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Igualdade de Euler

Em 1752, um matemático chamado Euler descobriu que num poliedro, o número de faces
mais o número de vértices é igual ao número de arestas mais dois. A esta relação chama-
se igualdade de Euler.

n.º F+n.º V= n.º A+2


Nome do sólido N.º de faces N.º de N.º de Faces Arestas
vértices arestas + +
Vértices 2
Prisma 8 12 18 20 20
Hexagonal
Pirâmide 4 4 6 8 8
Triangular
(tetraedro)
Paralelepípedo 6 8 12 14 14
Rectângulo
Octaedro 8 6 12 14 14
Pirâmide 6 6 10 12 12
Pentagonal
Prisma 5 6 9 11 11
Triangular
Prisma 6 8 12 14 14
Quadrangular
Prisma 7 10 15 17 17
Pentagonal
Leonhard Euler foi um matemático suiço do século XVIII (1707-
1783).
Todos os alunos que fizeram o 2º ciclo ouviram falar deste
matemático.
Todos conhecem a Igualdade de Euler, que é apresentada aos
alunos do seguinte modo:

F + V = A + 2, em que as letras significam

F - Faces; V - Vértices; A - Arestas


Esta igualdade tem a ver com os sólidos poliedros, que como é
sabido são sólidos geométricos limitados apenas por superfícies
planas.
Quer então dizer que, em qualquer poliedro, o número de Faces
mais o número de Vértices é igual ao número de Arestas mais 2.
Não vamos apresentar nenhum exemplo. Basta pensar, por
exemplo, num prisma hexagonal e verificaremos a igualdade.
Mas Euler não ficou famoso apenas por esta igualdade. É
apontado como autor de cerca de 800 trabalhos.
A Teoria dos Grafos, que teve um desenvolvimento fundamental
no século XX , teve a sua contribuição quando resolveu o célebre
problema "As Pontes de Konigsberg", actual Kalalinegrado. Esta
cidade da antiga Prússia Oriental é atravessada pelo rio Pregel
que se ramifica formando uma ilha (Kneiphof) que estava ligada à
restante parte da cidade por sete pontes. Dizia-se que os habitantes
da cidade, nos dias soalheiros de descanso, tentavam efectuar um
percurso que os obrigasse a passar por todas as pontes, mas apenas
uma vez em cada uma. Como as suas tentativas foram sempre
falhadas, muitos deles acreditavam que não existia tal percurso.

Leonhard Euler, a pedido do presidente da Câmara da cidade


provou que era impossível fazer o passeio passando apenas uma
vez por cada uma das pontes. Utilizou para isso um esquema bem
simples que hoje tem o nome de grafo. Nascia assim a Teoria dos
Grafos.O meu colega e amigo José Filipe já tratou este assunto
num artigo publicado há algum tempo que pode ser lido aqui.
De acordo com as fontes que consultámos, Euler tinha a
versatilidade de um génio, uma vez que os seus interesses
científicos foram muitos e variados: professor de Fisiologia na
faculdade de Medicina de São Petersburgo, dedicou-se à
astronomia, criou a teoria dos grafos, trabalhou em Cartografia,...
De entre os números reais mais conhecidos, temos de destacar
dois que estão associados ao nome de Euler:

- O número de Euler (e) tem um valor aproximado de 2,71828. É a


base dos logaritmos neperianos e define-se como o limite de
(1+1/n)n quando n tende para infinito. Onde aparece a ligação de
Euler a este número? Segundo a história a existência do número é
anterior, sendo também conhecido como constante de Neper, mas
foi o matemático suiço o primeiro a utilizar a letra e para
identificá-lo e também tem o seu nome como homenagem.
O Número de Euler é um número irracional e
tambémtranscendente e apresentamo-lo a seguir com as primeiras
200 casas decimais:

e=2,71828182845904523536028747135266249775724709369995
95749669676277240
76630353547594571382178525166427427466391932003059921
817413596629043572
90033429526059563073813232862794349076323382988075319
525101901.

- A constante de Euler-Mascheroni (y) tem o valor aproximado


0,57721 e define-se como sendo limite quando n tende para
infinito de (1 + 1/2 + 1/3 + ... + 1/n - log n). Esta constante foi
definida pela primeira vez em 1735 por Euler e tem múltiplas
aplicações em Teoria dos Números.

Poderíamos continuar a falar das realizações do célebre


matemático, mas aí vai o nosso desafio que também tem o seu
nome:

Construir a recta de Euler que se obtem do seguinte modo:


- Construir um triângulo qualquer
- Traçar as suas alturas que vão cruzar-se num ponto que toma o
nome de ortocentro. Assinalar esse ponto
- Traçar as suas medianas que vão cruzar-se num ponto que toma o
nome de baricentro. Assinalar esse ponto
- Traçar as mediatrizes dos seus lados que se encontram no ponto
que se chama circuncentro. Assinalá-lo.
Verificar que os três pontos estão alinhados, traçando a recta que
os contem.
Leonhard Euler

Leonhard Euler, quadro a óleo por Johann Georg Brucker.

15 de Abril de 1707
Nascimento
Basileia
18 de setembro de 1783 (76 anos)
Morte
São Petersburgo
Nacionalidade Suíço
Campo(s) Matemática
Alma mater Universidade de Basileia
Tese 1726: Dissertatio physica de sono
Orientador(es) Johann Bernoulli
Orientado(s) Joseph Lagrange,Johann Friedrich Hennert
Fórmula de Euler, Número de Euler,Característica de Euler,Identidade de
Conhecido(a) p Euler, Reta de Euler,Constante de Euler-Mascheroni,Produto de Euler, Diagrama
or de Euler,Ângulos de Euler, Soma de Euler,Conjectura de Euler,Equação de
Euler,Equações de Euler (fluidos),2002 Euler

Assinatura
Biografia de LEONHARD EULER
Nascido: 15 de Abril de 1707 em Basileia, Suíça

Morreu: 1 de Setembro de 1783 em St Petersburg, Rússia


Filho de um matemático de Basileia tornado pastor calvinista, precocemente manifestou a sua
paixão pela matemática.
Chegando à idade de entrar para Universidade cedeu ao desejo do seu pai, que queria fazer dele
pastor, inscrevendo-o nos cursos de Teologia e de Hebraico. Aí, Encontrou um dos Bernoulli,
Johann, que apercebendo-se das suas inclinações e inteligência, se prontificou a dar-lhe,
gratuitamente uma lição por semana .
Outros dois Bernoulli, Daniel e Nicolas, também se aperceberam dos seus dotes, pelo que a sua
cultura matemática aumentou rapidamente e se tornou notória.
Dedicava quase todo o seu tempo livre a estudar números e equações, não desleixando, contudo, o
seu estudo da Teologia e do Hebraico, tornando-se aos dezassete anos professor destas disciplinas.
O seu pai fez tudo para que, ele se dedicasse ao estudo dos problemas da metafísica, abandonando a
matemática.
Mas os Bernoulli convenceram o pai a deixar que o filho seguisse as suas próprias inclinações.
Dois anos depois, Euler publicou o seu primeiro trabalho original, embora não tivesse ganho o
prémio oferecido pela Academia Francesa, a qual propusera para concurso em 1727 o problema da
mastreação dos navios.
Candidatou-se à cátedra de Matemática no Ateneu de Basileia, tendo sido recusada a sua nomeação,
pelo Conselho da Universidade. Entretanto, Daniel e Nicolas Bernoulli, que se tinha estabelecido
em São Petersburgo a convite de Catarina I, propuseram-lhe um bom lugar.
A Cátedra de Medicina estava livre, na capital russa. Euler não hesitou: pôs-se estudar anatomia e
fisiologia. Entre as suas investigações sobre a função auditiva sugeriram-lhe uma série de pesquisas
relativas ao som, de um ponto de vista físico e sobretudo matemático.
Euler, que fora convidado para a cátedra de medicina, passou para a de Matemática, sem que
ninguém com isso se importasse. Aí permaneceu praticamente toda a sua vida, à excepção de um
curto interregno, durante o qual se tornou presidente da Academia das Ciências de Berlim.
A Geometria, entretanto logo se tornou o seu assunto preferido.
Euler serviu como Tenente Médico na marinha Russa de 1727 a 1730. Em São Petersburgo viveu
com Daniel Bernoulli e tornou-se professor de Física na Academia em 1730, e professor de
Matemática em 1733. A publicação de diversos artigos e do seu livro " Mechanica ", no qual
apresentava pela primeira vez a dinâmica Newtoniano na forma de análise matemática - iniciaram
Euler nos caminhos de um trabalho matemático mais incisivo.
Em1741, por convite de Frederico o Grande, Euler associou-se à Academia de Ciências de Berlim,
onde permaneceu por 25 anos
Neste período em Berlim escreveu cerca de 200 artigos, três livros de análise matemática e uma
publicação científica popular, " Cartas para uma princesa da Alemanha "( 3 volumes, 1768-72 )
Euler perdeu a visão do olho direito aos 31 anos, e logo após retornar a São Petrsburgo ficou quase
completamente cego, após uma operação às cataratas.
Graças à sua formidável memória, foi capaz de continuar seus trabalhos em "Óptica", "Álgebra" e
"Movimentos Lunares".
Surpreendentemente, após 1765, produziu quase metade do seu trabalho, a despeito de estar
totalmente cego.
Ampliou as fronteiras da "Geometria Analítica " e da " Trigonometria Modernas ", além de dar
contribuições significativas à " Geometria ", à "Teoria dos Números" e ao "Cálculo".
Na "Teoria dos Números" realizou grande parte do trabalho em associação com Goldbach.
Integrou o "Cálculo Diferencial" de Leibnitz e o "Método dos Fluxos de Newton" à análise
matemática.
Na "Teoria dos Números", enunciou o teorema dos números primos e a lei da reciprocidade
biquadrática.
Foi o mais prolífico escritor de Matemática de todos os tempos. Seu trabalho completo engloba 886
livros e artigos.
Devemos-lhe o f(x) das notações ( 1734 ), "e" para a base dos logaritmos naturais (1727), "i" para a
raíz quadrada de –1 (1777), o símbolo " π " para o " pi", o símbolo" ∑ " para os somatórios ( 1755
), etc.
Introduziu, também, as funções beta e gamma, a integração de factores para as equações
diferenciais, etc.
Estudou mecânica, teoria lunar com Cairant, o problema dos três corpos, electricidade, acústica, a
teoria das ondas luminosas, a hidráulica, a musica, etc.
Lançou as bases da "Mecânica Analítica", especialmente em sua " Teoria dos Movimentos
dos Corpos Rígidos " (1765)
Propôs a solução para o problema das pontes de Konigsberg. Foi o fundador da "Teoria
dos Grafos".
Uma das suas primeiras descobertas foi que alguns grafos não têm quaisquer circuitos de Euler.

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