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Todos ao seu lado morreram, todos que você amava se foram, e o preço disso, foi a morte dos
Falsos Deuses. E finalmente você pode ir, você pode descansar, voltar para casa e dormir e enfim ter
a paz que tanto sonhou.
Agora como um herói, como um libertador, uma lenda viva. Parabéns, você cresceu, se tornou o que
tanto queria se tornar, você é forte, único, o mais poderoso entre os que você conhece... Você é o
algoz de gigantes.
Mas... e se não for? E se nesse mundo, entre as linhas dele existir algo maior que você.
Você se agarra a fugida e sublime esperança de uma paz? Que patético. Você sabe que nesse
mundo não há o mínimo espaço para paz. O que é isso em seus olhos pequenino... Medo?
Desespero? Anseio?
Você não queria voltar para casa? não queria descansar e ter paz? venha... venha aqui. Eu lhe darei
a paz
A medida que você caminha para fora, sua visão é tomada por uma escuridão crescente, aos poucos
sua mente é nublada por um sentimento de vazio, você esperava estar bem, esperava estar
realizado, mas algo dentro de você diz que ainda não acabou. E talvez seja verdade, por que na sua
frente uma fenda começa a rachar o espaço tempo, uma energia densa avermelhada começa a
macular a própria existência, aquilo é muito mais do que o poder da Obscura que você sentiu, é
muito mais do que os Deuses Fracos que você enfrentou. Aquilo, o que sair dali é o verdadeiro
motivo por existir a palavra terror.
Você congela frente ao abismo que se abre a medida que aquela fenda se expande, você ouve o
guincho gultural de um ser tão antigo que sua existência é imensurável, todo aquele poder é
imensurável, tudo o que ele te faz sentir é incompreensível, dor? angústia? Medo? alegria?
excitação? o que você tá sentindo de verdade? o que você é de verdade? você existe? você
realmente está aqui?
As perguntas invadem sua mente como uma cachoeira, com sussurros estridentes que mazelam sua
consciência, o verdadeiro gosto da insanidade, da loucura, quebrando você de dentro para fora.
Seus joelhos se dobram perante aquele poder, e você cai de frente para algo.
Sua visão turva, doente, consegue ver mãos esqueléticas e sombrias, com garras afiadas e mortais
abrindo a fenda ainda mais, e uma face oca, uma escuridão nefasta te encara. Uma criatura maior
que Você, maior que os falsos Deuses que enfrentou. Sem rosto, sem pele, descarnada e óssea. A
face vazia dela exprime somente o significado de Medo, ela se ergue diante de você e você sabe,
você sente a imponência perante aquele ser. Diante de um filho da Própria Obscura, diante de uma
de suas meras e mais novas crianças, você não é Nada... O que você faz?