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Conceitos Gerais em Modelagem da Informação
Revisão Textual:
Prof.ª Dr.ª Luciene Oliveira da Costa Granadeiro
Conceitos Gerais em
Modelagem da Informação
• Introdução;
• Conceitos Gerais.
OBJETIVOS DE APRENDIZADO
• Capacitar os alunos quanto ao processo de modelagem de informações;
• Impulsionar o pensamento crítico quanto ao desenho e utilização de modelos diversos
para resolução de problemas de negócios;
• Desmistificar os termos e notações mais comuns na área;
• Qualificar os alunos para lidarem com equipes ágeis e adotarem verdadeiramente uma
cultura de dados em suas vidas profissionais.
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem
aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua
formação acadêmica e atuação profissional, siga
algumas recomendações básicas:
Conserve seu
material e local de
estudos sempre
organizados.
Aproveite as
Procure manter indicações
contato com seus de Material
colegas e tutores Complementar.
para trocar ideias!
Determine um Isso amplia a
horário fixo aprendizagem.
para estudar.
Mantenha o foco!
Evite se distrair com
as redes sociais.
Seja original!
Nunca plagie
trabalhos.
Não se esqueça
de se alimentar
Assim: e de se manter
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte hidratado.
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e
horário fixos como seu “momento do estudo”;
No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos
e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você tam-
bém encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua
interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e de
aprendizagem.
UNIDADE Conceitos Gerais em
Modelagem da Informação
Introdução
A modelagem de informações é o conjunto de práticas que determinam os re-
quisitos de estrutura, acessibilidade e ciclo de vida das informações no domínio
de um negócio. Tal qual o processo de modelagem durante o desenvolvimento de
software, em que arquitetos e engenheiros criam modelos de estrutura de classes,
esquemas de bancos de dados e arquitetura de sistemas, desenvolverem modelos de
informações que sejam flexíveis o suficiente para absorver mudanças futuras é es-
sencial. Nesse âmbito, o desenvolvimento exige equilíbrio quanto à funcionalidade,
desempenho, resiliência, segurança e flexibilidade.
Para tanto, tem sido necessário que, cada vez mais, as empresas tenham total
domínio quanto ao fluxo de informações em toda a organização; assim sendo, um
modelo de informações é um auxiliar no desenho e construção de sistemas e pro-
cessos, bem como também um artefato a ser referenciado em todo o ciclo de vida
das informações relacionadas a tal. Ou seja, modelos são representações, utilizados
em determinados contextos, visando à geração de valor comercial.
Explor
“Um modelo é uma descrição abstrata que esconde certos detalhes enquanto ilumina outros.”
Fonte: Semantic Web for the Working Ontologist: Effective Modeling In Rdfsand Owl
À medida que as empresas passam a criar valor a partir de seus ativos de infor-
mação, a modelagem de informações fornece então uma ferramenta importante
para comunicar o desenho, padrões e demais aspectos-chave das entidades no
contexto do domínio que está sendo representado para todos os envolvidos.
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É interessante ressaltar que, aos poucos, tem havido esforços significativos no
desenvolvimento de tais modelos também para outros recursos de gerenciamento
de informações, como nos processos de governança de dados, gerenciamento de
dados-mestres, integração de informações e até mesmo análise em segurança da
informação. Ou seja, a modelagem de informações tem se tornado cada vez mais
uma etapa importante e essencial em qualquer projeto de desenvolvimento ou ma-
nutenção de software.
Assim, estar atualizado quanto a esse assunto é importante para qualquer profis-
sional da área. O presente material visa ser um material de acompanhamento em
que, nas próximas seções desta unidade, abrangeremos os seguintes tópicos: como
se dá a modelagem de informações e a utilização de tais modelos, explanação sobre
modelos conceituais e notações mais comuns, além de explanação-exemplo quanto
a um processo de modelagem tradicional.
Conceitos Gerais
Como se dá a modelagem de informações
e como se utilizam modelos?
Agora que já sabemos que modelagem de informações é o nome dado ao con-
junto de práticas que determinam os requisitos de estrutura, acessibilidade e ciclo
de vida das informações no domínio de um negócio, podemos perceber que, assim
como outros artefatos de modelagem, modelos de informações podem ser utiliza-
dos para uma variedade de propósitos, desde a elaboração e utilização de modelos
conceituais de alto nível até a de modelos físicos de dados.
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UNIDADE Conceitos Gerais em
Modelagem da Informação
Os modelos variam dependendo de vários fatores, tais como uso (se analítico ou
transacional), foco (se global, corporativo, linha de negócio ou sistema) e em nível
de detalhe (se conceitual, lógico ou físico). Por exemplo, os dados do cliente de um
aplicativo financeiro on-line serão diferentes dos dados usados para reunir estatís-
ticas sobre a localização do cliente em um aplicativo de mobilidade urbana, no que
o modelo do primeiro teria uma estrutura normalizada e o segundo, um esquema
de estrela (em inglês, star schema), ou floco de neve (em inglês, snowflakeschema).
Explor
Fonte: Semantic Web for the Working Ontologist: Effective Modeling In Rdfsand Owl
A modelagem também pode indicar limites os quais podem ser, por exemplo,
limites do fluxo de informações necessários para uma conformidade regulatória ou
restrições de acesso ao negócio, com trilhas de auditoria e segurança rígidas em
torno da autenticação e autorização. Os modelos podem ser relevantes para apenas
um pequeno grupo de indivíduos para uma necessidade em específico do processo
de negócios, ou podem ser reconhecidos como um padrão global da indústria.
Um modelo fornece um formato formalizado que ajuda nas conversas entre ar-
quitetos e usuários, partes interessadas, ou mesmo arquitetos e analistas externos.
As linguagens de modelagem padronizam as notações que transmitem os significados
de entidades, atributos, transições, relacionamentos, identificadores, dentre outros.
“Modelos têm uma influência profunda sobre como um problema é resolvido e como uma
Explor
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Uma sessão de modelagem com especialistas no assunto ajudará a traduzir con-
ceitos do mundo real (um cenário / processo de negócios) para as entidades e
informações corretas para as necessidades do negócio. A notação ajuda a garantir
que o significado não seja perdido durante as fases de projeto e implementação.
Portanto, é importante que os participantes da sessão entendam as notações que
estão sendo usadas. Análises e compreensão inadequadas do uso dos dados levarão
a problemas de desempenho, confiabilidade, disponibilidade e escalabilidade.
Embora MLDs e MFDs pareçam similares, e eles de fato o são, o nível de detalhes que cada
Explor
um deles modela pode ser significativamente diferente. Isso porque o próprio objetivo ao se
utilizar de cada diagrama é diferente.
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UNIDADE Conceitos Gerais em
Modelagem da Informação
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Figura 3 – Exemplo de modelo físico de dados
Fonte: Visual Paradigm User’s Guide
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Modelagem da Informação
Muitos profissionais de dados também têm preferência por criar um ORM (do in-
glês, Object-Role Model), como o apresentado no exemplo da Figura 4 a seguir, ao
invés de um MLD para a representação de modelo conceitual. A vantagem então
fica por conta da notação simplificada, algo que aumenta a interpretabilidade para
os envolvidos no projeto, apesar da desvantagem que é o fato de que os modelos
se tornam demasiadamente grandes de maneira rápida. ORMs nos permitem, en-
tão, primeiramente explorar os exemplos de dados reais ao invés de simplesmente
partirmos para uma abstração potencialmente incorreta – por exemplo, a Figura 4
examina o relacionamento entre clientes e um endereço em detalhe.
Explor
Para mais detalhes o site da ORM pode ser consultado. Em: http://bit.ly/2QEhFzj
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Chen
N 1
Pessoa Localização
Bachman
Nasceu em
Pessoa Localização
Local de nascimento
Martin / IE /
Crow’s Foot Nasceu em
Pessoa Localização
Local de nascimento
Min–Max / ISO
(1,1) Nasceu em
Pessoa Localização
Local de nascimento (0,N)
Para mais detalhes é de interesse que se conheça mais a fundo os trabalhos de Chen,
Explor
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UNIDADE Conceitos Gerais em
Modelagem da Informação
Modelando Dados
É importante que um desenvolvedor de software tenha uma noção dos funda-
mentos de modelagem de dados, não apenas para ler os modelos de dados, mas
também para trabalhar efetivamente lado a lado com os DBAs responsáveis pelos
aspectos relacionados aos dados de um projeto. Das seções passadas, pode-se resu-
mir um processo de modelagem às seguintes tarefas, realizadas de forma iterativa:
• Identificação dos tipos de entidade;
• Identificação de atributos;
• Aplicação de convenção de nomes;
• Identificação de relacionamentos;
• Associação de chaves;
• Normalização para redução de redundância dos dados;
• Diversificação para melhoraria de desempenho.
Identificando atributos
Cada tipo de entidade será representado por um ou mais atributos de dados.
Por exemplo, na Figura 1, pode-se observar que a entidade Foto possui atribu-
tos como ID, Título, Descrição etc. e, na Figura 2, que a tabela “Photo” possui
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colunas de dados correspondentes “ID”, “Title” e “Description” (uma coluna é a
implementação de um atributo de dados em um banco de dados relacional).
Atributos devem ser coesos do ponto de vista do domínio da aplicação para com
o negócio. Na Figura 1, decidimos que queríamos modelar o fato de fotos em mídia
social comumente possuírem IDs, Títulos e Descrições diversas. Usar o nível de
detalhe correto pode ter um impacto significativo no esforço de desenvolvimento,
bem como em manutenção.
Identificando relacionamentos
No mundo real, entidades possuem relacionamentos entre elas. Por exemplo,
usuários fazem upload de fotos em mídia social, interagem com conteúdos e são
parte de um grupo de membros nesse serviço. Todos esses termos em letra mai-
úscula podem definir relacionamentos entre entidades. Sendo assim, os relaciona-
mentos entre entidades são conceitualmente idênticos aos relacionamentos (asso-
ciações) entre objetos.
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UNIDADE Conceitos Gerais em
Modelagem da Informação
Isso nos leva a questões como: quantos usuários podem ser envolvidos em um determinado
Explor
Associando chaves
O conceito de chave é importante na modelagem de dados, pois implementa
restrições que garantem a integridade referencial dos dados no banco de dados.
Existem duas estratégias fundamentais para associar chaves às tabelas: em primeiro
lugar, podemos associar uma chave natural, que é um ou mais atributos de dados
existentes que são únicos para o conceito de negócio. Imaginemos, então, uma
tabela Cliente. Tal tabela possui, de imediato, duas chaves candidatas, as colunas
Número, Cliente e CPF. A segunda forma é introduzindo uma nova coluna, cha-
mada chave substituta, que é uma chave que não possui qualquer significado para
o negócio.
Explor
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Com relação à terminologia, um esquema de dados é considerado estar em um
nível de normalização do seu tipo de entidade menos normalizado. Por exemplo, se
todos os tipos de entidade estão na segunda forma normal (2NF), ou maior, então
dizemos que o esquema de dados está na 2NF.
• Primeira Forma Normal (1NF): Quando uma entidade não contém grupos
de dados repetidos;
• Segunda Forma Normal (2NF): Quando todos seus atributos que não são
chaves primárias são completamente dependentes de sua chave primária;
• Terceira Forma Normal (3NF): Quando uma entidade está na 2NF e quando
todos seus atributos são diretamente dependentes da chave primária.
Explor
Isso geralmente torna mais simples mapear os objetos para o esquema de da-
dos. Infelizmente, a normalização normalmente traz um custo para o desempenho.
Por exemplo, todos os dados para uma interação de venda em um e-commerce
estarão armazenados em uma só linha (assumindo que vendas poderão ter até dois
itens), simplificando o acesso. Assim, podemos rapidamente determinar a quanti-
dade total de uma venda lendo uma única linha da tabela.
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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Leitura
Effective Practices for Modeling and Documentation
http://bit.ly/37mFS2W
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UNIDADE Conceitos Gerais em
Modelagem da Informação
Referências
ALLEMANG, D.; HENDLER J. Semantic Web for the Working Ontologist:
Effective Modeling in RDFS and OWL. Morgan Kaufmann Publishers Inc. San
Francisco, CA, USA, 2008.
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