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húmido e frio solo, eu a ouço chamar meu nome, implorar por ajuda.
Onde está Elleanor? Onde seus gritos me trazem? São questões que
inundam minha mente, assim como a água que paira ao meu redor
inunda meu corpo, assim como a corrente o arrebate entre as afiadas
rochas, me fazendo ceder a pressão e sentir, pouco a pouco meu interior
ser tomado por seu fluído, sofrendo, ouvindo ela gritar, enquanto meu
corpo apenas luta por uma misera parcela de ar puro. E antes que meus
olhos pudessem fechar, que meu ser desististe e só morresse... Eu o
senti e então, despertei.
-- Senhor Hemsés?
-- Eu...
-- Sim?
-- Elleanor.
-- Não sei direito, tava escuro, parecia molhado... era como se eu tivesse
me afogando.
-- Droga...
-- Não sei... eu preciso fazer alguma coisa. Essa visão, ela parecia de
alguma forma ta sendo bloqueada.
-- Seu tio me pediu para ficar e protege-lo, ocultar minha presença... mas
acho que você e sua irmã precisam de ajuda.
-- É pra Elleanor
-- Troy me desculpa, mas isso que você quer ta além do que é ensinado
-- Sim!
-- Me mostra
-- O regente?
-- O fato de estar prestes a matar alguém, e usar seu sangue fresco e seu
corpo para um feitiço, não o incomoda
Nenhum pouco?
-- Desculpe, não quis duvidar do senhor. Mas essa é uma linha, que não
dá pra voltar.
Faço um breve confirmar com minha cabeça, e então retiro minha blusa
e meu manto, pegando um almofariz e uma materia prima, extraindo
uma tinta natural de coloração branca, e com ela desenho simbolos e
sigilos em meu corpo principalmente ao redor de meus olhos e marco a
palma da minha mão no centro de meu rosto. So faltava os ultimos
passos
Diz Sebastian, que caminha ante a borda das velas e carrega consigo e
Victor um corpo desfalecido em seus braços
-- Trouxeram então?
-- Eu ainda não concordo com isso Troy... mas ja que você ta disposto.
-- Quem trouxeram?
-- Não é alguém inocente, pelo menos isso.
Encaro Victor, mas apenas movo a lamina ate o centro de minha mão e
fecho os olhos, cortando minha destra e virando ela para que o sangue
escorra para dentro do traçado. A medida que as gotas formavam uma
pequena união sanguinea, as chamas das velas cresciam e a atmosfera
morbida se intensificava ainda mais, aos poucos que o simbolo no chão
manipulava o sangue que caia nele, sussurros distantes eram ouvidos
em meio a quietude das arvores, e então a sensação, não de medo, mas
de estar sendo observado. Ainda com os olhos fechados, eu começo a
falar em uma língua que eu nem sabia que tinha dominancia, mas as
palavras saiam perfeitas.
- Mi vokas tiun, kiu iras inter regnoj (Eu chamo aquele que caminha entre os reinos)
Mi nomas la gvidilon inter vivo kaj morto (Eu chamo o guia entre a vida e a morte)
Mi nomas la prizonestron de herezuloj (Eu chamo o carcereiro dos hereges)
- Kaj en via nedirebla nomo, mi petas (Em seu impronunciavel nome, eu peço)
Por la oferita korpo (Pelo corpo sacrificado)
por la koruptita animo (Pela alma corrompida)
mi vidu tion, kion miaj okuloj ne povas (Deixe-me ver o que meus olhos não são
capazes)