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Feira de Santana, BA
10 de agosto de 2007
Matheus Josué de Souza Matos
Orientador:
Prof. Dr. Sérgio André Fontes Azevedo
Co-orientador:
Prof. Dr. Jorge Ricardo de Araújo Kaschny
Feira de Santana, BA
10 de agosto de 2007
Matheus Josué de Souza Matos
Banca Examinadora
AGRADECIMENTOS
RESUMO
ABSTRACT
Since their discovery in 1991, carbon nanotubes have attracted attention of the scientific
community. It’s consequence of the great potential of applications of those nanostructures.
Carbon nanotubes are one-dimensional systems that are built from a graphene sheet rolled
in several directions.
Another interesting possibility is the partial substitution of carbon by boron and
nitrogen in carbon nanotubes, leading to the formation of ternary Bx Cy Nz nanotubes of
distinct stoichiometries some of which have already been synthesized in chemical vapor
deposition experiments.
In this work, we apply a first-principles calculation, based on the density functional
theory (DFT) as implemented in the SIESTA program, to investigate the structural sta-
bility and electronic properties of such nanotubes. From the carbon armchair nanotubes
we substituted carbon atoms by boron and nitrogen atoms, generating BCN and BC2 N
structures. We studied two types geometries for the BC2 N called as models I and II,
beside we used a nanotube with BCN stoichiometrie.
The analysis of the correspondig strain energies, confirm that the stability of BC2 N
nanotubes are independent on their chirality, and demonstrate that such nanostructures
have lower strain than BCN and carbon nanotubes. Those results show that formation
energy decrease with the increase tube diameter and indicate that the most stable nano-
tubes have the maximum number of B-N and C-C bonds. In addition on results permit us
conclude that the electronic structure of the BC2 N and BCN nanotubes strongly depend
on diameter and of the atomic arrangement of the nanotube.
vii
SUMÁRIO
Agradecimentos ii
Resumo v
Abstract vi
LISTA DE FIGURAS ix
LISTA DE TABELAS xi
INTRODUÇÃO 1
Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
2.1 Carbono, Boro e Nitrogênio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
2.2 Grafite . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26
2.3 Nanotubos de Carbono . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27
2.3.1 Propriedades dos Nanotubos de Carbono . . . . . . . . . . . . . . . 28
2.4 Os nanotubos Bx Cy Nz . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32
3 RESULTADOS E DISCUSSÕES 34
3.1 Cálculos para os Nanotubos de Carbono SWNT Armchair e Zigzag . . . . 34
3.2 Cálculos para os Nanotubos BC2 N e BCN do Tipo Armchair . . . . . . . 39
3.2.1 Energia de Strain . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42
3.2.2 Estrutura Eletrônica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43
3.2.3 Energia de Formação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 46
3.2.4 Estudo do Comprimento das Ligações entre os Átomos . . . . . . . 48
3.3 Estudo Comparativo dos Nanotubos de Carbono, BC2 N e BCN . . . . . . 49
CONSIDERAÇÕES FINAIS 54
Referências Bibliográficas 57
A UNIDADES ATÔMICAS 62
ix
LISTA DE FIGURAS
LISTA DE TABELAS
INTRODUÇÃO
para o BC2 N (BC2 N (I) e (II)), e uma geometria para o BCN. Calculamos a energia
de strain necessária para enrolar uma monocamada de BC2 N e BCN em nanotubos do
tipo armchair de BC2 N e BCN e comparamos estas com os resultados obtidos para os
cálculos com os nanotubos do tipo zigzag, como em Azevedo et al [AdPK06], e nanotubos
de carbono (zigzag e armchair). Para o cálculo da energia de formação, adotamos uma
aproximação baseada na determinação a priori de potenciais químicos, como descritos em
detalhes na referência [Aze06]. No último capítulo apresentamos as conclusões.
4
Capítulo 1
1.1 Introdução
cinética não relativística e das interações Coulombianas dos elétrons e dos núcleos:
N M N
1X 2 X 1 1 XX 1
Ĥ = − ∇i − ∇2α + (1.2)
2 i=1 α=1
2Mα 2 j6=i i=1 |ri − rj |
M M N M
1 X X Z α Zβ XX Zα
+ −
2 α=1 β=1 |Rα − Rβ | i=1 α=1 |ri − Rα |
com, T̂e o operador de energia cinética eletrônica, T̂N o operador energia cinética nuclear,
Mα a massa do núcleo α na posição Rα , V̂e o operador energia potencial repulsiva elétron-
elétron, V̂N o operador energia potencial repulsiva núcleo-núcleo e V̂N e o operador referente
a atração elétron-núcleo. A soma em i e j é sobre todos os elétrons e a soma em α e β
sobre todos os núcleos. No Hamiltoniano está omitido o acoplamento spin-órbita, efeitos
magnéticos e efeitos de velocidade de massa, onde todos são resultantes de correções
relativísticas. Assim, se considerarmos este Hamiloniano como de ordem zero, a teoria da
perturbação pode contemplar todas essas correções já que as autofunções de ordem zero
podem ser obtidas.
Ĥ = T̂e + T̂N + V̂e + V̂N + V̂N e → T̂e + V̂e + V̂N + V̂N e = ĤT (1.3)
onde
Ĥele = T̂e + V̂N e + V̂e (1.5)
Substituindo (1.6) em (1.1) com o Hamiltoniano total dado por (1.4) obtemos,
Como o termo devido a repulsão núcleo-núcleo (V̂N ) é uma constante, e lembrando que
uma constante adicionada a um operador apenas altera os autovalores deste operador,
pela adição desta constante, não tendo nenhum efeito nas autofunções deste operador,
podemos escrever,
Ĥele Φele ({ri }; {Rα }) = Eele Φele ({ri }; {Rα }). (1.8)
Para uma completa descrição de um estado eletrônico é necessário incluir também sua
quantização de spin. No contexto da teoria não relativístiva, isto é feito introduzindo duas
funções de spin α e β, que devem ser consideradas como graus de liberdade interno do
sistema com dois possíveis estados, spin up e spin down, respectivamete. Desta forma um
elétron é descrito não somente pelas coordenadas espaciais r, mas também por uma coor-
denada de spin. Denotamos por spin-orbital, φ(x), a função de onda, para um elétron, que
descreve ambas coordenadas espaciais e de spin, onde x indica as coordenadas espaciais e
de spin. Entretanto, para que as funções spin-orbital dos elétrons tenham um significado
físico, essas devem obedecer o Princípio de Exclusão de Pauli, que diz que um orbital não
pode ser ocupado por mais do que dois elétrons, e no caso de estar com dois elétrons, os
spins destes elétrons devem estar emparelhados (com spins opostos).
Para cada orbital espacial, ψ(r), pode-se formar dois diferentes spin-orbitais, um cor-
respondendo a spin up e outro a spin down, multiplicando o orbital espacial pela função
de spin α ou β, respectivamente, isto é,
α
φ(x) = ψ(r) ou (1.10)
β.
de acordo com o fato que elétrons são partículas indistinguíveis obedecendo a estatística
de Fermi-Dirac.
analíticas da equação de Schroedinger com este termo tão complicado da energia poten-
cial, mas é possível utilizar técnicas computacionais que propiciam soluções numéricas
detalhadas e confiáveis para as funções de onda e para as energias. As técnicas foram
propostas por D. R. Hartree e depois modificadas por V. Fock, para levar em conta,
corretamente, o Princípio de Pauli.
Para descrever a energia cinética e a energia potencial dos elétrons, tornamos a Eq. (1.8)
separável em n equações diferenciais idênticas a de átomos hidrogenóides, sendo o operador
Hamiltoniano total a soma de N operadores de um único elétron. Desta forma, aplicando
o método de separação de variáveis, teriamos
onde ĥi é o Hamiltoniano para o elétron i. A energia eletrônica total seria a soma das εi
energias eletrônicas e a função de onda total seria um produto das n funções spin-orbital
de um elétron
cada função de onda φi é chamada orbital molecular e o produto destas funções é conhecido
como produto de Hartree.
O produto de Hartree não satisfaz o princípio de Pauli, contudo podemos obter as
funções de onda antisimetrizadas, obedecendo o Princípio de Pauli, utilizando o chamado
Determinante de Slater. Para um sistema de N elétrons a função de onda antisimetrizada
é
φi (x1 ) φj (x1 ) . . . φk (x1 )
1 φi (x2 ) φj (x2 ) . . . φk (x2 )
Φ(x1 , . . . , xN ) = √ .. .. .. . (1.16)
N! . . .
φi (xN ) φj (xN ) . . . φk (xN )
Esta forma foi sugerida originalmente pora Heisenberg e Dirac, aplicado para o problema
de N elétrons por Slater. O determinante descreve N elétrons ocupando N spin-orbitais
1.2 A APROXIMAÇÃO DE HARTREE-FOCK 9
(φi , φj , . . . , φk ) sem especificar qual elétron está em qual orbital. As linhas do determinante
de Slater de N elétrons são indexadas pelos elétrons, enquanto as colunas são indexadas
1
pelos spin-orbitais. O fator (N )− 2 normaliza Φ(x1 , . . . , xN ) quando os spins orbitais
formam um conjunto ortornormal:
Z
dxφ∗i (x)φj (x) = δij (1.17)
Teorema 1.2.2.1. Dada uma função de onda normalizada Φ que satisfaz as condições
de contorno apropriadas, então o valor esperado do hamiltoniano é o limite superior para
a energia do estado fundamental exato, isto é, se
hΦ|Φi = 1 (1.18)
então
E0 ≤ hΦ|H|Φi (1.19)
Além disso,
X X XX X
hĤi = h cm φm |Ĥ cn φn i = c∗m En cn hφm |φn i = En |cn |2 .
m n m n n
Mas a energia do estado fundamental é por definição, o autovalor mais baixo, assim
E0 ≤ En , e consequentemente
X
hĤi ≥ E0 |cn |2 = E0 .
n
1.2 A APROXIMAÇÃO DE HARTREE-FOCK 10
2
Em matématica, uma função de uma função é denominado funcional
3
Este tratamento é encontrado em [Bli65] pag. 441.
1.2 A APROXIMAÇÃO DE HARTREE-FOCK 11
PN n 1 2 PM Zα
o
fazendo O = i=1 − 2 ∇i − α=1 |ri −Rα |
na Eq. (1.26),
Z Z ( )
X
N
1 X M
Zα
... dx1 . . . dxN Φ∗ (1 . . . N ) − ∇2i − Φ(1 . . . N ) =
i=1
2 α=1
|r i − Rα |
N Z Z ( )
X 1 X M
Zα X
N!
= ... dx1 . . . dxN φ∗1 (1) . . . φ∗N (N ) − ∇2i − (−1)t Pt φ1 (1) . . . φN (N )
i=1
2 α=1
|r i − Rα | t=1
N Z " ( ) # Z
X 1 X M
Zα
= dx1 φ∗1 (1)φ1 (1) . . . dxi φ∗i (i) − ∇2i − φi (i) . . . dxN φ∗N (N )φN (N )
i=1
2 α=1
|ri − Rα |
X
N
= Hi . (1.27)
i=1
Z M
( )
∗ 1 2 X Zα
Hi = dxi φi (i) − ∇i − φi (i).
2 α=1
|ri − Rα |
Z Z
1 XX
N
1
... dx1 . . . dxN Φ∗ (1 . . . N ) Φ(1 . . . N )
2 j6=i i=1 |ri − rj |
N Z Z
1 XX XN!
1
= . . . dx1 . . . dxN φ∗1 (1) . . . φ∗N (N ) (−1)t Pt φ1 (1) . . . φN (N )
2 j6=i i=1 |ri − rj | t=1
N Z Z
1 XX 1
= . . . dx1 . . . dxN φ∗1 (1) . . . φ∗i (i)φ∗j (j) . . . φN (N ) φ1 (1) . . . [φi (i)φj (j) − φi (j)φj (i)] . . . φN (N )
2 j6=i i=1 |ri − rj |
N Z Z Z Z
1 XX 1
= . . . dx1 φ∗1 (1)φ1 (1) . . . dxi dxj φ∗i iφj (j) φi (i)φj (j)
2 j6=i i=1 |ri − rj |
Z Z Z
1
− dxi dxj φ∗i (i)φ∗j (j) φi (j)φj (i) . . . dxN φ∗N (N )φN (N )
|ri − rj |
1 XX
N
= (Jij − Kij ). (1.28)
2 j6=i i=1
Cada termo acima permite duas permutações diferentes de zero, diferindo apenas pela
troca de i e j, e dando depois da integração N − 2 fatores unitários, sobrando apenas Jij
e Kij ,
com
M X Z dxj φ∗j (j)(1 − Pij )φj (j)
1 2 X Zα
Hief f ≡ − ∇i − + , (1.32)
2 α=1
|r i − R α | j6=i
|r i − r j |
e
N
X
εi = H i + (Jij − Kij ) (1.33)
j=1
encontrar:
N
X N
XX
E= εi − (Jij − Kij ), (1.34)
i=1 j6=i i=1
assim podemos escrever a energia total do sólido através de (1.9), ou energia de Hartree-
Fock,
N N M M
X XX 1 X X Zα Zβ
Etotal = εi − (Jij − Kij ) + . (1.35)
i=1 j6=i i=1
2 α=1 β=1 |Rα − Rβ |
1964 com base no trabalho de Hohenberg, Kohn e Sham [KS65, KH64], onde provaram
dois teoremas que são fundamentais para teoria, e obtiveram as equações conhecidas como
as Equações de Kohn-Sham.
ou
hψ|Ĥ|ψi < hψ 0 |Ĥ|ψ 0 i = hψ 0 |Ĥ 0 |ψ 0 i + hψ 0 |V̂ − V̂ 0 |ψ 0 i (1.37)
Assim,
N Z
X Z
hψ|V̂ |ψi = 3
d r1 . . . d3 rN ψ ∗ (r1 . . . rN )υ(ri )ψ(r1 . . . rN )
i=1
XN Z Z Z Z Z
= dr3 3
d r1 . . . 3
d ri υ(r)δ(r − ri ) 3
d ri+1 . . . d3 rN ψ ∗ ψ
Zi=1
= ρ(r)υ(r)d3 r. (1.39)
1.3 TEORIA DO FUNCIONAL DA DENSIDADE (DFT) 15
E + E 0 < E 0 + E. (1.42)
Teorema 2. A energia do estado fundamental E0 [ρ] é mínima para densidade ρ(r) exata,
A prova desse teorema também é bastante direta. Como já foi mostrado pelo primeiro
teorema, qualquer observável de um sistema é um funcional único da densidade. Sendo
assim, a energia total pode ser escrita como:
E[ρ] = hψ[ρ]|T̂ + Û |ψ[ρ]i + hψ[ρ]|V̂ |ψ[ρ]i ou E[ρ] = F [ρ] + hψ[ρ]|V̂ |ψ[ρ]i (1.44)
A idéia básica de como os teoremas de Hohenberg e Kohn são aplicados é que cada
elétron se move em algum potencial efetivo médio Vef f o qual é gerado pelos outros
elétrons e os núcleos. Este potencial deve ser encontrado autoconsistentemente já que
a função de onda para cada elétron é incluída no potencial efetivo de todos os elétrons,
como vimos na aproximação de Hartree-Fock. É preciso ter em mente que, os elétrons
“reais” são substituídos por elétrons “efetivos” com a mesma densidade total, movendo-se
como partículas independentes num potencial efetivo. A equação de Schroedinger que
determina as autofunções dos elétrons efetivos é de forma geral, dada por
~ 2
− ∇ + υef f (r) ψi (r) = i ψi (r) (1.47)
2m
onde ψi (r) dá a densidade de carga exata,
X
ρ(r) = ni |ψi (r)|2 (1.48)
i
onde Ts [ρ] é a soma das energias cinética de todos os elétrons “efetivos” não interagentes
em um potencial efetivo, e Tc [ρ] a parte de correlação. A energia potencial é dividida em
três partes: a primeira o potencial de Hartree ou potencial coulombiano, a segunda seria
um termo de troca e a última um termo de correlação eletrônica.
onde,
Exc [ρ] = Tc [ρ] + Uc [ρ] + Ux [ρ] (1.52)
e Z
V [ρ] = ρ(r)υ(r)d3 r. (1.53)
Toda a informação sobre correções de troca e correlação eletrônica é colocada em um
único termo (Exc ) conhecido como energia de troca e correlação. A energia total pode
então ser escrita mais explicitamente como,
e2 ρ(r)ρ(r0 )
Z Z
0
E = Ts [ρ] + 0
drdr + ρ(r)υ(r)d3 r + Exc [ρ] (1.54)
2 |r − r |
onde,
~2 X
Z
Ts = − ni ψi∗ (r)∇2 ψi (r)dr. (1.55)
2m i
Z
= Vef f [ρ] − d3 r[υH (r) + υxc (r)]. (1.58)
1.3 TEORIA DO FUNCIONAL DA DENSIDADE (DFT) 18
P
Agora identificando a energia do sistema não interagente como Ts + Vef f = i i , temos
e2 ρ0 (r)ρ0 (r0 )
X Z Z
0
E= i − 0
drdr − d3 rυvx (r)ρ0 (r) + Exc [ρ0 ]. (1.59)
i
2 |r − r |
onde εLDA
xc é a energia de troca e correlação por elétron de um gás de elétrons homogêneo
de densidade ρ = ρ(r). A LDA para ser válida é necessário que: (i) troca e correlação
sejam dominados pela densidade na vizinhança do ponto r, e esses efeitos não variem com
a posição.
Se a densidade eletrônica ρ(r) for fortemente não uniforme, a energia de troca e cor-
relação calculada usando a densidade de gás de elétrons uniforme não é uma boa aproxi-
mação. Em sistemas reais a densidade é não homogênea, ou seja, ρ(r) varia espacialmente.
Uma forma de corrigir a LDA para sistemas não homogêneos é expressar o funcional Exc [ρ]
1.4 A TEORIA DO PSEUDOPOTENCIAL 19
1.4.1 Introdução
O grande sucesso da DFT não é ainda auto suficiente para resolver todos os proble-
mas ab initio, principalmente os sistemas grandes (com muitos átomos), pois para este
tipo de sistema o custo computacional é alto. Assim nasce a necessidade de técnicas
e aproximações, para tornar estes métodos aplicáveis a sistemas maiores (com milhares
de átomos). Uma aproximação muito conhecida para sistemas grandes, na DFT, em
particular para sólidos, é baseada no conceito de pseudopotencial (PP).
A teoria do pseudopotencial foi densenvolvida para simplificar cálculos de estrutura
eletrônica. Essa teoria é sustentada fisicamente no fato que os elétrons mais internos
dos átomos são quimicamente inertes, ou seja, não participam na formação de ligações
químicas, e as funções de onda que os representam praticamente não se alteram quando
o átomo é colocado em outro ambiente químico (ver Figura 1.3). Consequentemente é
possível realizar cálculos atômicos, para um sólido ou uma molécula grande, levando em
conta somente a densidade de valência a ser determinada autoconsistentemente para o
sistema de interesse.
Nas equações de Kohn-Sham o potencial efetivo υef f [ρ] = υext [ρ] + υH [ρ] + υxc [ρ] é
determinado pela densidade eletrônica ρ(r), e as soluções autoconsistentes são os orbitais
reproduzindo esta densidade. Na aproximação do PP os termos υH e υxc em υef f [ρ]
são somente calculados para a densidade de valência ρυ , e para os elétrons do núcleo
PP PP PP
substitui-se o υext pelo pseudopotencial υext . Consequentemente υef f [ρυ ] = υext [ρυ ] +
PP
υH [ρυ ] + υxc [ρυ ]. O pseudopotencial υext [ρυ ] é determinado em dois passos: (i) determina-
PP
se, em um cálculo atômico auxiliar, um PP efetivo, υef f , tal que para uma configuração
PP
atômica, os orbitais resultantes de υef f concordem, para um raio de corte rc separando o
núcleo da região de valência, com os orbitais obtidos a partir da equação de Kohn-Sham
1.4 A TEORIA DO PSEUDOPOTENCIAL 20
Ele também propôs um critério para encontrar os parâmetros (a0 , a1 , a2 e a3 ): (i) a função
de onda fosse de norma conservada; (ii) As funções de onda reais e as pseudofunções de
onda tem o mesmo autovalor de valência; (iii) A pseudofunção de onda seja sem nós e
iguais a funções de onda reais para r > rc ; (iv) as pseudofunções de onda devem ser
contínuas assim como sua primeira e segunda derivada em rc .
Não somente Kerker propôs esse método, mas também muitos outros autores. Há
portanto uma certa flexibilidade para construir os pseudopotenciais, pois a construção
para r < rc não é única, e isto pode ser explorado para otimizar a convergência de
pseudopotenciais para bases de interesse. É necessário saber qual o critério para construir
um pseudopotencial “ótimo”. Um pseudopotencial ótimo é o que minimiza o número
de funções de bases necessárias para encontrar a meta desejada, que encontre a energia
total convergida sem prejudicar a transferabilidade entre o átomo e ambientes de matéria
condensada [Che00].
Uma aproximação direta para otimizar o pseudopotencial é impor certos vínculos ao
polinômio p(r) supondo que,
N
X
p(r) = c0 + cn r n . (1.68)
n=1
Assim, teremos que truncar a série em algum ponto, e este ponto é escolhido de acordo
com o problema a ser escolhido (por exemplo impor uma convergência mais rápida do
pseudopotencial no espaço recíproco). [TM91] sugeriram uma diferente aproximação para
p(r),
6
X
p(r) = c0 + c2n r2n , (1.69)
2n
vinculando-se os coeficientes para a conservação da norma. Além disso, exigiu a conti-
nuidade das pseudofunções de onda, da primeira e quarta derivada em rc , e exigiu um
pseudopotencial de curvatura zero na origem. Assim esses potenciais são suaves e conver-
gem muito rapidamente no espaço recíproco.
De posse das funções de onda dadas por (1.66, 1.67) inverte-se a equação de Kohn-
Sham e obtém-se o pseudopotencial para o núcleo e os elétrons do núcleo, Vion,P P :
n ~2 ∇2 ψn,P P
Vion,P P = n − VH − Vxc + (1.70)
2mψn,P P
1.5 SIESTA 23
e dando um autovalor n e uma pseudofunção de onda ψn,P P , que por construção concorda
com a função de onda real.
Nesta construção dos pseudopotenciais, encontramos o potencial que depende do
estado do sistema (depende do número quântico n), e os potenciais são diferentes para
cada subcamada (elétrons s, p, d). A não localidade aparece na dependência angular do
potencial, mas não na dependência radial. As interações entre os elétrons de valência e o
núcleo e os elétrons do núcleo, podem ser separadas em um potencial local não dependente
de l(número quântico do momento angular), e uma forma do pseudopotencial não-local
de Kleinman e Bylander no espaço real dependente de l,
X
KB
Vion,P P (r) = Vion,local + Vn−local,l (r) (1.72)
l
com
KB |Vn−local,l uPl P (r)ihuPl P (r)Vn−local,l |
Vn−local,l (r) = (1.73)
huPl P (r)|Vn−local,l |uPl P (r)i
onde uPl P (r) é a pseudofunção de onda para o qual Vn−local,l foi calculado.
1.5 SIESTA
O SIESTA [SAG+ 02] (Spanish Initiative for Electronic Simulations with Thousands
of Atoms), é um programa escrito em FORTRAN90, implementado para fazer cálculos
de estrutura eletrônica e simulações de dinâmica molecular ab initio de moléculas e só-
lidos. Utiliza a teoria do funcional da densidade (conforme descrição na seção (1.3)),
com aproximações de densidade local (LDA) ou aproximações generalizadas do gradiente
(GGA).
O código SIESTA usa condições periódicas de contorno e um conjunto de bases numéri-
cas e localizadas, escrevendo os orbitais de Kohn-Sham como combinações lineares de
orbitais atômicos (LCAO). Faz uso de pseudopotenciais de norma conservada, para des-
crever a interação entre os elétrons de valência e o núcleo e os elétrons do núcleo, em sua
forma inteiramente não local (Kleinman-Bylander). As forças dentro do sistema e o stress
são calculados com precisão, permitindo simulações de relaxação estrutural e dinâmica
molecular.
Nossos cálculos para para os nanotubos de carbono, BC2 N (modelo I e II) e BCN
são baseados na teoria do funcional da densidade como implementado no código SIESTA.
1.5 SIESTA 24
NANOTUBOS DE CARBONO E OS
NANOTUBOS BxCy Nz
Introdução
que foram empregados (um orbital s e n orbitais p). Existem três possíveis hibridizações
para o carbono: sp, sp2 e sp3 . Essa disponibilidade de ligações possibilita a combinação
dos átomos de carbono com muitos outros elementos aumentando o número de materiais
com as mais diversas propriedades físico-químicas. Para o carbono são conhecidas muitas
formas alotrópicas, entre elas estão o grafite, diamante, fulerenos e os nanotubos. Os
nanotubos de carbono e o grafite apresentam hibridizações do tipo sp2 .
Esses três elementos (o boro, o carbono e o nitrogênio) serão utilizados para formar
os nanotubos de BCN e BC2 N , que serão estudados nesse trabalho.
2.2 Grafite
Figura 2.2 Nanotubos de carbono de mútiplas camadas observados por Iijima em 1991 [Iij91]
Nanotubos de carbono podem ser descritos como folhas de grafite (grafeno) enroladas
no formato de cilindros. Em 1992 os físicos Noriaki Hamada, Shin-ichi Sawada e Atsushi
Oshiyama previram que há incontáveis maneiras de se enrolar uma folha de grafeno para
se fazer um nanotubo de única camada SWNT [CC03]. A Figura 2.3 mostra a estrutura
do grafeno usada para descrever a estrutura dos nanotubos. A estrutura do SWNT é
definida por um vetor quiral (Ch ) dado por:
Figura 2.3 Vetores que caracterizam os nanotubos de carbono a partir da folha de grafeno
podemos formar dois tipos de nanotubos, os nanotubos aquirais, que podem ser armchair
ou zigzag, e os nanotubos quirais. A Figura 2.3 mostra como se obter os nanotubos do tipo
armchair (poltrona ou braço de cadeira), zigzag ou quiral. Os nanotubos armchair são
caracterizados por um vetor quiral do tipo (n, n) enquanto o zigzag (n, 0), os nanotubos
quirais possuem n 6= m exibindo uma simetria espiral ao longo do eixo de simetria, e
2.3 NANOTUBOS DE CARBONO 29
Figura 2.4 Tipos de nanotubos: (a) armchair, (b) zigzag e (c) quiral
T = t1 a1 + t2 a2 . (2.4)
2.3 NANOTUBOS DE CARBONO 30
Os vetores a1 e a2 , geram a rede inteira levando em conta uma base formada por dois
átomos de carbono A e B. Na primeira zona de Brillouin do grafeno na Figura 2.5, estão
indicados os pontos de alta simetria, Γ, K e M , sendo o centro, o vértice e o centro da
aresta do hexágono.
Podemos então obter os vetores base que formam a rede recíproca dos nanotubos de
carbono e então definir a sua zona de Brillouin. A rede recíproca unidimensional do
2.3 NANOTUBOS DE CARBONO 31
Figura 2.5 Célula unitária da folha de grafeno (a) no espaço real, (b) no espaço recíproco. Na
primeira zona de Brillouin os pontos de alta simetria estão marcados: Γ, M e K
nanotubo pode ser mapeada em duas direções, na direção do eixo do tubo e na direção
da circunferência. A expressão para os vetores da rede recíproca ao longo do eixo do tubo
k2 e ao longo da direção circunferencial k1 , são obtidos pela relação:
Ri · ki = 2πδij (2.12)
onde Ri são os vetores base da rede real (Ch e T para i = 1 e 2 respectivamente). Teremos
então,
Ch · k1 = 2π, Ch · k2 = 0
T · k1 = 0, T · k2 = 2π. (2.13)
2.4 Os nanotubos Bx Cy Nz
2
mais detalhes serão dados no capítulo seguinte
34
Capítulo 3
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Figura 3.1 Geometrias otimizadas dos nanotubos de carbono: a) Amrchair (6,6) com diâmetro
de 8,33Å e b) Zigzag (9,0) com diâmetro 7,23Å
Tabela 3.1 Comparação dos diâmetros dos nanotubos de carbono calculados e previstos pelo
modelo apresentado no capítulo 2.
Zigzag Armchair
Calculado Teórico Diferença Calculado Teórico Diferença
(n, m) D (Å) D (Å) (n, m) D (Å) D (Å)
(4,0) 3,41 3,13 9,0% (2,2) 2,95 2,71 8,9%
(5,0) 4,11 3,91 5,1% (3,3) 4,19 4,07 3,0%
(6,0) 4,90 4,70 4,3% (4,4) 5,61 5,42 3,3%
(7,0) 5,66 5,48 3,2% (5,5) 6,93 6,78 2,2%
(8,0) 6,45 6,26 3,0% (6,6) 8,33 8,14 2,4%
(9,0) 7,23 7,05 2,7% (7,7) 9,67 9,49 1,9%
(10,0) 8,01 7,83 2,3% (8,8) 11,06 10,85 2,0%
(11,0) 8,72 8,61 1,3% (9,9) 12,42 12,20 1,7%
(12,0) 9,60 9,39 2,1% (10,10) 13,85 13,56 2,2%
(13,0) 10,32 10,18 1,4% (11,11) 15,16 14,92 1,6%
(14,0) 11,12 10,96 1,4% (12,12) 16,49 16,27 1,3%
(15,0) 11,90 11,74 1,3%
(16,0) 12,77 12,53 2,0%
(18,0) 14,38 14,09 2,1%
Tabela 3.2 Média do comprimento das ligações C − C, ᾱ, e o correspondente desvio padrão, σ,
de nanotubos de carbono armchair e zigzag, com o correspondente diâmetro.
Zigzag Armchair
−3
D (Å) ᾱ(Å) σ · 10 (Å) D (Å) ᾱ(Å) σ · 10−3 (Å)
3,41 1,468 38,36 2,95 1,457 15,15
4,11 1,449 23,26 4,19 1,441 8,09
4,90 1,443 18,19 5,61 1,437 7,41
5,66 1,438 11,77 6,93 1,435 6,78
6,45 1,437 11,86 8,33 1,433 6,31
7,23 1,436 11,50 9,67 1,432 6,38
8,01 1,434 8,28 11,06 1,432 5,85
8,72 1,434 8,79 12,42 1,431 5,51
9,60 1,433 8,45 13,85 1,431 5,61
10,32 1,432 6,99 15,16 1,431 5,81
11,12 1,427 4,67 16,49 1,429 4,66
11,90 1,432 7,13
12,77 1,432 6,56
14,38 1,432 7,18
A partir dos resultados obtidos, através dos cálculos teóricos via SIESTA, podemos
obter a energia de strain dos nanotubos. A energia de strain por átomo, Estrain , é definida
por,
Estrain = ET ubo − ECamada , (3.1)
onde ET ubo é a energia total, calculada explicitamente através dos SIESTA utilizando
DFT, por átomo do nanotubo, e ECamada é a energia total por átomo da correspondente
monocamada. A energia por átomo da monocamada de C (grafeno) que encontramos foi
ECamada = −154.86eV . Podemos determinar também o gap de energia dos nanotubos
estudados. O gap é determinado através das estruturas de bandas eletrônicas dos nano-
tubos de carbono, sendo a diferença de energia entre o máximo da banda de valência e o
mínimo da banda de condução.
A tabela 3.3 mostra os resultados obtidos para o cálculo da energia de strain e dos
gaps dos nanotubos de carbono.
A partir da figura 3.2 podemos verificar que a energia de strain dos nanotubos decresce
com o diâmetro, convergindo aproximadamente para zero (que é a energia de strain da mo-
β
nocamada (grafeno)) com 1/D2 . Analisando a Fig. 3.2, propomos a expressão Estrain = D2
3.1 CÁLCULOS PARA OS NANOTUBOS DE CARBONO SWNT ARMCHAIR E ZIGZAG 37
Tabela 3.3 Energia total, energia de strain e gap dos nanotubos de carbono
ET otal EStrain Gap ET otal EStrain Gap
(eV) (eV/átomo) (eV) (eV) (eV/átomo) (eV)
(4,0) -4931,94 0,74 0,00 (2,2) -4921,09 1,08 0,00
(5,0) -6174,56 0,50 0,00 (3,3) -7410,26 0,48 0,01
(6,0) -7416,40 0,36 0,00 (4,4) -9893,72 0,27 0,01
(7,0) -8657,39 0,27 0,08 (5,5) -12374,89 0,18 0,01
(8,0) -9898,05 0,21 0,63 (6,6) -14854,90 0,13 0,02
(9,0) -11138,13 0,17 0,30 (7,7) -17334,27 0,09 0,02
(10,0) -12378,28 0,14 0,62 (8,8) -19813,24 0,07 0,01
(11,0) -13618,10 0,11 1,01 (9,9) -22291,92 0,06 0,00
(12,0) -14857,60 0,10 0,26 (10,10) -24770,38 0,05 0,01
(13,0) -16097,21 0,08 0,49 (11,11) -27248,75 0,04 0,00
(14,0) -17336,56 0,07 0,79 (12,12) -29726,98 0,04 0,01
(15,0) -18575,88 0,06 0,24
(16,0) -19815,24 0,06 0,36
(18,0) -22293,64 0,05 0,18
para ajustar a curva da energia de strain dos nanotubos. Fazendo isso para os nanotubos
de carbono encontramos aproximadamente βC(n,n) = 9.16eV ·Å2 e βC(n,0) = 8.58eV ·Å2 ,
para nanotubos do tipo armchair e zigzag respectivamente. O comportamento nessa
Figura 3.2 Energia de strain para os nanotubos de carbono do tipo armchair e zigzag
3.1 CÁLCULOS PARA OS NANOTUBOS DE CARBONO SWNT ARMCHAIR E ZIGZAG 38
curva mostra que os resultados encontrados estão de acordo com a literatura [MRCL94],
[HGBR98] e [RBM92]. Podemos concluir que o nanotubos do tipo zigzag, apresentam
estabilidade ligeiramente maior quando comparada aos nanotubos do tipo armchair, ou
seja, para nanotubos com mesmo diâmetro a energia de strain dos nanotubos armchair
é maior do que a energia de strain do nanotubos zigzag, o que implica que é mais fácil
enrolar a monocamada para nanotubos com vetor quiral (n, 0).
Figura 3.3 Estruturas de Bandas de energia para os nanotubos de carbono zigzag: a) (6,0), b)
(10,0) e c) (15,0) e armchair: d) (2,2), e) (7,7) e f) (12,12).
Figura 3.4 Ilustração da nanoestrutura de BCN (a) Monocamada de BCN , (b) o correspon-
dente nanotubo para a monocamada e (c) alguns nanotubos com diferentes diâmetros
Assim escolhemos oito tipos de nanotubos BC2 N para os modelo I e II: (2,2), (3,3),
(4,4), (5,5), (6,6), (7,7), (10,10) e (12,12), e sete para nanotubos BCN : (2,2), (3,3),
3.2 CÁLCULOS PARA OS NANOTUBOS BC2 N E BCN DO TIPO ARMCHAIR 40
Figura 3.5 Ilustração da nanoestrutura de BC2 N Modelo I (a) Monocamada de BC2 N , (b) o
correspondente nanotubo para a monocamada e (c) alguns nanotubos com diferentes diâmetros
Figura 3.6 Ilustração da nanoestrutura de BC2 N Modelo II (a) Monocamada de BC2 N , (b) o
correspondente nanotubo para a monocamada e (c) alguns nanotubos com diferentes diâmetros
(4,4), (5,5), (6,6), (7,7) e (10,10). É importante notar que a diferença do número de
átomos de um nanotubo armchair BC2 N (2,2) para um (3,3), por exemplo, é sempre de
16 átomos, o que implica que sempre adicionamos um número de átomos que é múltiplo
de 4 e a estrutura de BC2 N pode ser mantida para todos os nanotubos subsequentes.
No caso do BCN temos uma diferença de 12 átomos entre nanotubos subsequentes, o
que permite também manter o arranjo atômico de BCN como na figura 3.4 para todos os
nanotubos armchair (n, n). A partir dessas nanoestruturas montadas, proseguimos para o
3.2 CÁLCULOS PARA OS NANOTUBOS BC2 N E BCN DO TIPO ARMCHAIR 41
Tabela 3.4 Diâmetro dos nanotubos estudados para o BC2 N modelos I e II, e para o BCN .
BC2 N I e II BCN
D (Å) D (Å)
(2,2) 3,06 (2,2) 2,77
(3,3) 4,24 (3,3) 4,36
(4,4) 5,66 (4,4) 5,84
(5,5) 6,96 (5,5) 7,20
(6,6) 8,37 (6,6) 8,71
(7,7) 9,83 (7,7) 10,07
(10,10) 13,90 (10,10) 14,29
(12,12) 16,65
Figura 3.7 Diâmetro calculado como função do No de átomos. Fazendo um ajuste linear D =
a + bNT encontramos para o BCN a ≈ 0, 03306 e b ≈ 0, 11939 e para o BC2 N modelos I e II
a ≈ 0, 19490 e b ≈ 0, 08560
Tabela 3.5 Energia total, energia de strain e o gap dos nanotubos BC2 N e BCN
Etotal Estrain Gap
(eV) (eV/átomo) (eV)
BC2 N I BC2 N II BCN BC2 N I BC2 N II BCN BC2 N I BC2 N II BCN
(2,2) -5248.11 -5245.74 -4008.50 0.85 0.83 0.78 0.72 1.13 0.64
(3,3) -7894.45 -7889.24 -6027.36 0.39 0.40 0.37 1.73 0.79 0.24
(4,4) -10536.31 -10529.61 -8044.08 0.23 0.24 0.21 1.60 0.98 0.03
(5,5) -13176.45 -13168.32 -10059.57 0.15 0.16 0.14 1.44 1.06 0.05
(6,6) -15815.75 -15806.16 -12074.43 0.11 0.12 0.10 1.34 1.09 0.06
(7,7) -18454.56 -18443.48 -14088.86 0.08 0.09 0.07 1.26 1.13 0.07
(10,10) -26369.46 -26353.80 -20130.65 0.05 0.05 0.04 1.15 1.16 0.09
(12,12) -31645.38 -31626.67 0.04 0.04 1.13 1.17
∞ -5275.42 -5272.41 -4027.16 0.00 0.00 0.00 1.19 1.10 0.00
Realizando uma análise a partir dos dados da tabela 3.5, é possível observar que temos
basicamente a mesma energia de strain para os nanotubos BC2 N modelo I e BC2 N
modelo II, o que indica que a estrutura atômica não tem fortes influências sobre o strain.
3.2 CÁLCULOS PARA OS NANOTUBOS BC2 N E BCN DO TIPO ARMCHAIR 43
β
Figura 3.8 Energia de strain em função do diâmetro. Para Estrain = DN
com N = 2 os
nanotubos BC2 N têm β ≈ 7.7eV ·Å2 , e para N = 1.7 os nanotubos BCN têm β ≈ 4.4eV ·Å2
Na tabela 3.5 estão também os valores calculados para o gap dos nanotubos. A
substituição de átomos de carbono por átomos de boro e nitrogenio formando a estrutura
3.2 CÁLCULOS PARA OS NANOTUBOS BC2 N E BCN DO TIPO ARMCHAIR 44
Figura 3.9 Gap de energia em função do diâmetro para os nanotubos BC2 N modelos I e II e
os nanotubos BCN
Figura 3.10 Estruturas de Bandas de energia para os nanotubos: BCN figuras a), b) e c),
BC2 N modelo I figuras d), e) e f) e BC2 N modelo II figuras g), h) e i).
3.2 CÁLCULOS PARA OS NANOTUBOS BC2 N E BCN DO TIPO ARMCHAIR 46
Por fim, para avaliar a estabilidade energética dos vários nanotubos Bx Cy Nz atra-
vés da energia de formação, precisamos distinguir as diferentes técnicas que podem ser
empregadas na síntese dessas estruturas. Assim, em cada caso, introduzimos os poten-
ciais químicos apropriados µN , µB e µC para o nitrogênio, boro e carbono respectivamente.
Para o caso no qual os nanotubos possam ser obtidos por ablação por laser ou discarga por
arco podemos ter, em ambos os casos, ambientes ricos em nitrogênio, boro ou carbono,
dependendo do reservatório atômico empregrado. Em um ambiente rico em nitrogênio
µN = −270, 22eV é a energia total por átomo da fase α − N2 do nitrogênio sólido, en-
quanto a fase α − B metálica, µB = −77, 23eV , é usada como reservatório para embientes
ricos em boro [Aze06].
Podemos obter esses potenciais químicos teoricamente, para os nanotubos de carbono
e de nitreto de boro, através dos cálculos da energia total desses nanotubos. Os potenciais
químicos para o B e N estão vinculados pela condição de equilíbrio termodinâmico µN +
µB = µBN onde µBN é o potencial químico por par de BN obtido através do cálculo da
energia total de um nanotubo SWNT de BN . Analogamente obtemos o potencial químico
para o par CC em um nanotubo de carbono SWNT. Feito isso encontramos µtubo
BN =
−350, 04eV , e µtubo
CC = −309, 54eV . Usando esses potenciais químicos, e fazendo a energia
de referência ser o limite completamente segregado, ou seja, a energia dos nanotubos
infinitos de carbono e BN como referência e atribuindo um valor nulo a sua energia de
formação, a energia de formação dos nanotubos com B, C e N pode ser escrita como:
com
µN + µB = µtubo
BN (3.5)
µC + µC = µtubo
CC . (3.6)
onde Etot é a energia total calculada do nanotubo a partir do SIESTA. Na expressão acima
nB , nN e nC é o número de átomos de boro, nitrogênio e carbono, respectivamente. Como
o número de pares BN (nBN ) é igual ao número de pares CC (nCC ) para os compostos
BC2 N , a Eq. 3.4 pode ser reescrita como
Tabela 3.6 Energias de formação calculadas para os nanotubos de BC2 N e BCN do tipo
armchair
BC2 N (I) BC2 N (II) BCN
D (Å) Ef orm (eV/átomo) D(Å) Ef orm (eV/átomo)
3,06 0,89 0,96 2,77 1,25
4,24 0,43 0,54 4,36 0,84
5,66 0,26 0,37 5,84 0,68
6,96 0,19 0,29 7,20 0,61
8,37 0,15 0,25 8,71 0,57
9,83 0,12 0,22 10,07 0,54
13,90 0,09 0,18 14,29 0,51
16,65 0,07 0,17 ∞ 0,47
∞ 0,04 0,13
A partir da Tabela 3.6, podemos verificar que a energia de formação diminui propor-
cionalmente ao aumento do diâmetro. Tal comportamento pode ser explicado pelo fato
que o aumento do diâmetro corresponde a um aumento do número de ligações C-C e
B-N, abaixando assim sua energia de formação. Tal comportamento nos permite concluir
que a segregação de fase ocorre na maioria da estruturas B-C-N. Nós também podemos
ver, na Tabela 3.6, que nanotubos de BC2 N apresentam menores valores para a energia
de formação do que os de BCN . Este resultado pode também ser explicado a partir do
número de ligações, desde que estruturas de BCN contém um menor número de pares
B-N e C-C do que as de BC2 N .
A dependência de Ef orm como função do diâmetro dos nanotubos está ilustrada na
figura 3.11, onde os pontos correspondem aos dados da tabela 3.6. Esta figura mostra
que a energia de formação, obtida usando as equações 3.7 e 3.9, decresce com o aumento
do diâmetro. Cada curva tende assintoticamente para um valor constante, E∞ , que cor-
responde a energia de formação para a monocamada(D −→ ∞). É visível na figura que o
comportamento das curvas para os nanotubos BC2 N modelos I e II são bastante simila-
res, apresentando uma diferença constante de energia de aproximadamente 0, 1eV /átomo,
3.2 CÁLCULOS PARA OS NANOTUBOS BC2 N E BCN DO TIPO ARMCHAIR 48
Figura 3.11 Energia de formação como função do diâmetro para os nanotubos BC2 N e BCN
Depois que todas estruturas foram simuladas via SIESTA obtemos as posições de
equilíbrio dos átomos. É possível então realizar um estudo da variação do comprimento
das ligações entre os átomos nos nanotubos de BC2 N e BCN . Nos nanotubos de BC2 N
temos as ligações entre boro e nitrogênio (BN ), boro e carbono (BC), nitrogênio e carbono
(N C), e entre os átomo de carbono (CC). Nos nanotubos de BCN , apenas as ligações
CC não existem.
A partir da análise das estruturas exemplificadas nas figuras 3.4, 3.5 e 3.6, é possível
ver que o número de cada tipo de ligação química (ou par atômico) está diretamente
conectado com o número total dos átomos nos nanotubos (NT ), temos portanto:
3.3 ESTUDO COMPARATIVO DOS NANOTUBOS DE CARBONO, BC2 N E BCN 49
1 1 5
NBN = NT , NBC = NN C = NT e NCC = NT para o BC2 N modelo I
2 8 8
1 5
NBN = NT , NBC = NN C = NT e NCC = 0 para o BCN , (3.10)
2 12
1 3 1
NBN = NT , NBC = NN C = NT e NCC = NT para o BC2 N modelo II
2 16 2
onde NBN é o número de ligações BN , NCC o número de ligações CC, NBC e NN C o
número de ligações BC e N C, respectivamente. Como dito anteriormente, o aumento
no número de ligações BN e CC aumenta a estabilidade energética dos nanotubos pois
abaixa a energia de formação, nesse caso o número de ligações está diretamente conectado
com o número total de átomos nos nanotubos, consequentemente o aumento do diâmetro
está relacionado com o aumento da estabilidade energética do nanotubo.
A partir das posições dos átomos nas estruturas já relaxadas é possível obter o com-
primento da ligações BN , CC, N C e BC. A tabela 3.7 mostra a média do comprimento
das ligações, ᾱ, e o correspondente desvio padrão, σ, para cada nanoestrutura B − C − N
armchair estudada.
Para os dados da tabela 3.7 é possível ver que, em geral, todas as médias dos compri-
mentos das ligações decrescem com o diâmetro do tubo. Vemos também na tabela 3.7 que
o desvio padrão para BN e CC são sistematicamente maiores do que os correspondentes
valores para as ligações BC e N C. Tal comportamento pode ser consequência do fato
que as ligações BC e N C, nos nanotubos armchair, podem ser somente diagonais ao eixo
do tubo, enquanto as ligações BN e CC podem ser diagonais e perpendiculares ao eixo
do tubo. Este comportamento geométrico não pode ser observado para nanotubos BCN ,
e não é possível detectar alguma dependência de σ no tipo de ligação.
Tabela 3.7 Média do comprimento das ligações, ᾱ, e o correspondente desvio padrão, σ, de
nanotubos armchair SWNT de (a) BC2 N modelo I, (b) BC2 N modelo II, e (c) BCN
(a) BC2 N Modelo I
B−N C−C B−C N −C
D (Å) NT ᾱ(Å) σ· 10−3 (Å) ᾱ(Å) σ· 10−3 (Å) ᾱ(Å) σ· 10−3 (Å) ᾱ(Å) σ · 10−3 (Å)
3,06 32 1,472 22,54 1,445 15,63 1,523 0,00 1,422 0,00
4,24 48 1,456 12,58 1,435 20,75 1,518 0,22 1,409 0,10
5,66 64 1,449 11,02 1,431 15,08 1,511 0,11 1,403 0,11
6,96 80 1,446 9,45 1,429 12,62 1,508 0,32 1,398 0,19
8,37 96 1,444 8,57 1,428 11,69 1,507 0,07 1,396 0,10
9,83 112 1,444 9,53 1,427 11,12 1,506 0,29 1,396 0,25
13,90 160 1,444 9,17 1,427 10,60 1,504 0,33 1,394 0,18
16,65 192 1,443 8,64 1,426 11,26 1,503 0,40 1,394 0,57
(b) BC2 N Modelo II
B−N C−C B−C N −C
D (Å) NT ᾱ(Å) σ · 10−3 (Å) ᾱ(Å) σ · 10−3 (Å) ᾱ(Å) σ · 10−3 (Å) ᾱ(Å) σ · 10−3 (Å)
3,06 32 1,477 33,76 1,435 24,78 1,524 0,00 1,418 0,00
4,24 48 1,460 17,51 1,430 3,39 1,511 0,63 1,396 0,38
5,66 64 1,454 10,11 1,429 12,31 1,506 0,02 1,389 0,21
6,96 80 1,450 7,90 1,428 14,58 1,506 0,35 1,387 0,12
8,37 96 1,449 7,46 1,426 13,96 1,504 0,14 1,385 0,25
9,83 112 1,447 7,06 1,425 14,48 1,504 0,21 1,386 0,15
13,90 160 1,446 5,88 1,425 15,10 1,502 0,15 1,384 0,31
16,65 192 1,446 6,12 1,425 15,09 1,502 0,45 1,384 0,45
(c) BCN
B−N B−C N −C
D (Å) NT ᾱ(Å) σ · 10−3 (Å) ᾱ(Å) σ · 10−3 (Å) ᾱ(Å) σ · 10−3 (Å)
2,77 24 1,473 45,77 1,537 18,35 1,401 19,91
4,36 36 1,449 22,50 1,528 8,02 1,390 9,41
5,84 48 1,444 15,67 1,526 11,23 1,388 4,90
7,20 60 1,444 11,23 1,525 12,69 1,389 2,89
8,71 72 1,444 10,19 1,524 12,00 1,389 2,67
10,07 84 1,443 9,28 1,522 11,87 1,389 2,22
14,29 120 1,442 7,25 1,519 7,85 1,389 0,85
3.3 ESTUDO COMPARATIVO DOS NANOTUBOS DE CARBONO, BC2 N E BCN 51
estão feitos, juntamente com os resultados para os nanotubos zigzag BC2 N e BCN , na
figura 3.12 (no formato log.xlog.), onde os símbolos preenchidos representam os resultados
para a configuração armchair, e os abertos os resultados para a configuração zigzag, feitos
a partir dos resultados de Azevedo et al. Na figura os círculos indicam a energia de strain
calculados para os nanotubos de carbono, e os quadrados para os nanotubos B-C-N.
Figura 3.12 Energia de strain plotado com função do diâmetro para nanotubos: (a) BC2 N
modelo I, (b) BC2 N modelo II e (c) BCN . Os símbolos preenchidos representam os resultados
para a configuração armchair e os símbolos abertos os resultados para os nanotubos zigzag. Os
círculos indicam a energia de strain calculada para os nanotubos de carbono.
Os resultados da seção 3.1 e 3.2 mostram que a energia de strain dos nanotubos de
carbono (armchair e zigzag), BC2 N e BCN (armchair) decresce com o diâmetro, seguindo
aproximadamente a lei 1/D2 e tendendo para o valor de energia de strain da monocamada.
3.3 ESTUDO COMPARATIVO DOS NANOTUBOS DE CARBONO, BC2 N E BCN 52
Da mesma maneira os resultados para os nanotubos BC2 N e BCN zigzag seguem a lei
1/D2 . Utilizando a expressão Estrain = β/DN com N = 2, obtemos os valores de β para
os nanotubos zigzag BC2 N e N = 1.7 para os BCN .
Tabela 3.8 Valores encontrados para o parâmetro β do ajuste das curvas de energia de strain
dos nanotubos estudados utilizando a expressão Estrain = β/DN com N=2 para os nanotubos
de C, BC2 N modelo I e II, e N=1,7 para os nanotubos de BCN .
β (eV ·Å2 )
N=2 armchair zigzag
C 9.16 8.58
BC2 N (I) 7.73 6.66
BC2 N (II) 7.68 6.78
N=1.7 armchair zigzag
BCN 4.39 3.83
Figura 3.13 Energia de formação plotada como função do diâmetro. Os símbolos preenchidos
representam os resultados para a configuração zigzag e os abertos para a configuração armchair.
Os quadrados indicam os resultados par o BCN , os triângulos os resultados para o BC2 N modelo
II e os círculos os resultados para o BC2 N modelo I.
54
CONSIDERAÇÕES FINAIS
para o BC2 N , concluimos que do ponto de vista da energia de strain os dois modelos
apresentam estabilidade similar, o que indica que o arranjo atômico não têm fortes in-
fluências sobre o strain, desde que se matenha a mesma configuração BC2 N . Isso fica
claro quando comparamos os resultados das estruturas BC2 N com as de BCN , pois as
estruturas de BC2 N são mais estáveis do que as estruturas de BCN e isto está ligado
ao fato de que os nanotubos de BC2 N apresentam uma maior quantidade de ligações
B-N e C-C. O aumento da quantidade dessas ligações também aumenta a estabilidade em
relação a energia de formação dos nanotubos estudados, por isso, as estruturas de BC2 N
apresentam menor energia de formação do que as de BCN . Tomando como referência
os nanotubos de carbono e BN com energia de formação nula, pode-se concluir que os
nanotubos estudados com menor energia de formação são os que são mais sucepitíveis de
segregação. Assim os resultados mostraram que o aumento do diâmetro nas estruturas
BC2 N e BCN abaixa sua energia de formação, pois nesse caso há um aumento no número
de ligações C-C e B-N. É possível então concluir que a segregação de fase ocorre nessas
estruturas.
Do ponto de vista de estrutura eletrônica pudemos ver que a substituição de átomos
de carbono por átomos de boro e nitrogênio, formando as estruturas de BC2 N , altera
profundamente o comportamento eletrônico dos nanotubos de carbono, pois o gap ganha
forte dependência com o diâmetro do nanotubo. Vimos também que a estrutura atô-
mica dos nanotubos de BC2 N depende fortemente do arranjo atômico, pois o modelo I
apresenta um decaimento do gap com o diâmetro, enquanto o modelo II apresenta um
crescimento do gap com o diâmetro. Contudo as estruturas BCN não apresentaram pro-
funda modificação em relação aos nanotubos de carbono, a não ser aqueles de diâmetro
pequeno que apresentam fortes influências dos efeitos de curvatura.
Realizamos o cálculo da média do comprimento das ligações entre os átomos nos
nanotubos de BC2 N e BCN , e em geral todas as médias decrescem com o diâmetro do
tubo. O desvio padrão para as ligações BN e CC são maiores do que para as ligações
BC e N C, sendo isso consequência do fato que as ligações BC e N C, nos nanotubos
armchair, podem ser somente diagonais ao eixo do tubo, enquanto as ligações BN e CC
podem ser diagonais e perpendiculares ao eixo do tubo.
Por fim comparamos as propriedades estruturais dos nanotubos de carbono, BC2 N e
BCN armchair e zigzag, utilizando o trabalho de Azevedo et al [AdPK06] como referência
para os nanotubos de zigzag. Encontramos que do ponto de vista da energia de strain,
os nanotubos zigzag são ligeiramente mais estáveis do que os nanotubos armchair. Além
disso, o efeito da substituição de átomos de carbono por átomos de boro e nitrogênio
é diminuir o parâmetro β, o que implica que do ponto de vista de energia de strain os
CONSIDERAÇÕES FINAIS 56
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UNIDADES ATÔMICAS
O sistema de unidades utilizados neste trabalho, unidades atômicas, pode ser conver-
tido para o Sistema Internacional (SI) através de um fator de conversão X. Assim uma