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INTRODUÇÃO

Leonhard Paul Euler foi sem dúvida um dos matemáticos mais notáveis de
todos os tempos e suas contribuições para a física e a matemática ecoam até
hoje. Nascido na Suíça em 15 de abril de 1707, Euler teve uma bem sucedida
carreira acadêmica com contribuições e descobertas em geometria, análise
matemática, teoria dos números, cálculo, lógica e foi o matemático pioneiro da
Teoria dos Grafos.
Leonhard Paul Euler foi um matemático e físico suíço de língua alemã que
passou a maior parte de sua vida na Rússia e na Alemanha. Fez importantes
descobertas em várias áreas da matemática como o cálculo e a teoria dos
grafos. Também introduziu muitas das terminologias da matemática moderna e
da notação matemática, particularmente na análise matemática, assim como no
conceito de função matemática. Também é reconhecido por seus trabalhos
na mecânica, dinâmica de fluidos, óptica, astronomia e teoria da música.
Euler é considerado um dos mais proeminentes matemáticos do século XVIII e
também é considerado como um dos grandes matemáticos de todos os tempos,
assim como Isaac Newton, Arquimedes e Carl Friedrich Gauss. Foi um dos mais
prolíficos matemáticos, calcula-se que toda a sua obra reunida teria entre 60 e
80 volumes de quartos. Viveu a maior parte da vida em São Petersburgo,
na Rússia, e em Berlim, que na época era capital da Prússia.

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Euler publicou mais do que qualquer matemático havia feito até então, seu
trabalho compreende cerca de 80 volumes. Fascinado por notações
matemáticas e fórmulas, Euler define a maioria das notações usadas hoje
como f(x) que indica uma função f que depende de uma variável x, a
constante e que também é chamada de número de Euler, a parte imaginária i de
um número complexo, o símbolo de somatório ∑ e popularizou o uso da letra
grega 𝜋. Uma de suas fórmulas mais famosas, a identidade de Euler, que
compreende o uso de constantes muito comuns na matemática, ficou muito
conhecida, sendo nomeada por muitos a identidade mais bela da matemática:
Dentre as inúmeras contribuições de Euler, destaca-se a solução do problema
das pontes de Königsberg, que abriu caminho para a Teoria dos Grafos.

VIDA
Primeiros anos
Leonhard Paul Euler nasceu no dia 15 de abril de 1707 em Basileia, na Suíça,
filho do pastor calvinista Paul Euler e Margaret Brucker, filha de um pastor. Teve
duas irmãs mais novas, Anna Maria e Maria Magdalena.[9] Depois do nascimento
de Leonhard, sua família mudou da cidade de Basiléia para a cidade de Riehen,
onde viveu a maior parte de sua infância. Paul Euler era amigo da família
Bernoulli; Johann Bernoulli, que era então o matemático mais importante da
Europa, foi a influência mais relevante da vida do jovem Leonhard.
Sua educação primeira foi dada por seu pai Paul que lhe ensinou matemática.
Em 1720, aos treze anos, Euler ingressou na pequena Universidade de
Basileia que possuía um famoso departamento de estudos da matemática
liderado por Johann Bernoulli, irmão de Jacob Bernoulli. Johann inicialmente
recusou-se a dar aulas particulares a Euler, oferecendo então um valioso
conselho de como estudar por conta própria.

Em 1722, recebe o grau de Mestre em Artes, e no seu exame deu um discurso


em latim comparando as filosofias de Descartes e Newton. Nesta altura, já
recebia, aos sábados à tarde, lições de Johann Bernoulli, que rapidamente
descobriu o seu talento para a matemática.

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Euler nesta altura estudava teologia, grego e hebraico, pela vontade de seu pai
- para mais tarde se tornar pastor. Porém Johann Bernoulli resolveu intervir e
convenceu Paul Euler que o seu filho estava destinado a ser um grande
matemático.
Em 1726, Euler completou a sua dissertação sobre propagação do
som intitulada de De Sono. Na época estava tentando, sem sucesso, obter um
cargo na Universidade de Basileia. Em 1727 entrou pela primeira vez na
competição premiada da Academia de Paris; o problema do ano era encontrar a
melhor maneira de colocar os mastros num navio. Ganhou o segundo lugar,
perdendo para Pierre Bouguer, mais tarde conhecido como “o pai da arquitetura
naval”. Euler, entretanto, ganharia o prêmio anual doze vezes.

São Petersburgo

Na época os dois filhos de Johann Bernoulli, Daniel e Nicolaus, foram trabalhar


na Academia Russa de Ciências. No dia 10 de julho de 1726, Nicolaus morreu
de apendicite após viver um ano na Rússia, e quando Daniel assumiu o cargo
do irmão na divisão de matemática e física da universidade, ele indicou a vaga
em fisiologia, que ocupava até então, para ser preenchida por seu amigo Euler.
Em novembro de 1726 Euler aceitou ansiosamente a oferta, porém atrasou a
viagem para São Petersburgo enquanto tentava uma vaga como professor
de física na Universidade de Basileia.

Leonhard chegou em São Petersburgo no dia 17 de maio de 1727. Foi promovido


a assistente do departamento médico da academia para uma vaga no
departamento de matemática. Foi apresentado por Daniel Bernoulli com quem
frequentemente trabalhava em uma estreita parceria. Euler aprendeu russo e
instalou-se em São Petersburgo. Também aceitou um trabalho adicional como
médico na Marinha Russa.

A Academia de S. Petersburgo, sob a política de Pedro I da Rússia, tinha


intenção de melhorar a educação na Rússia e corrigir a defasagem no campo
das ciências do país em relação à Europa Ocidental. Como resultado, a
instituição criou um programa de internacionalização, com o objetivo de atrair
estudantes estrangeiros como Euler. A instituição possuía vultosos recursos

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financeiros e uma biblioteca abrangente, planejada a partir das bibliotecas
privadas da nobreza e do príncipe Pedro. Poucos estudantes foram inscritos na
academia para diminuir a grade curricular e enfatizar a pesquisa, oferecendo
para o corpo docente tempo e liberdade para prosseguir o questionamento
científico.

A benfeitora da Academia, Catarina I da Rússia, que tinha continuado a política


progressiva da gestão anterior, morreu no dia em que Euler foi viajar.
A aristocracia, em seguida, teve mais poder durante os dois anos de mandato
do Pedro II. A nobreza, desconfiada dos cientistas estrangeiros da Academia,
cortou-lhes o financiamento e causou dificuldades para Euler e seus colegas.

As condições melhoraram um pouco depois da morte de Pedro II, e Euler tornou-


se professor de física em 1731, pela sua classificação no ranking da escola. Dois
anos mais tarde, Daniel Bernoulli partiu para Basileia depois de ter sido
perseguido com a censura e pela hostilidade que enfrentou em St. Petersburgo,
e, assim, Euler o substituiu como professor de Matemática.

Casamento do Euler e a sua descendência

No dia 7 de janeiro de 1734, com 27 Anos Leonhard Euler se casou com


Katharina Gsell, filha de Georg Gsell, um pintor da Academia Gymnasium. O
jovem casal construiu uma casa perto do rio Neva. Tiveram treze filhos, dos
quais apenas cinco sobreviveram à infância.

O casal teve 13 filhos, cinco dos quais sobreviveram até a idade adulta.

Ele contou com a ajuda valorosa de dois de seus filhos, Johann Albrecht Euler,
que seguia os passos do pai, e Christoph Euler, que estava na carreira militar, e
também dois membros da Academia, A. J. Lexell e o jovem matemático N. Fuss,
esposo de sua neta.
Berlim

Preocupado com a contínua turbulência na Rússia, Euler deixou São


Petersburgo em 19 de Julho de 1741, para assumir uma posição em Berlim que
tinha sido ofertada por Frederico II da Prússia. Viveu por vinte e cinco anos em
Berlim, onde escreveu 380 artigos. Em Berlim publicou dois de seus mais
renomados trabalhos: A Introductio in analysin infinitorum, um texto sobre

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funções matemáticas publicado em 1748 e o Institutiones calculi differentialis,
publicado em 1755 sobre cálculo diferencial. No mesmo ano foi eleito um
membro estrangeiro da Academia Real das Ciências da Suécia.

Entretanto, é convidado para ser tutor de Friederike Charlotte de Brandenburgo-


Schwedt, a Princesa de Anhalt-Dessau e sobrinha de Frederico II, o Grande.
Euler escreveu mais de 200 cartas dirigidas à princesa, que mais tarde foram
compiladas num volume best-selling intitulado Cartas de Euler sobre diferentes
assuntos da Filosofia natural para uma Princesa Alemã. Este trabalho incorpora
exposições sobre vários assuntos pertencentes à física e matemática, dando
também a conhecer as perspectivas religiosas e a própria personalidade do seu
autor. Este livro veio a ser o mais lido de todas as suas obras matemáticas, e foi
publicado dentro da Europa e nos Estados Unidos. A popularidade das "Cartas"
atesta a capacidade de Euler para comunicar sobre assuntos científicos de
maneira eficaz para um público leigo, uma rara habilidade para um cientista
dedicado à pesquisa.
Apesar da imensa e impressionante contribuição para a Academia de Berlim,
provocou a ira de Frederico II, o que o forçou a abandonar Berlim. O rei da
Prússia tinha um grande círculo social de intelectuais em sua corte e ele
permaneceu um matemático sem sofisticações e informal, tanto em seu trabalho
como na vida pessoal. Euler foi simples, religioso devoto que nunca questionou
a existência de ordens ou crenças convencionais, em muitas situações, opositor
direto de Voltaire – que tinha uma posição privilegiada na corte de Frederick.
Euler não era um debatedor qualificado e muitas vezes fez dela um ponto para
discutir assuntos sobre os quais ele sabia pouco, fazendo dele o alvo frequente
de sagacidade de Voltaire.

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Problemas na visão

Euler era constantemente atormentado por fortes crises febris, e desenvolveu


catarata, que acabou por lhe tirar a vista.
Em, 1771, velho e doente, Euler teve sua casa destruída num incêndio. Tudo o
que ele salvou foram seus manuscritos. Foi nesta época que ele ficou
totalmente cego. O impressionante é que mesmo depois disso ele continuou
com seus projetos, e quase a metade de toda a sua produção científica foi
concluída após esses incidentes.
A acuidade visual de Euler piorou ao longo de sua carreira matemática. Em
1738, três anos depois de sofrer uma febre quase fatal em 1735, tornou-se quase
cego do olho direito, mas, ao invés de se lamentar, apresentou um trabalho
meticuloso sobre cartografia para a Academia de São Petersburgo. A visão de
Euler se agravou durante a sua estada na Alemanha, na medida em
que Frederico II da Prússia se referia a ele como "Cyclops". Euler mais tarde
desenvolveu uma catarata no olho esquerdo, deixando-o quase totalmente cego
poucas semanas depois de sua descoberta em 1766. No entanto, sua condição
parece ter pouco efeito sobre sua produtividade, compensando com suas
habilidades de cálculo mental e de memória fotográfica. Por exemplo, Euler
conseguia repetir a Eneida de Virgílio, do começo ao fim, sem hesitação. Com a
ajuda de seus escribas, a produtividade de Euler em muitas áreas de estudo, na
verdade, aumentou. Produziu, em média, um artigo matemático durante todas
as semanas do ano 1775.

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A cegueira e a morte de Leonhard Euler

Leonhard Euler nasceu em 15 de abril de 1707 em Basileia, Suíça e morreu em


18 de setembro de 1783 em São Petersburgo, Rússia.

Em 1766 Euler, com quase sessenta nos de idade, aceitou um convite da nova
governante da Rússia, Catarina II, a Grande, para voltar a São Petersburgo.
Embora a imperatriz concedesse a Euler todos os benefícios materiais possíveis,
sua vida passou por terríveis acontecimentos e tragédias durante esse período.

Em sua primeira estadia na Rússia, Euler perdera a visão do olho direito. De


acordo com um relato, Euler perdera a visão porque observava o Sol sem
proteger seus olhos, o que parece bem plausível. Mas em outro relato, fora por
causa do excesso de trabalho. O que corrobora esta versão é que em 1735,
Euler foi acometido por uma febre muito grave, que foi diagnosticada por fadiga
ocular, o que leva a crer que o problema já se manifestava mesmo antes dessa
data.

Em sua segunda estadia na Rússia, em 1771, Euler perdeu a visão de seu outro
olho devido a uma catarata posterior, e não por excesso de trabalho, segundo
Ronald Calinger, professor de História da Universidade Católica da América e
fundador da Sociedade de Euler. Neste mesmo ano sua casa pegou fogo,

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conseguido salvar apenas a si e seu manuscritos, apesar que muitos acabaram
sendo perdidos. Uma operação de catarata logo após o incêndio restaurou sua
visão por alguns dias, mas Euler parece não ter tomado os devidos cuidados e
logo ficou totalmente cego. Euler teria brincado: "Isso é melhor ainda para minha
pesquisa, porque menos coisas me distrairá". Cinco anos depois sua esposa
morreu, mas Euler casou-se novamente aos setenta anos de idade.

Sua fenomenal memória permitiu a Euler continuar a trabalhar, mesmo


completamente cego, quando produzira quase metade de suas obas totais. Sua
produtividade rendera numerosos trabalhos, que formulava em sua cabeça e
ditava a seus filhos e alunos. Diz-se que Euler era capaz de fazer contas
mentalmente com números de cinquenta dígitos e podia memorizar longas
sequências de argumentos matemáticos sem precisar de fato escrevê-los em
papel. Seus trabalhos envolveram praticamente todos os ramos da Matemática.

Sua concentração permitia trabalhar em um problema difícil mesmo estando com


os filhos no colo. Em 18 de setembro de 1783, estava calculando a órbita de
Urano, recém descoberto, enquanto brincava com os netos. Teve um derrame
cerebral e morreu instantaneamente.

Retorno à Rússia e falecimento

Em 1760, com o alastramento da Guerra dos Sete Anos, a fazenda de Euler em


Charlottenburg foi devastada pelo avanço das tropas russas. Como punição, o
general Ivan Petrovich Saltykov indenizou pelos danos causados na propriedade
de Euler, depois da tzarina Isabel da Rússia adicionar um pagamento de 4 000
rublos - um valor exorbitante na época. A situação política russa se estabilizaria
após a ascensão de Catarina, a Grande ao trono, quando em 1766, Euler aceita
um convite para voltar a Academia de St. Petersburgo. Suas condições foram
bastante exorbitantes – um salário anual de 3 000 rublos, uma pensão para a
sua esposa e a promessa de cargos de alto escalão para os seus filhos. Todas
destas condições foram atendidas. Viveu o resto de sua vida na Rússia.
Contudo, sua segunda estadia no país foi marcada por uma tragédia: Um
incêndio em Santo Petersburgo em 1771 destruiu a sua casa, e quase o matou.
Em 1773, faleceu a sua esposa Katharina após 40 anos de casamento.

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Três anos depois da morte de sua esposa, Euler casou com sua meia-irmã,
Salome Abigail Gsell (1723–1794). Este casamento durou até o fim de sua vida.
Em 1782 foi eleito membro honorário estrangeiro da Academia de Artes e
Ciências dos Estados Unidos.

Em Santo Petersburgo no dia 18 de setembro de 1783, depois de um almoço


com sua família, Leonhard estava discutindo sobre a descoberta de um novo
planeta da época, chamado Urano e sua órbita com o também
acadêmico Anders Johan Lexell, quando sucumbiu por causa de
uma hemorragia cerebral. Morreu algumas horas depois. Jacob von Staehlin-
Storcksburg escreveu no obituário de Leonard para a Academia de Santo
Petersburgo e o matemático russo Nicolaus Fuss, um de seus discípulos,
escreveram uma detalhada eulogia,[30] em que ele encomendou uma assembleia
em memória.

Foi enterrado próximo de Katharina no cemitério luterano de Smolensk na Ilha


de Vassiliev. Em 1785, a Academia de Ciências da Rússia pôs um busto de
mármore de Leonhard Euler em um pedestal próximo à reitoria e, em 1837,
esculpiram uma lápide para Euler. Para comemorar os duzentos e cinquenta
anos do nascimento dele, a lápide foi transferida em 1956, junto com seus restos
mortais, para a necrópole do século XVIII no mosteiro Alexander Nevsky,
o cemitério Tikhvin.

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CONTRIBUIÇÕES PARA A MATEMÁTICA

Euler trabalhou em quase todas as áreas da matemática: geometria, cálculo


infinitesimal, trigonometria, álgebra e teoria dos números, bem como deu
continuidade na física newtoniana, teoria lunar e outras áreas da física. É uma
figura seminal na história da matemática, e suas obras, muitas das quais são de
interesse fundamental, ocupam entre 60 e 80 volumes. O nome de Euler está
associado a um grande número de temas. Euler é o único matemático que tem
dois números em homenagem a ele: O número e, aproximadamente igual a
2,71828, e a constante de Euler-Mascheroni γ (gama) por vezes referida apenas
como "constante de Euler", aproximadamente igual a 0,57721. Não se sabe se
γ é racional ou irracional.

Notação matemática

Euler introduziu e popularizou várias convenções de notação matemática através


de seus numerosos e amplamente divulgados livros didáticos. Mais
notavelmente, introduziu o conceito de uma função, e foi o primeiro a escrever
f(x) para denotar a função f aplicada ao argumento x. Também introduziu a
notação moderna para as funções trigonométricas, a letra e para a base do
logaritmo natural (agora também conhecido como número de Euler), a letra
grega Σ (sigma maiúsculo) para somatórios e a letra i para representar a unidade
imaginária.[34] O uso da letra grega π (pi) para designar a razão entre a
circunferência de um círculo e o seu diâmetro também foi popularizado por Euler,
embora não tenha se originado com ele.

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Análise

O desenvolvimento do cálculo infinitesimal estava na vanguarda da pesquisa


matemática do século XVIII, e os amigos, de Euler, da Família Bernoulli - foram
responsáveis por grande parte do progresso inicial no campo. Graças à sua
influência, estudar cálculo tornou-se o foco principal do trabalho de Euler.
Embora algumas das provas de Euler não sejam aceitáveis para os padrões
modernos de rigor matemático (em particular a sua dependência em relação ao
princípio da generalidade da álgebra), suas ideias levaram a muitos grandes
avanços. Euler é bem conhecido na análise pela sua utilização frequente e
desenvolvimento da série de potência, a expressão de funções como somas de
um número infinito de termos, tais como:

Notavelmente, Euler provou diretamente as expansões em séries de potência


para e e a função da tangente inversa. (Prova indireta através da técnica de
séries de potência inversa foi dada por Newton e Leibniz. (Entre 1670 e 1680)
Seu uso ousado da série de potência lhe permitiu resolver o famoso problema
de Basileia em 1735 (ele forneceu um argumento mais elaborado em 1741):

Euler introduziu o uso da função exponencial e logaritmo em provas analíticas.


Descobriu maneiras de expressar diversas funções logarítmicas utilizando séries
de potência, e conseguiu definir logaritmos para números negativos e
complexos, ampliando consideravelmente o leque de aplicações matemáticas de
logaritmos.[34] Também definiu a função exponencial para números complexos,
e descobriu a sua relação com as funções trigonométricas.

Para qualquer número real φ (tida como radianos), a fórmula de Euler afirma que
o complexo satisfaz a função exponencial

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A interpretação geométrica da Fórmula de Euler

Um caso especial da fórmula acima é conhecida como a identidade de Euler,

chamada de "a fórmula mais notável em matemática", por Richard


Feynman,[37] por seus usos individuais das noções de adição, multiplicação,
exponenciação, e igualdade, e os usos individuais da constantes 0, 1, e, i e π.
Em 1988, os leitores da Mathematical Intelligencer votaram como sendo "a
fórmula matemática mais bela de todos os tempos". No total, Euler foi
responsável por três das cinco melhores fórmulas nessa enquete.

Pafnuti Tchebychev escreveu: "Euler foi o início de todas as pesquisas que


compõem a teoria geral dos números." A maioria dos matemáticos do século
XVIII se dedica ao desenvolvimento de análise, mas Euler carregava a antiga
paixão aritmética ao longo de sua vida. Por causa de seu interesse na teoria dos
números, a mesma foi revivida até o final do século.

Euler continuou com suas pesquisas feitas anteriormente (sob influência de


Diophantus), uma série de hipóteses separadas sobre os números naturais.
Euler provou rigorosamente essas hipóteses, muito generalizadas, e as
combinou em uma interessante teoria dos números. Introduziu na matemática
"função de Euler" crítica e formulada com a ajuda do "teorema de Euler." Euler
criou a teoria dos resíduos quadráticos e comparações, apontando para o último
critério de Euler.

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Euler Introduziu a função zeta de Riemann, uma generalização, que mais tarde
recebeu o nome de Bernhard Riemann

Teoria dos números

O interesse de Euler na teoria dos números pode ser atribuído à influência


de Christian Goldbach, seu amigo na Academia de São Petersburgo. Muitos dos
primeiros trabalhos de Euler na teoria dos números foram baseadas nas obras
de Pierre de Fermat. Euler desenvolveu algumas das ideias de Fermat, e refutou
algumas das suas conjeturas.

Euler ligou a natureza da distribuição privilegiada, com ideias de análise.


Conseguiu provar que a soma dos recíprocos dos primos divergem. Ao fazer
isso, descobriu a conexão entre a função zeta de Riemann e os números primos,
o que é conhecido como a fórmula do produto Euler para a função zeta de
Riemann.

Euler provou identidades de Newton, Pequeno teorema de Fermat, teorema de


Fermat em somas de dois quadrados, e fez contribuições distintas ao Teorema
de Fermat-Lagrange. Inventou também a função φ totiente (n). Usando as
propriedades desta função, generalizou o teorema de Fermat ao que é hoje
conhecido como o teorema de Euler. Contribuiu de forma significativa para a
teoria dos números perfeitos, que havia fascinado os matemáticos
desde Euclides. Euler também conjeturou a lei da reciprocidade quadrática. O
conceito é considerado como um teorema fundamental da teoria dos números,
e suas ideias pavimentaram o caminho para o trabalho de Carl Friedrich Gauss.

Teoria dos grafos

Em 1736, Euler resolveu o problema conhecido como sete pontes de


Königsberg. A cidade de Königsberg, Prússia, foi construída no rio Pregel, e
incluiu duas grandes ilhas que estavam conectadas entre si e ao continente por
sete pontes. O problema era o de decidir se é possível seguir um caminho que
atravessa cada uma das pontes exatamente uma vez e retornar ao ponto de

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partida. Esta solução é considerada como sendo o primeira teorema da teoria
dos grafos, especificamente da teoria gráfica planar.

Euler também descobriu a fórmula V - E + F = 2 relacionando o número de


vértices, arestas e faces de um poliedro convexo e, portanto, de um grafo planar.
A constante nesta fórmula é agora conhecida como a característica de Euler para
o gráfico (ou objeto de cálculo), e está relacionada ao gênero do objeto. O estudo
e generalização desta fórmula foram, especificamente através de Augustin-Louis
Cauchy, Simon Antoine Jean L'Huillier, estando na origem da topologia.

Matemática aplicada

Alguns dos maiores sucessos de Euler foram na resolução de problemas do


mundo real analiticamente, e em descrever inúmeras aplicações do números de
Bernoulli, série de Fourier, diagramas de Venn, os números de Euler, as
constantes e e pi, frações contínuas e integrais. Integrou cálculo
diferencial de Leibniz com o de Newton, e as ferramentas que tornaram mais
fácil de aplicar o cálculo de problemas físicos desenvolvidos. Fez grandes
progressos na melhoria da aproximação numérica de integrais, inventando o que
hoje é conhecido como aproximações de Euler. As mais notáveis dessas
aproximações são o método de Euler e a fórmula de Euler. Também facilitou o
uso de equações diferenciais, em particular, a introdução da constante de Euler-
Mascheroni.

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Um dos interesses mais incomuns de Euler foi a aplicação de ideias matemáticas
na música. Em 1739, escreveu o Tentamen novae theoriae musicae, na
esperança de, eventualmente, incorporar a teoria musical como parte da
matemática. Esta parte de seu trabalho, no entanto, não recebeu grande atenção
e já foi descrita como muito matemática para músicos e demasiado musical para
matemáticos.

Trabalhos na física e na astronomia

Euler ajudou a desenvolver o modelo de viga de Euler-Bernoulli, que se tornou


um marco da engenharia. Além de aplicar com sucesso as suas ferramentas
analíticas para problemas em mecânica clássica, Euler também aplicou essas
técnicas para problemas celestes. Seu trabalho em astronomia foi reconhecido
por uma série de prêmios da Paris Academy ao longo de sua carreira. Suas
realizações incluem determinar com grande precisão as órbitas de cometas e
outros corpos celestes, compreender a natureza dos cometas, e calcular a
paralaxe do Sol. Seus cálculos também contribuíram para o desenvolvimento de
tabelas de longitude precisas.

Além disso, Euler fez importantes contribuições na óptica. Discordou da teoria


corpuscular de Newton da luz nos Opticks, que era então a teoria prevalecente.
Seus trabalhos sobre óptica em 1740 ajudaram a garantir que a teoria
ondulatória da luz proposta por Christiaan Huygens se tornasse o modo
dominante de pensamento, pelo menos até o desenvolvimento da teoria
quântica da luz.

Em 1757 publicou um importante conjunto de equações, que agora são


conhecidas como as Equações de Euler.[48] Na forma diferencial, as equações
são:

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ρ é o densidade do fluido;
u é o vetor de velocidade do fluido, com os eixos u, v e w;
E = ρ e + ½ ρ (u2 + v2 + w2) é a energia total por unidade (volume), com e sendo
a energia interna por unidade de massa para o fluido;
p é a pressão;
denota o produto tensorial,e;
0 sendo o elemento zero.
Na física, Euler também contribuiu muito. Publicou trabalhos acerca
da cinemática dos corpos, introduzindo também o teorema de Euler para os
ângulos de rotação. Seu nome é citado frequentemente na mecânica, onde
obteve avanços significativos no Cálculo Variacional, onde ele generaliza o
princípio da mínima ação, que posteriormente tornaram-se as bases para a
mecânica Lagrangiana (que é uma formulação da mecânica
clássica fundamentada por Joseph-Louis Lagrange, que combina a conservação
do momento linear com a conservação da energia).

A Equação de Euler-Lagrange foi descoberta em meados de 1750 por Euler e


Lagrange na tentativa de solucionar um problema da mecânica que consistia em
encontrar uma curva no qual o tempo gasto por um objeto para deslizar sobre
ela até certo ponto fosse o mínimo, independente do seu ponto de partida. Este
problema também é conhecido como problema da Braquistócrona.

Lagrange soluciona o problema e envia a solução para Euler que, em suas mãos,
desenvolveu o método de Lagrange levando a formulação Lagrangiana da
mecânica e a descoberta do cálculo das variações. Essa e outras contribuições
também são devidas à Euler no campo da astronomia, ótica, mecânica dos
fluidos e até na teoria musical.

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