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Os protocolos são padrões de comunicação.

Para estabelecer uma conexão segura, protocolos seguros serão usa -


dos, criando um túnel seguro entre o emissor e o receptor, por meio de um ambiente vulnerável. Eles procuram
encapsular os dados transmitidos, para que, em caso de monitoramento, a leitura do conteúdo torne-se impossível,
uma vez que os dados se tornam criptografados.

Usuário mal-intencionado

Protocolo Tráfego não


seguro será monitorado

Conexão Conexão
segura segura
Usuário remoto Internet Empresa
Figura 6. Usuários mal-intencionados não conseguem monitorar o conteúdo de uma conexão que esteja protegida com um protocolo seguro.

TIPO DE VPN CARACTERÍSTICA


VPN de acesso  Um usuário pode conectar-se a uma rede, para acessar seus serviços e recursos remotamente
remoto  A conexão é segura e ocorrerá por meio de uma rede pública, como a Internet
(VPN client to site)  Será uma conexão (cliente) para um servidor remoto que aceita várias conexões
 Dois roteadores estabelecem uma conexão segura para a troca de dados, sendo que um deles opera como
cliente VPN e o outro, como servidor VPN
 É o modelo mais usado no âmbito empresarial, para conectar com segurança a rede interna de
VPN site a site
uma filial com a rede interna de uma matriz
 Serão várias conexões (filial), acessando um servidor remoto que aceita várias conexões (matriz)
 Também conhecida como VPN LAN to LAN

Protocolos

Quando uma navegação na Internet é realizada, os protocolos transferem os dados de um servidor para o
cliente de acordo com o paradigma Cliente-Servidor. O servidor oferece os dados e provê a conexão e, então, o
cliente acessa as informações e solicita serviços.
Em uma conexão, para evitar que os dados sejam acessados por pessoas não autorizadas, protocolos de segu-
rança e proteção poderão ser implementados, utilizando-se de chaves e certificados digitais para a garantia da
transferência segura dos dados.
Muitas siglas de protocolos estão relacionadas com este tópico. Confira algumas delas:

PROTOCOLO SIGNIFICADO CARACTERÍSTICAS SEGURO?


GRE Generic Routing Encapsulation Desenvolvido pela CISCO, prioriza a velocidade Não
SSL Secure Sockets Layer Camada adicional de segurança para a conexão Sim
TLS Transport Layer Security Camada de transporte seguro para a conexão Sim
Orientar o servidor para criação de uma conexão se- gura
SSH Secure Shell Sim
com o cliente
Extensão do protocolo IP para suprir a falta de seguran- ça de
IPsec IP Security Protocol Sim
informações que trafegam em uma rede pública
Protocolo para facilitar a comunicação bidirecional,
Telnet baseada em texto interativo (comandos), usando uma Não
conexão de terminal virtual
Atualização dos protocolos L2F (Protocolo de Enca-
L2TP Layer 2 Tunnelling Protocol minhamento da Camada 2) e PPTP (Protocolo de Tu- Não
nelamento Ponto-a-Ponto)
O PPTP adiciona um canal seguro ao TCP e utiliza um túnel
PPTP Point-to-Point Tunneling Protocol GRE Sim
 Algumas questões o apresentam com a sigla PPP
Criar conexões ponto a ponto (point to point) e site a site
OpenVPN VPN de Código aberto (site to site), usando um protocolo personalizado baseado Sim
no TLS e SSL

Dica
258 Protocolos seguros costumam mostrar a letra S na sua sigla, como em HTTPS.
Um protocolo seguro procura estabelecer uma conexão segura entre os dispositivos, possibilitando a troca de
informações. Antes do envio de dados, a conexão segura será negociada entre os dispositivos e aprovada após a
confirmação do certificado digital.

Usuário remoto Empresa


A conexão é segura?
Sim, ela é. Segue o certificado digital.
OK. Conexão segura estabelecida?
Criptografando o caminho, para envio de dados.
Figura 7. A criptografia é usada para garantir a autenticidade e a integridade das conexões.

A conexão remota poderá ser uma simples conexão direta entre os dispositivos (ponto a ponto, túnel de cone-
xão, sem criptografia dos dados trafegados) ou uma conexão entre os dispositivos com segurança, utilizando
protocolos seguros, para criptografar o conteúdo trafegado no túnel de conexão.

Programas

Após conhecer as definições de uma VPN e os protocolos que podem ser utilizados, é comum surgir uma dúvida:
quais são os programas que usamos para transformar o nosso dispositivo em um cliente VPN?
A resposta é: depende. Cada dispositivo possui um sistema operacional e, de acordo com a origem (cliente) e o
destino (servidor), existem programas mais adequados para cada cenário.

ORIGEM (CLIENTE) DESTINO (SERVIDOR) EXEMPLO DE PROGRAMA PARA VPN


Windows Windows Área de Trabalho Remota
Windows Linux PuTTy
Linux Windows OpenVPN
Linux Linux Network-Manager

A utilização de um software de VPN, a fim de acessar a rede interna de uma organização (no modelo VPN client
to site), implementa segurança aos dados trafegados na forma de criptografia, para garantir a autenticidade e a
integridade das conexões. No entanto, onde a VPN será “iniciada”?
Nas redes de computadores, o firewall é um item especialmente importante em relação à segurança da infor-
mação. Ele é um filtro de portas TCP, que permite ou bloqueia o tráfego de dados. Logo, se uma conexão deseja
enviar e receber dados, precisa ter a porta correspondente liberada, em ambos os lados, tanto no cliente como no
servidor.
Se existe um firewall na rede, a VPN poderá ser instalada (e configurada) no firewall (mais comum), em frente
ao firewall (para autenticar o que está chegando), atrás do firewall (para autenticar o que chegou), paralelamente
ao firewall (para acompanhar o envio e recebimento dos pacotes) ou na interface dedicada do firewall (na conexão
VPN site to site, para atender a vários dispositivos da rede).
No Windows 10, a definição da VPN poderá ser realizada por meio da Central de Ações (atalho de teclado
Windows + A) ou em Configurações, Rede e Internet, VPN. O acesso Home Office é um tipo de conexão externa que
deverá utilizar uma VPN, para proteger os dados trafegados com o uso de criptografia implementada por proto -
colos seguros.

NOÇÕES DE VÍRUS, WORMS E PRAGAS VIRTUAIS

Sabe-se que ameaças e riscos de segurança estão presentes no mundo virtual. Assim como existem pessoas
boas e más no mundo real, existem usuários com boas ou más intenções no mundo virtual.
Os criminosos virtuais são genericamente denominados como hackers, porém o termo mais adequado seria
cracker. Um hacker é um usuário que possui muitos conhecimentos sobre tecnologia, podendo ser nomeado como
White Hat – hacker ético que usa suas habilidades com propósitos éticos e legais –, Gray Hat – aquele que comete
crimes, mas sem ganho pessoal (geralmente, para exposição de falhas nos sistemas) – e Black Hat – aquele que
CONHECIMENTOS DE

viola a segurança dos sistemas para obtenção de ganhos pessoais.


Amadores ou inexperientes, profissionais ou experientes, todo usuário está sujeito aos riscos inerentes ao uso
dos recursos computacionais. São riscos de segurança digital:
INFORMÁTICA

 Ameaças: vulnerabilidades que existem e podem ser exploradas por usuários;


 Falhas: vulnerabilidades existentes nos sistemas, sejam elas propositais ou acidentais;
 Ataques: ação que procura denegrir ou suspender a operação de sistemas.

Devido à crescente integração entre as redes de comunicação, conexão com novos e inusitados dispositivos
(IoT – Internet das Coisas) e criminosos com acesso de qualquer lugar do mundo, as redes de informações torna-
ram-se particularmente difíceis de se proteger. Profissionais altamente qualificados são formados e contratados
pelas empresas com a única função de proteger os sistemas informatizados.
259
Em concursos públicos, as ameaças e os ataques romper as barreiras de segurança definidas na Políti-
são os itens mais questionados. ca de Segurança, com o objetivo de anular o sistema
ou capturar dados.
Você conhece a Cartilha de Segurança CERT? Dis- Os ataques podem ser classificados como:
ponível gratuitamente na Internet, ela é a fonte ofi-
cial de informações sobre ameaças, ataques, defesas  Baixa complexidade: exploram falhas de seguran-
e segurança digital. Ela pode ser acessada pelo link: ça de forma isolada e são facilmente identificados
<https://cartilha.cert.br/>. (Acesso em: 13 nov. 2020). e anulados;
 Média complexidade: combinam duas ou mais
Ameaças ferramentas e técnicas, para obter acesso aos
dados, sendo de média complexidade para a solu-
As ameaças são identificadas como aquelas que ção, gerando impactos na operação dos sistemas,
possuem potencial para comprometer a oferta ou exis- como a indisponibilidade;
tência dos ativos computacionais, tais como: informa-  Alta complexidade: refinados e avançados, os
ções, processos e sistemas. Um rawsomware – software ataques combinam o acesso às falhas do sistema,
que sequestra dados, utilizando-se de criptografia e novos códigos maliciosos desconhecidos e a dis-
solicita o pagamento de resgate para a liberação das tribuição do ataque com redes zumbis, tornando
difícil a resolução do problema.
informações sequestradas – é um exemplo de ameaça.
É importante entender que, apesar de a ameaça
existir, se não ocorrer uma ação deliberada para sua Dica
execução ou se medidas de proteção forem implemen-  Ameaças existem e podem afetar ou não os
tadas, ela é eliminada e não se torna um ataque. As sistemas computacionais;
ameaças à segurança da informação podem ser clas-  Falhas existem e podem ser exploradas ou não
sificadas como: pelos invasores;
 Ataques são realizados todo o tempo contra todos
 Tecnológicas: quando ocorre mudança no padrão os tipos de sistemas.
ou tecnologia, sem a devida atualização ou
upgrade; Vírus de Computador
 Humanas: intencionais ou acidentais, que explo-
ram vulnerabilidades nos sistemas; O vírus de computador é a ameaça digital mais
 Naturais: não intencionais, relacionadas ao popular. Tem esse nome por se assemelhar a um vírus
ambiente, como as catástrofes naturais. orgânico ou biológico. O vírus biológico é um organis-
mo que possui um código viral que infecta uma célu-
As empresas precisam fazer uma avaliação das la de outro organismo. Quando a célula infectada é
ameaças que possam causar danos ao ambiente com- acionada, o código viral é duplicado e se propaga para
putacional dela mesma (Gerenciamento de Risco), outras células saudáveis do corpo. Quanto mais vírus
implementar sistemas de autenticação (Controlar o existirem no organismo, menor será o seu desempe-
Acesso), definir os requisitos de senha forte (Políti- nho, fazendo com que recursos vitais sejam consumi-
ca de Segurança), manter um inventário e realizar o dos, podendo levar o hospedeiro à morte.
rastreamento de todos os ativos (Gerenciamento de O vírus de computador é um código malicioso que
Recursos), além de utilizar sistemas de backup e res- infecta arquivos em um dispositivo. Quando o arquivo
tauração de dados (Gerenciamento de Continuidade é executado, o código do vírus é duplicado, propagan-
de Negócios). do-se para outros arquivos do computador. Quanto
mais vírus existirem no dispositivo, menor será o seu
Falhas desempenho, fazendo com que recursos computacio-
nais sejam consumidos, podendo levar o hospedeiro a
As falhas de segurança nos sistemas de informação uma falha catastrófica.
poderão ser propositais ou involuntárias. Se o progra-
1. E-mail com vírus de computador é enviado pa ra o usuário
mador insere, no código do sistema, uma falha que
produza danos ou permita o acesso sem autentica-
ção, temos um exemplo de falha proposital. Já se uma
falha for descoberta após a implantação do sistema,
sem que tenha sido uma falha proposital, e tenha sido
explorada por invasores, temos um exemplo de falha
involuntária, inerente ao sistema.
E-mail com vírus Usuário Arquivo
Quando identificadas, as falhas são corrigidas
pelas empresas que desenvolveram o sistema por
meio da distribuição de notificações e correções de 2. E-mail é abe rto e o arquivo anexo infectado é executado.
segurança. O Windows Update, serviço da Microsoft
para atualização do Windows, distribui, mensalmen-
te, os patches (pacotes) de correções de falhas de
segurança.

Ataques
E-mail com vírus Usuário Arquivo
Sem dúvidas, o assunto de maior destaque, tan-
to em concursos como no mundo real, são os ata-
260 ques. Coordenados ou isolados, os ataques procuram
3. O código do vírus é copiado para arquivos do computador Todos os sistemas operacionais são vulneráveis
aos vírus de computador. Quando um vírus de com-
putador é desenvolvido por um hacker, este procura
elaborá-lo para um software que tenha uma grande
quantidade de usuários iniciantes, o que aumenta as
suas chances de sucesso.
O Windows, por exemplo, possui muitos usuários
E-mail com vírus Usuário Arquivo e a maioria deles não tem preocupações com seguran-
ça. Por isso, grande parte dos vírus de computadores
4. Ao executar o arquivo inf ectado, novos arquivos ser ão infectados. são desenvolvidos para atacarem sistemas Windows.
O Linux, por sua vez, tem poucos usuários, se com-
parado ao Windows, e a maioria deles possui muito
conhecimento sobre Informática, tornando a ação de
vírus nesse sistema uma ocorrência rara.
Já o Android, software operacional dos smartpho-
E-mail com vírus Usuário Arquivo Arquivo nes populares, é uma variação do sistema Linux ori-
ginal. Apesar de possuir essa origem nobre, é alvo de
milhares de vírus, por causa dos seus usuários, que,
O vírus de computador poderá entrar no disposi- na maioria das vezes, não têm rotinas de proteção e
tivo do usuário por meio de um arquivo anexado em segurança de seus aparelhos.
uma mensagem de e-mail, ou por cópia de arquivos Um vírus de computador poderá ser recebido por
existentes em uma mídia removível, como o pen drive, e-mail, transferido de sites na Internet, compartilhado
recebidos por alguma rede social, baixados de sites na em arquivos, através do uso de mídias removíveis infec-
Internet, entre outras formas de contaminação. tadas, nas redes sociais e por mensagens instantâneas.
Vale lembrar, no entanto, que um vírus necessita ser
VÍRUS DE
CARACTERÍSTICAS executado para que entre em ação, pois ele tem um hos-
COMPUTADOR
pedeiro definido e um alvo estabelecido. Ele se propaga,
 Infectam o setor de boot do disco de inserindo cópias de si em outros arquivos, alterando ou
inicialização removendo arquivos do dispositivo para propagação e
Vírus de boot
 Cada vez que o sistema é iniciado, o autoproteção, a fim de não ser detectado pelo antivírus.
vírus é executado
Armazenados em sites na Internet, são Worms
carregados e executados quan- do o
Vírus de script O worm é um verme que explora de forma inde-
usuário acessa a página, usan- do um
navegador de Internet pendente as vulnerabilidades nas redes de dispositi-
vos. Geralmente, eles deixam a comunicação na rede
 As macros são desenvolvidas em lenta, por ocuparem a conexão de dados ao enviarem
linguagem Visual Basic for Applica- cópias de seu código malicioso.
tions (VBA) nos arquivos do Office,
Vírus de macro Um verme biológico parasita um organismo, con-
para a automatização de tarefas
sumindo seus recursos e deixando o corpo debilitado.
 Quando desenvolvido com propósi- tos
Um verme tecnológico parasita um dispositivo, consu-
maliciosos, é um vírus de macro
mindo seus recursos de memória e conexão de rede,
O vírus “mutante” ou “polimórfico”, a deixando o aparelho e a rede de dados lentos.
Vírus do tipo cada nova multiplicação, o novo ví- rus Os worms não precisam ser executados pelo usuá-
mutante mantém traços do original, mas é rio como os vírus de computador e a sua propagação
diferente dele será rápida caso não existam barreiras de proteção
São programados para agir em uma de- que os impeçam.
Vírus time bomb terminada data, causando algum tipo de
1. Dispositivo infectado se conecta na rede do usuário
dano no dia previamente agendado
 Um vírus stealth é um código mali-
cioso muito complexo, que se escon- de
depois de infectar um computador
 Ele mantém cópias dos arquivos que
Vírus stealth
foram infectados para si e, quan- do um
software antivírus realiza a de- tecção,
CONHECIMENTOS DE

apresenta o arquivo original, enganando Smartphone Roteador do Impressora


o mecanismo de proteção com worm Usuário

 O vírus Nimda explora as falhas de 2. Roteador infectado envia o worm para a impressora
INFORMÁTICA

segurança do sistema operacional


 Ele se propaga pelo correio eletrô-
Vírus Nimda nico e, também, pela web, em diretó-
rios compartilhados, pelas falhas de
servidor Microsoft IIS e nas trocas de
arquivos

Smartphone Roteador do Impressora


com worm Usuário
261
3. Impressora infectada demora muito para imprimir
Importante!
O Trojan ou Cavalo de Troia é apresentado, no
enunciado de algumas questões de concursos, como
um tipo de vírus de computador.

Smartphone Roteador do Impressora 1. E-mail com Cavalo de Troia é enviado para o usuário
com worm Usuário
4. Um novo dispositivo se conecta e é infectado

E-mail com vírus Usuário

Smartphone Roteador do Impressora 2. E-mail é aberto e o link do jogo on-line é acessado


com worm Usuário

Smartphone E-mail com vírus Usuário Jogo on-line

Dica 3. Enquanto o usuário joga, o trojan desativa as proteções


Os worms infectam dispositivos e propagam-se para
outros dispositivos de forma autônoma, sem
interferência do usuário.

Os worms podem ser recebidos automaticamen- E-mail com vírus Usuário Jogo on-line
te pela rede, inseridos por um invasor ou por ação
de outro código malicioso. Assim como os vírus, ele
poderá ser recebido por e-mail, transferido de sites na
Internet, compartilhado em arquivos, por meio do uso
de mídias removíveis infectadas, nas redes sociais e 4. Enquanto o usuário joga, o invasor consegue acesso
por mensagens instantâneas.
Com o objetivo de explorar as vulnerabilidades dos
dispositivos, os worms enviam cópias de si mesmos
para outros dispositivos e usuários conectados. Por
serem autoexecutáveis, costumam consumir grande
quantidade de recursos computacionais, promovendo
a instalação de outros códigos maliciosos e iniciando
Usuário Jogo on-line
ataques na Internet em busca de outras redes remotas.

Pragas Virtuais

As diversas pragas virtuais são, genericamente,


chamadas de malwares (softwares maliciosos), por
apresentarem características semelhantes: oferecem
alguma vantagem para o usuário, mas realizam ações
danosas que acabarão prejudicando-o.
 Spyware
 Cavalo de Troia ou Trojan
É um programa malicioso que procura monitorar
É um código malicioso que realiza operações mal- as atividades do sistema e enviar os dados capturados
-intencionadas enquanto realiza uma operação dese- durante a espionagem para terceiros. Existem softwa-
jada pelo usuário, como um jogo on-line ou reprodução res espiões considerados legítimos (instalados com o
de um vídeo. Ele é enviado com o conteúdo desejado e, consentimento do usuário) e maliciosos (que execu-
ao ser executado, desativa as proteções do dispositivo, tam ações prejudiciais à privacidade do usuário).
para que o invasor tenha acesso aos arquivos e dados. Os softwares espiões podem ser especializados na
Esse nome está, justamente, relacionado com a his- captura de teclas digitadas (keylogger), nas telas e cli-
tória do presente dado pelos gregos aos troianos, con- ques efetuados (screenlogger) ou para apresentação
sistindo em um cavalo de madeira, com soldados em de propagandas alinhadas com os hábitos do usuário
seu interior. Após entrar nas fortificações de Troia, os (adware). Eles, geralmente, são instalados por outros
gregos desativaram as defesas e permitiram o acesso programas maliciosos, para aumentar a quantidade
262 do seu exército. de dados capturados.
 Bot CÓDIGO
CARACTERÍSTICAS
MALICIOSO
É um programa malicioso que mantém contato
Fraude que engana o usuário, induzindo-o a
com o invasor, permitindo que comandos sejam exe-
Phishing informar seus dados pessoais em pági- nas de
cutados remotamente. captura de dados falsas
O dispositivo controlado por um bot poderá integrar
uma rede de dispositivos zumbis, a chamada botnet. Ataque aos servidores de DNS para alte- ração
Quando o invasor deseja atacar sites para provo- Pharming das tabelas de sites, direcionando a navegação
car Negação de Serviço, ele aciona os bots que estão para sites falsos
distribuídos nos dispositivos do usuário, para que Ataques na rede que simulam tráfego acima
façam a ação danosa. Além de esconder os rastros da do normal com pacotes de dados formatados
identidade do verdadeiro atacante, os bots poderão Negação de incorretamente, fazendo o servidor remoto
continuar sua propagação através do envio de cópias Serviço ocupar-se com os pedi- dos e erros, negando
para outros contatos do usuário afetado. acesso para outros usuários

 Backdoor  Código que analisa ou modifica o tráfe- go


de dados na rede, em busca de infor- mações
É um código malicioso semelhante ao bot, mas que, Sniffing relevantes como login e senha
além de executar comandos recebidos do invasor, realiza  Enquanto o spyware não modifica o
ações para desativação de proteções e aberturas de por- conteúdo, o sniffing pode alterar
tas de conexão. O invasor, ciente das portas TCP que estão
Falsifica dados de identificação, seja do
disponíveis, consegue acesso ao dispositivo para a instala- remetente de um e-mail (e-mail Spoo-
ção de outros códigos maliciosos e roubo de informações. Spoofing fing), do endereço IP, dos serviços ARP e
Assim como os spywares, existem backdoors legíti- DNS, escondendo a real identidade do
mos (adicionados pelo desenvolvedor do software para atacante
funcionalidades administrativas) e ilegítimos (para ope-
rarem independente do consentimento do usuário). Intercepta as comunicações da rede para
Man-In-The-
roubar os dados que trafegam na conexão.
-Midle
 Rootkit
Intercepta as comunicações do aparelho móvel,
Man-In-The-
É um código malicioso especializado em esconder para roubar os dados que trafegam na conexão
-Mobile
e assegurar a presença de outros códigos maliciosos do aparelho smartphone
para o invasor acessar o sistema. Essas pragas virtuais Enquanto uma falha não é corrigida pelo
podem ser incorporadas em outras pragas, para que o Ataque de dia desenvolvedor do software, invasores podem
código que camufla a presença seja executado, escon- zero explorar a vulnerabilidade identifi- cada antes
dendo os rastros do software malicioso. da implantação da proteção
Após a remoção de um rootkit, o sistema afetado não
Modificam páginas na Internet, alterando a
se recupera dos dados apagados, sendo necessária uma
Defacement sua apresentação (face) para os usuá- rios
cópia segura (backup) para restauração dos arquivos. visitantes

Dica Sequestrador de navegador que pode desde


alterar a página inicial do browser, até
Cavalo de Troia, Spyware, Bot, Backdoor e Root- kit HiJacker realizar mudanças do mecanismo de
são as pragas digitais mais questionadas em concursos pesquisas e direcionamento para servido- res
DNS falsos
públicos.

Confira, na tabela a seguir, outras pragas digitais Uma das ações mais comuns que procuram com-
que ameaçam a Segurança da Informação e a privaci- prometer a segurança da informação é o ataque
dade dos usuários de sistemas computacionais. Phishing. O usuário recebe uma mensagem (por
e-mail, rede social ou SMS no telefone) e é induzido a
CÓDIGO clicar em um link malicioso. O link acessa uma pági-
CARACTERÍSTICAS
MALICIOSO
na que pode ser semelhante ao site original, induzin-
do o usuário a fornecer dados pessoais, como login e
Gatilho para a execução de outros códi- gos
senha. Em ataques mais elaborados, as páginas captu-
Bomba lógica maliciosos que permanece inativa até que um
evento acionador seja executado ram dados bancários e de cartões de crédito. O objeti-
CONHECIMENTOS DE

vo é simples: roubar dinheiro das contas do usuário.


Sequestrador de dados que criptografa pastas, 1. O usuário recebe um e-mail do “banco”, mas é falso
arquivos e discos inteiros, soli- citando o
INFORMÁTICA

Ransomware pagamento de resgate para liberação

 Simulam janelas do sistema opera-


cional, induzindo o usuário a acionar um
comando, fazendo a operação continuar
Scareware normalmente
Usuário
 O comando iniciará a instalação de 263
códigos maliciosos
2. O link direciona o usuário par a um site falso 4. Seus dados são enviados pa ra o invasor, que rouba
$$$ das contas bancárias ou fa z compras no seu
cartão de crédito

Usuário

3. Ele informa os seus dados pessoais Usuário

APLICATIVOS PARA SEGURANÇA (ANTIVÍRUS,


FIREWALL, ANTI-SPYWARE ETC.)

Nos itens anteriores, conhecemos as diferentes


Usuário ameaças e ataques que podem comprometer a segu-
rança da informação, expondo a privacidade do usuá-
rio. Para todas elas, existem mecanismos de proteção
4. Seus dados são enviados para o invasor, que rouba – softwares ou hardwares que detectam e removem os
$$$ das contas bancárias ou fa z compras no seu códigos maliciosos ou impedem a sua propagação.
cartão de crédito Independentemente da quantidade de sistemas de
proteção, o comportamento do usuário poderá levar
a uma infecção por códigos maliciosos, pois a maio-
ria desses códigos necessita de acesso ao dispositivo
do usuário mediante autorização dada pelo próprio
usuário. A autorização de acesso poderá estar camu-
flada em um arquivo válido, como o Cavalo de Troia,
Usuário ou em mensagens falsas apresentadas em sites, como
o ataque de Phishing. Portanto, a navegação segura
começa com a atitude do usuário na rede.
Outra ação mais elaborada tecnicamente é o Phar-
ming. O invasor ataca um servidor DNS, modificando Antivírus
as tabelas que direcionam o tráfego de dados e o usuá-
rio acessa uma página falsa. Da mesma forma que o Os vírus de computadores, como conhecemos no
Phishing, esse ataque procura capturar dados bancá- tópico anterior, infectam um arquivo e propagam-se
rios do usuário e roubar o seu dinheiro. para outros arquivos quando o hospedeiro é executa-
do. O código que infecta o arquivo é chamado de assi-
1. O atacante modifica a tabela de um servidor DNS natura do vírus.
Os programas antivírus são desenvolvidos para
detectarem a assinatura do vírus existente nos arqui-
vos do computador. O antivírus precisa estar atualiza-
do, com as últimas definições da base de assinaturas
de vírus, para que seja eficiente na remoção dos códi-
gos maliciosos.

Usuário 1. O usuário tem um vírus de computador instalado

2. O link alterado direciona o usuário par a um site falso

Usuário Arquivo

Usuário 2. Um software antivírus é acionado para detecção

3. Ele informa os seus dados pessoais

Usuário Arquivo
Usuário

264
3. Ele compara o código com sua base de assinaturas 2. O arquivo será isolado e uma cópia enviada para
análise pelo fabricante do software antivírus

= Quarentena
Usuário Arquivo =
Usuário
4. Ele poderá eliminar o vírus, isolar ou excluir o arquivo

Arquivo Fabricante
Arquivo
= desinfectado excluído
Windows Defender
Usuário Quarentena
Em concursos públicos, as soluções de antivírus de
Quando o antivírus encontra um código malicioso terceiros, como Avast, AVG, Avira e Kaspersky rara-
em algum arquivo, que tenha correspondência com a mente são questionadas. Nós as usamos em nosso dia
base de assinaturas de vírus, ele poderá: a dia, mas, em provas de concursos, as bancas traba-
lham com as configurações padrões dos programas.
 Remover o vírus que infecta o arquivo;
O Windows 10 possui uma solução integrada de
 Criptografar o arquivo infectado e mantê-lo na
proteção, que é o Windows Defender. Na época do
pasta Quarentena, isolado;
Windows 7, a Microsoft adquiriu e disponibilizou o
 Excluir o arquivo infectado.
programa Microsoft Security Essentials como antiví-
Assim, o antivírus poderá proteger o dispositivo rus padrão do sistema operacional.
através de três métodos de detecção: assinatura dos A seguir, foi desenvolvida a solução Windows Defen-
vírus conhecidos, verificação heurística e comporta- der, para detecção e remoção de outros códigos mali-
mento do código malicioso quando é executado. ciosos, como os worms e Cavalos de Troia. Além disso, o
O que fazer quando o código malicioso do vírus Windows sempre ofereceu o firewall, um filtro de cone-
não está na base de assinaturas? xões para impedir ataques oriundos das redes conectadas.
A base de assinaturas é atualizada pelo fabricante No Windows 10, o Windows Defender faz a detec-
do antivírus, com as informações conhecidas dos vírus ção de vírus de computador, códigos maliciosos e
detectados. Entretanto, novos vírus são criados diaria- opera o firewall do sistema operacional, impedindo
mente. Para a detecção desses novos códigos malicio- ataques e invasões.
sos, os programas oferecem a Análise Heurística.
Firewall
 Análise Heurística
O firewall é um filtro de conexões que poderá ser
O software antivírus poderá analisar os arquivos do um software, instalado em cada dispositivo, ou um
dispositivo através de outros parâmetros, além da base hardware, instalado na conexão da rede, protegendo
de assinaturas de vírus conhecidos, para encontrar novos todos os dispositivos da rede interna. O sistema opera-
códigos maliciosos que ainda não foram identificados. cional disponibiliza um firewall pré-configurado com
Se o código enviado para análise for comprovada- regras úteis para a maioria dos usuários.
mente um vírus, o fabricante inclui sua assinatura na A maioria das portas comuns estão liberadas e a
base de vírus conhecidos. Assim, na próxima atualiza- maioria das portas específicas estão bloqueadas.
ção do antivírus, todos poderão reconhecer e remover
o novo código descoberto.

1. Ele compara o código com sua base de assinaturas, mas não


encontra correspondência com vírus conhecidos
CONHECIMENTOS DE

Usuário
INFORMÁTICA

= Figura 13. O firewall controla o tráfego proveniente de outras redes.


Usuário Arquivo
O firewall não analisa o conteúdo do tráfego, por-
tanto ele permite que códigos maliciosos, como os
vírus de computadores, infectem o computador ao
chegarem como anexos de uma mensagem de e-mail.
O usuário deve executar um antivírus e awtispyware
nos anexos antes de executá-los.
265
Worm Malware
E-mail com vírus E-mail com vírus

Firewall Usuário Antispyware


Usuário
Trojan Spyware
E-mail com trojan E-mail com trojan
Figura 16. O antispyware é usado para evitar pragas digitais no
Figura 14. O firewall não analisa o conteúdo do tráfego, então dispositivo do usuário.
mensagens com anexos maliciosos passarão pela barreira e
chegarão até o usuário. Para proteção, o usuário deverá:

O firewall impede um ataque, seja de um hacker,  Manter o firewall ativado;


de um vírus, de um worm, ou de qualquer outra praga  Manter o antivírus atualizado e ativado;
digital que procure acessar a rede ou o computador  Manter o awtispyware atualizado e ativado;
por meio de suas portas de conexão. Apenas o con-  Manter os programas atualizados com as corre-
teúdo liberado, como e-mails e páginas web, não será ções de segurança;
bloqueado pelo firewall.  Usar uma senha forte para acesso aos sistemas e
optar pela autenticação em dois fatores quando
disponível.

E-mail Página web

Usuário
Invasor Ataque de vírus Firewall Usuário

Propagação Malware
de worm Firewall Antivírus Antispyware Atualizações Senha forte
Figura 15. O firewall não analisa o conteúdo do tráfego, mas impede
os ataques provenientes da rede. Figura 17. Para proteção: firewall ativado, antivírus atualizado e ativado,
antispyware atualizado e ativado, atualizações de softwares instaladas e uso
de senha forte.
O firewall não é um antivírus nem um awtispyware.
Ele permite ou bloqueia o tráfego de dados nas portas
UTM
TCP do dispositivo. Sendo assim, sua utilização não
dispensa o uso de outras ferramentas de segurança,
Uwified Threat Mawagemewt (UTM), ou “Gerenciamen-
como o antivírus e o awtispyware.
to Unificado de Ameaças”, são soluções abrangentes que
integram diferentes mecanismos de proteção em apenas
um programa. Elas realizam, em tempo real, a filtragem
Importante! de códigos acessados, otimizam o tráfego de dados nas
O firewall não é um antivírus, mas ele impede um conexões, controlam a execução das aplicações, pro-
ataque de vírus. Ele impedirá, por ser um ataque e, tegem o dispositivo com um firewall, estabelecem uma
não, por ser um vírus. conexão VPN segura para navegação e entregam relató-
rios de fácil compreensão para o usuário.

Antispyware Defesa Contra Ataques

Da mesma forma que existe a solução antivírus Quando o ataque é direcionado ao e-mail e nave-
contra vírus de computadores, existe uma solução gador de Internet, os filtros antispam e filtros anti-
que procura detectar, impedir a propagação e remo- phishing atendem aos requisitos de proteção. Se o
ver os códigos maliciosos que não necessitam de um ataque chega disfarçado, medidas de prevenção
hospedeiro. devem ser adotadas, como:
Genericamente, malware é um software malicioso.
Genericamente, spyware é um software espião. Assim,  Nunca fornecer informações confidenciais ou
quando os softwares maliciosos ganharam destaque secretas por e-mail;
e relevância para os usuários dos sistemas operacio-  Resistir à tentação de cliques em links das mensagens;
nais, os spywares ganharam destaque. Comercialmen-  Observar os dowwloads automáticos ou não iniciados;
te, tornou-se interessante nomear a solução como  Dentro das políticas de segurança para os funcio-
awtispyware. nários, destacar que não se deve submeter à pres-
Na prática, um awtispyware, ou um awtimalware, são de pessoas desconhecidas.
detecta e remove vários tipos de pragas digitais.
Quando os ataques procuram atingir um servidor
266 da empresa, como ataques DoS (negação de serviço),
DDos (ataque distribuído de negação de serviços) ou
spoofiwg (fraude de identidade), uma das formas de Capítulo II — Da Política de Segurança Cibernética:
proteção é o bloqueio de pacotes externos não con- Seção I — Da Implementação da Política de Segurança
vencionais. Se o usuário está utilizando um disposi- Cibernética
tivo móvel e sofre um ataque, ele deve aumentar o
nível de proteção do aparelho e as senhas precisam Art. 2º As instituições referidas no art. 1º devem
ser redefinidas o mais breve possível. implementar e manter política de segurança
Por fim, os ataques contra aplicativos poderão cibernética formulada com base em princípios e
ser minimizados ou anulados se o usuário mantiver diretrizes que busquem assegurar a cowfidewcia-
os programas atualizados em seu dispositivo, apli- lidade, a integridade e a disponibilidade dos
dados e dos sistemas de informação utilizados.
cando as correções de segurança tão logo elas sejam
§ 1º A política mencionada no caput deve ser com-
disponibilizadas. patível com:
I - o porte, o perfil de risco e o modelo de wegócio
da instituição;
Importante! II - a natureza das operações e a complexidade dos
produtos, serviços, atividades e processos da insti-
Quando o usuário é envolvido na perpetração de
tuição; e
ataques digitais, ele é considerado o elo mais fra- co da
III - a sensibilidade dos dados e das informações
corrente de segurança da informação, por estar sujeito sob responsabilidade da instituição.
a enganos e trapaças dos atacan- tes. A Engenharia § 2º Admite-se a adoção de política de segurança
Social consiste no conjunto de técnicas e atividades cibernética única por:
que procuram estabelecer confiança mediante dados I - conglomerado prudencial; e
falsos, ameaças ou dissimulação. II - sistema cooperativo de crédito.
§ 3º As instituições que não constituírem política
de segurança cibernética própria em decorrência
do disposto no § 2º devem formalizar a opção por
SEGURANÇA CIBERNÉTICA: RESOLUÇÃO CMN essa faculdade em reunião do conselho de admi-
Nº 4893, DE 26 DE FEVEREIRO DE 2021 nistração ou, na sua inexistência, da diretoria da
instituição.
A Resolução nº 4.893, de 26 de fevereiro de 2021,
do CMN, dispõe sobre a política de segurança ciber- Note que confidencialidade, integridade e disponi-
nética e sobre os requisitos para a contratação de ser- bilidade são princípios básicos de qualquer política de
segurança da informação. Assim, não há grande ino-
viços de processamento e armazenamento de dados e
vação por parte da resolução.
de computação em nuvem a serem observados pelas
instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Cen-
tral do Brasil. Trata-se de uma norma muito recente e, Confidencialidade
por isso, relevante ao estudo para novas provas.
Por ser tema novo, essa Resolução ainda não foi PRINCÍPIOS E
abordada em provas de concursos. Assim, podemos DIRETRIZES Integridade
QUE
até ter uma ideia de como o examinador pode cobrá-
BUSQUEM
-la, mas ainda não temos a certeza de como será. ASSEGURAR:
Provavelmente, o examinador não deve sair muito Disponibilidade
do texto seco da norma, então destacaremos o que for
mais importante você gravar. Essa é uma Resolução
curta, de fácil entendimento e com grandes chances O art. 3º trouxe os requisitos mínimos das políti-
de cair na sua prova. Vamos lá! cas de segurança cibernética das instituições envolvi-
das. Trata-se de um tópico muito importante para sua
Capítulo I — Do Objeto e do Âmbito de Aplicação prova! É importante gravá-los.

Art. 1º Esta Resolução dispõe sobre a política Art. 3º A política de segurança cibernética deve
de segurança cibernética e sobre os requisitos contemplar, no mínimo:
para a contratação de serviços de processa- I - os objetivos de segurança cibernética da
mento e armazenamento de dados e de com- instituição;
putação em nuvem a serem observados pelas II - os procedimentos e os controles adotados
instituições autorizadas a funcionar pelo Banco para reduzir a vulnerabilidade da instituição
Central do Brasil. a incidentes e atender aos demais objetivos de
segurança cibernética;
CONHECIMENTOS DE

Parágrafo único. O disposto nesta Resolução não


se aplica às instituições de pagamento, que devem III - os cowtrolet etpecíficot, incluindo os voltados
observar a regulamentação emanada do Banco para a rastreabilidade da informação, que busquem
Central do Brasil, no exercício de suas atribuições garantir a segurança das informações sensíveis;
INFORMÁTICA

legais. IV - o registro, a análise da causa e do impacto,


bem como o controle dos efeitos de incidentes
relevantes para as atividades da instituição;
O que é importante você ter em mente em relação
V - as diretrizes para:
ao primeiro artigo é que a resolução regula a contra- a) a elaboração de cenários de incidentes con-
tação de serviços de armazenamento de dados. É uma siderados nos testes de continuidade de negócios;
resolução sobre segurança da informação para toda b) a defiwição de procedimewtot e de cowtrolet
instituição que careça de autorização do BACEN para voltados à prevenção e ao tratamento dos inci-
funcionar, à exceção das instituições de pagamento, dentes a serem adotados por empresas prestado-
que serão objeto de regulamentação própria. ras de serviços a terceiros que manuseiem dados 267
ou informações sensíveis ou que sejam relevantes Seção II — Da Divulgação da Política de Segurança
para a condução das atividades operacionais da Cibernética
instituição;
c) a clattificação dot dadot e dat iwformaçõet Art. 4º A política de segurança cibernética deve
quanto à relevância; e ser divulgada aos funcionários da instituição e
d) a defiwição dos parâmetros a serem utiliza- às empresas prestadoras de serviços a terceiros,
dos na avaliação da relevância dos incidentes; mediante linguagem clara, acessível e em nível
VI - os mecanismos para disseminação da cul- de detalhamento compatível com as funções desem-
tura de segurança cibernética na instituição, penhadas e com a sensibilidade das informações.
incluindo:
a) a implementação de programas de capacita- A divulgação aos funcionários e às empresas é
ção e de avaliação periódica de pessoal; o único jeito de garantir a publicidade da política
b) a prestação de informações a clientes e usuá-
de segurança cibernética da instituição. Não adian-
rios sobre precauções na utilização de produtos e
ta nada ter a política se ninguém estiver sabendo. A
serviços fiwawceiros; e
c) o comprometimento da alta administração
divulgação de tais informações devem ser prestadas
com a melhoria contínua dos procedimentos de maneira clara e acessível.
relacionados com a segurança cibernética; e
VII - as iniciativas para compartilhamento de Art. 5º As instituições devem divulgar ao público
informações sobre os incidentes relevantes, resumo contendo as linhas gerais da política de
mencionados no inciso IV, com as demais insti- segurança cibernética.
tuições referidas no art. 1º.
§ 1º Na defiwição dos objetivos de segurawça ciber- Vale lembrar que o público leigo precisa compreen-
nética referidos no inciso I do caput, deve ser der as políticas da instituição, inclusive para fazer
contemplada a capacidade da instituição para pre- valer seus direitos de consumidor posteriormente.
venir, detectar e reduzir a vulnerabilidade a inci-
dentes relacionados com o ambiente cibernético. Seção III — Do Plano de Ação e de Resposta a
§ 2º Os procedimentos e os controles de que trata Incidentes
o inciso II do caput devem abranger, no mínimo,
a autewticação, a criptografia, a prevewção e Art. 6º As instituições referidas no art. 1º devem
a detecção de intrusão, a prevenção de vaza- estabelecer plano de ação e de resposta a inci-
mento de informações, a realização periódica dentes visando à implementação da política de
de testes e varreduras para detecção de vul- segurança cibernética.
nerabilidades, a proteção contra softwares Parágrafo único. O plano mencionado no caput
maliciosos, o estabelecimento de mecanismos deve abranger, no mínimo:
de rastreabilidade, os controles de acesso e I - as ações a serem desenvolvidas pela institui-
de segmentação da rede de computadores e a ção para adequar suas estruturas organizacional e
manutenção de cópias de segurança dos dados operacional aos princípios e às diretrizes da políti-
e das informações. ca de segurança cibernética;
II - as rotinas, os procedimentos, os controles
Os procedimentos e controles devem abranger: e as tecnologias a serem utilizados na prevenção
e na resposta a incidentes, em conformidade com
 Autenticação; as diretrizes da política de segurança cibernética; e
 Criptografia; III - a área responsável pelo registro e controle
 Prevenção e a detecção de intrusão; dos efeitos de incidentes relevantes.
 Prevenção de vazamento de informações;
 Realização periódica de testes e varreduras; Seria muito pretensioso imaginar que a seguran-
 Proteção contra softwares maliciosos; ça da informação de uma instituição é intransponí-
 Mecanismos de rastreabilidade; vel. Incidentes sempre acontecem e quase nunca são
 Controles de acesso e de segmentação da rede; previsíveis. Por isso, a resolução exige que as insti-
 Manutenção de cópias de segurança dos dados e tuições estejam prontas a agir quando os incidentes
informações. acontecerem.

Art. 3° [...] Dica


§ 3º Os procedimentos e os controles citados no
inciso II do caput devem ser aplicados, inclusive, no Mais uma vez, tome cuidado com esses requisi- tos
desenvolvimento de sistemas de informação segu- mínimos. Por exemplo, perguntas a respeito dos
ros e na adoção de novas tecnologias empregadas requisitos mínimos de procedimento e con- trole, mas
nas atividades da instituição. que, nas alternativas, são colocados os requisitos do
§ 4º O registro, a análise da causa e do impacto, plano de resposta a incidentes podem ocorrer na
bem como o controle dos efeitos de incidentes, cita- prova, por isso é importante ter bastante foco nesse
dos no inciso IV do caput, devem abranger inclusive assunto.
informações recebidas de empresas prestadoras de
serviços a terceiros.
Art. 7º As instituições referidas no art. 1º devem
§ 5º As diretrizes de que trata o inciso V, alínea
designar diretor responsável pela política de segu-
«b», do caput, devem contemplar procedimentos e
rança cibernética e pela execução do plano de ação
controles em níveis de complexidade, abrangência
e de resposta a incidentes.
268 e precisão compatíveis com os utilizados pela pró-
Parágrafo único. O diretor mencionado no caput
pria instituição.
pode desempenhar outras funções na instituição,
desde que wão haja cowfiito de iwteresses.
Caso o seu concurso cobre conhecimentos sobre a Art. 12 As instituições mencionadas no art. 1º, pre-
Lei Geral de Proteção de Dados, saiba que esse diretor viamente à contratação de serviços relevantes de
pode ser o Encarregado de Dados da instituição. Não processamento e armazenamento de dados e de
é uma obrigatoriedade, mas a função de encarregado computação em nuvem, devem adotar procedi-
de dados pode ser abrangida por essa. Caso você não mentos que contemplem:
precise estudar a LGPD, não se preocupe, apenas saiba I - a adoção de práticas de governança corpo-
que precisa ter um diretor de segurança cibernética. rativa e de gestão proporcionais à relevância do
serviço a ser contratado e aos riscos a que estejam
Art. 8º As instituições referidas no art. 1º devem expostas; e
elaborar relatório anual sobre a implementação do II - a verificação da capacidade do potewcial
plano de ação e de resposta a incidentes, mencio- prestador de serviço de assegurar:
nado no art. 6º, com data-base de 31 de dezembro. a) o cumprimento da legislação e da regulamenta-
§ 1º O relatório de que trata o caput deve abordar, ção em vigor;
no mínimo: b) o acesso da instituição aos dados e às informa-
I - a efetividade da implementação das ações descri- ções a serem processados ou armazenados pelo
tas no art. 6º, parágrafo único, inciso I; prestador de serviço;
II - o resumo dos resultados obtidos na implementa- c) a cowfidewcialidade, a iwtegridade, a dispowibili-
ção das rotinas, dos procedimentos, dos controles e dade e a recuperação dos dados e das informações
das tecnologias a serem utilizados na prevenção e processados ou armazenados pelo prestador de
na resposta a incidentes descritos no art. 6º, pará- serviço;
grafo único, inciso II; d) a sua aderêwcia a certificações exigidas pela
III - os incidentes relevantes relacionados com o instituição para a prestação do serviço a ser
ambiente cibernético ocorridos no período; e contratado;
IV - os resultados dos testes de continuidade de e) o acesso da instituição contratante aos relatórios
negócios, considerando cenários de indisponibili- elaborados por empresa de auditoria especializada
dade ocasionada por incidentes. independente contratada pelo prestador de serviço,
§ 2º O relatório mencionado no caput deve ser: relativos aos procedimentos e aos controles utiliza-
I - submetido ao comitê de risco, quando existente; e dos na prestação dos serviços a serem contratados;
II - apresentado ao conselho de administração ou, f) o provimento de informações e de recursos de
na sua inexistência, à diretoria da instituição até 31 gestão adequados ao monitoramento dos serviços
de março do ano seguinte ao da data-base. a serem prestados;
g) a idewtificação e a segregação dos dados dos
Note que os requisitos mínimos foram menciona- clientes da instituição por meio de controles físicos
dos novamente. Eles são de grande relevância para ou lógicos; e
sua prova. h) a qualidade dos controles de acesso voltados à
proteção dos dados e das informações dos clientes
Art. 9º A política de segurança cibernética refe- da instituição.
rida no art. 2º e o plano de ação e de resposta a § 1º Na avaliação da relevância do serviço a ser
incidentes mencionado no art. 6º devem ser apro- contratado, mencionada no inciso I do caput, a
vados pelo conselho de administração ou, na sua instituição contratante deve considerar a critici-
inexistência, pela diretoria da instituição. dade do serviço e a sensibilidade dos dados e das
informações a serem processados, armazenados
Tome cuidado, o examinador pode querer “brin- e gerenciados pelo contratado, levando em conta,
car” com quem pode aprovar a política de segurança iwclusive, a classificação realizada wos termos do
cibernética e o plano de ação e de resposta a inciden- art. 3º, inciso V, alínea “c”.
tes. Quem aprova é o conselho de administração! § 2º Os procedimentos de que trata o caput, inclusi-
Apenas se não houver um conselho de administração ve as iwformações relativas à verificação mewciowa-
é que a aprovação vai para a diretoria da instituição. da no inciso II, devem ser documentados.
§ 3º No caso da execução de aplicativos por meio da
Art. 10 A política de segurança cibernética e o pla- internet, referidos no inciso III do art. 13, a institui-
no de ação e de resposta a incidentes devem ser docu- ção deve assegurar que o potencial prestador dos
mentados e revisados, no mínimo, anualmente. serviços adote controles que mitiguem os efeitos de
eventuais vulnerabilidades na liberação de novas
A periodicidade da revisão e documentação da polí- versões do aplicativo.
tica e do plano é a que a instituição escolher, respeitado § 4º A instituição deve possuir recursos e competên-
o mínimo anual. Assim, se, em um ano, a instituição cias necessários para a adequada gestão dos servi-
quiser revisar 50 mil vezes, ela pode. O importante é ços a serem contratados, inclusive para análise de
que não pode passar um ano sem revisar! informações e uso de recursos providos nos termos
da alínea «f» do inciso II do caput.
CONHECIMENTOS DE

Capítulo III — Da Contratação de Serviços de


Processamento e Armazenamento de Dados e de Neste artigo, existem vários requisitos mínimos.
Computação em Nuvem Trata-se de um tópico que pode ser explorado em sua
INFORMÁTICA

prova. Atente-se aos termos da lei.


Art. 11 As instituições referidas no art. 1º devem
assegurar que suas políticas, estratégias e Art. 13 Para os fiws do disposto westa Resolução,
estruturas para gerenciamento de riscos previs- os serviços de computação em nuvem abrangem
tas wa regulamewtação em vigor, especificamewte a disponibilidade à instituição contratante, sob
no tocante aos critérios de decisão quanto à ter- demanda e de maneira virtual, de ao menos um
ceirização de serviços, contemplem a contrata- dos seguintes serviços:
ção de serviços relevantes de processamento e I - processamento de dados, armazenamento de
armazenamento de dados e de computação em dados, infraestrutura de redes e outros recur-
nuvem, no País ou no exterior. sos computacionais que permitam à instituição 269
cowtratawte implawtar ou executar softwares, I - a existência de convênio para troca de informa-
que podem incluir sistemas operacionais e apli- ções entre o Banco Central do Brasil e as autori-
cativos desenvolvidos pela instituição ou por ela dades supervisoras dos países onde os serviços
adquiridos; poderão ser prestados;
II - implantação ou execução de aplicativos desen- II - a instituição contratante deve assegurar que
volvidos pela instituição contratante, ou por ela a prestação dos serviços referidos no caput não
adquiridos, utilizando recursos computacionais do cause prejuízos ao seu regular funcionamento nem
prestador de serviços; ou embaraço à atuação do Banco Central do Brasil;
III - execução, por meio da internet, de aplicativos III - a iwstituição cowtratawte deve defiwir, previa-
implantados ou desenvolvidos pelo prestador de mente à contratação, os países e as regiões em
serviço, com a utilização de recursos computacio- cada país onde os serviços poderão ser prestados
nais do próprio prestador de serviços. e os dados poderão ser armazenados, processados
e gerenciados; e
IV - a instituição contratante deve prever alterna-
Repare na expressão “ao menos um”. Se é “ao
tivas para a continuidade dos negócios, no caso de
menos um”, não precisa ser todos. Ou seja, esses servi-
impossibilidade de manutenção ou extinção do con-
ços não são cumulativos. trato de prestação de serviços.
A instituição pode contratar todos, se quiser, mas, § 1º No caso de inexistência de convênio nos ter-
ao menos um, precisa ser contratado. Não são dois, mos do inciso I do caput, a instituição contratante
nem três, o mínimo. É um só! deverá solicitar autorização do Banco Central do
Brasil para:
Art. 14 A instituição contratante dos serviços I - a contratação do serviço, no prazo mínimo de
mewciowados wo art. 12 é respowsável pela cowfiabi- sessenta dias antes da contratação, observado o
lidade, pela integridade, pela disponibilidade, pela disposto no art. 15, § 1º, desta Resolução; e
segurança e pelo sigilo em relação aos serviços con- II - as alterações contratuais que impliquem modi-
tratados, bem como pelo cumprimento da legisla- ficação das iwformações de que trata o art. 15, § 1º,
ção e da regulamentação em vigor. observando o prazo mínimo de sessenta dias antes
da alteração contratual.
Esse artigo é muito importante. O examinador § 2º Para atendimento aos incisos II e III do caput,
pode confundir a cabeça dos candidatos e falar que as instituições deverão assegurar que a legislação
e a regulamentação nos países e nas regiões em
quem é responsável é a instituição contratada. Como
cada país onde os serviços poderão ser prestados
quem presta o serviço é a contratada, o candidato
não restringem nem impedem o acesso das institui-
desatento vai acabar marcando a assertiva errada. É
ções contratantes e do Banco Central do Brasil aos
a instituição contratante quem responderá se a con- dados e às informações.
tratada prestar o serviço inadequadamente. Por isso a § 3º A comprovação do atendimento aos requisitos
importância de a instituição contratar prestadores de de que tratam os incisos I a IV do caput e o cumpri-
serviço idôneos. mento da exigência de que trata o § 2º devem ser
documentados.
Art. 15 A contratação de serviços relevantes de
processamento, armazenamento de dados e de Perceba que os requisitos versam sobre a presta-
computação em nuvem deve ser comunicada pelas ção de serviço realizada no exterior. Atente-se aos
instituições referidas no art. 1º ao Banco Central do requisitos mínimos. Aliás, eles aparecerão no artigo a
Brasil. seguir:
§ 1º A comunicação mencionada no caput deve con-
ter as seguintes informações: Art. 17 Os contratos para prestação de serviços
I - a denominação da empresa contratada; relevantes de processamento, armazenamento
II - os serviços relevantes contratados; e de dados e computação em nuvem devem prever:
III - a indicação dos países e das regiões em I - a indicação dos países e da região em cada
cada país onde os serviços poderão ser presta- país onde os serviços poderão ser prestados e
dos e os dados poderão ser armazenados, proces- os dados poderão ser armazenados, processados
sados e gerewciados, defiwida wos termos do iwciso e gerenciados;
III do art. 16, no caso de contratação no exterior. II - a adoção de medidas de segurança para a
§ 2º A comunicação de que trata o caput deve ser transmissão e armazenamento dos dados citados
realizada até dez dias após a contratação dos no inciso I do caput;
serviços. III - a manutenção, enquanto o contrato estiver
§ 3º As alterações contratuais que impliquem modi- vigente, da segregação dos dados e dos controles de
ficação das iwformações de que trata o § 1º devem acesso para proteção das informações dos clientes;
ser comunicadas ao Banco Central do Brasil até dez IV - a obrigatoriedade, em caso de extinção do
dias após a alteração contratual. contrato, de:
a) transferência dos dados citados no inciso I do
Atenção especial aos requisitos mínimos da comu- caput ao novo prestador de serviços ou à institui-
ção contratante; e
nicação de contratação de serviços, previstas no § 1º,
b) exclusão dos dados citados no inciso I do caput
do art. 15. Atente-se, também, ao prazo de 10 dias para
pela empresa contratada substituída, após a trans-
que a comunicação seja realizada, contados após rea- ferência dos dados prevista na alínea “a” e a con-
lizada a contratação dos serviços. firmação da iwtegridade e da dispowibilidade dos
dados recebidos;
270 Art. 16 A contratação de serviços relevantes V - o acesso da instituição contratante a:
de processamento, armazenamento de dados e de a) informações fornecidas pela empresa contrata-
computação em nuvem prestados no exterior deve da, visawdo a verificar o cumprimewto do disposto
observar os seguintes requisitos: nos incisos I a III do caput;
b) iwformações relativas às certificações e aos rela- Art. 19 As instituições referidas no art. 1º devem asse-
tórios de auditoria especializada, citados no art. gurar que suas políticas para gerenciamento de riscos
12, inciso II, alíneas “d” e “e”; e previstas na regulamentação em vigor disponham, no
c) informações e recursos de gestão adequados ao tocante à continuidade de negócios, sobre:
monitoramento dos serviços a serem prestados, I - o tratamento dos incidentes relevantes relacio-
citados no art. 12, inciso II, alínea “f”; nados com o ambiente cibernético de que trata o
VI - a obrigação de a empresa cowtratada wotificar art. 3º, inciso IV;
a instituição contratante sobre a subcontratação II - os procedimentos a serem seguidos no caso da
de serviços relevantes para a instituição; interrupção de serviços relevantes de processamen-
VII - a permissão de acesso do Banco Central do to e armazenamento de dados e de computação em
Brasil aos cowtratos e aos acordos firmados para nuvem contratados, abrangendo cenários que consi-
a prestação de serviços, à documentação e às derem a substituição da empresa contratada e o resta-
belecimento da operação normal da instituição; e
informações referentes aos serviços prestados, aos
III - os cenários de incidentes considerados nos tes-
dados armazenados e às informações sobre seus
tes de continuidade de negócios de que trata o art.
processamentos, às cópias de segurança dos dados
3º, inciso V, alínea “a”.
e das informações, bem como aos códigos de acesso
Art. 20 Os procedimentos adotados pelas institui-
aos dados e às informações; ções para gerenciamento de riscos previstos na
VIII - a adoção de medidas pela instituição con- regulamentação em vigor devem contemplar, no
tratante, em decorrência de determinação do Ban- tocante à continuidade de negócios:
co Central do Brasil; e I - o tratamento previsto para mitigar os efeitos
IX - a obrigação de a empresa contratada manter dos incidentes relevantes de que trata o inciso IV
a instituição contratante permanentemente do art. 3º e da interrupção dos serviços relevantes
informada sobre eventuais limitações que pos- de processamento, armazenamento de dados e de
sam afetar a prestação dos serviços ou o cumpri- computação em nuvem contratados;
mento da legislação e da regulamentação em vigor. II - o prazo estipulado para reinício ou normaliza-
Parágrafo único. Os contratos mencionados no ção das suas atividades ou dos serviços relevantes
caput devem prever, para o caso da decretação de interrompidos, citados no inciso I do caput; e
regime de resolução da instituição contratante pelo III - a comunicação tempestiva ao Banco Central
Banco Central do Brasil: do Brasil das ocorrências de incidentes relevantes
I - a obrigação de a empresa contratada conceder e das interrupções dos serviços relevantes citados
pleno e irrestrito acesso do responsável pelo regi- wo iwciso I do caput que cowfigurem uma situação
de crise pela iwstituição fiwawceira, bem como das
me de resolução aos contratos, aos acordos, à docu-
providências para o reinício das suas atividades.
mentação e às informações referentes aos serviços
Parágrafo único. As instituições devem estabele-
prestados, aos dados armazenados e às informa-
cer e documewtar os critérios que cowfigurem uma
ções sobre seus processamentos, às cópias de segu- situação de crise de que trata o inciso III do caput.
rança dos dados e das informações, bem como aos Art. 21 As instituições de que trata o art. 1º devem
códigos de acesso citados no inciso VII do caput que instituir mecanismos de acompanhamento e de
estejam em poder da empresa contratada; e controle com vistas a assegurar a implementação
II - a obrigação de wotificação prévia do respowsá- e a efetividade da política de segurança cibernética,
vel pelo regime de resolução sobre a intenção de a do plano de ação e de resposta a incidentes e dos
empresa contratada interromper a prestação de ser- requisitos para contratação de serviços de proces-
viços, com pelo menos trinta dias de antecedência samento e armazenamento de dados e de computa-
da data prevista para a interrupção, observado que: ção em nuvem, incluindo:
a) a empresa contratada obriga-se a aceitar even- I - a defiwição de processos, testes e trilhas de
tual pedido de prazo adicional de trinta dias para a auditoria;
interrupção do serviço, feito pelo responsável pelo II - a defiwição de métricas e iwdicadores adequa-
regime de resolução; e dos; e
b) a wotificação prévia deverá ocorrer também wa III - a idewtificação e a correção de evewtuais
deficiêwcias.
situação em que a interrupção for motivada por
§ 1º As wotificações recebidas sobre a subcowtra-
inadimplência da contratante.
tação de serviços relevantes descritas no art. 17,
iwciso VI, devem ser cowsideradas wa defiwição dos
O art. 18 traz a única exceção às regras dos artigos mecanismos de que trata o caput.
antecedentes. Vejamos: § 2º Os mecanismos de que trata o caput devem ser
submetidos a testes periódicos pela auditoria inter-
Art. 18 O disposto nos arts. 11 a 17 não se aplica na, quando aplicável, compatíveis com os controles
à contratação de sistemas operados por câma- internos da instituição.
ras, por prestadores de serviços de compensação Art. 22 Sem prejuízo do dever de sigilo e da livre
CONHECIMENTOS DE

e de liquidação ou por entidades que exerçam ati- concorrência, as instituições mencionadas no art.
vidades de registro ou de depósito centralizado. 1º devem desenvolver iniciativas para o comparti-
lhamento de informações sobre os incidentes rele-
vantes de que trata o art. 3º, inciso IV.
INFORMÁTICA

Dica § 1º O compartilhamento de que trata o caput deve


Tudo que envolve exceções a uma regra é tema quente abranger informações sobre incidentes relevantes
recebidas de empresas prestadoras de serviços a
para concurso público.
terceiros.
§ 2º As informações compartilhadas devem estar
Capítulo IV — Disposições Gerais disponíveis ao Banco Central do Brasil.

As disposições gerais já começam com os já tão Ou seja, de acordo com o art. 22, é mais importan-
falados requisitos mínimos, quais sejam, os requisitos te a proteção do consumidor e do titular de dados do
sobre a continuidade dos negócios nas políticas: que o sigilo sobre os incidentes! Para fins de prova, 271
na dúvida, marque a assertiva que melhor proteger o De acordo com o art. 25, os contratos anteriores
vulnerável da relação jurídica (sempre o consumidor, devem ser emendados para se adequarem à nova nor-
o trabalhador, o titular de dados etc.). ma. É quase como se a resolução tivesse efeito retroativo.

Capítulo V — Disposições Finais Art. 26 O Banco Central do Brasil poderá vetar


ou impor restrições para a contratação de servi-
Art. 23 Devem ficar à disposição do Bawco Cewtral ços de processamento e armazenamento de dados
do Brasil pelo prazo de cinco anos: e de computação em nuvem quando constatar, a
I - o documento relativo à política de segurança qualquer tempo, a inobservância do disposto nes-
cibernética, de que trata o art. 2º; ta Resolução, bem como a limitação à atuação do
II - a ata de reunião do conselho de administração Banco Central do Brasil, estabelecendo prazo para
ou, na sua inexistência, da diretoria da instituição, a adequação dos referidos serviços.
no caso de ser formalizada a opção de que trata o
art. 2º, § 2º; Está aí outra ação do BACEN, portanto exige bas-
III - o documento relativo ao plano de ação e de res- tante atenção.
posta a incidentes, de que trata o art. 6º; De resto, a lei tem só mais dois artigos, sendo que o
IV - o relatório anual, de que trata o art. 8º; art. 27 fala das resoluções que ficaram revogadas por
V - a documentação sobre os procedimentos de que esta e o art. 28 fala a data de entrada em vigor da reso-
trata o art. 12, § 2º; lução em comento (01/07/2021):
VI - a documentação de que trata o art. 16, § 3º, no
caso de serviços prestados no exterior;
Art. 27 Ficam revogadas:
VII - os contratos de que trata o art. 17, contado
I - a Resolução nº 4.658, de 26 de abril de 2018; e
o prazo referido no caput a partir da extinção do
II - a Resolução nº 4.752, de 26 de setembro de 2019.
contrato;
Art. 28 Esta Resolução entra em vigor em 1º de
VIII - os dados, os registros e as informações rela-
julho de 2021.
tivas aos mecanismos de acompanhamento e de
controle de que trata o art. 21, contado o prazo
referido no caput a partir da implementação dos
citados mecanismos; e
IX - a documewtação com os critérios que cowfigu- CONCEITOS DE ORGANIZAÇÃO E
rem uma situação de crise de que trata o art. 20,
Parágrafo único.
DE GERENCIAMENTO DE
INFORMAÇÕES, ARQUIVOS, PASTAS
Atente-se ao prazo. Prazo sempre é tema quente E PROGRAMAS
para cair em prova. O examinador coloca a íntegra do CONCEITO DE PASTAS, DIRETÓRIOS, ARQUIVOS
artigo, mas muda esses “cinco anos” para “dez anos” e E ATALHOS
o candidato poderá ser induzido a erro.
No Windows 10, os diretórios são chamados de pas-
Art. 24 O Banco Central do Brasil poderá adotar tas e algumas pastas são especiais, contendo coleções
as medidas necessárias para cumprimento do de arquivos que são chamadas de Bibliotecas. Ao todo
disposto nesta Retolução, bem como estabelecer: são quatro Bibliotecas: Documentos, Imagens, Músi-
I - os requisitos e os procedimentos para o com- cas e Vídeos. O usuário poderá criar Bibliotecas para
partilhamento de informações, nos termos do sua organização pessoal, uma vez que elas otimizam
art. 22; a organização dos arquivos e pastas, inserindo apenas
II - a exigêwcia de certificaçõet e outros requi- ligações para os itens em seus locais originais.
sitos técnicos a serem requeridos das empresas
cowtratadas, pela iwstituição fiwawceira cowtrataw-
te, na prestação dos serviços de que trata o art. 12;
III - os prazos máximos de que trata o art. 20, inciso
II para reinício ou normalização das atividades ou
dos serviços relevantes interrompidos; e
IV - os requisitos técnicos e procedimentos ope-
racionais a serem observados pelas institui-
çõet para o cumprimewto detta Retolução.

Esse artigo é muito importante, pois traz ações Pasta com Pasta sem Pasta vazia
possíveis a serem realizadas pelo Banco Central do subpasta subpasta
Brasil (BACEN).
O sistema de arquivos NTFS (New Techwology File
Art. 25 As instituições referidas no art. 1º que, em System) armazena os dados dos arquivos em locali-
26 de abril de 2018, já tinham contratado a presta- zações dos discos de armazenamento. Por sua vez, os
ção de serviços relevantes de processamento, arma- arquivos possuem nome e podem ter extensões.
zenamento de dados e de computação em nuvem O sistema de arquivos NFTS suporta unidades de
devem adequar o contrato para a prestação de tais armazenamento de até 256 TB (terabytes, trilhões de
serviços: bytes).
I - ao cumprimento do disposto no art. 16, incisos I, II, O FAT32 suporta unidades de até 2 TB.
IV e § 2º, no caso de serviços prestados no exterior; e
II - ao disposto nos arts. 15, § 1º, e 17.
Antes de prosseguir, vamos conhecer estes conceitos.
Parágrafo único. O prazo previsto para adequação
ao disposto no caput não pode ultrapassar 31 de
272 dezembro 2021.
A palavra “Nova”, quando armazenada no disposi-
TERMO SIGNIFICADO OU APLICAÇÃO tivo, ocupará 4 bytes. São 32 bits de informação grava-
Unidade de disco de armazena- mento da na memória.
Disco de permanente, que possui um sistema de A palavra “Concursos” ocupará 9 bytes, que são 72
armazenamento arquivos e mantém os dados gravados bits de informação.
Os bits e bytes estão presentes em diversos momen-
tos do cotidiano. Um plano de dados de celular ofere-
Estruturas lógicas que endereçam as ce um pacote de 5 GB, ou seja, poderá transferir até
partes físicas do disco de arma- 5 bilhões de bytes no período contratado. A conexão
Sistema de
zenamento. NTFS, FAT32, FAT são Wi-Fi de sua residência está operando em 150 Mbps,
Arquivos
alguns exemplos de sistemas de ou 150 megabits por segundo, que são 18,75 MB por
arquivos do Windows segundo, e um arquivo com 75 MB de tamanho leva-
rá 4 segundos para ser transferido do seu dispositivo
Circunferência do disco físico (como
Trilhas um hard disk HD ou unidades para o roteador wireless.
removíveis ópticas)

São “fatias” do disco, que dividem Importante!


Setores
as trilhas
O tamanho dos arquivos no Windows 10 é exi- bido
Unidades de armazenamento no disco, em modo de visualização de Detalhes, nas
Clusters identificado pela trilha e setor onde se Propriedades (botão direito do mouse, menu de
encontra contexto) e na barra de status do Explorador de
Arquivos. Poderão ter as unidades KB, MB, GB, TB,
Estrutura lógica do sistema de ar- indicando quanto espaço ocupam no disco de
Pastas ou
quivos para organização dos dados na armazenamento.
diretórios
unidade de disco

Arquivos Dados. Podem ter extensões


Quando os computadores pessoais foram apresen-
Pode identificar o tipo de arquivo, tados para o público, a árvore foi usada como analo-
associando com um software que gia para explicar o armazenamento de dados, criando
Extensão permita visualização e/ou edição. As o termo “árvore de diretórios”.
pastas podem ter extensões como parte
do nome Documentos
Imagens
Arquivos especiais, que apontam para Folhas
Músicas
outros itens computacionais, como Vídeos Flores
unidades, pastas, arquivos, Frutos
Atalhos dispositivos, sites na Internet, lo- cais
na rede etc. Os ícones pos- suem uma
seta, para diferenciar dos itens Pastas e Subpastas Tronco e Galhos
originais

O disco de armazenamento de dados tem o seu


tamanho identificado em bytes. São milhões, bilhões e
Diretório Raiz Raiz
até trilhões de bytes de capacidade. Os nomes usados
são do Sistema Internacional de Medidas (SI) e estão
listados na escala a seguir. Árvore de diretórios

Exabyte No Windows 10, a organização segue a seguinte


Petabyte (EB)
(PB)
definição:
Terabyte
Gigabyte (TB)
Megabyte (GB) trilhão  Pastas
Kilobyte (MB) bilhão
(KB) mil milhão  Estruturas do sistema operacional: Arquivos
Byte de Programas (Program Files), Usuários (Users),
CONHECIMENTOS DE

(B)
Windows. A primeira pasta da unidade é cha-
Ainda não temos discos com capacidade na ordem mada raiz (da árvore de diretórios), represen-
de Petabytes (PB — quatrilhão de bytes) vendidos tada pela barra invertida: Documentos (Meus
INFORMÁTICA

comercialmente, mas quem sabe um dia... Hoje estas Documentos), Imagens (Minhas Imagens),
Vídeos (Meus Vídeos), Músicas (Minhas Músi-
medidas muito altas são usadas para identificar gran-
cas) — bibliotecas;
des volumes de dados na nuvem, em servidores de
 Estruturas do Usuário: Documentos (Meus
redes, em empresas de dados etc. Documentos), Imagens (Minhas Imagens),
Vamos falar um pouco sobre bytes: 1 byte repre- Vídeos (Meus Vídeos), Músicas (Minhas Músi-
senta uma letra, ou número, ou símbolo. Ele é forma- cas) — bibliotecas;
do por 8 bits, que são sinais elétricos (que vale zero  Área de Trabalho: desktop, que permite aces-
ou um). Os dispositivos eletrônicos utilizam o sistema so à Lixeira, Barra de Tarefas, pastas, arquivos,
binário para representação de informações. programas e atalhos; 273
 Lixeira do Windows: armazena os arquivos de  o Windows não permite que dois itens tenham o
discos rígidos que foram excluídos, permitindo mesmo nome e a mesma extensão quando estive-
a recuperação dos dados. rem armazenados no mesmo local;
 o Windows não aceita determinados caracteres
 Atalhos nos nomes e extensões. São caracteres reservados,
para outras operações, que são proibidos na hora
 Arquivos que indicam outro local: extensão de nomear arquivos e pastas. Os nomes de arqui-
LNK, podem ser criados arrastando o item com vos e pastas podem ser compostos por qualquer
ALT ou CTRL+SHIFT pressionado. caractere disponível no teclado, exceto os carac-
 Drivers teres * (asterisco, usado em buscas), ? (interroga-
ção, usado em buscas), / (barra normal, significa
 Arquivos de configuração: extensão DLL e opção), | (barra vertical, significa concatenador de
outras, usadas para comunicação do software comandos), \ (barra invertida, indica um caminho),
com o hardware. “ (aspas, abrange textos literais), : (dois pontos, sig-
nifica unidade de disco), < (sinal de menor, signi-
O Windows 10 usa o Explorador de Arquivos (que fica direcionador de entrada) e > (sinal de maior,
antes era Windows Explorer) para o gerenciamento significa direcionador de saída);
de pastas e arquivos. Ele é usado para as operações de  existem termos que não podem ser usados, como
manipulação de informações no computador, desde o CON (console, significa teclado), PRN (printer, sig-
básico (formatar discos de armazenamento) até o avan- nifica impressora) e AUX (indica um auxiliar), por
çado (organizar coleções de arquivos em Bibliotecas). referenciar itens de hardware nos comandos digi-
O atalho de teclado Windows+E pode ser acionado tados no Prompt de Comandos (por exemplo, para
para executar o Explorador de Arquivos. enviar para a impressora um texto através da linha
Como o Windows 10 está associado a uma con- de comandos, usamos TYPE TEXTO.TXT > PRN).
ta Microsoft (e-mail Live, ou Hotmail, ou MSN, ou
Outlook), o usuário tem disponível um espaço de Entre os caracteres proibidos, o asterisco é o mais
armazenamento de dados na nuvem Microsoft One- conhecido. Ele pode ser usado para substituir de zero
Drive. No Explorador de Arquivos, no painel do lado à N caracteres em uma pesquisa, tanto no Windows
direito, o ícone OneDrive sincroniza os itens com a como nos sites de busca na Internet.
nuvem. Ao inserir arquivos ou pastas no OneDrive, As ações realizadas pelos usuários em relação à
eles serão enviados para a nuvem e sincronizados manipulação de arquivos e pastas podem estar condi-
com outros dispositivos que estejam conectados na cionadas ao local onde elas são efetuadas, ou ao local
mesma conta de usuário. de origem e destino da ação. Portanto, é importante
Os atalhos são representados por ícones com uma verificar no enunciado da questão, geralmente no tex-
seta no canto inferior esquerdo, e podem apontar para to associado, estes detalhes que determinarão o resul-
um arquivo, pasta ou unidade de disco. Os atalhos são tado da operação.
independentes dos objetos que os referenciam, por- As operações podem ser realizadas com atalhos
tanto, se forem excluídos, não afetam o arquivo, pasta de teclado, com o mouse, ou com a combinação de
ou unidade de disco que estão apontando. ambos. As bancas organizadoras costumam questio-
Podemos criar um atalho de várias formas diferentes: nar ações práticas nas provas e, na maioria das vezes
utilizam imagens nas questões.
 arrastar um item segurando a tecla Alt no teclado,
e ao soltar, o atalho é criado; OPERAÇÕES COM TECLADO
 no menu de contexto (botão direito) escolha
Atalhos de teclado Resultado da operação
“Enviar para... Área de Trabalho (criar atalho);
 um atalho para uma pasta cujo conteúdo está sen- Não é possível recortar e colar na
Ctrl+X e Ctrl+V
do exibido no Explorador de Arquivos pode ser mesma pasta. Será exibida uma
na mesma pasta
criado na área de trabalho arrastando o ícone da mensagem de erro
pasta, mostrado na barra de endereços e soltando- Ctrl+X e Ctrl+V Recortar (da origem) e colar (no
-o na área de trabalho. em locais diferentes destino). O item será movido
Copiar e colar. O item será dupli-
Arquivos ocultos, arquivos de sistema, arquivos Ctrl+C e Ctrl+V
cado. A cópia receberá um sufixo
somente leitura... Os atributos dos itens podem ser na mesma pasta
(Copia) para diferenciar do original
definidos pelo item Propriedades no menu de con-
texto. O Explorador de Arquivos pode exibir itens que Copiar (da origem) e colar (no
Ctrl+C e Ctrl+V
tenham o atributo oculto, desde que ajuste a configu- destino). O item será duplicado,
em locais diferentes
ração correspondente. mantendo o nome e extensão
Deletar, apagar, enviar para a Li-
MANIPULAÇÃO DE ARQUIVOS E PASTAS xeira do Windows, podendo re-
Tecla Delete em um cuperar depois, se o item estiver em
Ao nomear arquivos e pastas, algumas regras pre- item do disco rígido
um disco rígido local interno ou
cisam ser conhecidas para que a operação seja reali- externo conectado na CPU
zada com sucesso:
Será excluído definitivamente. A
Tecla Delete em um
Lixeira do Windows não armazena
 o Windows não é case sensitive. Ele não faz distin- item do disco
274 itens de unidades removíveis (pen-
ção entre letras minúsculas ou letras maiúsculas. removível
drive), ópticas ou unidades remotas
Um arquivo chamado documento.docx será consi-
derado igual ao nome Documento.DOCX;
OPERAÇÕES COM TECLADO OPERAÇÕES COM MOUSE
Independentemente do local onde RESULTADO DA
AÇÃO DO USUÁRIO
Shift+Delete estiver o item, ele será excluído OPERAÇÃO
definitivamente Arrastar com botão principal
Renomear. Trocar o nome e a pressionado e soltar na mes- ma O item será movido
extensão do item. Se houver ou- tro unidade de disco
item com o mesmo nome no mesmo Arrastar com botão principal
local, um sufixo numérico será pressionado e soltar em ou- tra O item será copiado
F2 adicionado para diferenciar os itens. unidade de disco
Não é permitido reno- mear um
Arrastar com botão secun- Exibe o menu de contexto,
item que esteja aberto na memória
dário do mouse pressionado e podendo “Copiar aqui” (no
do computador soltar na mesma unidade local onde soltar)
Arrastar com botão secundário do Exibe o menu de contexto, po-
Lixeira mouse pressionado e soltar em dendo “Copiar aqui” (no local
outra unidade de disco onde soltar) ou “Mover aqui”
Um dos itens mais questionados em concursos
públicos é a Lixeira do Windows. Ela armazena os Arrastar na mesma unidade, será movido. Arras-
itens que foram excluídos de discos rígidos locais, tar entre unidades diferentes, será copiado.
internos ou externos conectados na CPU.
Ao pressionar o atalho de teclado Ctrl+D, ou a OPERAÇÕES COM TECLADO E MOUSE
tecla Delete (DEL), o item é removido do local original
e armazenado na Lixeira. AÇÃO DO USUÁRIO RESULTADO DA
OPERAÇÃO
Quando o item está na Lixeira, o usuário pode
O item será copiado, quando a
escolher a opção Restaurar, para retornar ele para o Arrastar com o botão princi- pal
tecla CTRL for liberada, in-
local original. Se o local original não existe mais, pois pressionado um item com a tecla
dependente da origem ou do
suas pastas e subpastas foram removidas, a Lixeira CTRL pressionada
destino da ação
recupera o caminho e restaura o item.
O item será movido, quando a
Os itens armazenados na Lixeira poderão ser excluí- Arrastar com o botão princi- pal
tecla SHIFT for liberada, in-
dos definitivamente, escolhendo a opção “Esvaziar Lixei- pressionado um item com a tecla
dependente da origem ou do
SHIFT pressionada
ra” no menu de contexto ou faixa de opções da Lixeira. destino da ação
Quando acionamos o atalho de teclado Shift+De- Arrastar com o botão princi- pal
lete, o item será excluído definitivamente. Pelo Win- Será criado um atalho para o
pressionado um item com a tecla
dows, itens excluídos definitivamente ou apagados item, independente da origem ou
ALT pressionada (ou
do destino da ação
após esvaziar a Lixeira não poderão ser recuperados. CTRL+SHIFT)
É possível recuperar com programas de terceiros, mas Clique em itens com o botão
isto não é considerado no concurso, que segue a con- principal, enquanto mantém a Seleção individual de itens
figuração padrão. tecla CTRL pressionada
Os itens que estão na Lixeira podem ser arrastados Seleção de vários itens. O
com o mouse para fora dela, restaurando o item para Clique em itens com o botão primeiro item clicado será o
o local onde o usuário liberar o botão do mouse. principal, enquanto mantém a início, e o último item será o
A Lixeira do Windows tem o seu tamanho definido tecla SHIFT pressionada final, de uma região contínua de
seleção
em 10% do disco rígido ou 50 GB. O usuário poderá alte-
rar o tamanho máximo reservado para a Lixeira, poderá
desativar ela excluindo os itens diretamente e configu- Extensões de Arquivos
rar Lixeiras individuais para cada disco conectado.
O Windows 10 apresenta ícones que representam
arquivos, de acordo com a sua extensão. A extensão
OPERAÇÕES COM MOUSE
caracteriza o tipo de informação que o arquivo arma-
RESULTADO DA zena. Quando um arquivo é salvo, uma extensão é
AÇÃO DO USUÁRIO
OPERAÇÃO atribuída para ele, de acordo com o programa que o
Clique simples no botão criou. É possível alterar esta extensão, porém corre-
Selecionar o item
principal mos o risco de perder o acesso ao arquivo, que não
Clique simples no botão Exibir o menu de contexto do será mais reconhecido diretamente pelas configura-
CONHECIMENTOS DE

secundário item ções definidas em Programas Padrão do Windows.


Executar o item, se for exe-
INFORMÁTICA

cutável. Abrir o item, se for


editável, com o programa pa- Importante!
Duplo clique drão que está associado. Nos
programas do computador, Existem arquivos sem extensão, como itens do
poderá abrir um item através da sistema operacional. Ela é opcional e procura
opção correspondente associar o arquivo com um programa para visua-
Renomear o item. Se o nome já lização ou edição. Se o arquivo não possui exten- são, o
existe em outro item, será usuário não conseguirá executar ele, por se tratar de
Duplo clique pausado sugerido numerar o item re- conteúdo de uso interno do sistema operacional (que
nomeado com um sufixo não deve ser manipulado).
275
Confira na tabela a seguir algumas das extensões e múltiplas plataformas. A extensão RTF pode ser aberta
ícones mais comuns em provas de concursos. pelos programas editores de textos, como o Microsoft
Word e LibreOffice Writer, e é padrão do acessório do
EXTENSÃO ÍCONE FORMATO Windows WordPad.
Adobe Acrobat. Pode ser criado e
Se o usuário quiser, pode acessar Configurações
editado pelos aplicativos Office. (atalho de teclado Windows+I) e modificar o progra-
Formato de documento portável ma padrão. Alterando esta configuração, o arquivo
PDF (Portable Document Format) que será visualizado e editado por outro programa de
poderá ser visualizado em várias escolha do usuário.
plataformas As Configurações do Windows e dos programas
Documento de textos do Microsoft instalados estão armazenadas no Registro do Windo-
Word. Textos com formatação que ws. O arquivo do registro do Windows pode ser edi-
DOCX podem ser editados pelo LibreOffice tado pelo comando regedit.exe, acionado na caixa de
Writer diálogo “Executar”. Entretanto, não devemos alterar
suas hives (chaves de registro) sem o devido conheci-
Pasta de trabalho do Microsoft Ex-
mento, pois poderá inutilizar o sistema operacional.
cel. Planilhas de cálculos que po-
XLSX dem ser editadas pelo LibreOffice No Windows 10, Configurações é o Painel de Con-
calc trole. A troca do nome alterou a organização dos itens
de ajustes do Windows, tornando-se mais simples e
Apresentação de slides do Micro- intuitivo.
soft PowerPoint, que poderá ser Através deste item o usuário poderá instalar e
PPTX
editada pelo LibreOffice Impress
desinstalar programas e dispositivos, configurar o
Windows, além de outros recursos administrativos.
Texto sem formatação. Formato Por meio do ícone Rede e Internet do Windows 10,
padrão do acessório Bloco de No- tas. acessado pela opção Configurações, localizada na lista
TXT Poderá ser aberto por vários
exibida a partir do botão Iniciar, é possível configu-
programas do computador
rar VPN, Wi-Fi, modo avião, entre outros. VPN/ Wi-Fi/
Rich Text Format – formato de tex- to Modo avião/ Status da rede/ Ethernet/ Conexão disca-
rico. Padrão do acessório Wor- dPad, da/ Hotspot móvel/ Uso de dados/ Proxy.
RTF este documento de texto possui Modo Avião é uma configuração comum em smar-
alguma formatação, como estilos de tphones e tablets que permite desativar, de maneira
fontes rápida, a comunicação sem fio do aparelho — que
Formato de vídeo. Quando o Win- inclui Wi-Fi, Bluetooth, banda larga móvel, GPS, GNSS,
dows efetua a leitura do conteúdo, NFC e todos os demais tipos de uso da rede sem fio.
MP4, exibe no ícone a miniatura do pri- No Explorador de Arquivos do Windows 10, ao
AVI, meiro quadro. No Windows 10, Fil- exibir os detalhes dos arquivos, é possível visualizar
MPG mes e TV reproduzem os arquivos de
informações, como, por exemplo, a data de modifica-
vídeo
ção e o tamanho de cada arquivo.
Formato de áudio. O Gravador de
Som pode gravar o áudio. O Windo- Modos de Exibição do Windows 10
MP3 ws Media Player e o Groove Music
podem reproduzir o som

Formato de imagem. Quando o


Windows efetua a leitura do con-
BMP, teúdo, exibe no ícone a miniatura da
GIF, JPG, imagem. No Windows 10, o
PCX, acessório Paint visualiza e edita os
PNG, TIF arquivos de imagens

Formato ZIP, padrão do Windows


para arquivos compactados. Não
ZIP necessita de programas adicio- nais,
como o formato RAR, que exi- ge o
WinRAR  Ícones extras grandes: ícones extra grandes com
nome (e extensão);
Biblioteca de ligação dinâmica do  Ícones grandes: ícones grandes com nome (e
Windows. Arquivo que contém in- extensão);
DLL formações que podem ser usadas por
vários programas, como uma caixa  Ícones médios: ícones médios com nome (e exten-
de diálogo são) organizados da esquerda para a direita;
 Ícones pequenos: ícones pequenos com nome (e
Arquivos executáveis, que não extensão) organizados da esq. para a direita;
necessitam de outros programas para
EXE, serem executados
 Listas: ícones pequenos com nome (e extensão)
COM, organizados de cima para baixo;
BAT  Detalhes: ícones pequenos com nome, data de
modificação, tipo e tamanho;
Uma das extensões menos conhecidas e mais ques-  Blocos: ícones médios com nome, tipo e tamanho,
tionadas das bancas é a extensão RTF. Rich Text For- organizados da esq. para a direita;
mat, uma tentativa da Microsoft em criar um padrão  Conteúdo: ícones médios com nome, autores, data
de documento de texto com alguma formatação para de modificação, marcas e tamanho.
276
Um dos temas mais questionado em provas são os instalados no computador. Os acessórios oferecem
modos de exibição do Windows. Se tem um computador recursos básicos para anotações, edição de imagens e
com Windows 10, procure visualizar os modos de exibi- edição de textos.
ção no seu Explorador de Arquivos. Praticar a disciplina Na primeira categoria encontramos o Configura-
no computador ajuda na memorização dos recursos. ções (antigo Painel de Controle). Usado para realizar
as configurações de software (programas) e hardware
2. Barra ou linha de título
(dispositivos), permite alterar o comportamento do
3. Minimizar 4. Maximizar 5. fechar
sistema operacional, personalizando a experiência no
Windows 7. No Windows 10 o Painel de Controle cha-
ma-se Configurações, e pode ser acessado pelo atalho
de teclado Windows+X no menu de contexto, ou dire-
tamente pelo atalho de teclado Windows+I.
Área de trabalho do aplicativo Na segunda categoria, temos programas que reali-
zam atividades e outros que produzem mais arquivos.
Por exemplo, a calculadora. É um acessório do Windo-
1. Barra de menus
6. Barra de Rolagem ws 10 que inclui novas funcionalidades em relação às
versões anteriores, como o cálculo de datas e conver-
Elementos de uma janela do Windows 10. são de medidas. Temos também o Notas Autoadesivas
(como pequenos post its na tela do computador).
1. Barra de menus: são apresentados os menus com Outros acessórios são o WordPad (para edição de
os respectivos serviços que podem ser executados documentos com alguma formatação), Bloco de Notas
no aplicativo; (para edição de arquivos de textos), MSPaint (para edi-
2. Barra ou linha de título: mostra o nome do arqui- ção de imagens) e Visualizador de Imagens (que permi-
vo e o nome do aplicativo que está sendo execu- te ver uma imagem e chamar o editor correspondente).
tado na janela. Através dessa barra, conseguimos E finalmente, as ferramentas do sistema. Desfrag-
mover a janela quando a mesma não está maximi- mentar e Otimizar Unidades1 (antigo Desfragmenta-
zada. Para isso, clique na barra de título, mante- dor de Discos, para organizar clusters 2), Verificação de
nha o clique e arraste e solte o mouse. Assim, você Erros (para procurar por erros de alocação), Backup
estará movendo a janela para a posição desejada. do Windows (para cópia de segurança dos dados do
Depois é só soltar o clique; usuário) e Limpeza de Disco (para liberar espaço livre
3. Botão minimizar: reduz uma janela de documento no disco).
ou aplicativo para um ícone. Para restaurar a janela
para seu tamanho e posição anteriores, clique neste
botão ou clique duas vezes na barra de títulos; Desfragmentar e Otimizar Unidades
4. Botão maximizar: aumenta uma janela de docu-
mento ou aplicativo para preencher a tela. Para Aplicativo da área de trabalho
restaurar a janela para seu tamanho e posição
anteriores, clique neste botão ou clique duas vezes
na barra de títulos; Otimizar e desfragmentar unidade
5. Botão fechar: fecha o aplicativo ou o documento. A otimização das unidades do computador pode
Solicita que você salve quaisquer alterações não ajudá-lo a funcionar com mais eficiência
salvas antes de fechar. Alguns aplicativos, como
os navegadores de Internet, trabalham com guias Otimizar
ou abas, que possuem o seu próprio controle para
fechar a guia ou aba. Atalho de teclado Alt+F4;
6. Barras de rolagem: as barras sombreadas ao
No menu Iniciar, em Ferramentas Administrativas
longo do lado direito (e inferior de uma janela de
documento). Para deslocar-se para outra parte do do Wiwdows, encontraremos os outros programas,
documento, arraste a caixa ou clique nas setas da como por exemplo: Agendador de Tarefas, Gerencia-
barra de rolagem. mento do Computador, Limpeza de Disco etc. Na par-
te de segurança encontramos o Firewall do Wiwdows,
um filtro das portas TCP do computador, que autoriza
PROGRAMAS E APLICATIVOS
ou bloqueia o acesso para a rede de computadores, e
Os programas associados ao Windows 10 podem de acesso externo ao computador.
ser classificados em:
Firewall do Windows
CONHECIMENTOS DE

 componentes do sistema operacional;


 aplicativos e acessórios; Painel de controle
 ferramentas de manutenção e segurança;
 apps — aplicativos disponíveis na loja (Windows
INFORMÁTICA

Store) para instalação no computador do usuário. A tabela a seguir procura resumir os recursos e
novidades do Windows 10. Confira.
Os acessórios do Wiwdows são aplicativos nativos
do sistema operacional, que estão disponíveis para
utilização mesmo que não existam outros programas

1 Em cada local do Windows, o item poderá ter um nome diferente. “Desfragmentar e Otimizar Unidades” é o nome do recurso. “Otimizar e desfragmentar
unidade” é o nome da opção.
2 Unidades de alocação. Quando uma informação é gravada no disco, ela é armazenada em um espaço chamado cluster. 277
WINDOWS 10 O QUE
Explorador de Arquivos Gerenciamento de arquivos e pastas do computador
Referência ao local no gerenciador de arquivos e pastas para unidades de dis- cos e
Este Computador
pastas Favoritas

Ferramenta de sistema para organizar os arquivos e pastas do computador, melhorando


Desfragmentar e Otimizar Unidades
o tempo de leitura dos dados

Win+S Pesquisar
Envia imediatamente Pressionar DEL em um item selecionado

Configurações Permite configurar software e hardware do computador


Home, Pro, Enterprise, Education. Edições do Windows

Xbox (Games, músicas = Groove) Integração com Xbox, modo multiplayer gratuito, streaming de jogos do Xbox One
Com blocos dinâmicos (live tiles) Menu Iniciar

Hyperboot & InstantGo Inicialização rápida


Menu Iniciar, Barra de Tarefas e
Fixar aplicativos
Blocos Dinâmicos

Windows Hello Autenticação biométrica permite logar no sistema sem precisar de senhas

Acessar os documentos do OneDrive diretamente do Windows Explorer e Explo- rador de


OneDrive integrado
Arquivos

Permite alternar de maneira fácil entre os modos de desktop e tablet, sendo ideal para
Continuum
dispositivos conversíveis

Microsoft Edge O novo navegador da Microsoft está disponível somente no Windows 10


Com funcionamento análogo à Google Play Store e à Apple Store, o ambiente
Windows Store
permite comprar jogos, apps, filmes, músicas e programas de TV

Desktops virtuais O recurso permite visualizar dados de vários computadores em uma única tela

Windows Update, Windows Update for


Fornecimento do Windows como um serviço, para manter o Windows atualizado Windows
Business, Current Branch for Busi- ness e
as a Service – WaaS
Long Term Servicing Branch

Intregração com Windows Phone Aplicativos Fotos aprimorado

O modo tablet deixa o Windows mais fácil e intuitivo de usar com touch em
Modo tablet
dispositivos tipo conversíveis

Email, Calendário, Notícias,


entre outros – também foram Executar aplicativos Metro (Windows 8 e 8.1) em janelas
melhorados

Compartilhar Wi-Fi Compartilhar sua rede Wi-Fi com os amigos sem revelar a senha
Complemento para Telefone Sincronizar dados entre seu PC e smartphone ou tablete, seja iOs ou Android.
Configurações > Sistema >
Analisar o espaço de armazenamento em seu PC
Armazenamento

Prompt de Comandos Usar o comando Ctrl + V no prompt de comando


Cortana Assistente pessoal semelhante a Siri da Apple, que já está disponível em português

Na área de notificações do Windows 10, a Central de Notificações reúne as


Central de Notificações
mensagens do e-mail, do computador, de segurança e manutenção, entre outras

Quando você clica duas vezes em um arquivo, como por exemplo, uma imagem ou documento, o arquivo
é aberto no programa que está definido como o “programa padrão” para esse tipo de arquivo no Windows 10.
Porém, se você gosta de usar outro programa para abrir o arquivo, você pode defini-lo como padrão. Disponível
em Configurações, Sistema, Aplicativos Padrão.

278
O Bloco de Notas (notepad.exe) é um acessório do Windows para edição de arquivos de texto sem formatação,
com extensão TXT.

O WordPad (wordpad.exe) é um acessório do Wiwdows para edição de arquivos de texto com alguma formata-
ção, com extensão RTF e DOCX.
O WordPad assemelha-se ao Microsoft Word, com recursos simplificados.

O Paint (mspaint.exe) é o acessório do Windows para edição de imagens BMP, GIF, JPG, PNG e TIF.
CONHECIMENTOS DE
INFORMÁTICA

279
A Ferramenta de Captura é um aplicativo da área de trabalho do Windows 10, que permite copiar parte de
alguma tela em exibição.

Notas Autoadesivas (que agora se chama Stick Notes) é um aplicativo do Windows 10, que permite a inserção
de pequenas notas de texto na área de trabalho do Windows, como recados do tipo Post-It.
As Anotações podem ser vinculadas ao Microsoft Bing e assistente virtual Cortana. Assim, ao anotar um ende -
reço, o mapa é exibido. Ao anotar um número de voo, as informações serão mostradas sobre a partida.
O aplicativo “Filmes e TV” pode ser usado para visualização de vídeos, assim como o “Windows Media Player”.
O Prompt de Comandos (cmd.exe) é usado para digitar comandos em um terminal de comandos.
O Microsoft Edge é o navegador de Internet padrão do Windows 10 . Podemos usar outros navegadores, como
o Internet Explorer 11 , Mozilla Firefox , Google Chrome , Apple Safari, Opera Browser etc.
O Windows Update (verificar se há atualizações) é o recurso do Windows para manter ele sempre atualizado.
Está em Configurações (atalho de teclado Windows+I), Atualização e segurança.

REDES DE COMPUTADORES
CONCEITOS BÁSICOS

A Internet é a rede mundial de computadores que surgiu nos Estados Unidos com propósitos militares, para
proteger os sistemas de comunicação em caso de ataque nuclear durante a Guerra Fria.
Na corrida atrás de tecnologias e inovações, Estados Unidos e União Soviética lançavam projetos que procura-
vam proteger as informações secretas de ambos os países e seus blocos de influência.
ARPANET, criada pela ARPA, sigla para Advanced Research Projects Agency, era um modelo de troca e com-
partilhamento de informações que permitia a descentralização das mesmas, sem um “nó central”, garantindo a
continuidade da rede mesmo que um nó fosse desligado.
A troca de mensagens começou antes da própria Internet. Logo, o e-mail surgiu primeiro, e depois veio a Inter-
net como a conhecemos e a usamos.
Ela passou a ser usada também pelo meio educacional (universidades) para fomentar a pesquisa acadêmica.
No início dos anos 90, ela se tornou aberta e comercial, permitindo o acesso de todos.

Usuário Modem
Internet
Provedor de Acesso

280 Figura 1. Para acessar a Internet, o usuário utiliza um modem que se conecta a um provedor de acesso através de uma linha telefônica
A navegação na Internet é possível através da com- FERRAMENTAS, APLICATIVOS E
binação de protocolos, linguagens e serviços, operan- PROCEDIMENTOS DE INTERNET E INTRANET
do nas camadas do modelo OSI (7 camadas) ou TCP (5
camadas ou 4 camadas). Nos concursos públicos e no dia a dia, estes são os
A Internet conecta diversos países e grandes cen- itens mais utilizados pelas pessoas para acessar o con-
tros urbanos através de estruturas físicas chamadas teúdo disponível na Internet.
de backbones. São conexões de alta velocidade que As informações armazenadas em servidores, sejam
permitem a troca de dados entre as redes conectadas. páginas web ou softwares como um serviço (SaaS – cama-
O usuário não consegue se conectar diretamente no da mais alta da Computação na Nuvem), são acessadas
backbone. Ele deve acessar um provedor de acesso ou por programas instalados em nossos dispositivos. São
uma operadora de telefonia através de um modem e a eles:
empresa se conecta na “espinha dorsal”.
Após a conexão na rede mundial, o usuário deve  Navegadores de Internet ou browsers, para conteú-
utilizar programas específicos para realizar a navega- do em servidores web;
ção e o acesso ao conteúdo oferecido pelos servidores.  Softwares de correio eletrônico, para mensagens
em servidores de e-mail;
CONCEITO USO COMENTÁRIOS  Redes Sociais, para conteúdos compartilhados por
empresas e usuários;
Conhecida como nuvem e tam-  Sites de Busca, como o Google Buscas e Microsoft
bém como World Wide Web, ou Bing, para encontrar informações na rede mundial;
WWW, a Internet é um ambiente
Conexão entre inseguro, que utiliza o protocolo  Grupos de Discussão, tanto no contexto de
Internet
computadores TCP para conexão em conjun- to a WhatsApp e Telegram, como no formato clássico do
outros para aplicações específicas Facebook e Yahoo Grupos.

Este tópico é muito prático. Nos concursos públi-


Ambiente seguro que exige iden- cos, são questionados os termos usados nos diferentes
tificação, podendo estar restrito a
um local, que poderá acessar a
softwares, como “Histórico”, para nomear a lista de
Intranet
Conexão com Internet ou não. A Intranet uti- liza informações acessadas por um navegador de Internet.
autenticação o mesmo protocolo da In- ternet, o
TCP, podendo usar o UDP também
Importante!
Conexão remota segura, prote- Ao navegar na Internet, comece a observar os
Conexão entre gida com criptografia, entre dois detalhes do seu navegador e as mensagens que são
Extranet dispositivos ou dispositivos, ou duas redes. O exibidas. Esses são os itens questionados em
redes acesso remoto é geralmente
suportado por uma VPN
concursos públicos.

Os editais costumam explicitar Internet e Intranet, Ferramentas e Aplicativos Comerciais de Navegação


mas também questionam Extranet. A conexão remota
segura que conecta Intranet’s através de um ambiente As informações armazenadas em servidores web
inseguro que é a Internet é naturalmente um resulta- são arquivos (recursos) identificados por um endere-
do das redes de computadores. ço padronizado e único (endereço URL), exibidas em
um browser ou navegador de Internet.
Eles são usados nas redes internas, pois a Intranet
INTERNET, INTRANET E EXTRANET utiliza os mesmos protocolos, linguagens e serviços da
Redes de Internet.
computadores Confira, a seguir, os principais navegadores de
Internet disponíveis no mercado.

Internet Intranet Extranet NAVEGADOR DESENVOLVEDOR CARACTERÍSTICAS

Rede mundial de Rede local de Acesso remoto Edge


computadores acesso restrito seguro Navegador padrão do
Windows 10, que substi-
Microsoft tuiu o Microsoft Internet
Utiliza os mesmos Explorer
protocolos da
CONHECIMENTOS DE

Protocolos TCP/IP Protocolos seguros


Internet

Padrão de Criptografia em Internet Navegador padrão do


Família TCP/IP Explorer Windows 7, um dos mais
comunicação VPN
questionados em
INFORMÁTICA

Microsoft concursos públicos, por


A Internet é transparente para o usuário. Qualquer ser integrante do siste-
usuário poderá acessá-la sem ter conhecimento técni- ma operacional
co dos equipamentos que existem para possibilitar a
conexão. Firefox
Software livre e multi-
plataforma que é leve,
Mozilla intuitivo e altamente
expansível

281
NAVEGADOR DESENVOLVEDOR CARACTERÍSTICAS
ENDEREÇO
CARACTERÍSTICAS
URL
Chrome FICTÍCIO
Um dos mais populares
navegadores do merca- Usando o protocolo https, acessare- mos
Google
do, multiplataforma e de o servidor abc, que é comercial (.com) e
fácil utilização
https://mail.
pode estar registrado nos Estados Unidos.
abc.com/caixa
Acessaremos o dire- tório caixas,
s/inbox/
Safari Desenvolvido original- subdiretório inbox. Aces- saremos o
mente para aparelhos da serviço mail no servidor
Apple Apple, atualmente está
disponível para outros Usando o protocolo de transferência de
sistemas operacionais arquivos ftp, acessaremos o servi- dor ftp
ftp://ftp.abc.g
da instituição governamental (gov)
ov.br/edital.pdf
Opera brasileira (br) chamada abc, que
Navegador leve com disponibiliza o recurso edital.pdf
proteções extras contra
Opera
rastreamento e minera-
ção de moedas virtuais
Outra forma de analisar um endereço URL é na
sua sintaxe expandida. Quando navegamos em sites
na Internet, nos deparamos com aquelas combinações
Na Internet, as informações (dados) são arma- de símbolos que não parecem legíveis. No entanto,
zenadas em arquivos nos servidores de Internet. Os como tudo na Internet está padronizado, vamos ver as
servidores são computadores, que utilizam pastas partes de um endereço URL “completão”.
ou diretórios para o armazenamento de arquivos. Confira:
Ao acessarmos uma informação na Internet, estamos
acessando um arquivo. Aqui, cabe-nos alguns ques- esquema://domínio:porta/caminho/recurso?
tionamentos: como é a identificação desse arquivo? querystring#fragmento
Como acessamos essas informações? Isso ocorre atra-
vés de um endereço URL. O endereço URL (Uniform Onde “esquema” é o protocolo que será usado na
Resource Locator) que define o endereço de um recur- transferência.
so na rede. Na sua tradução literal, é Localizador Uni- “Domínio” é o nome da máquina, o nome do site.
forme de Recursos, e possui a seguinte sintaxe: “:” e “porta” indica qual, entre as 65536 portas TCP
será usada na transferência.
protocolo://máquina/caminho/recurso “Caminho” indica as pastas no servidor, que é um
computador com muitos arquivos em pastas.
“Protocolo” é a especificação do padrão de comuni- “Recurso” é o nome do arquivo que está sendo
cação que será usado na transferência de dados. Pode- acessado.
rá ser http (Hyper Text Transfer Protocol – protocolo “?” é para transferir um parâmetro de pesquisa,
de transferência de hipertexto), ou https (Hyper Text usado especialmente em sites seguros.
Transfer Protocol Secure – protocolo seguro de trans- “#” é para especificar qual é a localização da infor-
ferência de hipertexto), ou ftp (File Transfer Protocol – mação dentro do recurso acessado (marcas)
protocolo de transferência de arquivos), entre outros. Exemplo: https://outlook.live.com:5012/owa/hotm
“://” faz parte do endereço URL, para identificar ail?path=/mail/inbox#open
que é um endereço na rede, e não um endereço local esquema: https://
como “/” no Linux ou ‘:\’ no Wiwdows. domínio: outlook.live.com
“Máquina” é o nome do servidor que armazena a porta: 5012
informação que desejamos acessar. caminho: /owa/
“Caminho” são as pastas e diretórios onde o arqui- recurso: hotmail
vo está armazenado. querystring: path=/mail/inbox
“Recurso” é o nome do arquivo que desejamos fragmento: open
acessar.
Quando o usuário digita um endereço URL no seu
Vamos conferir os endereços URL a seguir e suas navegador, um servidor DNS (Domain Name Server –
características. servidor de nomes de domínios) será contactado para
traduzir o endereço URL em número de IP. A infor-
ENDEREÇO mação será localizada e transferida para o navegador
CARACTERÍSTICAS que solicitou o recurso.
URL
FICTÍCIO
Usando o protocolo http, acessare- mos o
servidor abc, que é comercial (.com), no
Brasil (.br). Acessaremos a divisão Servidor DNS
multimídia (www) com arqui- vos
http://www.
textuais, vídeos, áudios e imagens. O
abc.com.br/
recurso acessado é o index.html, Internet
entendido automaticamente pelo na- Endereço URL
Usuário
vegador, por não ter nenhuma especi-
ficação de recurso no fim Figura 2. Os endereços URL’s são reconhecíveis pelos usuários, mas os
dados são armazenados em servidores web com números de IP. O
servidor DNS traduz um URL em número de IP, permitindo a
282 navegação na Internet.
Conceitos e Funções Válidas para Todos os Navegadores dicionários on-line disponibilizados pelos desen-
volvedores dos navegadores.
 Modo normal de navegação: as informações serão
registradas e mantidas pelo navegador. Histórico Atalhos de Teclado
de Navegação, Cookies, Arquivos Temporários,
Formulários, Favoritos e Dowwloads;  Para acessar a barra de endereços do navegador:
F4 ou Ctrl+E. No Google Chrome: é F6.
 Para abrir uma nova janela: Ctrl+N.
 Para abrir uma nova janela anônima: Ctrl+Shift+N.
No Mozilla Firefox é Ctrl+Shift+P.
 Para fechar uma janela: Alt+F4.
 Modo de navegação anônima: as informações de  Para abrir uma nova guia: Ctrl+T.
navegação serão apagadas quando a janela for  Para fechar uma guia: Ctrl+F4 ou Ctrl+W.
fechada. Apenas os Favoritos e Dowwloads serão  Para reabrir uma guia fechada: Ctrl+ Shift+T.
mantidos;  Para aumentar o zoom: Ctrl + = (igual)
 Para reduzir o zoom: Ctrl + - (menos)
 Definir zoom em 100%: Ctrl+0 (zero)
 Para acessar a página inicial do navegador: Alt+ Home
 Para visualizar os dowwloads em andamento ou
concluídos: Ctrl+J.
 Dados de formulários: informações preenchidas  Localizar um texto no conteúdo textual da página:
em campos de formulários nos sites de Internet; Ctrl+F.
 Favoritos: endereços URL salvos pelo usuário  Atualizar a página: F5
para acesso posterior. Os sites preferidos do usuá-  Recarregar a página: Ctrl+F5
rio poderão ser exportados do navegador atual e
importados em outro navegador de Internet; Nos navegadores de Internet, os links poderão ser
 Dowwloads: arquivos transferidos de um servidor abertos de 4 (quatro) formas diferentes.
remoto para o computador local. Os gerenciadores
de dowwloads permitem pausar uma transferência  Clique: abre o link na guia atual
ou buscar outras fontes caso o arquivo não esteja  Clique + CTRL: abre o link em uma nova guia
mais disponível;  Clique + SHIFT: abre o link em uma nova janela
 Uploads: arquivos enviados do computador local  Clique + ALT: faz download do arquivo indicado pelo
para um servidor remoto; link.
 Histórico de navegação: são os endereços URL acessa-
dos pelo navegador em modo normal de navegação; NAVEGADOR WEB (MICROSOFT EDGE VERSÃO
 Cache ou arquivos temporários: cópia local dos 91 E MOZILLA FIREFOX VERSÃO 78 ESR)
arquivos acessados durante a navegação;
 Pop-up: janela exibida durante a navegação para Microsoft Edge
funcionalidades adicionais ou propaganda;
 Atualizar página – acessar as informações armaze- Navegador multiplataforma da Microsoft, padrão no
nadas na cópia local (cache); Windows 10, atualmente é desenvolvido sobre o kernel
 Recarregar página: acessar novamente as infor- (núcleo) Google Chromium, o que traz uma série de itens
mações no servidor, ignorando as informações semelhantes ao Google Chrome. Integrado com o filtro
armazenadas nos arquivos temporários; Microsoft Defender SmartScreen, permite o bloqueio de
 Formato PDF: os arquivos disponíveis na Internet sites que contenham phishing (códigos maliciosos que
no formato PDF podem ser visualizados direta- procuram enganar o usuário, como páginas que pedem
mente no navegador de Internet, sem a necessida- login/senha do cartão de crédito).
de de programas adicionais; Outro recurso de proteção é usado para combater vul-
nerabilidades do tipo XSS (cross-site-scripting), que favo-
recem o ataque de códigos maliciosos ao compartilhar
Recursos de Sites, Combinados com os Navegadores de
dados entre sites sem permissão do usuário. Ele substituiu
Internet
o aplicativo Leitor, tornando-se o visualizador padrão de
arquivos PDFs no Windows 10. Foram adicionados recur-
 Cookies: arquivos de texto transferidos do ser-
sos que permitem “Desenhar” sobre o conteúdo do PDF.
vidor para o navegador com informações sobre
Além disso, mantém as características dos outros
as preferências do usuário. Eles não são vírus de navegadores de Internet, como a possibilidade de instala-
computador, pois códigos maliciosos não podem ção de extensões ou complementos, também chamados
CONHECIMENTOS DE

infectar arquivos de texto sem formatação; de plugins ou add-ons, que permitem adicionar recursos
 Feeds RSS: quando o site oferece o recurso RSS, específicos para a navegação em determinados sites.
o navegador receberá atualizações para a página As páginas acessadas poderão ser salvas para aces-
INFORMÁTICA

assinada pelo usuário. O RSS é muito usado entre sar off-liwe, marcadas como preferidas em Favoritos,
sites para troca de conteúdo; consultadas no Histórico de Navegação ou salvas
 Certificado digital: os navegadores podem utilizar como PDF no dispositivo do usuário.
chaves de criptografia com mais de 1024 bits, ou seja, Coleções, no Microsoft Edge é um recurso exclusi-
aceitam certificados digitais para validação de cone- vo que permite que a navegação inicie em um disposi-
xões e transferências com criptografia e segurança; tivo e continue em outro dispositivo logado na mesma
 Corretor ortográfico: permite a correção dos tex- conta Microsoft. Semelhante ao Google Contas, mas
tos digitados em campos de formulários a partir de nomeado como Coleções, no Edge, permite adicionar
sugestões do Pinterest.
283
Outro recurso específico do navegador é a repro- Além de todas essas características, os sites de pes-
dução de miniaturas de vídeos ao pesquisar no site quisa permitem o uso de caracteres especiais (sím-
Microsoft Bing (buscador da Microsoft). bolos) para refinar os resultados e comandos para
selecionar o tipo de resultado da pesquisa. Nos con-
Mozilla Firefox cursos públicos, esses são os itens mais questionados.
Ao contrário de muitos outros tópicos dos editais
O Mozilla Firefox é o navegador de Internet que, de concursos públicos, essa parte você consegue prati-
como os demais browsers, possibilita o acesso ao car até no seu smartphone. Comece a usar os símbolos
conteúdo armazenado em servidores remotos, tanto e comandos nas suas pesquisas na Internet e visualize
na Internet como na Intranet. É um navegador com os resultados obtidos.
código aberto, software livre, que permite dowwload
para estudo e modificações. Possui suporte ao uso de SÍMBOLO USO EXEMPLO
applets (complementos de terceiros), que são instala- Pesquisa exata, na
dos por outros programas no computador do usuário, Aspas mesma ordem que
como o Java. “Nova Concursos”
duplas forem digitados os
Oferece o recurso Firefox Sync, para sincronização termos
de dados de navegação, semelhante ao Microsoft Con-
Menos ou Excluir termo da concursos –
tas e Google Contas dos outros navegadores. Entretan- pesquisa militares
traço
to, caso utilize o modo de navegação privativa, esses
dados não serão sincronizados. concursos
Til (acento) Pesquisar sinônimos
Assim como nos outros navegadores, é possível ~públicos
definir uma página inicial padrão, uma página inicial Substituir termos na
escolhida pelo usuário (ou várias páginas) e continuar pesquisa, para pesqui- sar
a navegação das guias abertas na última sessão. “inscrições encer-
Asterisco radas”, e “inscrições inscrições *
No navegador Firefox, o recurso Captura de Tela
permite copiar, para a Área de Transferência do com- abertas”, e “inscrições
suspensas” etc
putador, parte da imagem da janela que está sendo
acessada. A seguir, em outro aplicativo o usuário Cifrão Pesquisar por preço celulares $1000
poderá colar a imagem capturada ou salvar direta-
Intervalo de datas ou campeão
mente pelo navegador. Dois pontos
preço 1980..1990
Snippets fazem parte do navegador Firefox. Eles ofe-
recem pequenas dicas para que você possa aproveitar Pesquisar em redes Instagram
Arroba
ao máximo o Firefox. Também pode aparecer novidades sociais @novaconcursos
sobre produtos Firefox, missão e ativismo da Mozilla, Pesquisar nas marca- ções
Hashtags #informática
notícias sobre integridade da internet e muito mais. de postagens

BUSCA E PESQUISA NA WEB


COMANDO USO EXEMPLO
Na Internet, os sites (sítios) de busca e pesquisa têm,
como finalidade, apresentar os resultados de endere- Resultados de ape- nas livro site:www.
site
ços URLs com as informações solicitadas pelo usuário. um site uol.com.br
Google Buscas, da empresa Google, e Microsoft Somente um tipo apostila
Bing, da Microsoft, são os dois principais sites de pes- filetype
de arquivo filetype:pdf
quisa da atualidade. No passado, sites como Cadê,
Aonde, Altavista e Yahoo também contribuíram para a Definição de um
define define:smtp
acessibilidade das informações existentes na Internet, termo
indexando em diretórios os conteúdos disponíveis.
Os sites de pesquisas foram incorporados aos intitle No título da página intitle:concursos
navegadores de Internet e, na configuração dos bro- No endereço URL
wsers, temos a opção “Mecanismo de pesquisa”, que inurl inurl:nova
da página
permite a busca dos termos digitados diretamente na
barra de endereços do cliente web. Essa funcionalida- Pesquisa o horário em
de transforma a nossa barra de endereços em uma time determinado local time:japan
omnibox (caixa de pesquisa inteligente), que preenche
com os termos pesquisados anteriormente e oferece
sugestões de termos para completar a pesquisa. related:uol.com.
related Sites relacionados
O Microsoft Edge tem o Microsoft Bing como bus- br
cador padrão. O Mozilla Firefox e o Google Chrome
Versão anterior do site
têm o Google Buscas como buscador padrão. As confi- cache cache:uol.com.br
gurações podem ser personalizadas pelo usuário.
Os sites de pesquisas incorporam recursos para Páginas que con-
operações cotidianas, como pesquisa por textos, ima- link:
link tenham link para
gens, notícias, mapas, produtos para comprar em lojas novaconcursos
outras
on-line, efetua cálculos matemáticos, traduz textos de
um idioma para outro, entre inúmeras funcionalida- Informações de um location:méxico
location
284 des, ignoram pontuação, acentuação e não diferen- determinado local terremoto
ciam letras maiúsculas de letras minúsculas, mesmo
que sejam digitadas entre aspas.
Os comandos são seguidos de dois pontos e não pos-
PROGRAMA CARACTERÍSTICAS
suem espaço com a informação digitada na pesquisa.
O site de pesquisas Google também oferece respos- O eM Client é um cliente de e-mail gratui- to
tas para pedidos de buscas. O site Microsoft Bing ofe- para uso pessoal no ambiente Windo- ws e
rece mecanismos similares. Mac. Facilmente configurável. Tem a versão
As possibilidades são quase infinitas, pois os assis- Pro, para clientes corporativos
tentes digitais (Alexa, Google Assistent, Siri, Cortana)
permitem a pesquisa por voz. Veja alguns exemplos O Microsoft Outlook, integrante do pacote
de pedidos de buscas nos sites de pesquisas. Microsoft Office, é um cliente de e-mail
que permite a integração de várias contas
em uma caixa de entrada combinada
PEDIDO USO EXEMPLO
traduzir ... para traduzir maçã
Google Tradutor O Microsoft Outlook Express foi o cliente de
... para japonês
e-mail padrão das antigas versões do
lista telefôni- Páginas com o Lista telefôni- Windows. Ainda aparece listado nos editais
ca:número telefone ca:99999-9999 de concursos, porém não pode ser utilizado
nas versões atuais do siste-
Cotação da bol-
código da ação GOOG ma operacional
sa de valores
Previsão do Webmail. Quando o usuário utiliza um
clima localidade clima são paulo navegador de Internet qualquer para acessar
tempo
@ sua caixa de mensagens no servidor de e-
Status de um mails, ele está acessando pela modalidade
código do voo ba247
voo (viagens) webmail

Os resultados apresentados pelas pesquisas do


site são filtrados pelo SafeSearch. O recurso procura O Microsoft Outlook possui recursos que permitem
filtrar os resultados com conteúdo adulto, evitando o acesso ao correio eletrônico (e-mail), organização
a sua exibição. Quando desativado, os resultados de das mensagens em pastas, sinalizadores, acompanha-
conteúdo adulto serão exibidos normalmente. mento e também recursos relacionados a reuniões e
No Microsoft Bing, na página do buscador www. compromissos.
bing.com, acesse o menu no canto superior direito e Os eventos adicionados ao calendário poderão ser
escolha o item Pesquisa Segura. enviados na forma de notificação por e-mail para os
No Google, na página do site do buscador www. participantes.
google.com, acesse o menu Configurações no can- O Outlook possui o programa para instalação no
to inferior direito e escolha o item Configurações de computador do usuário e a versão on-line. A versão
Pesquisa. on-line poderá ser gratuita (Outlook.com, antigo Hot-
mail) ou corporativa (Outlook Web Access – OWA, inte-
grante do Microsoft Office 365).
Importante!
As bancas costumam questionar funcionalida- des do
Microsoft Bing que são idênticas às fun- cionalidades Usuário
do Google Buscas, com o intuito de confundir os
candidatos acerca do recurso questionado.

CORREIO ELETRÔNICO, GRUPOS DE Figura 3. Para acessar as mensagens armazenadas em um servidor de e-


mails, o usuário pode usar um cliente de e-mail ou o navegador de Internet
DISCUSSÃO, FÓRUNS E WIKIS

Ferramentas e Aplicativos de Correio Eletrônico Formas de Acesso ao Correio Eletrônico

O e-mail (Electronic Mail, correio eletrônico) é uma Podemos usar um programa instalado em nosso
forma de comunicação assíncrona, ou seja, mesmo dispositivo (cliente de e-mail) ou qualquer navegador
que o usuário não esteja on-line, a mensagem será de Internet para acessarmos as mensagens recebi-
armazenada em sua caixa de entrada, permanecendo das. A escolha por uma ou por outra opção vai além
CONHECIMENTOS DE

disponível até ela ser acessada novamente. da preferência do usuário. Cada forma de acesso tem
O correio eletrônico (popularmente conhecido suas características e protocolos. Confira:
como e-mail) tem mais de 40 anos de existência. Foi
INFORMÁTICA

um dos primeiros serviços que surgiu para a Internet, FORMA DE


CARACTERÍSTICAS
mantendo-se usual até os dias de hoje. ACESSO

Protocolo SMTP para enviar mensa- gens e


PROGRAMA CARACTERÍSTICAS POP3 para receber. As men- sagens são
Cliente de E-mail transferidas do servidor para o cliente e
O Mozilla Thunderbird é um cliente de são apagadas da caixa de mensagens
e-mail gratuito com código aberto que po- derá remota
ser usado em diferentes plataformas

285
Uso do Correio Eletrônico
FORMA DE
CARACTERÍSTICAS
ACESSO
Para utilizar o serviço de correio eletrônico, o
Protocolo IMAP4 para enviar e para usuário deve ter uma conta cadastrada em um serviço
receber mensagens. As mensagens são de e-mail. O formato do endereço foi definido inicial-
Webmail copiadas do servidor para a janela do mente pela RFC822, redefinida pela RFC2822, e atuali-
navegador e são mantidas na caixa de
mensagens remota
zada na RFC5322.

Dica
RFC é Request for Comments, um documento de
texto colaborativo que descreve os padrões de cada
Servidor de e-mails
Servidor de e-mails protocolo, linguagem e serviço para ser usado nas
redes de computadores.

Receber IMAP4 De forma semelhante ao endereço URL para recur-


Receber – POP3
sos armazenados em servidores, o correio eletrônico
também possui o seu formato.
Existem bancas organizadoras que consideram o
Usuário
formato reduzido usuário@provedor, no enunciado
Usuário
das questões, em vez do formato detalhado usuário@
provedor.domínio.país. Ambos estão corretos.

Cliente de e-mail Navegador de Internet


CAMPOS DE UM ENDEREÇO DE E-MAIL

Figura 4. Usando o protocolo POP3, a mensagem é transferida para USUÁRIO@PROVEDOR.DOMÍNIO.PAÍS
o programa de e-mail do usuário e removida do servidor. Usando
o protocolo IMAP4, a mensagem é copiada para o navegador de Internet e COMPONENTE CARACTERÍSTICAS
mantida no servidor de e-mails.
Antes do símbolo de @, identifica um
Usuário
Os protocolos de e-mails são usados para a troca único usuário no serviço de e-mail
de mensagens entre os envolvidos na comunicação. Significa AT (lê-se “em” ou “no”) e é
O usuário pode personalizar a sua configuração, mas, usado para separar a parte esquerda, que
em concursos públicos, o que vale é a configuração @ identifica o usuário, da parte a sua direita,
padrão, a qual foi apresentada neste material. que identifica o provedor do serviço de
SMTP (Simple Mail Transfer Protocol) é o Protoco- mensagens eletrônicas
lo para Transferência Simples de E-mails usado pelo
cliente de e-mail para enviar para o servidor de men- Imediatamente após o símbolo de @,
identifica a empresa ou provedor que
sagens e entre os servidores de mensagens do reme-
Nome do armazena o serviço de e-mail (o servidor
tente e do destinatário. de e-mail executa softwares como o
domínio
POP3 ou apenas POP (Post Office Protocol 3) é o Microsoft Exchange Server por exemplo)
Protocolo de Correio Eletrônico usado pelo cliente de
e-mail para receber as mensagens do servidor remoto,
removendo-as da caixa de entrada remota. Identifica o tipo de provedor, por
IMAP4 ou IMAP (Internet Message Access Protocol) exemplo: COM (comercial), .EDU (edu-
é o Protocolo de Acesso às Mensagens via Internet, cacional), REC (entretenimento), GOV
Categoria do (governo), ORG (organização não go-
o qual é usado pelo navegador de Internet (sobre os domínio vernamental) etc., de acordo com as
protocolos HTTP e HTTPS) na modalidade de acesso
definições de Domínios de Primeiro Nível
webmail, para transferir cópias das mensagens para a (DPN) na Internet
janela do navegador, mantendo as originais na caixa
de mensagens do servidor remoto. Informação que poderá ser omitida,
quando o serviço está registrado nos
Estados Unidos. O país é informado por duas
País letras, como: BR, Brasil; AR; Argen- tina; JP;
Servidor Exchange Enviar e Receber
Servidor Gmail
Japão; CN; China; CO; Colômbia; etc.
SMTP

Enviar – SMTP
Enviar e Receber Quando o símbolo @ é usado no início, antes do
Receber – POP3 IMAP4 nome do usuário, identifica uma conta em rede social.
Para o endereço URL do Instagram https://www.ins-
tagram.com/novaconcursos/, o nome do usuário é @
Remetente Cliente Destinatário novaconcursos.
Webmail
Ao redigir um novo e-mail, o usuário poderá preen-
Figura 5. O remetente está usando o programa Microsoft Outlook (cliente) cher os campos disponíveis para destinatário(s), título
para enviar um e-mail. Ele usa o seu e-mail corporativo (Exchange). O e-
mail do destinatário é hospedado no servidor Gmail e ele utiliza um da mensagem, entre outros. Para enviar a mensagem,
navegador de Internet (webmail) para ler e responder os e-mails recebidos. é preciso que exista um destinatário informado em
286 um dos campos de destinatários.
Se um destinatário informado não existir no servi- WhatsApp, mas estamos sem conexão com a Internet.
dor de e-mails do destino, a mensagem será devolvida. A mensagem permanece com um ícone de relógio
Se a caixa de entrada do destinatário não puder rece- enquanto não for enviada.
ber mais mensagens, a mensagem será devolvida. Se Lixo Eletrônico ou SPAM é um local para onde
o servidor de e-mails do destinatário estiver ocupado, são direcionadas as mensagens sinalizadas como
a mensagem tentará ser entregue depois. lixo. Spam é o termo usado para referir-se aos e-mails
Conheça os elementos e seu papel na criação de não solicitados, que geralmente são enviados para
uma nova mensagem de e-mail: um grande número de pessoas. Quando o conteúdo
é exclusivamente comercial, esse tipo de mensagem
CAMPOS DE UMA MENSAGEM DE E-MAIL é chamado de UCE (do inglês Unsolicited Commercial
E-mail – e-mail comercial não solicitado). Essas mensa-
CAMPO CARACTERÍSTICAS
gens são marcadas pelo filtro AntiSpam, que procura
Identifica o usuário que está enviando a identificar mensagens enviadas para muitos destina-
mensagem eletrônica, o remetente. É tários ou com conteúdo publicitário irrelevante para
FROM (De) preenchido automaticamente pelo o usuário.
sistema
Identifica o (primeiro) destinatário da Outras Operações com o Correio Eletrônico
mensagem. Poderão ser especifica- dos
vários endereços de destinatários nesse O usuário poderá sinalizar as mensagens, tanto as
campo e serão separados por vírgula ou recebidas como as enviadas. Ele poderá solicitar confir-
TO (Para) ponto e vírgula (segundo o serviço). Todos mação de entrega e confirmação de leitura. Vale dizer
que receberem a men- sagem conhecerão que as mensagens recebidas podem ser impressas, igno-
os outros destina- tários informados nesse radas ou, ainda, podem ter seu código-fonte exibido.
campo Confira, a seguir, operações extras para o uso do
Identifica os destinatários da men- correio eletrônico com mais habilidade e profissiona-
sagem que receberão uma cópia do e- lismo, facilitando a organização do usuário.
CC mail. CC é o acrônimo de Carbon
(com cópia ou Copy (cópia carbono) Ação e Características
cópia carbono) Todos que receberem a mensagem
conhecerão os outros destinatários  Alta prioridade: Quando marca a mensagem
informados nesse campo como Alta Prioridade, o destinatário verá um pon-
to de exclamação vermelho no destaque do título;
Identifica os destinatários da men-
sagem que receberão uma cópia do e-  Baixa prioridade: Quando o remetente marca a
BCC
mail. BCC é o acrônimo de Blind mensagem como Baixa Prioridade, o destinatário
(CCO – com
cópia oculta ou Carbon Copy (cópia carbono oculta). verá uma seta azul apontando para Baixo no des-
cópia carbono Todos que receberem a mensagem não taque do título;
oculta) conhecerão os destinatários informados  Imprimir mensagem: O programa de e-mail ou
nesse campo navegador de Internet prepara a mensagem para
ser impressa, sem as pastas e opções da visualiza-
SUBJECT Identifica o conteúdo ou título da ção do e-mail;
(assunto) mensagem. É um campo opcional  Ver código fonte da mensagem: As mensagens
Anexar Arquivo: Identifica o(s) arqui- possuem um cabeçalho com informações técnicas
vo(s) que está(ão) sendo enviado(s) junto sobre o e-mail as quais podem ser visualizadas
com a mensagem. Existem res- trições pelo usuário;
ATTACH quanto ao tamanho do anexo e tipo
(anexo)  Ignorar: Disponível no cliente de e-mail e em
(executáveis são bloqueados pelos alguns webmails, ao ignorar uma mensagem, as
webmails). Não são enviadas pastas próximas mensagens recebidas do mesmo reme-
tente serão excluídas imediatamente ao serem
O conteúdo da mensagem de e-mail armazenadas na Caixa de Entrada;
Mensagem poderá ter uma assinatura associa- da  Lixo Eletrônico: Sinalizador que move a mensa-
inserida no final gem para a pasta Lixo Eletrônico e instrui o correio
eletrônico para fazer o mesmo com as próximas
mensagens recebidas daquele remetente;
As mensagens enviadas, recebidas, apagadas ou
 Tentativa de Phishing: Sinalizador que move a
salvas estarão em pastas do servidor de correio ele- mensagem para a pasta Itens Excluídos e instrui o
CONHECIMENTOS DE

trônico, nominadas como “caixas de mensagens”.


serviço de e-mail sobre o remetente da mensagem
A pasta Caixa de Entrada contém as mensagens estar enviando links maliciosos que tentam captu-
recebidas, lidas e não lidas.
rar dados dos usuários;
INFORMÁTICA

A pasta Itens Enviados contém as mensagens efe-


 Confirmação de Entrega: O servidor de e-mails
tivamente enviadas.
do destinatário envia uma confirmação de entre-
A pasta Itens Excluídos contém as mensagens
ga, informando que a mensagem foi entregue na
apagadas.
Caixa de Entrada dele com sucesso;
A pasta Rascunhos contém as mensagens salvas e
não enviadas.  Confirmação de Leitura: O destinatário pode
A pasta Caixa de Saída contém as mensagens que confirmar ou não a leitura da mensagem que foi
o usuário enviou, mas que ainda não foram transfe- enviada para ele.
ridas para o servidor de e-mails. Semelhante ao que
ocorre quando enviamos uma mensagem no app 287
A confirmação de entrega é independente da con-
ITEM CARACTERÍSTICAS
firmação de leitura. Quando o remetente está elabo-
rando uma mensagem de e-mail, ele poderá marcar Participantes convidados pelo proprie- tário
Gerentes ou
as duas opções simultaneamente. Se as duas opções para auxiliar na moderação das mensagens
Moderadores
forem marcadas, o remetente poderá receber duas e gerenciamento do grupo
confirmações para a mensagem que enviou, sendo Em grupos no Facebook, pode ser o criador
uma do servidor de e-mails do destinatário e outra do
Administrador ou gerente/moderador convi- dado pelo dono
próprio destinatário. do grupo
Como receberá as mensagens. Pode- rá ser
uma por uma, ou resumo das mensagens
Servidor Exchange
por e-mail, ou e-mail de resumos (com os
Servidor Gmail Assinatura tópicos recebidos no grupo), ou nenhum
Enviar e-mail com
confirmação de O servidor confirma a entrega e-mail (para leitura na página do grupo)
entrega do e-mail na caixa de entrada
do destinatário
Recebendo a confirmação
de entrega
Quais são as vantagens de um grupo?
Destinatário

Remetente
Webmail  Os participantes podem enviar uma mensagem,
Cliente que será enviada para todos os participantes;
 Permite reunir pessoas com os mesmos interesses;
Figura 6. Quando uma mensagem é enviada com Confirmação de Entrega,  Organizar reuniões, eventos e conferências;
o remetente recebe a confirmação do servidor de e-mails do destinatário,  Ter uma caixa de mensagens colaborativa, com
informando que ela foi armazenada corretamente na Caixa de Entrada do e- possibilidade de acesso aos conteúdos que foram
mail do destinatário. enviados antes do seu ingresso no grupo.

Enviar e-mail Os antigos grupos de discussão constituíram o


modelo a ser seguido para o desenvolvimento dos
grupos do Facebook, WhatsApp e Telegram. Nesses
Servidor Exchange Servidor Gmail
grupos, o participante envia um post, ou anúncio, ou
Enviar e-mail com
confirmação de O destinatário arquivo e todos podem consultar na página o que foi
leitura confirma a leitura compartilhado.
da mensagem
Recebendo a
confirmação de leitura
Como funcionam os grupos de discussão?

Remetente
Cliente
Destinatário O usuário envia um e-mail para um endereço defi-
Webmail
nido e faz a assinatura. Outras formas de associação
incluem o pedido diretamente na página do grupo ou
Figura 7. Quando uma mensagem é enviada com Confirmação de Leitura,
o destinatário poderá confirmar (ou não) que fez a leitura do conteúdo do e-
o link recebido em um convite por e-mail.
mail. Depois de associado ao grupo, ele receberá em seu
e-mail as mensagens que os outros usuários enviarem.
Grupos de Discussão Poderá optar por um resumo das mensagens, ou resumo
semanal, ou apenas visualizar na página do grupo. Lem-
Existem serviços na Internet que possibilitam a brando que, nos anos 90/2000, os e-mails tinham tama-
troca de mensagens entre os assinantes de uma lista nho limitado para a caixa de entrada de cada usuário.
de discussão. O Grupos do Google é o último serviço O envio para um endereço único permite a distribui-
em atividade, segundo o formato original. ção para os assinantes da lista de discussão. Uma cópia
Yahoo Grupos foi encerrado em 15 de dezembro da mensagem e anexos, se houverem, será disponibiliza-
de 2019 e seus membros não poderão mais enviar ou da no mural da página do grupo, para consultas futuras.
receber e-mails.
Grupo de Discussão, ou Lista de Discussão, ou Mensagem
enviada para
Fórum de Discussão são denominações equivalentes todos os
Grupos de
para um serviço que centraliza as mensagens recebi- discussão
participantes
das que foram enviadas pelos membros redistribuin- Mensagem enviada
inscritos no grupo
de discussão
do-as para os demais participantes. para o endereço de e-
mail do grupo
Os grupos de discussão do Facebook surgiram den-
Usuários da Internet
tro da rede social e ganharam adeptos, especialmente
Quem não é inscrito no
pela facilidade de acesso, associação e participação. grupo não recebe a
Usuário participante mensagem

ITEM CARACTERÍSTICAS Figura 8. Os usuários participantes dos grupos de discussão trocam mensagens
O grupo poderá ser público e visível, ou através de um hub que centraliza e distribui para os demais participantes.
restrito e visível (qualquer um pode pedir
para participar), ou secreto e invisível A qualquer momento o usuário poderá desistir e
Privacidade
(somente convidados podem ingressar) sair do grupo, tanto pela página como por um endere-
ço de e-mail próprio (unsubscribe).
A principal diferença entre um grupo de discussão
Proprietário Criador do grupo e uma lista de distribuição de e-mails está relacionada
com a exibição do endereço dos participantes. Em um
grupo de discussão, cada membro tem acesso a um
288
endereço que enviará cópia para todos os participantes do grupo. Nas mensagens respondidas, aparece o endere-
ço original do remetente.
Apesar de o tópico aparecer em diversos editais de concursos, faz vários anos que não são aplicadas questões
sobre o tema, em todos os concursos, independentemente da banca organizadora.
Vale ressaltar que, os Grupos de Discussão (com as características e funcionalidades originais) desapareceram ao
longo do tempo, sendo substituídos pelos grupos nas redes sociais (com novos recursos e integração com os perfis
delas). Esse é um tópico que deverá ser questionado cada vez menos, assim como Redes Sociais.

REDES SOCIAIS
As redes sociais permitem o compartilhamento de informações entre os usuários cadastrados. As redes sociais
são usadas amplamente pelos governos em suas diferentes esferas. Redes sociais pouco divulgadas também são
usadas para a divulgação de informações.
As redes sociais são divididas em: centralizadas, descentralizadas e distribuídas. A forma de organização des-
tas conexões acaba por determinar o tipo de serviço oferecido.
Cada rede social possui um conjunto de recursos e é destinada para um público (nicho) específico.
Como dito, elas poderão ser centralizadas (Twitter), descentralizadas (Facebook) ou distribuídas (LinkedIn).
Acompanhe a tabela a seguir:

TIPO DE REDE CARACTERÍSTICAS

Centralizada Nela, um nó centraliza grande parte das conexões. Possui formato de estrela. Exemplo: Twitter
Tem vários centros. Não se mantém conectada por um só nó, e sim por um pequeno grupo de nós, que se conecta
Descentralizada a diversos outros grupos. Conexões pessoais expandidas para o grupo. Exemplo: Facebook

Todos os nós têm aproximadamente a mesma quantia de conexões. Somente esse terceiro tipo poderia ser
Distribuída
considerado uma rede efetiva. Exemplo: LinkedIn

Acompanhe ainda a próxima tabela:

COMPARTILHAR COM
GOSTAR DO CONTEÚDO COMENTÁRIOS
OUTROS USUÁRIOS

LinkedIn Gostei Comentar Compartilhar/Enviar

Facebook Curtir Comentar Compartilhar

Twitter Curtir Comentar Retuitar

Instagram Curtir Comentar Enviar

Telegram Reações Responder Encaminhar

WhatsApp Reações Responder Encaminhar

O LinkedIn é uma rede social para pessoas e empresas, com foco no compartilhamento de informações pro-
fissionais e vagas de emprego. Permite a publicação de conteúdos como nas outras redes sociais, exceto conteúdo
de entretenimento como Reels (Instagram) e TikTok.
O Facebook é a maior rede social da atualidade, em quantidade de usuários. O participante poderá publicar,
compartilhar, curtir e comentar postagens de outros participantes e empresas.
O Facebook oferece recursos para a criação de páginas, grupos de discussão, unidades de aprendizado social,
CONHECIMENTOS DE

entre outras opções.


O Twitter é uma rede social para publicação de postagens em tempo real. Permite a publicação de textos, ima-
gens, vídeos, cards, links e outros conteúdos.
INFORMÁTICA

O Instagram é uma rede social para publicação de imagens e vídeos. Permite a publicação de fotos, vídeos,
transmissões ao vivo e pequenos vídeos animados (Reels) como no app TikTok.
A rede social Instagram permite que os usuários utilizem tags em palavras-chaves para conseguir o maior
número de visualizações, seguidores e likes.
O WhatsApp e Telegram são comunicadores instantâneos. Através dos aparelhos smartphones ou da versão
Desktop, o usuário poderá trocar mensagens de texto, imagens, vídeos e realizar chamadas de áudio e vídeo com
outros usuários.
Além disso, esses aplicativos permitem a criação de grupos e listas de transmissão. Cada grupo terá o seu
administrador ou administradores, com permissões para envio de mensagens/postagem, ou não, permissão para
editar as configurações do grupo. 289
Em todas as redes sociais e comunicadores, o problema de compartilhamento de fake wews compromete a
participação dos membros. Alguns acabam abandonando a plataforma, de acordo com a quantidade de falsas
mensagens compartilhadas no perfil, página ou grupo.
Em todas as redes é possível bloquear outros usuários, para não visualizar postagens, mensagens e notifica-
ções que eles enviarem.

LINKEDIN

A rede social LinkedIn foi adquirida recentemente pela Microsoft.


Nesta, os usuários criam os seus perfis, e, a partir destes, poderão estabelecer a sua rede de contatos.

Voltada principalmente para contatos profissionais, o LinkedIn tem a participação de trabalhadores atuantes no
mercado de trabalho, outros em busca de colocação, outros de recolocação profissional, e, obviamente, das empresas.
Através dos contatos realizados através da rede social, os participantes podem encontrar vagas de empregos,
falar com o RH das empresas, avaliar o mercado de trabalho, entre outras opções.
Assim como no Facebook, é possível criar grupos e páginas de conteúdo.
Atente-se ao glossário de termos disposto abaixo:

 Usuários: todos os usuários cadastrados na plataforma, listados em um diretório (índice);


 Vagas: oferecidas pelas empresas na plataforma;
 Pulse: artigos publicados no Linkedin;
 Tópicos: assuntos comentados e marcados.

FACEBOOK

A rede social Facebook tem o maior porta-fólio de recursos para os seus usuários.
Assim como nas demais redes sociais, é possível selecionar o público que vê, ou não, -sua postagem.

290
Com o passar dos anos, vários recursos foram implementados. Vamos conhecer alguns deles:

 Páginas: um dos primeiros recursos da rede social. Permite a criação de uma página de conteúdo, para que os
usuários possam seguir, curtir e compartilhar o seu conteúdo publicado. Lembra um pouco a ideia dos blogs,
onde as postagens diárias são destacadas na linha de tempo das pessoas que curtiram ou estão seguindo a
página. As páginas não permitem o armazenamento e compartilhamento de arquivos, mas permite a criação
de promoções, integração com loja virtual etc.;
 Grupos: criados nos mesmos moldes do Google Grupos e do Yahoo Grupos, permitem o compartilhamento
de arquivos, associação de membros, administração do conteúdo e dos participantes. Os grupos podem ser
públicos, privados (necessitam de aprovação do administrador do grupo) ou secretos (somente as pessoas com
o link poderão chegar até a página inicial do grupo e solicitar a participação).

Atente-se ao glossário de termos:

 Feed de notícias: painel que reúne as postagens dos amigos e anúncios;


 Messenger: aplicativo para conversação via rede social, com envio de fotos, arquivos etc.;
 Atalhos: links rápidos para as páginas e grupos mais usados recentemente;
 Notificações: avisos sobre novas curtidas e compartilhamentos nas páginas e grupos;
 Eventos: calendário com programações que podem ser de seu interesse, porque são de interesse de seus
contatos;
 Grupos: páginas que podem ser públicas, privadas ou secretas, onde é possível interagir com outros usuários.
Recursos disponíveis em um grupo:

 Foto/vídeo;
 Enquete;
 Vender um item;
 Adicionar arquivo;
 Criar álbum de fotos;
 Criar documento;
 Criar evento;
 Vídeo ao vivo;
CONHECIMENTOS DE

 Páginas: páginas que são públicas, mas não permitem o compartilhamento de arquivos. Voltadas para a divul-
gação de negócios e vendas de produtos, por exemplo. Recursos disponíveis em uma página:
INFORMÁTICA

 Compartilhar uma foto ou vídeo;


 Anunciar o seu negócio;
 Criar um evento;
 Escrever uma nota;
 Receber mensagens;
 Criar uma oferta;
 Receber ligações telefônicas;
 Ajudar as pessoas a encontrar seu negócio (mapas);
 Iniciar um vídeo ao vivo;
291
 Gerar vendas.

 Suas páginas: atalhos para as páginas que você criou ou gerencia;


 Lista de amigos: somente as postagens dos amigos, sem as postagens das páginas;
 Feed de páginas: somente as postagens das páginas, sem as postagens dos amigos;
 Cutucadas: recurso que deu muito o que falar, mas atualmente caiu em desuso;
 Informações: aplicativos e páginas que você é administrador/desenvolvedor;
 Neste dia: atividades de amizades no dia;
 Jogos;
 Sugerir edições: sugestões de correções que você enviou para páginas visitadas;
 Histórico de pagamentos: pagamentos realizados via Facebook Pay;
 Sentimento/atividade: selecionar uma das mensagens de apoio pré-configuradas;
 Check-in: marcação no mapa do local onde você está, como no Foursquare;
 Marcar amigos: adicionar amigos às postagens de sua rede social;
 Stories: postagens dos amigos que permanecem 24 horas disponíveis para visualização (como o app Snapchat).

TWITTER

A rede social Twitter permitia, originalmente, o compartilhamento de mensagens curtas de textos com até 140
caracteres. Com as últimas implementações da empresa, passou-se a oferecer mais espaço para cada tweet.
Os nomes de usuários precisam ter até 15 caracteres. Caso exista um nome de usuário para a conta que estiver
criando, o Twitter apresentará sugestões semelhantes.
Alguns recursos permanecem originais, como os Trending Topics, ou assuntos mais comentados. Através de
hashtags (símbolo #) os usuários podem criar postagens que estejam associadas a um conteúdo ou tema, permi-
tindo o agrupamento de todas as mensagens com a mesma hashtag.
Cada mensagem é chamada de tweet, e pode conter textos, links externos, imagens embutidas e vídeos. O Twit-
ter oferecia o aplicativo Periscope, que permite a transmissão ao vivo a partir de dispositivos móveis.
Com o crescimento das outras redes sociais, o Twitter passou a atuar em nichos do entretenimento (artistas,
eventos, promoções)e, atualmente, está investindo no Twitter para Empresas.

Atente-se ao Glossário de termos:

 Moments: postagens mais curtidas pelos usuários do Twitter;


 Notificações: avisos de postagens que foram retwitadas, curtidas e novos seguidores;
 Mensagens: Direct Message, mensagem direta, enviada de um usuário para você (mensagem privada);
 Tweetar: postar uma nova mensagem;
 Tweets: postagens já realizadas pelo usuário;
 Seguindo: quantidade de perfis no Twitter que você segue;
292  Seguidores: quem está seguindo o seu perfil;
 Curtidas: tweets que você curtiu;  Atividade: novos seguidores, marcações de
 Tweets e respostas: postagens já realizadas, e res- perfil em comentários, comentários em posts e
postas enviadas; respostas de comentários;
 Mídia: postagens com imagens e vídeos;  Bate papo: mensagens recebidas e enviadas
 Tópicos (Trending Topics): tópicos mais comen- pelo Instagram. Poderá conversar com textos,
tados com a mesma hashtag. figurinhas, links e imagens salvas no dispositivo;
 Explorar: pesquisar postagens semelhantes
INSTAGRAM às postagens que costuma curtir ou visualizar
na rede social. Se você curtir fotos em praias,
o Explorar mostrará outras fotos com o mesmo
tema;
 Perfil: acesso às personalizações do perfil na
Rede social para o compartilhamento de fotos, rede social;
vídeos e outros conteúdos, é do Facebook.  Salvos: postagens que o usuário marcou como
Para participar da rede o usuário pode criar um “Salvo”. Apenas o usuário poderá ver. Se hou-
perfil independente ou associar com uma conta Face- verem grupos de posts, segure na bandeirinha
book. Várias contas podem ser criadas pelo mesmo da postagem para escolher qual o grupo para
usuário, e quando for utilizar, escolhe o perfil para guardar o post;
aquela sessão.  Configurações: acesso às configurações do
Os posts poderão ser realizados na timeline, nos perfil como visibilidade, notificações, dados
stories, ou transmissões ao vivo. da empresa, segurança, privacidade, anúncios,
Compartilha vários conceitos de outras redes conta e central de contas do Facebook;
sociais, porém com nomes próprios para diferenciar.  Trocar conta: escolher outra conta para posta-
Em uma das últimas atualizações, integrou o sis- gens ou navegação;
tema de mensagens com a plataforma Facebook Mes-  Publicações: lista de postagens do usuário na
senger, facilitando a comunicação com clientes pelos rede social na forma de timeline, com a mais
perfis de empresas. Todas as mensagens recebidas em recente primeiro;
páginas de Facebook, Facebook Messenger e Insta-  Vídeo do Reelt: criação de vídeos curtos para
gram Messenger foram reunidas em um hub na pági- Reels. Eles são exibidos com destaque no Explo-
rar, para outros usuários;
na de mensagens do Facebook Business.
 Reelt: vídeos curtos postados nesta categoria;
Em relação às outras redes sociais, é a que mais
recebe atualizações.  Vídeo do IGTV: criação de postagem que per-
manecerá armazenada no IGTV (Instagram TV);
Com concorrentes como o Snapchat e TikTok,
 Ao vivo: transmissão ao vivo do perfil do usuá-
vários recursos delas são copiados pelo Instagram.
rio, que poderá ter outros participantes que
O acesso à rede social poderá ser por verificação
o dono do perfil autorizar para compartilhar
de duas etapas, com o envio de um código por SMS a
a transmissão. Durante a transmissão, Selos
cada novo acesso solicitado.
podem ser usados, comentários e perguntas. Os
comentários podem ser fixados ou ocultados;
Atente-se ao glossário de termos:
 IGTV: vídeos longos e transmissões ao vivo que
foram salvas e disponibilizadas no IGTV;
 Story: postagem com conteúdo criado pelo
 Marcados: postagens em que o seu perfil foi
usuário em cima de uma foto ou vídeo, com
mencionado com @ ou marcado por outro
ou sem aplicação de filtros, efeitos Boomerang, usuário;
Layout (para várias imagens ou vídeos), Mãos
 Guia: orientações para postagens sobre Locais,
livres, Captura múltipla e Nível. A postagem Produtos e Publicações;
dura 24 horas e é exibida no painel do Insta-
 Hathtagt: diretório de hashtags, organizadas
gram junto com os outros perfis que o usuário
numericamente, para acesso a postagens que
segue. A postagem poderá ser compartilhada usaram os termos informados com # no início
nos stories do Facebook; da palavra.
 Destaque dos stories: os stories poderão ser orga-
nizados em grupos, tornando-os permanentes; WHATSAPP
 Boomerawg: vídeo curto com ida e volta (filma-
gem comum e reverso);
 Mãos livres: gravação com o auxílio de suporte;
CONHECIMENTOS DE

 Captura múltipla: várias capturas de fotos


para a postagem;
 Nível: divide a tela em quadrantes para alinha- O WhatsApp é um comunicador instantâneo, que
INFORMÁTICA

mento da foto ou vídeo; incorretamente é conhecido como rede social. Possui


 Iwtightt: dados sobre interação com o conteú- alguns princípios em comum com as redes sociais e
do nos períodos recentes (seguidores, conteúdo poderá ser acessado de várias formas:
compartilhado em publicações, stories, vídeos
do IGTV e vídeos ao vivo), dos últimos 7 dias, 14  WhatsApp aplicativo no smartphone;
dias, 30 dias e mês anterior;  WhatsApp Web acessado pelo navegador de Inter-
 Nova publicação: criação de novo conteúdo net (espelhamento);
para a rede social com base em foto, vídeo ou  WhatsApp Desktop instalado no computador do
gravação no estúdio de criação; usuário (espelhamento). 293
Por ser um aplicativo de mensagens, o espelha-  ou Câmera: envio de foto ou vídeo direta-
mento das mensagens no WhatsApp Web ou What- mente da câmera;
sApp Desktop está condicionado ao aplicativo do  ou Imagem ou vídeo armazenado no
smartphone, que precisará continuar ativo enquanto dispositivo;
o usuário estiver utilizando o navegador de Internet  Pagamento: envio de valores diretamente pelo
ou o programa instalado. WhatsApp, via Facebook Pay;
Nas próximas atualizações, esta restrição de sin-  Localização: enviar para o grupo ou contato a
cronismo poderá ser eliminada. localização do seu smartphone, baseado no GPS
dele.

Status das mensagens:

 nova mensagem;
Na versão WhatsApp Web é possível ativar notifi-  mensagem enviada;
cações na área de trabalho, para exibir balões com o  mensagem entregue e não lida;
título da mensagem e remetente, quando algum con-  mensagem lida (se o destinatário desativou a
teúdo é recebido. A notificação aparecerá na Área de confirmação de leitura, a mensagem não muda-
Notificações do computador, próximo da data e hora rá para este status para o remetente);
na Barra de Status.  mensagem aguardando conexão com Internet
O WhatsApp tem duas opções de instalação no ou sendo enviada;
smartphone: comum e Business.  mensagem não enviada (poderá tentar enviar
A versão Business oferece alguns recursos especí- novamente).
ficos para uma pequena empresa, como catálogo de
produtos, mensagens de respostas automatizadas, Atente-se ao glossário de termos:
mensagens predefinidas etc.
O programa Telegram, comunicador instantâneo  Usuários: cadastrados a partir de um número
semelhante ao WhatsApp, oferece alguns recursos de telefone;
adicionais, como acesso aos arquivos e mensagens  Grupo: usuários cadastrados em um grupo (até
anteriores de um grupo, além da opção para ocultar 257 participantes);
o número do celular do usuário na descrição do perfil.  Administrador: usuário que criou o grupo ou
Ao enviar uma mensagem, quando o usuário não promoveu para Administrador outros usuários
tem acesso à Internet, aparecerá um relógio ao lado participantes. Ele poderá gerenciar o grupo,
dela, até que seja estabelecida uma conexão para o divulgar link, remover usuários e promover
envio. outros para administrador;
Após alguns segundos de tentativas, a mensagem  Criar uma sala: opção para transmissão de
poderá aparecer como “não enviada”, permitindo a conteúdo para alguns usuários adicionados na
tentativa de reenvio. sala de transmissão;
Arquivos enviados pelo WhatsApp possuem limi-  Silenciar notificações: ao participar do grupo,
te de 100MB. Podemos enviar PDFs, DOCX, imagens e as mensagens recebidas poderão ser notifica-
vídeos. das no aparelho do usuário. Caso não deseje,
Mensagens e arquivos podem ser encaminhados basta Silenciar notificações (do grupo ou de
para até 5 contatos ou grupos. Se a mensagem ou usuários específicos);
arquivo já foi recebido a partir de um encaminha-  Perfil: dados e configuração do usuário;
mento, então ela só poderá ser enviada para 1 novo  Catálogo: produtos cadastrados no WhatsApp
contato. E aparecerá com o título “Encaminhada com Business que poderão ser divulgados em con-
frequência”. versas e grupos;
Nas mensagens o usuário poderá digitar textos,  Mensagens arquivadas: o usuário poderá
formatar (com símbolos como * * para negrito e _ _ guardar mensagens de contatos e grupos, para
para itálico), usar emojis (figurinhas de sentimentos “limpar” a listagem do aplicativo. Elas não são
estilo emoticons), figurinhas (animadas ou estáticas, a apagadas, apenas retiradas da exibição;
partir de arquivos GIF) ou anexos.  Favoritas: o usuário poderá favoritar men-
Nas conversas e grupos, é possível localizar ocor- sagens, para que apareçam com destaque na
rências de textos ao clicar no ícone de lupa. listagem;
Se a pesquisa for realizada na parte superior, bus-  Fixar mensagens: o usuário poderá fixar men-
cará em contatos e mensagens. sagens no topo da listagem (até 3 conversas
Ao adicionar um conteúdo no grupo ou conversa fixadas);
com contatos, poderemos usar as seguintes opções:  Marcar como não lida: mensagens que foram
lidas poderão ser sinalizadas como não lidas;
 ou Sala de vídeo para os participantes do  Etiquetas: rótulos do WhatsApp Business para
grupo; identificar e classificar as conversas com os
 ou Catálogo de produtos: enviar link e usuários (ou clientes);
descrição de produtos no WhatsApp  Status: imagem ou vídeo com exibição para os
Business; contatos que possuam o seu contato cadastra-
 ou Contato: compartilhar dados de um con- do. O usuário deverá estar cadastrado em seus
tato com outros participantes; contatos e ele deverá ter você cadastrado nos
294  ou Documentos: enviar arquivos para o contatos dele, para visualizar o seu status. O
grupo. Formato PDF é exibido como vídeo ou imagem é removido após 24 horas;
miniatura;
 Mensagens temporárias: após 7 dias, asmensagensenviadasparao gruposerãoapagadasautomaticamente;
 Lista de transmissão: semelhante ao conceito do Status, uma lista de transmissão é uma forma de envio de
mensagens com textos, imagens, vídeos, para vários usuários ao mesmo tempo. Parece um grupo, mas não
há interação entre os participantes dentro da lista. Eles apenas recebem o conteúdo. Assim como o Status,
ambos (emissor e receptor) precisam estar cadastrados em ambos os aparelhos;
 Pagamentos: novidade do WhatsApp, permite o envio e recebimento de valores através do comunicador.
Ele é associado a uma conta de alguns bancos (como Mercado Pago) e a um cartão de débito do próprio
banco. Ao receber dinheiro, é creditado na conta. Ao pagar, é debitado pelo cartão de débito do saldo da
conta no banco. O sistema está associado ao mecanismo Facebook Pay. A empresa Facebook Pagamentos do
Brasil foi aprovada como um “iniciador de pagamentos”;
 Contato: o usuário poderá enviar como mensagem os dados de um contato de seu aparelho. Quem receber
poderá adicionar em seus contatos ou enviar mensagem para ele. Se o contato é compartilhado em um
grupo, o administrador poderá adicionar ele ao grupo através dos dados de contato que foram comparti-
lhados lá;
 Envio de fotos e vídeos: poderão ser imagens armazenadas no aparelho ou obtidas no momento do envio
(através da câmera)

Novas funcionalidades estão sendo implementadas no WhatsApp, como:

 Versão web não vai depender do celular;


 Acesso em até quatro celulares ao mesmo tempo;
 Fotos e vídeos autodestrutivos;
 Opção de enviar imagens com qualidade melhor;
 Pré-visualização das URLs enviadas no chat;
 Ferramenta para ativar contas banidas dentro do app;
 Arquivos arquivados para sempre;
 Transferência de chats entre Android e iOS.

YOUTUBE

O site de vídeos Youtube é muito popular, porém não é o único. Existem outras opções, como o Vimeo, que é
muito usado para videoaulas de cursos online.
O Youtube permite a criação de um perfil, canais de vídeos, listas de reprodução e transmissões ao vivo. Asso -
ciado a uma conta Google, assim como no Google Drive, o usuário poderá navegar no site e acessar vídeos que
estejam com alguma restrição específica quando possível. Ainda, poderá criar um canal e publicar os seus vídeos,
tendo acesso a ferramentas de edição online, permitindo a personalização do conteúdo.
Na página inicial, aparecerão as propagandas de canais, os últimos vídeos dos canais que você está inscrito,
além de canais recomendados (sugeridos a partir dos canais nos quais você se inscreveu).
Os vídeos poderão ser programados pelo usuário para serem postados:

 Imediatamente: após o carregamento do vídeo, ele é disponibilizado publicamente para os visitantes da


página;
 Programado: o vídeo poderá ser programado, com horários escolhidos em data e a cada 15 minutos;
 Programado com estreia: o vídeo será programado e uma prévia será disponibilizada no canal com conta-
gem regressiva para o horário que ele será disponibilizado;
 Privado: o vídeo será publicado, mas apenas quem estiver inscrito no canal com permissões de acesso (como
os membros) poderão visualizar o vídeo;
 Não listado: o vídeo é publicado na plataforma e apenas quem possui o link poderá acessá-lo. O vídeo não
aparecerá nas buscas do Youtube e na página do canal;
 Ao vivo: a transmissão será realizada simultaneamente com a sua gravação, ou seja, o Youtube acessa a câme-
ra do dispositivo, transmite o vídeo e armazena a transmissão quando finalizada.

O usuário do Youtube poderá organizar, em seu canal, uma playlist. Como usuário comum, os vídeos que ele
der “gostei” são adicionados na playlist “Vídeos que eu gostei”. Ainda como usuário comum, poderá criar novas
playlists e, nos vídeos que Salvar, escolher o destino. Já como produtor do canal, os vídeos que direcionar para
CONHECIMENTOS DE

montagem de uma playlist facilitarão a divulgação do conteúdo relacionado.


INFORMÁTICA

295
Vídeo sendo reproduzido: barra de progresso

Pré-carregado
Atual (0:59) Tempo total (16:50)

Tela inteira (f)


Pausa (k)
Modo Teatro (t)
Próximo vídeo (Shift+N) Atual/Total
Miniplayer (i)
Detalhes
Volume (ativo)
pressionar (m) para mudo
Reprodução automática

Nos controles do vídeo, temos:

 Pausa (atalho tecla k): pausa temporariamente a reprodução do vídeo. Quando pausado, o ícone muda para
Reproduzir;
 Próximo vídeo (atalho Shift+N): interrompe a reprodução do vídeo atual e inicia o próximo vídeo que foi
definido na playlist do criador do conteúdo, ou um vídeo relacionado sugerido pelo Youtube;
 Sem áudio (atalho tecla m): o vídeo continuará sendo reproduzido, porém sem áudio. Para “reproduzir o
som”, acione novamente o ícone. Quando a barra de controle possui espaço para exibição, é mostrada a escala
de volume (controle deslizante);
 Atual/Total: exibe o tempo atual da reprodução e o total de tempo do vídeo;
 Reprodução automática: quando ativado (para a direita), o próximo vídeo será reproduzido ao terminar
a exibição do atual. Se estiver desativado, ao término do vídeo, não será executado um novo vídeo e apenas
miniaturas de vídeos serão exibidas para o usuário escolher.

TELEGRAM

Tal como o WhatsApp, o Telegram é um aplicativo de mensagens instantâneas que pode ser encontrado nas
seguintes formas:

 Telegram aplicativo no smartphone;


 Telegram Web acessado pelo navegador de Internet (espelhamento);
 Telegram Desktop instalado no computador do usuário (espelhamento).

O programa Telegram, apesar de ser muito semelhante ao WhatsApp, em questões de funcionalidade, oferece
alguns recursos adicionais, como acesso aos arquivos e mensagens anteriores de um grupo, além da opção para
ocultar o número do celular do usuário na descrição do perfil.

VISÃO GERAL SOBRE SISTEMAS DE SUPORTE À DECISÃO E INTELIGÊNCIA DE


NEGÓCIO
ORIGEM E APLICAÇÃO

Os sistemas de informação, definidos na Teoria Geral dos Sistemas (TGS), apresentam-se de forma prática
quando aplicados nos negócios.
A visão geral sobre os sistemas de suporte à decisão permite conhecer as diferentes categorias em que eles são
utilizados nas empresas. A inteligência de negócio é a tomada de decisões baseadas em informações consolidadas
produzidas por relatórios e tabelas de um sistema de suporte.
Inicialmente, vamos conhecer as três categorias de sistemas de informação em uma empresa:

 Decision Support Systems (DSS), ou Sistemas de Apoio a Decisão: são baseados em relatórios analíticos, normal-
mente utilizados por usuários de nível operacional;
 Management Information Systems (MIS), ou Sistemas de Informações Gerenciais: permitem análises mais pro-
fundas, com a realização de simulações de cenários. Por vezes, utilizam-se de ferramentas de Data Mining para
identificação de cruzamentos não triviais. São utilizados por analistas de negócio no nível tático;
 Executive Information Systems (EIS), ou Sistemas de Informações Executivas: são voltados para profissionais
que atuam no nível estratégico das empresas, como diretores e presidência. Oferecem, para tanto, um conjun-
to de indicadores-chave de performance (KPI, ou Key Performance Indicators).

296
Esta classificação em nível macro, permite compreender que não existe um sistema completo, geral e inde-
pendente na empresa. Temos vários tipos de sistemas, altamente especializados, que colaboram entre si para a
produção de consolidados que poderão ser usados pelos executivos e gerentes na tomada de decisão.
Na TGS, os sistemas também podem ser classificados por outros critérios, em um contexto específico:

 Pelo grau de formalidade;


 Pelo grau de automatização aplicado;
 Pela relação com a tomada de decisão;
 Pela natureza dos inputs e outputs;
 Pela fonte e grau de medida;
 Pelo valor.

GESTÃO DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO

A gestão é o gerenciamento e compreensão do sistema de informação. Geralmente designado a um funcioná-


rio com conhecimento técnico na empresa, o Gestor de Sistemas de Informação.
A Gestão do Sistema de Informação consiste no conjunto de atividades que numa organização são necessárias
para gerir a informação, o Sistema de Informação e a adoção de Tecnologia de Informação para Suporte (à infor-
mação). Associado com o Planejamento, Desenvolvimento e Exploração do sistema de informação, permite que
estas áreas se comuniquem, oportunizando melhorias contínuas.
Os sistemas podem ser classificados em:

 Sistemas abertos: são aqueles que sofrem interações com o ambiente em que estão inseridos;
 Sistemas fechados: são aqueles que não sofrem influência externa e possuem entropia constante;
 Sistemas adaptáveis: aqueles que se adaptam às mudanças por meio do melhoramento contínuo;
 Sistemas não adaptáveis: aqueles que não preveem mudanças significativas diante das alterações e influên-
cias do ambiente;
 Sistemas permanentes: não possuem prazo determinado de existência;
 Sistemas temporários: possuem prazo determinado de existência.

Os sistemas de informação da Teoria Geral de Sistemas podem ser divididos em:

 Sistemas de Informação Transacional (SIT): são de nível operacional e cuidam do armazenamento dos
dados e sua captação, entre outras ações;
 Sistemas de Informações Gerenciais (SIG): são de nível tático e produzem relatórios de acordo com os dados
existentes e o ambiente;
 Sistemas de Apoio à Decisão (SAD): são de nível estratégico e produzem relatórios e gráficos ajustados de
acordo com um problema que deseja solucionar.

SISTEMAS DE APOIO ÀS OPERAÇÕES


Processamento de Transações
Controle de Processos
Colaboração entre equipes e grupos de trabalho (Microsoft Teams)
SISTEMAS DE APOIO GERENCIAL
Sistemas de Informação Gerencial que produzem relatórios padronizados para os executivos
Sistemas de Apoio à Decisão, interativos
Sistemas de Informação Executiva, elaborada especificamente para os executivos tomarem decisão acerca de um
problema

Segundo O’Brien, os sistemas de informação podem ser classificados em dois grandes grupos: Sistemas de
Apoio às Operações e Sistemas de Apoio Gerencial. O primeiro colabora nas operações e processos realizados pela
organização. O segundo, no apoio ao processo de decisão dos executivos.
CONHECIMENTOS DE

Vejamos na tabela seguinte qual a função de cada uma dessas subdivisões:

SISTEMA DESCRIÇÃO
INFORMÁTICA

Processamento de Informações Processam dados


Controle de Processos Monitoramento e controle de processos
Colaborativos Comunicação e integração entre os colaboradores
Informação Gerencial Informações em relatórios
Apoio à decisão Apoiam a decisão dos gerentes
Informações críticas elaboradas para as necessidades de
Informação Executiva
informação dos executivos
297
Laudon e Laudon sugerem outra classificação dos tipos de SI com base nos níveis organizacionais e públicos
atendidos por essas ferramentas. Dessa forma há sistemas de nível operacional, de nível de conhecimento, de
nível gerencial e de nível estratégico.

TIPOS DE SISTEMAS DE
ÁREAS FUNCIONAIS GRUPOS ATENDIDOS
INFORMAÇÃO
Nível Operacional Gerentes operacionais
Nível de Conhecimento Recursos Humanos, Finanças, Trabalhadores do Conhecimento
Nível Gerencial Marketing, Produção Gerentes Médios
Nível Estratégico Gerentes Seniores

MINERAÇÃO DE DADOS: NOÇÕES E CARACTERÍSTICAS

Mineração de dados (em inglês, data mining) é o processo de encontrar anomalias, padrões e correlações em
grandes conjuntos de dados com o intuito de prever resultados. Ao empregar uma ampla variedade de técnicas,
você pode usar essa informação para aumentar a renda, cortar custos, melhorar o relacionamento com os clien-
tes, reduzir riscos e muitas outras coisas.
A mineração de dados também é conhecida como descoberta de conhecimento em dados (KDD).
Quais as vantagens da mineração de dados?

 Detectar fraudes;
 Minimizar riscos;
 Antecipar demanda de recursos;
 Aumentar a taxa de resposta de campanhas de marketing;
 Minimizar atritos com clientes.

Um data warehouse é um tipo de sistema de gerenciamento de dados projetado para ativar e entre gar suporte
às atividades de business intelligence (BI), especialmente a análise avançada. Os data warehouses destinam-se
exclusivamente a realizar consultas e análises avançadas e geralmente contêm grandes quantidades de dados
históricos. Os dados em um data warehouse geralmente são derivados de uma ampla variedade de fontes, como
arquivos de log de aplicativos e aplicativos de transações.
Um data warehouse típico geralmente inclui os seguintes elementos:

 Um banco de dados relacional para armazenar e gerenciar dados;


 Uma solução de extração, carregamento e transformação (ELT) para preparar os dados para análise;
 Análise estatística, relatórios e recursos de mineração de dados;
 Ferramentas de análise de clientes para visualizar e apresentar dados aos usuários de negócios;
 Outras aplicações analíticas mais sofisticadas que geram informações úteis por meio de aplicação de algorit-
mos de machine learning e inteligência artificial (IA).

DATA WAREHOUSES, DATA MARTS E ARMAZENAMENTO DE DADOS DE OPERAÇÃO

Embora desempenhem funções semelhantes, os data warehouses são diferentes dos data marts e dos armaze-
namentos de dados de operação (ODSs). Um data mart realiza as mesmas funções que um data warehouse, mas
dentro de um escopo muito mais limitado, geralmente um único departamento ou linha de negócios, o que torna
o estabelecimento dos data marts mais fácil que os dos data warehouses. No entanto, eles tendem a introduzir
inconsistência porque pode ser difícil gerenciar de modo uniforme e controlar os dados em vários data marts.

298
Existem muitas ferramentas para mineração de dados, cada uma com uma característica marcante de opera-
ção. A maioria são de aplicações com Código aberto ou Software Livre, mas existem as opções proprietárias.

Comparação entre data Warehouses e Bancos de Dados

CARACTERÍSTICAS DATA WAREHOUSE BANCO DE DADOS TRANSACIONAL


Cargas de Trabalho
Análises, relatórios e big data Processamento de transações
Adequadas
Dados capturados no estado em que se
Dados coletados e normalizados de
Fonte de Dados encontram, de uma única fonte, como um sistema
diversas fontes
transacional
CONHECIMENTOS DE

Otimizado para operações contínuas de gra-


Operações de gravação em massa,
vação à medida que novos dados são dispo-
Captura de Dados executadas normalmente em uma pro-
nibilizados para maximizar o throughput das
INFORMÁTICA

gramação de lotes predeterminada


transações
Esquemas desnormalizados, como Star Esquemas estáticos altamente
Normalização de Dados
ou Snowflake normalizados
Otimizado para simplicidade de acesso e Otimizado para operações de gravação de alto
Armazenamento de Dados alto desempenho de consultas usan- do throughput em um único bloco físico orientado a
armazenamento colunar linhas

299
CARACTERÍSTICAS DATA WAREHOUSE BANCO DE DADOS TRANSACIONAL
Otimizado para minimizar a E/S e maxi- Grandes volumes de pequenas operações de
Acesso aos Dados
mizar o throughput de dados leitura

Fonte: Amazon AWS

O BI, Business Intelligence (inteligência empresarial em português), é o processo de recolhimento e tratamento


de informações que apoiam a gestão de um negócio.
O data warehouse é parte do processo de Business Intelligence.

Os data warehouses são constituídos, normalmente, de imensa quantidade de dados, por isso, é necessário
uma ferramenta para varrer automaticamente tais dados a fim de pesquisar tendências e padrões a partir de
regras predefinidas que dificilmente seriam encontrados em uma pesquisa comum.

CONCEITOS DE TECNOLOGIAS E FERRAMENTAS MULTIMÍDIA, DE


REPRODUÇÃO DE ÁUDIO E VÍDEO

Nas redes de computadores, os dados são arquivos disponibilizados pelos servidores. Poderão ser servidores
web, com páginas web para serem acessadas por um navegador (browser) web; ou, ainda, servidores de arquivos
FTP, para serem acessados por um cliente FTP.
O acesso a distância a computadores será realizado, por meio do paradigma cliente servidor, onde um será o
servidor, que fornecerá o acesso ou arquivos, e o outro dispositivo será o cliente que estiver acessando.

Protocolo seguro

Usuário final Servidor remoto

Tal acesso deverá ser realizado de forma segura, com uso de VPN (Virtual Private Network), que implementa
protocolos seguros na conexão, evitando monitoramento dos dados por terceiros.

Intranet Protocolo seguro Extranet Intranet


Conexão
segura

Conexão
segura
Matriz Internet Filial

Os conceitos envolvidos no acesso remoto são os que definem a Extranet. Extranet é uma conexão segura entre
ambientes seguros, usando uma infraestrutura pública e insegura. A troca de dados entre o cliente e o servidor será
300 realizada por protocolos de transferência. Todas as redes utilizam os mesmos protocolos, linguagens e serviços.
TRANSFERÊNCIA DE INFORMAÇÃO E  Utiliza criptografia, acionando camadas adicio-
ARQUIVOS nais como SSL e TLS na conexão.

Cada sistema operacional tem o seu sistema de HTTP – Hyper Text Transfer Protocol Secure – Protocolo
arquivos para endereçamento das informações arma- Seguro de Transferência de Hipertextos – Porta TCP 443
zenadas nos discos de armazenamento. Diretamente,
não é possível a comunicação ou leitura desses dados. HTTPS – request (requisição)
A família de protocolos TCP/IP procura normatizar Cliente
o envio e recebimento das informações entre disposi-
tivos conectados em rede, através dos protocolos de Web
HTTPS – certificado digital
transferência. Um protocolo é um padrão de comuni-
Identidade confirmada
cação, uma linguagem comum aos dois dispositivos
envolvidos na comunicação, que possibilita a transfe- Servidor
HTTPS – response (resposta) Web
rência de dados.
Alguns dos principais protocolos de transferência
de arquivos são: O protocolo HTTPS é o mais questionado em pro-
vas de concursos, tanto em Conceitos de Internet e
 HTTP – Hyper Text Trawtfer Protocol: protocolo Intranet, como em Transferência de dados e arquivos,
de transferência de hipertextos; como em Segurança da Informação.
 HTTPS – Hyper Text Trawtfer Protocol Secure:
protocolo seguro de transferência de hipertextos;  FTP – File Transfer Protocol – protocolo de transfe-
 FTP – File Transfer Protocol: protocolo de trans- rência de arquivos:
ferência de arquivos;
 SMTP – Simple Mail Transfer Protocol: protoco-  Opera com duas portas TCP, uma para dados
lo simples de transferência de e-mail. (20) e outra para comandos (21);
 Transfere qualquer tipo de informação;
Conhecer o funcionamento dos protocolos de Inter-  Pode transferir em modo byte a byte (arquivos
net auxilia na compreensão das tarefas cotidianas que de textos) ou bit a bit (arquivos executáveis);
envolvem as redes de computadores. Mensagens de  Os navegadores de Internet possuem suporte
erros, problemas de conexão, instabilidades e proble- para acesso aos servidores FTP;
mas de segurança da informação tornam-se mais claros  O usuário pode instalar um cliente FTP dedicado
para quem conhece os protocolos e seu funcionamento. ao acesso aos servidores FTP, que opera de forma
mais rápida que nos navegadores de Internet;
 HTTP – Hyper Text Transfer Protocol – protocolo de  Pode utilizar criptografia;
transferência de hipertextos:  O modo anônimo caiu em desuso e poucos ser-
vidores FTP ainda aceitam conexão anônima.
 Opera pela porta TCP 80; FTP – File Transfer Protocol _ Protocolo de Transferência de arquivos Porta
 Transfere arquivos HTML (Hyper Text Mar- TCP 20 (dados) e 21 (controle)

kup Language – linguagem de marcação de


FTP – Comando OPEN (iniciar
hipertextos); transferência)

 Protocolo mais utilizado para navegação, tanto


na Internet como na Intranet;
 As tags (comandos) HTML são interpretadas pelo
navegador de Internet, que exibe o conteúdo;
 Arquivos HTML podem ser produzidos em edito-
Servidor
res de textos sem formatação (como o Bloco de Cliente FTP – dados transferidos para a
solicitação GET Web
Web
Notas) ou em editores de textos completos (como
o Microsoft Word). FTP – comando CLOSE (finalizar
transferência)

HTTP – Hyper Text Transfer Protocol – Protocolo de Transferência de


Hipertextos Porta TCP 80
 SMTP – Simple Mail Transfer Protocol – protocolo
HTTP – request (requisição)
simples de transferência de e-mail:

HTTP – response (resposta)


Cliente Servidor  Pode operar pelas portas TCP 25, 587, 465, ou
Web
CONHECIMENTOS DE

Web 2525;
 A porta 25 é a mais antiga, e atualmente é blo-
 HTTPS – Hyper Text Transfer Protocol Secure – pro- plementam a exibição de conteúdo q
específico;
INFORMÁTICA

tocolo seguro de transferência de hipertextos: u


e
 Opera pela porta TCP 443; a
 Transfere arquivos HTML, ASP, PHP, JSP, DHTML, d
etc.; a
 Protocolo mais utilizado para navegação segu- p
ra, tanto na Internet como na Intranet; e
 As tags (comandos) HTML não mudam, mas pos- l
suem comandos adicionais (scripts) que com- a
maioria dos servidores, para evi- tar spam;
 A porta 587 é a padrão, com suporte para TLS
(camada adicional de segurança);
 A porta 465 foi atribuída para SMTPS (SMTP
sobre SSL), mas foi reatribuída e depreciada;
 A porta 2525 não é uma porta oficial, mas mui- to
usada por provedores para substituir a porta 587,
quando ela estiver bloqueada;

301
 Transfere a mensagem de e-mail do cliente para o servidor e de um servidor para outro servidor.

SMTP – Simple Mail Transfer Protocol – Protocolo de Transferência


Simples de E-mail – Porta TCP 25, 587, 465, ou 2525

SMTP – enviar SMTP – enviar


e-mail e-mail

Cliente
E-mail Servidor Servidor
E-mail E-mail

APLICATIVOS DE ÁUDIO, VÍDEO E MULTIMÍDIA

Os softwares instalados no computador, podem ser classificados de formas diferentes, de acordo com o ponto
de vista e sua utilização.
Vamos conhecer algumas delas.

CATEGORIA CARACTERÍSTICA EXEMPLO


Sistemas Operacionais que oferecem uma plataforma para
Básico Windows e Linux
execução de outros softwares
Programas que permitem ao usuário criar e manipular seus arquivos
Aplicativo Microsoft Office e LibreOffice, reprodutores de mídias

Softwares que realizam uma tarefa para a qual fora projetado Compactador de arquivos, Desfragmentador de Discos,
Utilitários
Gerenciadores de Arquivos
Software malicioso, que realiza ações que Vírus de computador, worms, cavalo de Troia, spywares,
Malware
comprometem a segurança da informação phishing, pharming, ransomware etc.

Os softwares que reproduzem conteúdo multimídia, como o Windows Media Player e o Groove Music (além
de opções de terceiros, como o VNC Player), reconhecem o arquivo como tendo conteúdo multimídia a partir da
extensão dele.

EXTENSÃO COMENTÁRIOS
.avi Audio Video Interleave. Formato de vídeo padrão do Windows
.3gp Formato de vídeo popular entre aparelhos smartphones
.flv Formato de vídeo da Macromedia, usado pelo Adobe Flash, de baixa qualidade
Neste formato, as trilhas de áudio, vídeo e legendas são encapsuladas em um único contêiner, suportando diversos formatos
.mkv

.mov QuickTime File Format é um formato de arquivo de computador usado nativamente pela estrutura do QuickTime

Arquivo áudio MP3 (MPEG-1 Layer 3). Formato de áudio que aceita compressão em vários níveis. Pode utilizar o Windows
.mp3
Media Player ou Groove Music para reprodução
Moving Picture Experts Group. Arquivo de vídeo comprimido, visível em quase qualquer reprodutor, como por exemplo, o
.mpg
Real One ou o Windows Media Player. É o formato para gravar filmes em formato VCD

.rmvb Real Media Variable Bitrate. Formato de vídeo com taxa variável de qualidade desenvolvido pela Real Networks
.wav Formato de áudio Wave, sem compactação com baixa amostragem
.wma Windows Media Audio, formato de áudio padrão do Windows
.wmv Windows Media Video, formato de vídeo padrão do Windows

As aplicações multimídia utilizam o fluxo de dados com áudio, vídeo e metadados. Os metadados são usados
para diferentes funções, como identificação da fonte, dados sobre duração da transmissão, verificação da quali-
dade etc.
Quando usados separadamente, o usuário pode baixar apenas o áudio de um vídeo, ou modificar os metada-
dos do MP3 para exibir as informações editadas sobre autor, disco, nome da música etc. Os fluxos de dados devem
ser analisados na forma de contêiner (pacote encapsulado), a fim de mensurar a qualidade e quantidade de dados
trafegados.
Stream é um fluxo de dados com pacotes de vídeo e áudio transferidos de um servidor remoto para o disposi-
tivo local. Popularizado pelo serviço Netflix de filmes e séries, o formato stream fragmenta o conteúdo em pacotes
de dados para serem enviados pelo canal com protocolos TCP. Esses pacotes de dados são os contêineres.

302
A transferência de dados e arquivos pelas redes de
SmartTv computadores compreende um dos temas que, comu-
Internet mente, são abordados em provas de concursos.

A transferência de arquivos poderá ser realizada FERRAMENTAS DE


de três formas: PRODUTIVIDADE E TRABALHO A
 Fluxo contínuo;
DISTÂNCIA
MICROSOFT TEAMS, CISCO WEBEX, GOOGLE
 Modo blocado; HANGOUT, ZOOM, GOOGLE DRIVE E SKYPE
 Modo comprimido.
A produtividade é a capacidade de produzir ou
Na transferência por fluxo contínuo, os dados são condição do que é produtivo. Em outras palavras, tra-
transmitidos como um fluxo contínuo de caracteres. ta-se do quanto se produz em um determinado perío-
do de tempo, considerando os recursos e ferramentas
disponíveis. Atualmente, a produtividade é um dos
objetivos mais buscados pelos órgãos públicos e priva-
Cliente dos, especialmente na era digital, na qual os meios de
comunicação e as ferramentas de trabalho estão cada
Internet vez mais céleres, rápidos e efetivos.
Tornar as atividades mais produtivas, no sentido
de poupar tempo, é uma busca constante de empresas,
sobretudo porque possibilitam o trabalho otimizado,
além de permitir que ele seja realizado de maneira
Fluxo contínuo – os dados são enviados na forma de um fluxo de remota e com equipes reduzidas.
caracteres Na contemporaneidade, nota-se que está cada vez
mais frequente o investimento em capital tecnológico
No modo blocado, o arquivo é transferido como por empresas que buscam ferramentas para alavan-
uma série de blocos precedidos por um cabeçalho car os seus lucros, acelerar a mão de obra e diminuir
especial. Esse cabeçalho é constituído por um conta- custos. As ferramentas possibilitam ainda:
dor (2 bytes) e um descritor (1 byte).
 Diluição dos processos;
 Prevenção de retrabalhos;
 Planejamento;
 Treinamento e capacitação da equipe;
Cliente
 Trabalho a distância.
Internet
Um dos grandes avanços das ferramentas de pro-
dutividade é possibilitar o trabalho remoto. Partire-
mos, então, ao estudo de algumas delas:
00 A 01 C 02 B 01 B
 Microsoft Teams: esta ferramenta consiste em uma
Modo blocado – os dados são enviados com contador e descritor plataforma unificada de comunicação e colaboração
que permite aos seus usuários a realização de video-
No modo comprimido, a técnica de compressão conferências e o armazenamento de arquivos. Além
utilizada caracteriza-se por transmitir uma sequência disso, a plataforma integra e permite o uso das ferra-
de caracteres iguais repetidos. Os dados normais, os mentas de escritório do Pacote Microsoft Office;
dados comprimidos e as informações de controle são  Cisco Webex: esta plataforma, também conhecida
os parâmetros dessa transferência. por WebEx Meetings ou Cisco Web Teams, destina-
-se ao corporativismo e possibilita aos seus usuários
a realização de reuniões, tanto por meio de áudio
quanto por videoconferência. Pode ser acessada
pelos seguintes terminais: computadores, smartpho-
Internet
Internet nes (Android ou IOS), através do dowwload do seu
CONHECIMENTOS DE

Cliente
aplicativo ou direto pelo navegador;
 Google Hawgout: plataforma de comunicação
Dados únicos desenvolvida pela Google que possibilita o envio e
INFORMÁTICA

Dados repetidos compartilhamento de mensagens, ligações por video-


Informações de
conferência e também integra alguns serviços da
controle Google. Contudo, desde meados de 2020 a empresa
vem migrando as suas funcionalidades para Google
Modo blocado – os dados são enviados com contador e descritor
Chat;
 Zoom: software de videoconferência em que se é
possível fazer chamadas de áudio e de vídeo em que
é possível gravar a chamada para que seja possível
assistir posteriormente. No Zoom há o plano gratuito
303
e o plano pago e, apesar de o plano básico atender a) direito do mouse no ícone da rede sem fio da barra de
diversas necessidades, há algumas diferenças entre tarefas e, em seguida, clicar com o botão esquerdo do mouse
os planos que agregam valor ao software. na opção Abrir configurações de Rede e Inter- net, e depois,
selecionar a opção Modo avião.
 Google Drive: serviço de armazenamento e sincro-
b) esquerdo do mouse no ícone da rede sem fio da barra de
nização de documentos em nuvem disponível tanto
tarefas e, em seguida, clicar com o botão direito do mouse
na modalidade gratuita (15 GB) quanto remunerada,
na opção Abrir configurações de Rede e Inter- net, e depois,
por meio de assinatura, modalidade esta que ofere-
selecionar a opção Modo avião.
ce mais opções de armazenamento. A plataforma c) direito do mouse no ícone da rede sem fio da barra de
encontra-se disponível para acesso nos seguintes ter- tarefas e, depois, clicar com o botão direito do mouse no
minais: computadores, smartphones (Android e IOS), botão Modo avião.
tablets e Ipads. Além disso, ela integra diversos ser- d) esquerdo do mouse no ícone da rede sem fio da barra de
viços da Google, tais como o Google Docs, Planilhas, tarefas e, depois, clicar com o botão esquerdo do mouse no
Apresentações, entre outros; botão Modo avião.
 Skype: plataforma que permite a comunicação e) esquerdo do mouse no ícone da rede sem fio da barra de
através de videoconferência e voz, assim como tarefas e, depois, clicar com o botão direito do mou- se no
o envio e compartilhamento de mensagem. Foi botão Modo avião.
desenvolvido por Janus Friis e Niklas Zennstrom e
vendido para empresa E-bay. Contudo, atualmente 3. (CESGRANRIO — 2023) As estações de trabalho de uma
o software pertence à Microsoft. O serviço pode ser empresa estão sujeitas a ataques que podem provocar
acessado por meio do dowwload do aplicativo ou vazamentos ou destruição completa dos dados. Uma boa
até mesmo diretamente pelo navegador. prática de segurança é utilizar uma amostra biométrica para
se conectar aos seus dispo- sitivos, aplicativos, serviços on-
line e redes. O Windo- ws 10 possui um recurso de segurança
de entrada que possibilita usar uma amostra biométrica do
HORA DE PRATICAR! rosto, da íris e da impressão digital, ou, ainda, um PIN
(Personal Identification Number).
1. (CESGRANRIO — 2023) Considere um computador que
utiliza o sistema operacional Windows 10 e no qual o Tal recurso é o:
botão esquerdo do mouse está configurado como botão
principal. Um usuário desse sistema operacio- nal deseja a) Windows Security
criar um atalho na área de trabalho para a página inicial do b) Windows Hello
sistema de webmail da empresa. c) Advanced Login
d) Enhanced Login
Para abrir o assistente que auxilia na criação de ata- lhos e) Enhanced Authentication
para programas locais ou de rede, arquivos, pas- tas,
computadores ou endereços na Internet, esse usuário 4. (CESGRANRIO — 2023) Arquivos compactados (zipa-
precisa: dos) ocupam menos espaço de armazenamento e podem ser
transferidos para outros computadores mais rapidamente do
a) clicar com o botão esquerdo do mouse na área de tra- balho, que arquivos não compactados.
selecionar a opção Novo e, em seguida, selecio- nar a opção
Atalho. Para criar um arquivo compactado no explorador de
b) clicar com o botão direito do mouse na área de traba- lho, arquivos do Windows 10, o usuário deve selecionar um ou
selecionar a opção Novo e, em seguida, selecionar a opção mais arquivos para serem compactados e, em seguida, deve
Atalho. selecionar o menu:
c) fazer um duplo clique com o botão esquerdo do mou- se na
área de trabalho, selecionar a opção Atalho e, em seguida, a) Arquivo, a opção Compartilhar e a subopção Zip
selecionar a opção Endereços na Internet. b) Arquivo e a opção Criar pasta compactada
d) fazer um duplo clique com o botão direito do mouse na c) Início, a opção Compartilhar e a subopção Zip
área de trabalho, selecionar a opção Atalho e, em seguida, d) Início e a opção Criar pasta compactada
selecionar a opção Endereços na Internet. e) Compartilhar e a opção Zip
e) fazer um duplo clique com o botão direito do mouse na
área de trabalho, selecionar a opção Assistentes e, em 5. (CESGRANRIO — 2023) Um colaborador de uma
seguida, selecionar a opção Atalho. empresa precisa restaurar uma versão específica de um
documento que está sendo editado no aplicativo Word do
2. (CESGRANRIO — 2023) A operação das redes sem fio Microsoft Office 365.
utiliza um sinal de rádio frequência que pode interfe- rir na
comunicação de outros dispositivos. Por essa razão, em Para verificar as versões do documento que estão dis-
certos ambientes, pode ser necessário ati- var o modo avião poníveis para a restauração, o colaborador deve sele- cionar
para desligar as interfaces de rede sem fio de um o menu:
computador.
a) Arquivo, escolher a opção Histórico e selecionar a
Considerando-se um computador que utiliza o siste- ma opção Controle de Versões.
operacional Windows 10 e no qual o botão esquer- do do b) Arquivo, escolher a opção Sobre e selecionar a opção
mouse está configurado como botão principal, para ativar o Controle de Versões.
modo avião desse computador, o usuário do sistema deve c) Arquivo, escolher a opção Informações e selecionar a opção
clicar com o botão: Histórico de Versões.
304
d) Revisão, selecionar a opção Controlar Alterações e a) agrupar um conjunto de computadores, localizados em
selecionar a opção De todas as Pessoas. ambientes físicos distintos, para processar gran- des
e) Revisão, selecionar a opção Controlar Alterações e volumes de dados.
selecionar a opção Somente as Minhas. b) existir um servidor frontal (front-end) que se comunica com
outro servidor traseiro (back-end), este responsá- vel pelos
6. (CESGRANRIO — 2023) O MS Word do Office 365 em dados do processamento.
português possui, para textos, o seguinte recurso: c) inexistir a figura de um servidor dedicado, já que qual- quer
equipamento pode desempenhar a função de ser- vidor de um
a) “Localizador de Texto”, que permite localizar e pesqui- sar determinado serviço.
textos formatados como ocultos. d) interligar um conjunto de computadores, de forma que
b) “Contagem de Caracteres”, na guia “Exibir”, em que é pareça um supercomputador com considerável poder
encontrada a informação sobre a quantidade de carac- teres computacional.
de um determinado texto. e) oferecer um modelo em que existe a figura de um equi-
c) “Rascunho”, que é modo de exibição útil para criar títu- los e pamento servidor, responsável por atender às requisi- ções
mover parágrafos em um documento. de equipamentos clientes.
d) “Ler em Voz Alta”, que faz uma leitura do texto em voz
alta, destacando a palavra que está sendo lida. 10. (CESGRANRIO — 2023) A ferramenta de Webmail
e) Seleção de todo o texto de um documento que está sendo viabiliza o uso do serviço de correio eletrônico de empresas
editado, pressionando, simultaneamente, as teclas Ctrl+N. utilizando um navegador Web. Após a com- posição de uma
nova mensagem de correio eletrônico,
7. (CESGRANRIO — 2021) Um supervisor de equipe pre- o usuário deve fazer a submissão do formulário para
cisa redigir um memorando para envio à chefia imedia- ta. o servidor Web que, por sua vez, fará a submissão do
Ele precisa da colaboração dos seus subordinados na edição conteúdo da mensagem para a fila do servidor de cor- reio
desse texto. Todavia, o supervisor quer ter acesso ao eletrônico.
histórico de alterações (quem alterou o quê), a fim de que Os protocolos de comunicação utilizados nestas duas etapas
possa julgar quais sugestões ele aceita ou não. são, respectivamente,
Qual recurso do MS Word 365, versão português, ofe- rece
a) HTTP e SMTP
essa possibilidade?
b) SMTP e HTTP
c) POP3 e SMTP
a) Correspondências
d) SMTP e POP3
b) Layout
e) HTTP e POP3
c) Pesquisar
d) Revisão
11. (CESGRANRIO — 2023) O aplicativo de correio eletrô-
e) Suplementos
nico pode ser configurado para enviar mensagens e acessar
as caixas de mensagens que estão no servi- dor de correio.
8. (CESGRANRIO — 2023) Uma planilha está sendo edi-
Um dos protocolos de comunicação mais utilizados para
tada no Excel do Microsoft Office 365 por vários coau- tores
simultaneamente. Um dos coautores deseja fazer uma acessar as mensagens da caixa de entrada é o
classificação e uma filtragem nos dados da planilha sem
afetar o trabalho dos demais coautores e sem ter que fazer a) SMTP
uma cópia da planilha. Para isso, esse coautor deve b) IMAP
selecionar o menu: c) SMB
d) SSH
a) Dados e pressionar o botão Novo para criar um espe- e) RDP
lhamento dos dados da planilha.
b) Revisão e pressionar o botão Novo para criar um espe- 12. (CESGRANRIO — 2023) Considere uma empresa na
lhamento dos dados da planilha. qual seja comum os colaboradores utilizarem com-
c) Exibir e pressionar o botão Novo para criar um novo modo putadores (estações de trabalho) para executar suas
de exibição de planilha. atividades. Via de regra, essas estações de trabalho
d) Inserir e pressionar o botão Novo para criar um novo modo encontram-se conectadas à rede de computadores dessa
de exibição de planilha. empresa.
e) Inserir e pressionar o botão Novo para criar uma nova
CONHECIMENTOS DE

imagem dos dados da planilha Essa rede de computadores em uma empresa como a
descrita:
9. (CESGRANRIO — 2021) A computação distribuída permi- te
INFORMÁTICA

que as máquinas integrantes de uma rede, que utiliza esse a) pode ou não estar conectada à internet.
modelo computacional, executem o seu próprio pro- cessamento. b) possui conexões que são ou cabeadas ou por WiFi, mas
Esse cenário permite que as organizações se beneficiem da nunca os dois tipos simultaneamente.
integração de serviços, por meio da interconexão oferecida c) distribui sempre cópias de todos os arquivos digitais entre
pelas redes de computadores, oti- mizando recursos e todas as estações de trabalho.
maximizando o poder de seu parque computacional. Nesse d) substitui a rede de fornecimento de energia elétrica na
cenário, o modelo de redes ponto a ponto se caracteriza por: empresa.
e) funciona, apenas, se todas as estações de trabalho tiverem
o mesmo sistema operacional.
305
13. (CESGRANRIO — 2022) Nas configurações de cone- e) espaço ocupado pela mensagem X é muito grande, e seu
xão do navegador Mozilla Firefox, pode-se definir um envio não foi autorizado pela infraestrutura do emissor.
servidor proxy, recurso utilizado para a redução do trá- fego
em rede. 17. (CESGRANRIO — 2022) Códigos maliciosos (malwa-
re) são programas desenvolvidos para executar ações
O mecanismo de funcionamento de um servidor proxy: danosas e atividades maliciosas em uma grande diversidade
de equipamentos. Dentre os vários tipos de malware, há um
a) implementa o padrão IrDA, que estabelece conexão programa capaz de se propagar automaticamente pelas
direta via fibra ótica. redes, explorando vulnerabili- dades nos programas
b) utiliza uma área intermediária entre servidores de uma rede instalados e enviando cópias de si mesmo de equipamento
interna e usuários da internet. para equipamento.
c) especifica um equipamento que atua como uma cache
entre o navegador Firefox e o servidor web. Esse programa é o:
d) transmite dados por arquiteturas que privilegiam a
topologia de rede de campo ou metropolitana. a) backdoor
e) roteia o processamento para redes que utilizam tec- b) spyware
nologias sem fio, impondo um padrão de segurança c) rootkit
adicional. d) keylogger
e) worm
14. (CESGRANRIO — 2021) A possibilidade de configura-
ção de conexões, oferecida pelo navegador Firefox, revela- 18. (CESGRANRIO — 2023) Uma prática comum e reco-
se recurso interessante para organizações que necessitam, mendada para proteção de estações de trabalho é que
por exemplo, acessar um servidor de pro- xy que programas do tipo antivírus e antimalware sejam man- tidos
disponibiliza um serviço específico, não acessí- vel ao atualizados nessas estações e computadores em geral.
público externo.
Essas atualizações são necessárias principalmente para que
No menu Configurações, qual a opção na qual a janela de esses programas:
configuração de conexão é acessada?
a) possuam uma interface moderna com o usuário.
a) Geral b) ocupem o menor espaço possível em disco.
b) Início c) funcionem, porque versões desatualizadas não
c) Pesquisa funcionam.
d) Sync d) possam identificar vírus e problemas mais recentes.
e) Privacidade e Segurança e) sejam executados de forma mais rápida e eficiente.

15. (CESGRANRIO — 2023) Um usuário fechou, indevida- 19. (CESGRANRIO — 2021) A assinatura digital é um
mente, uma guia do navegador web Google Chrome controle de segurança que permite a verificação da
106.0.5249.119 (64 bits), em uma máquina com MS integridade e da autenticidade do documento digital. Sabe-
Windows 10. se que o certificado digital do signatário (Cert- Signatário)
foi emitido pela Autoridade Certificadora 1 (AC1); o
Um modo de abrir, novamente, a última guia fechada nesse certificado da AC1 (CertAC1) foi emitido pela Autoridade
navegador é pressionando a seguinte combina- ção de teclas: Certificadora Raiz (ACZ); e que o certifica- do da ACZ
(CertACZ) é autoassinado.
a) Alt+F
b) Alt+T Para validarmos a assinatura digital do signatário de um
c) Ctrl+N documento digital, nessa infraestrutura de chaves públicas
d) Ctrl+Shift+N em cadeia, é necessário ter-se:
e) Ctrl+Shift+T
a) apenas o CertSignatário
16. (CESGRANRIO — 2023) Uma situação que ocorre no dia b) apenas o CertAC1
a dia da utilização de correio eletrônico é uma pes- soa A c) apenas o CertACZ
(emissor), após enviar uma mensagem X para uma outra d) apenas o CertSignatário e o CertACZ
pessoa B (destinatário), receber uma res- posta automática e) todos os certificados da cadeia (CertSignatário, Cer- tAC1
que informa que a caixa de correio do destinatário está e CertACZ)
cheia.

Isso significa que a(o) 20. (CESGRANRIO — 2022) A gravação de cópias de


segurança (backup) é um dos procedimentos mais
a) espaço ocupado por mensagens na caixa de correio do importantes na garantia da operação de um ambien- te
destinatário atingiu o limite autorizado. computacional. Políticas de backup devem ser desenhadas
b) quantidade de mensagens na caixa de correio do des- pelos administradores de suporte das empresas, com vistas
tinatário atingiu o limite autorizado. a manter a disponibilidade e a integridade do sistema
c) quantidade de mensagens enviadas pelo emissor atin- giu o computacional.
limite autorizado.
d) quantidade máxima de mensagens que podem ser Uma providência importante referente à política de
recebidas pelo destinatário naquele dia foi atingida. backup é:
306
a) armazenar todos os volumes de backup em um só local.
b) automatizar backups de arquivos no formato Man-
chester Diferencial.
c) evitar a utilização de gerenciadores de backup de códi- go
aberto.
d) monitorar os volumes de backup gerados manualmente.
e) testar todos os volumes de backups gerados.

 GABARITO

1 B
2 D
3 B

4 E
5 C
6 D
7 D
8 C
9 C

10 A
11 B
12 A
13 C
14 A
15 E

16 A
17 E
18 D
19 E
20 E

ANOTAÇÕES

CONHECIMENTOS DE
INFORMÁTICA

307
ANOTAÇÕES

308
o gerente, e o destaque é fazer com que as pessoas
sejam bem lideradas, com o propósito de fazer fun-
cionar o departamento da organização;
 Nível Operacional: nível de execução da organi-
ATENDIMENT zação no intuito de realizar tarefas do dia a dia. A
figura encontrada é a do executor; procure guar-
O BANCÁRIO dar a ideia da execução das tarefas nesse nível e
assim ficará mais fácil resolver as questões rela-
cionadas ao tema.

Agora que já expusemos os níveis organizacionais,


NOÇÕES DE ESTRATÉGIA podemos avançar no tema e compreender os tipos de
EMPRESARIAL: ANÁLISE DE planejamento.
MERCADO, FORÇAS
TIPOS DE PLANEJAMENTO
COMPETITIVAS, IMAGEM
INSTITUCIONAL E IDENTIDADE E
POSICIONAMENTO
Este é um assunto que merece destaque em nos- Estratégico
so estudo e requer atenção por parte do candidato
que almeja a aprovação no concurso, pois trata-se do
planejamento estratégico das organizações. Primeira- Tático
mente, explicaremos alguns conceitos relacionados
ao tema. Iniciaremos falando a respeito dos níveis
organizacionais. Operacional

NÍVEIS ORGANIZACIONAIS

Observe no fluxograma a seguir os níveis organi-


zacionais.  Planejamento Estratégico: o mais importante
para seu estudo. O planejamento estratégico tem
como escopo a análise da organização como um
Estratégico Institucional “todo”, pois visa compreender o ambiente interno
e externo, o que significa fazer análises para alcan-
ce dos objetivos organizacionais. O planejamento
é a longo prazo e sua abordagem é geral/global,
Tático Departamental Gerencial realizado no nível institucional e pelos executivos/
diretores da organização.

Operacional
Não Cuidado! Apesar de ser realizado pelo nível ins-
Execução
Administrativo
titucional, todos da organização estarão envolvidos.
Reflita sobre o seguinte: como ele é um planejamen-
to que se inicia lá no “topo”, ele vai descendo para
Agora, precisamos entender cada um deles: os demais níveis e, por isso, há um envolvimento de
todos. É interessante, pois é aqui que tudo acontece:
 Nível Estratégico: é o nível institucional, pois en- as decisões gerais da organização, escolhas das estra-
globa toda a organização e, consequentemente, te- tégias, a definição da missão, visão e dos valores ins-
rá uma abordagem ampla no intuito de analisar
titucionais. Perceba como todos de uma certa forma
a organização como um todo. O nível estratégico
acabam se envolvendo.
também pode ser chamado de alto ou global e, nes-
se nível, estão os altos executivos, diretores da or-
ganização. O tipo de planejamento é o estratégico,  Planejamento Tático: visa criar plano a médio
que veremos mais para frente; prazo e a sua abordagem é setorial ou departa-
mental. Como verificamos anteriormente, o nível
intermediário é que se preocupa com o plane-
Dica
jamento tático. Aqui, você sempre avaliará da
ATENDIMENTO

Algumas palavras-chave para ter em mente quando seguinte forma: o planejamento é feito por geren-
uma questão se referir ao nível estraté- gico: global, tes e coordenadores visando objetivos de médio
BANCÁRIO

geral, todo, amplo, ambientes, inter- no e externo, prazo, pois a abordagem é por unidade e setorial
diretores, executivos, alto escalão, cúpula. ou departamental.

 Nível Tático: é o nível departamental ou setorial Agora que já temos uma noção dos tipos de pla-
que se preocupa com o planejamento a médio pra- nejamento, precisamos compreender as funções
zo e busca enfatizar a situações ocorridas na uni- administrativas. Se estamos tratando de noções de
dade gerencial. A figura visualizada nesse nível é estratégia empresarial, devemos compreender como
ocorre o processo organizacional. 309
Dica Controle

Processo Organizacional / Processo Adminis- trativo Pode-se dizer que o controle é cíclico e necessita de
(Administração): o mesmo que funções quatro etapas:
administrativas.
 Definir um padrão de desempenho: para seguir e
FUNÇÕES ADMINISTRATIVAS alcançar um determinado objetivo, é preciso estar
no rumo, e é aí que entra o padrão de desempenho;
As funções da Administração são quatro: plane-  Acompanhar o desempenho: essa etapa conta
jamento, organização, direção e controle. Vejamos a com o monitoramento, ou seja, acompanha se tudo
seguir detalhadamente cada uma delas: está sendo feito conforme foi definido;
 Avaliação de desempenho: já esta é uma etapa
Planejamento voltada a um processo “posteriori”, pois leva em
consideração avaliar os resultados obtidos;
Visa definir os objetivos, metas e estratégias. Tem  Ação corretiva: etapa necessária quando se verifica
que há certos desvios, gaps ou lacunas no processo.
como foco reduzir as incertezas, pois trata de previsão
 Planejamento operacional: aqui, a abordagem
do futuro. Cuidado! Ele não elimina as incertezas, mas
é de execução, pois visa realizar as tarefas que
as reduz. O futuro é incerto e, portanto, nem sempre é
ocorrem na organização. Nesse caso, teremos a
possível ter todas as informações e dados. Lembre-se figura dos supervisores/executores estabelecendo
de que quando tratamos de planejamento, é preciso os objetivos e metas operacionais; vale lembrar
coletar dados e informações, pois são eles que dão sus- que elas são mais minuciosas e detalhadas porque
tentação para um bom planejamento. estão voltadas para uma tarefa específica.
Vamos aproveitar e verificar quais conceitos
temos a respeito de objetivo, meta e estratégia, para ANÁLISE DE MERCADO E AS FORÇAS
compreender melhor o planejamento: COMPETITIVAS

 Objetivo: tudo aquilo que se pretende alcançar ou É chegado o momento de nos envolvermos de vez nos
onde se deseja chegar. Um bom exemplo de objeti- conceitos ligados às estratégias empresariais. Queremos
relembrar um assunto abordado anteriormente, tratando
vo é “ser aprovado no concurso público”. O objeti-
do planejamento estratégico, lembra-se? O planejamento
vo deve ser claro, concreto e necessita de prazo, não
estratégico é o mais abrangente e, consequentemente, tudo
importando se esse prazo será curto, médio ou longo; que for decidido será relevante para toda a organização.
 Meta: também pode ser entendida como algo Estamos retornando a esse assunto para compreendermos
que se pretende alcançar, mas é mais minuciosa que é no planejamento estratégico que ocorre a análise de
e detalhada em comparação ao objetivo. Exem- mercado. Interessante perceber o seguinte: para escolha
plo de meta: ser aprovado em primeiro lugar no do melhor caminho, primeiro faz-se uma análise e então,
concurso. Reparou em uma mudança aí? O termo posteriormente, define-se o plano.
“primeiro lugar” qualificou nosso objetivo. Essa é Tudo se inicia com o diagnóstico estratégico (aliás,
a ideia da meta, ser mais minuciosa ou detalhada, atente-se ao uso do termo “diagnóstico” utilizado nes-
trazer quantificação e qualificação do objetivo; sa situação, pois nos remete a ir ao médico e, antes
 Estratégias: são os caminhos, meios, métodos, de ele receitar qualquer “remédio”, primeiro pedirá
para se chegar ao objetivo ou à meta e, para isso, a exames/diagnósticos). Assim, o intuito do diagnósti-
organização necessitará fazer uma análise antes e co é compreender as potencialidades e deficiências
da organização, ou seja, identificar quais são os pon-
aí sim escolher a melhor estratégia.
tos fortes e fracos da organização e também analisar
as oportunidades e ameaças. Pontos fortes e fracos
Agora que compreendemos alguns conceitos a res- fazem parte das variáveis internas e oportunidades e
peito do planejamento, continuemos com outras fun- ameaças, das variáveis externas.
ções administrativas. Para isso, a organização utilizará uma ferramenta
chamada SWOT. O termo SWOT é um acrônimo/asso-
Organização ciação vindo da língua inglesa que significa Strengths,
Weaknesses, Opportunities e Threats.
Essa função visa implementar, implantar e alocar Vamos traduzir para facilitar a nossa vida. SWOT
os recursos da organização. Portanto, aquilo que foi = FOFA: Forças (Strengths), Fraquezas (Weaknesses),
planejado precisar ser implantado e, para isso, a fun- Oportunidades (Opportunities) e Ameaças (Threats).
ção organização tem como foco a distribuição e divi- Dividimos a análise em duas partes:
são do trabalho.
 Análise interna: Forças e Fraquezas (são controláveis);
Direção  Análise externa: Oportunidades e Ameaças (não
são controláveis).
É a parte da coordenação da organização no intuito
de harmonizar o planejamento com a execução, o que Variáveis internas são controláveis por fazerem
parte do escopo da organização, estão próximas e, por
levará muitas vezes a fazer ajustes necessários para
isso, é mais fácil fazer alterações ou mudanças.
que realmente as coisas aconteçam. Aqui também
Variáveis externas não são controláveis, pois
ocorrerá a liderança e motivação, afinal de contas as
310 estão “fora” da organização e não tem como a insti-
pessoas precisam ser treinadas, capacitadas e devem
tuição fazer alterações, podendo somente monitorar
ser motivadas a cumprir o planejamento. A figura do
para se aproveitar das oportunidades e minimizar os
líder faz-se importante nesse momento. problemas advindos das ameaças.
 Forças  Oportunidades
Estratégias Genéricas de “Porter” (Michael Eugene
 Pontos Fortes  Variável Porter)
 Fortalezas externa
 Variável
interna As estratégias genéricas de Porter visam a escolha
da estratégia dentro de 3 possibilidades.
F O  Estratégia de Custo: a organização escolhe ter
um baixo custo e repassa para o cliente a um va-
lor acessível;
 Estratégia de Diferenciação: a ideia é agregar

 Fraquezas
F  Ameaças
valor ao cliente, aquilo que se torna um diferen-
cial competitivo para os clientes. Exemplo – status,
 Ponto Fraco  Variável conveniência e outros;
 Variável externa
interna  Estratégia do Enfoque: a organização dará enfo-
que a um nicho de mercado mais segmentado,
ofertando produtos ou serviços para um determi-
nado tipo de cliente específico. Exemplo: loja de
roupas tamanho EXGG.
Pense em situações que ocorrem dentro de uma
organização. Exemplo: a empresa X comprou um
Matriz de Ansoff
novo equipamento (ponto forte), porém os colabo-
radores não foram treinados para usufruir da nova Outra estratégia que pode ser utilizada pelas orga-
tecnologia (ponto fraco). A organização percebe que nizações visa a escolher a estratégia conforme o pro-
momento é complicado, porque os clientes não têm duto/serviço e mercado.
poder de compra (ameaça), mas o mercado está rea-
gindo com o anúncio do governo de redução das taxas  Produto Tradicional e Mercado Tradicional: Estra-
de impostos (oportunidade). tégia de Penetração;
Outra ferramenta que pode ser utilizada para  Produto Novo e Mercado Tradicional: Estratégia
de Desenvolvimento de Produto;
fazer uma análise é a Balanced Scorecard (BSC), meto-
 Produto Tradicional e Mercado Novo: Estratégia
dologia desenvolvida para medição do desempenho de Desenvolvimento de Mercado;
de aspectos financeiros e não financeiros.  Produto Novo e Mercado Novo: Estratégia de Di-
A ideia é utilizar indicadores e assim aferir resulta- versificação.
dos de maneira equilibrada do ponto de vista de várias
perspectivas ou dimensões. A organização conseguirá Produtos/Serviços
fazer análises de seus aspectos financeiros, processos
internos, aprendizado e crescimento e clientes.

Desenvolvimento
Penetração
de Produto
Recursos

Desenvolvimento
Diversificação
VISÃO E de Mercado
Clientes Processos
ESTRATÉGI
A

Estratégias de Acordo com as Variáveis


Aprendizado
A organização escolherá as suas estratégias confor-
me as variáveis internas e externas. Em algum momen-
to, podemos ter mais oportunidades em relação às
Partimos do princípio de que não adianta somente ameaças ou mais ameaças que oportunidades; também
ATENDIMENTO

medir o aspecto financeiro, é preciso também anali- poderá acontecer de ter mais pontos fortes que pontos
fracos ou mais pontos fracos que pontos fortes.
BANCÁRIO

sar outras perspectivas. Por isso, a organização deve


compreender como andam seus processos internos A junção das variáveis será determinante para
escolha das estratégias. Predominância das variáveis:
(conjunto de ações/atividades) e o quanto está apren-
dendo com o mercado (inclusive concorrentes) e tam-
 Oportunidades e Pontos Fortes: Estratégia de De-
bém com seus clientes. senvolvimento;
Após a organização examinar seus pontos fortes,  Oportunidades e Pontos Fracos: Estratégia de
fracos, suas oportunidades e ameaças, o passo seguin- Crescimento;
te é fazer o prognóstico, ou seja, escolher a estratégia.  Ameaças e Pontos Fortes: Estratégia de Manutenção; 311
 Ameaças e Pontos Fracos: Estratégia de Sobrevi- IDENTIDADE E POSICIONAMENTO
vência.
A identidade tem como propósito dar uma per-
sonalidade que seja única à organização e isso passa
 Oportunidades  Oportunidades +
+ Fortalezas Fraquezas também pela sua missão, visão e seus valores. Mas vai
além, pois requer que o público seja capaz de guardar
facilmente as suas características, como logomarca,
cores, produtos e serviços oferecidos.
Desenvolvimento Crescimento Se te perguntarmos qual é a cor predominante da
Caixa, temos certeza absoluta de que você já respon-
deu e até já lembrou da marca. Essa é a ideia de iden-
tidade e posicionamento. A organização visa com isso
ter características marcantes e personalizadas, assim
as pessoas lembrarão facilmente quando precisarem
Manutenção Sobrevivência de um produto ou serviço.
 Ameaças  Ameaças +
+ Fortalezas Fraquezas A Caixa, por exemplo, já fez e continua fazendo
grandes publicidades para se posicionar no mercado.
Quando uma organização investe na sua identida-
de e no seu posicionamento, a tendência é que em um
determinado momento as pessoas conseguirão identi-
ficar facilmente e isso a levará a outros patamares de
IMAGEM INSTITUCIONAL desempenho. Para tanto, é preciso ter um diferencial
competitivo; aliás, competitividade é a alma do negó-
Se tem algo importante para uma organização é cio bem sucedido. Para que uma organização seja
criar uma imagem institucional e fazer com que os
competitiva no mercado, será preciso exatamente ter
stakeholders ao seu redor entendam o seu propósito.
um diferencial.
Stakeholder significa partes interessadas, ou seja,
Em se tratando de produtos, podemos observar
todos que de alguma forma estão ligados ou relacio-
a crescente no mercado da área digital; portanto, as
nados com a organização. Exemplos: colaboradores,
gestores, acionistas, gerentes, consumidores, fornece- instituições percebem a necessidade de cada vez mais
dores, governo e outros. melhorar seu posicionamento nesse sentido.
Devemos mencionar também que o tema passa
também pela cultura organizacional. Cultura é um
Dica
conjunto de hábitos e costumes que são compartilha-
Provavelmente, um sinônimo para stakeholder em dos pelos membros da organização. A cultura também
uma prova de concurso seja atores ou clien- tes. Vale pode ser entendida como conjunto de crenças e valores.
ressaltar o seguinte: o termo “cliente” é abrangente,
pois entende-se como cliente o público externo e
interno.
 Cliente interno: colaboradores, gerentes;
 Cliente externo: consumidores, fornecedores. SEGMENTAÇÃO DE MERCADO
Talvez seja estranho pensar colaborador e for-
necedor como clientes, mas veja que a ideia é A meta da segmentação de mercado é escolher um
satisfazer as necessidades de todos, por isso a determinado grupo de consumidores que possuam
concepção de que todos são clientes. Aliás, quan- do necessidades iguais ou, pelo menos, parecidas. A orga-
uma organização compreende isso, sem som- bra de nização fará uma oferta para o público segmentado,
dúvidas estará conquistando a excelência. visando melhor assertividade.
Neste sentido, o intuito é dividir em grupos poten-
Retornando para o assunto imagem institucional. ciais clientes com desejos e comportamento de compras
A organização, por meio do seu planejamento estraté- semelhantes. Segundo Philip Kotler (1998): “através da
gico, definirá sua missão, visão e seus valores. segmentação a empresa poderá fazer melhores traba-
lhos frente à concorrência, dedicando-se a fatias de mer-
 Missão: razão de existência, razão de ser da orga- cado que tenham melhores condições de atender”.
nização, o seu propósito. A missão institucional Para isso, é preciso estudar a participação que a
é atemporal, logo, não está atrelada ao futuro e, organização tem no mercado e entender os seus con-
sim, ao presente. Todos os dias a organização deve correntes. A prática do “benchmarking” pode ser uma
cumprir a sua missão; excelente ferramenta para esse processo.
 Visão: onde a organização deseja chegar, alcan- O benchmarking competitivo é muito utilizado
çar, ser ou estar. Diferentemente da missão, a para entender as estratégias dos concorrentes. Por
visão é temporal. Estipula-se um prazo para que meio dele, compara-se os resultados e apropria-se das
seja alcançado o desejável. Não confunda visão melhores práticas, buscando melhorá-las.
com objetivo, apesar de fazerem menção ao que Depois de compreender o mercado, é preciso sepa-
se espera alcançar. A visão tem como parâmetro o rar os clientes por grupos. Dessa maneira, a organiza-
reconhecimento, ser reconhecida pelo seu público. ção saberá como atuar e obter resultados satisfatórios.
Já o objetivo é voltado para si;
 Valores: princípios norteadores da organização, Níveis de Segmentação
aquilo que tem importância ou significado e se
312 visa demonstrar para os stakeholders.  Marketing de Massa: o objetivo desse tipo de seg-
mentação é ofertar algo que seja possível para um
grande público. Os produtos estarão em todos os lugares, desde em uma conveniência, em um bairro de classe
alta, até em uma mercearia ou ponto de vendas na periferia. Exemplo: produtos de higiene, refrigerantes e outros;
 Marketing de Segmento: visa ter um grupo ainda grande de consumidores, porém um pouco mais específico
se compararmos com o marketing de massa. Vale lembrar que as pessoas/clientes são diferentes, pois suas
necessidades e desejos dizem respeito aos seus hábitos;
 Marketing de Nicho: ainda mais restrito ao ser comparado aos dois tipos anteriores. Nele, os segmentos são
divididos em subsegmentos. A organização torna-se especialista numa determinada necessidade do cliente;
 Marketing Local: a preocupação está voltada às necessidades regionais, as quais, por sua vez, são diferentes
das de outros locais. Consequentemente, a organização precisará rever seus produtos e serviços, para oferecer
melhores produtos aos seus possíveis clientes. Como exemplo, imagine uma rede de lanches, atuando em um
mercado no qual as pessoas não consomem carne bovina. Será necessário, então, que a organização se adapte,
para oferecer o produto certo;
 Marketing Individual: é o tipo de marketing direcionado aos consumidores de maneira individual. A ideia é
trabalhar de modo personalizado para cada cliente. Pode ser chamado de “marketing one by one” ou marke-
ting um a um.

Massa

Segmento
SEGMENTAÇÃ
NÍVEIS DE

Nicho

Local
O

Individual

Modalidades de Segmentação

 Geográfica: o mercado é segmentado por região. Cada localidade tem a sua cultura e seus valores, fazendo-se
importante verificar como será feito o marketing, a fim de que tais valores não sejam afetados. Neste sentido,
a organização buscará uma forma de trabalhar com o marketing, estudando o acesso para se chegar no local,
bem como o transporte. O intuito é descobrir a acessibilidade. Outra situação que podemos elencar é o centro
de compras. Imagine, por exemplo, você montar um negócio em um local onde as pessoas não têm acesso. Nor-
malmente, as pessoas vão para um “centro de compras” e, mesmo que os custos sejam altos, ainda vale a pena;
 Demográfica: são situações ligadas à idade e, neste sentido, o marketing verifica o público idade. Leva-se em
consideração o ciclo de vida, o domicílio e o sexo;
 Comportamental: leva-se em consideração a frequência de compra, quando as pessoas compram e onde com-
pram. Também se verifica a lealdade do consumidor e o que ele costuma comprar com mais frequência. Uma
outra análise feita é a expectativa de vida das pessoas e o estilo de vida (psicográfica). Lembre -se de que expec-
tativa de vida é diferente de ciclo de vida. No comportamento, também se estuda o interesse, o uso do dinheiro,
as amizades e os relacionamentos;
 Socioeconômica: o critério utilizado é a renda. Um ótimo exemplo que podemos citar é o marketing digital.
Uma organização que fará uma campanha no Facebook, Instagram ou Google, com certeza, descobrirá a faixa
de quanto o seu público ganha e, assim, encontrará o cliente certo para o seu produto. Vale destacar que o grau
de instrução das pessoas também é verificado nessa modalidade, assim como o seu status, nível de ocupação
e migração;
 Benefícios: é aquilo que os clientes procuram. Um bom exemplo a ser citado é quando o cliente se preocupa
com a qualidade do produto ou serviço, bem como se o produto oferece prestígio a ele e um atendimento de
qualidade, demonstrando o grau de satisfação;
 Personalidade: aqui, são verificadas as suas bases culturais, atitudes e valores. Podemos dizer que, nessa
modalidade, é verificado o conjunto de crenças do cliente;
 Caracterização Econômica: a variação de mercado, o tamanho da empresa, o tamanho do mercado e a
demanda são fatores importantes para se levar em consideração no momento da segmentação.

GEOGRÁFICA DEMOGRÁFICA COMPORTAMENTAL SOCIOECONÔMICA BENEFÍCIOS


Local Idade Frequência Renda Qualidade
ATENDIMENTO

Região Sexo Lealdade Instrução Satisfação


Transporte Domicílio Expectativa Status Atendimento
BANCÁRIO

Concentração Ciclo de Vida Estilo de Vida Ocupação Serviço

313
AÇÕES PARA AUMENTAR O VALOR PERCEBIDO PELO CLIENTE
Inicialmente, é preciso entender a respeito do significado de valor percebido pelo cliente, o que, talvez, para
muitos, não seja tão evidente assim. Valor é a expectativa do cliente quanto aos benefícios do produto ou serviço
em comparação aos custos ou quantia real paga. Neste sentido, pode-se compreender que a quantia real paga não
corresponde somente ao custo em termos de dinheiro, mas, sim, à soma dos custos de tempo, energia psíquica e
física despendidos para adquirir um produto ou serviço.

Importante!
O valor entregue ao cliente constitui a seguinte equação:
VEC = VT – CT
Em que VEC corresponde ao valor entregue ao cliente;
VT corresponde ao valor total;
CT corresponde ao custo total.

O valor entregue ao cliente é igual ao valor total para o cliente menos o custo total para o cliente. O valor total
para o cliente pode ser entendido como o conjunto de benefícios esperados pelo cliente, ou seja, a imagem, o valor
pessoal, o valor dos serviços, o próprio valor do produto e quaisquer outros benefícios que agreguem valor sob a
ótica do cliente.

Valor do Produto

Valor dos Serviços


VALOR
TOTAL

Valor do Pessoal

Valor da Imagem

Já o custo total vai além do monetário, como é o caso do custo de tempo. Quando necessitamos de adquirir um
bem ou serviço, calculamos o tempo que será gasto para isso. Um bom exemplo a ser citado é quando você fica na
fila do caixa do banco para pagar uma conta — situação na qual cinco minutos parecem uma eternidade. Agora,
se você tiver que aguardar duas horas ou mais para que o gerente do banco o(a) atenda, para que consiga um
financiamento imobiliário, você nem perceberá o tempo passar.
Outros custos levados em consideração são as energias psíquica e física. A primeira diz respeito ao gasto psi-
cológico para a tomada de decisão numa situação conflitante de escolhas e a segunda diz respeito ao gasto físico
para encontrar o produto/marca ideal, para suprir a sua necessidade.

Monetário

Tempo
CUSTO
TOTAL

Energia Física

Energia Psíquica

Aqui, cabe-nos um questionamento: como é possível aumentar o valor percebido pelo cliente?
Pode-se, por exemplo:

 melhorar os benefícios do produto ou serviço: dessa maneira, aumentará o valor total;


 reduzir os cursos não monetários (tempo, energias psíquica e física);
 reduzir os custos monetários.

É fato que a organização necessita obter a satisfação do cliente. Para Hoffman e K. Douglas, tal satisfação:

É alcançada quando suas percepções satisfazem ou excedem suas expectativas. A satisfação, propiciada por um
produto, serviço ou sewtimewto é fuwção direta do desempewho percebido e das expectativas. Se o desempewho ficar
distawte das expectativas, o cliewte ficará iwsatisfeito. Se atewder às suas expectativas, ficará satisfeito. Se exceder às
314 expectativas ficará altamewte satisfeito ou ewcawtado. (2001, p. 28)
Conforme se vê, não é tão simples conseguir tal  Opinião de outros clientes: este é o item mais
feito. No entanto, é algo necessário no mundo dos relevante sobre a experiência que o cliente terá
negócios. As organizações precisam concentrar-se nos com a organização. Normalmente, compramos ou
clientes, em suas reais necessidades, sendo o seu foco deixamos de comprar pelo simples fato de ouvir o
total. Somente assim conseguirão alcançar a satisfa- que os outros têm a dizer sobre a organização.
ção do cliente.

QUALIDADE NO LOCAL EXPERIÊNCIA

GESTÃO DA EXPERIÊNCIA DO
CLIENTE
O cliente avaliará a todo momento a experiência
para com a organização que lhe presta o serviço ou
oferece o produto e muito provavelmente as duas
situações de maneira simultânea, pois quando se
adquire um produto você também terá um serviço,
nem que seja somente no momento da compra, como
é o caso do atendimento.
E então, inicia-se uma gestão voltada à melhoria
da experiência do cliente perante a empresa. Para
melhor entendimento, faz-se necessário conceituar o
atendimento.

 Atendimento: é um serviço oferecido com ou sem


produto.
Além dos fatores, algumas competências são
Por exemplo, ao adquirir um curso preparatório necessárias quando se trata de atendimento ao públi-
você recebe os dados de acesso e se por algum motivo co para que a experiência do cliente melhore.
ficou com alguma dúvida, poderá entrar em contato
com o setor de suporte para resolução do problema. O  Confiança: é preciso criar um laço de confiança e
que o cliente espera? Espera que o seu problema seja isso não se consegue da noite para o dia, o estrei-
resolvido e quando isso ocorre, acontece o atendimen- tamento ocorre à medida que a organização solu-
to com excelência/qualidade. ciona os problemas do cliente, sejam corriqueiros
É de suma importância fazer o que estiver ao ou inusitados;
alcance, visando solucionar problemas sejam corri-  Fidelidade: como consequência, o cliente se torna
queiros ou inusitados. fiel e sempre procurará fazer negócios com a orga-
O atendimento também procura ajudar o cliente nos nização. Um bom exemplo disso é quando você vai
mais variados momentos de maneira sempre respeitosa ao shopping e normalmente acaba escolhendo o
com educação e cortesia. É preciso ter uma escuta ativa, mesmo local para almoçar;
pois o cliente deseja, entre outras coisas, atenção.  Comunicação: deve ser clara e precisa, utilizar
Existem certos fatores que influenciam tanto na termos que sejam entendidos por todos. A empatia
expectativa do cliente como na experiência com a (colocar-se no lugar do outro) contribuirá para o
organização. Vejamos: sucesso no momento de se comunicar com o cliente;
 Organização: mais uma vez este assunto, pois a
 Qualidade no local: veja como o item é importan- ordem levará à organização e consequentemente
te, você chegar no destino/local e reparar como melhorará a experiência do cliente;
todas as coisas estão no seu devido lugar. A orga-  Atenção: imagine chegar a um local para ser aten-
nização é um fator determinante, assim como dido e simplesmente ser ignorado pelo pessoal da
a limpeza e o ambiente arejado. É um fator tão linha de frente, sem sombra de dúvidas deixará
importante que podemos pegar como exemplo as o cliente insatisfeito e irritado. Dar atenção é pri-
agências bancárias, normalmente bem organiza- mordial para melhorar a experiência do cliente
das, arejadas e limpas. Isso fará com que você se e requer uma escuta ativa, ou seja, saber ouvir.
sinta bem no ambiente; Aliás, é mais importante ouvir do que falar;
 Experiência dos colaboradores: é outro fator  Agilidade: ninguém gosta de passar minutos ou
importante dento dos aspectos que influenciam os horas, dependendo do que está sendo entregue,
clientes, reparamos muito e é perceptível também; aguardando ser atendido ou esperando uma solu-
 Desempenho: nem sempre o colaborador terá a ção para o problema. Pense em quando você vai
ATENDIMENTO

experiência, mas você perceberá se ele está procu- até uma agência bancária e pega uma fila na inten-
rando ter o melhor desempenho possível e assim ção de pagar uma conta, cada minuto ali será uma
BANCÁRIO

entregar um atendimento de qualidade; eternidade. Por isso o atendimento deve ser ágil,
 Organização no atendimento: não tem coisa pior perfeito e eficaz.
você se deparar com um atendimento desorgani-
zado. Imagine a situação de chegar a uma agência
bancária e não saber ao certo quando será atendi-
do ou simplesmente perceber situações de pessoas
sendo atendidas primeiro, mesmo que tenham
chegado à agência depois de você;
315
O colaborador precisa ser treinado para que este-
Confiança Fidelidade Comunicação ja capacitado no exercício de suas tarefas diárias. Esse
treinamento consiste em um processo de aprendi-
zagem a curto prazo. Isso porque ele é conduzido a
executar uma tarefa, seja ela complexa ou não. Ao ser
treinado, adquirirá conhecimento (o saber), desen-
volverá uma habilidade ou a melhorará caso já tenha
Agilidade Atenção Organização
uma (o saber fazer), além de mudar de atitude, ou
seja, mudará a ação para fazer algo (querer fazer).
Idalberto Chiavenato (2006) afirma que o treina-
Portanto, para melhoria da experiência do clien- mento pelo qual o colaborador passa
te é preciso desenvolver a confiança do cliente, criar
meios para ele se sentir seguro na hora de fechar negó- É o processo educacional de curto prazo aplicado de
cios e para isso, a organização ou a pessoa que está maneira sistemática e organizada através do qual
atendendo ao cliente deverá atender às suas expecta- as pessoas aprendem conhecimentos, habilidades e
tivas/necessidades. Saber se comunicar, ser articulado competêwcias em fuwção de objetivos defiwidos. O
treinamento envolve a transmissão de conhecimen-
e ter comunicabilidade. Comunicabilidade é fazer-se
tos específicos relativos ao trabalho, atitudes frewte
entender e tome cuidado para não confundir com
a aspectos da organização, da tarefa e do ambiente
ser comunicativo, pois nem sempre ser comunicati- e desenvolvimento de habilidades e competências.
vo fará você se fazer entender. Uma pessoa poder ser Qualquer tarefa, seja complexa ou simples, é neces-
tímida e falar pouco, mas toda vez que repassar uma sário treinamento.
informação conseguir ser clara e objetiva.
O treinamento tem, como foco, o desempenho e
Dica visa transferir competências. Na verdade, o indivíduo,
normalmente, já possui certas competências, mas pre-
Para não confundir: cisa adquirir outras (competências necessárias) para
Comunicabilidade: fazer com que as pessoas o preenchimento de lacunas (gaps).
entendam a mensagem de forma clara e precisa. É relevante mencionar o desenvolvimento, que
Comunicativo: gostar de conversar, de se comu- nicar também faz parte da aprendizagem. No entanto, este
com as pessoas. servirá a médio e a longo prazo. Pode-se dizer que o
desenvolvimento está voltado para as carreiras e, não,
É preciso estar sempre em alerta em relação às para as tarefas.
demandas dos clientes, saber lidar com todas as infor- A organização, de igual modo, está em constante
mações que chegam e por muitas vezes dominar a ten- processo de aprendizagem, pois seus métodos entram
são dos problemas que inevitavelmente acontecerão, ou em entropia (envelhecimento), algo que é normal. O
seja, ter paciência e tolerância para domar as emoções. que não pode ser normal é a organização continuar
Hoje em dia, precisamos não só ter conhecimen- na “mesmice”, pois vivem em um sistema aberto
to do trabalho que exercemos, mas também resolver e, por isso, necessitam de interagir com o ambiente
uma gama variada de problemas, por isso é necessá- em busca de transformações e melhorias. O ambien-
rio participar de eventos como treinamentos e pales- te ao qual a organização pertence está em constante
tras, e assim aumentar o nível de conhecimento para mudança e isso requer uma atitude rápida e dinâmica
melhorar as habilidades ou desenvolver novas. por parte dos gestores.
Imagine que você conheça o trabalho dos outros Ademais, é importante destacar que a gestão de
departamentos e inicia no seu setor, ao conhecer as negócios depende de outras ciências para melhorar
outras etapas ou estágios, poderá repassar as informa- o seu desempenho. O termo “sistema”, por exemplo,
ções ao cliente, informando-o como será daqui para vem da biologia. Entende-se, nessa ciência, que os
frente; o cliente ficará satisfeito e não será “pego de sistemas envelhecem e, quando estão prestes a desa-
surpresa”. parecer (morrer), eles se transformam. Neste senti-
Outro requisito importante é apresentar-se de do, as organizações, que são, também, consideradas
forma adequada, inclusive no quesito de se vestir de sistemas, passam por um processo de transformação,
acordo com a função. em busca da entropia negativa (renovação, rejuvenes-
As organizações, principalmente a rede bancária, cimento), para continuarem sobrevivendo no mundo
vêm se modernizando de maneira muito rápida no dos negócios.
uso da tecnologia e seus colaboradores necessitam
também ter conhecimento das novas tecnologias para Dica
uma melhor fluidez de dados e informações.
Entropia: envelhecimento;
Entropia negativa: revitalização, renovação, rejuvenescimento.

É possível que a organização aprenda, inclusive,


APRENDIZAGEM E com o seu concorrente. Aliás, o concorrente deve
SUSTENTABILIDADE ser uma fonte inspiradora de aprendizagem para
qualquer organização. Chamamos esse processo de
ORGANIZACIONAL benchmarking. O benchmarking é uma forma de
APRENDIZAGEM
316 aprendizagem, pois visa comparar os resultados e
imitar as melhorias práticas. Sendo assim, se a orga-
A aprendizagem é um processo contínuo que
nização calculou que o concorrente tem melhores
envolve tanto a organização quanto os colaboradores.
resultados, deverá compreender como alcançar ou
mesmo ultrapassar esses resultados. A comparação Social
entre uma organização e outra (concorrente) chama-
mos de Benchmarking Competitivo.

SUSTENTABILIDADE ORGANIZACIONAL
TRIPÉ DA
Há a necessidade — e, não, a obrigatoriedade — de SUSTENTABILIDADE
a organização desenvolver-se no campo da sustentabi-
lidade. Isso significa melhorar os meios de produção,
levando-se em conta as possíveis maneiras reduzir a
produção de resíduos. A forma da qual as organiza- Financeiro Ambiental
ções tratam da gestão dos recursos servirá como con-
dutor rumo à sustentabilidade.
Logo no planejamento estratégico da organização,
É importante dizer que as organizações podem
deve-se inserir a sustentabilidade, buscando um com-
melhorar a gestão voltada à sustentabilidade fazendo
portamento socioeconômico alinhado às ideias de outros
uso dos 5Rs. Vejamos:
atores, como o governo, parceiros de negócios, clientes,
fornecedores e o público interno. Sem contar que o
envolvimento da organização com o tema em questão  Repensar: analisar como está o consumo da orga-
melhorará a sua imagem perante à sociedade, sendo, nização, se realmente todos os insumos, materiais
portanto, uma forma de oportunidade de negócios. e produtos são essenciais;
No entanto, é bom frisar que a sustentabilidade  Reduzir: verificar o que comprar, quando comprar e
vai além do pensamento voltado às oportunidades que quantidade, visando sempre conseguir a redução;
de negócio, pois deve ser uma preocupação genuína  Reaproveitar: não descartar nada sem, antes,
por parte da organização, com o intuito de melhorar, analisar a sua possível reutilização;
a cada dia, a vida das pessoas que, direta ou indireta-  Reciclar: antes da reciclagem, há o reaprovei-
mente, tenham ligação com ela. Estas podem ser cha- tamento — memorize essa ordem. No caso da
madas de “stakeholders” ou, simplesmente, “partes reciclagem, é de suma importância separar de
interessadas”. maneira correta, para uma melhor eficiência. As
Essa relação com os públicos interno e externo pas- organizações costumam possuir lugares específi-
sa por muitos desafios. A organização precisa saber cos para cada item reciclado;
lidar com a população (comunidade), com grupos  Recusar: é a recusa de produtos danosos ao meio
ambientalistas e órgãos de controle (governamentais). ambiente e de fazer negócios com fornecedores
A sustentabilidade tem, como base, o tripé social, que não se preocupam com o tipo de produto que
ambiental e financeiro. A organização precisa ser comercializam.
socialmente desejável, mas sem deixar de obter lucros
e de se preocupar, ao mesmo tempo, com o meio
ambiente. Não é uma tarefa tão simples, pois requer
uma boa estratégia e nada acontece de maneira ime-
diata. Imagine, por exemplo, uma organização que
atuará na melhoria ambiental. Pode ser que, no início, Reduzir Reutilizar
haja mais gastos que economia, pois novas tecnolo-
gias serão necessárias, gerando custos. Neste sentido,
a economia virá com o tempo.
Para Gro Harlem Brundlant, Primeira-Ministra da
5R
Noruega, a sustentabilidade é o
Recusar Reciclar
[...] desenvolvimento que satisfaz as necessidades
presentes, sem comprometer a capacidade das
gerações futuras de suprir suas próprias necessida-
des”. (Relatório de Brundlant, 1987) Repensar

O Relatório de Brundtland é um documento no Fonte: https://www.ecoplasticossp.com.br/posts/?dt=5-rs-mudar-os-habitos- e-pensar-no-


qual se tinha como objetivo disseminar o desenvol- meio-ambiente-b29SMFUyLzV1YUhPK2k3ckNEVUpJdz09
vimento sustentável. Aliás, o nome propriamente
dito do documento é “Our Common Future” — “Nosso No Brasil, tivemos a Rio-92, que juntou os países
Futuro Comum”. numa Conferência Mundial sobre meio ambiente e
desenvolvimento sustentável dos países. A reunião,
ATENDIMENTO

que ficou conhecida como Eco-92, ocorreu 20 anos


depois da reunião em Estocolmo, quando os países se
BANCÁRIO

reuniram, entendendo a importância de políticas vol-


tadas à sustentabilidade.
Na Rio-92, foi lançado o documento “Agenda 21”,
que trata de um plano que objetiva o alcance do
desenvolvimento sustentável. A Agenda 21 faz alusão,
justamente, ao século 21, no intuito de entregar um
mundo sustentável para as próximas gerações.
317
Em 2012, tivemos o Rio + 20, mais uma reunião que um corte de cabelo. Você nunca cortou o cabelo
ocorreu na cidade do Rio de Janeiro e visava verificar na “Barbearia do Manuel” e foi até lá pela primei-
os avanços relacionados aos 20 anos depois da primei- ra vez. Você só vai ter certeza de que o corte de
ra reunião ocorrida em 1992. cabelo é bom depois de cortar, não é mesmo? O
Atualmente, temos a Agenda 2030 que tem, como que provavelmente você faria é ficar atento ao
foco principal, a erradicação da pobreza. O nome do redor, buscando a sensação de experimentação.
documento é “Transformando o nosso mundo”. A Os serviços podem ser ideias ou conceitos e, por
Agenda 2030 foi concebida em 2015 no encontro em isso, são intangíveis. Por muitas vezes, compra-
Nova Iorque. mos ou adquirimos algo pela reputação da orga-
Como podemos perceber, há uma real preocupa- nização. Veja a importância de um atendimento
ção relacionada à sustentabilidade, mesmo que seja personalizado;
difícil de obter resultados satisfatórios em todos os  Inseparabilidade: serviços, diferentemente de
setores da sociedade. Deste modo, as organizações produtos, são consumidos no momento em que
têm um papel importantíssimo para a concretização são criados, portanto de maneira simultânea e
dos objetivos. não são separados no instante em que é ofereci-
do. Podemos dizer que é indissociável. Tomemos,
como exemplo, uma aula presencial. Caso você
acabe perdendo a aula, não terá como voltar. Mes-
mo que você combine com o professor de repetir
CARACTERÍSTICAS DOS SERVIÇOS: essa aula, ela nunca será a mesma, pois são muitas
INTANGIBILIDADE, variáveis que influenciam o momento de realiza-
ção de uma aula;
INSEPARABILIDADE,  Variabilidade: diferentemente dos produtos, que
VARIABILIDADE E são homogêneos, os serviços são heterogêneos,
Para tratar do tema, precisarei, primeiro, comen- pois não têm uma certa uniformidade. O serviço
tar sobre o setor bancário, pois, nele, há muita com- é único e, cada vez que é feito, a entrega será dife-
petitividade, não é mesmo? Basicamente, os bancos rente. Aqui, serve o exemplo da aula também: por
oferecem produtos e serviços bem semelhantes, sen- mais que a organização se esforce para entregar
do o marketing bancário algo necessário. um serviço igual, nunca será. A variabilidade ocor-
Nesse momento, você deve estar se perguntando
re da combinação tanto de quem está entregando
o que isso tem a ver com as características do servi-
o serviço quanto do cliente. É um resultado da
ço. Inicialmente, é preciso que saiba que, em termos
comuns de comparação, os termos produto e servi- interação das partes;
ço constituem coisas diferentes. Os bancos, apesar  Perecibilidade: os serviços devem ser consumidos
de oferecerem produtos, necessitam de um ótimo assim que são criados/produzidos, simplesmente
serviço, para persuadir (influenciar) o cliente. Neste pelo fato de não ser mais possível a sua utilização.
sentido, o marketing bancário é bem diferente dos de Não é estocável/armazenável e não será feito de
outros setores. maneira antecipada.
O marketing diferencial dos bancos é a imateriali-
dade de seus produtos. Como exemplo, imagine uma Imateriais
venda de seguros. O cliente, normalmente, fecha o
seguro, por causa do contato personalizado que terá
com a empresa, ou seja, pelo contato pessoal. Eviden- Bancários Inseparáveis
temente, outros aspectos são também importantes,
PRODUTOS
como: o layout, o ambiente, os recursos físicos e tudo
Prestação de
o que se possa ter uma noção de tangibilidade. Aliás, Serviços
Variáveis
esse é o “tchan” do diferencial no serviço: pegar algo
que é intangível e deixá-lo mais tangível.
Após essa breve introdução, vamos ao tema! Perecíveis

 O que é produto?

Produto é algo material, tangível, estocável, dura-


douro. Algo que apresenta aspectos de tangibilidade, GESTÃO DA QUALIDADE EM
isto é, você pode pegar, sentir, apalpar. Imagine o seu
desejo de trocar de celular. Você vai à loja e solicita
SERVIÇOS
Quando se fala em qualidade em serviços, precisa-
o modelo ao atendente. Com certeza, revirará o pro- mos pensar, primeiramente, no cliente. Ele é o foco de
duto. Fará alguns testes, verificará o layout, as cores, tudo, e as organizações devem identificar o que o satisfaz
o painel e, assim, por diante. Isso tudo é experimen- e também o que possa ser capaz de gerar insatisfação.
tação. Com esse exemplo, buscamos mostrar que os
Partindo desse pressuposto, fica mais fácil imagi-
produtos são mais facilmente experimentados, dife-
rentemente dos serviços. nar como as organizações procuram agir no seu dia a
dia para continuar se relacionando com os já clientes
Características dos Serviços e atrair novos.
Nessa situação, algumas ferramentas voltadas à qua-
 Intangibilidade: não são vistos ou provados antes lidade podem ser usadas no intuito de melhorar a qua-
de serem adquiridos, pois a experimentação é difí- lidade em serviços. Acompanhe algumas delas a seguir:
318 cil de ocorrer. Aliás, usamos outras maneiras de
experimentar, como o visual do local ou a deco-  Ciclo PDCA: ferramenta de gestão também conhe-
ração, mas, ainda assim, é complicado de experi- cida como Ciclo de Deming, pois faz alusão ao teó-
mentar antes. Vamos pensar, como exemplo, em rico William Edwards Deming, estatístico que fez
muito sucesso após a Segunda Guerra Mundial no menor ônus possível dentro do padrão de qua-
Japão por ter contribuído com a retomada daquele lidade esperado;
país em vários sentidos. Deming frisava a neces-  Excelência: um dos pontos chaves, pois a exce-
sidade de produção de alta qualidade. Esse pen- lência está atrelada à qualidade. Entregar algo
samento estava em consonância com a filosofia que, do ponto de vista do cliente, consiga satis-
japonesa; aliás, faz jus à filosofia Kaizen, que busca fazer as suas necessidades e expectativas.
a melhoria constante — sendo o PDCA um ciclo,
logo, ele também é contínuo/constante. Definir se o produto ou serviço é de qualidade, no
final das contas, é tarefa do cliente. Algo será entendi-
PDCA: Plan, Do, Check e Act do como qualidade, do ponto de vista do cliente, quan-
do satisfaz à necessidade de quem está adquirindo.
 Plan (Planejar): primeira fase do ciclo e visa
 Vantagem Competitiva: as organizações estão
estabelecer objetivos e metas. É preciso tam-
em constante competitividade e a tendência é que
bém escolher os métodos adequados para o
ela só aumente com o passar do tempo. Para ser
alcance dos resultados;
competitivo no mercado, é preciso entregar algo,
 Do (Executar): a ideia é colocar em prática os pla- sempre do ponto de vista do cliente, de valor. Des-
nos traçados. A implementação ou implantação sa maneira, a organização se diferenciará dos seus
do plano necessita oferecer treinamento aos fun- concorrentes e, assim, conseguirá destaque no
cionários nas atividades que deverão executar; mercado que atua. Logo, ser competitivo é visar
 Check (Avaliação): checagem dos resultados ser “único”, ter um diferencial, algo que seja difí-
ou processo de avaliar resultados tendo em vis- cil de copiar e sustentável ao longo do tempo. Se a
ta a melhoria relacionada à eficiência, eficácia organização faz algo que é de fácil imitação, deixa
e efetividade; de ser um diferencial;
 Act (Ação): depois do processo de avaliação,  Os 5 Rs da Gestão da Qualidade em Serviços:
é hora de tomar uma decisão. Se estiver tudo
funcionando conforme o planejado, pode-se  Relevância: o quanto o produto ou serviço é
padronizar o processo; caso contrário, haverá importante para o cliente. O agente comercial
ações corretivas. entra no conceito crucial de ser um consultor
para o cliente ao demonstrar o quanto determina-
do produto ou serviço será benéfico e vantajoso;
 Reconhecimento: tem como critério ser esti-
Plan mado, único, diferente. Imagine um atendi-
mento diferenciado, personalizado. O cliente
se sentirá valorizado e único;
 Receptividade: nada como uma boa recepção,
receber o cliente da melhor maneira possível,
Act Do
com educação, cortesia, gentileza e ofertando o
melhor atendimento possível;
 Responsividade: repassar informações de
todas as fases do processo gerando, assim, con-
Check fiabilidade. Os clientes esperam isso, pois que-
rem se manter informados de todas as etapas.
 Relacionamento: interação contínua e dura-
doura. A ideia crucial é não vender produtos
 Os 6 Es do Desempenho: eficiência, eficácia, efeti- ou prestar ser serviço “somente uma vez” e sim
vidade, execução, economicidade e excelência. obter a fidelidade do cliente para que consiga
fazer negócios sucessivas vezes.
 Eficiência: utilização dos recursos da maneia
certa. É fazer mais com menos. Está ligada aos
meios e métodos utilizados pela organização;
 Eficácia: alcance de resultados, objetivos da TÉCNICAS DE VENDAS: DA PRÉ
organização. Imagine que o banco tem como
objetivo conquistar 1.000 novos clientes no ABORDAGEM AO PÓS-VENDAS
próximo mês. No final do processo, verificará Tratar sobre vendas é pensar em como ofere-
se o resultado foi alcançado;
cer um produto ou serviço para o cliente; portanto,
 Efetividade: ações que causam impacto; tam-
haverá necessidade de negociação. Aliás, a ideia de
bém podem ser entendidas como alcance de
negociar passa pela situação de ganha-ganha, pois,
resultados, mas é outra concepção ao compa-
ATENDIMENTO

rarmos com a eficácia. Os resultados, nesse as partes (cliente e empresa) devem se beneficiar. No
caso, são os dos clientes. A ação da organização caso da negociação, observamos um conjunto de ações
BANCÁRIO

conseguiu satisfazer o seu público e os objeti- (etapas) que vão desde o planejamento até o controle,
vos do cliente foram alcançados; auxiliando no processo geral de vendas.
 Execução: realização de uma tarefa. Assume Vejamos então as etapas:
papel importante medir o índice de execução
de um determinado processo da organização;  Planejamento: preparação para o processo de ven-
 Economicidade: refere-se ao fato de se conse- das. Estabelecer objetivos e metas;
guir realmente economia. Exemplo: adquirir  Organização: compreende a abertura do proces-
matéria-prima ou determinado produto pelo so da venda, a apresentação do produto/serviço 319
(demonstração), o tratamento das objeções e o fe- suas características, e dos estudos focados em com-
chamento da venda; preender a melhor maneira de abordagem.
 Controle: avaliação dos resultados e pós-vendas.
Abordagem
Dentro do contexto de técnicas de vendas, encon-
tramos os elementos que as compõem, que são: pré- Indica como será feita a abordagem ao cliente: de
-venda, venda e pós-vendas. Pode-se dizer que são maneira pessoal (visita), por telefonema, contato pela
três grandes fases, pois dentro delas existem certas internet ou via redes sociais (Messenger, WhatsApp e
etapas que, de acordo com Kotler, são: prospecção, outros). Ainda podemos pensar em outra hipótese –
pré-abordagem, abordagem, demonstração, fecha- mala direta — encaminhar uma mensagem persuasi-
mento e acompanhamento. va para o cliente, podendo ser por e-mail (mais usual
na atualidade) ou via correio (cada vez mais raro).
Prospecção ou Qualificação
VENDA
Pré-abordagem Abordagem Fase em que haverá a apresentação, propriamente
dita, do produto ou serviço ao cliente. É aqui que ocorre
Demonstração do Produto ou Serviço Fechamento a necessidade de se descobrir os aspectos e fatores deter-
KOTLER
VENDA
7 ETAPAS DE

minantes que podem levar o cliente a fechar negócio.


Acompanhamento ou Avaliação Existem certos pontos que visam estimular o
cliente a comprar. É o caso do custo, dos serviços que
serão prestados, do resultado esperado, da tecnolo-
gia, segurança e até mesmo responsabilidade social e
ambiental.

Demonstração
É hora de nos aprofundarmos no assunto e enten-
dermos melhor as três grandes fases: Ferramenta utilizada na apresentação de vendas.
Prepara-se a apresentação, a participação e quanto
PRÉ-VENDA de impacto ela vai causar. Entretanto, deve-se tomar
muito cuidado para não colocar tudo a perder, como
Nessa fase, teremos uma série de ações voltadas à fazer comparações com concorrentes de maneira
direção da venda, que pode ser compreendida como depreciativa.
uma maneira de preparação, como observamos ante- Lembre-se de que a apresentação é o momento de
valorizar o que o produto ou serviço tem de melhor,
riormente na etapa de planejamento.
Aqui, verifica-se quais são os clientes de maior poten- levando o cliente a um estágio de atenção, interesse,
cial, suas necessidades e motivações, estuda-se o com- desejo e ação. Esses são entendidos como os estágios
portamento de compra, a melhor forma de chegar até mentais do comprador, e quem tem a tarefa de condu-
ele (abordagem) e quais são os concorrentes que atuam. zir a esses estágios é o negociador (vendedor).
Olhando para as sete etapas de acordo com Kotler,
chegamos à conclusão de que, nessa fase, trata-se das  Atenção: saber, conhecer ou ter noção de que o
três primeiras. produto ou serviço existe;
 Interesse: importante passo no qual se faz com
Prospecção que o possível cliente se concentre nos benefícios
do produto/serviço;
A prospecção visa identificar possíveis clientes  Desejo: despertar a vontade de obter os benefícios
e, para isso, a organização precisará “ir atrás” deles, agora já conhecidos;
encontrá-los.  Ação: atitude de comprar o bem ou serviço.
É bom salientar que nem toda pessoa (lead) é um
cliente potencial. Para ser entendido como cliente Tratamento das Objeções
potencial, é preciso ter certos requisitos, como: neces-
sidade de comprar, autoridade de comprar e poder Para lidar com as objeções, é preciso manter a
aquisitivo. tranquilidade e jamais encará-las como uma reação
de cunho pessoal. As objeções fazem parte do processo
de vendas e contribuem para o próprio fechamento.
Dica
Lead: termo utilizado no mundo do marketing digital Fechamento
que indica um possível cliente. É alguém que
forneceu informações de contato – pode ser nome e O negociador deve conduzir o cliente a fechar
telefone, nome e e-mail ou até mesmo as três negócio e uma das melhores formas para fazer isso
informações. Normalmente, as pessoas deixam seu é ser direto e claro. Alguns negociadores/vendedores
contato em troca de algo. pecam na hora crucial da venda, pois fazem mui-
to “rodeio” e não levam o cliente a fechar. É preciso
Pré-Abordagem encorajar o cliente a fechar o negócio.

Esta é a etapa da busca de informações possíveis:


quem são as pessoas que tomam decisões e quais as
320
PÓS-VENDAS

É chegado o momento de cumprir aquilo que foi prometido na apresentação do produto ou serviço. O acom-
panhamento faz-se importante e inclui fazer pesquisas de satisfação para obter feedback e, assim, melhorar todo
o processo. Lembre-se de que esse é um processo cíclico, contínuo e dinâmico.

NOÇÕES DE MARKETING DIGITAL: GERAÇÃO DE LEADS, TÉCNICA DE


COPYWRITING, GATILHOS METAIS E INBOUND MARKETING
MARKETING DIGITAL

Hoje em dia as instituições bancárias tem suas atividades majoritariamente vinculadas aos meios digitais, seja
por meio do mobile bank ou do internet banking, as atividades remotas representam, além de maior celeridade nas
relações bancárias, maior acessibilidade, para os clientes.
Portanto, nada mais natural que as ações de marketing dos bancos estejam voltadas para os meios digitais,
situação que gera novos desafios para as instituições bancárias, pois não existe o apoio físico das agências e de
correspondentes bancários para a criação de espaços publicitários, por meio de banners, folhetos, cartazes etc.
O marketing digital, por sua vez, caracteriza-se por ser 100% intangível, trazendo a necessidade de utiliza-
ção de estratégias diferenciadas, como geração de leads; técnica de copywriting; gatilhos mentais; inbound
marketing.
Veja os principais meios de marketing digital utilizado pelas instituições:

 sites das instituições bancárias;


 sites de terceiros;
 e-mail marketing;
 formulários;
 vídeos institucionais;
 mobile banking;
 internet banking;
 pop-ups em sites.

Tanto os bancos comerciais, tradicionais instituições que possuem agencias e estruturas físicas, quanto os
novos bancos digitais, que nasceram intangíveis e 100% on-line, quando estabelecem relações de e-commerce
(instituições que possuem praça de atendimento, como agências bancárias, mas que também são intangíveis, e
e-business (instituições que tem todas as atividades voltadas ao meio digital e que não existem fisicamente), utili-
zam no marketing digital os mesmos canais, apresentados acima.

GERAÇÃO DE LEADS

Considerando as ações de pré-vendas no marketing digital, aquelas que têm como objetivo a prospecção e a
qualificação de novo clientes, a geração de leads representa uma das principais práticas para tal relação, pois
demonstra o interesse inicial do futuro cliente no produto ou serviço oferecido pela instituição bancária, por meio
do contato realizado pela internet.

Site do Banco

Apresentação do
conteúdo
Formulário
Geração de
Leads

Prospecção
ATENDIMENTO

Ao longo do desenvolvimento da internet, foram criadas várias formas de geração de leads, desde apresentação de
BANCÁRIO

conteúdo multimídia, como disponibilização de vídeos na internet (no Youtube), em que se oferecem conteúdos auxilia-
res, tendo como exemplo um texto ou disponibilização de planilha de controle de gastos pessoais, onde esse conteúdo
é oferecido mediante o cadastro do interessado e seus dados são enviados para a instituição que apresenta o conteúdo.
Porém, existem outras formas de desenvolvimento de geração de leads, como as que seguem a seguir:

 formulários presentes nos e-mails marketing;


 captação de interesse do cliente como em oferta por e-mail de análise para aquisição de cartão de crédito;
 aumento da relevância do site da instituição bancária nos motores de busca, como o Google; 321
 oferta de produtos ou serviços gratuitos, agrega- ou até mesmo imagens que estimulem o desejo de
dos à atividade bancária, como controle de gastos compra.
pessoais ou planejamento de investimentos; Principais formas de geração de gatilhos mentais:
 cursos on-line de educação financeira por meio de
cadastro prévio.  novidade;
 autoridade;
TÉCNICAS DE COPYWRITING  prova social;
 escassez;
Desenvolvimento de técnicas de copywritiwg repre-  urgência.
senta a persuasão do cliente para gerar o desejo da
compra, por meio de palavras chave e de gatilhos men- Dica
tais, em que tal necessidade é apresentada ao cliente.
A utilização de tais termos e palavras-chave é fun- Os gatilhos mentais não apresentam nenhuma relação
damental para que seja gerada a persuasão por par- com propaganda subliminar ou outros métodos de
te do cliente, com palavras utilizadas nos momentos persuasão que tenham a intenção de gerar a compra por
adequados, para o público correto, por meio de canais meio de métodos que hoje são condenáveis pelas boas
de comunicação específicos, com palavras chaves práticas do mercado.
diferenciadas, em mídias diferenciadas, para que o
mesmo produto ou serviço seja apresentado de forma PROCESSO DO GATILHO MENTAL
direcionada.
Por exemplo, o mesmo produto ou serviço bancá-
rio que é apresentado no Instagram, uma rede social
de imagens massiva e generalizada, pode utilizar
técnicas de copywritiwg diferenciadas daquelas que
são utilizadas para um site de uma fiwtech do sistema Cliente Geração do
desinformado Contato com o
financeiro, local em que o público é diferenciado e interesse inicial
navegando na gatilho relacionado
mais voltado para as relações mais avançadas de pro- para a relação de
internet ao produto
dutos e serviços bancários. compra

ETAPAS DE VENDAS EM QUE COPYWRITING


PODE GERAR A AÇÃO DA COMPRA

 Geração por meio do copywriting da atenção do


cliente para o início da relação de oferta do pro- duto INBOND MARKETING
ou serviço
O inbond marketing ou marketing de atração repre-
 Desenvolvimento do interesse por meio da per- senta uma técnica diferenciada de apresentação do
suasão para que o cliente dê um passo à frente e produto ou serviço, não utilizando propaganda dire-
I desenvolva a relação inicial de compra ta e espaços adquiridos em sites comerciais, mas sim
através da oferta de conteúdo de qualidade disponibi-
 Geração do desejo, que e o desenvolvimento do lizado gratuitamente, onde o contato do cliente com a
momento exato em que a persuasão levou o cliente instituição bancária e estabelecida inicialmente.
D até o contato com a instituição A intenção do método de marketing de atração é
de que o cliente, inicialmente, perceba a qualidade
da instituição bancária, por meio da produção de tal
Canais digitais em que as instituições bancárias se conteúdo autoral e de acesso massivo para todos que
utilizam de técnicas de copywritiwg: tenham interesse.
Após a relação inicial do cliente com a instituição,
 pop-up; devido ao método do inbond marketing, é gerada a
 grupos de discussão; apresentação de outro produto ou serviço vinculado ao
 anúncios; que é apresentado qualitativamente de forma gratuita.
 e-mails;
 blogs; Métodos de Inbond Marketing:
 notícias em sites;
 pop-ups em sites.  cursos gratuitos em plataformas como o Youtube;
 seminários exclusivos por meio de programas de
GATILHOS MENTAIS videoconferência como o Google Meet.

Os gatilhos mentais representam os elementos


ocultos ou subjetivos que são apresentados para os
consumidores, tanto nos espaços digitais das institui- ÉTICA E CONDUTA PROFISSIONAL
ções bancárias, como em sites de produtos ou serviços
que não tenham relação direta com os bancos, para
EM VENDAS
que o consumidor saia da zona de conforto e apresen-
Para adentrarmos no assunto, em primeiro
te desejo real de concretizar a sua compra.
lugar, é necessário compreender o termo ética. A
322 Os gatilhos mentais podem ser frases em locais
ética é uma ciência oriunda da filosofia. Ética vem
estratégicos, exemplos de experiências bem sucedidas,
do termo “ethos”, que significa usos ou costumes,
compreendendo, também, conduta, caráter e atitude. Pontualidade
Não se confunde, portanto, com a moral, a qual está
mais relacionada à prática, que, por sua vez, é influen-

EMPRESARIA
Comportamento

ETIQUETA
ciada pelo meio. Ética, pois, é adquirida pelo estudo.

Vestimenta

L
MORAL
Jogo de Cintura e Respeito

+ Ampla e
+ Restrita
Abrangente
PADRÕES DE QUALIDADE NO
Universal Princípios e ATENDIMENTO AOS CLIENTES
Cultural e Costumes
Valores
Quando o assunto é cliente, você já sabe que preci-
sa entregar algo de valor para ele. Satisfazer às neces-
Prática, Mutável e
Teórica, Duradoura e sidades e atender às expectativas dele deve ser o foco
Influenciada pelo meio
Adquirida pelo estudo das organizações. Como observamos anteriormente,
o cliente terá uma determinada experiência e a sua
percepção deve ser maior que a expectativa; dessa
O indivíduo é um ser muito complexo. Cada um de maneira, conquistaremos o cliente e, com isso, a sua
nós tem uma forma de pensar e agir que, em algum fidelidade, haja vista o que move o atendimento hoje
momento, pode ser certa ou errada. Essa complexi- é o relacionamento.
dade passa a ser crucial, para que tenhamos um con- Existem certos pontos interessantes que serão bené-
junto de regras (escritas ou não escritas) no intuito de ficos para se manter um padrão de qualidade, claro que
mantermo-nos no caminho. sem “engessar” o atendimento, já que ele é um serviço e
Neste sentido, pode-se dizer que necessitamos de você já conhece as características que norteiam o serviço.
normas e imperativos morais, para que nossas deci- O atendimento tem certas utilidades, a começar:
sões sejam pautadas de maneira mais sólida. Ainda,
o que é certo para mim, pode ser errado para você.  Recepcionar: é o primeiro momento com o cliente
Cada um de nós possui uma linha de pensamento, a e, portanto, deve causar uma boa impressão. Nesse
qual pode ser convergente ou divergente em algum quesito, é importante o cumprimento adequado,
momento. Portanto, as regras são importantes para como: bom dia, boa tarde, boa noite. Trate-o pelo
nome e use as expressões de senhor ou senhora
criar uma linha de padrão na conduta tida como ideal.
(independente da idade);
As organizações tendem a possuir um conjunto de
 Informar: todos nós esperamos receber informa-
regras, a fim de nortear o colaborador no dia a dia. Na ções compreensíveis e concisas de forma correta.
Administração Pública, temos leis e códigos capazes Se você não souber uma determinada informação,
de orientar o agente público. Por exemplo, o Código de peça um instante para obtê-la e a repasse ao cliente;
Ética da Administração Pública Federal — Decreto nº  Orientação: um dos papéis da linha de atendimen-
1.171, de 1994 — trata de regras, deveres e vedações, to é orientar o cliente, seja nos próximos passos ou
com o intuito de demonstrar ao agente público como nas situações do momento;
deve ser a sua conduta, tanto no exercício da função  Amenizar: é de responsabilidade também do pes-
como também fora dela. soal da linha de frente acalmar o cliente em um
A boa conduta passa pela importância da etiqueta momento de tensão. Assim, é preciso saber lidar
empresarial, definindo qual deve ser a postura ade- com uma situação de conflito e “destempero”;
quada mediante tantas situações que podem ocorrer.  Agilidade: o cliente tem pressa e, a depender do
Por sua vez, etiqueta empresarial passa pelo bom tipo de serviço de que necessita, será menos fle-
xível ainda. Então, a rapidez no atendimento é
comportamento e educação, cerimoniais importantes
imprescindível;
no trato entre as pessoas. A pontualidade, o comporta-
 Comunicação: é o elo entre as partes, por isso, é
mento, a forma de vestir, o jogo de cintura e o respeito preciso reduzir os possíveis ruídos para que haja
são instrumentos que devem ser levados em conside- entendimento no que está sendo repassado.
ração pelos profissionais de vendas.
Não podemos esquecer que você se tornará um Você percebeu a necessidade de certos padrões para
negociador e, como tal, não poderá deixar-se levar manter no “eixo” o atendimento? Com isso, a organiza-
ATENDIMENTO

por condutas contrárias à ética, como corrupção, pro- ção conseguirá alcançar os objetivos do atendimento e
pinas, benesses ou favores imorais. Ainda, há que se do relacionamento interpessoal, como: a satisfação dos
BANCÁRIO

clientes, a diferenciação, o aumento de clientes, a boa


levar em consideração o compliance da organização
interação e, claro, a qualidade no atendimento.
— termo em inglês que pode ser traduzido como “estar
em conformidade com as regras e diretrizes da organi- MARKETING DE RELACIONAMENTO
zação”, o qual visa dar segurança, minimizando riscos
inerentes. A busca é pela garantia do cumprimento O foco do marketing de relacionamento está nos
das regras estabelecidas, sejam de normas internas ou clientes já existentes. É claro que toda organização
de leis que regem a conduta das organizações. deseja conquistar novos clientes, mas apostar em 323
uma relação permanente e duradoura fará até mes-  Correspondentes Caixa Aqui: são estabelecimen-
mo com que a organização consiga uma economia nos tos comerciais conveniados à Caixa que oferecem
seus gastos de marketing e publicidade de maneira serviços bancários, como saques, depósitos, paga-
surpreendente. mentos, entre outros. Esses correspondentes são
Para que uma empresa possa ter seu foco nos clien- uma opção para os clientes realizarem transações
tes já existentes e não somente na angariação de novos, sem a necessidade de ir a uma agência bancária;
conseguir apostar no marketing relacional e fidelizar  Telefone: através do telefone, os clientes podem
seus clientes, deverá ter em atenção alguns pontos: entrar em contato com o atendimento da Caixa
conhecer bem o cliente, saber comunicar e escutar as para tirar dúvidas, obter informações sobre pro-
suas necessidades e reconhecer a sua fidelidade. dutos e serviços, fazer reclamações e solicitações;
Problemas com relacionamento e atendimento  Caixa Celular: é um serviço da Caixa que permi-
existirão, mas é preciso afastar os fatores que podem te o acesso aos serviços bancários através de um
potencializar a perda de clientes, que normalmente telefone celular, sem a necessidade de conexão
ocorrem por negligência em alguma área. à internet. Os clientes podem realizar consultas,
No atendimento, as negligências são conhecidas transferências, pagamentos e outras transações
como sete pecados capitais: por meio de mensagens SMS.

 Apatia: relacionada à indiferença no tratamento, Esses canais remotos oferecidos pela Caixa são
sem demonstração de interesse; uma forma conveniente de realizar transações ban-
 Má vontade: falta de ação ou atitude por parte do cárias e acessar serviços sem sair de casa, proporcio-
atendente; nando mais comodidade e agilidade aos clientes. No
 Frieza: atendimento entendido como distante, entanto, é importante lembrar de tomar medidas de
sem observar os desejos do cliente; segurança ao utilizar esses canais, como proteger suas
 Desdém: quando o atendente demonstra um “ar” de senhas e dados pessoais1.
superioridade e trata o cliente com certo desprezo;
 Robotismo: atendimento engessado;
 Apego às normas: atendimento sem flexibilidade;
 Jogo de responsabilidade: quando o atendente COMPORTAMENTO DO
não assume a responsabilidade e “joga” para os CONSUMIDOR E SUA RELAÇÃO
demais ou outros setores.
COM VENDAS E NEGOCIAÇÃO
O comportamento do consumidor pode ser com-
preendido como um estudo que tem como objetivo
UTILIZAÇÃO DE CANAIS REMOTOS analisar os sentimentos e as percepções que direcio-
PARA VENDAS nam o possível cliente a comprar. As decisões toma-
das pelo cliente baseiam-se nessas duas situações
AUTOATENDIMENTO PELA INTERNET (sentimentos e percepções). Portanto, é crucial que a
organização seja efetiva e saiba lidar com as dificul-
A Caixa Econômica Federal utiliza canais remotos dades do dia a dia. Podemos entender esse processo
a fim de facilitar as vendas e o atendimento aos seus como uma jornada, avançando um passo de cada vez
clientes. Esses canais remotos permitem que os clien- para fazer com que o cliente tome a decisão de adqui-
tes realizem diversos serviços tais como: transações rir o produto ou o serviço.
bancárias, realizem solicitação de produtos e serviços, Os gestores devem, por meio da gestão estratégica
e obtenham acesso a diversas informações relevan- e do marketing, estudar o comportamento dos clien-
tes, sem a necessidade de comparecer pessoalmente tes ou potenciais clientes. O propósito é compreender
a uma agência física. possíveis mudanças e, consequentemente, nivelar as
Alguns dos principais canais remotos disponibili- ações de vendas para que o cliente continue compran-
zados pela Caixa são: do da organização.

O comportamento de compra complexo envolve


 APP Caixa/Internet Banking: através do site ou
um processo de três etapas. Primeiro, o comprador
do aplicativo da Caixa, os clientes podem acessar desenvolve crenças sobre o produto. Segundo, ele
sua conta, consultar saldos e extratos, realizar desenvolve atitudes sobre o produto. Terceiro, ele
transferências, pagar contas, investir em produ- faz uma escolha refietida. (KOTLER, 2000, p. 199)
tos financeiros, entre outras operações. A grosso
modo, você tem acesso ao banco fica 24h por dia Há todo um processo envolvido e, para garantir o
por todos os dias da semana; sucesso, é preciso usar certas etapas para fazer com
 Agenda Caixa: com a Agência Digital CAIXA, os que o cliente crie uma relação com o processo de ven-
clientes recebem atendimento personalizado pelo das e negociação.
telefone ou e-mail, com horário estendido; Deve-se, primeiramente, fazer com que o cliente per-
 Whatsapp Caixa: através deste serviço seu públi- ceba a existência de um problema (às vezes, o cliente
co poderá saber informações sobre produtos, desconhece o seu próprio problema). Após o reconhe-
serviços e benefícios sociais, de forma simples e cimento, é preciso que a área de vendas e negociação
rápida, direto do seu celular, por meio do número desenvolva um trabalho capaz de mostrar que a orga-
0800 104 0 104 disponibilizado no site da caixa; nização solucionará o problema. Quando já se tem a

324 1 Canais Digitais da Caixa. Disponível em: https://www.caixa.gov.br/atendimento/canais-digitais/paginas/default.aspx#servicos


consideração da solução, entra-se na fase de ativar gati- norteadores que estão dispostos no art. 2º dessa
lhos mentais, como urgência e exclusividade. Por fim, Resolução. Vejamos:
vem a decisão de compra, pois o cliente já compreende Art. 2º As instituições de que trata o art. 1º, no rela-
o seu próprio problema e também que existe uma solu- cionamento com clientes e usuários de produtos e
ção; agora, cabe às vendas e à negociação oferecer o pro- de serviços, devem conduzir suas atividades com
duto ou serviço que atenda a essa necessidade. observância de princípios de ética, responsabili-
O que fará um cliente fechar com uma organiza- dade, transparência e diligência, propiciando
a convergência de interesses e a consolidação de
ção ou outra é a diferenciação, ou seja, entregar algo
imagem institucional de credibilidade, segurança
que realmente agregue valor, buscando sempre o
e competência.
dinamismo nas ações e enfatizando o relacionamento
interpessoal entre vendedores e clientes.
Não obstante à necessidade de observação dos
Vínculos sociais e a amizade recíproca entre com- princípios presentes no art. 2º, o art. 3º aponta outras
pradores e vendedores têm um resultado favorável providências que devem ser observadas e garantidas.
para as empresas de vewda, tawto wo lado fiwawcei- Vejamos:
ro, quawto wa cowfiawça com cliewte, wo compromis-
so e na cooperação nos negócios, sendo importante Art. 3º A observância do disposto no art. 2º requer,
um bom atendimento ao cliente. (DURZET, 2007, p. 98) entre outras, as seguintes ações:
I - promover cultura organizacional que incenti-
Podemos perceber que a venda vai depender do ve relacionamento cooperativo e equilibrado com
relacionamento que ocorre entre os dois (cliente e clientes e usuários; e
vendedor); por isso, o vendedor deve demonstrar II - dispensar tratamento justo e equitativo a clien-
empatia, saber ouvir, ter boa capacidade de se rela- tes e usuários, cowsiderawdo seus perfis de relacio-
cionar com as pessoas, aparentar-se bem e possuir namento e vulnerabilidades associadas.
excelente capacidade de negociação. Além disso, pre-
cisa conhecer bem o produto ou serviço que negocia e O art. 4º dispõe sobre os procedimentos de contra-
saber lidar com todos os tipos de emoções. tação e da prestação de serviços. Vejamos:

Art. 4º As instituições de que trata o art. 1º, na con-


tratação de operações e na prestação de serviços,
Relacionamento Negociação Venda
devem assegurar:
I - adequação dos produtos e serviços ofertados ou
recomendados às necessidades, aos interesses e aos
objetivos dos clientes e usuários;
II - iwtegridade, cowformidade, cowfiabilidade, segu-
rança e sigilo das transações realizadas, bem como
legitimidade das operações contratadas e dos ser-
viços prestados;
POLÍTICA DE RELACIONAMENTO III - prestação, de forma clara e precisa, das informa-
COM O CLIENTE: RESOLUÇÃO CMN ções necessárias à livre escolha e à tomada de deci-
Nº 4.949, DE 30 DE SETEMBRO DE sões por parte de clientes e usuários, explicitando,
inclusive, direitos e deveres, responsabilidades, cus-
2021 tos ou ônus, penalidades e eventuais riscos existentes
A resolução em estudo dispõe acerca dos princípios
e procedimentos a serem adotados no relacionamen- na execução de operações e na prestação de serviços;
IV - utilização de redação clara, objetiva e adequa-
to entre clientes e usuários de produtos e de serviços
da à natureza e à complexidade da operação ou
financeiros, sendo, por isso, de suma importância para
do serviço, em contratos, recibos, extratos, com-
o concurso almejado. Para o estudo desta, é relevante
provantes e documentos destinados ao público, de
que o leitor tenha contato com a legislação pura, pois as
forma a permitir o entendimento do conteúdo e a
bancas costumam cobrar a literalidade da lei. idewtificação de prazos, valores, ewcargos, multas,
O art. 1º, da Resolução nº 4.949, de 2021, dispõe datas, locais e demais condições;
sobre o relacionamento entre clientes e usuários. V - idewtificação dos usuários fiwais beweficiários de
Vejamos: pagamento ou transferência em demonstrativos e
extratos de contas de depósitos e contas de paga-
Art. 1º Esta Resolução dispõe sobre princípios e mento pré-paga, inclusive nas situações em que o
procedimentos a serem adotados no relacionamen- serviço de pagamento envolver instituições partici-
to com clientes e usuários de produtos e de serviços pantes de diferentes arranjos de pagamento;
pelas iwstituições fiwawceiras e demais iwstituições VI - encaminhamento de instrumento de pagamen-
autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil. to ao domicílio do cliente ou usuário ou a sua habi-
§ 1º O disposto nesta Resolução não se aplica às litação somente em decorrência de sua expressa
ATENDIMENTO

administradoras de consórcio e às instituições de solicitação ou autorização; e


pagamento, que devem seguir as normas editadas VII - tempestividade e inexistência de barreiras, cri-
BANCÁRIO

pelo Banco Central do Brasil no exercício de sua térios ou procedimentos desarrazoados para:
competência legal. a) o atendimento a demandas de clientes e usuá-
§ 2º Para efeito desta Resolução, o relacionamento rios, incluindo o fornecimento de contratos, reci-
com clientes e usuários abrange as fases de pré- bos, extratos, comprovantes e outros documentos e
-contratação, de contratação e de pós-contratação informações relativos a operações e a serviços;
de produtos e de serviços. b) a extinção da relação contratual relativa a produtos
Pela leitura do dispositivo, podemos idewtificar e serviços, incluindo o cancelamento de contratos; e
que a Resolução estipula que a relação entre clien- c) a transferência de relacionamento para outra
tes e usuários deve ser pautada em princípios instituição, se aplicável. 325
Por sua vez, o art. 5º dispõe sobre atendimento III - defiwir papéis e respowsabilidades wo âmbito
presencial a clientes ou usuários: da instituição;
IV - ser compatível com a natureza da instituição e
Art. 5º É vedado às instituições referidas no art. 1º com o perfil de cliewtes e usuários, bem como com
impedir o acesso, recusar, dificultar ou impor res- as demais políticas instituídas;
trição ao atendimento presencial em suas depen- V - prever programa de treinamento de empregados e
dências, inclusive em guichês de caixa, a clientes ou prestadores de serviços que desempenhem atividades
usuários de produtos e de serviços, mesmo quando afetas ao relacionamento com clientes e usuários;
disponível o atendimento em outros canais. VI - prever a disseminação interna de suas dispo-
§ 1º O disposto no caput não se aplica: sições; e
I - aos serviços de arrecadação ou de cobrança VII - ser formalizada em documewto específico.
prestados a terceiros, quando: § 2º Admite-se que a política de que trata o caput
a) não houver contrato ou convênio para a sua seja uwificada por:
prestação celebrado ewtre a iwstituição fiwawceira I - conglomerado; ou
e o ewte beweficiário; ou II - sistema cooperativo de crédito.
b) o respectivo contrato ou convênio celebrado não § 3º As instituições que não constituírem política
contemple o recebimento em guichê de caixa das própria em decorrência da faculdade prevista no §
dependências da instituição; 2º devem formalizar a decisão em reunião do con-
II - ao recebimento de boletos de pagamento padro- selho de administração ou da diretoria.
nizado pela regulamentação do Banco Central do
§ 4º O documento de que trata o inciso VII do § 1º
Brasil emitidos fora do padrão, das especificações
deve ser mantido à disposição do Banco Central do
ou dos requisitos vigentes para o instrumento;
Brasil.
III - ao recebimento de documentos mediante paga-
mento por meio de cheque;
IV - às instituições que não possuam dependências ou O gerenciamento da Política Institucional de Rela-
às dependências de instituições sem guichês de caixa; cionamento com Clientes e Usuários é regulamento
V - aos postos de atendimento instalados em recin- pelos arts. 7°, 8° e 9°, da referida resolução, veja:
to de órgão ou de entidade da Administração Públi-
ca ou de empresa privada com guichês de caixa, Art. 7º As instituições de que trata o art. 1º devem
nos quais sejam prestados serviços do exclusivo assegurar a consistência de rotinas e de procedimen-
interesse do respectivo órgão ou entidade e de tos operacionais afetos ao relacionamento com clien-
seus servidores ou da respectiva empresa e de seus tes e usuários, bem como sua adequação à política
empregados e administradores, conforme a regula- institucional de relacionamento de que trata o art. 6º,
mewtação específica sobre depewdêwcias; e inclusive quanto aos seguintes aspectos:
VI - às situações excepcionais previstas na legisla- I - idewtificação e qualificação de cliewtes e de usuários
ção ou wa regulamewtação específica. para fiws de iwício e mawutewção de relaciowamewto;
§ 2º Para fiws do disposto wo caput, é vedada a II - concepção de produtos e de serviços;
imposição de restrições quanto à quantidade de III - oferta, recomendação, contratação ou distribuição
documentos, de transações ou de operações por de produtos ou serviços;
pessoa, bem como em relação a montante máximo IV - requisitos de segurança afetos a produtos e a
ou mínimo a ser pago ou recebido ou ainda quan-
serviços;
to à faculdade de o cliente ou o usuário optar por
V - cobrança de tarifas em decorrência da prestação
pagamentos em espécie, salvo as exceções previs-
de serviços;
tas wa legislação ou wa regulamewtação específica.
VI - divulgação e publicidade de produtos e de serviços;
§ 3º As instituições de que trata o art. 1º devem
VII - coleta, tratamento e manutenção de informações
divulgar em suas dependências e nas dependências
dos correspondentes no País, em local visível e em dos clientes em bases de dados;
formato legível, as situações de que tratam os inci- VIII - gestão do atendimento prestado a clientes e usuá-
sos II, III e V do § 1º. rios, inclusive o registro e o tratamento de demandas
§ 4º O disposto neste artigo deve ser observado IX - mediação de cowfiitos;
indistintamente em relação a clientes e a não clien- X - sistemática de cobrança em caso de inadimplemen-
tes, exceto pelas cooperativas de crédito, que devem to de obrigações contratadas;
observar o disposto no § 5º. XI - extinção da relação contratual relativa a produtos
§ 5º As cooperativas de crédito devem informar em e serviços;
suas dependências, em local visível e em formato legí- XII - liquidação antecipada de dívidas ou de obriga-
vel, se realizam atendimento a não associados e quais ções; e
os serviços disponibilizados, assegurando nesse caso XIII - transferência de relacionamento para outra
as condições previstas neste artigo. instituição.
§ 1º Com relação ao disposto nos incisos II e III do
O art. 6° trata da política institucional de relaciona- caput, e em observância ao art. 4º, inciso I, as insti-
mento com cliente e usuários. Observemos que diz a lei: tuições devem estabelecer o perfil dos cliewtes que
compõem o público-alvo para os produtos e serviços
Art. 6º As instituições de que trata o art. 1º devem disponibilizados, considerando suas características e
manter política institucional de relacionamento complexidade.
com clientes e usuários que consolide diretrizes, § 2º O perfil referido wo § 1º deve iwcluir iwformações
objetivos estratégicos e valores organizacionais, de relevantes para cada produto ou serviço.
forma a nortear a condução de suas atividades em Art. 8º As instituições de que trata o art. 1º devem:
conformidade com o disposto no art. 2º. I - promover o equilíbrio das metas de resultados
326 § 1º A política de que trata o caput deve: e de incentivos associadas ao desempenho de fun-
I - ser aprovada pelo conselho de administração ou, cionários e de correspondentes no País com as
caso inexistente, pela diretoria da instituição; diretrizes e os valores organizacionais previstos na
II - ser objeto de avaliação periódica; política institucional de que trata o art. 6º; e
II - tratar adequadamente eventuais desvios rela- De acordo com o caput do art. 2º, a ouvidoria deve-
cionados ao contido no inciso I. rá ser constituída pelas instituições esquematizadas a
Art. 9º Em relação à política institucional de rela- seguir:
cionamento com clientes e usuários, as instituições
de que trata o art. 1º devem instituir mecanismos
de acompanhamento, de controle e de mitigação de INSTITUIÇÕES
riscos com vistas a assegurar: AUTORIZADAS A
I - a implementação das suas disposições; FUNCIONAR PELO BANCO
II - o monitoramento do seu cumprimento, inclusive CEN- TRAL DO BRASIL, QUE
por meio de métricas e indicadores adequados; TENHA COMO CLIENTES
III - a avaliação da sua efetividade; e
IV - a idewtificação e a correção de evewtuais
deficiêwcias.
§ 1º Os mecanismos de que trata o caput devem ser
submetidos a testes periódicos pela auditoria interna, Pessoas Pessoas
consistentes com os controles internos da instituição. Jurídicas Naturais
§ 2º Os dados, os registros e as informações relativas
aos mecanismos de controle, processos, testes e trilhas
de auditoria devem ser mantidos à disposição do Ban-
co Central do Brasil pelo prazo mínimo de cinco anos.
 Microempresas de
Para que haja fiscalização do cumprimento das pequeno porte Incluindo os empre-
normas e diretrizes principiológicas estabelecidas por  Microempresas sários individuais
essa Resolução, o art. 10 destaca que deverá ser indi-
cado um diretor responsável pela observância dos
dispositivos dessa resolução:
Logo em seguida, temos o importantíssimo Capí-
Art. 10 As instituições de que trata o art. 1º devem tulo II dessa resolução, “Da finalidade”, que aponta as
indicar ao Banco Central do Brasil diretor respon- finalidades que deverão ser alcançadas pela ouvido-
sável pelo cumprimento das obrigações previstas ria. Vejamos:
nesta Resolução.
Art. 11 O Banco Central do Brasil poderá adotar Art. 3º A ouvidoria tem por fiwalidade:
medidas complementares necessárias à execução I - atender em última instância as demandas dos
do disposto nesta Resolução. clientes e usuários de produtos e serviços que não
tiverem sido solucionadas nos canais de aten-
dimento primário da instituição; e
II - atuar como canal de comunicação entre a
instituição e os clientes e usuários de produtos
RESOLUÇÃO CMN Nº 4860, DE 23 DE e serviços, inclusive na mediação de cowfiitot.
OUTUBRO DE 2020 Parágrafo único. Para efeitos desta Resolução, con-
sidera-se primário o atendimento habitual realiza-
A presente Resolução CMN nº 4.860, de 2020, dispõe do em quaisquer pontos ou canais de atendimento,
sobre a constituição e o funcionamento de componente incluídos os correspondentes no País e o Serviço de
organizacional de ouvidoria pelas instituições autori- Atendimento ao Consumidor (SAC) de que trata o
zadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil (Bacen). Decreto nº 6.523, de 31 de julho de 2008.
A intenção da resolução é explicitada no art. 1º:
Perceba que o inciso I, do art. 3º, aponta que as
Art. 1º Esta Resolução disciplina a constituição e ouvidorias somente irão atender as demandas em
o funcionamento de componente organizacional de última instância, o que quer dizer que as deman-
ouvidoria pelas iwstituições que especifica. das deverão passar primeiramente por outros meios
e canais de atendimento primário da instituição e,
O art. 2º aponta quais instituições devem consti- somente caso estas não puderem ser solucionadas,
tuir as ouvidorias: então serão destinadas às ouvidorias.
Já o capítulo III dessa resolução trata da organiza-
Art. 2º O componente organizacional de ouvidoria deve ção e estrutura da ouvidoria:
ser constituído pelas instituições autorizadas a funcio-
nar pelo Banco Central do Brasil que tenham clientes Art. 4º A estrutura da ouvidoria deve ser compatí-
pessoas naturais, inclusive empresários individuais, ou vel com a natureza e a complexidade dos produtos,
pessoas jurídicas classificadas como microempresas e serviços, atividades, processos e sistemas de cada
ATENDIMENTO

empresas de pequeno porte, nos termos da Lei Comple- instituição.


mentar nº 123, de 14 de dezembro de 2006. Parágrafo único. A ouvidoria não pode estar vin-
Parágrafo único. Ficam dispensados de consti-
BANCÁRIO

culada a componente organizacional da ins-


tuir ouvidoria os bancos comerciais sob con- tituição que cowfigure cowfiito de iwterettet
trole societário de bolsas de valores, de bolsas ou de atribuições, a exemplo das unidades res-
de mercadorias e futuros ou de bolsas de valo- ponsáveis por negociação de produtos e serviços,
res e de mercadorias e futuros que desempenhem gestão de riscos, auditoria interna e conformidade
exclusivamente funções de liquidante e custodiante (compliance).
central, prestando serviços às bolsas e aos agen- Art. 5º É admitido o compartilhamento de ouvi-
tes econômicos responsáveis pelas operações doria pelas instituições, observadas as seguintes
nelas cursadas. situações e regras: 327
I - a instituição integrante de conglomerado com- IV - manter o conselho de administração, ou, na sua
posto por pelo menos duas instituições autorizadas ausência, a diretoria da instituição, informado sobre os
a funcionar pelo Banco Central do Brasil pode com- problemas e deficiências detectados no cumprimento de
partilhar a ouvidoria constituída em qualquer das suas atribuições e sobre o resultado das medidas adotadas
instituições autorizadas a funcionar; pelos administradores para solucioná-los
II - a instituição não enquadrada no disposto no
inciso I do caput pode compartilhar a ouvidoria
Dentre as atividades realizadas pela ouvidoria está
constituída:
o atendimento adequado às demandas dos clientes e
a) em empresa ligada, cowforme defiwição de que
usuários de produtos e serviços. Esse atendimento
trata o § 1º; ou
deverá atender os critérios expostos a seguir:
b) wa associação de classe a que seja filiada ou wa
bolsa de valores ou bolsa de mercadorias e futuros
Art. 6º [...]
ou bolsa de valores e de mercadorias e futuros nas
§ 1º O atendimento prestado pela ouvidoria:
quais realize operações;
I - deve ter idewtificado por meio de wúmero de
III - a cooperativa siwgular de crédito filiada a coo-
protocolo, o qual deve ser fornecido ao demandante;
perativa central pode compartilhar a ouvidoria
II - deve ser gravado, quando realizado por tele-
constituída na respectiva cooperativa central, con- fone, e, quando realizado por meio de documento
federação de cooperativas de crédito ou banco do escrito ou por meio eletrônico, arquivada a res-
sistema cooperativo; e pectiva documentação; e
IV - a cooperativa siwgular de crédito wão filiada a III - pode abranger:
cooperativa central pode compartilhar a ouvidoria a) excepcionalmente, as demandas não recepciona-
constituída em cooperativa central, federação de das inicialmente pelos canais de atendimento pri-
cooperativas de crédito, confederação de cooperati- mário; e
vas de crédito ou associação de classe da categoria. b) as demandas encaminhadas pelo Banco Central
§ 1º Para efeito do disposto no inciso II, alínea «a», do Brasil, por órgãos públicos ou por outras entida-
do caput, consideram-se ligadas entre si as institui- des públicas ou privadas.
ções autorizadas a funcionar pelo Banco Central do § 2º O prazo de resposta para as demandas não
Brasil e as empresas não autorizadas a funcionar pode ultrapassar dez dias úteis, podendo ser pror-
pelo Banco Central do Brasil: rogado, excepciowalmewte e de forma justificada,
I - as quais uma participe com 10% (dez por cento) ou uma única vez, por igual período, limitado o núme-
ro de prorrogações a 10% (dez por cento) do total
mais do capital da outra, direta ou indiretamente; e
de demandas no mês, devendo o demandante ser
II - as quais acionistas com 10% (dez por cento) ou
informado sobre os motivos da prorrogação.
mais do capital de uma participem com 10% (dez
por cento) ou mais do capital da outra, direta ou
Já o art. 7º refere-se às outras instituições que
indiretamente.
devem atender aos critérios elencados. São essas ins-
§ 2º O disposto no inciso II, alínea «b», do caput, tituições aquelas autorizadas a funcionar pelo Banco
não se aplica a bancos comerciais, bancos múl-
Central do Brasil que tenham clientes pessoas natu-
tiplos, caixas econômicas, sociedades de crédito,
rais, inclusive empresários individuais, ou pessoas
fiwawciamewto e iwvestimewto, associações de pou-
jurídicas classificadas como microempresas e empre-
pança e empréstimo e sociedades de arrendamento
sas de pequeno porte, vide art. 2º, da resolução.
mercantil que realizem operações de arrendamen-
to mercawtil fiwawceiro.
Art. 7º As instituições referidas no art. 2º devem:
§ 3º O disposto nos incisos II, alínea «b», e IV, do
I - manter sistema de informações e de controle
caput, somente se aplica a associação de classe ou
das demandas recebidas pela ouvidoria, de forma a:
bolsa que possuir código de ética ou de autorregu- a) registrar o histórico de atendimentos, as infor-
lação efetivamente implantado, ao qual a institui- mações utilizadas na análise e as providências ado-
ção tenha aderido. tadas; e
b) controlar o prazo de resposta;
O capítulo IV da resolução trata especificamen- II - dar ampla divulgação sobre a existência da
te do funcionamento das ouvidorias, incluindo suas ouvidoria, sua fiwalidade, suas atribuições e for-
atribuições, formas de funcionamento, seus deveres, mas de acesso, inclusive nos canais de comunica-
entre outras atribuições. Inicialmente, de acordo com ção utilizados para difundir os produtos e serviços;
o disposto no art. 6º, a ouvidoria deverá abranger as III - garantir o acesso gratuito dos clientes e dos
seguintes atividades: usuários ao atendimento da ouvidoria, por meio
de cawait ágeit e eficazet, inclusive por telefone,
cujo número deve ser:
ATIVIDADES DAS OUVIDORIAS (ART. 6º) a) divulgado e mantido atualizado em local
visível ao público no recinto das suas dependên-
I - atender, registrar, instruir, analisar e dar tratamento cias e nas dependências dos correspondentes no
formal e adequado às demandas dos clientes e usuá- rios de País, bem como nos respectivos sítios eletrônicos
produtos e serviços na internet, acessível pela sua página inicial;
b) informado nos extratos, comprovantes, inclusive
II - prestar esclarecimentos aos demandantes acerca do
eletrônicos, contratos, materiais de propaganda e
andamento das demandas, informando o prazo pre- visto para
resposta de publicidade e demais documentos que se desti-
328 nem aos clientes e usuários; e
III - encaminhar resposta conclusiva para a demanda no c) inserido e mantido permanentemente atua-
prazo previsto lizado em sistema de registro de informações
do Banco Central do Brasil.
Parágrafo único. As informações relativas às poupança e empréstimo e sociedades de arrenda-
demandas recebidas pela ouvidoria devem perma- mento mercantil que realizem operações de arren-
necer registradas no sistema mencionado no inci- damewto mercawtil fiwawceiro, que estejam sujeitos
so I pelo prazo mínimo de cinco anos, contados da à obrigatoriedade de constituição de comitê de
data da protocolização da ocorrência. auditoria, na forma da regulamentação, o ouvidor
não poderá desempenhar outra função, exceto
O capítulo V trata das exigências formais que ver- a de diretor responsável pela ouvidoria.
sam sobre as ouvidorias e engloba pontos específi- § 3º Nas situações em que o ouvidor desempenhe outra
cos, como formulação do estatuto ou contrato social, atividade na instituição, essa atividade não pode con-
figurar cowfiito de iwteresses ou de atribuições.
designação de responsáveis, designação de nomes do
Art. 10 Nas hipóteses previstas no art. 5º, incisos I,
ouvidor, entre outras disposições. Neste momento, é
III e IV, o ouvidor deve:
importante o contato com a legislação pura, vez que, I - responder por todas as instituições que compar-
usualmente, as bancas cobram a literalidade da lei. tilharem a ouvidoria; e
Realizamos destaques na legislação para que tornem II - integrar os quadros da instituição que consti-
a leitura mais fluida e de fácil memorização: tuir a ouvidoria.

Art. 8º O estatuto ou o contrato social, conforme a Para auxiliar seu entendimento, vejamos esque-
natureza jurídica da sociedade, deve dispor, de for- maticamente o disposto no art. 10, incluindo os incisos
ma expressa, sobre os seguintes aspectos: do art. 5º mencionados:
I - a fiwalidade, as atribuições e as atividades
da ouvidoria;
Ouvidor deve:
II - os critérios de designação e de destituição do
ouvidor;
III - o tempo de duração do mandato do ouvi-  a instituição integrante de conglomerado compos-
dor, fixado em meses; e to por pelo menos duas instituições autorizadas a
IV - o compromisso formal no sentido de: funcionar pelo Banco Central do Brasil pode com-
a) criar condições adequadas para o funcionamen- partilhar a ouvidoria constituída em qualquer das
to da ouvidoria, bem como para que sua atuação instituições;
seja pautada pela transparência, independên-  a cooperativa singular de crédito filiada à coo-
cia, imparcialidade e isenção; e perativa central pode compartilhar a ouvidoria
b) assegurar o acesso da ouvidoria às informa- constituída na respectiva cooperativa central, con-
ções necessárias para a elaboração de resposta federação de cooperativas de crédito ou branco do
adequada às demandas recebidas, com total apoio sistema cooperativo;
administrativo, podendo requisitar informações e  a cooperativa singular de credito não filiada
documentos para o exercício de suas atividades no  à cooperativa central pode compartilhar a ouvi-
cumprimento de suas atribuições. doria constituída em cooperativa central, federa-
§ 1º Os aspectos mencionados no caput devem ser ção de cooperativas de crédito, confederação de
incluídos no estatuto ou no contrato social na pri- cooperativas de crédito ou associação de classe da
meira alteração que ocorrer após a constituição da categoria:
ouvidoria.
§ 2º As alterações estatutárias ou contratuais exigi-
 responder por todas as instituições que com-
das por esta Resolução relativas às instituições que
partilharem a ouvidoria;
optarem pela faculdade prevista no art. 5º, incisos
 integrar os quadros da instituição que consti-
I e III, podem ser promovidas somente pela institui-
ção que constituir a ouvidoria.
tuir a ouvidoria.
§ 3º As instituições que não constituírem ouvidoria
própria em decorrência da faculdade prevista no Art. 11 Para cumprimento do disposto no caput do
art. 5º, iwcisos II e IV, devem ratificar a decisão wa art. 9º, nas hipóteses previstas no art. 5º, inciso II,
primeira assembleia geral ou na primeira reunião as instituições referidas no art. 2º devem:
de diretoria realizada após tal decisão. I - designar perante o Banco Central do Brasil ape-
nas o nome do respectivo diretor responsável pela
ouvidoria; e
Retomando novamente o conceito e as instituições
II - informar o nome do ouvidor, que deverá ser o do
referidas no art. 2º (instituições autorizadas a funcio- ouvidor da associação de classe, da bolsa de valo-
nar pelo Banco Central do Brasil que tenham clientes res, da bolsa de mercadorias e futuros ou da bolsa
pessoas naturais, inclusive empresários individuais, de valores e de mercadorias e futuros, ou da entida-
ou pessoas jurídicas classificadas como microempre- de ou empresa que constituir a ouvidoria.
sas e empresas de pequeno porte), o art. 9º dita que
essas instituições deverão designar os nomes do ouvi- Por fim, o capítulo VI trata da prestação de informa-
dor e do direito responsável pela ouvidoria: ções e formas de divulgação das atividades desenvolvidas:
ATENDIMENTO

Art. 9º As instituições referidas no art. 2º devem desig- Art. 12 O diretor responsável pela ouvidoria deve ela-
BANCÁRIO

nar perante o Banco Central do Brasil os nomes do borar relatório semestral quantitativo e qualitati-
ouvidor e do diretor responsável pela ouvidoria. vo referente às atividades desenvolvidas pela ouvidoria,
§ 1º O diretor responsável pela ouvidoria pode nas datas-base de 30 de junho e 31 de dezembro.
desempenhar outras funções na instituição, Parágrafo único. O relatório de que trata o caput deve
inclusive a de ouvidor, exceto a de diretor de admi- ser encaminhado à auditoria interna, ao comitê de audi-
nistração de recursos de terceiros. toria, quando constituído, e ao conselho de administra-
§ 2º Nos casos dos bancos comerciais, bancos ção ou, na sua ausência, à diretoria da instituição.
múltiplos, caixas econômicas, sociedades de cré- Art. 13 As instituições referidas no art. 2º devem
dito, fiwawciamewto e iwvestimewto, associações de divulgar semestralmente, nos respectivos sítios 329
eletrônicos na internet, as informações relativas
às atividades desenvolvidas pela ouvidoria, Bancos
inclusive os dados relativos à avaliação direta comerciais
da qualidade do atendimento de que trata o art.
16.
Art. 14 O Banco Central do Brasil poderá estabele-
cer o conteúdo, a forma, a periodicidade e o prazo Bancos
de remessa de dados e de informações relativos às múltiplos
atividades da ouvidoria.

A avaliação direta da qualidade do atendimento


Bancos de
mencionada no art. 13 é uma ferramenta de satisfa-
investimento
ção dos usuários e clientes, que avaliam o atendimen-
to prestado pela ouvidoria.
Seguindo o estudo da Resolução CMN nº 4.860, de AVALIAÇÃO DE
2020, o capítulo VII trata da certificação, ou seja, ocor- QUALI- DADE DO
ATENDIMENTO Caixa
rerá um exame de certificação para que os integran- econômicas
tes da ouvidoria que realizam as atividades do art. 6º, PRESTADO PELA
dessa resolução sejam considerados aptos. Acompa- OUVI- DORIA APLICA-
nhe a seguir:

Art. 15 As instituições referidas no art. 2º devem Sociedades


adotar providências para que os integrantes da
de crédito
ouvidoria que realizem as atividades mencionadas
no art. 6º sejam considerados aptos em exame de
certificação orgawizado por ewtidade de recowheci-
da capacidade técnica. Sociedades de
§ 1º O exame de certificação deve abrawger, wo financiamento
mínimo, temas relativos à ética, aos direitos do
cowsumidor e à mediação de cowfiitos.
§ 2º A designação de integrantes da ouvidoria refe-
ridos wo caput fica cowdiciowada à comprovação de Sociedades de
aptidão wo exame de certificação, além do atewdi- investimento
mento às demais exigências desta Resolução.
§ 3º As instituições referidas no caput devem asse-
gurar a capacitação permanente dos integrantes
da ouvidoria em relação aos temas mencionados Art. 17 A avaliação direta da qualidade do atendi-
no § 1º. mento de que trata o art. 16 deve ser:
§ 4º O diretor responsável pela ouvidoria sujeita-se I - estruturada de forma a obter notas entre 1 e 5,
à formalidade prevista no caput, caso exerça a fun- sendo 1 o nível de satisfação mais baixo e 5 o nível
ção de ouvidor. de satisfação mais alto;
§ 5º Nas hipóteses previstas no art. 5º, incisos II e II - disponibilizada ao cliente ou usuário em
IV, aplica-se o disposto neste artigo aos integrantes até um dia útil após o encaminhamento da
da ouvidoria da associação de classe, entidade ou resposta conclusiva de que trata o art. 6º, inciso
empresa que realize as atividades mencionadas no III, e § 2º; e
art. 6º. III - concluída em até cinco dias úteis após o
prazo de que trata o inciso II.
O capítulo VIII, por sua vez, traz a necessidade de Art. 18 Os dados relativos à avaliação mencionada
avaliação direta da qualidade do atendimento pres- no art. 16 devem ser:
tado pela ouvidoria. Esse assunto já foi brevemente I - armazenados de forma eletrônica, em ordem
abordado quando tratamos do art. 13. Observe como cronológica, permanecendo à disposição do Ban-
será realizada a avaliação direta de qualidade: co Central do Brasil pelo prazo de cinco anos,
contados da data da avaliação realizada pelo
Art. 16 As instituições referidas no art. 2º devem cliente ou usuário; e
implementar instrumento de avaliação direta da II - remetidos ao Banco Central do Brasil, na
qualidade do atendimento prestado pela ouvi- forma por ele defiwida.
doria a clientes e usuários.
Parágrafo único. O disposto no caput aplica-se As disposições finais da Resolução CMN nº 4.860,
somente aos bancos comerciais, bancos múl- de 2020, estão inseridas no capítulo IX. Podemos des-
tiplos, bancos de investimento, caixas econô- tacar as seguintes informações:
micat e tociedadet de crédito, fiwawciamewto
e investimento.  o relatório e a documentação, bem como a gra-
vação telefônica do atendimento realizado pelas
ouvidorias, deverão permanecer à disposição do
Bacen pelo prazo mínimo de cinco anos;
 o número de telefone da ouvidoria, os dados do
330 diretor responsável e os dados do ouvidor deve-
rão ser inseridos e mantidos permanentemente
atualizados em sistema de registro de informa-
ções do Banco Central do Brasil.
Art. 20 O número do telefone para acesso gratuito à ouvidoria e os dados relativos ao diretor responsável pela ouvidoria e
ao ouvidor devem ser inseridos e mantidos permanentemente atualizados em sistema de registro de informações do Banco
Central do Brasil.
Parágrafo único. O disposto no caput deve ser observado, inclusive, pela instituição que não constituir componente
de ouvidoria próprio em decorrência da faculdade prevista no art. 5º.
Art. 21 O Banco Central do Brasil poderá adotar as medidas necessárias à execução do disposto nesta Resolução.

RESOLUÇÃO CMN Nº 3.694, DE 2009, E ALTERAÇÕES


Por tratar-se de um ato normativo extremamente reduzido e com uma alta probabilidade de ser cobrada a
letra seca do texto, abordaremos em sua totalidade os dispositivos expostos para um estudo completo.
Esta resolução disporá “sobre a prevenção de riscos na contratação de operações e na prestação de serviços por
parte de iwstituições fiwawceiras e demais iwstituições autorizadas a fuwciowar pelo Bawco Cewtral do Brasil”.
As instituições financeiras, bem como as autorizadas a funcionar pelo Bacen, deverão assegurar algumas
garantias, as quais encontram-se elencadas nos incisos do art. 1º:

I - a adequação dos produtos e serviços ofertados ou recomendados às necessidades, interesses e objetivos dos
clientes e usuários;
II - a iwtegridade, a cowfiabilidade, a segurawça e o sigilo das trawsações realizadas, bem como a legitimidade das
operações contratadas e dos serviços prestados;
III - a prestação das informações necessárias à livre escolha e à tomada de decisões por parte de clientes
e usuários, explicitando, inclusive, direitos e deveres, responsabilidades, custos ou ônus, penalidades e eventuais
riscos existentes na execução de operações e na prestação de serviços;

É importante ressaltar que, a relação do inciso supracitado com o § único, do art. 1º:

Parágrafo úwico. Para fiws do cumprimewto do disposto wo iwciso III, wo caso de abertura de cowta de depósitos ou
de conta de pagamento, deve ser fornecido também prospecto de informações essenciais, explicitando, no mínimo,
as regras básicas, os riscos existentes, os procedimentos para contratação e para rescisão, as medidas de segurança,
inclusive em caso de perda, furto ou roubo de credenciais, e a periodicidade e forma de atualização pelo cliente de
seus dados cadastrais.
IV - o fornecimento tempestivo ao cliente ou usuário de contratos, recibos, extratos, comprovantes e outros docu -
mentos relativos a operações e a serviços;
V - a utilização de redação clara, objetiva e adequada à natureza e à complexidade da operação ou do
serviço, em contratos, recibos, extratos, comprovantes e documentos destinados ao público, de forma a permitir o
ewtewdimewto do cowteúdo e a idewtificação de prazos, valores, ewcargos, multas, datas, locais e demais cowdições;
VI - a possibilidade de tempestivo cancelamento de contratos;
VII - a formalização de título adequado estipulando direitos e obrigações para abertura, utilização e manutenção de
conta de pagamento pós-paga;
VIII - o encaminhamento de instrumento de pagamento ao domicílio do cliente ou usuário ou a sua habilita-
ção somente em decorrência de sua expressa solicitação ou autorização;
IX - a idewtificação dot utuáriot fiwait beweficiáriot de pagamento ou transferência em demonstrativos e faturas
do pagador, inclusive nas situações em que o serviço de pagamento envolver instituições participantes de diferentes
arranjos de pagamento.

O art. 2º trata da regularização da publicidade das informações prestadas pelas instituições financeiras e ins-
tituições autorizadas a funcionar segundo o Bacen.

Art. 2º As instituições referidas no art. 1º devem divulgar, em suas dependências e nas dependências dos estabele-
cimentos onde seus produtos são ofertados, em local visível e em formato legível, informações relativas a situa-
ções que impliquem recusa à realização de pagamentos ou à recepção de ctequet, fictat de compewtação,
documentos, inclusive de cobrança, contas e outros.

Por fim, o art. 3º traz a sistemática quanto às vedações impostas a essas instituições. Vejamos:
ATENDIMENTO

Art. 3º É vedado às instituições referidas no art. 1º recusar ou dificultar, aos clientes e usuários de seus produtos
BANCÁRIO

e serviços, o acesso aos canais de atendimento convencionais, inclusive guichês de caixa, mesmo na hipótese de
oferecer atendimento alternativo ou eletrônico.
§ 1º O disposto no caput não se aplica às dependências exclusivamente eletrônicas nem à prestação de serviços
de cobrawça e de recebimewto decorrewtes de cowtratos ou cowvêwios que prevejam cawais de atewdimewto específicos.
§ 2º A opção pela prestação de serviços por meios alternativos aos convencionais é admitida desde que ado-
tadas as medidas necessárias para preservar a iwtegridade, a cowfiabilidade, a segurawça e o sigilo das trawsa-
ções realizadas, assim como a legitimidade dos serviços prestados, em face dos direitos dos clientes e dos usuários,
devendo as instituições informá-los dos riscos existentes. 331
Antes de iniciar nosso estudo, é preciso ter em
LEI BRASILEIRA DE INCLUSÃO DA mente que, para melhor compreender a Lei nº 13.146,
PESSOA COM DEFICIÊNCIA de 2015, é primordial entender sua estrutura e iden-
(ESTATUTO DA PESSOA COM tificar as ideias mais importantes da legislação, uma
vez que as bancas tendem a cobrar o que se denomina
DEFICIÊNCIA): LEI Nº 13.146, DE 06
“literalidade das ideias”, ou seja, os pontos principais
DE JULHO DE 2015 de cada artigo com base em sua estrutura, não haven-
A proteção dos direitos das pessoas com deficiên- do, para tanto, a necessidade de decorá-los. Consi-
cia, tanto no Brasil como no mundo, é algo bem recen- derando os concursos anteriores, o estudo deve ter
te. Na realidade, a preocupação da sociedade com essa atenção especial à parte relativa aos crimes e infra-
parcela da população faz parte de um discurso atual, ções administrativas por ser esse o ponto mais cobra-
resultado da forma como essas pessoas passaram a do pelas bancas examinadoras.
ser percebidas. Feitas essas considerações iniciais, bons estudos!
É possível visualizar, ao longo da história, que as
pessoas com deficiência foram encaradas de quatro NOÇÕES SOBRE O DIREITO DA PESSOA COM
modos diferentes, conforme cada período temporal. A DEFICIÊNCIA
primeira fase foi a de intolerância em relação às pes-
soas com deficiência, pois simbolizavam a impureza, A Lei nº 13.146, de 2015, é dividida em duas par-
o pecado, ou, até mesmo, o castigo divino. A segunda tes: geral e especial. A parte geral tem, como base, os
foi a fase marcada pela invisibilidade das pessoas com princípios da Convenção sobre os Direitos das Pessoas
deficiência. Dela, decorreu a terceira fase, marcada com Deficiência, disciplinando, além desses, os direi-
pelo assistencialismo e pautada na perspectiva médica tos fundamentais das pessoas com deficiência. Já a
e biológica de que a deficiência era uma patologia e, parte especial é composta pelos meios de proteção,
como tal, deveria ser curada. Por fim, a quarta fase vol- quais sejam: o acesso à Justiça e reconhecimento igual
tou-se para os direitos humanos, despontando os direi- perante a lei e aos crimes e infrações administrativas.
tos à inclusão social, com ênfase na relação da pessoa
com deficiência e do meio em que ela está inserida.
Até mesmo a forma de se referir a estas pessoas é LEI Nº 13.146, DE 2015
fruto de uma construção histórica. A partir de 1993, a
nomenclatura mudou para “portadores de necessida-
des especiais”, “pessoas com necessidades especiais”, Parte geral Parte geral
“pessoas especiais”, “portadores de direitos especiais”
Princípios e direitos Princípios e direitos
ou “pessoas com deficiência”. fundamentais fundamentais
Como consequência dessas mudanças no modo de
ver/encarar a pessoa com deficiência, surgiu o dever
de eliminar os obstáculos que pudessem impedir o Iniciando pela parte geral, os arts. de 1º a 3º da
pleno exercício de seus direitos, de modo a possibili- mencionada lei introduzem o tema, estabelecendo
tar o desenvolvimento de suas potencialidades, com suas disposições gerais. De acordo com o art. 1º, o obje-
autonomia e participação. tivo da legislação é assegurar e promover o exercício
Nesse contexto, iniciou-se um sistema de proteção dos direitos e das liberdades fundamentais da pessoa
internacional, exigindo dos Estados um tratamento com deficiência em iguais condições com os demais,
especializado para proteção aos direitos das pessoas de modo a garantir sua inclusão social e cidadania.
com deficiência. Entre os instrumentos de proteção Seu parágrafo único deixa claro que a Lei nº 13.146,
realizados, encontra-se a Convenção sobre os Direitos de 2015, decorre da Convenção (juntamente com seus
das Pessoas com Deficiência, de 2006. O texto dessa protocolos), sendo incorporada no ordenamento jurí-
convenção foi assinado no ano de 2007 e incorpora- dico brasileiro com status de Emenda Constitucional,
do ao ordenamento jurídico brasileiro no ano de 2009 conforme explanado.
pelo Decreto nº 6.949. O art. 2º preocupou-se em dar o conceito de pessoa
A importância do Decreto nº 6.949, de 2009, é com deficiência. Em termos gerais, considera-se pes-
imensa, uma vez que ele foi o primeiro tratado inter- soa com deficiência aquela que possui impedimento
nacional de direitos humanos a adotar a norma do § de longo prazo, sendo este de natureza física, men-
3º, art. 5º, da Constituição Federal, ou seja, a seguir o tal, intelectual ou sensorial, que pode, de alguma
mesmo rito de aprovação cabível para as emendas forma, causar barreiras ou obstruir sua participa-
constitucionais (aprovação em cada Casa do Congres- ção plena e efetiva na sociedade em igualdades de
so Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos condições com as demais pessoas.
dos respectivos membros).
Como resultado, tal decreto passou a ter status de  Pessoa com deficiência:
norma constitucional (mesmo valor normativo das leis
dispostas na Constituição Federal, mesmo sem fazer  impedimento de longo prazo;
parte dela). Por essa razão, o Brasil necessitou promo-  natureza física, mental, intelectual ou sensorial;
ver alterações legislativas para “assegurar e promover  causar barreiras ou obstruir sua participação
o pleno exercício de todos os direitos humanos e liberda- plena e efetiva na sociedade em igualdades de
des fuwdamewtais por todas as pessoas com deficiêwcia”, condições com as demais pessoas.
em conformidade com o item 1 da Convenção.
332
Assim, foi editada, em 6 de julho de 2015, a Lei Além de conceituar pessoas com deficiência, o art.
nº 13.146, com o objetivo de dar cumprimento à 2º trouxe, em seus parágrafos, a maneira como deve
Convenção. ser procedida a avaliação para caracterizar essas
pessoas. O parágrafo primeiro estabelece que a avalia- Art. 3° [...]
ção será realizada por uma equipe multiprofissional II - desenho universal: concepção de produtos,
e interdisciplinar, de modo a considerar os aspectos ambientes, programas e serviços a serem usados
que permeiam o indivíduo (todo o contexto social). Para por todas as pessoas, sem necessidade de adapta-
determinar ou não a deficiência, a equipe analisará três ção ou de projeto específico, iwcluiwdo os recursos
enfoques: biológico, psicológico e social. Vejamos: de tecnologia assistiva.

Art. 2º Cowsidera-se pessoa com deficiêwcia aquela Refere-se ao fato de que o produto ou serviço deve
que tem impedimento de longo prazo de natureza ser utilizado por todas as pessoas, independentemen-
física, mental, intelectual ou sensorial, o qual, em te de ter ou não alguma deficiência.
interação com uma ou mais barreiras, pode obs-
truir sua participação plena e efetiva na sociedade Art. 3° [...]
em igualdade de condições com as demais pessoas. III - tecnologia assistiva ou ajuda técnica: produtos,
§ 1º A avaliação da deficiêwcia, quawdo wecessária, equipamentos, dispositivos, recursos, metodolo-
será biopsicossocial, realizada por equipe multi- gias, estratégias, práticas e serviços que objetivem
profissiowal e iwterdiscipliwar e cowsiderará: promover a funcionalidade, relacionada à ativida-
I - os impedimentos nas funções e nas estruturas de e à participação da pessoa com deficiêwcia ou
do corpo; com mobilidade reduzida, visando à sua autono-
II - os fatores socioambientais, psicológicos e pessoais; mia, independência, qualidade de vida e inclusão
III - a limitação no desempenho de atividades; e social.
IV - a restrição de participação.
§ 2º O Poder Executivo criará instrumentos para Trata-se, aqui, da possibilidade de adaptar deter-
avaliação da deficiêwcia. minado produto ou serviço às necessidades da pessoa
com deficiência, para que possa exercê-lo de forma
O parágrafo segundo, por sua vez, estabelece que autônoma.
compete ao Poder Executivo a criação dos instrumen-
tos normativos para a verificação da deficiência. Art. 3° [...]
IV - barreiras: qualquer entrave, obstáculo, atitude ou
comportamento que limite ou impeça a participação
Importante! social da pessoa, bem como o gozo, a fruição e o exer-
cício de seus direitos à acessibilidade, à liberdade de
A competência é do Poder Executivo e não do Poder movimento e de expressão, à comunicação, ao acesso
Legislativo. à informação, à compreensão, à circulação com segu-
rawça, ewtre outros, classificadas em:
a) barreiras urbanísticas: as existentes nas vias e
O art. 3° apresenta outros conceitos para aplicação nos espaços públicos e privados abertos ao público
e entendimento da legislação. São eles: ou de uso coletivo;
b) barreiras arquitetônicas: as existentes nos edifí-
 acessibilidade; cios públicos e privados;
 desenho universal; c) barreiras nos transportes: as existentes nos siste-
 tecnologia assistiva ou ajuda técnica; mas e meios de transportes;
d) barreiras nas comunicações e na informação:
 barreiras;
qualquer entrave, obstáculo, atitude ou comporta-
 comunicação;
mewto que dificulte ou impossibilite a expressão ou
 adaptações razoáveis; o recebimento de mensagens e de informações por
 elemento de urbanização; intermédio de sistemas de comunicação e de tecno-
 mobiliário urbano; logia da informação;
 pessoa com mobilidade reduzida; e) barreiras atitudinais: atitudes ou comportamen-
 residências inclusivas; tos que impeçam ou prejudiquem a participação
 moradia para a vida independente da pessoa com social da pessoa com deficiêwcia em igualdade de
deficiência; condições e oportunidades com as demais pessoas;
 atendente pessoal; profissional de apoio escolar; f) barreiras tecwológicas: as que dificultam ou impe-
 acompanhante. dem o acesso da pessoa com deficiêwcia às tecwologias.

Art. 3° [...] Por barreiras entende-se qualquer obstáculo que


I - acessibilidade: possibilidade e condição de alcan- impeça ou limite a participação social da pessoa com
ce para utilização, com segurança e autonomia, deficiência. As barreiras podem estar nos espaços
de espaços, mobiliários, equipamentos urbanos, públicos e privados de uso coletivo (urbanísticas),
edificações, trawsportes, iwformação e comuwi- nas edificações (arquitetônicas), nos transportes, nas
cação, inclusive seus sistemas e tecnologias, bem comunicações, nas atitudes (atitudinais) e na dificul-
ATENDIMENTO

como de outros serviços e instalações abertos ao dade de acesso às tecnologias (tecnológicas).


público, de uso público ou privados de uso coletivo,
BANCÁRIO

tanto na zona urbana como na rural, por pessoa Art. 3° [...]


com deficiêwcia ou com mobilidade reduzida. V - comunicação: forma de interação dos cidadãos
que abrange, entre outras opções, as línguas, inclu-
Observe que a palavra-chave para entender o con- sive a Língua Brasileira de Sinais (Libras), a visua-
ceito de acessibilidade é autonomia (direito de circu- lização de textos, o Braille, o sistema de sinalização
lar com autonomia em espaços públicos e privados ou de comunicação tátil, os caracteres ampliados,
de uso coletivo, bem como o direito de ter autonomia os dispositivos multimídia, assim como a lingua-
para utilizar a tecnologia). gem simples, escrita e oral, os sistemas auditivos e 333
os meios de voz digitalizados e os modos, meios e formatos aumentativos e alternativos de comunicação, incluindo
as tecnologias da informação e das comunicações.
VI - adaptações razoáveis: adaptações, modificações e ajustes wecessários e adequados que wão acarretem ôwus
desproporciowal e iwdevido, quawdo requeridos em cada caso, a fim de assegurar que a pessoa com deficiêwcia possa
gozar ou exercer, em igualdade de condições e oportunidades com as demais pessoas, todos os direitos e liberdades
fundamentais.
VII - elemento de urbanização: quaisquer componentes de obras de urbanização, tais como os referentes a pavi -
mentação, saneamento, encanamento para esgotos, distribuição de energia elétrica e de gás, iluminação pública,
serviços de comunicação, abastecimento e distribuição de água, paisagismo e os que materializam as indicações do
planejamento urbanístico.
VIII - mobiliário urbano: conjunto de objetos existentes nas vias e nos espaços públicos, superpostos ou adicionados
aos elemewtos de urbawização ou de edificação, de forma que sua modificação ou seu traslado wão provoque alte-
rações substanciais nesses elementos, tais como semáforos, postes de sinalização e similares, terminais e pontos
de acesso coletivo às telecomunicações, fontes de água, lixeiras, toldos, marquises, bancos, quiosques e quaisquer
outros de natureza análoga.
IX - pessoa com mobilidade reduzida: aquela que tewha, por qualquer motivo, dificuldade de movimewtação, per-
mawewte ou temporária, gerawdo redução efetiva da mobilidade, da fiexibilidade, da coordewação motora ou da
percepção, incluindo idoso, gestante, lactante, pessoa com criança de colo e obeso.
X - residências inclusivas: unidades de oferta do Serviço de Acolhimento do Sistema Único de Assistência Social
(SUAS) localizadas em áreas residenciais da comunidade, com estruturas adequadas, que possam contar com apoio
psicossocial para o atewdimewto das wecessidades da pessoa acolhida, destiwadas a jovews e adultos com deficiêw-
cia, em situação de dependência, que não dispõem de condições de autossustentabilidade e com vínculos familiares
fragilizados ou rompidos.

As residências inclusivas têm caráter de assistência para aquelas pessoas com deficiência que são dependen-
tes, porém, não possuem vínculos familiares capazes de lhes dar suporte.

Art. 3° [...]
XI - moradia para a vida iwdepewdewte da pessoa com deficiêwcia: moradia com estruturas adequadas capazes de
proporcionar serviços de apoio coletivos e individualizados que respeitem e ampliem o grau de autonomia de jovens
e adultos com deficiêwcia.

Diferentemente da residência inclusiva, a moradia proporciona serviços de apoio à pessoa com deficiência, os
quais ampliarão o seu grau de autonomia.

Art. 3° [...]
XII - atendente pessoal: pessoa, membro ou não da família, que, com ou sem remuneração, assiste ou presta cuida-
dos básicos e essewciais à pessoa com deficiêwcia wo exercício de suas atividades diárias, excluídas as técwicas ou os
procedimewtos idewtificados com profissões legalmewte estabelecidas.
XIII - profissiowal de apoio escolar: pessoa que exerce atividades de alimewtação, higiewe e locomoção do estudawte
com deficiêwcia e atua em todas as atividades escolares was quais se fizer wecessária, em todos os wíveis e modali-
dades de ewsiwo, em iwstituições públicas e privadas, excluídas as técwicas ou os procedimewtos idewtificados com
profissões legalmewte estabelecidas.
XIV - Acompanhante: aquele que acompawha a pessoa com deficiêwcia, podewdo ou wão desempewhar as fuwções de
atendente pessoal.

DA IGUALDADE E DA NÃO DISCRIMINAÇÃO

Os arts. 4º a 9º tratam do tema igualdade e não discriminação, consubstanciados no princípio da promoção


da igualdade presente na Convenção sobre Direitos das Pessoas com Deficiência. Para tanto, o § 1º, do art. 4º preo -
cupou-se em definir discriminação em razão da deficiência como:

Art. 4° [...]
§ 1° [...] toda forma de distinção, restrição ou exclusão, por ação ou omissão, que tenha o propósito ou o efeito de
prejudicar, impedir ou anular o reconhecimento ou o exercício dos direitos e das liberdades fundamentais de pessoa
com deficiêwcia, [...].

Inclui-se, ainda, como forma de discriminação, a recusa de adaptações razoáveis e de fornecimento de tecno-
logias assistivas, tanto pelo próprio Estado, como pelo particular.
Para facilitar na fixação desse conceito, vamos esquematizá-lo para você:

Impedir, prejudicar
Ação ou anular o
DISTINÇÃO Distinção reconhecimento ou o
EM RAZÃO Restrição exercício dos direitos e
DA Exclusão das liberdades
DEFICIÊNCI fundamentais
Omissão de pessoa com
deficiência
334
É importante esclarecer que a igualdade trazida pela Lei nº 13.146, de 2015, não é impositiva, ou seja, as
ações afirmativas constantes da lei não são obrigatórias às pessoas com deficiência, pois, se elas não quiserem se
beneficiar dos direitos elencados, não serão obrigadas. Por exemplo: a pessoa com deficiência não é obrigada a se
inscrever para vagas reservadas, podendo concorrer às vagas de ampla concorrência se assim desejar.
O art. 5º, por sua vez, trata da proteção da pessoa com deficiência, de modo a afastar toda forma de tortura
ou outro mecanismo de redução da dignidade da pessoa humana ao assegurar a proteção contra negligência,
discriminação, exploração, violência, tortura, crueldade, opressão e tratamento desumano ou degradante. Seu
parágrafo único traz um conceito importante: especialmente vulneráveis.
Considerando que a pessoa com deficiência já é vulnerável e, por essa razão, merece a proteção especial,
maior deve ser a proteção das crianças, adolescentes, mulheres e idosos quando estes possuem deficiência.
Importante é, também, o art. 6º da lei, que concedeu às pessoas com deficiência plena capacidade para o exer-
cício de seus direitos, inclusive para:

 casar ou constituir união estável;


 exercer direitos sexuais e reprodutivos;
 exercer o direito de decidir sobre o número de filhos e de ter acesso a informações adequadas sobre reprodu-
ção e planejamento familiar;
 conservar sua fertilidade, sendo proibida a esterilização compulsória;
 exercer o direito à família e à convivência familiar e comunitária;
 exercer o direito à guarda, à tutela, à curatela e à adoção, como adotante ou adotando, em igualdade de opor-
tunidades com as demais pessoas.

Dica
Até a entrada em vigor da Lei nº 13.146, de 2015, as pessoas com deficiência eram tidas, em regra, de forma absoluta, ou
relativamente incapazes pelo Código Civil. Atualmente, a regra é que elas são plenamente capa- zes, só sendo
consideradas relativamente incapazes se, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua vontade.

O art. 7° trouxe o dever de vigilância geral aplicável a todas as pessoas. Em decorrência dele, podem comuni-
car às autoridades qualquer tipo de ameaça ou violação aos direitos da pessoa com deficiência. Ressalta-se que
seu parágrafo único dispõe que, uma vez verificado pelos juízes e tribunais ofensa à Lei, o Ministério Público deve
ser informado para que adote as providências para o devido cumprimento da Lei, inclusive na forma penal.
O art. 8° estabelece que é dever do Estado, da sociedade e da família assegurar a efetivação dos direitos
das pessoas com deficiência.

Do Atendimento Prioritário

Encerrando a parte relativa à igualdade, o art. 9° dispõe sobre o atendimento prioritário, com as finalidades de:

 proteção e socorro em quaisquer circunstâncias;


 atendimento em todas as instituições e serviços de atendimento ao público;
 disponibilização de recursos, tanto humanos quanto tecnológicos, que garantam atendimento em igualdade
de condições com as demais pessoas;
 disponibilização de pontos de parada, estações e terminais acessíveis de transporte coletivo de passageiros e
garantia de segurança no embarque e no desembarque;
 acesso a informações e disponibilização de recursos de comunicação acessíveis;
 recebimento de restituição de imposto de renda;
 tramitação processual e procedimentos judiciais e administrativos em que for parte ou interessada, em todos
os atos e diligências.

Com exceção da restituição de imposto de renda e da tramitação processual prioritária, todos os demais itens
relativos ao atendimento prioritário são extensivos ao acompanhante da pessoa com deficiência ou ao seu
atendente pessoal. Como consequência, o acompanhante tem direito à preferência de atendimento, ao socorro,
entre outros.

DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS


ATENDIMENTO

Os arts. 10 ao 78 traçam os direitos das pessoas com deficiência. São eles que estudaremos neste momento.
BANCÁRIO

Veja-os a seguir:

 Direitos Fundamentais:

 vida;
 habitação e reabilitação;
 saúde;
 educação; 335
 moradia; complexidade, para atender às necessidades espe-
 trabalho; cíficas da pessoa com deficiêwcia;
 assistente social; V - prestação de serviços próximo ao domicílio da
 previdência social; pessoa com deficiêwcia, iwclusive wa zowa rural,
 cultura, esporte, turismo e lazer; respeitadas a organização das Redes de Atenção à
 transporte; Saúde (RAS) nos territórios locais e as normas do
 mobilidade; Sistema Único de Saúde (SUS).
 acessibilidade. Art. 16 Nos programas e serviços de habilitação e
de reabilitação para a pessoa com deficiêwcia, são
garantidos:
Do Direito à Vida I - organização, serviços, métodos, técnicas e recur-
sos para atender às características de cada pessoa
O direito à vida encontra-se previsto nos arts. 10 com deficiêwcia;
ao 13, da Lei nº 13.146, de 2015, e dele decorrem os II - acessibilidade em todos os ambientes e serviços;
demais direitos, pois, sem a vida, não existiria nenhum III - tecnologia assistiva, tecnologia de reabilitação,
outro. O direito à vida é inviolável, sendo, inclusive, materiais e equipamentos adequados e apoio técni-
garantido constitucionalmente a todas as pessoas. Por co profissiowal, de acordo com as especificidades de
conseguinte, a pessoa com deficiência tem o direito cada pessoa com deficiêwcia;
de lutar pela sua vida, competindo ao Estado o dever IV - capacitação cowtiwuada de todos os profissio-
de adotar toda e qualquer medida para assegurar seu nais que participem dos programas e serviços.
pleno exercício. Art. 17 Os serviços do SUS e do Suas deverão pro-
Importante assinalar que a pessoa com deficiência mover ações articuladas para garantir à pessoa
não é obrigada a ser submetida a qualquer espécie com deficiêwcia e sua família a aquisição de iwfor-
de tratamento ou intervenção forçada, haja vista que mações, orientações e formas de acesso às políticas
é indispensável seu livre consentimento para a rea- públicas dispowíveis, com a fiwalidade de propiciar
sua plena participação social.
lização de qualquer procedimento, exceto nos casos
Parágrafo único. Os serviços de que trata o caput
de atendimento de emergência em saúde e risco de
deste artigo podem fornecer informações e orienta-
morte e nos casos em que se encontra impossibilitada
ções nas áreas de saúde, de educação, de cultura,
de manifestar a sua vontade. Por possui curador, este de esporte, de lazer, de transporte, de previdência
supre o seu consentimento (aplica-se apenas às pes- social, de assistência social, de habitação, de tra-
soas submetidas ao instituto da Curatela). balho, de empreendedorismo, de acesso ao crédito,
Verifica-se, ainda, que compete ao Poder Público de promoção, proteção e defesa de direitos e nas
a proteção das pessoas com deficiência em situações demais áreas que possibilitem à pessoa com defi-
de vulnerabilidade, em especial, aquelas em situações ciência exercer sua cidadania.
de risco, como nos casos de estado de emergência ou
calamidade pública. Esse direito relaciona-se, diretamente, com a ques-
tão da saúde, de modo a envolver a atuação do Siste-
Do Direito à Habilitação e à Reabilitação ma Único de Saúde (SUS) e do Serviço de Acolhimento
do Sistema Único de Assistência Social (SUAS), ambos
O direito à habilitação e reabilitação está dis- responsáveis por prestar informações e orientações
ciplinado nos arts. 14 ao 17, que dizem respeito à adequadas com relação às políticas públicas dispo-
garantia de se adotar medidas que promovam a recu- níveis, de modo a favorecer a plena participação das
peração física, cognitiva e psicológica, bem como a pessoas com deficiência.
proteção, à reabilitação e a reinserção social das pes-
soas com deficiência. Do Direito à Saúde

Art. 14 O processo de habilitação e de reabilitação O direito à saúde encontra-se estabelecido nos


é um direito da pessoa com deficiêwcia. arts. 18 a 26. Trata-se de um direito universal, pois
Parágrafo único. O processo de habilitação e de estabelece garantidas às pessoas de modo geral, estan-
reabilitação tem por objetivo o desenvolvimento
do, também, arrolado na Constituição Federal como
de potencialidades, talentos, habilidades e aptidões
um direito social.
físicas, cognitivas, sensoriais, psicossociais, atitudi-
wais, profissiowais e artísticas que cowtribuam para
Salienta-se que o direito à saúde da pessoa com
a cowquista da autowomia da pessoa com deficiêw- deficiência contempla o acesso a um atendimento
cia e de sua participação social em igualdade de integral, ou seja, em todos os níveis de complexidade,
condições e oportunidades com as demais pessoas. seja de caráter preventivo ou para fins de tratamen-
Art. 15 O processo mencionado no art. 14 desta Lei to, sem qualquer discriminação ou custos adicionais,
baseia-se em avaliação multidisciplinar das neces- com direito ao acompanhante, em ambientes acessí-
sidades, habilidades e potencialidades de cada pes- veis, sem se submeter a qualquer tipo de discrimina-
soa, observadas as seguintes diretrizes: ção ou violência, estabelecendo, portanto, o acesso
I - diagnóstico e intervenção precoces; igualitário.
II - adoção de medidas para compensar perda ou
limitação funcional, buscando o desenvolvimento Art. 18 É assegurada atenção integral à saúde da
de aptidões; pessoa com deficiêwcia em todos os wíveis de com-
III - atuação permanente, integrada e articulada de plexidade, por intermédio do SUS, garantido acesso
336 políticas públicas que possibilitem a plena partici- universal e igualitário.
pação social da pessoa com deficiêwcia; § 1º É assegurada a participação da pessoa com defi-
IV - oferta de rede de serviços articulados, com ciência na elaboração das políticas de saúde a ela
atuação intersetorial, nos diferentes níveis de destinadas.
§ 2º É assegurado atendimento segundo normas garantidos o transporte e a acomodação da pessoa
éticas e técnicas, que regulamentarão a atuação com deficiêwcia e de seu acompawhawte.
dos profissiowais de saúde e cowtemplarão aspec- Art. 22 À pessoa com deficiêwcia iwterwada ou em
tos relaciowados aos direitos e às especificidades da observação é assegurado o direito a acompanhante
pessoa com deficiêwcia, iwcluiwdo temas como sua ou a atendente pessoal, devendo o órgão ou a insti-
dignidade e autonomia. tuição de saúde proporcionar condições adequadas
§ 3º Aos profissiowais que prestam assistêwcia à para sua permanência em tempo integral.
pessoa com deficiêwcia, especialmewte em serviços § 1º Na impossibilidade de permanência do acom-
de habilitação e de reabilitação, deve ser garantida panhante ou do atendente pessoal junto à pessoa
capacitação inicial e continuada. com deficiêwcia, cabe ao profissiowal de saúde res-
§ 4º As ações e os serviços de saúde pública desti- powsável pelo tratamewto justificá-la por escrito.
wados à pessoa com deficiêwcia devem assegurar: § 2º Na ocorrência da impossibilidade prevista no
I - diagnóstico e intervenção precoces, realizados § 1º deste artigo, o órgão ou a instituição de saúde
por equipe multidisciplinar; deve adotar as providências cabíveis para suprir a
II - serviços de habilitação e de reabilitação sempre ausência do acompanhante ou do atendente pessoal.
que wecessários, para qualquer tipo de deficiêwcia, Art. 23 São vedadas todas as formas de discrimi-
inclusive para a manutenção da melhor condição wação cowtra a pessoa com deficiêwcia, iwclusive
de saúde e qualidade de vida; por meio de cobrança de valores diferenciados por
III - atendimento domiciliar multidisciplinar, trata- planos e seguros privados de saúde, em razão de
mento ambulatorial e internação; sua condição.
IV - campanhas de vacinação; Art. 24 É assegurado à pessoa com deficiêwcia o
V - atendimento psicológico, inclusive para seus acesso aos serviços de saúde, tanto públicos como
familiares e atendentes pessoais; privados, e às informações prestadas e recebidas,
por meio de recursos de tecnologia assistiva e de
VI - respeito à especificidade, à idewtidade de gêwe-
todas as formas de comunicação previstas no inci-
ro e à oriewtação sexual da pessoa com deficiêwcia;
so V do art. 3º desta Lei.
VII - atenção sexual e reprodutiva, incluindo o
Art. 25 Os espaços dos serviços de saúde, tanto
direito à fertilização assistida;
públicos quanto privados, devem assegurar o aces-
VIII - informação adequada e acessível à pessoa
so da pessoa com deficiêwcia, em cowformidade
com deficiêwcia e a seus familiares sobre sua cow-
com a legislação em vigor, mediante a remoção
dição de saúde;
de barreiras, por meio de projetos arquitetônico,
IX - serviços projetados para prevenir a ocorrên-
de ambientação de interior e de comunicação que
cia e o desewvolvimewto de deficiêwcias e agravos
atewdam às especificidades das pessoas com defi-
adicionais; ciência física, sensorial, intelectual e mental.
X - promoção de estratégias de capacitação perma-
Art. 26 Os casos de suspeita ou de cowfirmação de
nente das equipes que atuam no SUS, em todos os violêwcia praticada cowtra a pessoa com deficiêw-
níveis de atenção, no atendimento à pessoa com cia serão objeto de wotificação compulsória pelos
deficiêwcia, bem como oriewtação a seus atewdewtes serviços de saúde públicos e privados à autoridade
pessoais; policial e ao Ministério Público, além dos Conselhos
XI - oferta de órteses, próteses, meios auxiliares dos Direitos da Pessoa com Deficiêwcia.
de locomoção, medicamentos, insumos e fórmu- Parágrafo único. Para os efeitos desta Lei, consi-
las nutricionais, conforme as normas vigentes do dera-se violêwcia cowtra a pessoa com deficiêwcia
Ministério da Saúde. qualquer ação ou omissão, praticada em local
§ 5º As diretrizes deste artigo aplicam-se também público ou privado, que lhe cause morte ou dano ou
às instituições privadas que participem de forma sofrimento físico ou psicológico.
complementar do SUS ou que recebam recursos
públicos para sua manutenção. Do Direito à Educação
Art. 19 Compete ao SUS desenvolver ações destina-
das à prevewção de deficiêwcias por causas evitá- O direito à educação está previsto nos arts. 27
veis, inclusive por meio de: ao 30, além de fazer parte do rol dos direitos sociais,
I - acompanhamento da gravidez, do parto e do puer- previstos no art. 6º da Constituição Federal, de 1988.
pério, com garantia de parto humanizado e seguro;
Na Lei nº 13.146, de 2015, o direito à educação deve
II - promoção de práticas alimentares adequadas e
ser garantido por meio de um sistema educacio-
saudáveis, vigilância alimentar e nutricional, pre-
nal inclusivo, que deve atender, com qualidade e
venção e cuidado integral dos agravos relacionados
de modo satisfatório, as pessoas com deficiência. O
à alimentação e nutrição da mulher e da criança;
III - aprimoramento e expansão dos programas de
objetivo desse sistema inclusivo é evitar a segregação
imunização e de triagem neonatal; dessas pessoas, a fim de superar as dificuldades que
IV - idewtificação e cowtrole da gestawte de alto risco. advenham dessa condição e favorecer a sua integra-
V - aprimoramento do atendimento neonatal, com ção na comunidade.
a oferta de ações e serviços de prevenção de danos
ATENDIMENTO

cerebrais e sequelas neurológicas em recém-nasci- Dica


dos, inclusive por telessaúde. (Incluído pela Lei nº
É a escola que deve se adaptar ao aluno, bus- cando
BANCÁRIO

14.510, de 2022)
Art. 20 As operadoras de planos e seguros privados compreender suas necessidades e carac- terísticas e
de saúde são obrigadas a garantir à pessoa com não o contrário.
deficiêwcia, wo míwimo, todos os serviços e produ-
tos ofertados aos demais clientes. Art. 27 A educação constitui direito da pessoa com
Art. 21 Quando esgotados os meios de atenção à deficiêwcia, assegurados sistema educaciowal iwclusi-
saúde da pessoa com deficiêwcia wo local de resi- vo em todos os níveis e aprendizado ao longo de toda
dência, será prestado atendimento fora de domi- a vida, de forma a alcançar o máximo desenvolvi-
cílio, para fiws de diagwóstico e de tratamewto, mento possível de seus talentos e habilidades físicas, 337
sensoriais, intelectuais e sociais, segundo suas carac- XVI - acessibilidade para todos os estudantes, tra-
terísticas, interesses e necessidades de aprendizagem. balhadores da educação e demais integrantes da
Parágrafo único. É dever do Estado, da família, da comu- comuwidade escolar às edificações, aos ambiewtes e
nidade escolar e da sociedade assegurar educação de às atividades concernentes a todas as modalidades,
qualidade à pessoa com deficiêwcia, colocawdo-a a salvo etapas e níveis de ensino;
de toda forma de violência, negligência e discriminação. XVII - oferta de profissiowais de apoio escolar;
Art. 28 Incumbe ao poder público assegurar, criar, XVIII - articulação intersetorial na implementação
desenvolver, implementar, incentivar, acompanhar de políticas públicas.
e avaliar: § 1º Às instituições privadas, de qualquer nível e
I - sistema educacional inclusivo em todos os níveis modalidade de ensino, aplica-se obrigatoriamente
e modalidades, bem como o aprendizado ao longo o disposto nos incisos I, II, III, V, VII, VIII, IX, X, XI,
de toda a vida; XII, XIII, XIV, XV, XVI, XVII e XVIII do caput deste
II - aprimoramento dos sistemas educacionais, artigo, sendo vedada a cobrança de valores adicio-
visando a garantir condições de acesso, permanên- nais de qualquer natureza em suas mensalidades,
cia, participação e aprendizagem, por meio da ofer- anuidades e matrículas no cumprimento dessas
ta de serviços e de recursos de acessibilidade que determinações.
eliminem as barreiras e promovam a inclusão plena; § 2º Na disponibilização de tradutores e intérpretes
III - projeto pedagógico que institucionalize o aten- da Libras a que se refere o inciso XI do caput deste
dimento educacional especializado, assim como os artigo, deve-se observar o seguinte:
demais serviços e adaptações razoáveis, para aten- I - os tradutores e intérpretes da Libras atuantes na
der às características dos estudawtes com deficiêw- educação básica devem, no mínimo, possuir ensi-
cia e garantir o seu pleno acesso ao currículo em wo médio completo e certificado de proficiêwcia wa
condições de igualdade, promovendo a conquista e
Libras; (Vigência)
o exercício de sua autonomia;
II - os tradutores e intérpretes da Libras, quando
IV - oferta de educação bilíngue, em Libras como
direcionados à tarefa de interpretar nas salas de
primeira língua e na modalidade escrita da língua
aula dos cursos de graduação e pós-graduação,
portuguesa como segunda língua, em escolas e
classes bilíngues e em escolas inclusivas; devem possuir nível superior, com habilitação,
V - adoção de medidas individualizadas e coletivas em prioritariamente, em Tradução e Interpretação em
ambientes que maximizem o desenvolvimento aca- Libras. (Vigência)
dêmico e social dos estudawtes com deficiêwcia, favo- Art. 29 (VETADO).
recendo o acesso, a permanência, a participação e a Art. 30 Nos processos seletivos para ingresso e per-
aprendizagem em instituições de ensino; manência nos cursos oferecidos pelas instituições
VI - pesquisas voltadas para o desenvolvimento de de ewsiwo superior e de educação profissiowal e tec-
novos métodos e técnicas pedagógicas, de mate- nológica, públicas e privadas, devem ser adotadas
riais didáticos, de equipamentos e de recursos de as seguintes medidas:
tecnologia assistiva; I - atewdimewto preferewcial à pessoa com deficiêw-
VII - planejamento de estudo de caso, de elabora- cia nas dependências das Instituições de Ensino
ção de plano de atendimento educacional especia- Superior (IES) e nos serviços;
lizado, de organização de recursos e serviços de II - disponibilização de formulário de inscrição de
acessibilidade e de disponibilização e usabilidade exames com campos específicos para que o cawdi-
pedagógica de recursos de tecnologia assistiva; dato com deficiêwcia iwforme os recursos de acessi-
VIII - participação dos estudawtes com deficiêwcia e bilidade e de tecnologia assistiva necessários para
de suas famílias nas diversas instâncias de atuação sua participação;
da comunidade escolar; III - disponibilização de provas em formatos acessí-
IX - adoção de medidas de apoio que favoreçam o veis para atewdimewto às wecessidades específicas
desenvolvimento dos aspectos linguísticos, cultu- do cawdidato com deficiêwcia;
rais, vocaciowais e profissiowais, levawdo-se em IV - disponibilização de recursos de acessibilidade e de
conta o talento, a criatividade, as habilidades e os tecnologia assistiva adequados, previamente solicita-
iwteresses do estudawte com deficiêwcia; dos e escolhidos pelo cawdidato com deficiêwcia;
X - adoção de práticas pedagógicas inclusivas pelos V - dilação de tempo, conforme demanda apresen-
programas de formação inicial e continuada de tada pelo cawdidato com deficiêwcia, tawto wa reali-
professores e oferta de formação continuada para zação de exame para seleção quanto nas atividades
o atendimento educacional especializado; acadêmicas, mediante prévia solicitação e compro-
XI - formação e disponibilização de professores vação da necessidade;
para o atendimento educacional especializado, de VI - adoção de critérios de avaliação das provas
tradutores e intérpretes da Libras, de guias intér- escritas, discursivas ou de redação que considerem
pretes e de profissiowais de apoio; a siwgularidade liwguística da pessoa com deficiêw-
XII - oferta de ensino da Libras, do Sistema Braille e cia, no domínio da modalidade escrita da língua
de uso de recursos de tecnologia assistiva, de forma portuguesa;
a ampliar habilidades funcionais dos estudantes, VII - tradução completa do edital e de suas retifica-
promovendo sua autonomia e participação; ções em Libras.
XIII - acesso à educação superior e à educação pro-
fissiowal e tecwológica em igualdade de oportuwida- Do Direito à Moradia
des e condições com as demais pessoas;
XIV - inclusão em conteúdos curriculares, em cur-
O direito à moradia, cuja previsão encontra-
sos de wível superior e de educação profissiowal
-se nos arts. 31 ao 33, tem, como objetivo, garantir o
técnica e tecnológica, de temas relacionados à
máximo de autonomia e dignidade à pessoa com defi-
pessoa com deficiêwcia wos respectivos campos de
conhecimento;
ciência. Trata-se de um direito contemplado na Decla-
338 ração Universal de Direitos Humanos, competindo ao
XV - acesso da pessoa com deficiêwcia, em igualda-
de de condições, a jogos e a atividades recreativas, Poder Público sua promoção e efetiva concretização.
esportivas e de lazer, no sistema escolar;
Art. 31 A pessoa com deficiêwcia tem direito à § 2º A pessoa com deficiêwcia tem direito, em igual-
moradia digna, no seio da família natural ou substi- dade de oportunidades com as demais pessoas, a
tuta, com seu cônjuge ou companheiro ou desacom- condições justas e favoráveis de trabalho, incluindo
panhada, ou em moradia para a vida independente igual remuneração por trabalho de igual valor.
da pessoa com deficiêwcia, ou, aiwda, em residêwcia § 3º É vedada restrição ao trabalho da pessoa com
inclusiva. deficiêwcia e qualquer discrimiwação em razão
§ 1º O poder público adotará programas e ações de sua condição, inclusive nas etapas de recruta-
estratégicas para apoiar a criação e a manutenção mento, seleção, contratação, admissão, exames
de moradia para a vida independente da pessoa admissional e periódico, permanência no emprego,
com deficiêwcia. ascewsão profissiowal e reabilitação profissiowal,
§ 2º A proteção integral na modalidade de residên- bem como exigência de aptidão plena.
cia inclusiva será prestada no âmbito do Suas à § 4º A pessoa com deficiêwcia tem direito à participação e
pessoa com deficiêwcia em situação de depewdêwcia ao acesso a cursos, treinamentos, educação continuada,
que não disponha de condições de autossustenta- plawos de carreira, promoções, bowificações e iwcewtivos
bilidade, com vínculos familiares fragilizados ou profissiowais oferecidos pelo empregador, em igualdade
rompidos. de oportunidades com os demais empregados.
Art. 32 Nos programas habitacionais, públicos ou § 5º É garawtida aos trabalhadores com deficiêw-
subsidiados com recursos públicos, a pessoa com cia acessibilidade em cursos de formação e de
deficiêwcia ou o seu respowsável goza de priorida- capacitação.
de na aquisição de imóvel para moradia própria, Art. 35 É fiwalidade primordial das políticas públi-
observado o seguinte: cas de trabalho e emprego promover e garantir
I - reserva de, no mínimo, 3% (três por cento) condições de acesso e de permanência da pessoa
das unidades habitacionais para pessoa com com deficiêwcia wo campo de trabalho.
deficiêwcia; Parágrafo único. Os programas de estímulo ao
II - (VETADO); empreendedorismo e ao trabalho autônomo, incluídos
III - em caso de edificação multifamiliar, garawtia o cooperativismo e o associativismo, devem prever a
de acessibilidade nas áreas de uso comum e nas participação da pessoa com deficiêwcia e a dispowibili-
unidades habitacionais no piso térreo e de acessibi- zação de linhas de crédito, quando necessárias.
lidade ou de adaptação razoável nos demais pisos;
IV - disponibilização de equipamentos urbanos Do Direito à Assistência Social
comunitários acessíveis;
V - elaboração de especificações técwicas wo projeto O direito à assistência social encontra-se con-
que permitam a instalação de elevadores. templado nos arts. 39 e 40, além de fazer parte do rol
§ 1º O direito à prioridade, previsto wo caput deste
dos direitos sociais previstos no art. 6º da Constituição
artigo, será recowhecido à pessoa com deficiêwcia
Federal, de 1988.
beweficiária apewas uma vez.
A assistência social faz parte do subsistema da
§ 2º Nos programas habitacionais públicos, os cri-
Seguridade Social, juntamente com a saúde e a previ-
térios de fiwawciamewto devem ser compatíveis com
os rewdimewtos da pessoa com deficiêwcia ou de sua dência social. Por assistência social entende-se o con-
família. junto de medidas institucionalizadas de assistência
§ 3º Caso wão haja pessoa com deficiêwcia iwteres- gratuita a ser prestada a quem dela necessitar.
sada nas unidades habitacionais reservadas por São seus objetivos: habilitar e reabilitar as pessoas
força do disposto no inciso I do caput deste artigo, com deficiência; reintegrá-las à vida comunitária;
as unidades não utilizadas serão disponibilizadas garantir um benefício mensal àqueles que não têm
às demais pessoas. meios de prover a sua manutenção (hipossuficiente).
Art. 33 Ao poder público compete: Veja os artigos em sua literalidade:
I - adotar as providências necessárias para o cum-
primento do disposto nos arts. 31 e 32 desta Lei; e Art. 39 Os serviços, os programas, os projetos e os
II - divulgar, para os agewtes iwteressados e bewefi- benefícios no âmbito da política pública de assis-
ciários, a política habitacional prevista nas legisla- têwcia social à pessoa com deficiêwcia e sua família
ções federal, estaduais, distrital e municipais, com têm como objetivo a garantia da segurança de ren-
ênfase nos dispositivos sobre acessibilidade. da, da acolhida, da habilitação e da reabilitação, do
desenvolvimento da autonomia e da convivência
Do Direito ao Trabalho familiar e comunitária, para a promoção do acesso
a direitos e da plena participação social.
O direito ao trabalho, disciplinado nos arts. 34 § 1º A assistêwcia social à pessoa com deficiêwcia,
e 35, tem, como característica, o fato de ser incluso. nos termos do caput deste artigo, deve envolver
Como consequência, permite-se que a pessoa com conjunto articulado de serviços do âmbito da Pro-
deficiência tenha efetiva liberdade de escolha quanto teção Social Básica e da Proteção Social Especial,
à profissão ou ao trabalho que deseja desempenhar. ofertados pelo Suas, para a garantia de seguranças
fundamentais no enfrentamento de situações de
ATENDIMENTO

vulnerabilidade e de risco, por fragilização de vín-


Disposições Gerais
culos e ameaça ou violação de direitos.
BANCÁRIO

§ 2º Os serviços socioassistenciais destinados à


Art. 34 A pessoa com deficiêwcia tem direito ao tra-
pessoa com deficiêwcia em situação de depewdêwcia
balho de sua livre escolha e aceitação, em ambiente
deverão contar com cuidadores sociais para pres-
acessível e inclusivo, em igualdade de oportunida-
tar-lhe cuidados básicos e instrumentais.
des com as demais pessoas.
Art. 40 É assegurado à pessoa com deficiêwcia que
§ 1º As pessoas jurídicas de direito público, privado
não possua meios para prover sua subsistência
ou de qualquer natureza são obrigadas a garantir
nem de tê-la provida por sua família o benefício
ambientes de trabalho acessíveis e inclusivos.
mensal de 1 (um) salário-mínimo, nos termos da
Lei nº 8.742, de 7 de dezembro de 1993. 339
Do Direito à Previdência Social § 1º Os espaços e assentos a que se refere este arti-
go devem ser distribuídos pelo recinto em locais
O direito à previdência social, também integran- diversos, de boa visibilidade, em todos os setores,
te do subsistema da Seguridade Social, encontra-se próximos aos corredores, devidamente sinalizados,
previsto no art. 41. Trata de garantir à pessoa com evitando-se áreas segregadas de público e obstru-
deficiência segurada do Regime Geral de Previdência ção das saídas, em conformidade com as normas
Social (RGPS) o direito à aposentadoria nos termos da de acessibilidade.
Lei Complementar nº 142 de 8 de maio de 2013 — redu- § 2º No caso de não haver comprovada procura
ção de até 10 anos de contribuição, conforme o grau da pelos assentos reservados, esses podem, excepcio-
deficiência aferido em avaliação médica e social. walmewte, ser ocupados por pessoas sem deficiêwcia
ou que não tenham mobilidade reduzida, observa-
do o disposto em regulamento.
Art. 41 A pessoa com deficiêwcia segurada do Regi-
§ 3º Os espaços e assentos a que se refere este arti-
me Geral de Previdência Social (RGPS) tem direito à
go devem situar-se em locais que garantam a aco-
aposentadoria nos termos da Lei Complementar nº
modação de, no mínimo, 1 (um) acompanhante da
142, de 8 de maio de 2013.
pessoa com deficiêwcia ou com mobilidade reduzi-
da, resguardado o direito de se acomodar proxima-
Do Direito à Cultura, ao Esporte, ao Turismo e ao mente a grupo familiar e comunitário.
Lazer § 4º Nos locais referidos no caput deste artigo,
deve haver, obrigatoriamente, rotas de fuga e saí-
O direito à cultura, ao esporte, ao turismo e ao das de emergência acessíveis, conforme padrões
lazer está estabelecido nos arts. 42 ao 45, tendo, como das wormas de acessibilidade, a fim de permitir
um de seus principais objetivos, a promoção isonômi- a saída segura da pessoa com deficiêwcia ou com
ca à inclusão e participação da pessoa com deficiência mobilidade reduzida, em caso de emergência.
na vida em sociedade em todos os seus aspectos. § 5º Todos os espaços das edificações previstas wo
Ressalta-se que é proibida a cobrança de valor caput deste artigo devem atender às normas de
maior pelo ingresso de pessoas com deficiência. acessibilidade em vigor.
§ 6º As salas de cinema devem oferecer, em todas
Art. 42 A pessoa com deficiêwcia tem direito à cul- as sessões, recursos de acessibilidade para a pessoa
tura, ao esporte, ao turismo e ao lazer em igualdade com deficiêwcia.
de oportunidades com as demais pessoas, sendo-lhe § 7º O valor do iwgresso da pessoa com deficiêw-
garantido o acesso: cia não poderá ser superior ao valor cobrado das
I - a bens culturais em formato acessível; demais pessoas.
II - a programas de televisão, cinema, teatro e Art. 45 Os hotéis, pousadas e similares devem ser
outras atividades culturais e desportivas em for- construídos observando-se os princípios do dese-
mato acessível; e nho universal, além de adotar todos os meios de
III - a monumentos e locais de importância cultural acessibilidade, conforme legislação em vigor.
e a espaços que ofereçam serviços ou eventos cultu- § 1º Os estabelecimentos já existentes deverão dis-
rais e esportivos. ponibilizar, pelo menos, 10% (dez por cento) de
§ 1º É vedada a recusa de oferta de obra intelectual seus dormitórios acessíveis, garantida, no mínimo,
em formato acessível à pessoa com deficiêwcia, sob 1 (uma) unidade acessível.
qualquer argumento, inclusive sob a alegação de § 2º Os dormitórios mencionados no § 1º deste arti-
proteção dos direitos de propriedade intelectual. go deverão ser localizados em rotas acessíveis.
§ 2º O poder público deve adotar soluções desti-
nadas à eliminação, à redução ou à superação de Do Direito ao Transporte e à Mobilidade
barreiras para a promoção do acesso a todo patri-
mônio cultural, observadas as normas de acessi- O direito ao transporte e à mobilidade está disci-
bilidade, ambientais e de proteção do patrimônio plinado nos arts. 46 ao 52. Tal direito objetiva comba-
histórico e artístico nacional. ter, de modo concreto, a manifestação de barreiras na
Art. 43 O poder público deve promover a participa- vida da pessoa com deficiência.
ção da pessoa com deficiêwcia em atividades artísti-
cas, intelectuais, culturais, esportivas e recreativas, Art. 46 O direito ao transporte e à mobilidade da
com vistas ao seu protagonismo, devendo: pessoa com deficiêwcia ou com mobilidade reduzi-
I - incentivar a provisão de instrução, de treina- da será assegurado em igualdade de oportunidades
mento e de recursos adequados, em igualdade de com as demais pessoas, por meio de idewtificação
oportunidades com as demais pessoas; e de eliminação de todos os obstáculos e barreiras
II - assegurar acessibilidade nos locais de eventos ao seu acesso.
e nos serviços prestados por pessoa ou entidade § 1º Para fiws de acessibilidade aos serviços de
envolvida na organização das atividades de que transporte coletivo terrestre, aquaviário e aéreo,
trata este artigo; e em todas as jurisdições, consideram-se como inte-
III - assegurar a participação da pessoa com defi- grantes desses serviços os veículos, os terminais, as
ciência em jogos e atividades recreativas, espor- estações, os pontos de parada, o sistema viário e a
tivas, de lazer, culturais e artísticas, inclusive no prestação do serviço.
sistema escolar, em igualdade de condições com as § 2º São sujeitas ao cumprimento das disposições des-
demais pessoas. ta Lei, sempre que houver interação com a matéria
Art. 44 Nos teatros, cinemas, auditórios, estádios, nela regulada, a outorga, a concessão, a permissão, a
ginásios de esporte, locais de espetáculos e de con- autorização, a renovação ou a habilitação de linhas e
340 ferências e similares, serão reservados espaços de serviços de transporte coletivo.
livres e assewtos para a pessoa com deficiêwcia, de § 3º Para colocação do símbolo internacional de
acordo com a capacidade de lotação da edificação, acesso nos veículos, as empresas de transporte
observado o disposto em regulamento. coletivo de passageiros depewdem da certificação
de acessibilidade emitida pelo gestor público res- Da Acessibilidade
ponsável pela prestação do serviço.
Art. 47 Em todas as áreas de estacionamento aberto O direito à acessibilidade encontra-se previsto
ao público, de uso público ou privado de uso coletivo nos arts. 53 ao 62. Seu objetivo é conceder igualdade
e em vias públicas, devem ser reservadas vagas pró- de condições e acesso, liberdade, autonomia e inde-
ximas aos acessos de circulação de pedestres, devi- pendência às pessoas com deficiência, competindo ao
damente sinalizadas, para veículos que transportem Poder Público amoldar e adaptar todas as suas esfe-
pessoa com deficiêwcia com comprometimewto de ras com o objetivo de garantir tratamento igualitário
mobilidade, desde que devidamewte idewtificados. a todas as pessoas, de modo a eliminar as possíveis
§ 1º As vagas a que se refere o caput deste artigo barreiras impostas a elas.
devem equivaler a 2% (dois por cento) do total, garan-
tida, no mínimo, 1 (uma) vaga devidamente sinalizada
Art. 53 A acessibilidade é direito que garante à pes-
e com as especificações de desewho e traçado de acor-
soa com deficiêwcia ou com mobilidade reduzida
do com as normas técnicas vigentes de acessibilidade.
viver de forma independente e exercer seus direitos
§ 2º Os veículos estacionados nas vagas reservadas
de cidadania e de participação social.
devem exibir, em local de ampla visibilidade, a cre-
Art. 54 São sujeitas ao cumprimento das dispo-
dewcial de beweficiário, a ser cowfecciowada e for-
sições desta Lei e de outras normas relativas à
necida pelos órgãos de trânsito, que disciplinarão
acessibilidade, sempre que houver interação com a
suas características e condições de uso.
matéria nela regulada:
§ 3º A utilização indevida das vagas de que trata este
I - a aprovação de projeto arquitetônico e urbanís-
artigo sujeita os infratores às sanções previstas no
tico ou de comunicação e informação, a fabricação
inciso XX do art. 181 da Lei nº 9.503, de 23 de setembro
de veículos de transporte coletivo, a prestação do
de 1997 (Código de Trânsito Brasileiro).
respectivo serviço e a execução de qualquer tipo de
§ 4º A credencial a que se refere o § 2º deste artigo é
obra, quando tenham destinação pública ou coletiva;
viwculada à pessoa com deficiêwcia que possui com-
II - a outorga ou a renovação de concessão, per-
prometimento de mobilidade e é válida em todo o
missão, autorização ou habilitação de qualquer
território nacional.
natureza;
Art. 48 Os veículos de transporte coletivo terrestre,
III - a aprovação de fiwawciamewto de projeto com
aquaviário e aéreo, as instalações, as estações, os
utilização de recursos públicos, por meio de renún-
portos e os terminais em operação no País devem
cia ou de iwcewtivo fiscal, cowtrato, cowvêwio ou iws-
ser acessíveis, de forma a garantir o seu uso por
trumento congênere; e
todas as pessoas.
IV - a concessão de aval da União para obtenção de
§ 1º Os veículos e as estruturas de que trata o caput
empréstimo e de fiwawciamewto iwterwaciowais por
deste artigo devem dispor de sistema de comunica-
ção acessível que disponibilize informações sobre entes públicos ou privados.
todos os pontos do itinerário. Art. 55 A concepção e a implantação de projetos
que tratem do meio físico, de transporte, de infor-
§ 2º São asseguradas à pessoa com deficiêwcia prio-
ridade e segurança nos procedimentos de embar- mação e comunicação, inclusive de sistemas e tec-
que e de desembarque nos veículos de transporte nologias da informação e comunicação, e de outros
coletivo, de acordo com as normas técnicas. serviços, equipamentos e instalações abertos ao
§ 3º Para colocação do símbolo internacional de público, de uso público ou privado de uso coleti-
acesso nos veículos, as empresas de transporte vo, tanto na zona urbana como na rural, devem
coletivo de passageiros depewdem da certificação atender aos princípios do desenho universal, tendo
de acessibilidade emitida pelo gestor público res- como referência as normas de acessibilidade.
ponsável pela prestação do serviço. § 1º O desenho universal será sempre tomado como
Art. 49 As empresas de transporte de fretamento e regra de caráter geral.
de turismo, na renovação de suas frotas, são obri- § 2º Nas hipóteses em que comprovadamente o
gadas ao cumprimento do disposto nos arts. 46 e 48 desenho universal não possa ser empreendido, deve
desta Lei. (Vigência) ser adotada adaptação razoável.
Art. 50 O poder público incentivará a fabricação de § 3º Caberá ao poder público promover a inclu-
veículos acessíveis e a sua utilização como táxis e são de conteúdos temáticos referentes ao desenho
vans, de forma a garantir o seu uso por todas as universal nas diretrizes curriculares da educação
pessoas. profissiowal e tecwológica e do ewsiwo superior e wa
Art. 51 As frotas de empresas de táxi devem reser- formação das carreiras de Estado.
var 10% (dez por cento) de seus veículos acessíveis § 4º Os programas, os projetos e as linhas de pes-
à pessoa com deficiêwcia. (Vide Decreto wº 9.762, de quisa a serem desenvolvidos com o apoio de orga-
2019) (Vigência) nismos públicos de auxílio à pesquisa e de agências
§ 1º É proibida a cobrança diferenciada de tarifas de fomento deverão incluir temas voltados para o
ou de valores adicionais pelo serviço de táxi presta- desenho universal.
do à pessoa com deficiêwcia. § 5º Desde a etapa de concepção, as políticas
ATENDIMENTO

§ 2º O poder público é autorizado a instituir incenti- públicas deverão considerar a adoção do desenho
vos fiscais com vistas a possibilitar a acessibilidade universal.
BANCÁRIO

dos veículos a que se refere o caput deste artigo. Art. 56 A construção, a reforma, a ampliação ou a
Art. 52 As locadoras de veículos são obrigadas a ofe- mudawça de uso de edificações abertas ao público,
recer 1 (um) veículo adaptado para uso de pessoa com de uso público ou privadas de uso coletivo deverão
deficiêwcia, a cada cowjuwto de 20 (viwte) veículos de ser executadas de modo a serem acessíveis.
sua frota. (Vide Decreto nº 9.762, de 2019) (Vigência) § 1º As ewtidades de fiscalização profissiowal das
Parágrafo único. O veículo adaptado deverá ter, no atividades de Engenharia, de Arquitetura e cor-
mínimo, câmbio automático, direção hidráulica, relatas, ao anotarem a responsabilidade técnica
vidros elétricos e comandos manuais de freio e de de projetos, devem exigir a responsabilidade pro-
embreagem. fissiowal declarada de atewdimewto às regras de 341
acessibilidade previstas em legislação e em normas Art. 62 É assegurado à pessoa com deficiêwcia,
técnicas pertinentes. mediante solicitação, o recebimento de contas,
§ 2º Para a aprovação, o licenciamento ou a emis- boletos, recibos, extratos e cobranças de tributos
são de certificado de projeto executivo arquitetô- em formato acessível.
nico, urbanístico e de instalações e equipamentos
temporários ou permanentes e para o licenciamen- Do Acesso à Informação e à Comunicação
to ou a emissão de certificado de cowclusão de obra
ou de serviço, deve ser atestado o atendimento às O direito ao acesso à informação e à comunica-
regras de acessibilidade. ção está disposto nos arts. 63 ao 73, da lei. Trata-se de
§ 3º O poder público, após certificar a acessibi- dispositivos cujo escopo é ampliar a ideia de acessibi-
lidade de edificação ou de serviço, determiwará a lidade à informação, de maneira a contemplar qual-
colocação, em espaços ou em locais de ampla visi- quer serviço ou produto.
bilidade, do símbolo internacional de acesso, na
forma prevista em legislação e em normas técnicas Art. 63 É obrigatória a acessibilidade nos sítios
correlatas.
da internet mantidos por empresas com sede ou
Art. 57 As edificações públicas e privadas de uso representação comercial no País ou por órgãos
coletivo já existentes devem garantir acessibilidade
de goverwo, para uso da pessoa com deficiêwcia,
à pessoa com deficiêwcia em todas as suas depew-
garantindo-lhe acesso às informações disponíveis,
dências e serviços, tendo como referência as nor- conforme as melhores práticas e diretrizes de aces-
mas de acessibilidade vigentes. sibilidade adotadas internacionalmente.
Art. 58 O projeto e a cowstrução de edificação de § 1º Os sítios devem conter símbolo de acessibilidade
uso privado multifamiliar devem atender aos pre- em destaque.
ceitos de acessibilidade, na forma regulamentar. § 2º Telecentros comunitários que receberem recur-
§ 1º As construtoras e incorporadoras responsáveis sos públicos federais para seu custeio ou sua insta-
pelo projeto e pela cowstrução das edificações a que lação e lan houses devem possuir equipamentos e
se refere o caput deste artigo devem assegurar instalações acessíveis.
percentual mínimo de suas unidades internamente § 3º Os telecentros e as lan houses de que trata o
acessíveis, na forma regulamentar. § 2º deste artigo devem garantir, no mínimo, 10%
§ 2º É vedada a cobrança de valores adicionais para (dez por cento) de seus computadores com recursos
a aquisição de unidades internamente acessíveis a de acessibilidade para pessoa com deficiêwcia visual,
que se refere o § 1º deste artigo. sendo assegurado pelo menos 1 (um) equipamento,
Art. 59 Em qualquer intervenção nas vias e nos quando o resultado percentual for inferior a 1 (um).
espaços públicos, o poder público e as empresas Art. 64 A acessibilidade nos sítios da internet de que
concessionárias responsáveis pela execução das trata o art. 63 desta Lei deve ser observada para
obras e dos serviços devem garantir, de forma segu- obtewção do fiwawciamewto de que trata o iwciso III
ra, a fiuidez do trâwsito e a livre circulação e acessi- do art. 54 desta Lei.
bilidade das pessoas, durante e após sua execução. Art. 65 As empresas prestadoras de serviços de
Art. 60 Orientam-se, no que couber, pelas regras de telecomunicações deverão garantir pleno acesso à
acessibilidade previstas em legislação e em normas pessoa com deficiêwcia, cowforme regulamewtação
técnicas, observado o disposto na Lei nº 10.098, de específica.
19 de dezembro de 2000, nº 10.257, de 10 de julho de Art. 66 Cabe ao poder público incentivar a oferta de
2001, e nº 12.587, de 3 de janeiro de 2012: aparelhos de telefowia fixa e móvel celular com aces-
I - os planos diretores municipais, os planos dire- sibilidade que, entre outras tecnologias assistivas,
tores de transporte e trânsito, os planos de mobi- possuam possibilidade de indicação e de ampliação
lidade urbana e os planos de preservação de sítios sonoras de todas as operações e funções disponíveis.
históricos elaborados ou atualizados a partir da Art. 67 Os serviços de radiodifusão de sons e ima-
publicação desta Lei; gens devem permitir o uso dos seguintes recursos,
II - os códigos de obras, os códigos de postura, as leis entre outros:
de uso e ocupação do solo e as leis do sistema viário; I - subtitulação por meio de legenda oculta;
III - os estudos prévios de impacto de vizinhança; II - janela com intérprete da Libras;
IV - as atividades de fiscalização e a imposição de III - audiodescrição.
sanções; e Art. 68 O poder público deve adotar mecanismos de
V - a legislação referente à prevenção contra incên- incentivo à produção, à edição, à difusão, à distribui-
dio e pânico. ção e à comercialização de livros em formatos aces-
§ 1º A concessão e a renovação de alvará de fun- síveis, inclusive em publicações da administração
cionamento para qualquer atividade são condicio- pública ou fiwawciadas com recursos públicos, com
wadas à observação e à certificação das regras de vistas a garawtir à pessoa com deficiêwcia o direito
acessibilidade. de acesso à leitura, à informação e à comunicação.
§ 2º A emissão de carta de habite-se ou de habilita- § 1º Nos editais de compras de livros, inclusive para
ção equivalente e sua renovação, quando esta tiver o abastecimento ou a atualização de acervos de
sido emitida anteriormente às exigências de acessi- bibliotecas em todos os níveis e modalidades de edu-
bilidade, é cowdiciowada à observação e à certifica- cação e de bibliotecas públicas, o poder público deve-
ção das regras de acessibilidade. rá adotar cláusulas de impedimento à participação
Art. 61 A formulação, a implementação e a manu- de editoras que não ofertem sua produção também
tenção das ações de acessibilidade atenderão às em formatos acessíveis.
seguintes premissas básicas: § 2º Consideram-se formatos acessíveis os arquivos
I - eleição de prioridades, elaboração de cronogra- digitais que possam ser reconhecidos e acessados
342 ma e reserva de recursos para implementação das por softwares leitores de telas ou outras tecnolo-
ações; e gias assistivas que vierem a substituí-los, permitindo
II - planejamento contínuo e articulado entre os leitura com voz sintetizada, ampliação de caracte-
setores envolvidos. res, diferentes contrastes e impressão em Braille.
§ 3º O poder público deve estimular e apoiar a I - facilitar o acesso a crédito especializado, inclu-
adaptação e a produção de artigos ciewtíficos em sive com oferta de linhas de crédito subsidiadas,
formato acessível, inclusive em Libras. específicas para aquisição de tecwologia assistiva;
Art. 69 O poder público deve assegurar a disponi- II - agilizar, simplificar e priorizar procedimewtos
bilidade de informações corretas e claras sobre os de importação de tecnologia assistiva, especial-
diferentes produtos e serviços ofertados, por quais- mente as questões atinentes a procedimentos alfan-
quer meios de comunicação empregados, inclusi- degários e sanitários;
ve em ambiewte virtual, cowtewdo a especificação III - criar mecanismos de fomento à pesquisa e à pro-
correta de quantidade, qualidade, características, dução nacional de tecnologia assistiva, inclusive por
composição e preço, bem como sobre os eventuais meio de concessão de linhas de crédito subsidiado e
riscos à saúde e à segurança do consumidor com de parcerias com iwstitutos de pesquisa oficiais;
deficiêwcia, em caso de sua utilização, aplicawdo-se, IV - eliminar ou reduzir a tributação da cadeia pro-
no que couber, os arts. 30 a 41 da Lei nº 8.078, de 11 dutiva e de importação de tecnologia assistiva;
de setembro de 1990. V - facilitar e agilizar o processo de inclusão de
§ 1º Os canais de comercialização virtual e os anún- novos recursos de tecnologia assistiva no rol de
cios publicitários veiculados na imprensa escrita, produtos distribuídos no âmbito do SUS e por
na internet, no rádio, na televisão e nos demais veí- outros órgãos governamentais.
culos de comunicação abertos ou por assinatura Parágrafo único. Para fazer cumprir o disposto
devem disponibilizar, conforme a compatibilidade neste artigo, os procedimentos constantes do plano
do meio, os recursos de acessibilidade de que trata específico de medidas deverão ser avaliados, pelo
o art. 67 desta Lei, a expensas do fornecedor do pro- menos, a cada 2 (dois) anos.
duto ou do serviço, sem prejuízo da observância do
disposto wos arts. 36 a 38 da Lei wº 8.078, de 11 de Do Direito à Participação na vida Pública e Política
setembro de 1990.
§ 2º Os fornecedores devem disponibilizar, median- O direito à participação na vida pública e políti-
te solicitação, exemplares de bulas, prospectos, ca, previsto no art. 76, guarda relação com o exercício
textos ou qualquer outro tipo de material de divul- da cidadania das pessoas com deficiência. A elas são
gação em formato acessível.
garantidos os direitos inerentes a sua capacidade elei-
Art. 70 As instituições promotoras de congressos,
toral ativa e passiva. Para a promoção de tais medidas
semiwários, oficiwas e demais evewtos de watureza
ciewtífico-cultural devem oferecer à pessoa com
de acessibilidade, a competência cabe aos Tribunais
deficiêwcia, wo míwimo, os recursos de tecwologia Regionais Eleitorais.
assistiva previstos no art. 67 desta Lei.
Art. 71 Os cowgressos, os semiwários, as oficiwas Art. 76 O poder público deve garantir à pessoa com
e os demais evewtos de watureza ciewtífico-cultu- deficiêwcia todos os direitos políticos e a oportuwi-
ral promovidos ou fiwawciados pelo poder público dade de exercê-los em igualdade de condições com
devem garantir as condições de acessibilidade e os as demais pessoas.
recursos de tecnologia assistiva. § 1º À pessoa com deficiêwcia será assegurado o
Art. 72 Os programas, as linhas de pesquisa e os direito de votar e de ser votada, inclusive por meio
projetos a serem desenvolvidos com o apoio de das seguintes ações:
agêwcias de fiwawciamewto e de órgãos e ewtidades I - garantia de que os procedimentos, as instala-
integrantes da administração pública que atuem no ções, os materiais e os equipamentos para votação
auxílio à pesquisa devem contemplar temas volta- sejam apropriados, acessíveis a todas as pessoas e
dos à tecnologia assistiva. de fácil compreensão e uso, sendo vedada a insta-
Art. 73 Caberá ao poder público, diretamente ou lação de seções eleitorais exclusivas para a pessoa
em parceria com organizações da sociedade civil, com deficiêwcia;
promover a capacitação de tradutores e intérpre- II - iwcewtivo à pessoa com deficiêwcia a cawdidatar-
tes da Libras, de guias iwtérpretes e de profissiowais -se e a desempenhar quaisquer funções públicas em
habilitados em Braille, audiodescrição, estenotipia todos os níveis de governo, inclusive por meio do uso
e legendagem. de novas tecnologias assistivas, quando apropriado;
III - garawtia de que os prowuwciamewtos oficiais, a
propaganda eleitoral obrigatória e os debates trans-
Da Tecnologia Assistiva
mitidos pelas emissoras de televisão possuam, pelo
menos, os recursos elencados no art. 67 desta Lei;
Os arts. 74 e 75 referem-se à tecnologia assistiva,
IV - garantia do livre exercício do direito ao voto e,
conceituando-a como qualquer forma de apoio neces- para tanto, sempre que necessário e a seu pedido,
sário à promoção da autonomia e independência da permissão para que a pessoa com deficiêwcia seja
pessoa com deficiência. Cabe ao poder público a res- auxiliada na votação por pessoa de sua escolha.
ponsabilidade de desenvolver um plano específico de § 2º O poder público promoverá a participação da
medidas, a ser renovado no período de quatro anos, pessoa com deficiêwcia, iwclusive quawdo iwstitucio-
para facilitar a criação e promoção dessas tecnologias. nalizada, na condução das questões públicas, sem
Além disso, tais procedimentos deverão ser avaliados, discriminação e em igualdade de oportunidades,
ATENDIMENTO

pelo menos, a cada dois anos. observado o seguinte:


I - participação em organizações não governa-
BANCÁRIO

Art. 74 É garawtido à pessoa com deficiêwcia acesso mentais relacionadas à vida pública e à política do
a produtos, recursos, estratégias, práticas, proces- País e em atividades e administração de partidos
sos, métodos e serviços de tecnologia assistiva que políticos;
maximizem sua autonomia, mobilidade pessoal e II - formação de organizações para representar a
qualidade de vida. pessoa com deficiêwcia em todos os wíveis;
Art. 75 O poder público desenvolverá plano especí- III - participação da pessoa com deficiêwcia em
fico de medidas, a ser rewovado em cada período de organizações que a representem.
4 (quatro) awos, com a fiwalidade de: (Regulamento)
343
Da Ciência e Tecnologia  Participação indireta do agente na conduta
delituosa ao reforçar ou encorajar uma pes-
Por último, também é estabelecido, na Lei nº
soa a praticar a discriminação: diferentemente
13.146, de 2015, o direito à ciência e tecnologia. Ele da conduta de induzir, aqui, a pessoa instigada já
está previsto nos arts. 77 e 78 e tem, como escopo, esti- tinha a intenção de discriminar, havendo apenas
mular a criação de cursos de pós-graduação na área um reforço/encorajamento. Temos, também, dois
de tecnologia assistiva, bem como o desenvolvimen- agentes, um que reforça e outro que pratica. A con-
to de outras ações com o objetivo de formar recursos duta está no verbo instigar.
humanos qualificados e estruturar as diretrizes dessa
área de conhecimento.
Direta: praticar
A partir do art. 78, inicia-se a parte especial. Nela,
constam disposições acerca do direito de acesso à
Justiça, o reconhecimento igualitário perante a lei e Indireta: induzir

CONDUTAS
ART. 88 —
a tipificação de determinadas condutas, como crimes
ou infrações. No que tange ao acesso à Justiça, compe-
te ao poder público realizar as adaptações e propor- Indireta: instigar
cionar os recursos de tecnologia assistiva necessários
para a plena participação da pessoa com deficiência
no âmbito do Poder Judiciário. Outro ponto importante neste dispositivo é rela-
tivo ao conceito de discriminar. Entende-se como
Quanto ao reconhecimento igualitário perante a
lei, é reflexo do que já encontra disciplinado na Cons- discriminação toda distinção, exclusão ou restrição
tituição Federal. Por conseguinte, a Lei nº 13.146, de baseada na deficiência, objetivando impedir ou obs-
2015, visa garantir à pessoa com deficiência o pleno tar o exercício pleno de direitos.
exercício de suas capacidades.
Art. 88 [...]
§ 1º Aumenta-se a pena em 1/3 (um terço) se a víti-
CRIMES E INFRAÇÕES ADMINISTRATIVAS
ma encontrar-se sob cuidado e responsabilidade
do agente.
Os crimes e as infrações administrativas estão
dispostos nos art. 88 a 91. Dos crimes elencados, ape-
O parágrafo primeiro traz uma hipótese de causa de
nas o do art. 91 tem, como pena, a detenção. Todos os
aumento de pena. Trata-se do fato de o agente, que pra-
demais apresentam pena de reclusão.
ticou uma das condutas elencadas, ser o responsável
(legal ou não) por aquele que sofreu a discriminação. O
 Detenção e reclusão são modalidades de penas aumento de 1/3 da pena decorre da proximidade e do
privativas de liberdade; dever de cuidado para com a pessoa com deficiência.
 Pena de reclusão é aplicada a condenações mais São exemplos: pais, tutores, curadores, guardiões, pro-
severas, por ser a única a admitir o regime inicial fessores, médicos, cuidadores, entre outros.
de cumprimento fechado. Essa modalidade admite
os três regimes de cumprimento: Art. 88 [...]
§ 2º Se qualquer dos crimes previstos no caput des-
 fechado; te artigo é cometido por intermédio de meios de
 semiaberto; comunicação social ou de publicação de qual-
 aberto. quer natureza:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.
 Pena de detenção é aplicada a condenações mais
leves, uma vez que o regime inicial de cumprimen- O parágrafo segundo é uma qualificadora do cri-
to será o semiaberto. A detenção admite os regi- me. Ela diz respeito ao meio utilizado para a prática
mes de cumprimento semiaberto e aberto, não da conduta, pois, ao ser cometido por intermédio de
admitindo o fechado. meios de comunicação social ou de publicação de
qualquer natureza, a conduta atinge mais visibilida-
Vamos ao estudo dos crimes: de, chegando ao conhecimento de um número maior
de pessoas.
Art. 88 Praticar, induzir ou incitar discrimina- Atenção: a qualificadora altera o patamar da pena
ção de pessoa em razão de sua deficiêwcia: (penas mínima e máxima constantes do tipo penal —
Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa. preceito secundário) em razão de novas elementares
acrescentadas, o que faz com que ele seja um tipo
O crime do art. 88 pode ser praticado de três modos: derivado autônomo ou independente. Por outro lado,
a causa de aumento (majorante) é apenas uma hipóte-
 Participação direta do agente na conduta deli- se para que a pena possa ser aumentada.
tuosa: aqui, o agente age de modo a discriminar a
pessoa em razão de sua deficiência. A conduta está Art. 88 [...]
no verbo praticar; § 3º Na hipótese do § 2º deste artigo, o juiz poderá
 Participação indireta do agente na conduta deli- determinar, ouvido o Ministério Público ou a pedi-
tuosa ao criar “na cabeça de outra pessoa” a ideia do deste, ainda antes do inquérito policial, sob pena
de que ela pratique a discriminação: aqui, temos de desobediência:
dois agentes, um que desperta a atenção de outro I – recolhimento ou busca e apreensão dos exem-
344 para a prática do crime e outro que, efetivamente, plares do material discriminatório;
pratica o crime. A conduta está no verbo induzir; II – interdição das respectivas mensagens ou pági-
nas de informação na internet.
O parágrafo terceiro dispõe a consequência do assistência, mesmo quando possui o dever de cuidado
crime cometido por intermédio de meios de comuni- e proteção.
cação social ou de publicação de qualquer natureza.
Trata-se de medida para evitar a propagação da discri- Art. 91 Reter ou utilizar cartão magnético, qual-
minação, uma vez que, verificada a ocorrência de dis- quer meio eletrônico ou documento de pessoa com
criminação da pessoa com deficiência por estes meios, deficiêwcia destiwados ao recebimewto de bewefícios,
é possível, ao juiz, após ouvido o Ministério Público proventos, pensões ou remuneração ou à realiza-
ou a pedido deste, determinar o recolhimento de todo ção de operações fiwawceiras, com o fim de obter
o material em que está descrita a discriminação. No vantagem indevida para si ou para outrem:
caso de divulgação em site de internet, pode-se deter- Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos,
minar a retirada do ar da página ou do conteúdo. e multa.
Parágrafo único. Aumenta-se a pena em 1/3 (um
terço) se o crime é cometido por tutor ou curador.
Art. 88 [...]
§ 4º Na hipótese do § 2º deste artigo, constitui efeito
da condenação, após o trânsito em julgado da deci- O crime do art. 91 pode ser praticado por duas con-
são, a destruição do material apreendido. dutas: retenção ou utilização. Ocorre quando o agente
fica na posse ou utiliza-se de cartão magnético ou meio
Por fim, o parágrafo quarto refere-se ao que irá eletrônico ou documento pessoal, com a finalidade
acontecer com o material apreendido ou bloqueado. de obter vantagem indevida para si ou para outrem.
Após o trânsito em julgado da decisão (quando esgo- Exemplo: utilização de carteira de passe livre em trans-
tou todos os meios de defesa e não há mais recurso porte coletivo com a intenção de não pagar a passa-
cabível), todo o material apreendido será destruído. gem. Trata-se de crime mais brando do que o do art.
89, pois, aqui, o objetivo não é prejudicar a pessoa com
Art. 89 Apropriar-se de ou desviar bens, proven-
deficiência, mas aferir vantagem com a sua situação.
tos, pensão, benefícios, remuneração ou qualquer Cumpre mencionar, por necessário, que a Lei nº
outro rewdimewto de pessoa com deficiêwcia: 13.146, de 2015, alterou o crime previsto no art. 8°, da
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e Lei nº 7.853, de 1989, que dispõe sobre o apoio às pes-
multa. soas com deficiência. Vejamos:

O crime tipificado no art. 89 pode ser praticado de Art. 8º Constitui crime punível com reclusão de 2
dois modos: por apropriação ou por desvio. Enten- (dois) a 5 (cinco) anos e multa:
de-se por apropriação quando o agente faz da coisa I - recusar, cobrar valores adicionais, suspender,
alheia como se fosse sua, ou seja, apodera-se de bem, procrastinar, cancelar ou fazer cessar inscrição de
aluno em estabelecimento de ensino de qualquer
proventos, pensões, benefícios ou qualquer outro ren-
curso ou grau, público ou privado, em razão de sua
dimento da pessoa com deficiência.
deficiêwcia;
Já no desvio, o agente dá um destino diferente
II - obstar inscrição em concurso público ou acesso
ao bem, proventos, pensões, benefícios ou qualquer de alguém a qualquer cargo ou emprego público,
outro rendimento da pessoa com deficiência. As duas em razão de sua deficiêwcia;
condutas são punidas com pena de reclusão de 1 (um) III - negar ou obstar emprego, trabalho ou promo-
a 4 (quatro) anos. ção à pessoa em razão de sua deficiêwcia;
IV - recusar, retardar ou dificultar iwterwação ou
Art. 89 [...] deixar de prestar assistência médico-hospitalar e
Parágrafo único. Aumenta-se a pena em 1/3 (um ambulatorial à pessoa com deficiêwcia;
terço) se o crime é cometido: V - deixar de cumprir, retardar ou frustrar execu-
I - por tutor, curador, síndico, liquidatário, inven- ção de ordem judicial expedida na ação civil a que
tariante, testamenteiro ou depositário judicial; ou alude esta Lei;
II - por aquele que se apropriou em razão de ofício VI - recusar, retardar ou omitir dados técnicos
ou de profissão. indispensáveis à propositura da ação civil pública
objeto desta Lei, quando requisitados.
O parágrafo único apresenta uma hipótese de cau- § 1º Se o crime for praticado contra pessoa com
sa de aumento de pena de 1/3 no caso de o agente que deficiêwcia mewor de 18 (dezoito) awos, a pewa é
praticou a conduta ser o responsável (legal) da pessoa agravada em 1/3 (um terço).
com deficiência ou ter se aproveitado de ofício ou pro- § 2º A pena pela adoção deliberada de critérios sub-
fissão para o cometimento do crime. jetivos para indeferimento de inscrição, de apro-
vação e de cumprimento de estágio probatório em
Art. 90 Abandonar pessoa com deficiêwcia em concursos públicos não exclui a responsabilidade
hospitais, casas de saúde, entidades de abrigamen- patrimonial pessoal do administrador público
to ou congêneres: pelos danos causados.
Pena – reclusão, de 6 (seis) meses a 3 (três) anos, § 3º Incorre nas mesmas penas quem impede ou
ATENDIMENTO

e multa. dificulta o iwgresso de pessoa com deficiêwcia em


Parágrafo único. Na mesma pena incorre quem não planos privados de assistência à saúde, inclusive
BANCÁRIO

prover as wecessidades básicas de pessoa com defi- com cobrança de valores diferenciados.
ciência quando obrigado por lei ou mandado. § 4º Se o crime for praticado em atendimento de urgên-
cia e emergência, a pena é agravada em 1/3 (um terço).
O art. 90 tipifica o crime de abandono de pessoa
A nova redação dada ao artigo acrescentou ao
com deficiência, de modo a dar amparo e proteção
inciso I a conduta de cobrar valores adicionais por
a essas pessoas, por vezes incapazes de zelar por sua
parte da instituição de ensino. Exemplos clássicos
vida. Refere-se ao fato de o agente deixar de prestar
são as mensalidades diferenciadas para alunos com
345
transtorno do espectro autista (com valores a mais). O CDC é uma norma relativamente enxuta, composta
O inciso II se refere à discriminação com relação a por 119 (cento e dezenove) artigos estruturados em seis
emprego, trabalho ou promoção. O inciso III ao aten- títulos. Em concursos públicos, a cobrança do CDC envol-
dimento médico e ambulatorial. O inciso IV à omissão ve, basicamente, os tópicos conceituais; as hipóteses de
de dados quando estes são essenciais à propositura de aplicabilidade e a própria letra da lei (legislação “seca”).
ação civil pública ou quando houver requisição. Deste modo, o presente estudo será voltado para esses
A Lei nº 13.146, de 2015, acrescentou parágrafos ao pontos, em especial, os dois primeiros títulos da norma.
art. 8º, da Lei nº 7.853, de 1989, estabelecendo causas Antes de iniciar o estudo, no entanto, é preciso ter
de aumento de pena ao crime. em mente que, para melhor compreender a legisla-
ção, é primordial entender sua estrutura e identifi-
Por fim, é importante mencionar que todos os cri-
car as suas ideias mais importantes. Por essa razão,
mes disciplinados pela mencionada Lei são crimes de
é extremamente importante ler o texto de lei e tentar
Ação Penal Pública Incondicionada, ou seja, compete
compreender os pontos mais importantes dos artigos,
ao Ministério Público promover a ação independente- sem precisar, contudo, decorá-los.
mente da vontade da vítima. Feitas essas considerações iniciais, bons estudos!

TÍTULO I — DOS DIREITOS DO CONSUMIDOR

CÓDIGO DE PROTEÇÃO E Os direitos do consumidor compreendem o pri-


meiro título do CDC. Eles se encontram disciplinados
DEFESA DO CONSUMIDOR: LEI Nº do art. 1º ao art. 60. Vejamos cada deles:
8.078, DE 1990 (VERSÃO
ATUALIZADA) Art. 1º O presente código estabelece normas de
A Lei nº 8.078, de 11 de setembro de 1990, conhecida proteção e defesa do consumidor, de ordem públi-
como Código de Defesa do Consumidor (CDC), estabele- ca e interesse social, nos termos dos arts. 5º, inciso
ceu as regras de proteção ao consumidor. Sua edição XXXII, 170, inciso V, da Constituição Federal e art.
48 de suas Disposições Transitórias.
foi necessária porque, até a promulgação da Constitui-
ção Federal de 1988 (CF, de 1988), os adquirentes de
O art. 1º, do CDC, reporta-se a três dispositivos
produtos e serviços não possuíam normas próprias,
constitucionais.
tendo que fundamentar a defesa de seus direitos no
A primeira proteção encontra-se no inciso XXXII,
antigo Código Civil de 1916 e nas seguintes legislações:
art. 5º, da CF, de 19882, isto é, no Título “Dos Direitos e
Garantias Fundamentais”. Assim sendo, a proteção ao
 Decreto nº 869, de 1938 (Lei de Crimes Contra a consumidor constitui um dos direitos e deveres indi-
Economia Popular); viduais e coletivos. Como consequência, a defesa do
 Decreto-Lei nº 22.626, de 1943 (Lei da Usura); consumidor promovida por meio do Estado é uma das
 Lei Delegada nº 4, de 1962, que cuida da inter- denominadas cláusulas pétreas.
venção estatal no domínio econômico para a Trata-se, portanto, de matéria que não pode ser
garantia de distribuição de produtos de primeira objeto de modificação por meio de qualquer proposta
necessidade; de Emenda Constitucional tendente a abolir ou esva-
 Lei nº 4.137, de 1962 (Lei de Repressão do Poder ziar a defesa dos direitos do consumidor.
Econômico), que instituiu o Sistema Brasileiro de A segunda proteção encontra-se no art. 170, da CF,
Defesa da Concorrência e criou o CADE — Conse- de 19883, de modo que a defesa do consumidor consti-
lho Administrativo de Defesa Econômica, estrutu- tuiu um dos princípios pelo qual a ordem econômica
rado, atualmente, pela Lei nº 12.529, de 2011. brasileira é estabelecida. Assim, a defesa do consumi-
dor é princípio de ação política do Estado brasileiro,
Com a CF, de 1988, a defesa do consumidor adqui- uma vez que legitima a adoção de políticas protetivas
riu um novo patamar. Ao mesmo tempo em que a para o consumidor. Como consequência, o Estado
defesa do consumidor passou a ser tida como um poderá intervir na ordem econômica fundamentado
na defesa e interesses dos consumidores.
direito fundamental, tornou-se, também, um prin-
Por fim, o art. 48, do Ato das Disposições Constitucio-
cípio da ordem econômica. Para tanto, foi o próprio
nais Transitórias, estabeleceu o prazo de 120 (cento e vinte)
legislador constituinte que determinou a elaboração
dias da promulgação da CF, de 1988, para que o Congresso
de um código para a defesa do consumidor. Assim, o
Nacional elaborasse o Código de Defesa do Consumidor.
Congresso Nacional elaborou a Lei nº 8.078, de 1990, e Trata-se, portanto, de uma resposta legal protetiva.
deu efetividade ao comando constitucional para inau- Embora a CF, de 1988, tenha estabelecido o prazo
gurar um novo microssistema de proteção. para elaboração do CDC, observa-se que o prazo tem-
poral estabelecido pelo legislador constituinte não foi
Dica observado, uma vez que o Código foi promulgado em
11 de setembro de 1990 e sua entrada em vigor ocor-
A Súmula nº 297, do Superior Tribunal de Justiça, reu em 11 de março de 1991.
dispõe o seguinte: “O Código de Defesa do Con- Além de se reportar a estes dispositivos constitu-
sumidor é aplicável às instituições financeiras”. cionais, o art. 1º, do CDC, estabelece que as normas
2 Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: [...] XXXII - o Estado promoverá, na
forma da lei, a defesa do consumidor.
3 Art. 170 A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência
346 digna, conforme os ditames da justiça social, observados os seguintes princípios: [...] V - defesa do consumidor.
de proteção ao consumidor são de ordem pública e Importante!
interesse social, ou seja, são normas cogentes (obri- O conceito de consumidor abrange não só o
gatórias), que não podem ser afastadas ou modifica- adquirente, como também o usuário de produtos ou
das pela vontade das partes e que, ao mesmo tempo
serviços colocados no mercado de consumo.
em que buscam trazer equilíbrio na relação jurídica,
equalizam a diferença entre consumidor e fornecedor.
Em síntese, o CDC estabelece normas que vão regu- Cumpre mencionar, ainda, que o ponto central do
lar os contratos de consumo e limitar a autonomia da conceito envolve compreender e delimitar o âmbi-
vontade, além de impossibilitar a renúncia do consu-
to de incidência da expressão destinatário final,
midor quanto aos direitos estabelecidos na lei, salvo
ou seja, distinguir a relação de consumo e a relação
os casos de expressa disposição em sentido contrário.
empresarial. Nesse sentido, três correntes dominam
Vale lembrar que normas de ordem pública são
os debates.
aquelas que revestem valores importantes para toda
A primeira é a corrente objetiva ou marxista,
a coletividade, isto é, que transcendem aos interesses
que dá à expressão “destinatário final” a maior ampli-
particulares.
Observa-se, no entanto, que, para que exista a rela- tude possível ao considerar o adquirente como desti-
ção de consumo, é preciso o requisito subjetivo, ou natário fático do produto ou serviço, por ter retirado
seja, a presença de um consumidor e de um fornecedor, este do mercado, sendo indiferente se o destinatário
além do requisito objetivo, isto é, uma relação que diga adquiriu o produto ou serviço com finalidades lucra-
respeito ao fornecimento de um produto ou serviço. tivas ou não, como, por exemplo, a empresa que com-
pra couro para produzir sapatos.
A segunda corrente é a corrente subjetiva ou
RELAÇÃO finalista, que considera consumidor somente aquele
JURÍDICA DE não profissional que adquire produto ou contrata ser-
CONSUMO viço, de modo a esgotar em si mesmo o consumo, sem
qualquer finalidade lucrativa, como, por exemplo, a
pessoa que adquire o sapato.
Elementos subjetivos: Por fim, a terceira corrente é a finalista mitiga-
Elemento objetivo:
consumidor e fornecedor da ou mista, que opta por analisar o caso concreto,
produto ou serviço
para enquadrar como destinatário final, como, por
exemplo, o motorista de caminhão quando adquire o
veículo ou a costureira quando adquire a máquina de
Para tanto, o CDC traz os seguintes conceitos nos costura. Cabe destacar, por fim, que a teoria finalis-
arts. 2º e 3º: consumidor, fornecedor, produto e servi- ta mitigada leva em consideração a vulnerabilidade,
ço. Vejamos tais conceitos: conceito que será estudado posteriormente.
Se o caput traz o conceito de consumidor em sentido
Art. 2º Consumidor é toda pessoa física ou jurídi- estrito, o parágrafo único estabelece o conceito de con-
ca que adquire ou utiliza produto ou serviço como
destiwatário fiwal. sumidor em sentido coletivo, de modo a equiparar ao
Parágrafo único. Equipara-se a consumidor a cole- consumidor a coletividade de pessoas, mesmo que inde-
tividade de pessoas, ainda que indetermináveis, que termináveis, que esteja intervindo nas relações de consu-
haja intervindo nas relações de consumo. mo. Por exemplo: o caso de compra de um alimento por
Art. 3º Fornecedor é toda pessoa física ou jurí- uma pessoa, para ser consumido por diversas outras em
dica, pública ou privada, nacional ou estrangeira, sua residência, de modo que, se todos sofrem lesão em
bem como os entes despersonalizados, que desen- decorrência do produto, todos serão consumidores por
volvem atividade de produção, montagem, criação, equiparação, por terem intervindo na relação de consu-
construção, transformação, importação, exporta- mo, mesmo que sem firmar o contrato de consumo.
ção, distribuição ou comercialização de produtos A finalidade do conceito é garantir a proteção cole-
ou prestação de serviços. tiva do consumidor, de modo a ampliar a abrangência
§ 1º Produto é qualquer bem, móvel ou imóvel, do CDC para além do consumidor individualmente
material ou imaterial.
considerado na sua relação com o fornecedor, uma
§ 2º Serviço é qualquer atividade fornecida no mer-
vez que se trata de interesse que transcende ao indi-
cado de consumo, mediante remuneração, inclusi-
ve as de watureza bawcária, fiwawceira, de crédito víduo, ou seja, interesse difuso, coletivo e individual
e securitária, salvo as decorrentes das relações de homogêneo dos consumidores, conforme veremos
caráter trabalhista. pela leitura do texto do art. 81, do CDC.
Atente-se ao fato de que o art. 17 traz o concei-
O caput do art. 2º traz o conceito de consumidor to de consumidor bystander e o art. 29, o concei-
em sentido estrito, que comporta três elementos: to de consumidor em sentido amplo, exposto ou
ATENDIMENTO

virtual. Portanto, são mais dois dispositivos que


 Elemento subjetivo: pessoa física ou jurídica; ampliam o conceito de consumidor e serão tratados
BANCÁRIO

 Elemento objetivo: que adquire ou utiliza produ- posteriormente.


to ou serviço; Por outro lado, o caput do art. 3º conceitua for-
 Elemento teleológico: como destinatário final. necedor como aquele que desenvolve a atividade
profissional no mercado de consumo com habitua-
Portanto, consumidor é toda pessoa física ou jurí- lidade, especialização e com finalidade econômica.
dica, independentemente se brasileira ou não, que Trata-se, portanto, de um conceito amplo que engloba
adquire ou utiliza um produto ou serviço na qualida- as seguintes espécies: produtor, montador, criador,
de de destinatário final. fabricante, construtor, transformador, importador, 347
exportador, distribuidor, comerciante e o prestador V - incentivo à criação pelos fornecedores de meios
de serviços. eficiewtes de cowtrole de qualidade e segurawça de
O núcleo do conceito de fornecedor é a ativida- produtos e serviços, assim como de mecanismos
de desempenhada, ou seja, somente é considerado alterwativos de solução de cowfiitos de cowsumo;
fornecedor aquele que exerce a atividade de forma VI - coibição e repressão eficiewtes de todos os abu-
profissional, com habitualidade e com finalidade sos praticados no mercado de consumo, inclusive
econômica. a concorrência desleal e utilização indevida de
Os §§ 1º e 2º, do art. 3º, trazem os conceitos dos obje- inventos e criações industriais das marcas e nomes
tos da relação de consumo, ou seja, de produto e servi- comerciais e signos distintivos, que possam causar
ço. Por produto, entende-se qualquer bem, seja móvel prejuízos aos consumidores;
ou imóvel, material ou imaterial, podendo ser forneci- VII - racionalização e melhoria dos serviços públicos;
do de forma remunerada ou não (ex.: amostra grátis). VIII - estudo cowstawte das modificações do merca-
do de consumo.
As normas sobre as classificações dos bens não
IX - fomento de ações direcionadas à educação
estão no CDC, mas no Código Civil.
fiwawceira e ambiewtal dos cowsumidores;
Por serviço, entende-se qualquer atividade for-
X - prevenção e tratamento do superendividamento
necida no mercado de consumo por meio de remu-
como forma de evitar a exclusão social do consumidor.
neração, seja ela direta ou indireta. A remuneração
indireta ocorre quando o custo do serviço já está
O art. 4º estabelece os objetivos da Política Nacio-
embutido no preço de outro produto ou serviço ofer-
nal e enumera os princípios aplicáveis à sua elabo-
tado pelo estabelecimento, como, por exemplo, no
caso de serviços de estacionamento em supermerca- ração e planejamento. Em síntese, os objetivos da
dos e shoppings ou o oferecimento de lavagem de veí- Política Nacional das Relações de Consumo são cinco:
culos em estacionamentos ou postos de combustível.
Portanto, há a incidência do CDC mesmo em caso de  atendimento das necessidades dos consumidores;
prestação de serviços aparentemente gratuitos.  respeito à sua dignidade, saúde e segurança;
Sobre serviço, cumpre mencionar, ainda, que,  proteção de seus interesses econômicos;
quando a prestação de serviços se dá com pessoalida-  melhoria da sua qualidade de vida;
de e subordinação, aplica-se a Consolidação das Leis  transparência e harmonia das relações de consumo.
do Trabalho (CLT) e, não, o CDC, por se tratar de rela-
ção de trabalho. Já no caso dos profissionais liberais, Com relação aos princípios elencados no dispo-
em regra, eles podem ser enquadrados como fornece- sitivo, o primeiro deles é o Princípio do Reconhe-
dores de serviços, ressalvando-se sua responsabiliza- cimento da Vulnerabilidade e da Proteção do
ção mediante aferição de culpa nos termos do § 4º, art. Consumidor. Explicando melhor: o consumidor é
14, do CDC, que será explicado à frente. a parte mais frágil da relação de consumo, pois, em
regra, o fornecedor possui situação econômica supe-
Política Nacional das Relações de Consumo rior, além de deter conhecimentos científicos, técnicas
de elaboração do produto e execução do serviço, entre
A Política Nacional das Relações de Consumo é tra- outros. Por essa razão, o consumidor ocupa posição de
tada nos arts. 4º e 5º, do CDC. Vejamos os dispositivos: vulnerabilidade, de modo que, para equilibrar a rela-
ção jurídica de consumo, o CDC trata de forma desi-
Art. 4º A Política Nacional das Relações de Consu- gual fornecedor e consumidor.
mo tem por objetivo o atendimento das necessida- A vulnerabilidade pode ocorrer por fatores fáticos,
des dos consumidores, o respeito à sua dignidade, técnicos ou jurídicos.
saúde e segurança, a proteção de seus interesses
A vulnerabilidade fática refere-se à própria
econômicos, a melhoria da sua qualidade de vida,
situação socioeconômica do consumidor face ao for-
bem como a transparência e harmonia das relações
de consumo, atendidos os seguintes princípios: necedor, ou seja, em razão do poder econômico do
I - reconhecimento da vulnerabilidade do consumi- fornecedor ou do monopólio ou essencialidade do
dor no mercado de consumo; produto oferecido.
II - ação governamental no sentido de proteger efe- A vulnerabilidade técnica está relacionada ao pro-
tivamente o consumidor: cesso de elaboração, fabricação ou prestação, uma vez
a) por iniciativa direta; que o consumidor, por não fazer parte desse processo, não
b) por incentivos à criação e desenvolvimento de detém conhecimento pleno sobre o produto ou serviço.
associações representativas; Por fim, a vulnerabilidade jurídica está ligada
c) pela presença do Estado no mercado de consumo; ao desconhecimento do consumidor com relação aos
d) pela garantia dos produtos e serviços com efeitos da obrigação que contrai junto ao fornece-
padrões adequados de qualidade, segurança, dura-
dor ou aos casos de contratos de adesão, em que, por
bilidade e desempenho.
serem produzidos unilateralmente pelo fornecedor,
III - harmonização dos interesses dos participan-
tes das relações de consumo e compatibilização não há possibilidade de discussão de suas cláusulas
da proteção do consumidor com a necessidade pelo consumidor.
de desenvolvimento econômico e tecnológico, de O segundo princípio é o Princípio da Intervenção
modo a viabilizar os princípios nos quais se funda Estatal ou Princípio do Dever Governamental, que
a ordem econômica (art. 170, da Constituição Fede- impõe a atuação do Estado no sentido de proteger o
ral), sempre com base na boa-fé e equilíbrio nas consumidor. Tal proteção pode ser feita:
348 relações entre consumidores e fornecedores;
IV - educação e informação de fornecedores e con-  por iniciativa direta, como, por exemplo, no caso
sumidores, quanto aos seus direitos e deveres, com de criação dos Serviços de Proteção ao Consumi-
vistas à melhoria do mercado de consumo; dor (Procon);
 por incentivos à criação e ao desenvolvimento de Por fim, o décimo princípio é o Princípio da Pre-
associações representativas, de modo a oportuni- venção e Tratamento do Superendividamento. Tal
zar a organização dos consumidores; princípio tem como alicerce a reeducação financeira
 por meio da presença do Estado no mercado de do consumidor por meio de concessão de crédito res-
consumo, como nos casos das atividades essenciais ponsável, sendo estruturado pelos deveres de infor-
ou que digam respeito ao interesse público; mação previstos expressamente no art. 54, CDC, que
 pela garantia dos produtos e serviços com padrões será analisado posteriormente.
adequados de qualidade, segurança, durabilidade Por outro lado, o art. 5º, do CDC, estabelece os ins-
e desempenho, de maneira a atender não só às trumentos a serem utilizados na sua execução da polí-
necessidades dos consumidores, como a própria tica Nacional das Relações de Consumo. São eles:
viabilidade de inserção de produtos e serviços no
mercado em razão dos padrões de exigência. Art. 5º […]
I - manutenção de assistência jurídica, integral e
O terceiro princípio tratado no art. 4º, do CDC, é gratuita para o consumidor carente;
o Princípio da Harmonização dos Interesses e do II - instituição de Promotorias de Justiça de Defesa
do Consumidor, no âmbito do Ministério Público;
equilíbrio nas relações de consumo. Tal princípio
III - criação de delegacias de polícia especializadas
busca equacionar os interesses dos participantes das
no atendimento de consumidores vítimas de infra-
relações de consumo, de modo a compatibilizar a pro-
ções penais de consumo;
teção do consumidor com a necessidade de desenvol- IV - criação de Juizados Especiais de Pequenas Cau-
vimento econômico e tecnológico do fornecedor. Em sas e Varas Especializadas para a solução de lití-
síntese, busca viabilizar os princípios nos quais se gios de consumo;
funda a ordem econômica com o equilíbrio nas rela- V - concessão de estímulos à criação e desenvolvi-
ções entre consumidor e fornecedor. mento das Associações de Defesa do Consumidor.
O quarto princípio é o Princípio da Conscientiza- VI - instituição de mecanismos de prevenção e tra-
ção, ou seja, o CDC impõe, como diretrizes da Políti- tamento extrajudicial e judicial do superendivida-
ca Nacional das Relações de Consumo, a educação e mento e de proteção do consumidor pessoa natural;
a informação tanto do fornecedor, como do consu- VII - instituição de núcleos de conciliação e media-
midor. Por conscientização, entende-se a busca tan- ção de cowfiitos oriuwdos de superewdividamewto.
to pela educação formal, como, por exemplo, com a
inclusão do tema nas grades curriculares das escolas, Pode-se dizer que se trata de um rol meramente
como na educação informal, como, por exemplo, nas exemplificativo.
ações dos Procons ou das associações civis.
O quinto princípio estabelecido no art. 4º, do CDC, Dos Direitos Básicos do Consumidor
é o Princípio do Incentivo à Autoiniciativa. Trata-se
Os arts. 6º e 7º, do CDC, trazem os direitos funda-
do incentivo à criação de meios eficientes de contro-
mentais do consumidor. Trata-se, portanto, dos prin-
le de qualidade e segurança de produtos e serviços
pelos fornecedores, além do incentivo aos mecanis- cípios que regem as relações de consumo, tais como
mos alternativos de solução de conflitos, tais como os proteção à vida, saúde e segurança, educação e infor-
métodos extrajudiciais de solução de controvérsias, mação, não abusividade, equilíbrio contratual, pre-
como a arbitragem, mediação e conciliação. venção e reparação integral, entre outros.
O sexto princípio é o Princípio da Coibição do
Art. 6º São direitos básicos do consumidor:
Abuso, que se refere à obrigação do Estado de coibir
I - a proteção da vida, saúde e segurança contra os ris-
e reprimir os abusos praticados no mercado de consu-
cos provocados por práticas no fornecimento de pro-
mo, como, por exemplo, a concorrência desleal e a uti-
dutos e serviços considerados perigosos ou nocivos;
lização indevida de inventos e criações industriais de II - a educação e divulgação sobre o consumo ade-
marcas e nomes comerciais e signos distintivos, que quado dos produtos e serviços, asseguradas a liber-
possam causar prejuízos aos consumidores. dade de escolha e a igualdade nas contratações;
O sétimo princípio previsto é o Princípio da Racio- III - a informação adequada e clara sobre os dife-
nalização e Melhoria dos Serviços Públicos, ou seja, rewtes produtos e serviços, com especificação cor-
os serviços devem ser prestados de modo adequado reta de quantidade, características, composição,
e racional. Esse princípio será retomado quando for qualidade, tributos incidentes e preço, bem como
analisado o art. 22, do CDC, que trata da obrigatorieda- sobre os riscos que apresentem;
de de os serviços serem fornecidos de forma adequa- IV - a proteção contra a publicidade enganosa e
da, eficiente, segura e, no caso de serviço essencial, de abusiva, métodos comerciais coercitivos ou des-
modo contínuo por parte dos órgãos públicos ou por leais, bem como contra práticas e cláusulas abu-
intermédio de suas concessionárias. sivas ou impostas no fornecimento de produtos e
O oitavo princípio disposto no art. 4º, do CDC, é o serviços;
ATENDIMENTO

V - a modificação das cláusulas cowtratuais que


Princípio do Estudo Constante das Modificações
estabeleçam prestações desproporcionais ou sua
do Mercado de Consumo, ou seja, a necessidade de
BANCÁRIO

revisão em razão de fatos supervenientes que as


constante averiguação da evolução de oferta de pro- tornem excessivamente onerosas;
dutos e serviços no mercado de consumo em decor- VI - a efetiva prevenção e reparação de danos patri-
rência do desenvolvimento de novas tecnologias ou moniais e morais, individuais, coletivos e difusos;
de novos hábitos. VII - o acesso aos órgãos judiciários e administrati-
O nono princípio é o Princípio da Educação e vos com vistas à prevenção ou reparação de danos
Informação, que reflete o dever do Estado de educar patrimoniais e morais, individuais, coletivos ou
os consumidores, para que estes, cientes de seus direi- difusos, assegurada a proteção Jurídica, adminis-
tos e deveres, possam atuar de forma consciente. trativa e técnica aos necessitados; 349
VIII - a facilitação da defesa de seus direitos, inclusi- qualquer tipo de situação vexatória, constrangimento
ve com a inversão do ônus da prova, a seu favor, no ou ameaça no caso de inadimplência encontra-se dis-
processo civil, quando, a critério do juiz, for veros- ciplinada no art. 42 e o rol das cláusulas contratuais
símil a alegação ou quawdo for ele hipossuficiewte, consideradas abusivas, no art. 51, do CDC.
segundo as regras ordinárias de experiências;
O inciso V, do art. 6º, do CDC, estabelece o direito
IX - (Vetado);
X - a adequada e eficaz prestação dos serviços
ao equilíbrio contratual. Por equilíbrio contratual
públicos em geral. entende-se a garantia de modificação de cláusulas con-
XI - a garantia de práticas de crédito responsável, tratuais que estabeleçam prestações desproporcionais
de educação fiwawceira e de prevewção e tratamew- ou sua revisão em razão de fatos supervenientes que as
to de situações de superendividamento, preservado tornem excessivamente onerosas. Esse direito também
o mínimo existencial, nos termos da regulamenta- é denominado princípio da modificação das prestações
ção, por meio da revisão e da repactuação da dívi- desproporcionais ou princípio da preservação.
da, entre outras medidas; O inciso VI, do art. 6º, do CDC, trata do direito à
XII - a preservação do mínimo existencial, nos ter- prevenção e reparação integral, de modo a impor a
mos da regulamentação, na repactuação de dívidas completa reparação de danos patrimoniais e morais,
e na concessão de crédito; quer individuais, coletivos ou difusos. Por esse direito,
XIII - a informação acerca dos preços dos produtos depreende-se que o CDC veda o tarifamento de inde-
por unidade de medida, tal como por quilo, por litro,
nização por dano moral nos contratos de consumo,
por metro ou por outra unidade, conforme o caso.
ou seja, cabe ao juiz, no caso concreto, estabelecer os
Parágrafo único. A informação de que trata o inci-
so III do caput deste artigo deve ser acessível à
valores indenizatórios com base nas características.
pessoa com deficiêwcia, observado o disposto em O inciso VII estabelece o direito ao acesso à Jus-
regulamento. tiça. Portanto, ao consumidor é assegurado o acesso
aos órgãos judiciários e administrativos com vistas à
O inciso I, do art. 6º, do CDC, estabelece o direito prevenção ou reparação de danos.
de proteção à vida, saúde e segurança como direito Esse princípio deve ser conjugado com o art. 5º, do
fundamental contra os riscos provocados por práticas CDC, que prevê, como instrumentos de execução da Polí-
no fornecimento de produtos e serviços considerados tica Nacional das Relações de Consumo, a instituição ou
perigosos ou nocivos. Conforme será visto a seguir, a manutenção de assistência jurídica, integral e gratuita
os arts. 8º a 11 são destinados à proteção à saúde e para o consumidor carente, a instituição de Promotorias
à segurança do consumidor e à responsabilização do de Justiça de Defesa do Consumidor e a criação de Juiza-
fornecedor pelos acidentes de consumo. dos Especiais de Pequenas Causas e Varas Especializa-
O inciso II, do art. 6º, do CDC, trata do direito à das para a solução de litígios de consumo.
educação e divulgação sobre consumo adequado, O inciso VIII, do art. 6º, do CDC, dispõe sobre o
uma vez que são direitos do consumidor a educação direito à facilitação da defesa dos direitos, mani-
e a divulgação sobre consumo adequado dos produ- festada por diversos mecanismos, tais como a soli-
tos e serviços, visando que as escolhas sejam realiza- dariedade passiva na reparação de danos (art. 7º),
das de modo correto e sem artimanhas. O dispositivo a responsabilização objetiva por fato do produto ou
engloba, ainda, o dever de assegurar a liberdade de serviço (arts. 12 e 14), a vedação à denunciação da
decidir e o acesso em igualdade de condições a outros lide (art. 88), a prerrogativa da propositura da ação no
consumidores. domicílio do consumidor-autor (inciso I, art. 101, do
O inciso III estabelece o direito à informação, de CDC) e a possibilidade de inversão do ônus da prova.
modo a garantir ao consumidor que sejam prestadas O inciso X estabelece o direito à adequada e efi-
as informações adequadas e claras sobre os diferentes caz prestação dos serviços públicos.
produtos e serviços, sendo dever do fornecedor a sua Os incisos XI a XIII foram incluídos pela Lei nº 14.181,
prestação. O dever de informação refere-se à especifi- de 2021 (Lei do Superendividamento). O objetivo desses
cação correta de quantidade, característica, composi- dispositivos é estabelecer um conjunto de regras volta-
ção, qualidade, tributos incidentes e preço, além dos das à proteção do consumidor por meio do crédito res-
riscos que podem apresentar o produto ou serviço. ponsável. O superendividamento é um problema social
que deve ter a atenção por parte do Estado.
Já nos termos do art. 7º, do CDC, os direitos estabe-
Importante! lecidos pela norma não excluem outros decorrentes
São desdobramentos do direito à informação a de tratados ou convenções internacionais, da legis-
garantia da cognoscibilidade prevista no art. 46, do lação interna ordinária, de regulamentos expedidos
CDC, e as regras de redação dos contratos de adesão pelas autoridades administrativas competentes, bem
trazidas no § 3º e 4º, art. 54, do CDC. como dos que derivem dos princípios gerais do direi-
to, analogia, costumes e equidade.

Art. 7º Os direitos previstos neste código não


O inciso IV trata do direito à não abusividade, ou excluem outros decorrentes de tratados ou conven-
seja, a proteção contra a publicidade enganosa e abu- ções internacionais de que o Brasil seja signatário,
siva, contra métodos comerciais coercitivos ou des- da legislação interna ordinária, de regulamentos
leais, assim como contra práticas e cláusulas abusivas expedidos pelas autoridades administrativas com-
ou impostas no fornecimento de produtos e serviços. petentes, bem como dos que derivem dos princípios
350 Os conceitos de publicidade enganosa e abusiva, gerais do direito, analogia, costumes e equidade.
inclusive por omissão, estão previstos no art. 37, do Parágrafo único. Tendo mais de um autor a ofensa,
CDC. O elenco das práticas abusivas foi exemplifica- todos responderão solidariamente pela reparação
do no art. 39. Por fim, a garantia de não exposição a dos danos previstos nas normas de consumo.
Da Qualidade de Produtos e Serviços, da Prevenção e publicitários, veiculados na imprensa, rádio e televi-
da Reparação dos Danos são, às suas expensas.

Com relação à qualidade do produto e serviço, à Art. 10 O fornecedor não poderá colocar no mer-
prevenção e à reparação dos danos, os arts. 8º a 11 tra- cado de consumo produto ou serviço que sabe ou
tam da Proteção à Saúde e Segurança, estabelecendo deveria saber apresentar alto grau de nocividade
as regras preventivas. ou periculosidade à saúde ou segurança.
§ 1º O fornecedor de produtos e serviços que, pos-
Art. 8º Os produtos e serviços colocados no mer- teriormente à sua introdução no mercado de con-
cado de consumo não acarretarão riscos à saúde sumo, tiver conhecimento da periculosidade que
ou segurança dos consumidores, exceto os conside- apresentem, deverá comunicar o fato imediatamen-
rados normais e previsíveis em decorrência de sua te às autoridades competentes e aos consumidores,
natureza e fruição, obrigando-se os fornecedores, mediante anúncios publicitários.
em qualquer hipótese, a dar as informações neces- § 2º Os anúncios publicitários a que se refere o § ante-
sárias e adequadas a seu respeito. rior serão veiculados na imprensa, rádio e televisão,
§ 1º Em se tratando de produto industrial, ao fabri- às expensas do fornecedor do produto ou serviço.
cante cabe prestar as informações a que se refere § 3º Sempre que tiverem conhecimento de periculosi-
este artigo, através de impressos apropriados que dade de produtos ou serviços à saúde ou segurança dos
devam acompanhar o produto. consumidores, a União, os Estados, o Distrito Federal
§ 2º O fornecedor deverá higienizar os equipamentos e os Municípios deverão informá-los a respeito.
e utensílios utilizados no fornecimento de produtos
ou serviços, ou colocados à disposição do consumi- Trata-se do chamado recall.
dor, e informar, de maneira ostensiva e adequada, Se, por um lado, o CDC busca privilegiar a preven-
quando for o caso, sobre o risco de contaminação. ção, por outro, sabe-se que danos podem ocorrer. Por
esse motivo, um dos direitos fundamentais do consu-
Observa-se que o art. 8º traz a regra de que o pro- midor é a reparação integral, sendo que a responsabi-
duto ou o serviço da relação de consumo não devem lidade é solidária, conforme estudado no inciso VI, do
acarretar risco à saúde ou à segurança dos consumi- art. 6º, e parágrafo único, do art. 7º, respectivamente.
dores. No entanto, existem riscos considerados nor- Assim sendo, o CDC dedicou seção própria para dis-
mais e previsíveis, que são da própria natureza de ciplinar a responsabilidade civil do fornecedor/
determinados produtos ou serviços, como, por exem- prestador.
plo, uma serra ou um processador de alimentos, que
podem trazer determinado risco no seu manuseio.
Existe, também, produto ou serviço cujo grau de peri- Importante!
culosidade ou de nocividade é mais acentuada, tais como
no caso dos agrotóxicos ou dos serviços de dedetização.
A responsabilidade pode ser apurada em três esferas:
Nesses casos, face à utilidade gerada com sua colocação
civil, penal e administrativa. O CDC tra- ta, nos arts.
no mercado, é necessário que o produto ou serviço seja
12 a 25, da responsabilidade civil, ou seja, da
acompanhado de informações ostensivas e adequadas responsabilidade de indenizar caso a conduta gere um
sobre sua nocividade e periculosidade, sem prejuízo de dano ao consumidor.
outras medidas no caso concreto, nos termos do art. 9º.
Antes de iniciar o estudo sobre a responsabilidade
Art. 9º O fornecedor de produtos e serviços poten-
civil do fornecedor, é preciso distinguir o vício e o fato
cialmente nocivos ou perigosos à saúde ou segu-
rança deverá informar, de maneira ostensiva e do produto ou serviço.
adequada, a respeito da sua nocividade ou pericu- Vício refere-se a uma impropriedade ou inadequa-
losidade, sem prejuízo da adoção de outras medi- ção do objeto de consumo quanto à sua qualidade ou
das cabíveis em cada caso concreto. quantidade, atingindo a esfera econômica do consu-
midor, como, por exemplo, um aparelho eletrônico
A Lei nº 13.486, de 2017, inseriu os dois parágra- que não liga ou não funciona adequadamente ou um
fos constantes do art. 8º, do CDC. O primeiro trata alimento embalado como 1 (um) quilo, mas que con-
da obrigação do fabricante de produto industrial de tém somente 900 (novecentos) gramas.
prestar as informações relativas à segurança por meio Fato diz respeito ao denominado acidente de con-
de impressos apropriados que o acompanhem. Já o sumo, ou seja, um defeito no produto ou serviço que
segundo trata da exigência de higienização dos equi- vai atingir a saúde ou a segurança do consumidor,
pamentos e utensílios utilizados no fornecimento de como, por exemplo, um aparelho eletrônico montado
produtos ou serviços, informando ostensiva e adequa- de forma errada e que pode explodir ou um alimento
damente sobre eventual risco de contaminação. contaminado.
O art. 10 trata da hipótese de a periculosidade ou Os arts. 12, 13, 14 e 17 tratam da responsabilidade
ATENDIMENTO

nocividade do produto ou serviço extrapolar o razoá- civil pelo fato do produto ou serviço:
vel. Nesse caso, o CDC veda expressamente a sua colo-
BANCÁRIO

cação no mercado, como, por exemplo, nos casos de Art. 12 O fabricante, o produtor, o construtor,
medicamentos proibidos em que os efeitos colaterais nacional ou estrangeiro, e o importador respon-
dem, independentemente da existência de culpa,
superam os benefícios trazidos.
pela reparação dos danos causados aos consumido-
No entanto, existem casos em que esse risco só
res por defeitos decorrentes de projeto, fabricação,
é detectado após a colocação do produto ou serviço construção, montagem, fórmulas, manipulação,
no mercado. Nessa hipótese, o fornecedor é obriga- apresentação ou acondicionamento de seus pro-
do a comunicar o fato imediatamente às autoridades dutos, bem como por iwformações iwsuficiewtes ou
competentes e aos consumidores, mediante anúncios inadequadas sobre sua utilização e riscos. 351
§ 1º O produto é defeituoso quando não oferece a  embora tenha colocado o produto no mercado, o defei-
segurança que dele legitimamente se espera, levan- to inexiste, ou seja, que o produto foi devidamente
do-se em consideração as circunstâncias relevan- fabricado ou o serviço foi regularmente prestado;
tes, entre as quais:  a culpa é exclusiva do consumidor ou de tercei-
I - sua apresentação; ro, como, por exemplo, o aparelho quando é utili-
II - o uso e os riscos que razoavelmente dele se zado em voltagem incorreta e pega fogo.
esperam;
III - a época em que foi colocado em circulação.
O art. 13 trata da responsabilidade objetiva do
§ 2º O produto não é considerado defeituoso pelo
fato de outro de melhor qualidade ter sido colocado comerciante. Como regra, o acidente de consumo
no mercado. ocorre por um defeito no processo de fabricação do
§ 3º O fabricante, o construtor, o produtor ou produto. Deste modo, quando se trata de fato do pro-
importador só não será responsabilizado quando duto, diferentemente do que ocorre com o vício, a
provar: responsabilidade principal é sempre do fabricante,
I - que não colocou o produto no mercado; construtor, produtor ou importador, respondendo
II - que, embora haja colocado o produto no merca- o comerciante apenas quando o fabricante, o cons-
do, o defeito inexiste; trutor, o produtor ou o importador não puderem ser
III - a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro. identificados ou, podendo, não o são de fato.
Geralmente, é o caso dos produtos “in natura”, isto é,
 Tipos de Responsabilidade Civil no CDC aqueles colocados no mercado sem processos industriais
ou de transformação, como uma refeição servida em res-
 Responsabilidade objetiva (3 elementos): taurante ou a venda de cereais a granel no varejo.
conduta (ação ou omissão) + dano (resulta- Também há responsabilidade do comerciante no
do) + nexo de causalidade (a conduta gerou o caso de produto fornecido sem identificação clara do
resultado); seu fabricante, produtor, construtor ou importador.
 Responsabilidade subjetiva (4 elementos): Por fim, há a responsabilidade no caso de má conser-
conduta (ação ou omissão) + dano (resultado) + vação do produto, como nas hipóteses de produto com
nexo de causalidade (a conduta gerou o resul- lacre violado ou mau acondicionado.
tado) + culpa em sentido amplo (dolo ou culpa).
Art. 13 O comerciante é igualmente responsável,
O art. 12, do CDC, trata do fato do produto ao atri- nos termos do artigo anterior, quando:
buir a responsabilidade objetiva do fabricante, I - o fabricante, o construtor, o produtor ou o
produtor, construtor (nacional ou estrangeiro) ou importador wão puderem ser idewtificados;
importador pelos danos causados aos consumidores II - o produto for forwecido sem idewtificação clara do
por defeitos decorrentes de projeto, fabricação, cons- seu fabricante, produtor, construtor ou importador;
III - não conservar adequadamente os produtos
trução, montagem, fórmulas, manipulação, apresen-
perecíveis.
tação ou acondicionamento de seus produtos, bem
Parágrafo único. Aquele que efetivar o pagamento
como por informações insuficientes ou inadequadas ao prejudicado poderá exercer o direito de regresso
sobre sua utilização e seus riscos. Trata-se, portanto, contra os demais responsáveis, segundo sua parti-
de produto defeituoso, cuja responsabilidade inde- cipação na causação do evento danoso.
pende da existência de culpa.
Observa-se que o art. 12 é bem abrangente, uma
vez que busca atingir toda a cadeia produtiva, isto é, Importante!
desde a concepção do produto até a sua divulgação.
Assim, trata-se de rol meramente exemplificativo. Em decorrência da dificuldade de prova, o pará- grafo
Complementando o caput do art. 12, o § 1º concei- único, do art. 13, estabelece a possibilidade de o
tua como produto defeituoso aquele cujo risco excede consumidor ingressar com a demanda em face de
ao esperado. Portanto, são aqueles que extrapolam todos os integrantes da cadeia de produ-
os riscos normais do produto em si, ou seja, aos ris- ção/fornecimento por meio de ação regressiva, de
cos decorrentes da própria natureza do produto, ten- modo a resolver entre si a questão em confor- midade
do em consideração sua apresentação, uso e riscos com sua participação no evento danoso.
razoáveis e a época em que foi colocado em circula-
ção, como, por exemplo, triturador de alimentos com
a hélice solta, bateria de celular com sobrecarga ou Art. 14 O fornecedor de serviços responde, indepen-
automóvel cujo airbag não funciona adequadamente. dentemente da existência de culpa, pela reparação
Em contrapartida, o § 2º exclui do conceito de dos danos causados aos consumidores por defeitos
defeito o produto ou serviço que é colocado no mer- relativos à prestação dos serviços, bem como por
cado quando existe outro de melhor qualidade. Expli- iwformações iwsuficiewtes ou iwadequadas sobre
cando melhor: o fato de existirem computadores ou sua fruição e riscos.
telefones celulares com novas tecnologias não torna § 1º O serviço é defeituoso quando não fornece a
os produtos anteriores defeituosos. segurança que o consumidor dele pode esperar,
levando-se em consideração as circunstâncias rele-
O § 3º, por sua vez, trata das hipóteses de excluden-
vantes, entre as quais:
te de responsabilidade. Assim, para afastar sua obri-
I - o modo de seu fornecimento;
gação de indenizar, deve o fornecedor provar que: II - o resultado e os riscos que razoavelmente dele
se esperam;
352  não colocou o produto no mercado, como, por exem- III - a época em que foi fornecido.
plo, nos casos decorrentes de falsificação do produto; § 2º O serviço não é considerado defeituoso pela
adoção de novas técnicas.
§ 3º O fornecedor de serviços só não será responsa- impróprios ou inadequados ao consumo a que se des-
bilizado quando provar: tinam ou lhes diminuam o valor, assim como por
I - que, tendo prestado o serviço, o defeito inexiste; aqueles decorrentes da disparidade, com a indicações
II - a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro. constantes do recipiente, da embalagem, rotulagem
§ 4º A respowsabilidade pessoal dos profissiowais ou mensagem publicitária, respeitadas as variações
liberais será apurada mediawte a verificação de decorrentes de sua natureza, podendo o consumidor
culpa. exigir a substituição das partes viciadas.
§ 1º Não sendo o vício sanado no prazo máximo de
O art. 14, do CDC, trata da responsabilidade obje- trinta dias, pode o consumidor exigir, alternativa-
tiva do fornecedor do serviço. Assim como ocorre mente e à sua escolha:
com o produto, o acidente de consumo decorrente I - a substituição do produto por outro da mesma
de fato ou vício do serviço impõe, também, a respon- espécie, em perfeitas condições de uso;
sabilização do fornecedor, independentemente da II - a restituição imediata da quantia paga, mone-
tariamente atualizada, sem prejuízo de eventuais
existência de culpa, pela reparação dos danos causa-
perdas e danos;
dos aos consumidores pela existência de defeito ou
III - o abatimento proporcional do preço.
informações insuficientes ou inadequadas. Exemplo: § 2º Poderão as partes convencionar a redução ou
serviço de dedetização com aplicação de veneno em ampliação do prazo previsto no § anterior, não
dosagem acima do recomendado, de modo a causar podendo ser inferior a sete nem superior a cento
intoxicação ao consumidor. e oitenta dias. Nos contratos de adesão, a cláusula
O § 1º, do art. 14, traz o conceito de serviço defei- de prazo deverá ser convencionada em separado,
tuoso, ou seja, aquele que não fornece a segurança por meio de manifestação expressa do consumidor.
esperada ao consumidor, tendo em vista as circuns- § 3º O consumidor poderá fazer uso imediato das
tâncias relevantes, entre as quais o modo do seu for- alternativas do § 1º deste artigo sempre que, em
necimento, o resultado e risco que dele são esperados razão da extensão do vício, a substituição das par-
e a época em que foi fornecido. Exemplo: ausência de tes viciadas puder comprometer a qualidade ou
informação adequada sobre a profundidade de uma características do produto, diminuir-lhe o valor ou
piscina em um hotel, causando lesão ao hóspede que se tratar de produto essencial.
mergulhou no local. § 4º Tendo o consumidor optado pela alternativa
O § 2º, do art. 14, é semelhante ao do art. 13. do inciso I do § 1º deste artigo, e não sendo possível
Enquanto este se refere ao produto, aquele trata da a substituição do bem, poderá haver substituição
evolução das técnicas de execução de um serviço. por outro de espécie, marca ou modelo diversos,
mediante complementação ou restituição de even-
Assim, não se pode considerar defeituoso o serviço
tual diferença de preço, sem prejuízo do disposto
somente pelo fato de existirem técnicas mais moder-
nos incisos II e III do § 1º deste artigo.
nas para sua execução.
§ 5º No caso de fornecimento de produtos in natura,
Já o § 3º, do art. 14, trata das hipóteses de exclu- será responsável perante o consumidor o fornece-
dentes de responsabilidade. De acordo com o dor imediato, exceto quawdo idewtificado claramew-
dispositivo, o fornecedor de serviços não será respon- te seu produtor.
sabilizado se provar que, tendo prestado o serviço, o § 6º São impróprios ao uso e consumo:
defeito inexiste ou a culpa é exclusiva do consumidor I - os produtos cujos prazos de validade estejam
ou de terceiro. vencidos;
O § 4º traz uma exceção à responsabilidade obje- II - os produtos deteriorados, alterados, adultera-
tiva do prestador de serviço, ou seja, a responsabi- dos, avariados, falsificados, corrompidos, frauda-
lidade subjetiva do profissional liberal. Portanto, dos, nocivos à vida ou à saúde, perigosos ou, ainda,
deve ser apurada a culpa dos profissionais liberais aqueles em desacordo com as normas regulamen-
para imputar a responsabilidade. Exemplo: serviço tares de fabricação, distribuição ou apresentação;
prestado por um médico em seu consultório; a res- III - os produtos que, por qualquer motivo, se reve-
ponsabilidade é subjetiva, devendo verificar se houve lem iwadequados ao fim a que se destiwam.
negligência, imprudência ou imperícia. Art. 19 Os fornecedores respondem solidariamente
pelos vícios de quantidade do produto sempre que,
Por fim, o art. 17 traz a noção de consumidor para
respeitadas as variações decorrentes de sua natu-
proteger todas as vítimas do evento. Trata-se do deno-
reza, seu conteúdo líquido for inferior às indicações
minado consumidor bystander, ou seja, aquela vítima constantes do recipiente, da embalagem, rotulagem
que não participou diretamente do negócio, mas sofreu ou de mensagem publicitária, podendo o consumi-
as consequências do evento danoso. São exemplos: dor exigir, alternativamente e à sua escolha:
I - o abatimento proporcional do preço;
 aparelho celular que explode com terceiro que não II - complementação do peso ou medida;
aquele que comprou o aparelho; III - a substituição do produto por outro da mesma
 avião que cai em uma residência e mata, além de espécie, marca ou modelo, sem os aludidos vícios;
seus passageiros, os moradores do local. IV - a restituição imediata da quantia paga, mone-
tariamente atualizada, sem prejuízo de eventuais
ATENDIMENTO

Art. 17 Para os efeitos desta Seção, equiparam-se perdas e danos.


§ 1º Aplica-se a este artigo o disposto no § 4º do
BANCÁRIO

aos consumidores todas as vítimas do evento.


artigo anterior.
Os arts. 18 a 25 tratam da responsabilidade civil § 2º O fornecedor imediato será responsável quan-
pelo vício do produto ou serviço. Vejamos: do fizer a pesagem ou a medição e o iwstrumewto
utilizado não estiver aferido segundo os padrões
oficiais.
Art. 18 Os fornecedores de produtos de consumo
duráveis ou não duráveis respondem solidariamente
pelos vícios de qualidade ou quantidade que os tornem Observa-se que os dois primeiros artigos (18 e
19) tratam dos vícios do produto, ou seja, produtos 353
que, em razão da qualidade ou quantidade, se tor- O art. 19, do CDC, trata do vício de quantidade do
nem impróprios ou inadequados ao consumo ou lhes produto, ou seja, aquele decorrente de variação não
diminuam o valor, assim aqueles decorrentes de dis- tolerável de conteúdo em relação às indicações cons-
paridade. Exemplo: computador cuja memória ou tantes do recipiente, da embalagem, rotulagem ou de
processador é inferior ao informado nas suas especi- mensagem publicitária. Exemplo: produto alimentício
ficações técnicas ou produto com quantidade inferior cujo peso não atinja ao informado na embalagem.
ao especificado na embalagem. Semelhantemente ao Ao consumidor, cabe optar por uma destas
fato do produto, a responsabilidade civil por vício do alternativas:
produto também é objetiva, recaindo tanto sobre pro-
dutos duráveis como não duráveis.  abatimento proporcional do preço;
A durabilidade do produto ou serviço está relacio-  complementação do peso ou medida;
nada à expectativa de sua utilidade para com o consu-  substituição do produto por outro da mesma espé-
midor. Assim, considera-se produto durável aquele cie, ou por produto diverso, mediante complemen-
que não se consuma imediatamente, possuindo vida tação ou restituição de eventual diferença de preço;
útil com duração razoável, tais como automóveis,  restituição imediata da quantia paga.
celulares, computadores.
Já os serviços duráveis são aqueles cujos efeitos O art. 20, do CDC, disciplina a responsabilida-
são por prazo também razoável, tais como reforma ou de pelos serviços com vício de qualidade, ou seja,
pintura de imóvel ou assistência técnica de eletrodo- aquele vício que o torne impróprio ao consumo ou
méstico, entre outros. que lhe diminua o valor, como, por exemplo, aque-
Em contrapartida, produtos não duráveis são les decorrentes de disparidade com relação à oferta
aqueles cujo consumo importa em destruição imedia- publicitária.
ta da substância ou em lapso temporal muito peque- Disciplina, ainda, a responsabilidade pelos servi-
no, tais como os gêneros alimentícios e os produtos de ços impróprios, isto é, aqueles que se mostram ina-
higiene pessoal. dequados para o fim que deles se espera, assim como
Serviços não duráveis são aqueles que perduram aquele que não atende às normas regulamentares de
por um prazo bem curto, tais como serviços de trans- prestabilidade, tais como serviço de funilaria de auto-
porte, lavagem de automóvel, manicure, entre outros. móvel que descasca na semana seguinte à realização;
De acordo com o caput do art. 18, complementado planos de prestadoras de telefonia móvel com serviço
por seu § 6º, são considerados impróprios ao uso e indisponível; planos de saúde sem cobertura prevista,
consumo: entre outros.
Nesses casos, pode o consumidor optar pelas
 os produtos cujos prazos de validade estejam seguintes alternativas:
vencidos;
 os produtos deteriorados, alterados, adulterados,  reexecução dos serviços, sem custo adicional ou
avariados, falsificados, corrompidos, fraudados, realização deste por terceiro capacitado, por conta
nocivos à vida ou à saúde, perigosos ou, ainda, e risco do fornecedor;
aqueles em desacordo com as normas regulamen-  restituição imediata da quantia paga;
tares de fabricação, distribuição ou apresentação;  abatimento proporcional do preço.
 os produtos que, por qualquer motivo, se revelem
inadequados ao fim a que se destinam. Art. 20 O fornecedor de serviços responde pelos
vícios de qualidade que os tornem impróprios ao
São exemplos: os produtos perecíveis, tais como consumo ou lhes diminuam o valor, assim como
alimentos, cujo prazo se encontra fora da validade ou por aqueles decorrentes da disparidade com as
brinquedo falsificado ou que não atenda às normas indicações constantes da oferta ou mensagem
técnicas de fabricação ou segurança. publicitária, podendo o consumidor exigir, alterna-
No caso de vício de qualidade do produto, o § 1º tivamente e à sua escolha:
estabelece ao fornecedor o prazo de trinta dias para I - a reexecução dos serviços, sem custo adicional e
sanar o vício. Já ao consumidor cabe optar por uma quando cabível;
II - a restituição imediata da quantia paga, mone-
destas possibilidades:
tariamente atualizada, sem prejuízo de eventuais
perdas e danos;
 pedir a substituição do produto por outro da mes- III - o abatimento proporcional do preço.
ma espécie, em perfeitas condições de uso, ou por § 1º A reexecução dos serviços poderá ser cowfiada
produto diverso mediante complementação ou a terceiros devidamente capacitados, por conta e
restituição de eventual diferença de preço; risco do fornecedor.
 pedir a restituição imediata da quantia paga, § 2º São impróprios os serviços que se mostrem
monetariamente atualizada, sem prejuízo de even- iwadequados para os fiws que razoavelmewte deles
tuais perdas e danos; se esperam, bem como aqueles que não atendam as
 pedir o abatimento proporcional do preço. normas regulamentares de prestabilidade.

Portanto, deve-se pedir a troca do produto, o ressar- Dica


cimento do valor pago ou a diminuição do seu preço.
O consumidor não precisa aguardar o prazo legal Não há, no CDC, previsão expressa de vício de
para fazer uso dessas alternativas se, em razão da quantidade do serviço. No entanto, aplica-se, por
extensão do vício, a substituição das partes viciadas analogia, o artigo do CDC que trata do vício de
354 quantidade do produto.
puder comprometer a qualidade ou características do
produto, diminuir-lhe o valor ou tratar-se de produto
essencial.
O art. 22 trata dos serviços públicos, sejam estes estacionamento fixar placas dizendo que não se respon-
prestados pelos órgãos públicos diretamente ou indi- sabiliza pelo veículo não o exime de sua responsabilidade.
retamente pelas empresas concessionárias, permis-
sionárias ou autorizadas. Art. 25 É vedada a estipulação contratual de cláusula
A responsabilidade pelos serviços públicos é obje- que impossibilite, exonere ou atenue a obrigação de
tiva e deve o serviço ser fornecido de modo adequado, indenizar prevista nesta e nas seções anteriores.
eficiente, seguro e, no caso de serviço essencial, como § 1º Havendo mais de um responsável pela causação
serviço de água, iluminação e segurança pública, por do dano, todos responderão solidariamente pela
exemplo, de forma contínua. reparação prevista nesta e nas seções anteriores.
§ 2º Sendo o dano causado por componente ou peça
Art. 22 Os órgãos públicos, por si ou suas empresas, incorporada ao produto ou serviço, são responsá-
concessionárias, permissionárias ou sob qualquer veis solidários seu fabricante, construtor ou impor-
outra forma de empreendimento, são obrigados a tador e o que realizou a incorporação.
forwecer serviços adequados, eficiewtes, seguros e,
quanto aos essenciais, contínuos. Os arts. 26 e 27, do CDC, estabelecem as regras
Parágrafo único. Nos casos de descumprimento, total sobre decadência e prescrição. Assim:
ou parcial, das obrigações referidas neste artigo, serão
as pessoas jurídicas compelidas a cumpri-las e a repa- Art. 26 O direito de reclamar pelos vícios aparentes
rar os danos causados, na forma prevista neste código. ou de fácil constatação caduca em:
I - trinta dias, tratando-se de fornecimento de ser-
Nos termos do art. 23, do CDC, o fato de o forne- viço e de produtos não duráveis;
cedor desconhecer o vício de qualidade por inade- II - noventa dias, tratando-se de fornecimento de
quação dos produtos e serviços não o exime de sua serviço e de produtos duráveis.
responsabilidade. § 1º Inicia-se a contagem do prazo decadencial a
partir da entrega efetiva do produto ou do término
Art. 23 A ignorância do fornecedor sobre os vícios da execução dos serviços.
de qualidade por inadequação dos produtos e servi- § 2º Obstam a decadência:
ços não o exime de responsabilidade. I - a reclamação comprovadamente formulada pelo
consumidor perante o fornecedor de produtos e
serviços até a resposta negativa correspondente,
O art. 24 trata da garantia legal de adequação do
que deve ser transmitida de forma inequívoca;
produto ou serviço. Explicando melhor, a garantia
II - (Vetado).
decorre de lei e independe de termo expresso, ou seja,
III - a instauração de inquérito civil, até seu
ela é assegurada ao consumidor independentemente
encerramento.
de o fornecedor estipular que não se responsabiliza
§ 3º Tratando-se de vício oculto, o prazo decadencial ini-
por vício no serviço ou produto.
cia-se wo momewto em que ficar evidewciado o defeito.
Art. 27 Prescreve em cinco anos a pretensão à
Art. 24 A garantia legal de adequação do produto
reparação pelos danos causados por fato do pro-
ou serviço independe de termo expresso, vedada a duto ou do serviço prevista na Seção II deste Capí-
exoneração contratual do fornecedor. tulo, iniciando-se a contagem do prazo a partir do
conhecimento do dano e de sua autoria.
São modalidades de garantia: Parágrafo único. (Vetado).

 Garantia legal: Inicialmente, cumpre mencionar que o CDC traz


 é obrigatória; a responsabilidade do fornecedor para os casos de
 independe de termo expresso; vícios aparentes ou de fácil constatação e não
 vedada exoneração do fornecedor; somente para os vícios ocultos. Para tanto, o prazo
 30 dias produtos e serviços não duráveis; decadencial é de 30 (trinta) dias para bens não durá-
 90 dias produtos e serviços duráveis. veis ou 90 (noventa) dias para bens duráveis. Assim,
o consumidor possui 30 dias para reclamar de um
 Garantia contratual: alimento ou medicamento e 90 dias para reclamar de
um eletrodoméstico ou eletrônico.
 não é obrigatória; Nos termos do § 1º, art. 26, o prazo decadencial
 depende de termo expresso; tem início com a entrega efetiva do produto ou do tér-
 é complementar à garantia legal. mino da execução do serviço. Isso significa dizer que
se um objeto, por exemplo, é comprado como presen-
Portanto, quem fixa a garantia legal é o CDC. Já as te, o prazo só começa a fluir com a entrega ao presen-
partes podem fixar a garantia contratual, que é com-
teado e não com a data da compra.
plementar à legal. Deste modo, este prazo começa a
Este dispositivo é aplicado no caso de vício aparen-
valer após expirado o prazo da garantia legal. te ou de fácil constatação, ou seja, aquele que pode ser
ATENDIMENTO

Exemplo: se para determinado produto a garantia


facilmente detectado. Caso se trate de vício oculto, o
legal é de 30 (trinta) dias, mas o fornecedor concede 7
prazo decadencial terá início no momento em que
BANCÁRIO

(sete) dias de garantia contratual, na realidade, serão


37 (trinta e sete) dias no total. ficar evidenciado o defeito, em conformidade com
O prazo de garantia legal não está no art. 24. Ele é o § 3º.
expresso no art. 26. O § 2º, do art. 26, traz as hipóteses de obstaculi-
Complementando o art. 24, o art. 25, do CDC, veda a zação da decadência. São elas: reclamação formulada
exoneração ou atenuação da garantia legal por meio de pelo consumidor até a resposta negativa do fornece-
contrato, ou seja, o fato de não estar previsto em contrato dor e a instauração de inquérito civil a cargo do Minis-
não retira a garantia do produto. Exemplo, o fato de um tério Público, até seu encerramento. Portanto, nestas
hipóteses não se computa o prazo. 355
Se a decadência tem por efeito extinguir o direito, Das Práticas Comerciais
a prescrição visa extinguir a ação. A prescrição para
o fato do produto ou serviço encontra-se disciplina- As práticas comerciais estão disciplinadas nos
da no art. 27, do CDC. Assim, o prazo para que o consu- arts. 29 a 45, de modo a envolver a oferta, a publici-
midor ingresse com a ação para reparação dos danos dade, as práticas abusivas, as regras para cobrança de
causados por fato do produto ou do serviço prescreve dívidas e o tratamento dos dados dos consumidores.
em 5 (cinco) anos, contados a partir do conhecimento O art. 29 trata das disposições gerais e traz o con-
do dano e de sua autoria. ceito de consumidor em sentido amplo, exposto ou
virtual. Assim:

VÍCIO DO PRODUTO OU DO SERVIÇO — INADE- Art. 29 Para os fiws deste Capítulo e do seguiwte,
QUAÇÃO COM OS FINS ESPERADOS equiparam-se aos consumidores todas as pessoas
determináveis ou não, expostas às práticas nele
30 produtos e serviços previstas.
não duráveis
Decadência
90 para produtos e servi- ços Observa-se, portanto, que o art. 29 é mais uma das
duráveis hipóteses que amplia o conceito de consumidor. Tra-
ta-se de equiparar ao consumidor do art. 2º todas as
Fato do produto ou do serviço — acidente de consumo pessoas, determináveis ou não, expostas às práticas
previstas no CDC, ou seja, os consumidores em poten-
Prescrição 5 anos cial que, embora não tenham concretizado a relação
de consumo, encontram-se exposto às práticas do
O art. 28, do CDC, trata da Desconsideração da mercado, tais como oferta e publicidade.
Personalidade Jurídica: As regras acerca da oferta são tratadas nos arts.
30 a 35, do CDC. Vejamos os dispositivos:
Art. 28 O juiz poderá desconsiderar a personalidade
jurídica da sociedade quando, em detrimento do con- Art. 30 Toda iwformação ou publicidade, suficiew-
sumidor, houver abuso de direito, excesso de poder, temente precisa, veiculada por qualquer forma ou
infração da lei, fato ou ato ilícito ou violação dos meio de comunicação com relação a produtos e ser-
estatutos ou contrato social. A desconsideração tam- viços oferecidos ou apresentados, obriga o fornece-
bém será efetivada quando houver falência, estado de dor que a fizer veicular ou dela se utilizar e iwtegra
insolvência, encerramento ou inatividade da pessoa o contrato que vier a ser celebrado.
jurídica provocados por má administração.
§ 1º(Vetado). O princípio da vinculação da oferta está previs-
§ 2º As sociedades integrantes dos grupos societários e to no art. 30, do CDC. Por oferta, entende-se toda e
as sociedades controladas, são subsidiariamente res- qualquer manifestação de vontade do fornecedor com
ponsáveis pelas obrigações decorrentes deste código.
o objetivo de externar sua intenção de contratar e as
§ 3º As sociedades consorciadas são solidariamen-
condições deste negócio jurídico. Em síntese, é uma
te responsáveis pelas obrigações decorrentes deste
código.
espécie de informação pré-contratual.
§ 4º As sociedades coligadas só responderão por A oferta possui as seguintes características:
culpa.
§ 5º Também poderá ser desconsiderada a pessoa  deve abranger toda informação ou publicidade,
jurídica sempre que sua personalidade for, de algu- desde que suficientemente precisa, de modo a
ma forma, obstáculo ao ressarcimento de prejuízos identificar o produto ou serviço ofertado pelo for-
causados aos consumidores. necedor, e veiculada por qualquer forma ou meio
de comunicação, como, por exemplo, jornal, televi-
Trata-se da possibilidade de atingir o patrimônio são, folheto, cartaz, entre outros;
particular das pessoas que compõem o quadro socie-  a oferta obriga o fornecedor a cumprir integral-
tário de determinada empresa, sempre que haja des- mente a oferta veiculada. Exemplo: ofertou produto
vio de finalidade ou abuso de direito em relação à a R$ 100,00, mesmo que alegue que o valor correto
autonomia patrimonial conferida à pessoa jurídica. seria R$ 130,00, é obrigado a cumprir integralmen-
Assim, o art. 28 busca resguardar a situação do te a oferta, pouco importando a alegação de que o
consumidor frente aos atos dolosos do fornecedor, anúncio saiu com erro. Fornecedor fez a oferta e
quer abusivos, quer fraudulentos, quer ilícitos. Além vinculou, sua responsabilidade é objetiva, ou seja,
disso, resguarda o consumidor no caso de atos culpo- independe de culpa/dolo na oferta errada, salvo no
sos graves, tais como a má administração, que levem caso de a oferta possuir erro grosseiro, patente e
à falência, insolvência ou extinção da pessoa jurídi- identificável, como, por exemplo, vinculou o produ-
ca, permitindo também a desconsideração da pessoa to por R$ 100,00, mas ele custa R$ 1.000,00;
jurídica.  a oferta integra o contrato que vier a ser celebrado,
A desconsideração da personalidade jurídica pre- mesmo que não constante expressamente do teor
vista no CDC é diferente da disposta no Código Civil. das cláusulas contratuais. Exemplo: no momento
A do CDC é chamada teoria menor; sua amplitude é da oferta o vendedor afirma ao consumidor que na
maior que a do CC, tendo em vista que ao consumi- aquisição do veículo terá tanque cheio, ou seja, a
dor não é necessário fazer prova quanto ao abuso de concessionária se compromete a entregá-lo com o
direito, fraude ou confusão patrimonial. tanque de combustível completo, mesmo que isso
não conste do contrato a ser celebrado.

356
Art. 31 A oferta e apresentação de produtos ou O CDC não estabelece um prazo para que o for-
serviços devem assegurar informações corretas, necedor e/ou importador continuem com o dever de
claras, precisas, ostensivas e em língua portuguesa reposição das peças. No entanto, tanto a doutrina
sobre suas características, qualidades, quantidade, como a jurisprudência entendem que o critério a ser
composição, preço, garantia, prazos de validade utilizado é o da vida útil do bem. Portanto, se a dura-
e origem, entre outros dados, bem como sobre os bilidade média deste equipamento é de 5 (cinco) anos,
riscos que apresentam à saúde e segurança dos ele é obrigado a ofertar ao mercado peças de reposi-
consumidores. ção por este prazo.
Parágrafo único. As informações de que trata este
O art. 33 trata da oferta ou venda por telefone ou
artigo, nos produtos refrigerados oferecidos ao
reembolso postal. Seu objetivo é garantir a transpa-
consumidor, serão gravadas de forma indelével.
rência nas relações de consumo, de modo que haja a
correta identificação do fabricante e do seu domicílio
O art. 31, por sua vez, trata das características da
empresarial na embalagem, publicidade ou em todos
oferta e do modo de apresentação dos produtos e ser-
os seus impressos.
viços. São característica da oferta:
Já o seu parágrafo único proíbe a publicidade de
bens e serviços por telefone, quando a chamada for
 informação correta, ou seja, verdadeira, não
onerosa ao consumidor que a origina. Exemplo: ope-
podendo ser enganosa.
radora de celular que liga para oferecer um determi-
nado produto ao cliente quando este se encontra fora
Puffiwg é uma técnica admitida no ordenamento da área de cobertura gratuita, de modo a pagar pela
jurídico em que há um exagero publicitário, deno- chamada realizada pela própria operadora.
minado dolus bonus. Exemplo: “melhor hambúrguer
do mundo!”, “melhor sorvete que existe”. No entanto,
Art. 33 Em caso de oferta ou venda por telefone ou
esta técnica só é permitida se a informação que cons-
reembolso postal, deve constar o nome do fabrican-
ta na mensagem for um dado subjetivo, isto é, aquele te e endereço na embalagem, publicidade e em todos
que varia de pessoa para pessoa. Portanto, pode ser os impressos utilizados na transação comercial.
melhor hambúrguer do mundo para Fulano e não ser Parágrafo único. É proibida a publicidade de bens e
para Beltrano; serviços por telefone, quando a chamada for onero-
sa ao consumidor que a origina.
 informação clara e de entendimento de imediato;
 informação precisa e exata. Exemplo: pacote com O art. 34, do CDC, trata da responsabilidade pelos
20kg; atos dos prepostos ou representantes autônomos.
 informação ostensiva, sendo de fácil percepção e Assim, o fornecedor é solidariamente responsável
captação; pelos atos de seus agentes.
 informação em língua portuguesa;
Art. 34 O fornecedor do produto ou serviço é soli-
dariamente responsável pelos atos de seus prepos-
Importante! tos ou representantes autônomos.
É possível a utilização de língua estrangeira para
Por fim, o art. 35 estabelece as opções que tem o
produtos e serviços importados, porém de forma consumidor diante da recusa do fornecedor em cum-
excepcional. prir a oferta veiculada. Neste caso, pode o consumi-
dor, alternativamente e à sua livre escolha:
 Informação indelével, ou seja, que não se apaga
 optar por exigir o cumprimento forçado da oferta;
com o tempo;
 aceitar outro produto/serviço equivalente;
 Informação legível (visível).
 rescindir o contrato.
Quanto ao modo de apresentação, os produtos
Art. 35 Se o fornecedor de produtos ou serviços
ou serviços devem conter as características, qualida-
recusar cumprimento à oferta, apresentação ou
des, quantidade, composição, preço, garantia, prazos publicidade, o consumidor poderá, alternativamen-
de validade e origem, entre outros dados, tais como te e à sua livre escolha:
sobre os riscos que apresentam à saúde ou à seguran- I - exigir o cumprimento forçado da obrigação, nos
ça do consumidor. termos da oferta, apresentação ou publicidade;
O art. 32 estabelece que os fabricantes e importado- II - aceitar outro produto ou prestação de serviço
res deverão assegurar peças para reposição. Exemplo: equivalente;
o fabricante disponibiliza um determinado equipa- III - rescindir o contrato, com direito à restituição
mento elétrico no mercado e, mesmo que modernize de quantia eventualmente antecipada, monetaria-
tal equipamento, deverá continuar a disponibilizar as mente atualizada, e a perdas e danos.
ATENDIMENTO

peças para reposição deste na versão antiga.


Uma das espécies de oferta é a publicidade. Oferta
BANCÁRIO

Art. 32 Os fabricantes e importadores deverão é gênero o qual comporta toda e qualquer declaração
assegurar a oferta de componentes e peças de repo- de vontade voltada à celebração da relação de con-
sição enquanto não cessar a fabricação ou impor- sumo, ao passo que publicidade é a informação que
tação do produto. promove comercialmente o produto ou serviço.
Parágrafo único. Cessadas a produção ou importa- As normas que disciplinam a publicidade são tra-
ção, a oferta deverá ser mantida por período razoá- tadas nos arts. 36 a 38, do CDC. Vejamos os dispositivos:
vel de tempo, na forma da lei.
357
Art. 36 A publicidade deve ser veiculada de tal for-  a exploradora do medo ou superstição;
ma que o consumidor, fácil e imediatamente, a iden-  a incitadora de violência;
tifique como tal.  a antiambiental;
Parágrafo único. O fornecedor, na publicidade de  a indutora de insegurança;
seus produtos ou serviços, manterá, em seu poder,  a dirigida a crianças.
para informação dos legítimos interessados, os
dados fáticos, técwicos e ciewtíficos que dão sustew- Por fim, o art. 38 estabelece o princípio da inversão
tação à mensagem.
do ônus da prova. Assim, em caso de dúvida acerca da
Art. 37 É proibida toda publicidade enganosa ou
publicidade, cabe ao fornecedor provar que a publici-
abusiva.
§ 1º É enganosa qualquer modalidade de informa-
dade não é enganosa ou abusiva.
ção ou comunicação de caráter publicitário, intei-
ra ou parcialmente falsa, ou, por qualquer outro Das Práticas Abusivas
modo, mesmo por omissão, capaz de induzir em
erro o consumidor a respeito da natureza, carac- As regras sobre as práticas abusivas encontram-
terísticas, qualidade, quantidade, propriedades, -se nos arts. 39 a 41, do CDC. Vejamos os dispositivos:
origem, preço e quaisquer outros dados sobre pro-
dutos e serviços. Art. 39 É vedado ao fornecedor de produtos ou ser-
§ 2º É abusiva, dentre outras a publicidade dis- viços, dentre outras práticas abusivas:
criminatória de qualquer natureza, a que incite à I - condicionar o fornecimento de produto ou de ser-
violência, explore o medo ou a superstição, se apro- viço ao fornecimento de outro produto ou serviço,
veite da deficiêwcia de julgamewto e experiêwcia da bem como, sem justa causa, a limites quantitativos;
criança, desrespeita valores ambientais, ou que II - recusar atendimento às demandas dos consu-
seja capaz de induzir o consumidor a se compor- midores, na exata medida de suas disponibilidades
tar de forma prejudicial ou perigosa à sua saúde de estoque, e, ainda, de conformidade com os usos
ou segurança. e costumes;
§ 3º Para os efeitos deste código, a publicidade é III - enviar ou entregar ao consumidor, sem solici-
enganosa por omissão quando deixar de informar tação prévia, qualquer produto, ou fornecer qual-
sobre dado essencial do produto ou serviço. quer serviço;
§ 4º (Vetado). IV - prevalecer-se da fraqueza ou ignorância do con-
Art. 38 O ônus da prova da veracidade e correção sumidor, tendo em vista sua idade, saúde, conheci-
da informação ou comunicação publicitária cabe a mento ou condição social, para impingir-lhe seus
quem as patrocina. produtos ou serviços;
V - exigir do consumidor vantagem manifestamente
Assim, a publicidade é a prática utilizada para a excessiva;
promoção de bens e serviços colocados no mercado, VI - executar serviços sem a prévia elaboração de
com o objetivo de dar conhecimento ao consumidor orçamento e autorização expressa do consumidor,
ressalvadas as decorrentes de práticas anteriores
da sua existência e convencê-lo a adquiri-los.
entre as partes;
Nos termos do art. 37, a publicidade deve se pautar
VII - repassar informação depreciativa, referente a
pelo princípio da boa-fé, sendo proibida publicidade ato praticado pelo consumidor no exercício de seus
enganosa ou abusiva. Por conseguinte, o consumidor direitos;
deve ter consciência do que se trata a publicidade ao VIII - colocar, no mercado de consumo, qualquer
ser exposto a ela, sendo vedada a publicidade sublimi- produto ou serviço em desacordo com as normas
nar, isto é, aquela oculta. expedidas pelos órgãos oficiais competewtes ou, se
wormas específicas wão existirem, pela Associação
Brasileira de Normas Técnicas ou outra entidade
Importante! credenciada pelo Conselho Nacional de Metrologia,
Normalização e Qualidade Industrial (Conmetro);
A publicidade subliminar ou oculta fere o princí- IX - recusar a venda de bens ou a prestação de ser-
pio da identificação da publicidade. viços, diretamente a quem se disponha a adquiri-
-los mediante pronto pagamento, ressalvados os
casos de intermediação regulados em leis especiais;
O § 1º, do art. 37, traz o conceito de publicida- X - elevar sem justa causa o preço de produtos ou
de enganosa. Por publicidade enganosa entende-se serviços.
aquela que induz o consumidor a erro, independen- XI - Dispositivo incluído pela MPV nº 1.890-67, de
temente de ter sido a intenção do fornecedor enganar 22.10.1999, transformado em inciso XIII, quando
ou não o consumidor. Portanto, a responsabilidade do da conversão na Lei nº 9.870, de 23.11.1999
fornecedor por uma publicidade enganosa é objetiva. XII - deixar de estipular prazo para o cumprimento
Exemplos de publicidade enganosa: pacote turísti- de sua obrigação ou deixar a fixação de seu termo
co que afirma contemplar o aéreo e a hospedagem e, inicial a seu exclusivo critério.
no momento da estadia, o consumidor é surpreendi- XIII - aplicar fórmula ou índice de reajuste diverso
do legal ou contratualmente estabelecido.
do com a informação de que a hospedagem não está
XIV - permitir o ingresso em estabelecimentos
contemplada ou o fornecedor que não informa na
comerciais ou de serviços de um número maior de
embalagem que o produto contém glúten e lactose e o cowsumidores que o fixado pela autoridade admi-
consumidor que o adquiriu é alérgico e acaba sofren- nistrativa como máximo.
do danos. Parágrafo único. Os serviços prestados e os pro-
358 Já o § 2º, do art. 37, traz um rol exemplificativo do dutos remetidos ou entregues ao consumidor,
que considera como publicidade abusiva, tais como: na hipótese prevista no inciso III, equiparam-
-se às amostras grátis, inexistindo obrigação de
 a publicidade discriminatória; pagamento.
O art. 39, do CDC, traz, em seus incisos, rol exempli- técnica expedida pelos órgãos oficiais competentes
ficativo das práticas abusivas na relação de consumo. regulamentando o fornecimento de produto/serviço,
O inciso I trata do condicionamento no fornecimento compete ao fornecedor respeitá-la, sob pena de carac-
do produto ou serviço ao fornecimento de outro pro- terização de prática abusiva.
duto ou serviço, ou seja, a denominada venda casada. O inciso IX trata do intermediário obrigatório,
Exemplo: concessão de empréstimo bancário condicio- isto é, a recusa à venda de bens/serviços diretamen-
nado à aquisição de seguro de vida, consulta oftalmológi- te a quem se disponha a adquiri-los mediante pronto
ca condicionada à compra dos óculos, entre outros. pagamento, ressalvando nos casos em que a interme-
O inciso I, do art. 39, também impede o fornecedor diação é regulamentada por lei. Portanto, o disposi-
de obrigar o consumidor a adquirir uma quantidade tivo afasta a figura do intermediário obrigatório em
mínima ou máxima de um determinado produto. Por casos em que a lei não faz tal exigência.
esta razão, as promoções de aquisição de mais de um O inciso X trata da elevação de preço sem justa
produto, como, por exemplo, as promoções “leve 2 causa, isto é, a elevação de preços sem justificativa,
pelo preço de 1” são de caráter facultativo e não obri- como, por exemplo, no caso do álcool em gel no início
gatório, pois é permitida ao consumidor a alternativa da pandemia da covid-19.
de efetuar a aquisição de apenas um produto da espé- O inciso XII trata do prazo para cumprimento de
cie, abrindo mão do desconto oferecido, se for o caso. obrigação, de modo a vedar que o fornecedor deixe
Quanto à limitação máxima de quantidades de pro- de estipular prazo para o cumprimento de sua obriga-
dutos, esta só é possível em situações justificáveis, como, ção ou fixe tal prazo a seu critério exclusivo. Exemplo:
por exemplo, nos casos de adversidades climáticas ou construtoras que deixam de fixar prazo para conclu-
em hipótese de racionamento de determinado produto. são das obras.
O inciso II, do art. 39, trata da recusa imotivada O inciso XIII dispõe sobre o reajuste, de forma a
ao atendimento de demanda do consumidor, ou proibir o reajuste contratual por meio da aplicação de
seja, recusar o fornecimento de um determinado pro- fórmula ou índice diverso do legal ou contratualmen-
duto/serviço quer em relação aos consumidores de te estabelecido. Exemplo: reajuste de planos de saúde
um modo geral, quer em relação a um consumidor fora do pactuado ou do permitido pela lei.
específico. Exemplo: ter um determinado produto em Por fim, o inciso XIV trata do ingresso em estabe-
estoque, mas recusar vendê-lo a um consumidor por lecimentos comerciais. De acordo com o dispositivo,
ter com ele problemas de ordem pessoal. constitui prática abusiva permitir o ingresso de um
O inciso III trata do fornecimento não solicitado número maior ao máximo permitido de consumido-
do produto ou serviço, como, por exemplo, banco que res em estabelecimentos comerciais ou de serviços.
disponibiliza crédito em conta do correntista como for- Portanto, a fixação de lotação máxima fixada pela
ma de ofertar empréstimo ou produto que é enviado autoridade está relacionada à segurança.
ou entregue ao consumidor, sem solicitação prévia.
O fornecimento não solicitado não se confunde Art. 40 O fornecedor de serviço será obrigado a
com amostras grátis, uma vez que, neste caso, o con- entregar ao consumidor orçamento prévio discri-
sumidor não tem a obrigação de pagar pelo produto minando o valor da mão-de-obra, dos materiais e
ou serviço. equipamentos a serem empregados, as condições
O inciso IV trata do abuso da condição de espe- de pagamento, bem como as datas de início e tér-
cial vulnerabilidade, de modo a proibir que o forne- mino dos serviços.
cedor se utilize da vulnerabilidade ou ignorância do § 1º Salvo estipulação em contrário, o valor orçado
consumidor para forçar a aquisição do produto ou terá validade pelo prazo de dez dias, contado de seu
serviço. Atenção: trata-se de condição de vulnerabili- recebimento pelo consumidor.
dade para o mercado de consumo, como nos casos de § 2º Uma vez aprovado pelo consumidor, o orça-
idade, conhecimento, condição social, entre outros. mento obriga os contraentes e somente pode ser
O inciso V dispõe acerca da exigência de vanta- alterado mediante livre negociação das partes.
gem excessiva. Deste modo, é proibido ao fornecedor § 3º O consumidor não responde por quaisquer ônus
exigir vantagem manifestamente excessiva do consu- ou acréscimos decorrentes da contratação de serviços
midor. Exemplo: plano de saúde que exige troca de de terceiros não previstos no orçamento prévio.
categoria para manter paciente em UTI. Basta a mera
exigência, não sendo, portanto, necessária a concreti- O art. 40, do CDC, estabelece as regras acerca do
zação da vantagem pleiteada. orçamento prévio que deve ser entregue pelo for-
O inciso VI refere-se à execução de serviço sem necedor. Neste, devem estar discriminados: valor da
orçamento e autorização. Assim sendo, não é possí- mão de obra, valor dos materiais e equipamentos a
vel a execução de serviços pelo fornecedor sem a pré- serem utilizados, as condições para pagamento e as
via elaboração de orçamento e autorização expressa datas de início e término.
do consumidor. O § 1º trata da validade deste, ou seja, o orçamen-
O inciso VI é complementado pelo art. 40, do CDC, to é válido pelo prazo de 10 dias, contados do recebi-
ATENDIMENTO

que trata do conteúdo, validade e efeitos do orçamen- mento pelo consumidor, sendo, no entanto, possível a
to prévio elaborado pelo fornecedor. estipulação de forma diversa.
BANCÁRIO

O inciso VII trata do repasse de informações O § 2º, do art. 40, estabelece que, no caso de apro-
depreciativas referente ao consumidor ou a ato pra- vação do orçamento prévio pelo consumidor, este
ticado por este no exercício de seus direitos, com o vinculará fornecedor e consumidor, podendo ser alte-
objetivo de garantir a devida utilização dos bancos de rado apenas pela vontade das partes.
dados e cadastros de consumidores. Exemplo: criar O § 3º trata do ônus ou acréscimos decorrentes da
uma lista de “maus pagadores”. contratação de serviços de terceiros não previstos no
O inciso VIII estabelece as regras acerca da obser- orçamento prévio. Este é de responsabilidade do for-
vação das normas técnicas, ou seja, se há norma necedor e não do consumidor. 359
Finalizando a parte atinente às práticas abusivas, § 3º O consumidor, sempre que encontrar inexati-
o art. 41 trata do tabelamento de preços para o for- dão nos seus dados e cadastros, poderá exigir sua
necimento de produtos ou serviços. Portanto, é dever imediata correção, devendo o arquivista, no prazo
do fornecedor respeitar os limites oficiais sob pena de cinco dias úteis, comunicar a alteração aos even-
de responder pela restituição da quantia recebida em tuais destinatários das informações incorretas.
excesso, monetariamente atualizada, ou de ter o negó- § 4º Os bancos de dados e cadastros relativos a con-
cio desfeito pelo consumidor. sumidores, os serviços de proteção ao crédito e congê-
neres são considerados entidades de caráter público.
Art. 41 No caso de fornecimento de produtos ou de § 5º Consumada a prescrição relativa à cobrança de
débitos do consumidor, não serão fornecidas, pelos
serviços sujeitos ao regime de controle ou de tabe-
respectivos Sistemas de Proteção ao Crédito, quais-
lamento de preços, os fornecedores deverão respei-
quer iwformações que possam impedir ou dificultar
tar os limites oficiais sob pewa de wão o fazewdo,
responderem pela restituição da quantia recebida novo acesso ao crédito junto aos fornecedores.
em excesso, monetariamente atualizada, podendo o § 6º Todas as informações de que trata o caput des-
consumidor exigir à sua escolha, o desfazimento do te artigo devem ser disponibilizadas em formatos
negócio, sem prejuízo de outras sanções cabíveis. acessíveis, iwclusive para a pessoa com deficiêwcia,
mediante solicitação do consumidor.
As normas acerca da cobrança de dívida estão
disciplinadas nos arts. 42 e 42-A, do CDC. Vejamos os O art. 43 traz os direitos básicos dos consumido-
dispositivos: res, que são:

Art. 42 Na cobrança de débitos, o consumidor ina-  direito ao acesso, ou seja, a saber quais são as
dimplente não será exposto a ridículo, nem será informações existentes em cadastros, fichas e
submetido a qualquer tipo de constrangimento ou registo de dados pessoais e de consumo, além de
ameaça. acesso às fontes que originaram tais informações;
Parágrafo único. O consumidor cobrado em quan-  direito à exclusão, isto é, de a informação negativa
tia indevida tem direito à repetição do indébito, não perdurar por período superior a 5 (cinco) anos;
por valor igual ao dobro do que pagou em excesso,  direito à retificação, ou seja, de ter retificado dado
acrescido de correção monetária e juros legais, sal- incorreto constante dos arquivos de consumo;
vo hipótese de ewgawo justificável.  direito à comunicação, isto é, de ser comunicado
Art. 42-A Em todos os documentos de cobrança de quando seus dados forem inseridos nos arquivos
débitos apresentados ao consumidor, deverão cons-
de consumo.
tar o nome, o endereço e o número de inscrição no
Cadastro de Pessoas Físicas – CPF ou no Cadastro
Nacional de Pessoa Jurídica – CNPJ do fornecedor O art. 44, do CDC, disciplina acerca do chamado
do produto ou serviço correspondente. cadastro de reclamações fundamentadas, que é uma
espécie de banco de dados de maus fornecedores.
O art. 42 disciplina a cobrança de dívidas. De
acordo com o dispositivo, o consumidor não poderá Art. 44 Os órgãos públicos de defesa do consumidor
ser submetido a qualquer tipo de constrangimento manterão cadastros atualizados de reclamações
ou ameaça, como no caso de cobrança vexatória ou fundamentadas contra fornecedores de produtos e
invasiva (carro de som anunciando o nome dos ina- serviços, devendo divulgá-lo pública e anualmente.
dimplentes de uma empresa, por exemplo), cobrança A divulgação indicará se a reclamação foi atendida
ou não pelo fornecedor.
efetuada em local indevido ou por meio que possibili-
§ 1º É facultado o acesso às informações lá cons-
te o conhecimento de terceiros (cobrança por meio de
tantes para orientação e consulta por qualquer
publicação em rede social, por exemplo).
interessado.
Semelhantemente ao art. 940, do Código Civil, o § 2º Aplicam-se a este artigo, no que couber, as mes-
parágrafo único, do art. 42, impõe a restituição em mas regras enunciadas no artigo anterior e as do
dobro daquilo que o consumidor pagou em excesso Parágrafo Único do art. 22 deste código.
em razão da cobrança indevida, acrescido de correção
monetária e juros legais, exceto nos casos de engano Da Proteção Contratual
justificável.
Por fim, o art. 42-A traz as regras acerca de como Na sequência, os arts. 46 a 54 estabelecem as regras
deve ser procedida a cobrança. sobre a proteção contratual no Código de Defesa do
Com relação aos bancos de dados e cadastro de Consumidor. Trata-se de um rol com cláusulas consi-
consumidores, suas regras estão dispostas nos arts. deradas abusivas, além de estabelecer o conceito e os
43 a 44, do CDC. Vejamos os dispositivos: requisitos para a validade e eficácia dos contratos de
adesão. Vejamos os dispositivos gerais:
Art. 43 O consumidor, sem prejuízo do disposto no
art. 86, terá acesso às informações existentes em
Art. 46 Os contratos que regulam as relações de
cadastros, fichas, registros e dados pessoais e de
consumo não obrigarão os consumidores, se não
consumo arquivados sobre ele, bem como sobre as
lhes for dada a oportunidade de tomar conheci-
suas respectivas fontes.
mento prévio de seu conteúdo, ou se os respectivos
§ 1º Os cadastros e dados de consumidores devem
iwstrumewtos forem redigidos de modo a dificultar
ser objetivos, claros, verdadeiros e em linguagem de
a compreensão de seu sentido e alcance.
fácil compreensão, não podendo conter informações
360 negativas referentes a período superior a cinco anos.
§ 2º A abertura de cadastro, ficha, registro e dados As normas gerais de proteção contratual têm iní-
pessoais e de consumo deverá ser comunicada por cio no art. 46, do CDC, que traz a denominada garan-
escrito ao consumidor, quando não solicitada por ele. tia de cognoscibilidade. Trata-se do desdobramento
do direito à informação disciplinado no inciso III, do Parágrafo único. O termo de garantia ou equivalen-
art. 6º, do CDC. Como consequência, o contrato não te deve ser padronizado e esclarecer, de maneira
obrigará o consumidor se, ao emitir sua declaração adequada em que consiste a mesma garantia, bem
de vontade, este não possuir conhecimento prévio do como a forma, o prazo e o lugar em que pode ser
clausulado, como nos casos em que a falta de clareza exercitada e os ônus a cargo do consumidor, deven-
impede a exata compreensão do conteúdo. O contrato do ser-lhe entregue, devidamente preenchido pelo
fornecedor, no ato do fornecimento, acompanhado
obrigará apenas o fornecedor.
de manual de instrução, de instalação e uso do pro-
O art. 47 trata da interpretação mais favorável
duto em linguagem didática, com ilustrações.
ao consumidor. Isso ocorre devido ao fato de ele ser
a parte vulnerável da relação de consumo.
O art. 50, do CDC, trata da garantia contratual, ou
seja, aquela que complementa a garantia legal discipli-
Art. 47 As cláusulas contratuais serão interpreta-
das de maneira mais favorável ao consumidor.
nada no art. 26, sendo facultativa e conferida median-
te termo escrito, observados os seguintes requisitos:
O art. 48, do CDC, disciplina as declarações de
 ser padronizada;
vontade constantes de escritos particulares, reci-
 esclarecer em que consiste a garantia, a forma, o
bos e pré-contratos. Nesses casos, toda proposta ou
prazo e o lugar em que pode ser exercitada e os
declaração constante desses escritos particulares
ônus a cargo do consumidor;
obrigará os fornecedores. Assim sendo, caso o forne-
 ser entregue ao consumidor devidamente preen-
cedor entregue um orçamento prévio ao consumidor,
chido pelo fornecedor, no ato do fornecimento;
ele estará obrigado a prestar o serviço pelo modo e
 estar acompanhada de manual de instrução, de
pelo preço orçado.
instalação e uso do produto em linguagem didáti-
ca, com ilustrações.
Art. 48 As declarações de vontade constantes de
escritos particulares, recibos e pré-contratos rela-
tivos às relações de consumo vinculam o fornece- Ainda com relação à proteção contratual, os arts.
dor, ewsejawdo iwclusive execução específica, wos 51 a 53 estabelecem as regras acerca das cláusulas
termos do art. 84 e parágrafos. abusivas. Vejamos os dispositivos:
Art. 49 O consumidor pode desistir do contrato, no
prazo de 7 dias a contar de sua assinatura ou do Art. 51 São nulas de pleno direito, entre outras, as
ato de recebimento do produto ou serviço, sempre cláusulas contratuais relativas ao fornecimento de
que a contratação de fornecimento de produtos e produtos e serviços que:
serviços ocorrer fora do estabelecimento comer- I - impossibilitem, exonerem ou atenuem a respon-
cial, especialmente por telefone ou a domicílio. sabilidade do fornecedor por vícios de qualquer
Parágrafo único. Se o consumidor exercitar o direi- natureza dos produtos e serviços ou impliquem
to de arrependimento previsto neste artigo, os valo- renúncia ou disposição de direitos. Nas relações de
res eventualmente pagos, a qualquer título, durante consumo entre o fornecedor e o consumidor pes-
o prazo de refiexão, serão devolvidos, de imediato, soa jurídica, a indenização poderá ser limitada, em
monetariamente atualizados. situações justificáveis;
II - subtraiam ao consumidor a opção de reembol-
O art. 49 estabelece o instituto do direito ao arre- so da quantia já paga, nos casos previstos neste
pendimento, ou seja, o prazo de reflexão para com- código;
III - trawsfiram respowsabilidades a terceiros;
pras realizadas fora do estabelecimento comercial.
Seus requisitos são: IV - estabeleçam obrigações consideradas iníquas,
abusivas, que coloquem o consumidor em desvan-
tagem exagerada, ou sejam incompatíveis com a
 exercício do direito potestativo4 dentro do prazo boa-fé ou a eqüidade;
legal; V - (Vetado);
 contratação ocorrida fora do estabelecimento VI - estabeleçam inversão do ônus da prova em pre-
comercial. Exemplo: por telefone, internet, catálo- juízo do consumidor;
gos, entre outros. VII - determinem a utilização compulsória de
arbitragem;
O prazo legal para arrependimento é de 7 dias, VIII - imponham representante para concluir ou
contados da assinatura do contrato ou do ato de rece- realizar outro negócio jurídico pelo consumidor;
bimento do produto ou serviço. IX - deixem ao fornecedor a opção de concluir ou
não o contrato, embora obrigando o consumidor;
X - permitam ao fornecedor, direta ou indiretamen-
Dica te, variação do preço de maneira unilateral;
Não se trata de qualquer inadequação por vício do XI - autorizem o fornecedor a cancelar o contrato
produto ou serviço, mas do direito do consu- midor unilateralmente, sem que igual direito seja conferi-
ATENDIMENTO

de desistir da relação contratual. Não se demanda do ao consumidor;


motivos ou explicações, desde que obedecido o prazo XII - obriguem o consumidor a ressarcir os custos
BANCÁRIO

legal e com a condição de ter sido a aquisição de cobrança de sua obrigação, sem que igual direito
lhe seja conferido contra o fornecedor;
realizada fora do estabeleci- mento comercial.
XIII - autorizem o forwecedor a modificar uwilate-
ralmente o conteúdo ou a qualidade do contrato,
Art. 50 A garantia contratual é complementar à
após sua celebração;
legal e será conferida mediante termo escrito. XIV - infrinjam ou possibilitem a violação de normas
4 Direito incontroverso e que não cabe discussões. ambientais;

361
XV - estejam em desacordo com o sistema de proteção Em síntese, as cláusulas abusivas são todas aque-
ao consumidor; las que vão de encontro à proteção do CDC. Por essa
XVI - possibilitem a renúncia do direito de indenização razão, o rol trazido pelo art. 51 é meramente exempli-
por benfeitorias necessárias. ficativo. A consequência para uma cláusula abusiva é
XVII - condicionem ou limitem de qualquer forma o a sua nulidade, de modo a conservar o negócio jurídi-
acesso aos órgãos do Poder Judiciário; co, mas declarar nula a cláusula, retirando-a da rela-
XVIII - estabeleçam prazos de carência em caso de ção contratual e garantindo a manutenção dos demais
impontualidade das prestações mensais ou impeçam termos, salvo impossibilidade.
o restabelecimento integral dos direitos do consumi- A nulidade da cláusula abusiva, por ser de pleno
dor e de seus meios de pagamento a partir da purga- direito, pode ser reconhecida de ofício pelo juiz, salvo
ção da mora ou do acordo com os credores; em casos de contratos bancários. Nesse caso, aplica-se
XIX - (VETADO). a Súmula nº 381, do Superior Tribunal de Justiça:
§ 1º Presume-se exagerada, entre outros casos, a van-
tagem que:
Súmula nº 381 (STJ) Nos contratos bancários, é
I - ofende os princípios fundamentais do sistema jurí-
vedado ao julgador conhecer, de ofício, da abusivi-
dico a que pertence;
dade das cláusulas.
II - restringe direitos ou obrigações fundamentais ine-
rentes à natureza do contrato, de tal modo a ameaçar
A Lei do Superendividamento acrescentou os inci-
seu objeto ou equilíbrio contratual;
sos XVII e XVIII ao art. 51.
III - se mostra excessivamente onerosa para o consu-
O inciso XVII estabelece a nulidade da cláusula
midor, considerando-se a natureza e conteúdo do con-
trato, o interesse das partes e outras circunstâncias que condicione ou crie limites ao acesso aos órgãos do
peculiares ao caso. Poder Judiciário. Neste ponto é importante lembrar
§ 2º A nulidade de uma cláusula contratual abusiva que o inciso XXXV, art. 5º, da CF, de 1988, dispõe sobre
não invalida o contrato, exceto quando de sua ausên- a inafastabilidade de acesso ao Poder Judiciário. Deste
cia, apesar dos esforços de integração, decorrer ônus modo, o dispositivo busca dar efetividade ao manda-
excessivo a qualquer das partes. mento constitucional e garantir ao consumidor tanto
§ 3º (Vetado). o acesso aos órgãos judiciários como administrativos,
§ 4º É facultado a qualquer consumidor ou entidade buscando a prevenção e a reparação de eventuais
que o represente requerer ao Ministério Público que danos. Tal inciso deve ser analisado em conjunto com
ajuíze a competente ação para ser declarada a nuli- o art. 54-C, do CDC.
dade de cláusula contratual que contrarie o disposto Por fim, o inciso XVIII trata da nulidade das
neste código ou de qualquer forma não assegure o cláusulas que criem prazos de carência em caso de
justo equilíbrio entre direitos e obrigações das partes. impontualidade de prestações mensais ou impeçam o
Art. 52 No fornecimento de produtos ou serviços que restabelecimento integral dos direitos do consumidor.
ewvolva outorga de crédito ou cowcessão de fiwaw- Trata-se, portanto, de impor limites às consequên-
ciamento ao consumidor, o fornecedor deverá, entre cias da mora do consumidor, uma vez que o próprio
outros requisitos, informá-lo prévia e adequadamente ordenamento jurídico já estabelece as consequências
sobre: no caso de inadimplemento, tais como multa, juros
I - preço do produto ou serviço em moeda corrente legais, correção monetária, cláusula penal, arras, per-
nacional; das e danos.
II - montante dos juros de mora e da taxa efetiva anual O art. 54, por sua vez, disciplina os contratos de
de juros; adesão:
III - acréscimos legalmente previstos;
IV - número e periodicidade das prestações; Art. 54 Contrato de adesão é aquele cujas cláusulas
V - soma total a pagar, com e sem fiwawciamewto.
tenham sido aprovadas pela autoridade competen-
§ 1º As multas de mora decorrentes do inadimplemen- te ou estabelecidas unilateralmente pelo fornece-
to de obrigações no seu termo não poderão ser supe- dor de produtos ou serviços, sem que o consumidor
riores a dois por cento do valor da prestação. possa discutir ou modificar substawcialmewte seu
§ 2º É assegurado ao consumidor a liquidação anteci- conteúdo.
pada do débito, total ou parcialmente, mediante redu- § 1º A iwserção de cláusula wo formulário wão desfi-
ção proporcional dos juros e demais acréscimos. gura a natureza de adesão do contrato.
§ 3º (Vetado). § 2º Nos contratos de adesão admite-se cláusu-
Art. 53 Nos contratos de compra e venda de móveis la resolutória, desde que a alternativa, cabendo a
ou imóveis mediante pagamento em prestações, bem escolha ao consumidor, ressalvando-se o disposto
como was aliewações fiduciárias em garawtia, cowside- no § 2º do artigo anterior.
ram-se nulas de pleno direito as cláusulas que estabe- § 3º Os contratos de adesão escritos serão redigi-
leçam a perda total das prestações pagas em benefício dos em termos claros e com caracteres ostensivos e
do credor que, em razão do inadimplemento, pleitear legíveis, cujo tamanho da fonte não será inferior ao
a resolução do contrato e a retomada do produto corpo doze, de modo a facilitar sua compreensão
alienado. pelo consumidor.
§ 1º (Vetado). § 4º As cláusulas que implicarem limitação de direi-
§ 2º Nos contratos do sistema de consórcio de pro- to do consumidor deverão ser redigidas com desta-
dutos duráveis, a compensação ou a restituição das que, permitindo sua imediata e fácil compreensão.
parcelas quitadas, na forma deste artigo, terá descon- § 5º (Vetado)
tada, além da vantagem econômica auferida com a
362 fruição, os prejuízos que o desistente ou inadimplente O contrato de adesão é uma das modalidades de
causar ao grupo. comercialização e comunicação em massa. Trata-se
§ 3º Os contratos de que trata o caput deste artigo do instrumento colocado à disposição pelo fornecedor
serão expressos em moeda corrente nacional. para conferir agilidade às transações comerciais, ou
seja, negócios jurídicos em larga escala, por meio de § 3º O disposto neste Capítulo não se aplica ao
estipulações uniformes e sem a possibilidade de nego- consumidor cujas dívidas tenham sido contraídas
ciação por parte do consumidor, como, por exemplo, mediante fraude ou má-fé, sejam oriundas de
nos contratos bancários, contratos de seguro, contra- contratos celebrados dolosamente com o propósito
tos de planos de saúde. O conceito de contrato de ade- de não realizar o pagamento ou decorram da aqui-
são é trazido no art. 54 do CDC. sição ou contratação de produtos e serviços de luxo
Características do contrato de adesão: de alto valor.

 Predeterminação: o consumidor não participa Um ponto importante acerca do art. 54-A é a


abrangência da norma. Observe que as disposições
da composição das cláusulas do contrato, pois são
previamente estabelecidas pelo fornecedor ou se referem a todo e qualquer crédito contraído no
pela autoridade competente; mercado de consumo por pessoas físicas, e não ape-
 Uniformidade: não possui variação significativa nas pelos celebrados quando o consumidor que já se
de um contrato para outro; encontra na condição de endividamento.
 Rigidez contratual: é estável. Portanto, a abrangência é muito mais ampla do
que se depreende do nome pelo qual a legislação é
Cumpre salientar que, nos termos do § 1º, do art. conhecida (Lei do Superendividamento), vez que se
54, a mera inserção de cláusula não tem o condão de aplica a todos os contratos de crédito celebrados por
descaracterizar o contrato de adesão. Assim sendo, pessoas naturais.
pequenas modificações não são capazes de retirar seu
caráter de adesão.
O § 2º, por sua vez, estabelece a possibilidade de Importante!
cláusula resolutória no contrato de adesão, desde que Essas regras não se aplicam às pessoas jurídicas.
alternativa e a escolha seja do consumidor.
O § 3º trata das regras aplicadas aos contratos
de adesão, que são redação em termos claros e com
caracteres ostensivos e legíveis e tamanho da fonte O § 1º, por sua vez, traz o conceito de superendi-
não inferior ao corpo 12. vidamento. Nele encontram-se alguns dos elementos
Por fim, é possível nos contratos de adesão a pre- que caracterizam a situação. O primeiro é a impos-
visão de cláusulas restritivas de direitos do consu- sibilidade evidente e de fácil detecção de que o
midor. No entanto, estas devem constar de maneira
consumidor não possui recursos financeiros para
compreensível e de fácil percepção ao consumidor. realizar o pagamento da dívida. Essa impossibilidade
decorre tanto dos aspectos patrimoniais do consumi-
Da Prevenção e do Tratamento do dor, como de sua renda, gastos, situação financeira,
Superendividamento como de situação circunstancial, como, por exemplo,
desemprego.
O Capítulo VI-A, que engloba os arts. 54-A ao 54-G, Há de se mencionar os dois elementos objetivos
foi incluído pela Lei do Superendividamento como do dispositivo, que são:
forma de estabelecer regras a respeito da oferta de
créditos, com o objetivo de prevenir que o uso des-  que a dívida seja exigível, ou seja, dívida que pode
medido do crédito gere tanto o superendividamento ser imediatamente cobrada pelo credor;
como a marginalização do consumidor.  que a dívida seja vincenda, isto é, aquelas que ain-
De início, a Lei nº 14.181, de 2021, acrescentou um da estão para vencer.
novo princípio ao CDC, o da prevenção ao superendivi-
damento (X, art. 4º), bem como incluiu dois novos instru- Importante: de acordo como o § 2º, essas regras só
mentos de atuação do Poder Público (VI e VII, art. 5º). se aplicam às dívidas relativas à relação de consumo.
Além disso, acrescentou três novos direitos bási- Portanto, as dívidas tributárias (fiscais e parafiscais) e
cos do consumidor (XI, XII e XIII, art. 6º) e duas as relacionadas a alimentos e atividades profissionais
novas cláusulas abusivas (XVII e XVIII, art. 51). No não estão incluídas. Salienta-se que o STJ já se posi-
entanto, era preciso disciplinar o conceito e a abran- cionou que não são dívidas decorrentes da relação de
gência desse fenômeno advindo com a expansão do consumo as oriundas do FIES, de crédito rural e do
crédito. Assim, vejamos os dispositivos: Programa Minha Casa, Minha Vida.
O elemento finalístico ou teleológico do disposi-
Art. 54-A Este Capítulo dispõe sobre a prevenção do tivo é a garantia de preservação da dignidade do deve-
superendividamento da pessoa natural, sobre o dor pelo mínimo existencial.
crédito respowsável e sobre a educação fiwawceira
Dica: a questão do mínimo existencial está previs-
do consumidor.
ta nas discussões jurisprudenciais acerca da interrup-
ATENDIMENTO

§ 1º Entende-se por superendividamento a


impossibilidade manifesta de o consumidor ção dos serviços de luz e água, por exemplo.
pessoa natural, de boa-fé, pagar a totalidade de Por fim, o § 3º exclui da aplicação dessas regras os
BANCÁRIO

suas dívidas de consumo, exigíveis e vincen- contratos celebrados mediante fraude ou má-fé. Cum-
das, sem comprometer seu mínimo existencial, pre mencionar que, na frase pré-contratual, as partes
nos termos da regulamentação. devem atuar em consonância com o princípio do cré-
§ 2º As dívidas referidas no § 1º deste artigo englo- dito responsável e da boa-fé por meio de informações,
bam quaitquer compromittot fiwawceirot cooperação e cuidados.
assumidos decorrentes de relação de consu- Além disso, nos termos do Código Civil, a boa-fé
mo, inclusive operações de crédito, compras a é sempre presumida, de modo que a má-fé deve ser
prazo e serviços de prestação continuada. provada. 363
Art. 54-B No fornecimento de crédito e na venda a I - informar e esclarecer adequadamente o con-
prazo, além das informações obrigatórias previstas sumidor, considerada sua idade, sobre a natureza
no art. 52 deste Código e na legislação aplicável à e a modalidade do crédito oferecido, sobre todos os
matéria, o fornecedor ou o intermediário deve- custos incidentes, observado o disposto nos arts. 52 e
rá informar o consumidor, prévia e adequada- 54-B deste Código, e sobre as consequências genéricas
mente, no momento da oferta, sobre: e específicas do iwadimplemewto;
I - o custo efetivo total e a descrição dos elemen- II - avaliar, de forma responsável, as condições de
tos que o compõem; crédito do consumidor, mediante análise das infor-
II - a taxa efetiva mensal de juros, bem como mações disponíveis em bancos de dados de proteção
a taxa dos juros de mora e o total de encargos, ao crédito, observado o disposto neste Código e na
de qualquer natureza, previstos para o atraso no legislação sobre proteção de dados;
pagamento; III - iwformar a idewtidade do agewte fiwawciador
III - o montante das prestações e o prazo de e entregar ao consumidor, ao garante e a outros
validade da oferta, que deve ser, no mínimo, de coobrigados cópia do contrato de crédito.
2 (dois) dias; Parágrafo único. O descumprimento de qualquer dos
IV - o nome e o endereço, inclusive o eletrônico, deveres previstos wo caput deste artigo e wos arts. 52
do fornecedor; e 54-C deste Código poderá acarretar judicialmente a
V - o direito do consumidor à liquidação antecipada redução dos juros, dos encargos ou de qualquer acrés-
e não onerosa do débito, nos termos do § 2º do art. cimo ao principal e a dilação do prazo de pagamento
52 deste Código e da regulamentação em vigor. previsto no contrato original, conforme a gravidade
§ 1º As informações referidas no art. 52 deste Códi- da cowduta do forwecedor e as possibilidades fiwaw-
go e wo caput deste artigo devem cowstar de forma ceiras do consumidor, sem prejuízo de outras sanções
clara e resumida do próprio contrato, da fatu- e de indenização por perdas e danos, patrimoniais e
ra ou de instrumento apartado, de fácil acesso morais, ao consumidor.
ao consumidor. Art. 54-E (VETADO).
§ 2º Para efeitos deste Código, o custo efetivo total
da operação de crédito ao consumidor consis-
O art. 54-C complementa o inciso VII, art. 6º, que
tirá em taxa percentual anual e compreenderá
todos os valores cobrados do consumidor, sem pre- limita o acesso ao Poder Judiciário. Assim, o dispositi-
juízo do cálculo padronizado pela autoridade regu- vo traz um rol de proibições, que podem estar expres-
ladora do sistema fiwawceiro. sas ou não, na oferta do crédito. Já o art. 54-D decorre
§ 3º Sem prejuízo do disposto no art. 37 deste Códi- da necessidade de transparência na relação de consu-
go, a oferta de crédito ao consumidor e a oferta mo, que se traduz na perspectiva de lealdade e dever
de venda a prazo, ou a fatura mensal, conforme o de informação.
caso, devem indicar, no mínimo, o custo efetivo
total, o agewte fiwawciador e a toma total a Art. 54-F São conexos, coligados ou interde-
pagar, com e tem fiwawciamewto. pendentes, entre outros, o contrato principal de
fornecimento de produto ou serviço e os contratos
O art. 54-B elenca diversos deveres que devem ser acessórios de crédito que lhe garawtam o fiwawcia-
cumpridos pelo fornecedor ou intermediário. Trata-se mento quando o fornecedor de crédito:
de direitos e deveres ligados à informação e educa- I - recorrer aos serviços do fornecedor de produ-
ção do consumidor, como, por exemplo, ter ciência do to ou serviço para a preparação ou a conclusão do
valor total que irá ser pago pelo bem no caso de parce- contrato de crédito;
lamento, pois muitas vezes o consumidor se preocupa II - oferecer o crédito no local da atividade empre-
apenas com o valor das parcelas e não se dá conta de, sarial do forwecedor de produto ou serviço fiwaw-
que ao final, irá pagar algumas vezes a mais pelo valor ciado ou onde o contrato principal for celebrado.
do bem que adquiriu. § 1º O exercício do direito de arrependimento nas
hipóteses previstas neste Código, no contrato prin-
Art. 54-C É vedado, expressa ou implicitamente, na cipal ou no contrato de crédito, implica a resolução
oferta de crédito ao consumidor, publicitária ou não: de plewo direito do cowtrato que lhe seja cowexo.
I - (VETADO); § 2º Nos casos dos iwcisos I e II do caput deste arti-
II - indicar que a operação de crédito poderá ser go, se houver inexecução de qualquer das obriga-
concluída sem consulta a serviços de proteção ao ções e deveres do fornecedor de produto ou serviço,
crédito ou sem avaliação da situação fiwawceira do o consumidor poderá requerer a rescisão do con-
consumidor; trato wão cumprido cowtra o forwecedor do crédito.
III - ocultar ou dificultar a compreewsão sobre os ôwus § 3º O direito previsto no § 2º deste artigo caberá
e os riscos da contratação do crédito ou da venda a igualmente ao consumidor:
prazo; I - contra o portador de cheque pós-datado emitido
IV - assediar ou pressionar o consumidor para con- para aquisição de produto ou serviço a prazo;
tratar o fornecimento de produto, serviço ou crédito, II - contra o administrador ou o emitente de cartão
principalmente se se tratar de consumidor idoso, anal- de crédito ou similar quando o cartão de crédito
fabeto, doente ou em estado de vulnerabilidade agra- ou similar e o produto ou serviço forem fornecidos
vada ou se a contratação envolver prêmio; pelo mesmo fornecedor ou por entidades perten-
V - condicionar o atendimento de pretensões do con- cewtes a um mesmo grupo ecowômico.
sumidor ou o início de tratativas à renúncia ou à § 4º A iwvalidade ou a iweficácia do cowtrato priwci-
desistência de demandas judiciais, ao pagamento de pal implicará, de pleno direito, a do contrato de cré-
honorários advocatícios ou a depósitos judiciais. dito que lhe seja cowexo, wos termos do caput deste
364 Parágrafo único. (VETADO). artigo, ressalvado ao fornecedor do crédito o direi-
Art. 54-D Na oferta de crédito, previamente à contra- to de obter do fornecedor do produto ou serviço a
tação, o fornecedor ou o intermediário deverá, entre devolução dos valores entregues, inclusive relativa-
outras condutas: mewte a tributos.
O art. 54-F trata da relação entre o contrato prin- Por fim, o art. 54-G traz as vedações do fornecedor
cipal e os contratos acessórios de crédito. Entende-se no que tange às operações que envolvam crédito. Tra-
por contrato conexo aqueles que possuem vínculos ta-se de um complemento ao art. 39, que disciplina as
entre si, de modo que a inexistência, invalidade ou práticas abusivas.
ineficácia de um interfere no outro. São exemplos de
contratos conexos os acessórios, o subcontrato, nor- Das Sanções Administrativas
mativo, reacional e coligado.
O dispositivo trata especificamente de dois desses Os arts. 55 a 60 tratam do poder de polícia, ou
contratos: o contrato coligado ou independente e o seja, da função administrativa para promover o inte-
contrato acessório. resse comum por meio da atividade estatal de disci-
O contrato coligado é aquele em que existe uma plinar e restringir determinadas ações. Vejamos os
dependência causal entre o contrato e o outro, ou dispositivos:
seja, um é a causa do outro. Exemplo: aquisição de um
automóvel por meio de um financiamento bancário. Art. 55 A União, os Estados e o Distrito Federal, em
Já o contrato acessório é aquele que pressupõe caráter concorrente e nas suas respectivas áreas de
um principal, como, por exemplo, um contrato de atuação administrativa, baixarão normas relativas
fiança decorrente de um contrato de locação. à produção, industrialização, distribuição e consu-
mo de produtos e serviços.
§ 1º A União, os Estados, o Distrito Federal e os Muni-
cípios fiscalizarão e cowtrolarão a produção, iwdus-
Importante trialização, distribuição, a publicidade de produtos
A doutrina entende que os contratos de financia- mento e serviços e o mercado de consumo, no interesse da
possuem conexão causal e não de acesso- riedade, preservação da vida, da saúde, da segurança, da infor-
existindo apenas uma atecnia legislativa que não causa mação e do bem-estar do consumidor, baixando as
wormas que se fizerem wecessárias.
prejuízo de interpretação.
§ 2º (Vetado).
§ 3º Os órgãos federais, estaduais, do Distrito Federal
e muwicipais com atribuições para fiscalizar e cowtro-
Art. 54-G Sem prejuízo do disposto no art. 39 deste
lar o mercado de consumo manterão comissões per-
Código e na legislação aplicável à matéria, é veda- manentes para elaboração, revisão e atualização das
do ao fornecedor de produto ou serviço que envol- normas referidas no § 1º, sendo obrigatória a partici-
va crédito, entre outras condutas: pação dos consumidores e fornecedores.
I - realizar ou proceder à cobrança ou ao débito em § 4º Os órgãos oficiais poderão expedir wotificações
conta de qualquer quantia que houver sido contes- aos fornecedores para que, sob pena de desobediência,
tada pelo consumidor em compra realizada com prestem informações sobre questões de interesse do
cartão de crédito ou similar, enquanto não for ade- consumidor, resguardado o segredo industrial.
quadamente solucionada a controvérsia, desde que
o cowsumidor haja wotificado a admiwistradora do
O art. 55 trata do poder de regulamentação e fis-
cartão com antecedência de pelo menos 10 (dez)
calização. De acordo com o caput do dispositivo, com-
dias contados da data de vencimento da fatura,
pete à União, aos Estados e ao Distrito Federal, de modo
vedada a manutenção do valor na fatura seguinte e
assegurado ao consumidor o direito de deduzir do concorrente, elaborar as normas relativas à produção,
total da fatura o valor em disputa e efetuar o paga- industrialização, distribuição e ao consumo de produ-
mento da parte não contestada, podendo o emissor tos e serviços. Por se tratar de competência “conjunta”,
lawçar como crédito em cowfiawça o valor idêwtico a União deve cuidar das normas de caráter geral, isto é,
ao da transação contestada que tenha sido cobrada, aplicadas a todo o país, reservando aos Estados e ao Dis-
enquanto não encerrada a apuração da contestação; trito Federal as normas de interesse regional.
II - recusar ou não entregar ao consumidor, ao garan- O Brasil é uma federação, o que significa dizer que
te e aos outros coobrigados cópia da minuta do con- existe uma divisão interna do poder. A CF, de 1988,
trato principal de consumo ou do contrato de crédito, estabeleceu como seus entes federativos a União Fede-
em papel ou outro suporte duradouro, disponível e ral, os Estados-Membros, o Distrito Federal e os Muni-
acessível, e, após a conclusão, cópia do contrato; cípios, cada qual com autonomia e discricionariedade,
III - impedir ou dificultar, em caso de utilização frau- além de possibilidade de se organizarem e legislarem.
dulenta do cartão de crédito ou similar, que o consu- Deste modo, compete à União estabelecer as regras
midor peça e obtenha, quando aplicável, a anulação do Estado brasileiro como um todo, tendo como parâ-
ou o imediato bloqueio do pagamento, ou ainda a res- metro a CF, de 1988. Se à União cabem as diretrizes de
tituição dos valores indevidamente recebidos. âmbito nacional, aos Estados compete traçar as nor-
§ 1º Sem prejuízo do dever de informação e esclare- mas regionais; ao Distrito Federal, regras distritais e
cimento do consumidor e de entrega da minuta do os Municípios, as regras locais.
contrato, no empréstimo cuja liquidação seja feita
Já o § 1º, do art. 55, estabelece que os entes da fede-
ATENDIMENTO

mediante consignação em folha de pagamento, a for-


ração, além de criar normas sobre as relações de
malização e a entrega da cópia do contrato ou do ins-
consumo, exercerão seu poder de polícia para fiscali-
BANCÁRIO

trumento de contratação ocorrerão após o fornecedor


do crédito obter da fonte pagadora a indicação sobre zação e controle da produção, industrialização, distri-
a existência de margem consignável. buição, publicidade de produtos e serviços e mercado
§ 2º Nos contratos de adesão, o fornecedor deve pres- de consumo. O objetivo da atividade estatal é preser-
tar ao consumidor, previamente, as informações var os direitos básicos do consumidor, ou seja, sua
de que tratam o art. 52 e o caput do art. 54-B deste vida, saúde, segurança, informação e bem-estar.
Código, além de outras porventura determinadas na O § 3º trata da atribuição de fiscalização e controle
legislação em vigor, e fica obrigado a ewtregar ao cow- do mercado de consumo. Por essa razão, o dispositivo
sumidor cópia do contrato, após a sua conclusão. estabelece que os entes da federação deverão manter 365
comissões permanentes para elaboração, revisão Quanto aos arts. 57 a 60, eles estabelecem a forma
e atualização das normas regulatórias. No entanto, de aplicação de cada uma das sanções administrativas:
para que essa atividade seja efetiva, estabelece, ainda,
a composição de tais comissões. Assim, será obriga- Art. 57 A pena de multa, graduada de acordo com
tória a participação tanto dos consumidores quanto a gravidade da infração, a vantagem auferida e a
dos fornecedores, para que os dois lados da relação de condição econômica do fornecedor, será aplicada
consumo possam tratar de seus interesses. mediante procedimento administrativo, revertendo
Por fim, o § 4º, do art. 55, dispõe acerca da possi- para o Fundo de que trata a Lei nº 7.347, de 24 de
julho de 1985, os valores cabíveis à União, ou para
bilidade de notificação dos fornecedores, para que
os Fundos estaduais ou municipais de proteção ao
estes prestem informações sobre questões de interes- consumidor nos demais casos.
se do consumidor, resguardado o segredo industrial. Parágrafo único. A multa será em montante não
inferior a duzentas e não superior a três milhões de
Art. 56 As infrações das normas de defesa do con- vezes o valor da Uwidade Fiscal de Referêwcia (Ufir),
sumidor ficam sujeitas, cowforme o caso, às seguiw- ou índice equivalente que venha a substituí-lo.
tes sanções administrativas, sem prejuízo das de Art. 58 As penas de apreensão, de inutilização de
watureza civil, pewal e das defiwidas em wormas produtos, de proibição de fabricação de produtos,
específicas: de suspensão do fornecimento de produto ou servi-
I - multa; ço, de cassação do registro do produto e revogação
II - apreensão do produto; da concessão ou permissão de uso serão aplicadas
III - inutilização do produto; pela administração, mediante procedimento admi-
IV - cassação do registro do produto junto ao órgão nistrativo, assegurada ampla defesa, quando forem
competente; constatados vícios de quantidade ou de qualidade
V - proibição de fabricação do produto; por inadequação ou insegurança do produto ou
VI - suspensão de fornecimento de produtos ou serviço.
serviço; Art. 59 As penas de cassação de alvará de licença,
VII - suspensão temporária de atividade; de interdição e de suspensão temporária da ativi-
VIII - revogação de concessão ou permissão de uso; dade, bem como a de intervenção administrativa,
IX - cassação de licença do estabelecimento ou de serão aplicadas mediante procedimento adminis-
atividade; trativo, assegurada ampla defesa, quando o forne-
X - interdição, total ou parcial, de estabelecimento, cedor reincidir na prática das infrações de maior
de obra ou de atividade; gravidade previstas neste código e na legislação de
XI - intervenção administrativa; consumo.
XII - imposição de contrapropaganda. § 1º A pena de cassação da concessão será aplicada
Parágrafo único. As sanções previstas neste artigo à concessionária de serviço público, quando violar
serão aplicadas pela autoridade administrativa, obrigação legal ou contratual.
no âmbito de sua atribuição, podendo ser aplica- § 2º A pena de intervenção administrativa será
das cumulativamente, inclusive por medida cau- aplicada sempre que as circunstâncias de fato desa-
telar, antecedente ou incidente de procedimento conselharem a cassação de licença, a interdição ou
suspensão da atividade.
administrativo.
§ 3º Pendendo ação judicial na qual se discuta
a imposição de penalidade administrativa, não
O art. 56, por sua vez, trata das sanções administra- haverá reincidência até o trânsito em julgado da
tivas. Observa-se que são três as espécies de sanções: sentença.
Art. 60 A imposição de contrapropaganda será
 Sanções pecuniárias: multas que decorrem do não cominada quando o fornecedor incorrer na prática
adimplemento dos deveres relativos ao consumo; de publicidade enganosa ou abusiva, nos termos do
 Sanções objetivas ou reais (incidem no produ- art. 36 e seus §, sempre às expensas do infrator.
to ou serviço): apreensão, inutilização do pro- § 1º A contrapropaganda será divulgada pelo res-
duto, cassação do registro do produto, proibição ponsável da mesma forma, freqüência e dimensão
de fabricação e suspensão de fornecimento de e, preferencialmente no mesmo veículo, local, espa-
produtos/serviços; ço e horário, de forma capaz de desfazer o malefício
da publicidade enganosa ou abusiva.
 Sanções subjetivas (vinculadas à atividade):
interdição, total ou parcial, de estabelecimento, de
DAS INFRAÇÕES PENAIS
obra ou atividade; suspensão temporária da ati-
vidade; revogação de concessão ou permissão de
As regras das infrações cometidas contra o consu-
uso; cassação de licença do estabelecimento ou de midor são aplicadas sem prejuízo do disposto no Códi-
atividade; intervenção administrativa; imposição go Penal e leis especiais.
de contrapropaganda, entre outros.
Art. 61 Constituem crimes contra as relações de
O parágrafo único, do art. 56, trata da responsabi- consumo previstas neste código, sem prejuízo do
lidade administrativa do fornecedor. Ele estabelece disposto no Código Penal e leis especiais, as condu-
que tais sanções serão aplicadas pela autoridade admi- tas tipificadas wos artigos seguiwtes.
nistrativa em conformidade com sua atribuição. Essas
sanções podem ser aplicadas cumulativamente ou não. Já a segunda observação é que a maioria dos cri-
Podem, também, ser aplicadas de maneira antecedente mes previstos no CDC são de perigo abstrato, ou seja,
366 ou incidente no procedimento administrativo. não se exige a lesão do bem jurídico tutelado —
Além da responsabilidade administrativa, o forne- neste caso, o consumidor — ou a colocação deste em
cedor poderá responder tanto civilmente como penal- risco real e concreto.
mente por seus atos. Com isso, passamos à análise dos crimes em espécie.
Omissão de Dizeres ou Sinais Ostensivos Sobre a estes podem causar efeitos outrora desconhecidos:
Nocividade ou Periculosidade de Produtos ou irritação na pele, manchas, alergias. Nesse contexto,
Serviços a fábrica tem o dever de comunicar às autoridades e
aos clientes, imediatamente, por meios de publicida-
O art. 63 criminaliza a conduta de omitir dizeres de, os riscos que o produto oferece.
ou sinais ostensivos sobre a nocividade ou pericu- Prevê modalidade culposa? Não, pois o fornece-
losidade de produtos, nas embalagens, nos invólu- dor tem que saber da nocividade e, mesmo assim, não
cros, recipientes ou publicidade. informar (omissivo próprio). Logo, ele deve agir com
dolo.
Art. 63 Omitir dizeres ou sinais ostensivos sobre
a nocividade ou periculosidade de produtos, Omissão de dizeres ou
nas embalagens, nos invólucros, recipientes ou sinais ostensivos sobre A nocividade ou
publicidade: a nocividade ou periculosidade do produto
Pena - Detenção de seis meses a dois anos e multa. periculosidade de são conhecidas antes da
§ 1° Incorrerá nas mesmas penas quem deixar de produtos ou serviços exposição à venda
alertar, mediante recomendações escritas ostensivas, (art.63)
sobre a periculosidade do serviço a ser prestado.
§ 2° Se o crime é culposo: Omissão na A nocividade ou
Pena - Detenção de um a seis meses ou multa. comunicação da periculosidade do produto
nocividade ou são conhecidas após a
O crime se consuma com o ato do fornecedor (ora periculosidade de exposição à venda
sujeito ativo do crime em tela) se omitir consciente- produtos (art. 64)
mente a realizar as recomendações de nocividade ou
periculosidade de produtos ou serviços.
Desobediência na Execução de Serviço Perigoso
Por se tratar de crime omissivo, não é admissível a
tentativa, nem a possibilidade de crime culposo. Incorre em conduta punível com detenção de 6
Nas mesmas penas incorre quem deixar de aler- (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa, o agente que exe-
tar, mediante recomendações escritas ostensivas,
cutar serviço de alto grau de periculosidade, con-
sobre a periculosidade do serviço a ser prestado. trariando determinação de autoridade competente.
Exemplo: uma empresa de dedetização que não
informa de forma clara (escrita ofensiva) dos perigos
Art. 65 Executar serviço de alto grau de periculo-
que o serviço realizado pode oferecer. sidade, contrariando determinação de autoridade
O tipo do art. 63 possui relação com os artigos 8º e competente:
31 do Código de Defesa do Consumidor. Pena - Detenção de seis meses a dois anos e multa.
§ 1º As penas deste artigo são aplicáveis sem prejuí-
Art. 8° Os produtos e serviços colocados no mer- zo das correspondentes à lesão corporal e à morte.
cado de consumo não acarretarão riscos à saúde § 2º A prática do disposto no inciso XIV do art. 39
ou segurança dos consumidores, exceto os conside- desta Lei também caracteriza o crime previsto no
rados normais e previsíveis em decorrência de sua caput deste artigo.
natureza e fruição, obrigando-se os fornecedores,
em qualquer hipótese, a dar as informações neces- Exemplo: empresa contratada para a realização de
sárias e adequadas a seu respeito. dedetização que faz uso de produto não autorizado
Art. 31 A oferta e apresentação de produtos ou pelas autoridades competentes.
serviços devem assegurar informações corretas,
claras, precisas, ostensivas e em língua portuguesa
sobre suas características, qualidades, quantidade, Importante!
composição, preço, garantia, prazos de validade
e origem, entre outros dados, bem como sobre os O crime em comento pode ser cumulado com os
riscos que apresentam à saúde e segurança dos crimes de homicídio ou lesão corporal, logo é
consumidores. possível que o sujeito ativo, com uma só condu- ta,
Parágrafo único. As informações de que trata este atente contra dois bens jurídicos.
artigo, nos produtos refrigerados oferecidos ao
consumidor, serão gravadas de forma indelével.
Oferta Enganosa e Omissão de Informação Relevante
Omissão na Comunicação da Nocividade ou
Periculosidade de Produtos O art. 66 visa punir quem faz afirmação falsa ou
enganosa ou omite informação relevante sobre a
Art. 64 Deixar de comunicar à autoridade com- natureza, característica, qualidade, quantidade, segu-
petente e aos consumidores a nocividade ou peri- rança, desempenho, durabilidade, preço ou garantia
culosidade de produtos cujo conhecimento seja de produtos ou serviços.
ATENDIMENTO

posterior à sua colocação no mercado:


Pena - Detenção de seis meses a dois anos e multa. Art. 66 Fazer afirmação falsa ou ewgawosa, ou
BANCÁRIO

Parágrafo único. Incorrerá nas mesmas penas quem omitir informação relevante sobre a natureza,
deixar de retirar do mercado, imediatamente quando característica, qualidade, quantidade, segurança,
determinado pela autoridade competente, os produtos desempenho, durabilidade, preço ou garantia de
nocivos ou perigosos, na forma deste artigo. produtos ou serviços:
Pena - Detenção de três meses a um ano e multa.
§ 1º Incorrerá nas mesmas penas quem patrocinar
A título de exemplo do art. 64, podemos citar uma a oferta.
fábrica que vende sabonetes. Contudo, posterior- § 2º Se o crime é culposo;
mente, a partir de relatos de clientes, descobre que Pena - Detenção de um a seis meses ou multa
367
A oferta de que trata esse artigo, diz respeito à Este delito é formal, pois se consuma com a veicu-
informação ou publicidade precisa, devidamente lação da publicidade, independentemente de dano
divulgada. Uma vez realizada a oferta, esta vincula o causado ao consumidor.
fornecedor com a obrigação ofertada. Portanto, o sujeito ativo desta conduta pode ser
É possível que o responsável da entidade se torne tanto o fornecedor do produto ou do serviço como o
responsável neste crime, nos termos do artigo 75 do CDC. responsável pela publicidade.

Art. 75 Quem, de qualquer forma, concorrer para Omissão na Organização de Dados que Embasam
os crimes referidos neste código, incide as penas Publicidade
a esses cominadas na medida de sua culpabilida-
de, bem como o diretor, administrador ou gerente Deixar de organizar dados fáticos, técnicos e cien-
da pessoa jurídica que promover, permitir ou por tíficos que dão base à publicidade é conduta prevista
qualquer modo aprovar o fornecimento, oferta, no CDC sujeita à penalidade de detenção de 1 (um) a 6
exposição à venda ou manutenção em depósito de (seis) meses ou multa.
produtos ou a oferta e prestação de serviços nas
condições por ele proibidas.
Art. 69 Deixar de organizar dados fáticos, técnicos
e ciewtíficos que dão base à publicidade
Publicidade Enganosa ou Abusiva
Veja o que estabelece o art. 36 neste sentido:
Aqui é o caso da famosa propaganda enganosa.
Pune o agente que faz ou promove a publicidade que Art. 36 A publicidade deve ser veiculada de tal
sabe ou deveria saber ser enganosa ou abusiva. forma que o consumidor, fácil e imediatamente, a
idewtifique como tal.
Art. 67 Fazer ou promover publicidade que sabe ou Parágrafo único. O fornecedor, na publicidade de
deveria saber ser enganosa ou abusiva: seus produtos ou serviços, manterá, em seu poder,
Pena - Detenção de três meses a um ano e multa para informação dos legítimos interessados, os
dados fáticos, técwicos e ciewtíficos que dão sustew-
O CDC estabelece a diferença entre publicidade tação à mensagem.
enganosa e publicidade abusiva. Elas estão disciplina-
das no art. 37. A consumação do crime ocorre quando o fornece-
dor (sujeito ativo) deixa, deliberadamente, de organi-
 Publicidade Enganosa zar os dados que dão base à publicidade. É um crime
omissivo, não sendo possível a tentativa.
É enganosa qualquer modalidade de informação ou
comunicação de caráter publicitário, inteira ou par- Emprego de Peças ou Componentes de Reposição
cialmente falsa, ou, por qualquer outro modo, mesmo Usados sem o Consentimento do Consumidor
por omissão, capaz de induzir em erro o consumi-
dor a respeito da natureza, características, qualidade, Neste crime, a título de exemplo, incorre um mecâ-
quantidade, propriedades, origem, preço e quaisquer nico que inserir no carro de cliente uma peça usada
outros dados sobre produtos e serviços (§ 1º). sem autorização do consumidor.
A publicidade é enganosa por omissão quando dei-
xar de informar sobre dado essencial do produto Art. 70 Empregar na reparação de produtos, peça
ou serviço (§ 3º). ou componentes de reposição usados, sem autori-
zação do consumidor
 Publicidade Abusiva
A conduta criminosa está diretamente ligada à
É abusiva, dentre outras, a publicidade discrimi- previsão do art. 21 do CDC.
natória de qualquer natureza, que incite à violência,
explore o medo ou a superstição, se aproveite da Art. 21 No fornecimento de serviços que tenham
deficiência de julgamento e experiência da crian- por objetivo a reparação de qualquer produto con-
ça, desrespeite valores ambientais, ou que seja capaz siderar-se-á implícita a obrigação do fornecedor
de induzir o consumidor a se comportar de forma de empregar componentes de reposição originais
prejudicial ou perigosa à sua saúde ou segurança adequados e wovos, ou que mawtewham as especifi-
(§ 2º) cações técnicas do fabricante, salvo, quanto a estes
Exemplo: um fornecedor realiza uma publicidade últimos, autorização em contrário do consumidor.
ofertando um videogame por R$200,00 (abaixo do preço
de mercado) com intuito de atrair consumidores, porém Cobrança Abusiva ou Vexatória
ao chegar à loja para efetuar a compra o consumidor se
depara com um preço elevado do produto. Nesse caso, Antes de adentrarmos ao estudo do tipo penal do
trata-se de uma publicidade enganosa comissiva. art. 71, observe o art. 42 do CDC:
O art. 68 também consiste em publicidade abusi-
va. Incorre neste tipo o agente que faz ou promove
Art. 42 Na cobrança de débitos, o consumidor inadim-
publicidade que sabe ou deveria saber ser capaz de
plente não será exposto a ridículo, nem será submeti-
induzir o consumidor a se comportar de forma
do a qualquer tipo de constrangimento ou ameaça.
prejudicial ou perigosa a sua saúde ou segurança:
Portanto, o consumidor não poderá ser exposto ao
368 Art. 68 Fazer ou promover publicidade que sabe ou
ridículo, nem será submetido a constrangimento ou
deveria saber ser capaz de induzir o consumidor a
se comportar de forma prejudicial ou perigosa a ameaça. O agente que praticar tal conduta poderá res-
sua saúde ou segurança. ponder pelo crime previsto no art. 71.
Art. 71 Utilizar, na cobrança de dívidas, de ameaça, Omissão na Entrega do Termo de Garantia ao
coação, cowstrawgimewto físico ou moral, afirma- Consumidor
ções falsas incorretas ou enganosas ou de qualquer
outro procedimento que exponha o consumidor, Deixar de entregar ao consumidor o termo de
iwjustificadamewte, a ridículo ou iwterfira com seu garantia adequadamente preenchido e com especifi-
trabalho, descanso ou lazer: cação clara de seu conteúdo é conduta punível na for-
Pena - Detenção de três meses a um ano e multa. ma do art. 74.

Art. 74 Deixar de entregar ao consumidor o ter-


mo de garantia adequadamente preenchido e com
especificação clara de seu cowteúdo;
Pena - Detenção de um a seis meses ou multa.

Trata-se de um crime próprio, onde o sujeito ati-


vo é o fornecedor que, dolosamente deixa de entre-
gar ao consumidor o termo de garantia. Não admite
tentativa.
O CDC prevê duas espécies de garantias: a legal e
a contratual.

 Garantia Legal:

Art. 26 O direito de reclamar pelos vícios apa-


rentes ou de fácil constatação caduca em:
I - trinta dias, tratando-se de fornecimento de servi-
ço e de produtos não duráveis;
II – noventa dias, tratando-se de fornecimento de
serviço e de produtos duráveis.
A consumação do crime se perfaz no momento
da cobrança da dívida, desde que esta seja realizada  Garantia Contratual:
alguma hipótese prevista no artigo (ameaça, coação,
constrangimento etc.). Art. 50 [...]
Parágrafo único. O termo de garantia ou equiva-
Crimes Relativos a Dados Cadastrais do Consumidor lente deve ser padronizado e esclarecer, de maneira
adequada em que consiste a mesma garantia, bem
O art. 43 estabelece como direito do consumidor como a forma, o prazo e o lugar em que pode
a obtenção de acesso às informações existentes em ser exercitada e os ônus a cargo do consumidor,
cadastros, fichas, registros e dados pessoais e de devendo ser-lhe entregue, devidamente preenchido
consumo arquivados sobre ele, bem como sobre as pelo fornecedor, no ato do fornecimento, acompanha-
do de manual de instrução, de instalação e uso do pro-
suas respectivas fontes.
duto em linguagem didática, com ilustrações.
Impedir ou dificultar o acesso do consumidor
às informações que sobre ele constem em cadastros,
banco de dados, fichas e registros é passível de puni- CIRCUNSTÂNCIAS AGRAVANTES E OUTRAS
DISPOSIÇÕES
ção com detenção de seis meses a um ano mais multa
conforme prevê o art. 72.
O art. 76 prevê as circunstâncias agravantes dos
crimes tipificados no CDC.
Art. 72 Impedir ou dificultar o acesso do cowsu-
midor às informações que sobre ele constem em
I - serem cometidos em época de grave crise eco-
cadastros, bawco de dados, fichas e registros:
nômica ou por ocasião de calamidade;
Pena - Detenção de seis meses a um ano ou multa.
II - ocasionarem grave dano individual ou
coletivo;
Trata-se de um crime próprio, no qual o sujeito ati- III - dissimular-se a natureza ilícita do
vo é a pessoa que possui o controle das informações procedimento;
de cadastro. Este se consuma com o mero impedimen- IV - quando cometidos:
to ou dificuldade no acesso à informação, não sendo a) por servidor público, ou por pessoa cuja con-
requisito qualquer dano efetivo. dição econômico-social seja manifestamente
Também é punível o ato de deixar de corrigir superior à da vítima;
imediatamente informação sobre consumidor cons- b) em detrimento de operário ou rurícola; de
tante de cadastro, banco de dados, fichas ou registros menor de dezoito ou maior de sessenta anos
ATENDIMENTO

que sabe ou deveria saber ser inexata. ou de pessoas portadoras de deficiêwcia mewtal
interditadas ou não;
BANCÁRIO

Art. 73 Deixar de corrigir imediatamente informa- V - serem praticados em operações que envolvam
ção sobre consumidor constante de cadastro, ban- alimentos, medicamentos ou quaisquer outros
co de dados, fichas ou registros que sabe ou deveria produtos ou serviços essenciais.
saber ser inexata:
Pena - Detenção de um a seis meses ou multa. O art. 78 estabelece que, além das penas privativas
de liberdade e de multa, podem ser impostas, cumu-
lativa ou alternadamente, observado o disposto nos
arts. 44 a 47, do Código Penal:
369
I - a interdição temporária de direitos; § 2º A indenização por perdas e danos se fará sem pre-
II - a publicação em órgãos de comunicação de gran- juízo da multa (art. 287, do Código de Processo Civil).
de circulação ou audiência, às expensas do conde- § 3º Sendo relevante o fundamento da demanda e
nado, de notícia sobre os fatos e a condenação; havewdo justificado receio de iweficácia do provimewto
III - a prestação de serviços à comunidade. fiwal, é lícito ao juiz cowceder a tutela limiwarmewte ou
Art. 80 No processo penal atinente aos crimes pre- após justificação prévia, citado o réu.
vistos neste código, bem como a outros crimes e § 4º O juiz poderá, na hipótese do § 3° ou na senten-
contravenções que envolvam relações de consumo, ça, impor multa diária ao réu, independentemente de
poderão intervir, como assistentes do Ministério pedido do autor, se for suficiewte ou compatível com a
Público, os legitimados indicados no art. 82, inciso obrigação, fixawdo prazo razoável para o cumprimew-
III e IV, aos quais também é facultado propor ação to do preceito.
penal subsidiária, se a denúncia não for oferecida § 5º Para a tutela específica ou para a obtewção do
no prazo legal. resultado prático equivalente, poderá o juiz determi-
nar as medidas necessárias, tais como busca e apreen-
Da Defesa do Consumidor em Juízo são, remoção de coisas e pessoas, desfazimento de
obra, impedimento de atividade nociva, além de requi-
A Defesa do Consumidor em Juízo encontra-se sição de força policial.
prevista nos arts. 81 a 104-C, do CDC. De início, os dez Art. 85 (Vetado).
Art. 86 (Vetado).
primeiros artigos trazem as regras gerais. Vejamos os
Art. 87 Nas ações coletivas de que trata este código
dispositivos: não haverá adiantamento de custas, emolumentos,
honorários periciais e quaisquer outras despesas, nem
Art. 81 A defesa dos interesses e direitos dos con- condenação da associação autora, salvo comprovada
sumidores e das vítimas poderá ser exercida em juí- má-fé, em honorários de advogados, custas e despesas
zo individualmente, ou a título coletivo. processuais.
Parágrafo único. A defesa coletiva será exercida quan- Parágrafo único. Em caso de litigância de má-fé, a
do se tratar de: associação autora e os diretores responsáveis pela
I - interesses ou direitos difusos, assim entendidos, propositura da ação serão solidariamente conde-
para efeitos deste código, os transindividuais, de natu- nados em honorários advocatícios e ao décuplo das
reza indivisível, de que sejam titulares pessoas inde- custas, sem prejuízo da responsabilidade por perdas
terminadas e ligadas por circunstâncias de fato; e danos.
II - interesses ou direitos coletivos, assim entendidos, Art. 88 Na hipótese do art. 13, parágrafo único des-
para efeitos deste código, os transindividuais, de natu- te código, a ação de regresso poderá ser ajuizada em
reza indivisível de que seja titular grupo, categoria ou processo autônomo, facultada a possibilidade de pros-
classe de pessoas ligadas entre si ou com a parte con- seguir-se nos mesmos autos, vedada a denunciação da
trária por uma relação jurídica base; lide.
III - interesses ou direitos individuais homogêneos, Art. 89 (Vetado)
assim entendidos os decorrentes de origem comum. Art. 90 Aplicam-se às ações previstas neste título
Art. 82 Para os fiws do art. 81, parágrafo úwico, são as normas do Código de Processo Civil e da Lei n°
legitimados concorrentemente: 7.347, de 24 de julho de 1985, inclusive no que respei-
I - o Ministério Público, ta ao inquérito civil, naquilo que não contrariar suas
II - a União, os Estados, os Municípios e o Distrito disposições.
Federal;
III - as entidades e órgãos da Administração Pública, Além da proteção no âmbito do direito material,
direta ou indireta, ainda que sem personalidade jurídi- o CDC estabelece instrumentos e técnicas processuais
ca, especificamewte destiwados à defesa dos iwteresses específicas em favor do consumidor, como, por exemplo,
e direitos protegidos por este código;
a inversão do ônus da prova, a competência do domicílio
IV - as associações legalmente constituídas há pelo
do consumidor e a proibição de denunciação à lide.
mewos um awo e que iwcluam ewtre seus fiws iwstitucio-
O art. 81 refere-se à defesa dos interesses do consumi-
nais a defesa dos interesses e direitos protegidos por
este código, dispensada a autorização assemblear. dor como algo que pode ser exercido individualmente ou
§ 1º O requisito da pré-constituição pode ser dis- coletivamente para os casos de interesses coletivos em
pensado pelo juiz, nas ações previstas nos arts. 91 e sentido amplo. Neste ponto, cumpre mencionar que os
seguintes, quando haja manifesto interesse social evi- direitos coletivos se dividem em três categorias:
denciado pela dimensão ou característica do dano, ou
pela relevância do bem jurídico a ser protegido. DIREITOS COLETIVOS
§ 2º (Vetado).
§ 3º (Vetado).
Art. 83 Para a defesa dos direitos e interesses pro-
tegidos por este código são admissíveis todas as Direitos
Direitos coletivos
espécies de ações capazes de propiciar sua adequa- Direitos difusos individuais
stricto sensu
da e efetiva tutela. homogêneos
Parágrafo úwico. (Vetado).
Art. 84 Na ação que tenha por objeto o cumpri-
mento da obrigação de fazer ou não fazer, o juiz Em síntese, os direitos difusos são os direitos
cowcederá a tutela específica da obrigação ou constituídos por interesses indivisíveis, que podem
determinará providências que assegurem o resul- abranger um número indeterminado de pessoas
tado prático equivalente ao do adimplemento. com sujeitos indeterminados e indetermináveis.
370 § 1º A conversão da obrigação em perdas e danos São exemplos: o direito ao meio ambiente ecologica-
somente será admissível se por elas optar o autor mente equilibrado, o direito à autodeterminação dos
ou se impossível a tutela específica ou a obtewção povos, o direito à comunicação, a vedação à propa-
do resultado prático correspondente. ganda enganosa, entre outros.
Em contrapartida, os direitos coletivos (em sen- Os arts. 91 ao 100 estabelecem as regras atinentes
tido estrito) são aqueles interesses indivisíveis que às ações coletivas para a defesa de interesses indivi-
abrangem um grupo ou categoria determinada duais homogêneos. Vejamos os dispositivos:
de pessoas unidas pelo mesmo interesse jurídico,
como, por exemplo, a proteção de determinados gru- Art. 91 Os legitimados de que trata o art. 82 poderão
pos sociais tidos como vulneráveis, os direitos à pres- propor, em nome próprio e no interesse das vítimas
tação de serviços públicos de qualidade, tais como o ou seus sucessores, ação civil coletiva de responsabili-
de energia elétrica, água e saneamento básico. dade pelos danos individualmente sofridos, de acordo
Por fim, os direitos individuais homogêneos com o disposto wos artigos seguiwtes.
são os interesses divisíveis e que têm como titula- Art. 92 O Ministério Público, se não ajuizar a ação,
res pessoas determinadas. Trata-se dos direitos que, atuará sempre como fiscal da lei.
embora individuais, ou seja, a título pessoal, são con- Parágrafo úwico. (Vetado).
duzidos coletivamente perante a Justiça em função Art. 93 Ressalvada a competência da Justiça Federal, é
da sua origem comum (proteção coletiva), como, por competente para a causa a justiça local:
exemplo, os reajustes dos contratos de adesão que I - no foro do lugar onde ocorreu ou deva ocorrer o
vinculam diversas pessoas. dano, quando de âmbito local;
O art. 82 traz a legitimidade concorrente para pro- II - no foro da Capital do Estado ou no do Distrito Fede-
ral, para os danos de âmbito nacional ou regional,
posição da ação (coletiva ou ação civil pública) no
aplicando-se as regras do Código de Processo Civil aos
caso dos interesses coletivos (lato sensu) para o Minis-
casos de competência concorrente.
tério Público, entes federativos, entidades e órgãos da
Art. 94 Proposta a ação, será publicado edital no
Administração Pública e associações.
órgão oficial, a fim de que os iwteressados possam
Cumpre mencionar que, embora a legitimidade intervir no processo como litisconsortes, sem prejuí-
da Defensoria Pública não conste do dispositivo, ela zo de ampla divulgação pelos meios de comunicação
também é legitimada expressamente por outro dispo- social por parte dos órgãos de defesa do consumidor.
sitivo a promover a ação, em conformidade com o art. Art. 95 Em caso de procedência do pedido, a condena-
5º, da Lei nº 7.347, de 1985 (Lei da Ação Civil Pública). ção será gewérica, fixawdo a respowsabilidade do réu
Ressalta-se, por necessário, que a competência pelos danos causados.
é autônoma, ou seja, qualquer dos legitimados pode Art. 96 (Vetado).
propor a ação sem a necessidade de litisconsórcio. Art. 97 A liquidação e a execução de sentença poderão
ser promovidas pela vítima e seus sucessores, assim
Dica como pelos legitimados de que trata o art. 82.
Parágrafo único. (Vetado).
Para as associações é necessário que elas este- jam Art. 98 A execução poderá ser coletiva, sendo promo-
constituídas há, pelo menos, 1 ano e que a defesa dos vida pelos legitimados de que trata o art. 82, abran-
interesses de seus associados seja um dos seus fins gendo as vítimas cujas indenizações já tiveram sido
institucionais. fixadas em sewtewça de liquidação, sem prejuízo do
ajuizamewto de outras execuções.
Importante: diferenciação de substituição proces- § 1º A execução coletiva far-se-á com base em certidão
sual e representação processual. No caso do inciso IV, art. das sentenças de liquidação, da qual deverá constar a
82, as associações atuam como substitutos processuais, ocorrência ou não do trânsito em julgado.
sendo, portanto, dispensada a autorização assemblear. § 2º É competente para a execução o juízo:
Assim, a decisão beneficiará a todos, independentemen- I - da liquidação da sentença ou da ação condenatória,
te de serem filiados ou não à associação, porém, desde no caso de execução individual;
que estejam na mesma situação fática. II - da ação condenatória, quando coletiva a execução.
Em contrapartida, na representação processual, Art. 99 Em caso de concurso de créditos decorrentes
é necessário autorização expressa dos associados e de condenação prevista na Lei n.° 7.347, de 24 de julho
somente eles se beneficiarão com a decisão (XXI, art. de 1985 e de indenizações pelos prejuízos individuais
5º, da CF, de 1988). resultantes do mesmo evento danoso, estas terão pre-
O art. 83 estabelece que todas as modalidades de ferência no pagamento.
Parágrafo único. Para efeito do disposto neste artigo,
ações são cabíveis para a proteção efetiva e adequada
a destinação da importância recolhida ao fundo cria-
do consumidor.
do pela Lei w°7.347 de 24 de julho de 1985, ficará sus-
O art. 84 decorre do princípio da instrumentalidade
tada enquanto pendentes de decisão de segundo grau
do processo, de modo que o juiz pode se valer das tute-
as ações de indenização pelos danos individuais, salvo
las processuais existentes no ordenamento jurídico e das na hipótese de o patrimônio do devedor ser manifes-
medidas necessárias à sua efetivação, como, por exem- tamewte suficiewte para respowder pela iwtegralidade
plo, busca e apreensão de coisa e multa diária. das dívidas.
O art. 87 cuida do benefício processual da gratui- Art. 100 Decorrido o prazo de um ano sem habilitação
dade processual para as ações coletivas. O benefício de interessados em número compatível com a gravi-
ATENDIMENTO

é aplicado à parte autora, desde que esta atue como dade do dano, poderão os legitimados do art. 82 pro-
substituta processual de interesse transindividual. mover a liquidação e execução da indenização devida.
BANCÁRIO

Salienta-se que no caso de litigância de má-fé, a Parágrafo único. O produto da indenização devida
parte autora e os responsáveis pela propositura da reverterá para o fundo criado pela Lei n.° 7.347, de 24
ação serão condenados em honorários advocatícios e de julho de 1985.
ao décuplo (10x) das custas processuais, sem prejuízo
de eventual responsabilidade por perdas e danos. O art. 91 cuida da substituição processual, ou seja,
Por fim, o art. 88 cuida da ação de regresso e o art. da possibilidade dos legitimados do art. 82 proporem
90, da aplicação subsidiária das regras previstas no a ação em nome próprio e no interesse das vítimas ou
CPC e na Lei nº 7.347, de 1985. de seus sucessores. 371
O art. 92 estabelece a intervenção obrigatória do venda, ou a determinar a alteração na composição,
Ministério público no feito. Assim, caso não seja o estrutura, fórmula ou acondicionamento de produ-
autor da demanda, o Ministério Público deve necessa- to, cujo uso ou consumo regular se revele nocivo ou
riamente atuar no feito, independentemente da cate- perigoso à saúde pública e à incolumidade pessoal.
goria de interesse coletivo tutelado. § 1° (Vetado).
O art. 93 praticamente repete o art. 2º, da Lei nº § 2° (Vetado)
7.347, de 1985, ao estabelecer a competência nas ações
coletivas de forma absoluta em razão do local do Como consequência da proteção do consumidor
dano. Trata-se de competência territorial, que, por ser vulnerável (I, art. 4º) e do direito à facilitação da defe-
de índole funcional, é inderrogável e improrrogável sa dos direitos (VIII, art. 6º), tem-se o art. 101, do CDC.
por vontade das partes. O inciso I deste dispositivo possibilita que o consumi-
Cumpre esclarecer, no entanto, que antes de dor lesado proponha a ação no foro do seu domicílio,
se estabelecer o foro competente, é preciso verifi- excepcionando a regra do Código de Processo Civil
car a natureza jurídica do consumidor para definir que estabelece a propositura da ação no foro de domi-
se a competência é da Justiça Federal ou da Justiça cílio do réu. O objetivo é facilitar a defesa dos interes-
Estadual. ses do consumidor sem impor a ele custos.
Exemplo: imagine um bem fabricado no Rio Grande
do Sul e que este produto apresente vício para um consu-
Dica midor residente no Amapá. Assim, a responsabilidade de
A competência da Justiça Federal está estabele- cida no arcar com os custos é do fornecedor, uma vez que foi ele
inciso I, art. 109, da CF, de 1988. que inseriu o produto com vício no mercado.
Dica: trata-se de competência relativa, visto que o
O art. 95 estabelece que a condenação para os consumidor pode optar por propor a ação no foro de
casos de procedência da demanda deve ser genérica. domicílio do fornecedor.
Assim, será na liquidação e na execução da sentença O inciso II, do art. 101, traz a possibilidade de o for-
que serão estabelecidos, conforme o caso concreto, os necedor chamar ao processo a seguradora, nos casos
valores da condenação. A competência para promo- de existir contrato de seguro.
ção destas ações encontra-se no art. 97, podendo ser O art. 102, por sua vez, busca a prevenção dos
proposta pela própria vítima ou por seus sucessores. danos.
O art. 98 cuida da possibilidade de a execução ser Já os arts. 103 e 104 dispõem sobre a coisa julgada
proposta pelos legitimados do art. 82, no caso de exis- nos seguintes termos:
tir sentença de liquidação fixando o montante para
cada vítima. Art. 103 Nas ações coletivas de que trata este códi-
O art. 99 cuida do caso de concursos de créditos go, a sentença fará coisa julgada:
decorrentes da condenação e de indenização pelos I - erga omnes, exceto se o pedido for julgado
prejuízos individuais. improcedewte por iwsuficiêwcia de provas, hipótese
Por fim, o art. 100 trata da denominada execução em que qualquer legitimado poderá intentar outra
fiuid recovery, ou seja, da execução subsidiária promo- ação, com idêntico fundamento valendo-se de nova
vida no caso de não existirem habilitados em número prova, na hipótese do inciso I do parágrafo único
compatível com a gravidade do dano no prazo de um do art. 81;
II - ultra partes, mas limitadamente ao grupo,
ano do trânsito em julgado da sentença. O produto da
categoria ou classe, salvo improcedência por insu-
arrecadação será destinado a um fundo criado pela
ficiêwcia de provas, wos termos do iwciso awterior,
Lei nº 7.347, de 1985. quando se tratar da hipótese prevista no inciso II
Os arts. 101 e 102 cuidam das ações de responsabi- do parágrafo único do art. 81;
lidade do fornecedor de produtos e serviços. Vejamos III - erga omnes, apenas no caso de procedência
os dispositivos: do pedido, para beweficiar todas as vítimas e seus
sucessores, na hipótese do inciso III do parágrafo
Art. 101 Na ação de responsabilidade civil do único do art. 81.
fornecedor de produtos e serviços, sem prejuízo § 1º Os efeitos da coisa julgada previstos nos inci-
do disposto nos Capítulos I e II deste título, serão sos I e II não prejudicarão interesses e direitos indi-
observadas as seguintes normas: viduais dos integrantes da coletividade, do grupo,
I - a ação pode ser proposta no domicílio do autor; categoria ou classe.
II - o réu que houver contratado seguro de respon- § 2º Na hipótese prevista no inciso III, em caso de
sabilidade poderá chamar ao processo o segurador, improcedência do pedido, os interessados que não tive-
vedada a integração do contraditório pelo Instituto rem intervindo no processo como litisconsortes pode-
de Resseguros do Brasil. Nesta hipótese, a sentença rão propor ação de indenização a título individual.
que julgar procedente o pedido condenará o réu nos § 3º Os efeitos da coisa julgada de que cuida o art.
termos do art. 80 do Código de Processo Civil. Se 16, combinado com o art. 13 da Lei n° 7.347, de 24
o réu houver sido declarado falido, o síndico será de julho de 1985, não prejudicarão as ações de inde-
intimado a informar a existência de seguro de res- nização por danos pessoalmente sofridos, propostas
powsabilidade, facultawdo-se, em caso afirmativo, individualmente ou na forma prevista neste código,
o ajuizamento de ação de indenização diretamente mas, se procedewte o pedido, beweficiarão as vítimas
contra o segurador, vedada a denunciação da lide e seus sucessores, que poderão proceder à liquida-
ao Instituto de Resseguros do Brasil e dispensado o ção e à execução, nos termos dos arts. 96 a 99.
litisconsórcio obrigatório com este. § 4º Aplica-se o disposto no parágrafo anterior à
372 Art. 102 Os legitimados a agir na forma deste códi- sentença penal condenatória.
go poderão propor ação visando compelir o Poder Art. 104 As ações coletivas, previstas nos incisos I e
Público competente a proibir, em todo o território II e do parágrafo único do art. 81, não induzem litis-
nacional, a produção, divulgação distribuição ou pendência para as ações individuais, mas os efeitos
da coisa julgada erga omnes ou ultra partes a que Art. 104-A A requerimento do consumidor supe-
aludem os incisos II e III do artigo anterior não rendividado pessoa natural, o juiz poderá ins-
beweficiarão os autores das ações iwdividuais, se taurar processo de repactuação de dívidas,
não for requerida sua suspensão no prazo de trinta com vistas à realização de audiência conciliatória,
dias, a contar da ciência nos autos do ajuizamento presidida por ele ou por conciliador credenciado
da ação coletiva. no juízo, com a presença de todos os credores de
dívidas previstas no art. 54-A deste Código, na qual
Por coisa julgada entende-se a imutabilidade dos o consumidor apresentará proposta de plano de
efeitos da sentença. Este efeito é adquirido por meio pagamento com prazo máximo de 5 (cinco) anos,
preservados o mínimo existencial, nos termos da
do trânsito em julgado da sentença. Importante
regulamentação, e as garantias e as formas de
esclarecer que os efeitos da coisa julgada nas ações pagamento originalmente pactuadas.
coletivas são distintos das ações individuais. § 1º Excluem-se do processo de repactuação as dívi-
O que ocorre é que, nas ações individuais, a sen- das, ainda que decorrentes de relações de consumo,
tença se opera tanto para beneficiar como para pre- oriundas de contratos celebrados dolosamente sem
judicar as partes da demanda. Já nas ações coletivas, o propósito de realizar pagamento, bem como as
a coisa julgada projeta-se para a coletividade subs- dívidas provenientes de contratos de crédito com
tituída apenas para beneficiar os consumidores e garawtia real, de fiwawciamewtos imobiliários e de
não para prejudicá-los. crédito rural.
Neste ponto, o art. 104 estabelece a separação entre § 2º O wão comparecimewto iwjustificado de qual-
os interesses e a relação entre a demanda coletiva e a quer credor, ou de seu procurador com poderes
individual, ou seja, se irá induzir a litispendência. especiais e plenos para transigir, à audiência de
cowciliação de que trata o caput deste artigo acar-
Em síntese — arts. 103 e 104, do CDC:
retará a suspensão da exigibilidade do débito e a
interrupção dos encargos da mora, bem como a
 Interesse difuso:
sujeição compulsória ao plano de pagamento da
dívida se o montante devido ao credor ausente
No caso de interesse difuso a sentença terá efeito for certo e conhecido pelo consumidor, devendo o
erga omnes se for julgada procedente. No caso de pagamento a esse credor ser estipulado para ocor-
improcedência, é preciso dividir as situações. Se hou- rer apenas após o pagamento aos credores presen-
ver exame de provas e a ação for julgada improceden- tes à audiência conciliatória.
te, o efeito é erga omnes para impedir a propositura § 3º No caso de conciliação, com qualquer credor,
de nova ação coletiva, porém o lesado poderá propor a sentença judicial que homologar o acordo descre-
ação individual, pois não induz a litispendência. verá o plawo de pagamewto da dívida e terá eficácia
Já no caso de improcedência por falta de provas, de título executivo e força de coisa julgada.
não haverá coisa julgada erga omnes, e qualquer § 4º Constarão do plano de pagamento referido no
§ 3º deste artigo:
interessado pode propor novamente a demanda (não I - medidas de dilação dos prazos de pagamento e
gera litispendência).
de redução dos encargos da dívida ou da remunera-
ção do fornecedor, entre outras destinadas a facili-
 Interesse coletivo stricto sensu: tar o pagamento da dívida;
II - referência à suspensão ou à extinção das ações
No caso de interesse coletivo, a procedência da judiciais em curso;
sentença gera efeitos ultra partes, portanto limita- III - data a partir da qual será providenciada a
dos ao grupo, categoria ou classe. No caso de impro- exclusão do consumidor de bancos de dados e de
cedência com exame das provas, também haverá cadastros de inadimplentes;
coisa julgada ultra partes, de modo a impedir nova IV - condicionamento de seus efeitos à abs-
propositura de ação coletiva, mas sem impedir que tenção, pelo consumidor, de condutas que
o lesado proponha a ação individual (não induz importem no agravamento de sua situação de
superewdividamewto.
litispendência).
§ 5º O pedido do consumidor a que se refere
No caso de ter sido julgada improcedente por fal-
o caput deste artigo wão importará em declaração
ta de provas, não haverá coisa julgada erga omnes, de insolvência civil e poderá ser repetido somente
e qualquer interessado pode propor novamente a após decorrido o prazo de 2 (dois) anos, contado
demanda (não gera litispendência). da liquidação das obrigações previstas no plano de
pagamento homologado, sem prejuízo de eventual
 Interesse individual homogêneo: repactuação.
Art. 104-B Se não houver êxito na conciliação em
No caso de interesse coletivo, a procedência da relação a quaisquer credores, o juiz, a pedido do
sentença gera efeitos erga omnes para beneficiar consumidor, instaurará processo por superendivi-
ATENDIMENTO

todos os lesados e seus sucessores. No caso de impro- damento para revisão e integração dos contratos
cedência com ou sem exame das provas, o efeito gera- e repactuação das dívidas remanescentes mediante
BANCÁRIO

plano judicial compulsório e procederá à citação de


do é impedir a propositura de nova ação coletiva,
todos os credores cujos créditos não tenham inte-
porém o lesado poderá propor a individual desde que
grado o acordo porvewtura celebrado.
não tenha participado da ação coletiva.
§ 1º Serão considerados no processo por superendi-
Os arts. 104-A, 104-B e 104-C foram incluídos pela vidamento, se for o caso, os documentos e as infor-
Lei nº 14.181, de 2021, e tratam da conciliação no mações prestadas em audiêwcia.
superendividamento. Esses dispositivos trazem as § 2º No prazo de 15 (quinze) dias, os credores cita-
regras processuais referentes ao dever geral de rene- dos juntarão documentos e as razões da negativa
gociação. Vejamos os dispositivos: de aceder ao plawo voluwtário ou de rewegociar. 373
§ 3º O juiz poderá nomear administrador, desde que O art. 104-B cuida do caso de a conciliação não ser
isso não onere as partes, o qual, no prazo de até 30 frutífera. Não havendo acordo entre consumidor endi-
(trinta) dias, após cumpridas as diligências even- vidado e seus credores, o juiz instaurará processo para
tualmente necessárias, apresentará plano de paga- revisão, integração dos contratos e repactuação das dívi-
mento que contemple medidas de temporização ou das e apresentará plano judicial compulsório, mandando
de atewuação dos ewcargos. citar todos os credores que não integraram o acordo.
§ 4º O plano judicial compulsório assegurará aos cre- O prazo para que os credores apresentem as razões
dores, no mínimo, o valor do principal devido, corri- da negativa de aderir ao plano voluntário ou de rene-
gido mowetariamewte por íwdices oficiais de preço, e
gociar as dívidas é de quinze dias.
preverá a liquidação total da dívida, após a quitação
Quanto ao plano judicial compulsório, este deve
do plano de pagamento consensual previsto no art.
104-A deste Código, em, no máximo, 5 (cinco) anos,
assegurar, no mínimo, o valor principal devido pelo
sendo que a primeira parcela será devida no prazo consumidor e sua correção monetária. Além disso, o
máximo de 180 (cento e oitenta) dias, contado de sua prazo máximo para quitação também será de cinco
homologação judicial, e o restante do saldo será devi- anos e a primeira parcela terá como prazo máximo
do em parcelas mewsais iguais e sucessivas. 180 dias contados da homologação judicial. Salienta-
Art. 104-C Compete concorrente e facultativamente -se que todas as demais parcelas devem ser mensais,
aos órgãos públicos integrantes do Sistema Nacional iguais e sucessivas.
de Defesa do Consumidor a fase conciliatória e pre- Além disso, o juiz poderá nomear, no prazo de
ventiva do processo de repactuação de dívidas, nos trinta dias, administrador para que apresente plano
moldes do art. 104-A deste Código, no que couber, com de pagamento, desde que tal nomeação não gere mais
possibilidade de o processo ser regulado por convê- ônus econômico para as partes.
wios específicos celebrados ewtre os referidos órgãos e Por fim, o art. 104-C estabelece a competência con-
as iwstituições credoras ou suas associações. corrente e facultativa dos órgãos que integram o Sis-
§ 1º Em caso de conciliação administrativa para pre- tema Nacional de Defesa do Consumidor para realizar
venir o superendividamento do consumidor pessoa a fase conciliatória e de preventiva ao processo de
natural, os órgãos públicos poderão promover, nas repactuação da dívida. Portanto, trata-se da possibili-
reclamações individuais, audiência global de concilia-
dade de conciliação administrativa antes de ser inicia-
ção com todos os credores e, em todos os casos, facili-
do o processo judicial de repactuação.
tar a elaboração de plano de pagamento, preservado
o mínimo existencial, nos termos da regulamentação,
sob a supervisão desses órgãos, sem prejuízo das
demais atividades de reeducação fiwawceira cabíveis.
§ 2º O acordo firmado perawte os órgãos públicos de HORA DE PRATICAR!
defesa do consumidor, em caso de superendividamen-
to do consumidor pessoa natural, incluirá a data a 1. (CESGRANRIO — 2021) As empresas, cada vez mais,
partir da qual será providenciada a exclusão do con- procuram gerir seus negócios e suas atividades de for- ma que
sumidor de bancos de dados e de cadastros de inadim- sua posição seja neutra ou positiva no atendi- mento ao Tripé
plentes, bem como o condicionamento de seus efeitos da Sustentabilidade. Como a empresa YYZ não pensa de
à abstenção, pelo consumidor, de condutas que impor- modo diferente, contratou consul- tores para levantarem os
tem no agravamento de sua situação de superendivi- impactos gerados pelas ati- vidades por ela desenvolvidas
damewto, especialmewte a de cowtrair wovas dívidas. em sua prestação de serviços. Os consultores constataram
os seguintes pontos: a política de capacitação da empresa
O art. 104-A traz a possibilidade de o juiz designar ampliou a formação de 45% dos funcionários, a
audiência de conciliação entre consumidor endivida- instalação de painéis fotovoltaicos fez com que toda a
do e todos os seus credores, desde que o consumidor energia consumida pela empresa, naquele ano, fosse gerada
a requeira e apresente proposta de pagamento dos a partir de fonte renovável, a taxa de reciclagem de
débitos, de modo a lhe garantir o mínimo existencial, resíduos cresceu 50% e, além disso, a empresa obteve lucro
no prazo máximo para quitação de cinco anos. acima da média histórica e distribuiu bônus aos funcionários
Não serão computadas no processo de repactuação e fornecedores alinhados à preservação ambiental. Com
as dívidas decorrentes de contrato de consumo quan- base nesses dados, o diagnóstico dos consultores foi de que a
do o consumidor celebrou o contrato sem intenção de empresa exerce impacto líqui- do positivo sobre o Tripé da
quitar o débito (agiu com dolo) e as dívidas decorren- Sustentabilidade.
tes de contratos de crédito com garantias reais, como,
por exemplo, penhor, bem como as dívidas oriundas Dessa forma, em relação ao Tripé da Sustentabilidade,
de financiamento imobiliário e de crédito rural. a YYZ é classificada como um negócio:
Caso um dos credores não compareça à audiên-
a) neutro
cia designada sem justificativa, ocorrerá a suspensão
b) reparador
da exigência do débito e a interrupção dos encargos
c) sustentável
decorrentes da mora, bem como a sua sujeição ao pla-
d) fundamental
no de pagamento da dívida de forma compulsória.
e) insustentável
Caso a audiência seja frutífera, o juiz homologará
o acordo, que terá efeito de título executivo judicial 2. (CESGRANRIO — 2021) Um grupo empresarial, atuan-
por força da coisa julgada. do em transportes terrestres, recebeu autorização da
Há de se mencionar, ainda, que o pedido de repac- ANAC para operar voos comerciais no território nacional e
tuação não constituirá em declaração de insolvência e decidiu lançar ações no mercado, visan- do a encomenda de
o consumidor endividado somente poderá pedir nova- aeronaves. A estratégia do novo entrante é vista com cautela
374 mente instauração de processo de repactuação após por analistas de mercado,
decorridos dois anos da quitação do plano pactuado.
uma vez que essa indústria demanda volumes eleva- dos de Uma das métricas de conversão mais comumente usadas é a
investimento e apresentou baixas margens nos últimos anos. média de visualizações por visita, uma vez que essa medida
Adicionalmente, o grupo encontra-se em processo de é importante porque:
recuperação judicial, e sua entrada no mercado de aviação
comercial acontece em crise do setor aéreo, diante dos a) impede que a taxa de conversão de clientes antigos em
efeitos da pandemia. leads seja relacionada à quantidade das visualiza- ções em
um único dia.
Sendo assim, o analista teve cautela ao interpretar as b) há uma relação direta entre a quantidade de visualiza- ções e
informações sobre a barreira de entrada relacionada a: a conversão de visitantes em leads ou clientes pagantes.
c) há uma relação inversa entre a quantidade de visuali- zações
a) diferenciação de serviços e a conversão de visitantes em leads ou clien- tes pagantes.
b) identidade da marca d) estabelece que a relação entre a quantidade de clien- tes
c) política governamental pagantes e as visualizações em sites são determi- nadas pelo
d) retaliação esperada tipo de produto colocado à venda.
e) requisitos de capital e) é fundada na ideia de que não há relação entre a quan- tidade
de visualizações e a conversão de visitantes, mas todos os
3. (CESGRANRIO — 2021) Sr. X precisava planejar a comer- leads gerados tornam-se consumidores pagantes.
cialização de um serviço para um cliente exigente, que
demanda a personalização e o serviço de alto contato. 7. (CESGRANRIO — 2023) As atividades de telemarke-
ting de um certo banco se resumem a atendimento de
Para isso, ele planejou em sua estratégia comercial: ligações de clientes que buscam informações, fazem
reclamações e desejam contratar serviços do banco.
a) reduzir a variação nas operações e na entrega do
serviço. Uma vez que o banco não toma a iniciativa de telefo- nar
b) garantir a intangibilidade do processo do serviço. para seu público-alvo, seja para vender, cobrar ou realizar
c) encorajar o cliente a realizar operações por internet ou caixa uma pesquisa, verifica-se que, nesse caso, são realizadas
automático. somente ações de telemarketing:
d) introduzir sofisticada rede de canais de distribuição
eletrônicos. a) ativo
e) interagir pessoalmente com o cliente ao longo da b) receptivo
prestação do serviço. c) mediador
d) ancorado
4. (CESGRANRIO — 2021) A partir da análise do banco de e) de recrutamento
dados da agência, o atendente bancário pode rea- lizar
vendas sugestivas, identificando as informações sobre o 8. (CESGRANRIO — 2023) Alguns vendedores levaram até
cliente para: a direção de uma empresa uma lista de situações ou práticas
que consideravam eticamente problemá- ticas e que
a) diminuir os juros cobrados dos correntistas. gostariam que fossem tratadas por essa empresa.
b) informar sobre a carga tributária dos investimentos.
c) propor o acesso a novos produtos do banco. Um dos casos mais críticos era o de propinas e, para tratar
d) retirar os dados do mailing da companhia. disso, a direção baixou uma portaria em que deve constar o
e) sugerir mudanças no horário das visitas à agência. seguinte:

5. (CESGRANRIO — 2021) No marketing de relacionamento de a) Todas as informações a respeito do serviço oferecido ao


uma empresa, foi utilizada uma venda consultiva. cliente devem ser apresentadas e deve ser dado todo o
tempo necessário para que o cliente tome a decisão a
Isso significa que tal venda foi focada: respeito da contratação ou da renovação desse serviço.
b) Fica vedado a qualquer funcionário da empresa ofe- recer
a) no recebimento dos pedidos de compra, buscando a produtos de qualquer valor, bem como qualquer quantia em
minimização do preço para garantir a venda e a gestão de dinheiro, a contratantes dos serviços do banco ou a seus
todas as contas. representantes.
b) no canal de vendas (atração), fluxo e conversão, sem levar c) Não será permitida a efetivação de qualquer contrato de
em conta os processos internos de atendimento e a fornecimento de serviços aos clientes que consta- rem na
divulgação do serviço. lista de inadimplentes do Serviço Central de Proteção ao
c) nos clientes interessados nos serviços de valor agre- gado, Crédito.
envolvendo os profissionais que têm conheci- mento d) As informações pessoais dos contratantes estão pro- tegidas
profundo da empresa. pela Lei Geral da Proteção de Dados Pessoais, não podendo,
por esse motivo, ser acessadas pela equipe de vendas do
ATENDIMENTO

d) nos clientes que não estão interessados, ou que são


incapazes de ter recursos para os serviços de valor banco.
agregado oferecidos pela empresa de venda. e) Em todos os casos de negociações com clientes para
BANCÁRIO

e) nas técnicas de coaching, onde o vendedor não fala para o contratação de serviços do banco, os vendedores devem
cliente qual é a solução para o seu problema, conduzindo-o agir de forma que beneficie a empresa e não lhe cause
para insights através de perguntas. prejuízos.

6. (CESGRANRIO — 2021) Como forma de acompanhar o


desempenho de campanhas de marketing digital, os
gestores costumam utilizar métricas de marketing digital.
375
9. (CESGRANRIO — 2021) Segundo pesquisa contratada Nesse caso, a taxa de abandono foi de:
por um banco, os clientes tendem a perceber melhor a
vontade que os funcionários têm de ajudar os clientes e a) 3,5%
atendê-los sem demora, quando isso é mostrado em uma b) 7,5%
propaganda. c) 15,0%
d) 58,0%
Dessa forma, segundo a pesquisa, há uma relação direta e) 63,0%
positiva entre o componente do composto de marketing e a
dimensão da qualidade em serviço denominados, 13. (CESGRANRIO — 2021) O grau em que os clientes estão
respectivamente, dispostos a aceitar a variação de desempenho de um serviço
avaliado como aceitável é denominado:
a) produto e empatia
b) praça e confiabilidade a) lacuna de qualidade
c) produto e tangibilidade b) lacuna na interpretação
d) promoção e segurança c) lacuna nas percepções
e) promoção e responsividade d) zona de tolerância
e) diagrama de controle
10. (CESGRANRIO — 2021) Das cinco dimensões da
qualidade do serviço - confiabilidade, tangibilidade, 14. (CESGRANRIO — 2021) Um atendente comercial de um
sensibilidade, segurança e empatia -, a confiabilidade tem banco privilegia dois tipos de habilidades para a realização
constantemente se mostrado como o fator mais importante de seu trabalho: a observação refletida e a conceitualização
na avaliação da qualidade do serviço pelos clientes de um abstrata. Assim sendo, ele gosta de criar modelos teóricos,
banco. raciocina por indução, se inte- ressa pelas ideias e conceitos
abstratos, gosta que suas teorias sejam bem fundamentadas
Isso ocorre porque a confiabilidade é uma medida de: e verídicas e procura diversas explicações para um evento
que observa.
a) favorecimento da discrepância entre o desempenho de um
fornecedor e as expectativas do cliente, já que evidencia a Com base nessas características, verifica-se que o atendente
situação do momento. do banco privilegia um estilo de aprendiza- gem de:
b) resultado, já que os clientes a avaliam depois da expe- riência
de serviço, diferentemente das outras dimen- sões, que são a) acomodação
medidas de processo. b) assimilação
c) controle, que traça as mudanças quantitativas no c) divergência
desempenho do serviço em uma variável específica relativa d) convergência
a um padrão predefinido. e) racionalização
d) causa-efeito, que relaciona problemas específicos do
serviço a diferentes categorias de causas subjacentes. 15. (CESGRANRIO — 2021) Um funcionário, em um deter-
e) excedente do consumidor, que identifica a diferença entre o minado setor, desenvolveu uma maneira própria de atuar,
preço real pago e a percepção do cliente sobre o valor do alinhado à visão e à missão da organização e aos
produto. normativos internos. Ele se tornou uma referência, por
sempre ter um conselho ou uma orientação a dar aos
11. (CESGRANRIO — 2021) Uma pesquisa junto aos clien- colegas, mesmo que usando metáforas e uma lin- guagem
tes de um banco revelou que havia problemas com a nada usual, em uma espiral do aprendizado.
dimensão da qualidade de serviços empatia.
Visando à sustentabilidade organizacional, verifica-se que o
Dessa forma, para melhorar a percepção da qualidade do funcionário converte conhecimento tácito em explícito por
serviço desse banco, os gerentes deveriam: meio de:

a) melhorar as instalações, equipamentos e mobiliário das a) combinação


agências. b) exteriorização
b) investir mais recursos em propagandas focadas nos clientes c) institucionalização
locais. d) interiorização
c) instruir os funcionários a dedicar atenção individuali- zada e) socialização
aos clientes.
d) reduzir os custos de operação e cobrar tarifas mais baixas 16. (CESGRANRIO — 2021) Um banco brasileiro de inves-
pelos serviços. timentos decidiu tornar-se banco múltiplo, oferecendo conta-
e) ampliar o treinamento dos funcionários e tornar os corrente apenas no formato digital, com taxa zero aos seus
serviços mais confiáveis. clientes. Sustentou sua decisão por reconhecer a
perecibilidade dos serviços de outros bancos tradicionais, já
12. (CESGRANRIO — 2021) A ampliação das fronteiras do que algumas agências ficavam vazias na maior parte do dia,
marketing digital fez com que os canais remotos de vendas enquanto enormes filas se formavam em horários de pico,
passassem a ter importância muito grande nos negócios. sendo menos cus- toso o atendimento virtual.
Como forma de monitorar os resulta- dos das atividades de
marketing desenvolvidas no site oficial de uma empresa, o Nesse caso, a decisão tomada deveu-se à seguinte
gerente constatou que, ao longo de uma semana, 420 característica dos serviços:
compras foram iniciadas no site, mas apenas 357 foram
finalizadas e geraram receitas para a empresa.
376
a) existência de variação na consistência de entrega e b) sofisticada, para permitir o uso dos institutos bancá- rios e
dificuldade de padronização. estabelecer critérios para a clientela abonada.
b) existência de cocriação com participação física e dire- ta de c) clara, para possibilitar a acessibilidade do público e
funcionário e cliente. permitir o entendimento adequado.
c) dificuldade de explicar os benefícios de algo que não d) simples, para carrear novos clientes em operações de alto
pode ser tocado. risco no mercado de capitais.
d) impossibilidade de ser guardado, estocado ou e) elaborada, com o manuseio de vocábulos espe- ciais que
armazenado. transmitem o real sentido das operações tradicionais.
e) facilidade de ser copiado por seus processos não serem
patenteáveis. 20. (CESGRANRIO — 2023) Na análise da flor de serviço de
uma instituição bancária, é possível identificar muitos serviços
17. (CESGRANRIO — 2023) J é economista, com larga suplementares facilitadores que permitem aos clientes usar o
experiência no setor financeiro, tendo iniciado sua carreira produto central com mais eficiência, além de serviços
como caixa em pequeno banco no interior do estado onde suplementares realçadores (de ampliação) que aumentam o
nasceu. Dado o seu currículo, foi convi- dado para exercer valor do serviço central.
atividade de ouvidor em prestigiada instituição financeira.
Fazem parte dos serviços suplementares facilitadores os
Nos termos da Resolução CMN nº 4.860, de 23 de outu- bro de seguintes elementos:
2020, o estatuto da instituição financeira deve con- ter, dentre
outros dados, os critérios de designação e de destituição do a) exceções, faturas, consultoria e salvaguarda
ouvidor e o tempo de duração de seu: b) hospitalidade, proteção, informações e pagamento
c) consultoria, cobrança, hospitalidade e proteção
a) experimento d) informações, tomada de pedido, faturas e pagamento
b) estágio e) recebimento de pedido, consulta, cobrança e
c) mandato salvaguarda
d) monitoramento
e) controle 21. (CESGRANRIO — 2023) Em uma organização, estão
exigindo que os vendedores troquem a tradicional ven- da de
18. (CESGRANRIO — 2022) D é um cliente de renomada ins- soluções pela venda de insights – estratégia que exige uma
tituição financeira e foi atingido por criminosos digitais que abordagem radicalmente distinta em várias áreas do processo
entraram em sua conta-corrente e realizaram várias operações de compra.
financeiras, incluindo saques, transferências, pagamentos e
empréstimos, gerando vultoso prejuízo para o correntista. Para realizar uma venda de insights, os vendedores têm:
Cumprindo os protocolos, D dirigiu-se à agência bancária onde
possuía sua conta-corrente e efetuou contestações às a) focado em um tipo de organização com uma visão cla- ra,
operações, bem como comu- nicou a fraude ao serviço de fechada, com necessidades já determinadas; em vez de em
atendimento. A instituição comunicou que analisaria as uma organização ágil, flexível, com necessi- dades
contestações no prazo de trinta dias. Inconformado com o emergentes.
prazo que considerou longo e tendo em vista possuir contas a b) priorizado identificar que necessidade o cliente está
pagar, D apresen- tou reclamação à Ouvidoria. buscando suprir, em vez de identificar a necessidade que o
cliente ainda nem reconheceu que tem.
Nos termos da Resolução CMN nº 4.860, de 23 de outu- bro de c) direcionado o fluxo de informações da venda, orientando
2020, é atribuição da Ouvidoria, quando as deman- das dos o cliente sobre como comprar, apoiando-o durante todo
clientes e usuários de produtos e serviços não tiverem sido o processo, em vez de fazer perguntas para que o cliente possa
solucionadas nos canais de atendimento primário da conduzi-los durante o processo de compra.
instituição, prestar atendimento de: d) iniciado a conversa com o cliente, sabatinando-o sobre suas
necessidades e buscando um “gancho” para oferecer a
a) urgência melhor solução, em vez de apresentar ideias provocativas
b) recurso sobre o que o cliente deveria fazer.
c) última instância e) embasado sua prática na abertura do processo de venda
d) previsibilidade com perguntas feitas e soluções para o clien- te, em vez de
e) excepcionalidade gerar ideias inovadoras para atender os desejos cognitivos
do cliente.
19. (CESGRANRIO — 2022) Uma senhora busca os servi-
ços de uma instituição financeira postulando emprés- timo 22. (CESGRANRIO — 2021) LL é aposentada pelo regime geral
para realizar negócios, pois pretende iniciar seu próprio de previdência, recebendo o valor correspondente através de
empreendimento. Após tratativas e buscas cadastrais, o repasse do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Três
negócio é aprovado, sendo apresentado contrato com mais meses após receber a primeira parcela de sua apo- sentadoria,
ATENDIMENTO

de trinta laudas e utilização de ter- mos econômico- recebe, por telefone, várias ofertas de emprés- timos mediante
contábeis complexos. consignação em folha. Após consultar familiares, LL não
BANCÁRIO

aceita qualquer empréstimo. Para sua surpresa, dois meses após,


Consoante a Resolução CMN nº 4.949, de 30 de setembro o comprovante de pagamento de sua aposentadoria é remetido,
de 2021, os contratos devem ter redação: constando desconto em decorrência de empréstimo consignado.
Tendo em vista o fato, dirige-se à agência do INSS que lhe
a) técnica, própria das operações bancárias, com a utili- informa qual ban- co requereu a inscrição do empréstimo para
zação de termos profissionais. pagamento

377
mediante consignação. A aposentada apresenta requeri- mento e) desconsiderar os usuários que não mantenham rela- ção
ao banco para apresentar os documentos pertinen- tes ao negocial frequente.
empréstimo, sem qualquer resposta.
25. (CESGRANRIO — 2021) Ao analisar o mercado de uma
Nos termos da Resolução CMN nº 3.694/2009, as ins- região, o gerente identificou três tipos de clientes ban-
tituições financeiras, na contratação de operações e na cários. O primeiro grupo de clientes decide o banco que
prestação de serviços, devem assegurar: contrata, com base na rapidez de atendimento às suas
demandas. O segundo grupo reúne os consumi- dores que
a) fornecimento de contratos e documentos pertinentes aos consideram mais importante o custo dos serviços bancários
atos praticados cobrados na hora de escolher um banco. O terceiro grupo é
b) composição dos danos causados, desde que por ordem formado por indivíduos que consideram mais importante a
judicial segurança que o banco pode oferecer ao patrimônio dos
c) declarações de idoneidade moral e financeira investidores.
d) divulgação de cadastros positivos ou negativos reque- ridos
por fornecedores Nesse caso, a base para segmentação do mercado é
e) recebimento de documentos de forma física, mesmo em denominada segmentação:
dependência exclusivamente eletrônica
a) comportamental
23. (CESGRANRIO — 2021) KO é gerente Júnior de um banco e b) demográfica
atua no contato direto com os clientes que têm pouca c) psicográfica
experiência na atividade de investimentos financeiros. d) geográfica
Buscando promoção no quadro interno da instituição e) terciária
financeira, o gerente realiza vários cursos de atualiza- ção,
inclusive de educação financeira. Munido desses  GABARITO
conhecimentos, ele contata os correntistas sob sua res-
ponsabilidade e oferece indicações sobre como investir. Os
clientes compõem diversos segmentos econômicos, e alguns 1 B
não possuem renda para propiciar saldos des- tinados a
investimentos no momento em que são con- tatados. O 2 E
supervisor de KO identifica essa situação e o adverte da perda
3 E
de tempo com clientes que não gera- riam lucros imediatos
ao banco. 4 C

Nos termos da Resolução nº 4.539, de 24 de novem- 5 C


bro de 2016, verifica-se que a instituição financeira:
6 B
a) deve privilegiar os clientes que gerem recursos 7 B
imediatos.
b) deve apresentar a todos os clientes os produtos finan- ceiros 8 B
disponíveis.
9 E
c) deve preocupar-se com a formação de clientela futura.
d) pode criar segmentos especiais para atendimento pri- 10 B
vilegiado e secreto.
e) pode discriminar seus clientes livremente, analisando sua 11 C
renda como dado essencial para produzir lucro.
12 C
24. (CESGRANRIO — 2021) Um empreendedor atua em 13 D
várias sociedades empresariais tendo, por consequên- cia,
contratos com inúmeras instituições financeiras. Por força 14 B
desse contexto, possui visão ampla dos serviços prestados
pelos bancos. Em determinado momento, um dos seus 15 B
sócios encaminha problema para ser resolvido com a 16 D
instituição financeira D, vez que a mesma respondeu que a
sociedade empresária demorou mais de três meses para 17 C
identificar o possí- vel erro na prestação dos serviços.
18 C
Nos termos da Resolução nº 4.539, de 24 de novembro 19 C
de 2016, constitui dever das instituições financeiras:
20 D
a) responder imediatamente aos reclamos dos clientes.
b) indenizar, no prazo mais curto possível, os danos causados. 21 C
c) monitorar o relacionamento com os clientes, inclusive por 22 A
meio de métricas adequadas.
d) aguardar passivamente o nível de reclamação dos usuários 23 B
para tomar providências, após determinado nível de
insatisfação. 24 C
25 A
378

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