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Estudo de Caso

Olá, estudante!
Se você está lendo este texto é porque você chegou à etapa de avaliação das disciplinas de
Eixo do seu curso de Pós-graduação na área de Engenharia.
Para desenvolver esta atividade, você deve ler os artigos selecionados abaixo e elaborar um
texto entre 400 (mínimo) e 800 (máximo) palavras, o título entra na contagem (utilize o contador
de palavras do aplicativo Word ou equivalente para este controle). Não se esqueça de se posicionar
com clareza a respeito dos aspectos técnicos e legais sobre os assuntos abordados. Ao final, um caso
hipotético é apresentado para que você faça as suas considerações.

Artigos para leitura e fundamentação da análise


Paradoxo de Russell

Um dos teoremas mais clássicos da geometria euclidiana é o Teorema de Pitágoras, onde em


um triângulo retângulo qualquer temos que o quadrado da hipotenusa é igual à soma dos quadrados
dos catetos, ou simplesmente a seguinte equação:

2 2 2
𝑎=𝑏+𝑐

Os números naturais que satisfazem a relação do Teorema de Pitágoras, e consequentemente


formam os lados de um triângulo retângulo, são chamados de trios pitagóricos. Por exemplo, o trio
(3,4,5) satisfaz a equação, pois:

2 2
5 = 3 + 4²

Existem infinitos trios pitagóricos, entretanto, Pierre de Fermat conjecturou a seguinte


hipótese: para um expoente maior do que 2, não existe nenhum trio de números que satisfaça a
relação:
𝑛 𝑛 𝑛
𝑎=𝑏 +𝑐, 𝑛>2

Apesar da redação simples, o problema proposto por Fermat não foi nem um pouco fácil de
ser resolvido, levando 358 anos para uma demonstração válida ser elaborada.
Quem era Fermat?
Pierre de Fermat era um francês e juiz na Corte Criminal Soberana do Parlamento de Toulouse,
no século XVI. Conhecido como o “Príncipe dos Amadores”, Fermat não era um matemático por
profissão, mas por hobbies. Suas descobertas foram conhecidas não por publicações formais, mas
sim por cartas enviadas a amigos, colegas matemáticos, e por anotações feitas nas margens de uma
cópia do livro Arithmetica, de Diofanto.
O Príncipe dos Amadores fez inestimáveis contribuições para o cálculo geométrico e
infinitesimal, tendo um de seus teoremas, o Pequeno Teorema de Fermat, contribuído para os
cálculos de Isaac Newton (apesar da demonstração deste teorema ter sido publicada por Euler, em
1736).
Ao longo dos anos, 48 hipóteses levantadas por Fermat foram demonstradas ou invalidadas
por outros matemáticos, entretanto, um deles, levou mais de três séculos para ser demonstrado.
Nas margens de sua cópia do livro Arithmetica, Fermat escreveu o enunciado do que viria a
ser conhecido por seu último teorema, acrescido do seguinte comentário:

“Descobri uma demonstração maravilhosa desta proposição que, no entanto, não cabe nas
margens deste livro.” - Pierre de Fermat

Tentativas
Ao longo dos séculos XVIII, XIX e XX diversos matemáticos notáveis tentaram demonstrar O
Último Teorema de Fermat, entretanto sem lograrem êxito. Todavia, estas tentativas levaram a
criação de diversas técnicas de demonstrações matemáticas que foram vitais para a demonstração
final, além de outras demonstrações de outros teoremas, como o método dos divisores complexos
desenvolvido por Kummer em 1843.
Provas parciais foram desenvolvidas: Euler (1753) demonstrou o caso n=3, Legendre (1825) o
caso n=5, Dirichlet (1832) o caso n=14.
Prêmio Wolfskehl e a salvação de um suicídio
No final do século XIX, o último teorema de Fermat salvaria, de forma inusitada, a vida de Paul
Wolfskehl. O industrial alemão pretendia cometer suicídio após o fim de um relacionamento
amoroso. Na noite anterior a data pretendida para dar fim a sua vida, Paul começou a ler uma
demonstração fracassada do teorema de Fermat e, descobrindo um erro de lógica, passou a noite a
corrigir o erro. Ao final, a demonstração ainda não provava o teorema, porém Wolfskehl perdeu a
vontade de cometer suicídio, e ganhou um novo gosto pela matemática.
Após a sua morte em 1908, Paul deixou parte de sua fortuna para quem resolvesse o teorema,
sendo assim criado o Prêmio Wolfskehl.

Conjectura Taniyama-Shimura
Em 1957 os matemáticos japoneses Yutaka Taniyama e Goro Shimura deram uma contribuição
essencial para o problema deixado por Fermat. A Conjectura Taniyama- Shimura diz que para cada
equação elíptica existe uma forma modular correspondente. Em outras palavras, se tal conjectura
fosse verdadeira, o Último Teorema de Fermat também seria verdadeiro.
A relação entre os dois problemas, até então em abertos, foi o caminho que o britânico
Andrew Wiles trilhou para solucionar o problema de Fermat.

Andrew Wiles e o Fim de 358 anos de Espera


Foi ainda na infância que Andrew Wiles teve o primeiro contato com o teorema, ao ler em
1963, aos dez anos de idade, o livro O Último Problema, de Erick Temple Bell. Wiles prometeu a si
mesmo de que um dia iria demonstrar tal teorema.
Em 1986, já como professor na Universidade de Princeton, Wiles passou a dedicar-se a
demonstrar o teorema. Uma década depois, em uma conferência no Sir Isaac Newton Institute for
Mathematical Sciences em Cambridge, Andrew Wiles anunciou ter descoberto a demonstração do
Último Teorema de Fermat, e posteriormente, submeteu seu trabalho à revista Inventiones
Mathematicae.
Devido a complexidade da demonstração, que envolvia uma enorme variedade de técnicas
matemáticas, antigas e modernas, a revista selecionou seis examinadores – ao invés de 2 à 3, como
era de praxe – para analisar as 200 páginas da demonstração proposta por Wiles. Cada avaliador
ficou responsável por uma parte da demonstração, e em uma delas, um erro foi encontrado.
Durante um ano, Andrew Wiles se afastou das funções de professor em Princeton e, com a
colaboração de Richard Taylor, da Universidade de Cambridge, Wiles corrigiu o erro, e em 1994, o
teorema foi finalmente provado.
A demonstração de Andrew Wiles, extremamente técnica, na verdade, não foi do Último
Teorema de Fermat, mas sim de um caso particular da Conjectura Taniyama- Shimura, que implicava
na validade do Teorema de Fermat. Após 31 anos, Wiles cumpriu a promessa que fez a si mesmo,
demonstrando o até então problema mais famoso e antigo em aberto na história da matemática.
Wiles ganhou não somente o Prêmio Wolfskehl, avaliado em 700 mil dólares, como também
foi premiado pela União Matemática Internacional em 1998 e pelo Prêmio Abel, em 2016.
Infelizmente Andrew Wiles tinha acabado de completar 40 anos quando descobriu a solução do
problema de Fermat, já tendo passado da idade limite para receber a Medalha Fields – o prêmio
mais cobiçado na área da matemática – que é concedida apenas para os pesquisadores com menos
de 40 anos.

Teria Fermat Realmente uma Demonstração Maravilhosa?


A demonstração de Andrew Wiles utiliza técnicas matemáticas extremamente elaboradas da
Teoria dos Números, envolvendo curvas elípticas, formas modulares e representações galoisianas,
técnicas inexistentes na época de Fermat.
Acredita-se que Fermat estivesse errado ao afirmar que tinha uma solução para o problema
deixado por ele, e que a sua maravilhosa demonstração tivesse algum erro.

Aplicações
O Último Teorema de Fermat não possui ainda nenhuma aplicação, entretanto, seu valor é
devido as ideias e técnicas desenvolvidas para demonstrá-lo.

Problemática para desenvolvimento

Apesar de não possuir uma aplicação, o Último Teorema de Fermat possui um grande valor na
matemática. De que modo o Último Teorema de Fermat, assim como outros diversos resultados na
matemática teórica, contribuem para o avanço da ciência? A pesquisa científica deve se reter apenas
a problemas aplicados?

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