresso de Cadastro Multifinalitário e Gestão Territorial.
2020.
[4] Comissão Nacional de Cartografia - CONCAR. Especificação Técnica
para Estruturação de Dados Geoespaciais Vetoriais (ET-EDGV). Versão 3.0.
Brasília, 2017.
[5] Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT. NBR 13.133
Execução de levantamento topográfico, 1994.
[6] Departamento de Ciência e Tecnologia - DCT/ Departamento de
Engenharia e Construção - DEC. IR 50-08. Instruções Reguladoras para a
Execução do Levantamento Topográfico Cadastral no Âmbito do Exército.
2010.
[7] Lizardo, Luís Eduardo Oliveira; Davis, Clodoveu Augusto. OMT-G
Designer: a Web tool for modeling geographic databases in OMT-G. In:
International Conference on Conceptual Modeling. Springer, Cham, 2014.
p. 228-233.
[8] Rashidan, Muhammad Hanis; Musliman, Ivin Amri. GeoPackage as
future ubiquitous GIS data format: a review. Jurnal Teknologi, v. 73, n. 5,
2015.
[9] França, Leandro Luiz Silva. QGIS: Teoria e Prática. Udemy. 2018.
Disponível em: < https://www.udemy.com/curso-basico-de-qgis >. Acesso
em: 10 de abril de 2020.
[10] QGIS.org, 2021. QGIS Geographic Information System. QGIS
Association. http://www.qgis.org.

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