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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS – UNICAMP

FACULDADE DE ENGENHARIA MECÂNICA – FEM


DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE MATERIAIS - DEMA

EM 833- Seleção de Materiais


Seleção De Materiais Para
Resistência Ao Desgaste

Cecília A.C. Zavaglia


DEMA-FEM-UNICAMP
2º Semestre de 2004
INTRODUÇÃO - TRIBOLOGIA

¾ ORIGEM – GREGO TRIBOS


ATRITAMENTO

¾ DEFINIÇÃO – CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE INTERAÇÃO


DE SUPERFÍCIES EM MOVIMENTO RELATIVO
INTRODUÇÃO - HISTÓRICO

¾ ATRITO
» TRANSPORTE DE MATERIAIS
» EGIPCIOS PIRAMIDES (ROLAMENTOS)
» INVENÇÃO DA RODA

¾ DESGASTE
» MANCAL DE DESLIZAMENTO
» LEONARDO DA VINCI DESGASTE DE DESLIZAMNETO
AUMENTAVA COM A CARGA

¾ LUBRIFICAÇÃO
» MANCAIS
» MOVIMENTO DE ESTÁTUAS (EGIPCIOS)
INTRODUÇÃO

¾ DESGASTE pode ser definido como “a perda progressiva


de material da superfície de um corpo sólido devido a
ação mecânica, isto é, o contato e o movimento relativo
entre este corpo e um contra-corpo sólido, líquido ou
gasoso” (DIN 50320 apud GAHR, 1987)
¾ Três principais áreas onde a aplicação de princípios
tribológicos leva a redução dos custos

• aumentar a vida útil do componente - a redução de


manutenção dos custos de reposição;

• evitar excessivas paradas dos componentes - limitando


conseqüentes perdas de produção;

• reduzir os custos de investimentos - aumentando a


vida útil do maquinário.
¾ Variáveis no processo de desgaste:

• os materiais envolvidos,
• o lubrificante,
• a temperatura,
• a carga,
• o tipo de movimento,
• a velocidade relativa,
• o meio ambiente,
• o acabamento superficial.

9 cada uma deles tem um efeito significativo no tipo de


desgaste e a taxa de desgaste de um componente.
¾ Exemplo de tribossistema - principais variáveis
do processo de desgaste.
Tipos de desgaste

Classificação : de acordo com a aparência da superfície


desgastada e com base no mecanismo fundamental que está
operando. Este último enfoque é complicado, pelo fato que
mais do que um mecanismo pode estar operando ao mesmo
tempo
Os quatro mecanismos básicos
9 adesão;
9 abrasão;
9 fadiga de superfície;
9 reação triboquímica.

Freqüentemente encontrados nas industrias


9 desgaste abrasivo,
9desgaste por deslizamento,
9desgaste erosivo
9desgaste por fretting.
¾ Movimentos relativos
Descrição esquemática dos quatro principais
mecanismos de desgaste
¾ Regimes de lubrificação
¾ Testes de atrito e desgaste
Desgaste Abrasivo (Abrasão)

9 desgaste mais encontrado na indústria, contribuindo


com 50% em relação ao desgaste total existente.

9 desgaste adesivo é o segundo predominante - 15% do


problema de desgaste industrial.

9 35% - desgaste causado por erosão, atrito, e corrosão.


Desgaste Abrasivo (Abrasão)

9 ocorre sob o movimento relativo entre um corpo duro e


uma superfície mais mole do material

9 o corpo duro pode ser fraturado e a superfície mais


mole pode ser trincada e/ou deformada e o material será
removido da superfície, resultando perda de volume

9 Pode ser caracterizado : dois corpos


três corpos

9 o primeiro ocorre quando um abrasivo desliza ao longo


de uma superfície, e o segundo quando um abrasivo
desliza entre uma superfície e outra
Desgaste Abrasivo (Abrasão)

9 A figura mostra o desgaste a dois e a três corpos


durante a abrasão
Classificação de desgaste por abrasão
9 prática industrial tem-se adotado uma classificação para o
desgaste abrasivo, de acordo com a severidade das tensões
envolvidas

9 abrasão por goivagem ou sulcamento - envolve remoção da


superfície pela ação de materiais abrasivos geralmente com dimensões
grosseiras - condições de altas tensões e envolvendo impacto.

9 abrasão por riscamento ou baixas tensões - a superfície


desgastada é riscada pelo material abrasivo que, ao penetrar na superfície,
promove a remoção de material.

9 abrasão por moagem ou altas tensões - ocorre em


equipamentos onde o material abrasivo é forçado a passar entre duas
superfícies tensionadas
Micromocanismos de desgaste abrasivo
9 formas de remoção de material e degradação microestrutural
da superfície desgastada

9 microssulcamento - ação de partícula abrasiva deformando


plasticamente a superfície de um material (ou fase) dúctil, formando um
sulco em seu trajeto

9 microcorte - formação de pequenos cavacos quando as tensões de


cisalhamento, impostas pelo deslocamento da partícula abrasiva sobre a
superfície, são suficientemente elevadas para a ruptura do material dúctil

9 microtrincamento - processo de fragmentação da superfície frágil,


pela formação de crescimento de trincas, devido à ação da partícula
abrasiva
¾ Esquema ilustrativo de micromecanismos de
desgaste abrasivo
¾ A proporção de microssulcamento para
microcorte
9 depende do ângulo de ataque (α) das partículas
abrasivas

9 quando α > αc resulta no


destacamento do material por
microcorte.

9 αc (ângulo crítico)
9 função do material
depositado e condições
de teste
9 descreve a transição
9 razão de microssulcamento para
entre microssulcamento e
microcorte como uma função da razão do
microcorte ângulo de ataque para o ângulo de
ataque crítico
Desgaste por adesão
9 também identificado pelos termos: riscos de atrito,
descamação e emperramento.

9 ocorre quando superfícies deslizam uma contra outra e


a pressão entre as asperezas em contato é bastante alta
para causar deformação plástica local e adesão.

9 entender o real contato que ocorre entre duas


superfícies

9 a quantidade de desgaste depende de inúmeros fatores


- carga aplicada, velocidade, temperatura, área real de
contato e limpeza da superfície em atrito.
¾ Mecanismo de adesão
Desgaste por fadiga na superfície

9 formação de trincas e esfoliação de material, causados


por carregamentos alternados repetidos.

9 os movimentos de rolamento, deslizamento ou impacto


que atuam na superfície podem resultar em tensões
cíclicas alternadas.

9 pode ocorrer em uma escala microscópica, devido a


choques repetidos por deslizamento de asperezas na
superfícies de sólidos em movimento relativo.
¾ Mecanismo da fadiga
Desgaste por reação triboquímica
9 partículas de desgaste geradas por interações químicas
entre os elementos de um tribo-sistema iniciado por ação
tribológica.

9 o atrito entre duas superfícies ocorre em presença de


substâncias líquidas ou gasosas - reações químicas e os
produtos formados desprendem-se.

9 nova superfície é exposta novamente às substâncias e o


processo se repete.

9 grau de desgaste corrosivo - depende do potencial


elétrico entre os materiais envolvidos.
Desgaste Erosivo (Erosão)
9 desgaste ocorre entre corpos sólidos pela ação do
deslizamento ou do impacto de sólidos, líquidos, gases ou,
ainda, pela combinação destes.

9 ocorre quando partículas ou ondas de choque mecânico


entram em contato com um objeto metálico - velocidade
alta se comparada com a abrasão.

Existem três formas de desgaste erosivo segundo a ASTM


G40-77:
9 Erosão por cavitação
9 Erosão por partículas sólidas
9 Erosão por partículas (gotas) líquidas
Desgaste por Fretting
9 trata-se de uma forma de dano de superfície que ocorre
quando essas (carregadas uma contra a outra) são
submetidas a um escorregamento oscilatório de pequena
amplitude.

9 o movimento relativo entre as superfícies de contato


pode ser devido a cargas cíclicas ou a inevitáveis
vibrações dentro de um sistema tribológico.

9 mecanismo de remoção de metal - predominantemente


a adesão, junto com outros mecanismos próprios como os
fragmentos de desgaste oxidados e acumulados.
Materiais Metálicos
9 O acabamento superficial dos metais mais polidos não é
completamente liso. Sempre existem asperezas e depressões
microscópicas.

9 Adesivo
9 Abrasivo e,
9 Erosivo.
9 Outros: desgaste por fadiga superficial, desgaste por cavitação-
erosão e desgaste por fretagem.

9 prática os vários tipos de desgaste ocorrem


simultaneamente e é difícil separar os efeitos de um ou de
outro.
Principais fatores que influenciam o desgaste

9 Variáveis metalúrgicas - dureza, tenacidade,


composição, microestrutura.

9 Variáveis de serviço - materiais de contato,


pressão, velocidade, temperatura, acabamento
superficial

9 Outros fatores - lubrificação, corrosão, etc.


Reduzindo o desgaste

9 Lubrificação

9Tratamento superficial - inserção de elementos de liga


superficialmente, tratamentos térmicos, revestimentos
superficial.

9 Técnicas
9 deposição por chama, eletrodeposição
9 deposição por plasma, PVD, CVD

9 Materiais - carbonetos, nitretos, boretos,


óxidos, cromo eletrodepositado.
Materiais Cerâmicos
9 comportamento das cerâmicas é determinado pela força
de ligação

9 fortes ligações atômicas covalentes e iônicas. Essas


ligações são influenciadas por várias propriedades
superficiais e volumétricas.

9 propriedades superficiais - os estados eletrônicos da


superfície, espécies iônicas presentes na superfície, química dos
elementos em contato e a natureza dos contaminantes presentes
na superfície.
9propriedades volumétricas - estrutura cristalina, energia de
coesão e a presença ou ausência de defeitos.
Materiais Cerâmicos

9 De modo geral as cerâmicas são muito resistentes ao


desgaste , haja visto que as durezas desses materiais são
as que mais se aproximam da dureza do diamante, que é o
material mais resistente ao desgaste conhecido.

9 Por esse motivo é que são construídas ferramentas de


usinagem, de conformação plástica , e de polimento e
acabamento superficial, para os metais , de materiais
cerâmicos
Materiais Poliméricos e Compósitos

9 Os polímeros e compósitos de matriz polimérica


resistentes ao desgaste tem substituído rotineiramente os
metais em mancais, buchas, engrenagens e outros
componentes que deslizam.

9 De modo geral os polímeros apresentam tanto desgaste


adesivo como abrasivo.
Resistência ao desgaste de polímeros

9 fatores indicativos de resistência ao desgaste


9 coeficiente de atrito
9 taxa de desgaste (perda volumétrica/ tempo)
9 taxa PV (pressão-velocidade)

9 polímeros auto-lubrificantes - poli-tetra-flúor-etileno (PTFE -


teflon), polietileno de ultra alto peso molecular, acetais, os nylons,
os poliimidas, entre outros.

9 outros lubrificantes internos – grafite, disulfito de molibidênio e


silicone
Resistência ao desgaste de polímeros

9 alta resistência ao desgaste – combinação de aditivos


lubrificantes e fibras

9 vidro, carbono e fibras aramidas são usualmente


adicionadas como reforço aumentando o desempenho
quanto ao desgaste.

9 melhorar a resistência ao desgaste – adição de aditivos. Por


exemplo, adicionando-se 20% (p/p) de PTFE (teflon) no
policarbonato, seu coeficiente de atrito diminui drasticamente.
Resistência relativa a abrasão de resinas de engenharia

9 PEUAPM apontado como a resina de engenharia que


apresenta a maior resistência a abrasão e ao impacto.

9 PEUAPM = 1

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