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Sistemas de

Informação Geográfica
Material Teórico
Mapeamento Temático

Responsável pelo Conteúdo:


Prof. Esp. Marcelo Antônio da Costa Silva

Revisão Textual:
Prof.ª Me. Natalia Conti
Mapeamento Temático

• Mapeamento Temático;
• Simbologia;
• Elementos Cartográficos;
• Recapitulando Conceitos Trabalhados.

OBJETIVO DE APRENDIZADO
· Apresentar e fornecer o conhecimento sobre o mapeamento temático
e as formas de produção de cartas temáticas;
· Conhecer os elementos cartográficos essenciais em um mapa temático;
· Obter conhecimento para a discussão de projetos e elaboração de car-
tas temáticas, bem como de sua composição e elementos que propor-
cionam a correta leitura técnica do produto.
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem
aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua
formação acadêmica e atuação profissional, siga
algumas recomendações básicas:
Conserve seu
material e local de
estudos sempre
organizados.
Aproveite as
Procure manter indicações
contato com seus de Material
colegas e tutores Complementar.
para trocar ideias!
Determine um Isso amplia a
horário fixo aprendizagem.
para estudar.

Mantenha o foco!
Evite se distrair com
as redes sociais.

Seja original!
Nunca plagie
trabalhos.

Não se esqueça
de se alimentar
Assim: e de se manter
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte hidratado.
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e
horário fixos como seu “momento do estudo”;

Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma


alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo;

No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos
e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você
também encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão
sua interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;

Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e
de aprendizagem.
UNIDADE Mapeamento Temático

Introdução
Quando a base de dados está pronta, a atividade de pesquisa e geração de mapas
temáticos torna-se a fase mais importante. Este é o momento quando se podem obser-
var os primeiros produtos dos SIGs. O usuário é capaz de fazer perguntas e obter suas
respostas, criar mapas a partir da seleção de temas e da simbolização dos elementos
gráficos, criar gráficos, cartogramas, etc. (ROSA & ROSS, 1999)

A base geográfica de dados possui a capacidade de responder a diversos tipos de


perguntas devido à característica de armazenar atributos descritivos para cada ele-
mento gráfico. Um tipo de pesquisa bastante utilizado é o de apontar um elemento
espacial e saber quais as suas características. Para isso, o sistema deixa que o usuário
utilize o mouse para selecionar um elemento e, então, lista todos os seus atributos
descritivos. (ROSA & ROSS, 1999)

Figura 1– Exemplo de mapa WebGis mostrando o retorno da informação de um item


plotado no mapa. Neste caso, observam-se as informações sobre o MASP
em São Paulo, através de banco de dados do sistema Google Maps
Fonte: Google Maps, 2018

Outro tipo de pesquisa comum realiza-se através do estabelecimento de con-


dições. O sistema é capaz de selecionar e apresentar quais elementos atendem
às condições, tanto alfanuméricas quanto espaciais, baseado em distâncias ou
relações de contingência, adjacência ou conectividade. Exemplificando: saber
todos os apartamentos à venda a uma distância de 800 metros do metrô, com
dois quartos e uma vaga na garagem ou, todas as manchas de solo do tipo
Podzólico Vermelho-Amarelo com mais de 1000 metros quadrados (é impor-
tante lembrar que sempre o resultado estará restrito à existência das informa-
ções na sua base de dados).

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Figura 2 – Exemplo de pesquisa de melhor caminho a ser percorrido entre dois pontos,
distância e outras informações. Neste exemplo é apresentado através da ferramenta
de rota do sistema Google Maps a melhor rota pelas vias da cidade
Fonte: Google Maps, 2018

A produção de mapas é outra atividade fundamental nos SIGs, pois o que


os diferencia dos sistemas de gerenciamento de dados comuns é a capacidade
de trabalhar e apresentar os dados gráficos. Os resultados de uma análise com
SIGs são, normalmente, mapas acompanhados de relatórios e/ou estatísticas.
Os SIGs tornam a produção de mapas uma atividade simples e rápida, ofe-
recendo um conjunto de facilidades e ferramentas que permitem ao usuário
produzir mapas de maneira automática e ágil.

Se é tão simples produzir mapas em SIGs, por que a maioria dos produtos deri-
vados destes sistemas é de péssima qualidade cartográfica, não respeitando as regras
mais básicas de representação cartográfica? (ROSA & ROSS, 1999)

Junto com a resposta a esta pergunta podem-se apresentar e desmistificar dois mi-
tos opostos que foram criados: para produzir mapas, é melhor utilizar o computador,
pois ele faz tudo sozinho; os SIGs não são capazes de produzir mapas de qualidade.

Para discutir este assunto temos que abordar a cartografia digital, uma tecnolo-
gia voltada à criação de mapas por computador. Ela é muito mais simples do que os
Sistemas de Informações Geográficas, principalmente com relação à modelagem
de dados, que não precisa ser tão detalhada e completa por não suportar análises
e pesquisas. (ROSA & ROSS, 1999).

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UNIDADE Mapeamento Temático

Os SIGs, diferentemente dos softwares utilizados para cartografia digital pura, são
produzidos especificamente para trabalhar com dados geográficos, possuindo recursos
específicos para criação de mapas. Um mapa pode ser uma imagem cartográfica sim-
ples ou uma figura formada pela associação de várias imagens cartográficas percebidas
simultaneamente pelo leitor. (JOLY, 1990). A utilização correta dos recursos cartográ-
ficos disponibilizados pelos SIGs é de responsabilidade do organizador do mapa.

Para facilitar a leitura rápida e a assimilação, por um usuário não obrigatoriamente


especializado, o organizador do mapa deve escolher a simbologia mais adequada ao
tipo de informação que deseja expressar.

Simbologia
Segundo Bertin (1977), existem seis grupos de simbologia chamadas de vari-
áveis visuais:

• Cor;
• Forma;
• Valor;
• Tamanho;
• Orientação;
• Granulação.

A simbologia não é uma característica armazenada graficamente, ela é atribuída no


momento da apresentação dos dados, o que dá ao SIG uma flexibilidade incrível, pos-
sibilitando que a simbologia seja baseada nos atributos de cada elemento e alterada de
acordo com o objetivo do mapa. Por exemplo, no mapa de vegetação pode-se estipular
um símbolo de verde escuro para mata, um verde um pouco mais claro para pastagens,
um marrom claro para as áreas desmatadas, mas, se o objetivo é ressaltar estas áreas
desmatadas, podem-se representá-las com um vermelho. Em um tema de propriedades
rurais, as unidades podem ser classificadas de acordo com sua área, em intervalos defini-
dos automática ou manualmente, e simbolizadas com uma sequência de cores que varie
do amarelo ao vermelho ou do branco ao preto. (ROSA & ROSS, 1999)

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Figura 3 – Caixa de diálogo de software SIG para edição da simbologia de uma base geográfica de pontos.
Perceba dos diversos modelos de representação de ponto, opções de cores e tamanho do símbolo
Fonte: ArcMap/ESRI, 2018

Elementos Cartográficos
Os elementos cartográficos são de extrema importância na composição da carta
temática, pois eles dão as orientações básicas de leitura adequada da cartografia. Defi-
nimos como elementos cartográficos:
• Título;
• Escala gráfica;
• Escala Numérica;
• Legenda;
• Malha de Coordenadas;
• Indicação Do Norte;
• Fonte.

A criação dos elementos cartográficos como escala gráfica, norte, legenda e


malha de coordenadas é automática em um software SIG. Criam-se legendas com
base na classificação e simbologia utilizadas para apresentação de cada tema.

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A escala gráfica é criada com base na escala definida pelo usuário para plota-
gem. Gera-se a malha de coordenadas através da especificação de um sistema
de projeção (que pode ser diferente do sistema utilizado para armazenar os
dados cartográficos) e do intervalo da malha de coordenadas. Para todos estes
elementos definem-se os símbolos utilizados, tamanho e localização na página,
cor e fonte.

Figura 4 – Elementos cartográficos necessários de serem apresentados em um mapa temático. Mostra-se na


figura exemplo de representação da indicação do norte, fonte, sistema de coordenadas, escalas, legenda
Fonte: SILVA, 2008

Onde Encontrar os Padrões Cartográficos:


Em geral, os SIGs já possuem uma série de padrões cartográficos pré-defini-
dos que auxiliam na elaboração do mapa temático. Porém, é importante saber
onde encontrar alguns padrões específicos oficiais no Brasil.

Os documentos referentes ao sistema geodésico brasileiro, as normas técnicas de cartografia


Explor

nacional, manuais técnicos em geociência podem ser encontrados no site do IBGE, ou na sua
loja. Disponível em: https://goo.gl/qdfCxP.

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Porém, algumas empresas, como a Vale, já possuem um manual de normatização
cartográfica, seguindo padrões básicos definidos de cartografia temática, digitalização
de dados e desenvolvimento de bases cartográficas digitais.

Outra instituição importante é a Associação Brasileira de Normas Técnicas, onde são


Explor

encontradas as normas técnicas padronizadas da ABNT, com referência às formas


oficiais de apresentação de fonte e cartografia, título de mapas, etc. Disponível em:
https://goo.gl/4KC7XB.

Muitos projetos de implantação de SIGs têm como resultado somente a produção


de mapas temáticos. A vantagem de se utilizar um SIG para cartografia digital está na
facilidade de gerenciar e compilar as informações sobre determinada região e poder
recriar os mapas quando as informações se atualizarem. Por exemplo, em uma apli-
cação urbana na área de planejamento, os SIGs podem ser utilizados para criar os
mapas com a distribuição dos equipamentos urbanos (escolas, creches, hospitais...),
com informações sobre a distribuição de renda, a densidade populacional, o nível de
escolaridade, impostos... (ROSA & ROSS, 1999)

Existem diversos softwares de SIGs no mercado, cada um deles com caracterís-


ticas específicas, privilegiando umas ou outras qualidades. É claro que alguns deles
podem não privilegiar a qualidade do produto final, outros, a facilidade para criação
destes produtos. Mas, o principal motivo da descredibilidade na capacidade carto-
gráfica é por conta da inexperiência e falta de embasamento técnico dos usuários
(ROSA & ROSS, 1999). O SIG tornou este processo tão simples que qualquer pes-
soa treinada no sistema é capaz de produzir mapas temáticos, sem conhecer nada
de cartografia. Apesar do SIG oferecer os recursos para criação de mapas seguindo
todas as necessidades cartográficas e visuais, estes são, na maioria das vezes, despre-
zados ou mal utilizados.

Recapitulando Conceitos Trabalhados


Vamos aproveitar este momento para relembrar conceitos já trabalhados quan-
to à base geográfica e o mapa temático. A base geográfica é parte do mapa te-
mático que, por sua vez, pode ser composto por várias bases geográficas. Apesar

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dessa definição, o mapa temático possui ao menos uma base geográfica que de-
fine seu tema. Por exemplo, em um mapa temático de áreas vegetadas, evidente
que teremos uma base específica com este tema, mas, o mapa pode ter outras
bases que contribuirão com a representação gráfica do mundo observado.

Veja na figura a seguir um modelo conceitual do uso de bases geográficas e


seus temas.

Figura 5 – Modelo conceitual de camadas diversas de bases geográficas


usadas para representação do mundo observado
Fonte: iStock/Getty Images

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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:

Sites
IBGE
Acesse a biblioteca do IBGE e faça uma busca por mapas, comparando-os e notando
as convenções utilizadas.
https://goo.gl/EYMcGo

Vídeos
Georreferenciando lote com coordenadas do google só para analise
Este vídeo mostra a criação de base geográfica no Google Earth e a interação com o
Auto Cad. Vale a pena assistir para aprender como se usar o Google Earth na criação
de uma base geográfica, mas, não iremos trabalhar com o Auto Cad no nosso curso.
https://youtu.be/9FkUS_ztwys
Mini Curso Google Earth
Este vídeo apresenta um curso sobre as ferramentas do Google Earth na criação de bases.
https://youtu.be/0U2uBW0kVIQ
Convenções Cartográficas
Este vídeo tem uma apresentação sobre as conveções cartográficas necessárias no mapa.
https://youtu.be/21Py2WYRnk8

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Referências
BERTIN, J. La Graphique et lê Traitement Graphique de L’Information.
Paris, Flammarion, 1977.

JOLY, F.A. Cartografia. Tradução Editora Papirus. Campinas, SP, 1990.

ROSA, M.R; ROSS, J.L. Aplicação de SIG na geração de cartas de fragilidade.


Revista do Departamento de Geografia. n.13, São Paulo, 1999.

SILVA, M.A.C. Curso de Extensão em Geoprocessamento Aplicado à Gestão


e Planejamento Socioambiental: Cartografia Temática. Universidade Cruzeiro
do Sul. São Paulo: 2008.

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