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Sistemas de

Informação Geográfica
Material Teórico
Conceitos Básicos sobre Sistema de Informação Geográfica

Responsável pelo Conteúdo:


Prof. Esp. Marcelo Antônio da Costa Silva

Revisão Textual:
Prof.ª Me. Sandra Regina Moreira
Conceitos Básicos sobre Sistema
de Informação Geográfica

• História e Evolução;
• Definição.

OBJETIVO DE APRENDIZADO
· Apresentar a você os conceitos e definições básicas sobre os Siste-
mas de Informação Geográfica, bem como analisar a evolução his-
tórica e tecnológica dos Sistemas de Informação Geográfica, além de
verificar exemplos de utilização das ferramentas em estudos diversos.
· Desejar que, ao término desta unidade, você esteja apto a discutir de
forma abrangente os objetivos, importância e amplitude da aplica-
ção do Sistema de Informação Geográfica em estudos e pesquisas.
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem
aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua
formação acadêmica e atuação profissional, siga
algumas recomendações básicas:
Conserve seu
material e local de
estudos sempre
organizados.
Aproveite as
Procure manter indicações
contato com seus de Material
colegas e tutores Complementar.
para trocar ideias!
Determine um Isso amplia a
horário fixo aprendizagem.
para estudar.

Mantenha o foco!
Evite se distrair com
as redes sociais.

Seja original!
Nunca plagie
trabalhos.

Não se esqueça
de se alimentar
Assim: e de se manter
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte hidratado.
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e
horário fixos como seu “momento do estudo”;

Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma


alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo;

No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos
e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você
também encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão
sua interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;

Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e
de aprendizagem.
UNIDADE Conceitos Básicos sobre Sistema de Informação Geográfica

Contextualização
A informação é um componente essencial na tomada de qualquer decisão,
tanto em empresas privadas quanto em órgãos públicos. O trabalho de coleta e
organização de informações e a manutenção e atualização consomem tempo e
custo significativos dentro de qualquer projeto.

Como aporte à segurança, integridade e acesso a essas informações, existem


sistemas computacionais com a finalidade de capturar, armazenar, gerenciar e
analisar tais informações, além daqueles que, mais especificamente, são capazes de
trabalhar com informações georreferenciadas. A partir de um sistema de projeção
definido, essas informações georreferenciadas podem ser localizadas em algum
ponto da superfície terrestre.

Os Sistemas de Informações Geográficas (SIG) permitem, através destas


informações, um melhor monitoramento, gerenciamento e planejamento do
espaço e dos elementos localizados sobre ele. (ROSA & ROSS, 1999)

A base para a localização geográfica de uma informação advém das técnicas e


métodos de cartografia, para os quais torna-se necessário considerar o sistema de
projeção do modelo virtual da superfície da terra e da coordenada relativa a ser
atribuída à informação, e que possa ser identificada no espaço determinado pelas
referências proporcionadas pelo sistema de projeção.

A sigla em inglês para SIG é GIS, que corresponde ao termo Geographic Information System.
Explor

A sigla em inglês também é muito utilizada no Brasil para designar o SIG.

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História e Evolução
Você Sabia? Importante!

35.000 anos atrás já existiam registros que demonstravam a preocupação do homem


em localizar itens, além de se localizar no espaço!

Desde os primórdios, o ser humano apresenta o desejo e necessidade de se


localizar no espaço. Com a evolução da humanidade, esta preocupação passa a ser
cada vez mais latente, quando o descobrimento e conquista de territórios passa a
ser foco entre as civilizações.

Entre os anos 1950 e 1975, surgem os primeiros embriões do que conhecemos


atualmente como SIG. Deste período até o início dos anos 1980, houve um forte
financiamento na área, com o início de investimentos do setor privado de forma
intensiva para o desenvolvimento de bases de dados geográficas.

A partir da década de 70, com a crescente disponibilidade de dados ambientais


e socioeconômicos, aliada à necessidade de diversas áreas de planejamento de
estudar os recursos disponíveis da Terra, envolvendo mudanças ocorridas no meio
ambiente, gerou-se a necessidade de combinar dados sobre uma representação
cartográfica com a finalidade de realizar análises georreferenciadas de acordo com
critérios estabelecidos pelo usuário (Aronoff, 1989).

Problemas Iniciais
• Não existiam monitores gráficos de alta resolução;
• Computadores eram excessivamente caros;
• Não existiam soluções comerciais prontas para uso;
• Cada interessado precisava desenvolver seus próprios programas.

Na década de 1970, começaram a ocorrer as seguintes evoluções:


• Desenvolvimento de algoritmos para análise espaciais, SIGs em mainframes;
• Hardware viabilizou o desenvolvimento de sistemas comerciais;
• Criada a expressão Geographic Information System (GIS);
• CAD comerciais usados para sistemas de cartografia automática;
• Desenvolvidos os fundamentos matemáticos voltados para a cartografia;
• Tecnologia acessível somente para grandes corporações.

Com o desenvolvimento da informática na automação de processos, surgiram


várias ferramentas para a captura automática de dados, análise e apresentação

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de informações geográficas relacionadas. A ligação técnica e conceitual destas


ferramentas levou ao desenvolvimento da tecnologia de processamento dos dados
geográficos, denominada de geoprocessamento.

Na década de 1980, houve a proliferação de SIGs em PCs e estações de


trabalho, popularizando o uso dos SIGs. Foi um período de acelerado crescimento,
estabelecendo o geoprocessamento como disciplina científica independente e uma
grande difusão do uso das ferramentas.

Após 1990, houve grande crescimento do GIS nas organizações e o surgimento


de alternativas de menor custo para a construção de bases de dados geográficas.
Começam a surgir os SGBDs com suporte espacial (Oracle 10G, IBM DB2, SQL
Server 2005, MySQL, Postgresql) e o SIG na Internet (Alov, MapServer, iGIS,
Geoserver, Mappy, etc.), além do início das plataformas móveis (iGIS Mobile etc.)
e os processamentos em três dimensões (3D).

Nas últimas décadas, temos vivido mais uma evolução tecnológica neste tema,
com a captação de imagens de alta resolução em equipamentos orbitais e com
os VANTs – Veículo Aéreo Não Tripulado, ou mais popularmente designado, os
Drones. Outras ferramentas de apoio tecnológico passaram a fazer parte da esfera
de arsenal aos SIGs, como os sistemas GPS embutidos nos aparelhos Smartphones,
os sistemas de armazenamento em nuvem e a disponibilidade de imagens nos
sistemas Bing, Google Earth e similares.

No âmbito profissional, há duas vertentes mais expressivas do mercado de


trabalho no campo do SIG:
• profissional utiliza como ferramenta e insumo para seus estudos;
• profissional se especializa no setor, prestando serviços específicos.

Empresas e Setores que utilizam o SIG como ferramenta:


• Consultorias (meio ambiente, arquitetura e urbanismo, marketing, pesquisa de
mercado etc.);
• Indústrias: Construção Civil, Extração Mineral, Extração Vegetal, Indústria
de transformação;
• Institutos e Fundações;
• Agropecuária;
• Turismo;
• ONGs;
• Governo;
• Indústria, comércio e serviços de software, hardware e insumos para o setor.
Explor

Como direcionar a carreira, aproveitando os conhecimentos em SIG e as tendências do mercado?

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Definição
Os SIGs são sistemas computadorizados capazes de manipular informações
georreferenciadas. Isso compreende capturar, armazenar, gerenciar, analisar
e exibir dados com um componente espacial de localização e atributos que os
descrevem, construindo, assim, um modelo digital de uma abstração do mundo
real. Este modelo é construído através de uma série de filtros que controlam o tipo
de informação a ser armazenada, seu detalhamento, precisão e atualização. (ROSA
& ROSS, 1999).

Podemos citar diversas definições sobre os SIGs. Vamos apresentar algumas


delas a seguir.

De acordo com Alves (1990)


Sistemas de Informações Geográficas (SIGs) são sistemas destinados
ao tratamento de dados referenciados espacialmente. Estes sistemas
manipulam dados de diversas fontes como mapas, imagens de satélite,
cadastros e outras, permitindo recuperar e combinar informações e
efetuar os mais diversos tipos de análise sobre os dados.

O SIG (BNB, 2005) tem como função o processamento dos dados gráficos
e não gráficos (alfanuméricos), referenciados geograficamente (georreferenciados)
em um banco de dados relacional, permitindo:
• Análises espaciais de fenômenos;
• Geração de mapas e arquivos digitais;
• Elaboração de relatórios;
• Armazenamento e recuperação de informação espacial;
• Referência cruzada entre os dados armazenados;
• Utilização multidisciplinar (manipulação dos dados em plataforma amigável).

Podemos definir o Sistema de Informações Geográficas como um mecanismo


estruturado de armazenamento de dados e referência geográfica, permitindo uma
maior rapidez de processamento na obtenção de dados e produtos, para que se
possa conhecer e resolver os problemas de organização espacial.

Porém, o SIG não é somente o software responsável pela manipulação digital


de informações georreferenciadas em meio digital. Ele também engloba o conjunto
de conhecimentos teóricos relacionados a este modelo digital da realidade.
Conhecimentos que abrangem desde a metodologia de criação, a estrutura de
armazenamento, as técnicas de atualização e gerenciamento da base, até as
aplicações e análises possíveis de serem realizadas. (ROSA & ROSS, 1999).

De acordo com Rodrigues (1990):


• SIG, stricto sensu, que denota software;

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• SIG, lato sensu, que denota software, hardware, procedimentos de entrada e


saída de dados, fluxos de dados de supridores para o sistema e deste para os
consumidores, norma de codificação de dados, normas de operação, pessoal
técnico etc.

Segundo Rosa e Ross (1999), não existem termos distintos que diferenciem o
conceito da tecnologia SIG, do software propriamente dito.

No decorrer das aulas desta disciplina, iremos adotar o conceito de SIG mais
abrangente, apresentando uma abordagem mais completa sobre a tecnologia.

Estrutura de um SIG
Dentro dessa perspectiva, consideremos os seguintes elementos estruturais para
a composição de um SIG:
• Software;
• Hardware;
• Dados;
• Recursos Humanos;
• Métodos.

Exemplos e Estudos de Caso


Algumas empresas disponibilizam em seu site na internet, sistemas web para
visualização e manipulação de dados georreferenciados, ou webgis. Veja alguns que
você pode verificar para entender mais sobre o uso das ferramentas:
• Aplicativo SIG IBGE: permite a visualização de diversos mapas produzidos
pelo IBGE, além da manipulação de dados espaciais disponibilizados.
Explor

https://goo.gl/Gyz2nR

• Geosgb: Sistema de Geociências do Serviço Geológico do Brasil – CPRM.


O Geosgb é um complexo sistema gerenciador, via WEB, que envolve uma
dezena de bases de dados temáticas, aplicativos de consulta e inserção de
dados, soluções de espacialização e visualização de informações em tempo real,
opções variadas para baixa de arquivos, ferramentas de geoprocessamento e
serviços WMS.
Explor

https://goo.gl/hGpw6k

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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:

Sites
MundoGEO
O Portal MUNDOGEO e a revista INFOGEO são veículos de comunicação que têm
como objetivo atualizar, informar e gerar negócios a profissionais e empresas que
atuam nas áreas de Geotecnologias e Drones.
https://goo.gl/mzCyhQ
https://goo.gl/qSS63y
Google Earth Pro
A ferramenta Google Earth Pro é um SIG voltado para o mercado popular, visando
suprir a comunidade em geral com uma ferramenta de mapeamento cartográfico e
imagens de alta resolução com recursos básicos de: cálculo de distâncias e áreas utilizando
ferramentas de dimensões; visualizar, manipular e exportar dados SIG; usar o Movie
Maker para produzir materiais de mídia relacionados; visualizar imagens históricas.
https://goo.gl/iLVuV5
QGis Brasil
https://goo.gl/jfdngM
Terraview (INPE)
https://goo.gl/32uUMa
Spring (INPE)
https://goo.gl/8Z5MA8

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Referências
ALVES, S. D. Sistemas de Informação Geográfica. Anais do Simpósio Brasileiro
de Geoprocessamento, 1990.

ARONOFF, S. Geographic Information Systems: a management perspective.


Ottawa: WDL Publications, 1989.

BNB – BANCO DO NORDESTE DO BRASIL S.A. Atlas de Sustentabilidade:


Indicadores Municipais para a Área de Atuação do Banco do Nordeste do Brasil.
Fortaleza (CE), 2005, p. 5-34.

BURROUGH, P. A. Principles of Geographical Information Systems for


Land Resources Assessment. Oxford: Clarendon Press, 1991.

Mercedes, J. C., Souza, J. M. Parte II - Os sistemas de informações geográficas:


conceitos e Aplicações. Uma metodologia para implantação de sistemas de
informações geográficas. SciELO Books.

NAJAR, AL., MARQUES, EC. Saúde e espaço: estudos metodológicos e


técnicas de análise. Rio de Janeiro: Editora FIOCRUZ, 1998. 276 p. História
e Saúde collection. ISBN: 85-85676-52-3. Available from SciELO Books
http://books.scielo.org/id/wjkcx/pdf/najar-9788575412954.pdf.

RODRIGUES, M. Introdução ao Geoprocessamento. Anais do Simpósio


Brasileiro de Geoprocessamento, 1990.

ROSA, M.R; ROSS, J.L. Aplicação de SIG na geração de cartas de fragilidade.


Revista do Departamento de Geografia. n.13, São Paulo,1999.

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