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A noite gelida recai sobre a cidade, a brisa daquela madrugada, trazendo consigo a fina

camada de névoa que conspira contra as tentativas dos mortais de se manterem aquecidos,
esconde em seu antro subterrâneo, do porão de um edifício residencial, uma bela música
clássica, em melodias profundas de um clarinete, marcava até mesmo uma dança fúnebre
que ocorria naquele âmbito. Estava escuro, apenas com duas luzes baixas iluminando o
que se parecia um conjunto de 3 mesas, uma no centro, maior, e duas nas laterais, que
seguravam apetrechos. Aquela quase inútil iluminação, marcava também o que se
assemelhava a uma silhueta, posta sobre a mesa do centro, e a frente dela, um homem, em
seus 32 anos, aspecto jovial, bem vestido, com uma espécie de avental por cima de suas
vestes de classe, e luvas brancas como médico. Ele balbuciava diante das notas do
clarinete, algo, para si mesmo, já que aparentemente estava sozinho ali — Que desastre,
desastre… isso é horrendo. Engraçado até eu dizer, você não é mais horrendo do que o
que me trouxe aqui. Embora atualmente, eu agradeça por isso… — Ele dizia, irritado com o
trabalho que estava fazendo, dizia para o que quer que estivesse naquela mesa. — Talvez
eu deva, lhe contar… é Tediante ficarmos só nós aqui, e não termos o que discutir… então,
por favor, ouça com atenção… — Ele dizia, dando um sorriso que se destacava na
Escuridão, e aos poucos sua voz iria se sobressaindo sobre a música clássica, enquanto
ele ditava versos, de uma memória, longínqua.

" A noite já era caída naquele dia… uma sexta se bem me lembro, como pesquisador,
sempre guardo os finais de semana para ficar em minha residência, e compartilhar com
meus acompanhantes virtuais, minhas descobertas. Só não sabia que isso ia me gerar, um
encontro tremendo, do qual hoje sou fruto. Fazia umas duas semanas que havia voltado de
uma viagem, fomos ao que antes, era chamada de Babilônia, e hoje se encontra em Ruínas,
ao norte do Centro da Cidade de Hila — Uma bela capital diga-se de passagem, mas não
estamos aqui para detalhes turísticos — Eu estava como o Antropólogo chefe daquele sítio
arqueologico, como era uma civilização antiga, e ruínas tão antigas quanto, nada mais
justo do que um estudante da área de como civilizações se formam.

Os primeiros dias, e até semanas, foram calmos, nada além de escavação e teorias sobre o
início e declínio do Império Babilônico, muito mais do que os livros de história ensinam,
queríamos detalhes, cronológia, dia a dia, e até mesmo segredos entre esses dois tempos.

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