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Usuário mal-intencionado
Conexão Conexão
segura segura
Usuário remoto Internet Empresa
Figura 6. Usuários mal-intencionados não conseguem monitorar o conteúdo de uma conexão que esteja protegida com um protocolo seguro.
Protocolos
Quando uma navegação na Internet é realizada, os protocolos transferem os dados de um servidor para o
cliente de acordo com o paradigma Cliente-Servidor. O servidor oferece os dados e provê a conexão e, então, o
cliente acessa as informações e solicita serviços.
Em uma conexão, para evitar que os dados sejam acessados por pessoas não autorizadas, protocolos de segu-
rança e proteção poderão ser implementados, utilizando-se de chaves e certificados digitais para a garantia da
transferência segura dos dados.
Muitas siglas de protocolos estão relacionadas com este tópico. Confira algumas delas:
Dica
258 Protocolos seguros costumam mostrar a letra S na sua sigla, como em HTTPS.
Um protocolo seguro procura estabelecer uma conexão segura entre os dispositivos, possibilitando a troca de
informações. Antes do envio de dados, a conexão segura será negociada entre os dispositivos e aprovada após a
confirmação do certificado digital.
A conexão remota poderá ser uma simples conexão direta entre os dispositivos (ponto a ponto, túnel de cone-
xão, sem criptografia dos dados trafegados) ou uma conexão entre os dispositivos com segurança, utilizando
protocolos seguros, para criptografar o conteúdo trafegado no túnel de conexão.
Programas
Após conhecer as definições de uma VPN e os protocolos que podem ser utilizados, é comum surgir uma dúvida:
quais são os programas que usamos para transformar o nosso dispositivo em um cliente VPN?
A resposta é: depende. Cada dispositivo possui um sistema operacional e, de acordo com a origem (cliente) e o
destino (servidor), existem programas mais adequados para cada cenário.
A utilização de um software de VPN, a fim de acessar a rede interna de uma organização (no modelo VPN client
to site), implementa segurança aos dados trafegados na forma de criptografia, para garantir a autenticidade e a
integridade das conexões. No entanto, onde a VPN será “iniciada”?
Nas redes de computadores, o firewall é um item especialmente importante em relação à segurança da infor-
mação. Ele é um filtro de portas TCP, que permite ou bloqueia o tráfego de dados. Logo, se uma conexão deseja
enviar e receber dados, precisa ter a porta correspondente liberada, em ambos os lados, tanto no cliente como no
servidor.
Se existe um firewall na rede, a VPN poderá ser instalada (e configurada) no firewall (mais comum), em frente
ao firewall (para autenticar o que está chegando), atrás do firewall (para autenticar o que chegou), paralelamente
ao firewall (para acompanhar o envio e recebimento dos pacotes) ou na interface dedicada do firewall (na conexão
VPN site to site, para atender a vários dispositivos da rede).
No Windows 10, a definição da VPN poderá ser realizada por meio da Central de Ações (atalho de teclado
Windows + A) ou em Configurações, Rede e Internet, VPN. O acesso Home Office é um tipo de conexão externa que
deverá utilizar uma VPN, para proteger os dados trafegados com o uso de criptografia implementada por proto -
colos seguros.
Sabe-se que ameaças e riscos de segurança estão presentes no mundo virtual. Assim como existem pessoas
boas e más no mundo real, existem usuários com boas ou más intenções no mundo virtual.
Os criminosos virtuais são genericamente denominados como hackers, porém o termo mais adequado seria
cracker. Um hacker é um usuário que possui muitos conhecimentos sobre tecnologia, podendo ser nomeado como
White Hat – hacker ético que usa suas habilidades com propósitos éticos e legais –, Gray Hat – aquele que comete
crimes, mas sem ganho pessoal (geralmente, para exposição de falhas nos sistemas) – e Black Hat – aquele que
CONHECIMENTOS DE
Devido à crescente integração entre as redes de comunicação, conexão com novos e inusitados dispositivos
(IoT – Internet das Coisas) e criminosos com acesso de qualquer lugar do mundo, as redes de informações torna-
ram-se particularmente difíceis de se proteger. Profissionais altamente qualificados são formados e contratados
pelas empresas com a única função de proteger os sistemas informatizados.
259
Em concursos públicos, as ameaças e os ataques romper as barreiras de segurança definidas na Políti-
são os itens mais questionados. ca de Segurança, com o objetivo de anular o sistema
ou capturar dados.
Você conhece a Cartilha de Segurança CERT? Dis- Os ataques podem ser classificados como:
ponível gratuitamente na Internet, ela é a fonte ofi-
cial de informações sobre ameaças, ataques, defesas Baixa complexidade: exploram falhas de seguran-
e segurança digital. Ela pode ser acessada pelo link: ça de forma isolada e são facilmente identificados
<https://cartilha.cert.br/>. (Acesso em: 13 nov. 2020). e anulados;
Média complexidade: combinam duas ou mais
Ameaças ferramentas e técnicas, para obter acesso aos
dados, sendo de média complexidade para a solu-
As ameaças são identificadas como aquelas que ção, gerando impactos na operação dos sistemas,
possuem potencial para comprometer a oferta ou exis- como a indisponibilidade;
tência dos ativos computacionais, tais como: informa- Alta complexidade: refinados e avançados, os
ções, processos e sistemas. Um rawsomware – software ataques combinam o acesso às falhas do sistema,
que sequestra dados, utilizando-se de criptografia e novos códigos maliciosos desconhecidos e a dis-
solicita o pagamento de resgate para a liberação das tribuição do ataque com redes zumbis, tornando
difícil a resolução do problema.
informações sequestradas – é um exemplo de ameaça.
É importante entender que, apesar de a ameaça
existir, se não ocorrer uma ação deliberada para sua Dica
execução ou se medidas de proteção forem implemen- Ameaças existem e podem afetar ou não os
tadas, ela é eliminada e não se torna um ataque. As sistemas computacionais;
ameaças à segurança da informação podem ser clas- Falhas existem e podem ser exploradas ou não
sificadas como: pelos invasores;
Ataques são realizados todo o tempo contra todos
Tecnológicas: quando ocorre mudança no padrão os tipos de sistemas.
ou tecnologia, sem a devida atualização ou
upgrade; Vírus de Computador
Humanas: intencionais ou acidentais, que explo-
ram vulnerabilidades nos sistemas; O vírus de computador é a ameaça digital mais
Naturais: não intencionais, relacionadas ao popular. Tem esse nome por se assemelhar a um vírus
ambiente, como as catástrofes naturais. orgânico ou biológico. O vírus biológico é um organis-
mo que possui um código viral que infecta uma célu-
As empresas precisam fazer uma avaliação das la de outro organismo. Quando a célula infectada é
ameaças que possam causar danos ao ambiente com- acionada, o código viral é duplicado e se propaga para
putacional dela mesma (Gerenciamento de Risco), outras células saudáveis do corpo. Quanto mais vírus
implementar sistemas de autenticação (Controlar o existirem no organismo, menor será o seu desempe-
Acesso), definir os requisitos de senha forte (Políti- nho, fazendo com que recursos vitais sejam consumi-
ca de Segurança), manter um inventário e realizar o dos, podendo levar o hospedeiro à morte.
rastreamento de todos os ativos (Gerenciamento de O vírus de computador é um código malicioso que
Recursos), além de utilizar sistemas de backup e res- infecta arquivos em um dispositivo. Quando o arquivo
tauração de dados (Gerenciamento de Continuidade é executado, o código do vírus é duplicado, propagan-
de Negócios). do-se para outros arquivos do computador. Quanto
mais vírus existirem no dispositivo, menor será o seu
Falhas desempenho, fazendo com que recursos computacio-
nais sejam consumidos, podendo levar o hospedeiro a
As falhas de segurança nos sistemas de informação uma falha catastrófica.
poderão ser propositais ou involuntárias. Se o progra-
1. E-mail com vírus de computador é enviado pa ra o usuário
mador insere, no código do sistema, uma falha que
produza danos ou permita o acesso sem autentica-
ção, temos um exemplo de falha proposital. Já se uma
falha for descoberta após a implantação do sistema,
sem que tenha sido uma falha proposital, e tenha sido
explorada por invasores, temos um exemplo de falha
involuntária, inerente ao sistema.
E-mail com vírus Usuário Arquivo
Quando identificadas, as falhas são corrigidas
pelas empresas que desenvolveram o sistema por
meio da distribuição de notificações e correções de 2. E-mail é abe rto e o arquivo anexo infectado é executado.
segurança. O Windows Update, serviço da Microsoft
para atualização do Windows, distribui, mensalmen-
te, os patches (pacotes) de correções de falhas de
segurança.
Ataques
E-mail com vírus Usuário Arquivo
Sem dúvidas, o assunto de maior destaque, tan-
to em concursos como no mundo real, são os ata-
260 ques. Coordenados ou isolados, os ataques procuram
3. O código do vírus é copiado para arquivos do computador Todos os sistemas operacionais são vulneráveis
aos vírus de computador. Quando um vírus de com-
putador é desenvolvido por um hacker, este procura
elaborá-lo para um software que tenha uma grande
quantidade de usuários iniciantes, o que aumenta as
suas chances de sucesso.
O Windows, por exemplo, possui muitos usuários
E-mail com vírus Usuário Arquivo e a maioria deles não tem preocupações com seguran-
ça. Por isso, grande parte dos vírus de computadores
4. Ao executar o arquivo inf ectado, novos arquivos ser ão infectados. são desenvolvidos para atacarem sistemas Windows.
O Linux, por sua vez, tem poucos usuários, se com-
parado ao Windows, e a maioria deles possui muito
conhecimento sobre Informática, tornando a ação de
vírus nesse sistema uma ocorrência rara.
Já o Android, software operacional dos smartpho-
E-mail com vírus Usuário Arquivo Arquivo nes populares, é uma variação do sistema Linux ori-
ginal. Apesar de possuir essa origem nobre, é alvo de
milhares de vírus, por causa dos seus usuários, que,
O vírus de computador poderá entrar no disposi- na maioria das vezes, não têm rotinas de proteção e
tivo do usuário por meio de um arquivo anexado em segurança de seus aparelhos.
uma mensagem de e-mail, ou por cópia de arquivos Um vírus de computador poderá ser recebido por
existentes em uma mídia removível, como o pen drive, e-mail, transferido de sites na Internet, compartilhado
recebidos por alguma rede social, baixados de sites na em arquivos, através do uso de mídias removíveis infec-
Internet, entre outras formas de contaminação. tadas, nas redes sociais e por mensagens instantâneas.
Vale lembrar, no entanto, que um vírus necessita ser
VÍRUS DE
CARACTERÍSTICAS executado para que entre em ação, pois ele tem um hos-
COMPUTADOR
pedeiro definido e um alvo estabelecido. Ele se propaga,
Infectam o setor de boot do disco de inserindo cópias de si em outros arquivos, alterando ou
inicialização removendo arquivos do dispositivo para propagação e
Vírus de boot
Cada vez que o sistema é iniciado, o autoproteção, a fim de não ser detectado pelo antivírus.
vírus é executado
Armazenados em sites na Internet, são Worms
carregados e executados quan- do o
Vírus de script O worm é um verme que explora de forma inde-
usuário acessa a página, usan- do um
navegador de Internet pendente as vulnerabilidades nas redes de dispositi-
vos. Geralmente, eles deixam a comunicação na rede
As macros são desenvolvidas em lenta, por ocuparem a conexão de dados ao enviarem
linguagem Visual Basic for Applica- cópias de seu código malicioso.
tions (VBA) nos arquivos do Office,
Vírus de macro Um verme biológico parasita um organismo, con-
para a automatização de tarefas
sumindo seus recursos e deixando o corpo debilitado.
Quando desenvolvido com propósi- tos
Um verme tecnológico parasita um dispositivo, consu-
maliciosos, é um vírus de macro
mindo seus recursos de memória e conexão de rede,
O vírus “mutante” ou “polimórfico”, a deixando o aparelho e a rede de dados lentos.
Vírus do tipo cada nova multiplicação, o novo ví- rus Os worms não precisam ser executados pelo usuá-
mutante mantém traços do original, mas é rio como os vírus de computador e a sua propagação
diferente dele será rápida caso não existam barreiras de proteção
São programados para agir em uma de- que os impeçam.
Vírus time bomb terminada data, causando algum tipo de
1. Dispositivo infectado se conecta na rede do usuário
dano no dia previamente agendado
Um vírus stealth é um código mali-
cioso muito complexo, que se escon- de
depois de infectar um computador
Ele mantém cópias dos arquivos que
Vírus stealth
foram infectados para si e, quan- do um
software antivírus realiza a de- tecção,
CONHECIMENTOS DE
O vírus Nimda explora as falhas de 2. Roteador infectado envia o worm para a impressora
INFORMÁTICA
Smartphone Roteador do Impressora 1. E-mail com Cavalo de Troia é enviado para o usuário
com worm Usuário
4. Um novo dispositivo se conecta e é infectado
Os worms podem ser recebidos automaticamen- E-mail com vírus Usuário Jogo on-line
te pela rede, inseridos por um invasor ou por ação
de outro código malicioso. Assim como os vírus, ele
poderá ser recebido por e-mail, transferido de sites na
Internet, compartilhado em arquivos, por meio do uso
de mídias removíveis infectadas, nas redes sociais e 4. Enquanto o usuário joga, o invasor consegue acesso
por mensagens instantâneas.
Com o objetivo de explorar as vulnerabilidades dos
dispositivos, os worms enviam cópias de si mesmos
para outros dispositivos e usuários conectados. Por
serem autoexecutáveis, costumam consumir grande
quantidade de recursos computacionais, promovendo
a instalação de outros códigos maliciosos e iniciando
Usuário Jogo on-line
ataques na Internet em busca de outras redes remotas.
Pragas Virtuais
Confira, na tabela a seguir, outras pragas digitais Uma das ações mais comuns que procuram com-
que ameaçam a Segurança da Informação e a privaci- prometer a segurança da informação é o ataque
dade dos usuários de sistemas computacionais. Phishing. O usuário recebe uma mensagem (por
e-mail, rede social ou SMS no telefone) e é induzido a
CÓDIGO clicar em um link malicioso. O link acessa uma pági-
CARACTERÍSTICAS
MALICIOSO
na que pode ser semelhante ao site original, induzin-
do o usuário a fornecer dados pessoais, como login e
Gatilho para a execução de outros códi- gos
senha. Em ataques mais elaborados, as páginas captu-
Bomba lógica maliciosos que permanece inativa até que um
evento acionador seja executado ram dados bancários e de cartões de crédito. O objeti-
CONHECIMENTOS DE
Usuário
Usuário Arquivo
Usuário Arquivo
Usuário
264
3. Ele compara o código com sua base de assinaturas 2. O arquivo será isolado e uma cópia enviada para
análise pelo fabricante do software antivírus
= Quarentena
Usuário Arquivo =
Usuário
4. Ele poderá eliminar o vírus, isolar ou excluir o arquivo
Arquivo Fabricante
Arquivo
= desinfectado excluído
Windows Defender
Usuário Quarentena
Em concursos públicos, as soluções de antivírus de
Quando o antivírus encontra um código malicioso terceiros, como Avast, AVG, Avira e Kaspersky rara-
em algum arquivo, que tenha correspondência com a mente são questionadas. Nós as usamos em nosso dia
base de assinaturas de vírus, ele poderá: a dia, mas, em provas de concursos, as bancas traba-
lham com as configurações padrões dos programas.
Remover o vírus que infecta o arquivo;
O Windows 10 possui uma solução integrada de
Criptografar o arquivo infectado e mantê-lo na
proteção, que é o Windows Defender. Na época do
pasta Quarentena, isolado;
Windows 7, a Microsoft adquiriu e disponibilizou o
Excluir o arquivo infectado.
programa Microsoft Security Essentials como antiví-
Assim, o antivírus poderá proteger o dispositivo rus padrão do sistema operacional.
através de três métodos de detecção: assinatura dos A seguir, foi desenvolvida a solução Windows Defen-
vírus conhecidos, verificação heurística e comporta- der, para detecção e remoção de outros códigos mali-
mento do código malicioso quando é executado. ciosos, como os worms e Cavalos de Troia. Além disso, o
O que fazer quando o código malicioso do vírus Windows sempre ofereceu o firewall, um filtro de cone-
não está na base de assinaturas? xões para impedir ataques oriundos das redes conectadas.
A base de assinaturas é atualizada pelo fabricante No Windows 10, o Windows Defender faz a detec-
do antivírus, com as informações conhecidas dos vírus ção de vírus de computador, códigos maliciosos e
detectados. Entretanto, novos vírus são criados diaria- opera o firewall do sistema operacional, impedindo
mente. Para a detecção desses novos códigos malicio- ataques e invasões.
sos, os programas oferecem a Análise Heurística.
Firewall
Análise Heurística
O firewall é um filtro de conexões que poderá ser
O software antivírus poderá analisar os arquivos do um software, instalado em cada dispositivo, ou um
dispositivo através de outros parâmetros, além da base hardware, instalado na conexão da rede, protegendo
de assinaturas de vírus conhecidos, para encontrar novos todos os dispositivos da rede interna. O sistema opera-
códigos maliciosos que ainda não foram identificados. cional disponibiliza um firewall pré-configurado com
Se o código enviado para análise for comprovada- regras úteis para a maioria dos usuários.
mente um vírus, o fabricante inclui sua assinatura na A maioria das portas comuns estão liberadas e a
base de vírus conhecidos. Assim, na próxima atualiza- maioria das portas específicas estão bloqueadas.
ção do antivírus, todos poderão reconhecer e remover
o novo código descoberto.
Usuário
INFORMÁTICA
Usuário
Invasor Ataque de vírus Firewall Usuário
Propagação Malware
de worm Firewall Antivírus Antispyware Atualizações Senha forte
Figura 15. O firewall não analisa o conteúdo do tráfego, mas impede
os ataques provenientes da rede. Figura 17. Para proteção: firewall ativado, antivírus atualizado e ativado,
antispyware atualizado e ativado, atualizações de softwares instaladas e uso
de senha forte.
O firewall não é um antivírus nem um awtispyware.
Ele permite ou bloqueia o tráfego de dados nas portas
UTM
TCP do dispositivo. Sendo assim, sua utilização não
dispensa o uso de outras ferramentas de segurança,
Uwified Threat Mawagemewt (UTM), ou “Gerenciamen-
como o antivírus e o awtispyware.
to Unificado de Ameaças”, são soluções abrangentes que
integram diferentes mecanismos de proteção em apenas
um programa. Elas realizam, em tempo real, a filtragem
Importante! de códigos acessados, otimizam o tráfego de dados nas
O firewall não é um antivírus, mas ele impede um conexões, controlam a execução das aplicações, pro-
ataque de vírus. Ele impedirá, por ser um ataque e, tegem o dispositivo com um firewall, estabelecem uma
não, por ser um vírus. conexão VPN segura para navegação e entregam relató-
rios de fácil compreensão para o usuário.
Da mesma forma que existe a solução antivírus Quando o ataque é direcionado ao e-mail e nave-
contra vírus de computadores, existe uma solução gador de Internet, os filtros antispam e filtros anti-
que procura detectar, impedir a propagação e remo- phishing atendem aos requisitos de proteção. Se o
ver os códigos maliciosos que não necessitam de um ataque chega disfarçado, medidas de prevenção
hospedeiro. devem ser adotadas, como:
Genericamente, malware é um software malicioso.
Genericamente, spyware é um software espião. Assim, Nunca fornecer informações confidenciais ou
quando os softwares maliciosos ganharam destaque secretas por e-mail;
e relevância para os usuários dos sistemas operacio- Resistir à tentação de cliques em links das mensagens;
nais, os spywares ganharam destaque. Comercialmen- Observar os dowwloads automáticos ou não iniciados;
te, tornou-se interessante nomear a solução como Dentro das políticas de segurança para os funcio-
awtispyware. nários, destacar que não se deve submeter à pres-
Na prática, um awtispyware, ou um awtimalware, são de pessoas desconhecidas.
detecta e remove vários tipos de pragas digitais.
Quando os ataques procuram atingir um servidor
266 da empresa, como ataques DoS (negação de serviço),
DDos (ataque distribuído de negação de serviços) ou
spoofiwg (fraude de identidade), uma das formas de Capítulo II — Da Política de Segurança Cibernética:
proteção é o bloqueio de pacotes externos não con- Seção I — Da Implementação da Política de Segurança
vencionais. Se o usuário está utilizando um disposi- Cibernética
tivo móvel e sofre um ataque, ele deve aumentar o
nível de proteção do aparelho e as senhas precisam Art. 2º As instituições referidas no art. 1º devem
ser redefinidas o mais breve possível. implementar e manter política de segurança
Por fim, os ataques contra aplicativos poderão cibernética formulada com base em princípios e
ser minimizados ou anulados se o usuário mantiver diretrizes que busquem assegurar a cowfidewcia-
os programas atualizados em seu dispositivo, apli- lidade, a integridade e a disponibilidade dos
dados e dos sistemas de informação utilizados.
cando as correções de segurança tão logo elas sejam
§ 1º A política mencionada no caput deve ser com-
disponibilizadas. patível com:
I - o porte, o perfil de risco e o modelo de wegócio
da instituição;
Importante! II - a natureza das operações e a complexidade dos
produtos, serviços, atividades e processos da insti-
Quando o usuário é envolvido na perpetração de
tuição; e
ataques digitais, ele é considerado o elo mais fra- co da
III - a sensibilidade dos dados e das informações
corrente de segurança da informação, por estar sujeito sob responsabilidade da instituição.
a enganos e trapaças dos atacan- tes. A Engenharia § 2º Admite-se a adoção de política de segurança
Social consiste no conjunto de técnicas e atividades cibernética única por:
que procuram estabelecer confiança mediante dados I - conglomerado prudencial; e
falsos, ameaças ou dissimulação. II - sistema cooperativo de crédito.
§ 3º As instituições que não constituírem política
de segurança cibernética própria em decorrência
do disposto no § 2º devem formalizar a opção por
SEGURANÇA CIBERNÉTICA: RESOLUÇÃO CMN essa faculdade em reunião do conselho de admi-
Nº 4893, DE 26 DE FEVEREIRO DE 2021 nistração ou, na sua inexistência, da diretoria da
instituição.
A Resolução nº 4.893, de 26 de fevereiro de 2021,
do CMN, dispõe sobre a política de segurança ciber- Note que confidencialidade, integridade e disponi-
nética e sobre os requisitos para a contratação de ser- bilidade são princípios básicos de qualquer política de
segurança da informação. Assim, não há grande ino-
viços de processamento e armazenamento de dados e
vação por parte da resolução.
de computação em nuvem a serem observados pelas
instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Cen-
tral do Brasil. Trata-se de uma norma muito recente e, Confidencialidade
por isso, relevante ao estudo para novas provas.
Por ser tema novo, essa Resolução ainda não foi PRINCÍPIOS E
abordada em provas de concursos. Assim, podemos DIRETRIZES Integridade
QUE
até ter uma ideia de como o examinador pode cobrá-
BUSQUEM
-la, mas ainda não temos a certeza de como será. ASSEGURAR:
Provavelmente, o examinador não deve sair muito Disponibilidade
do texto seco da norma, então destacaremos o que for
mais importante você gravar. Essa é uma Resolução
curta, de fácil entendimento e com grandes chances O art. 3º trouxe os requisitos mínimos das políti-
de cair na sua prova. Vamos lá! cas de segurança cibernética das instituições envolvi-
das. Trata-se de um tópico muito importante para sua
Capítulo I — Do Objeto e do Âmbito de Aplicação prova! É importante gravá-los.
Art. 1º Esta Resolução dispõe sobre a política Art. 3º A política de segurança cibernética deve
de segurança cibernética e sobre os requisitos contemplar, no mínimo:
para a contratação de serviços de processa- I - os objetivos de segurança cibernética da
mento e armazenamento de dados e de com- instituição;
putação em nuvem a serem observados pelas II - os procedimentos e os controles adotados
instituições autorizadas a funcionar pelo Banco para reduzir a vulnerabilidade da instituição
Central do Brasil. a incidentes e atender aos demais objetivos de
segurança cibernética;
CONHECIMENTOS DE
e de liquidação ou por entidades que exerçam ati- concorrência, as instituições mencionadas no art.
vidades de registro ou de depósito centralizado. 1º devem desenvolver iniciativas para o comparti-
lhamento de informações sobre os incidentes rele-
vantes de que trata o art. 3º, inciso IV.
INFORMÁTICA
As disposições gerais já começam com os já tão Ou seja, de acordo com o art. 22, é mais importan-
falados requisitos mínimos, quais sejam, os requisitos te a proteção do consumidor e do titular de dados do
sobre a continuidade dos negócios nas políticas: que o sigilo sobre os incidentes! Para fins de prova, 271
na dúvida, marque a assertiva que melhor proteger o De acordo com o art. 25, os contratos anteriores
vulnerável da relação jurídica (sempre o consumidor, devem ser emendados para se adequarem à nova nor-
o trabalhador, o titular de dados etc.). ma. É quase como se a resolução tivesse efeito retroativo.
Esse artigo é muito importante, pois traz ações Pasta com Pasta sem Pasta vazia
possíveis a serem realizadas pelo Banco Central do subpasta subpasta
Brasil (BACEN).
O sistema de arquivos NTFS (New Techwology File
Art. 25 As instituições referidas no art. 1º que, em System) armazena os dados dos arquivos em locali-
26 de abril de 2018, já tinham contratado a presta- zações dos discos de armazenamento. Por sua vez, os
ção de serviços relevantes de processamento, arma- arquivos possuem nome e podem ter extensões.
zenamento de dados e de computação em nuvem O sistema de arquivos NFTS suporta unidades de
devem adequar o contrato para a prestação de tais armazenamento de até 256 TB (terabytes, trilhões de
serviços: bytes).
I - ao cumprimento do disposto no art. 16, incisos I, II, O FAT32 suporta unidades de até 2 TB.
IV e § 2º, no caso de serviços prestados no exterior; e
II - ao disposto nos arts. 15, § 1º, e 17.
Antes de prosseguir, vamos conhecer estes conceitos.
Parágrafo único. O prazo previsto para adequação
ao disposto no caput não pode ultrapassar 31 de
272 dezembro 2021.
A palavra “Nova”, quando armazenada no disposi-
TERMO SIGNIFICADO OU APLICAÇÃO tivo, ocupará 4 bytes. São 32 bits de informação grava-
Unidade de disco de armazena- mento da na memória.
Disco de permanente, que possui um sistema de A palavra “Concursos” ocupará 9 bytes, que são 72
armazenamento arquivos e mantém os dados gravados bits de informação.
Os bits e bytes estão presentes em diversos momen-
tos do cotidiano. Um plano de dados de celular ofere-
Estruturas lógicas que endereçam as ce um pacote de 5 GB, ou seja, poderá transferir até
partes físicas do disco de arma- 5 bilhões de bytes no período contratado. A conexão
Sistema de
zenamento. NTFS, FAT32, FAT são Wi-Fi de sua residência está operando em 150 Mbps,
Arquivos
alguns exemplos de sistemas de ou 150 megabits por segundo, que são 18,75 MB por
arquivos do Windows segundo, e um arquivo com 75 MB de tamanho leva-
rá 4 segundos para ser transferido do seu dispositivo
Circunferência do disco físico (como
Trilhas um hard disk HD ou unidades para o roteador wireless.
removíveis ópticas)
(B)
Windows. A primeira pasta da unidade é cha-
Ainda não temos discos com capacidade na ordem mada raiz (da árvore de diretórios), represen-
de Petabytes (PB — quatrilhão de bytes) vendidos tada pela barra invertida: Documentos (Meus
INFORMÁTICA
comercialmente, mas quem sabe um dia... Hoje estas Documentos), Imagens (Minhas Imagens),
Vídeos (Meus Vídeos), Músicas (Minhas Músi-
medidas muito altas são usadas para identificar gran-
cas) — bibliotecas;
des volumes de dados na nuvem, em servidores de
Estruturas do Usuário: Documentos (Meus
redes, em empresas de dados etc. Documentos), Imagens (Minhas Imagens),
Vamos falar um pouco sobre bytes: 1 byte repre- Vídeos (Meus Vídeos), Músicas (Minhas Músi-
senta uma letra, ou número, ou símbolo. Ele é forma- cas) — bibliotecas;
do por 8 bits, que são sinais elétricos (que vale zero Área de Trabalho: desktop, que permite aces-
ou um). Os dispositivos eletrônicos utilizam o sistema so à Lixeira, Barra de Tarefas, pastas, arquivos,
binário para representação de informações. programas e atalhos; 273
Lixeira do Windows: armazena os arquivos de o Windows não permite que dois itens tenham o
discos rígidos que foram excluídos, permitindo mesmo nome e a mesma extensão quando estive-
a recuperação dos dados. rem armazenados no mesmo local;
o Windows não aceita determinados caracteres
Atalhos nos nomes e extensões. São caracteres reservados,
para outras operações, que são proibidos na hora
Arquivos que indicam outro local: extensão de nomear arquivos e pastas. Os nomes de arqui-
LNK, podem ser criados arrastando o item com vos e pastas podem ser compostos por qualquer
ALT ou CTRL+SHIFT pressionado. caractere disponível no teclado, exceto os carac-
Drivers teres * (asterisco, usado em buscas), ? (interroga-
ção, usado em buscas), / (barra normal, significa
Arquivos de configuração: extensão DLL e opção), | (barra vertical, significa concatenador de
outras, usadas para comunicação do software comandos), \ (barra invertida, indica um caminho),
com o hardware. “ (aspas, abrange textos literais), : (dois pontos, sig-
nifica unidade de disco), < (sinal de menor, signi-
O Windows 10 usa o Explorador de Arquivos (que fica direcionador de entrada) e > (sinal de maior,
antes era Windows Explorer) para o gerenciamento significa direcionador de saída);
de pastas e arquivos. Ele é usado para as operações de existem termos que não podem ser usados, como
manipulação de informações no computador, desde o CON (console, significa teclado), PRN (printer, sig-
básico (formatar discos de armazenamento) até o avan- nifica impressora) e AUX (indica um auxiliar), por
çado (organizar coleções de arquivos em Bibliotecas). referenciar itens de hardware nos comandos digi-
O atalho de teclado Windows+E pode ser acionado tados no Prompt de Comandos (por exemplo, para
para executar o Explorador de Arquivos. enviar para a impressora um texto através da linha
Como o Windows 10 está associado a uma con- de comandos, usamos TYPE TEXTO.TXT > PRN).
ta Microsoft (e-mail Live, ou Hotmail, ou MSN, ou
Outlook), o usuário tem disponível um espaço de Entre os caracteres proibidos, o asterisco é o mais
armazenamento de dados na nuvem Microsoft One- conhecido. Ele pode ser usado para substituir de zero
Drive. No Explorador de Arquivos, no painel do lado à N caracteres em uma pesquisa, tanto no Windows
direito, o ícone OneDrive sincroniza os itens com a como nos sites de busca na Internet.
nuvem. Ao inserir arquivos ou pastas no OneDrive, As ações realizadas pelos usuários em relação à
eles serão enviados para a nuvem e sincronizados manipulação de arquivos e pastas podem estar condi-
com outros dispositivos que estejam conectados na cionadas ao local onde elas são efetuadas, ou ao local
mesma conta de usuário. de origem e destino da ação. Portanto, é importante
Os atalhos são representados por ícones com uma verificar no enunciado da questão, geralmente no tex-
seta no canto inferior esquerdo, e podem apontar para to associado, estes detalhes que determinarão o resul-
um arquivo, pasta ou unidade de disco. Os atalhos são tado da operação.
independentes dos objetos que os referenciam, por- As operações podem ser realizadas com atalhos
tanto, se forem excluídos, não afetam o arquivo, pasta de teclado, com o mouse, ou com a combinação de
ou unidade de disco que estão apontando. ambos. As bancas organizadoras costumam questio-
Podemos criar um atalho de várias formas diferentes: nar ações práticas nas provas e, na maioria das vezes
utilizam imagens nas questões.
arrastar um item segurando a tecla Alt no teclado,
e ao soltar, o atalho é criado; OPERAÇÕES COM TECLADO
no menu de contexto (botão direito) escolha
Atalhos de teclado Resultado da operação
“Enviar para... Área de Trabalho (criar atalho);
um atalho para uma pasta cujo conteúdo está sen- Não é possível recortar e colar na
Ctrl+X e Ctrl+V
do exibido no Explorador de Arquivos pode ser mesma pasta. Será exibida uma
na mesma pasta
criado na área de trabalho arrastando o ícone da mensagem de erro
pasta, mostrado na barra de endereços e soltando- Ctrl+X e Ctrl+V Recortar (da origem) e colar (no
-o na área de trabalho. em locais diferentes destino). O item será movido
Copiar e colar. O item será dupli-
Arquivos ocultos, arquivos de sistema, arquivos Ctrl+C e Ctrl+V
cado. A cópia receberá um sufixo
somente leitura... Os atributos dos itens podem ser na mesma pasta
(Copia) para diferenciar do original
definidos pelo item Propriedades no menu de con-
texto. O Explorador de Arquivos pode exibir itens que Copiar (da origem) e colar (no
Ctrl+C e Ctrl+V
tenham o atributo oculto, desde que ajuste a configu- destino). O item será duplicado,
em locais diferentes
ração correspondente. mantendo o nome e extensão
Deletar, apagar, enviar para a Li-
MANIPULAÇÃO DE ARQUIVOS E PASTAS xeira do Windows, podendo re-
Tecla Delete em um cuperar depois, se o item estiver em
Ao nomear arquivos e pastas, algumas regras pre- item do disco rígido
um disco rígido local interno ou
cisam ser conhecidas para que a operação seja reali- externo conectado na CPU
zada com sucesso:
Será excluído definitivamente. A
Tecla Delete em um
Lixeira do Windows não armazena
o Windows não é case sensitive. Ele não faz distin- item do disco
274 itens de unidades removíveis (pen-
ção entre letras minúsculas ou letras maiúsculas. removível
drive), ópticas ou unidades remotas
Um arquivo chamado documento.docx será consi-
derado igual ao nome Documento.DOCX;
OPERAÇÕES COM TECLADO OPERAÇÕES COM MOUSE
Independentemente do local onde RESULTADO DA
AÇÃO DO USUÁRIO
Shift+Delete estiver o item, ele será excluído OPERAÇÃO
definitivamente Arrastar com botão principal
Renomear. Trocar o nome e a pressionado e soltar na mes- ma O item será movido
extensão do item. Se houver ou- tro unidade de disco
item com o mesmo nome no mesmo Arrastar com botão principal
local, um sufixo numérico será pressionado e soltar em ou- tra O item será copiado
F2 adicionado para diferenciar os itens. unidade de disco
Não é permitido reno- mear um
Arrastar com botão secun- Exibe o menu de contexto,
item que esteja aberto na memória
dário do mouse pressionado e podendo “Copiar aqui” (no
do computador soltar na mesma unidade local onde soltar)
Arrastar com botão secundário do Exibe o menu de contexto, po-
Lixeira mouse pressionado e soltar em dendo “Copiar aqui” (no local
outra unidade de disco onde soltar) ou “Mover aqui”
Um dos itens mais questionados em concursos
públicos é a Lixeira do Windows. Ela armazena os Arrastar na mesma unidade, será movido. Arras-
itens que foram excluídos de discos rígidos locais, tar entre unidades diferentes, será copiado.
internos ou externos conectados na CPU.
Ao pressionar o atalho de teclado Ctrl+D, ou a OPERAÇÕES COM TECLADO E MOUSE
tecla Delete (DEL), o item é removido do local original
e armazenado na Lixeira. AÇÃO DO USUÁRIO RESULTADO DA
OPERAÇÃO
Quando o item está na Lixeira, o usuário pode
O item será copiado, quando a
escolher a opção Restaurar, para retornar ele para o Arrastar com o botão princi- pal
tecla CTRL for liberada, in-
local original. Se o local original não existe mais, pois pressionado um item com a tecla
dependente da origem ou do
suas pastas e subpastas foram removidas, a Lixeira CTRL pressionada
destino da ação
recupera o caminho e restaura o item.
O item será movido, quando a
Os itens armazenados na Lixeira poderão ser excluí- Arrastar com o botão princi- pal
tecla SHIFT for liberada, in-
dos definitivamente, escolhendo a opção “Esvaziar Lixei- pressionado um item com a tecla
dependente da origem ou do
SHIFT pressionada
ra” no menu de contexto ou faixa de opções da Lixeira. destino da ação
Quando acionamos o atalho de teclado Shift+De- Arrastar com o botão princi- pal
lete, o item será excluído definitivamente. Pelo Win- Será criado um atalho para o
pressionado um item com a tecla
dows, itens excluídos definitivamente ou apagados item, independente da origem ou
ALT pressionada (ou
do destino da ação
após esvaziar a Lixeira não poderão ser recuperados. CTRL+SHIFT)
É possível recuperar com programas de terceiros, mas Clique em itens com o botão
isto não é considerado no concurso, que segue a con- principal, enquanto mantém a Seleção individual de itens
figuração padrão. tecla CTRL pressionada
Os itens que estão na Lixeira podem ser arrastados Seleção de vários itens. O
com o mouse para fora dela, restaurando o item para Clique em itens com o botão primeiro item clicado será o
o local onde o usuário liberar o botão do mouse. principal, enquanto mantém a início, e o último item será o
A Lixeira do Windows tem o seu tamanho definido tecla SHIFT pressionada final, de uma região contínua de
seleção
em 10% do disco rígido ou 50 GB. O usuário poderá alte-
rar o tamanho máximo reservado para a Lixeira, poderá
desativar ela excluindo os itens diretamente e configu- Extensões de Arquivos
rar Lixeiras individuais para cada disco conectado.
O Windows 10 apresenta ícones que representam
arquivos, de acordo com a sua extensão. A extensão
OPERAÇÕES COM MOUSE
caracteriza o tipo de informação que o arquivo arma-
RESULTADO DA zena. Quando um arquivo é salvo, uma extensão é
AÇÃO DO USUÁRIO
OPERAÇÃO atribuída para ele, de acordo com o programa que o
Clique simples no botão criou. É possível alterar esta extensão, porém corre-
Selecionar o item
principal mos o risco de perder o acesso ao arquivo, que não
Clique simples no botão Exibir o menu de contexto do será mais reconhecido diretamente pelas configura-
CONHECIMENTOS DE
Store) para instalação no computador do usuário. A tabela a seguir procura resumir os recursos e
novidades do Windows 10. Confira.
Os acessórios do Wiwdows são aplicativos nativos
do sistema operacional, que estão disponíveis para
utilização mesmo que não existam outros programas
1 Em cada local do Windows, o item poderá ter um nome diferente. “Desfragmentar e Otimizar Unidades” é o nome do recurso. “Otimizar e desfragmentar
unidade” é o nome da opção.
2 Unidades de alocação. Quando uma informação é gravada no disco, ela é armazenada em um espaço chamado cluster. 277
WINDOWS 10 O QUE
Explorador de Arquivos Gerenciamento de arquivos e pastas do computador
Referência ao local no gerenciador de arquivos e pastas para unidades de dis- cos e
Este Computador
pastas Favoritas
Win+S Pesquisar
Envia imediatamente Pressionar DEL em um item selecionado
Xbox (Games, músicas = Groove) Integração com Xbox, modo multiplayer gratuito, streaming de jogos do Xbox One
Com blocos dinâmicos (live tiles) Menu Iniciar
Windows Hello Autenticação biométrica permite logar no sistema sem precisar de senhas
Permite alternar de maneira fácil entre os modos de desktop e tablet, sendo ideal para
Continuum
dispositivos conversíveis
Desktops virtuais O recurso permite visualizar dados de vários computadores em uma única tela
O modo tablet deixa o Windows mais fácil e intuitivo de usar com touch em
Modo tablet
dispositivos tipo conversíveis
Compartilhar Wi-Fi Compartilhar sua rede Wi-Fi com os amigos sem revelar a senha
Complemento para Telefone Sincronizar dados entre seu PC e smartphone ou tablete, seja iOs ou Android.
Configurações > Sistema >
Analisar o espaço de armazenamento em seu PC
Armazenamento
Quando você clica duas vezes em um arquivo, como por exemplo, uma imagem ou documento, o arquivo
é aberto no programa que está definido como o “programa padrão” para esse tipo de arquivo no Windows 10.
Porém, se você gosta de usar outro programa para abrir o arquivo, você pode defini-lo como padrão. Disponível
em Configurações, Sistema, Aplicativos Padrão.
278
O Bloco de Notas (notepad.exe) é um acessório do Windows para edição de arquivos de texto sem formatação,
com extensão TXT.
O WordPad (wordpad.exe) é um acessório do Wiwdows para edição de arquivos de texto com alguma formata-
ção, com extensão RTF e DOCX.
O WordPad assemelha-se ao Microsoft Word, com recursos simplificados.
O Paint (mspaint.exe) é o acessório do Windows para edição de imagens BMP, GIF, JPG, PNG e TIF.
CONHECIMENTOS DE
INFORMÁTICA
279
A Ferramenta de Captura é um aplicativo da área de trabalho do Windows 10, que permite copiar parte de
alguma tela em exibição.
Notas Autoadesivas (que agora se chama Stick Notes) é um aplicativo do Windows 10, que permite a inserção
de pequenas notas de texto na área de trabalho do Windows, como recados do tipo Post-It.
As Anotações podem ser vinculadas ao Microsoft Bing e assistente virtual Cortana. Assim, ao anotar um ende -
reço, o mapa é exibido. Ao anotar um número de voo, as informações serão mostradas sobre a partida.
O aplicativo “Filmes e TV” pode ser usado para visualização de vídeos, assim como o “Windows Media Player”.
O Prompt de Comandos (cmd.exe) é usado para digitar comandos em um terminal de comandos.
O Microsoft Edge é o navegador de Internet padrão do Windows 10 . Podemos usar outros navegadores, como
o Internet Explorer 11 , Mozilla Firefox , Google Chrome , Apple Safari, Opera Browser etc.
O Windows Update (verificar se há atualizações) é o recurso do Windows para manter ele sempre atualizado.
Está em Configurações (atalho de teclado Windows+I), Atualização e segurança.
REDES DE COMPUTADORES
CONCEITOS BÁSICOS
A Internet é a rede mundial de computadores que surgiu nos Estados Unidos com propósitos militares, para
proteger os sistemas de comunicação em caso de ataque nuclear durante a Guerra Fria.
Na corrida atrás de tecnologias e inovações, Estados Unidos e União Soviética lançavam projetos que procura-
vam proteger as informações secretas de ambos os países e seus blocos de influência.
ARPANET, criada pela ARPA, sigla para Advanced Research Projects Agency, era um modelo de troca e com-
partilhamento de informações que permitia a descentralização das mesmas, sem um “nó central”, garantindo a
continuidade da rede mesmo que um nó fosse desligado.
A troca de mensagens começou antes da própria Internet. Logo, o e-mail surgiu primeiro, e depois veio a Inter-
net como a conhecemos e a usamos.
Ela passou a ser usada também pelo meio educacional (universidades) para fomentar a pesquisa acadêmica.
No início dos anos 90, ela se tornou aberta e comercial, permitindo o acesso de todos.
Usuário Modem
Internet
Provedor de Acesso
280 Figura 1. Para acessar a Internet, o usuário utiliza um modem que se conecta a um provedor de acesso através de uma linha telefônica
A navegação na Internet é possível através da com- FERRAMENTAS, APLICATIVOS E
binação de protocolos, linguagens e serviços, operan- PROCEDIMENTOS DE INTERNET E INTRANET
do nas camadas do modelo OSI (7 camadas) ou TCP (5
camadas ou 4 camadas). Nos concursos públicos e no dia a dia, estes são os
A Internet conecta diversos países e grandes cen- itens mais utilizados pelas pessoas para acessar o con-
tros urbanos através de estruturas físicas chamadas teúdo disponível na Internet.
de backbones. São conexões de alta velocidade que As informações armazenadas em servidores, sejam
permitem a troca de dados entre as redes conectadas. páginas web ou softwares como um serviço (SaaS – cama-
O usuário não consegue se conectar diretamente no da mais alta da Computação na Nuvem), são acessadas
backbone. Ele deve acessar um provedor de acesso ou por programas instalados em nossos dispositivos. São
uma operadora de telefonia através de um modem e a eles:
empresa se conecta na “espinha dorsal”.
Após a conexão na rede mundial, o usuário deve Navegadores de Internet ou browsers, para conteú-
utilizar programas específicos para realizar a navega- do em servidores web;
ção e o acesso ao conteúdo oferecido pelos servidores. Softwares de correio eletrônico, para mensagens
em servidores de e-mail;
CONCEITO USO COMENTÁRIOS Redes Sociais, para conteúdos compartilhados por
empresas e usuários;
Conhecida como nuvem e tam- Sites de Busca, como o Google Buscas e Microsoft
bém como World Wide Web, ou Bing, para encontrar informações na rede mundial;
WWW, a Internet é um ambiente
Conexão entre inseguro, que utiliza o protocolo Grupos de Discussão, tanto no contexto de
Internet
computadores TCP para conexão em conjun- to a WhatsApp e Telegram, como no formato clássico do
outros para aplicações específicas Facebook e Yahoo Grupos.
281
NAVEGADOR DESENVOLVEDOR CARACTERÍSTICAS
ENDEREÇO
CARACTERÍSTICAS
URL
Chrome FICTÍCIO
Um dos mais populares
navegadores do merca- Usando o protocolo https, acessare- mos
Google
do, multiplataforma e de o servidor abc, que é comercial (.com) e
fácil utilização
https://mail.
pode estar registrado nos Estados Unidos.
abc.com/caixa
Acessaremos o dire- tório caixas,
s/inbox/
Safari Desenvolvido original- subdiretório inbox. Aces- saremos o
mente para aparelhos da serviço mail no servidor
Apple Apple, atualmente está
disponível para outros Usando o protocolo de transferência de
sistemas operacionais arquivos ftp, acessaremos o servi- dor ftp
ftp://ftp.abc.g
da instituição governamental (gov)
ov.br/edital.pdf
Opera brasileira (br) chamada abc, que
Navegador leve com disponibiliza o recurso edital.pdf
proteções extras contra
Opera
rastreamento e minera-
ção de moedas virtuais
Outra forma de analisar um endereço URL é na
sua sintaxe expandida. Quando navegamos em sites
na Internet, nos deparamos com aquelas combinações
Na Internet, as informações (dados) são arma- de símbolos que não parecem legíveis. No entanto,
zenadas em arquivos nos servidores de Internet. Os como tudo na Internet está padronizado, vamos ver as
servidores são computadores, que utilizam pastas partes de um endereço URL “completão”.
ou diretórios para o armazenamento de arquivos. Confira:
Ao acessarmos uma informação na Internet, estamos
acessando um arquivo. Aqui, cabe-nos alguns ques- esquema://domínio:porta/caminho/recurso?
tionamentos: como é a identificação desse arquivo? querystring#fragmento
Como acessamos essas informações? Isso ocorre atra-
vés de um endereço URL. O endereço URL (Uniform Onde “esquema” é o protocolo que será usado na
Resource Locator) que define o endereço de um recur- transferência.
so na rede. Na sua tradução literal, é Localizador Uni- “Domínio” é o nome da máquina, o nome do site.
forme de Recursos, e possui a seguinte sintaxe: “:” e “porta” indica qual, entre as 65536 portas TCP
será usada na transferência.
protocolo://máquina/caminho/recurso “Caminho” indica as pastas no servidor, que é um
computador com muitos arquivos em pastas.
“Protocolo” é a especificação do padrão de comuni- “Recurso” é o nome do arquivo que está sendo
cação que será usado na transferência de dados. Pode- acessado.
rá ser http (Hyper Text Transfer Protocol – protocolo “?” é para transferir um parâmetro de pesquisa,
de transferência de hipertexto), ou https (Hyper Text usado especialmente em sites seguros.
Transfer Protocol Secure – protocolo seguro de trans- “#” é para especificar qual é a localização da infor-
ferência de hipertexto), ou ftp (File Transfer Protocol – mação dentro do recurso acessado (marcas)
protocolo de transferência de arquivos), entre outros. Exemplo: https://outlook.live.com:5012/owa/hotm
“://” faz parte do endereço URL, para identificar ail?path=/mail/inbox#open
que é um endereço na rede, e não um endereço local esquema: https://
como “/” no Linux ou ‘:\’ no Wiwdows. domínio: outlook.live.com
“Máquina” é o nome do servidor que armazena a porta: 5012
informação que desejamos acessar. caminho: /owa/
“Caminho” são as pastas e diretórios onde o arqui- recurso: hotmail
vo está armazenado. querystring: path=/mail/inbox
“Recurso” é o nome do arquivo que desejamos fragmento: open
acessar.
Quando o usuário digita um endereço URL no seu
Vamos conferir os endereços URL a seguir e suas navegador, um servidor DNS (Domain Name Server –
características. servidor de nomes de domínios) será contactado para
traduzir o endereço URL em número de IP. A infor-
ENDEREÇO mação será localizada e transferida para o navegador
CARACTERÍSTICAS que solicitou o recurso.
URL
FICTÍCIO
Usando o protocolo http, acessare- mos o
servidor abc, que é comercial (.com), no
Brasil (.br). Acessaremos a divisão Servidor DNS
multimídia (www) com arqui- vos
http://www.
textuais, vídeos, áudios e imagens. O
abc.com.br/
recurso acessado é o index.html, Internet
entendido automaticamente pelo na- Endereço URL
Usuário
vegador, por não ter nenhuma especi-
ficação de recurso no fim Figura 2. Os endereços URL’s são reconhecíveis pelos usuários, mas os
dados são armazenados em servidores web com números de IP. O
servidor DNS traduz um URL em número de IP, permitindo a
282 navegação na Internet.
Conceitos e Funções Válidas para Todos os Navegadores dicionários on-line disponibilizados pelos desen-
volvedores dos navegadores.
Modo normal de navegação: as informações serão
registradas e mantidas pelo navegador. Histórico Atalhos de Teclado
de Navegação, Cookies, Arquivos Temporários,
Formulários, Favoritos e Dowwloads; Para acessar a barra de endereços do navegador:
F4 ou Ctrl+E. No Google Chrome: é F6.
Para abrir uma nova janela: Ctrl+N.
Para abrir uma nova janela anônima: Ctrl+Shift+N.
No Mozilla Firefox é Ctrl+Shift+P.
Para fechar uma janela: Alt+F4.
Modo de navegação anônima: as informações de Para abrir uma nova guia: Ctrl+T.
navegação serão apagadas quando a janela for Para fechar uma guia: Ctrl+F4 ou Ctrl+W.
fechada. Apenas os Favoritos e Dowwloads serão Para reabrir uma guia fechada: Ctrl+ Shift+T.
mantidos; Para aumentar o zoom: Ctrl + = (igual)
Para reduzir o zoom: Ctrl + - (menos)
Definir zoom em 100%: Ctrl+0 (zero)
Para acessar a página inicial do navegador: Alt+ Home
Para visualizar os dowwloads em andamento ou
concluídos: Ctrl+J.
Dados de formulários: informações preenchidas Localizar um texto no conteúdo textual da página:
em campos de formulários nos sites de Internet; Ctrl+F.
Favoritos: endereços URL salvos pelo usuário Atualizar a página: F5
para acesso posterior. Os sites preferidos do usuá- Recarregar a página: Ctrl+F5
rio poderão ser exportados do navegador atual e
importados em outro navegador de Internet; Nos navegadores de Internet, os links poderão ser
Dowwloads: arquivos transferidos de um servidor abertos de 4 (quatro) formas diferentes.
remoto para o computador local. Os gerenciadores
de dowwloads permitem pausar uma transferência Clique: abre o link na guia atual
ou buscar outras fontes caso o arquivo não esteja Clique + CTRL: abre o link em uma nova guia
mais disponível; Clique + SHIFT: abre o link em uma nova janela
Uploads: arquivos enviados do computador local Clique + ALT: faz download do arquivo indicado pelo
para um servidor remoto; link.
Histórico de navegação: são os endereços URL acessa-
dos pelo navegador em modo normal de navegação; NAVEGADOR WEB (MICROSOFT EDGE VERSÃO
Cache ou arquivos temporários: cópia local dos 91 E MOZILLA FIREFOX VERSÃO 78 ESR)
arquivos acessados durante a navegação;
Pop-up: janela exibida durante a navegação para Microsoft Edge
funcionalidades adicionais ou propaganda;
Atualizar página – acessar as informações armaze- Navegador multiplataforma da Microsoft, padrão no
nadas na cópia local (cache); Windows 10, atualmente é desenvolvido sobre o kernel
Recarregar página: acessar novamente as infor- (núcleo) Google Chromium, o que traz uma série de itens
mações no servidor, ignorando as informações semelhantes ao Google Chrome. Integrado com o filtro
armazenadas nos arquivos temporários; Microsoft Defender SmartScreen, permite o bloqueio de
Formato PDF: os arquivos disponíveis na Internet sites que contenham phishing (códigos maliciosos que
no formato PDF podem ser visualizados direta- procuram enganar o usuário, como páginas que pedem
mente no navegador de Internet, sem a necessida- login/senha do cartão de crédito).
de de programas adicionais; Outro recurso de proteção é usado para combater vul-
nerabilidades do tipo XSS (cross-site-scripting), que favo-
recem o ataque de códigos maliciosos ao compartilhar
Recursos de Sites, Combinados com os Navegadores de
dados entre sites sem permissão do usuário. Ele substituiu
Internet
o aplicativo Leitor, tornando-se o visualizador padrão de
arquivos PDFs no Windows 10. Foram adicionados recur-
Cookies: arquivos de texto transferidos do ser-
sos que permitem “Desenhar” sobre o conteúdo do PDF.
vidor para o navegador com informações sobre
Além disso, mantém as características dos outros
as preferências do usuário. Eles não são vírus de navegadores de Internet, como a possibilidade de instala-
computador, pois códigos maliciosos não podem ção de extensões ou complementos, também chamados
CONHECIMENTOS DE
infectar arquivos de texto sem formatação; de plugins ou add-ons, que permitem adicionar recursos
Feeds RSS: quando o site oferece o recurso RSS, específicos para a navegação em determinados sites.
o navegador receberá atualizações para a página As páginas acessadas poderão ser salvas para aces-
INFORMÁTICA
assinada pelo usuário. O RSS é muito usado entre sar off-liwe, marcadas como preferidas em Favoritos,
sites para troca de conteúdo; consultadas no Histórico de Navegação ou salvas
Certificado digital: os navegadores podem utilizar como PDF no dispositivo do usuário.
chaves de criptografia com mais de 1024 bits, ou seja, Coleções, no Microsoft Edge é um recurso exclusi-
aceitam certificados digitais para validação de cone- vo que permite que a navegação inicie em um disposi-
xões e transferências com criptografia e segurança; tivo e continue em outro dispositivo logado na mesma
Corretor ortográfico: permite a correção dos tex- conta Microsoft. Semelhante ao Google Contas, mas
tos digitados em campos de formulários a partir de nomeado como Coleções, no Edge, permite adicionar
sugestões do Pinterest.
283
Outro recurso específico do navegador é a repro- Além de todas essas características, os sites de pes-
dução de miniaturas de vídeos ao pesquisar no site quisa permitem o uso de caracteres especiais (sím-
Microsoft Bing (buscador da Microsoft). bolos) para refinar os resultados e comandos para
selecionar o tipo de resultado da pesquisa. Nos con-
Mozilla Firefox cursos públicos, esses são os itens mais questionados.
Ao contrário de muitos outros tópicos dos editais
O Mozilla Firefox é o navegador de Internet que, de concursos públicos, essa parte você consegue prati-
como os demais browsers, possibilita o acesso ao car até no seu smartphone. Comece a usar os símbolos
conteúdo armazenado em servidores remotos, tanto e comandos nas suas pesquisas na Internet e visualize
na Internet como na Intranet. É um navegador com os resultados obtidos.
código aberto, software livre, que permite dowwload
para estudo e modificações. Possui suporte ao uso de SÍMBOLO USO EXEMPLO
applets (complementos de terceiros), que são instala- Pesquisa exata, na
dos por outros programas no computador do usuário, Aspas mesma ordem que
como o Java. “Nova Concursos”
duplas forem digitados os
Oferece o recurso Firefox Sync, para sincronização termos
de dados de navegação, semelhante ao Microsoft Con-
Menos ou Excluir termo da concursos –
tas e Google Contas dos outros navegadores. Entretan- pesquisa militares
traço
to, caso utilize o modo de navegação privativa, esses
dados não serão sincronizados. concursos
Til (acento) Pesquisar sinônimos
Assim como nos outros navegadores, é possível ~públicos
definir uma página inicial padrão, uma página inicial Substituir termos na
escolhida pelo usuário (ou várias páginas) e continuar pesquisa, para pesqui- sar
a navegação das guias abertas na última sessão. “inscrições encer-
Asterisco radas”, e “inscrições inscrições *
No navegador Firefox, o recurso Captura de Tela
permite copiar, para a Área de Transferência do com- abertas”, e “inscrições
suspensas” etc
putador, parte da imagem da janela que está sendo
acessada. A seguir, em outro aplicativo o usuário Cifrão Pesquisar por preço celulares $1000
poderá colar a imagem capturada ou salvar direta-
Intervalo de datas ou campeão
mente pelo navegador. Dois pontos
preço 1980..1990
Snippets fazem parte do navegador Firefox. Eles ofe-
recem pequenas dicas para que você possa aproveitar Pesquisar em redes Instagram
Arroba
ao máximo o Firefox. Também pode aparecer novidades sociais @novaconcursos
sobre produtos Firefox, missão e ativismo da Mozilla, Pesquisar nas marca- ções
Hashtags #informática
notícias sobre integridade da internet e muito mais. de postagens
O e-mail (Electronic Mail, correio eletrônico) é uma Podemos usar um programa instalado em nosso
forma de comunicação assíncrona, ou seja, mesmo dispositivo (cliente de e-mail) ou qualquer navegador
que o usuário não esteja on-line, a mensagem será de Internet para acessarmos as mensagens recebi-
armazenada em sua caixa de entrada, permanecendo das. A escolha por uma ou por outra opção vai além
CONHECIMENTOS DE
disponível até ela ser acessada novamente. da preferência do usuário. Cada forma de acesso tem
O correio eletrônico (popularmente conhecido suas características e protocolos. Confira:
como e-mail) tem mais de 40 anos de existência. Foi
INFORMÁTICA
285
Uso do Correio Eletrônico
FORMA DE
CARACTERÍSTICAS
ACESSO
Para utilizar o serviço de correio eletrônico, o
Protocolo IMAP4 para enviar e para usuário deve ter uma conta cadastrada em um serviço
receber mensagens. As mensagens são de e-mail. O formato do endereço foi definido inicial-
Webmail copiadas do servidor para a janela do mente pela RFC822, redefinida pela RFC2822, e atuali-
navegador e são mantidas na caixa de
mensagens remota
zada na RFC5322.
Dica
RFC é Request for Comments, um documento de
texto colaborativo que descreve os padrões de cada
Servidor de e-mails
Servidor de e-mails protocolo, linguagem e serviço para ser usado nas
redes de computadores.
Enviar – SMTP
Enviar e Receber Quando o símbolo @ é usado no início, antes do
Receber – POP3 IMAP4 nome do usuário, identifica uma conta em rede social.
Para o endereço URL do Instagram https://www.ins-
tagram.com/novaconcursos/, o nome do usuário é @
Remetente Cliente Destinatário novaconcursos.
Webmail
Ao redigir um novo e-mail, o usuário poderá preen-
Figura 5. O remetente está usando o programa Microsoft Outlook (cliente) cher os campos disponíveis para destinatário(s), título
para enviar um e-mail. Ele usa o seu e-mail corporativo (Exchange). O e-
mail do destinatário é hospedado no servidor Gmail e ele utiliza um da mensagem, entre outros. Para enviar a mensagem,
navegador de Internet (webmail) para ler e responder os e-mails recebidos. é preciso que exista um destinatário informado em
286 um dos campos de destinatários.
Se um destinatário informado não existir no servi- WhatsApp, mas estamos sem conexão com a Internet.
dor de e-mails do destino, a mensagem será devolvida. A mensagem permanece com um ícone de relógio
Se a caixa de entrada do destinatário não puder rece- enquanto não for enviada.
ber mais mensagens, a mensagem será devolvida. Se Lixo Eletrônico ou SPAM é um local para onde
o servidor de e-mails do destinatário estiver ocupado, são direcionadas as mensagens sinalizadas como
a mensagem tentará ser entregue depois. lixo. Spam é o termo usado para referir-se aos e-mails
Conheça os elementos e seu papel na criação de não solicitados, que geralmente são enviados para
uma nova mensagem de e-mail: um grande número de pessoas. Quando o conteúdo
é exclusivamente comercial, esse tipo de mensagem
CAMPOS DE UMA MENSAGEM DE E-MAIL é chamado de UCE (do inglês Unsolicited Commercial
E-mail – e-mail comercial não solicitado). Essas mensa-
CAMPO CARACTERÍSTICAS
gens são marcadas pelo filtro AntiSpam, que procura
Identifica o usuário que está enviando a identificar mensagens enviadas para muitos destina-
mensagem eletrônica, o remetente. É tários ou com conteúdo publicitário irrelevante para
FROM (De) preenchido automaticamente pelo o usuário.
sistema
Identifica o (primeiro) destinatário da Outras Operações com o Correio Eletrônico
mensagem. Poderão ser especifica- dos
vários endereços de destinatários nesse O usuário poderá sinalizar as mensagens, tanto as
campo e serão separados por vírgula ou recebidas como as enviadas. Ele poderá solicitar confir-
TO (Para) ponto e vírgula (segundo o serviço). Todos mação de entrega e confirmação de leitura. Vale dizer
que receberem a men- sagem conhecerão que as mensagens recebidas podem ser impressas, igno-
os outros destina- tários informados nesse radas ou, ainda, podem ter seu código-fonte exibido.
campo Confira, a seguir, operações extras para o uso do
Identifica os destinatários da men- correio eletrônico com mais habilidade e profissiona-
sagem que receberão uma cópia do e- lismo, facilitando a organização do usuário.
CC mail. CC é o acrônimo de Carbon
(com cópia ou Copy (cópia carbono) Ação e Características
cópia carbono) Todos que receberem a mensagem
conhecerão os outros destinatários Alta prioridade: Quando marca a mensagem
informados nesse campo como Alta Prioridade, o destinatário verá um pon-
to de exclamação vermelho no destaque do título;
Identifica os destinatários da men-
sagem que receberão uma cópia do e- Baixa prioridade: Quando o remetente marca a
BCC
mail. BCC é o acrônimo de Blind mensagem como Baixa Prioridade, o destinatário
(CCO – com
cópia oculta ou Carbon Copy (cópia carbono oculta). verá uma seta azul apontando para Baixo no des-
cópia carbono Todos que receberem a mensagem não taque do título;
oculta) conhecerão os destinatários informados Imprimir mensagem: O programa de e-mail ou
nesse campo navegador de Internet prepara a mensagem para
ser impressa, sem as pastas e opções da visualiza-
SUBJECT Identifica o conteúdo ou título da ção do e-mail;
(assunto) mensagem. É um campo opcional Ver código fonte da mensagem: As mensagens
Anexar Arquivo: Identifica o(s) arqui- possuem um cabeçalho com informações técnicas
vo(s) que está(ão) sendo enviado(s) junto sobre o e-mail as quais podem ser visualizadas
com a mensagem. Existem res- trições pelo usuário;
ATTACH quanto ao tamanho do anexo e tipo
(anexo) Ignorar: Disponível no cliente de e-mail e em
(executáveis são bloqueados pelos alguns webmails, ao ignorar uma mensagem, as
webmails). Não são enviadas pastas próximas mensagens recebidas do mesmo reme-
tente serão excluídas imediatamente ao serem
O conteúdo da mensagem de e-mail armazenadas na Caixa de Entrada;
Mensagem poderá ter uma assinatura associa- da Lixo Eletrônico: Sinalizador que move a mensa-
inserida no final gem para a pasta Lixo Eletrônico e instrui o correio
eletrônico para fazer o mesmo com as próximas
mensagens recebidas daquele remetente;
As mensagens enviadas, recebidas, apagadas ou
Tentativa de Phishing: Sinalizador que move a
salvas estarão em pastas do servidor de correio ele- mensagem para a pasta Itens Excluídos e instrui o
CONHECIMENTOS DE
Remetente
Webmail Os participantes podem enviar uma mensagem,
Cliente que será enviada para todos os participantes;
Permite reunir pessoas com os mesmos interesses;
Figura 6. Quando uma mensagem é enviada com Confirmação de Entrega, Organizar reuniões, eventos e conferências;
o remetente recebe a confirmação do servidor de e-mails do destinatário, Ter uma caixa de mensagens colaborativa, com
informando que ela foi armazenada corretamente na Caixa de Entrada do e- possibilidade de acesso aos conteúdos que foram
mail do destinatário. enviados antes do seu ingresso no grupo.
Remetente
Cliente
Destinatário O usuário envia um e-mail para um endereço defi-
Webmail
nido e faz a assinatura. Outras formas de associação
incluem o pedido diretamente na página do grupo ou
Figura 7. Quando uma mensagem é enviada com Confirmação de Leitura,
o destinatário poderá confirmar (ou não) que fez a leitura do conteúdo do e-
o link recebido em um convite por e-mail.
mail. Depois de associado ao grupo, ele receberá em seu
e-mail as mensagens que os outros usuários enviarem.
Grupos de Discussão Poderá optar por um resumo das mensagens, ou resumo
semanal, ou apenas visualizar na página do grupo. Lem-
Existem serviços na Internet que possibilitam a brando que, nos anos 90/2000, os e-mails tinham tama-
troca de mensagens entre os assinantes de uma lista nho limitado para a caixa de entrada de cada usuário.
de discussão. O Grupos do Google é o último serviço O envio para um endereço único permite a distribui-
em atividade, segundo o formato original. ção para os assinantes da lista de discussão. Uma cópia
Yahoo Grupos foi encerrado em 15 de dezembro da mensagem e anexos, se houverem, será disponibiliza-
de 2019 e seus membros não poderão mais enviar ou da no mural da página do grupo, para consultas futuras.
receber e-mails.
Grupo de Discussão, ou Lista de Discussão, ou Mensagem
enviada para
Fórum de Discussão são denominações equivalentes todos os
Grupos de
para um serviço que centraliza as mensagens recebi- discussão
participantes
das que foram enviadas pelos membros redistribuin- Mensagem enviada
inscritos no grupo
de discussão
do-as para os demais participantes. para o endereço de e-
mail do grupo
Os grupos de discussão do Facebook surgiram den-
Usuários da Internet
tro da rede social e ganharam adeptos, especialmente
Quem não é inscrito no
pela facilidade de acesso, associação e participação. grupo não recebe a
Usuário participante mensagem
ITEM CARACTERÍSTICAS Figura 8. Os usuários participantes dos grupos de discussão trocam mensagens
O grupo poderá ser público e visível, ou através de um hub que centraliza e distribui para os demais participantes.
restrito e visível (qualquer um pode pedir
para participar), ou secreto e invisível A qualquer momento o usuário poderá desistir e
Privacidade
(somente convidados podem ingressar) sair do grupo, tanto pela página como por um endere-
ço de e-mail próprio (unsubscribe).
A principal diferença entre um grupo de discussão
Proprietário Criador do grupo e uma lista de distribuição de e-mails está relacionada
com a exibição do endereço dos participantes. Em um
grupo de discussão, cada membro tem acesso a um
288
endereço que enviará cópia para todos os participantes do grupo. Nas mensagens respondidas, aparece o endere-
ço original do remetente.
Apesar de o tópico aparecer em diversos editais de concursos, faz vários anos que não são aplicadas questões
sobre o tema, em todos os concursos, independentemente da banca organizadora.
Vale ressaltar que, os Grupos de Discussão (com as características e funcionalidades originais) desapareceram ao
longo do tempo, sendo substituídos pelos grupos nas redes sociais (com novos recursos e integração com os perfis
delas). Esse é um tópico que deverá ser questionado cada vez menos, assim como Redes Sociais.
REDES SOCIAIS
As redes sociais permitem o compartilhamento de informações entre os usuários cadastrados. As redes sociais
são usadas amplamente pelos governos em suas diferentes esferas. Redes sociais pouco divulgadas também são
usadas para a divulgação de informações.
As redes sociais são divididas em: centralizadas, descentralizadas e distribuídas. A forma de organização des-
tas conexões acaba por determinar o tipo de serviço oferecido.
Cada rede social possui um conjunto de recursos e é destinada para um público (nicho) específico.
Como dito, elas poderão ser centralizadas (Twitter), descentralizadas (Facebook) ou distribuídas (LinkedIn).
Acompanhe a tabela a seguir:
Centralizada Nela, um nó centraliza grande parte das conexões. Possui formato de estrela. Exemplo: Twitter
Tem vários centros. Não se mantém conectada por um só nó, e sim por um pequeno grupo de nós, que se conecta
Descentralizada a diversos outros grupos. Conexões pessoais expandidas para o grupo. Exemplo: Facebook
Todos os nós têm aproximadamente a mesma quantia de conexões. Somente esse terceiro tipo poderia ser
Distribuída
considerado uma rede efetiva. Exemplo: LinkedIn
COMPARTILHAR COM
GOSTAR DO CONTEÚDO COMENTÁRIOS
OUTROS USUÁRIOS
O LinkedIn é uma rede social para pessoas e empresas, com foco no compartilhamento de informações pro-
fissionais e vagas de emprego. Permite a publicação de conteúdos como nas outras redes sociais, exceto conteúdo
de entretenimento como Reels (Instagram) e TikTok.
O Facebook é a maior rede social da atualidade, em quantidade de usuários. O participante poderá publicar,
compartilhar, curtir e comentar postagens de outros participantes e empresas.
O Facebook oferece recursos para a criação de páginas, grupos de discussão, unidades de aprendizado social,
CONHECIMENTOS DE
O Instagram é uma rede social para publicação de imagens e vídeos. Permite a publicação de fotos, vídeos,
transmissões ao vivo e pequenos vídeos animados (Reels) como no app TikTok.
A rede social Instagram permite que os usuários utilizem tags em palavras-chaves para conseguir o maior
número de visualizações, seguidores e likes.
O WhatsApp e Telegram são comunicadores instantâneos. Através dos aparelhos smartphones ou da versão
Desktop, o usuário poderá trocar mensagens de texto, imagens, vídeos e realizar chamadas de áudio e vídeo com
outros usuários.
Além disso, esses aplicativos permitem a criação de grupos e listas de transmissão. Cada grupo terá o seu
administrador ou administradores, com permissões para envio de mensagens/postagem, ou não, permissão para
editar as configurações do grupo. 289
Em todas as redes sociais e comunicadores, o problema de compartilhamento de fake wews compromete a
participação dos membros. Alguns acabam abandonando a plataforma, de acordo com a quantidade de falsas
mensagens compartilhadas no perfil, página ou grupo.
Em todas as redes é possível bloquear outros usuários, para não visualizar postagens, mensagens e notifica-
ções que eles enviarem.
Voltada principalmente para contatos profissionais, o LinkedIn tem a participação de trabalhadores atuantes no
mercado de trabalho, outros em busca de colocação, outros de recolocação profissional, e, obviamente, das empresas.
Através dos contatos realizados através da rede social, os participantes podem encontrar vagas de empregos,
falar com o RH das empresas, avaliar o mercado de trabalho, entre outras opções.
Assim como no Facebook, é possível criar grupos e páginas de conteúdo.
Atente-se ao glossário de termos disposto abaixo:
A rede social Facebook tem o maior porta-fólio de recursos para os seus usuários.
Assim como nas demais redes sociais, é possível selecionar o público que vê, ou não, -sua postagem.
290
Com o passar dos anos, vários recursos foram implementados. Vamos conhecer alguns deles:
Páginas: um dos primeiros recursos da rede social. Permite a criação de uma página de conteúdo, para que os
usuários possam seguir, curtir e compartilhar o seu conteúdo publicado. Lembra um pouco a ideia dos blogs,
onde as postagens diárias são destacadas na linha de tempo das pessoas que curtiram ou estão seguindo a
página. As páginas não permitem o armazenamento e compartilhamento de arquivos, mas permite a criação
de promoções, integração com loja virtual etc.;
Grupos: criados nos mesmos moldes do Google Grupos e do Yahoo Grupos, permitem o compartilhamento
de arquivos, associação de membros, administração do conteúdo e dos participantes. Os grupos podem ser
públicos, privados (necessitam de aprovação do administrador do grupo) ou secretos (somente as pessoas com
o link poderão chegar até a página inicial do grupo e solicitar a participação).
Foto/vídeo;
Enquete;
Vender um item;
Adicionar arquivo;
Criar álbum de fotos;
Criar documento;
Criar evento;
Vídeo ao vivo;
CONHECIMENTOS DE
Páginas: páginas que são públicas, mas não permitem o compartilhamento de arquivos. Voltadas para a divul-
gação de negócios e vendas de produtos, por exemplo. Recursos disponíveis em uma página:
INFORMÁTICA
A rede social Twitter permitia, originalmente, o compartilhamento de mensagens curtas de textos com até 140
caracteres. Com as últimas implementações da empresa, passou-se a oferecer mais espaço para cada tweet.
Os nomes de usuários precisam ter até 15 caracteres. Caso exista um nome de usuário para a conta que estiver
criando, o Twitter apresentará sugestões semelhantes.
Alguns recursos permanecem originais, como os Trending Topics, ou assuntos mais comentados. Através de
hashtags (símbolo #) os usuários podem criar postagens que estejam associadas a um conteúdo ou tema, permi-
tindo o agrupamento de todas as mensagens com a mesma hashtag.
Cada mensagem é chamada de tweet, e pode conter textos, links externos, imagens embutidas e vídeos. O Twit-
ter oferecia o aplicativo Periscope, que permite a transmissão ao vivo a partir de dispositivos móveis.
Com o crescimento das outras redes sociais, o Twitter passou a atuar em nichos do entretenimento (artistas,
eventos, promoções)e, atualmente, está investindo no Twitter para Empresas.
nova mensagem;
Na versão WhatsApp Web é possível ativar notifi- mensagem enviada;
cações na área de trabalho, para exibir balões com o mensagem entregue e não lida;
título da mensagem e remetente, quando algum con- mensagem lida (se o destinatário desativou a
teúdo é recebido. A notificação aparecerá na Área de confirmação de leitura, a mensagem não muda-
Notificações do computador, próximo da data e hora rá para este status para o remetente);
na Barra de Status. mensagem aguardando conexão com Internet
O WhatsApp tem duas opções de instalação no ou sendo enviada;
smartphone: comum e Business. mensagem não enviada (poderá tentar enviar
A versão Business oferece alguns recursos especí- novamente).
ficos para uma pequena empresa, como catálogo de
produtos, mensagens de respostas automatizadas, Atente-se ao glossário de termos:
mensagens predefinidas etc.
O programa Telegram, comunicador instantâneo Usuários: cadastrados a partir de um número
semelhante ao WhatsApp, oferece alguns recursos de telefone;
adicionais, como acesso aos arquivos e mensagens Grupo: usuários cadastrados em um grupo (até
anteriores de um grupo, além da opção para ocultar 257 participantes);
o número do celular do usuário na descrição do perfil. Administrador: usuário que criou o grupo ou
Ao enviar uma mensagem, quando o usuário não promoveu para Administrador outros usuários
tem acesso à Internet, aparecerá um relógio ao lado participantes. Ele poderá gerenciar o grupo,
dela, até que seja estabelecida uma conexão para o divulgar link, remover usuários e promover
envio. outros para administrador;
Após alguns segundos de tentativas, a mensagem Criar uma sala: opção para transmissão de
poderá aparecer como “não enviada”, permitindo a conteúdo para alguns usuários adicionados na
tentativa de reenvio. sala de transmissão;
Arquivos enviados pelo WhatsApp possuem limi- Silenciar notificações: ao participar do grupo,
te de 100MB. Podemos enviar PDFs, DOCX, imagens e as mensagens recebidas poderão ser notifica-
vídeos. das no aparelho do usuário. Caso não deseje,
Mensagens e arquivos podem ser encaminhados basta Silenciar notificações (do grupo ou de
para até 5 contatos ou grupos. Se a mensagem ou usuários específicos);
arquivo já foi recebido a partir de um encaminha- Perfil: dados e configuração do usuário;
mento, então ela só poderá ser enviada para 1 novo Catálogo: produtos cadastrados no WhatsApp
contato. E aparecerá com o título “Encaminhada com Business que poderão ser divulgados em con-
frequência”. versas e grupos;
Nas mensagens o usuário poderá digitar textos, Mensagens arquivadas: o usuário poderá
formatar (com símbolos como * * para negrito e _ _ guardar mensagens de contatos e grupos, para
para itálico), usar emojis (figurinhas de sentimentos “limpar” a listagem do aplicativo. Elas não são
estilo emoticons), figurinhas (animadas ou estáticas, a apagadas, apenas retiradas da exibição;
partir de arquivos GIF) ou anexos. Favoritas: o usuário poderá favoritar men-
Nas conversas e grupos, é possível localizar ocor- sagens, para que apareçam com destaque na
rências de textos ao clicar no ícone de lupa. listagem;
Se a pesquisa for realizada na parte superior, bus- Fixar mensagens: o usuário poderá fixar men-
cará em contatos e mensagens. sagens no topo da listagem (até 3 conversas
Ao adicionar um conteúdo no grupo ou conversa fixadas);
com contatos, poderemos usar as seguintes opções: Marcar como não lida: mensagens que foram
lidas poderão ser sinalizadas como não lidas;
ou Sala de vídeo para os participantes do Etiquetas: rótulos do WhatsApp Business para
grupo; identificar e classificar as conversas com os
ou Catálogo de produtos: enviar link e usuários (ou clientes);
descrição de produtos no WhatsApp Status: imagem ou vídeo com exibição para os
Business; contatos que possuam o seu contato cadastra-
ou Contato: compartilhar dados de um con- do. O usuário deverá estar cadastrado em seus
tato com outros participantes; contatos e ele deverá ter você cadastrado nos
294 ou Documentos: enviar arquivos para o contatos dele, para visualizar o seu status. O
grupo. Formato PDF é exibido como vídeo ou imagem é removido após 24 horas;
miniatura;
Mensagens temporárias: após 7 dias, asmensagensenviadasparao gruposerãoapagadasautomaticamente;
Lista de transmissão: semelhante ao conceito do Status, uma lista de transmissão é uma forma de envio de
mensagens com textos, imagens, vídeos, para vários usuários ao mesmo tempo. Parece um grupo, mas não
há interação entre os participantes dentro da lista. Eles apenas recebem o conteúdo. Assim como o Status,
ambos (emissor e receptor) precisam estar cadastrados em ambos os aparelhos;
Pagamentos: novidade do WhatsApp, permite o envio e recebimento de valores através do comunicador.
Ele é associado a uma conta de alguns bancos (como Mercado Pago) e a um cartão de débito do próprio
banco. Ao receber dinheiro, é creditado na conta. Ao pagar, é debitado pelo cartão de débito do saldo da
conta no banco. O sistema está associado ao mecanismo Facebook Pay. A empresa Facebook Pagamentos do
Brasil foi aprovada como um “iniciador de pagamentos”;
Contato: o usuário poderá enviar como mensagem os dados de um contato de seu aparelho. Quem receber
poderá adicionar em seus contatos ou enviar mensagem para ele. Se o contato é compartilhado em um
grupo, o administrador poderá adicionar ele ao grupo através dos dados de contato que foram comparti-
lhados lá;
Envio de fotos e vídeos: poderão ser imagens armazenadas no aparelho ou obtidas no momento do envio
(através da câmera)
YOUTUBE
O site de vídeos Youtube é muito popular, porém não é o único. Existem outras opções, como o Vimeo, que é
muito usado para videoaulas de cursos online.
O Youtube permite a criação de um perfil, canais de vídeos, listas de reprodução e transmissões ao vivo. Asso -
ciado a uma conta Google, assim como no Google Drive, o usuário poderá navegar no site e acessar vídeos que
estejam com alguma restrição específica quando possível. Ainda, poderá criar um canal e publicar os seus vídeos,
tendo acesso a ferramentas de edição online, permitindo a personalização do conteúdo.
Na página inicial, aparecerão as propagandas de canais, os últimos vídeos dos canais que você está inscrito,
além de canais recomendados (sugeridos a partir dos canais nos quais você se inscreveu).
Os vídeos poderão ser programados pelo usuário para serem postados:
O usuário do Youtube poderá organizar, em seu canal, uma playlist. Como usuário comum, os vídeos que ele
der “gostei” são adicionados na playlist “Vídeos que eu gostei”. Ainda como usuário comum, poderá criar novas
playlists e, nos vídeos que Salvar, escolher o destino. Já como produtor do canal, os vídeos que direcionar para
CONHECIMENTOS DE
295
Vídeo sendo reproduzido: barra de progresso
Pré-carregado
Atual (0:59) Tempo total (16:50)
Pausa (atalho tecla k): pausa temporariamente a reprodução do vídeo. Quando pausado, o ícone muda para
Reproduzir;
Próximo vídeo (atalho Shift+N): interrompe a reprodução do vídeo atual e inicia o próximo vídeo que foi
definido na playlist do criador do conteúdo, ou um vídeo relacionado sugerido pelo Youtube;
Sem áudio (atalho tecla m): o vídeo continuará sendo reproduzido, porém sem áudio. Para “reproduzir o
som”, acione novamente o ícone. Quando a barra de controle possui espaço para exibição, é mostrada a escala
de volume (controle deslizante);
Atual/Total: exibe o tempo atual da reprodução e o total de tempo do vídeo;
Reprodução automática: quando ativado (para a direita), o próximo vídeo será reproduzido ao terminar
a exibição do atual. Se estiver desativado, ao término do vídeo, não será executado um novo vídeo e apenas
miniaturas de vídeos serão exibidas para o usuário escolher.
TELEGRAM
Tal como o WhatsApp, o Telegram é um aplicativo de mensagens instantâneas que pode ser encontrado nas
seguintes formas:
O programa Telegram, apesar de ser muito semelhante ao WhatsApp, em questões de funcionalidade, oferece
alguns recursos adicionais, como acesso aos arquivos e mensagens anteriores de um grupo, além da opção para
ocultar o número do celular do usuário na descrição do perfil.
Os sistemas de informação, definidos na Teoria Geral dos Sistemas (TGS), apresentam-se de forma prática
quando aplicados nos negócios.
A visão geral sobre os sistemas de suporte à decisão permite conhecer as diferentes categorias em que eles são
utilizados nas empresas. A inteligência de negócio é a tomada de decisões baseadas em informações consolidadas
produzidas por relatórios e tabelas de um sistema de suporte.
Inicialmente, vamos conhecer as três categorias de sistemas de informação em uma empresa:
Decision Support Systems (DSS), ou Sistemas de Apoio a Decisão: são baseados em relatórios analíticos, normal-
mente utilizados por usuários de nível operacional;
Management Information Systems (MIS), ou Sistemas de Informações Gerenciais: permitem análises mais pro-
fundas, com a realização de simulações de cenários. Por vezes, utilizam-se de ferramentas de Data Mining para
identificação de cruzamentos não triviais. São utilizados por analistas de negócio no nível tático;
Executive Information Systems (EIS), ou Sistemas de Informações Executivas: são voltados para profissionais
que atuam no nível estratégico das empresas, como diretores e presidência. Oferecem, para tanto, um conjun-
to de indicadores-chave de performance (KPI, ou Key Performance Indicators).
296
Esta classificação em nível macro, permite compreender que não existe um sistema completo, geral e inde-
pendente na empresa. Temos vários tipos de sistemas, altamente especializados, que colaboram entre si para a
produção de consolidados que poderão ser usados pelos executivos e gerentes na tomada de decisão.
Na TGS, os sistemas também podem ser classificados por outros critérios, em um contexto específico:
Sistemas abertos: são aqueles que sofrem interações com o ambiente em que estão inseridos;
Sistemas fechados: são aqueles que não sofrem influência externa e possuem entropia constante;
Sistemas adaptáveis: aqueles que se adaptam às mudanças por meio do melhoramento contínuo;
Sistemas não adaptáveis: aqueles que não preveem mudanças significativas diante das alterações e influên-
cias do ambiente;
Sistemas permanentes: não possuem prazo determinado de existência;
Sistemas temporários: possuem prazo determinado de existência.
Sistemas de Informação Transacional (SIT): são de nível operacional e cuidam do armazenamento dos
dados e sua captação, entre outras ações;
Sistemas de Informações Gerenciais (SIG): são de nível tático e produzem relatórios de acordo com os dados
existentes e o ambiente;
Sistemas de Apoio à Decisão (SAD): são de nível estratégico e produzem relatórios e gráficos ajustados de
acordo com um problema que deseja solucionar.
Segundo O’Brien, os sistemas de informação podem ser classificados em dois grandes grupos: Sistemas de
Apoio às Operações e Sistemas de Apoio Gerencial. O primeiro colabora nas operações e processos realizados pela
organização. O segundo, no apoio ao processo de decisão dos executivos.
CONHECIMENTOS DE
SISTEMA DESCRIÇÃO
INFORMÁTICA
TIPOS DE SISTEMAS DE
ÁREAS FUNCIONAIS GRUPOS ATENDIDOS
INFORMAÇÃO
Nível Operacional Gerentes operacionais
Nível de Conhecimento Recursos Humanos, Finanças, Trabalhadores do Conhecimento
Nível Gerencial Marketing, Produção Gerentes Médios
Nível Estratégico Gerentes Seniores
Mineração de dados (em inglês, data mining) é o processo de encontrar anomalias, padrões e correlações em
grandes conjuntos de dados com o intuito de prever resultados. Ao empregar uma ampla variedade de técnicas,
você pode usar essa informação para aumentar a renda, cortar custos, melhorar o relacionamento com os clien-
tes, reduzir riscos e muitas outras coisas.
A mineração de dados também é conhecida como descoberta de conhecimento em dados (KDD).
Quais as vantagens da mineração de dados?
Detectar fraudes;
Minimizar riscos;
Antecipar demanda de recursos;
Aumentar a taxa de resposta de campanhas de marketing;
Minimizar atritos com clientes.
Um data warehouse é um tipo de sistema de gerenciamento de dados projetado para ativar e entre gar suporte
às atividades de business intelligence (BI), especialmente a análise avançada. Os data warehouses destinam-se
exclusivamente a realizar consultas e análises avançadas e geralmente contêm grandes quantidades de dados
históricos. Os dados em um data warehouse geralmente são derivados de uma ampla variedade de fontes, como
arquivos de log de aplicativos e aplicativos de transações.
Um data warehouse típico geralmente inclui os seguintes elementos:
Embora desempenhem funções semelhantes, os data warehouses são diferentes dos data marts e dos armaze-
namentos de dados de operação (ODSs). Um data mart realiza as mesmas funções que um data warehouse, mas
dentro de um escopo muito mais limitado, geralmente um único departamento ou linha de negócios, o que torna
o estabelecimento dos data marts mais fácil que os dos data warehouses. No entanto, eles tendem a introduzir
inconsistência porque pode ser difícil gerenciar de modo uniforme e controlar os dados em vários data marts.
298
Existem muitas ferramentas para mineração de dados, cada uma com uma característica marcante de opera-
ção. A maioria são de aplicações com Código aberto ou Software Livre, mas existem as opções proprietárias.
299
CARACTERÍSTICAS DATA WAREHOUSE BANCO DE DADOS TRANSACIONAL
Otimizado para minimizar a E/S e maxi- Grandes volumes de pequenas operações de
Acesso aos Dados
mizar o throughput de dados leitura
Os data warehouses são constituídos, normalmente, de imensa quantidade de dados, por isso, é necessário
uma ferramenta para varrer automaticamente tais dados a fim de pesquisar tendências e padrões a partir de
regras predefinidas que dificilmente seriam encontrados em uma pesquisa comum.
Nas redes de computadores, os dados são arquivos disponibilizados pelos servidores. Poderão ser servidores
web, com páginas web para serem acessadas por um navegador (browser) web; ou, ainda, servidores de arquivos
FTP, para serem acessados por um cliente FTP.
O acesso a distância a computadores será realizado, por meio do paradigma cliente servidor, onde um será o
servidor, que fornecerá o acesso ou arquivos, e o outro dispositivo será o cliente que estiver acessando.
Protocolo seguro
Tal acesso deverá ser realizado de forma segura, com uso de VPN (Virtual Private Network), que implementa
protocolos seguros na conexão, evitando monitoramento dos dados por terceiros.
Conexão
segura
Matriz Internet Filial
Os conceitos envolvidos no acesso remoto são os que definem a Extranet. Extranet é uma conexão segura entre
ambientes seguros, usando uma infraestrutura pública e insegura. A troca de dados entre o cliente e o servidor será
300 realizada por protocolos de transferência. Todas as redes utilizam os mesmos protocolos, linguagens e serviços.
TRANSFERÊNCIA DE INFORMAÇÃO E Utiliza criptografia, acionando camadas adicio-
ARQUIVOS nais como SSL e TLS na conexão.
Cada sistema operacional tem o seu sistema de HTTP – Hyper Text Transfer Protocol Secure – Protocolo
arquivos para endereçamento das informações arma- Seguro de Transferência de Hipertextos – Porta TCP 443
zenadas nos discos de armazenamento. Diretamente,
não é possível a comunicação ou leitura desses dados. HTTPS – request (requisição)
A família de protocolos TCP/IP procura normatizar Cliente
o envio e recebimento das informações entre disposi-
tivos conectados em rede, através dos protocolos de Web
HTTPS – certificado digital
transferência. Um protocolo é um padrão de comuni-
Identidade confirmada
cação, uma linguagem comum aos dois dispositivos
envolvidos na comunicação, que possibilita a transfe- Servidor
HTTPS – response (resposta) Web
rência de dados.
Alguns dos principais protocolos de transferência
de arquivos são: O protocolo HTTPS é o mais questionado em pro-
vas de concursos, tanto em Conceitos de Internet e
HTTP – Hyper Text Trawtfer Protocol: protocolo Intranet, como em Transferência de dados e arquivos,
de transferência de hipertextos; como em Segurança da Informação.
HTTPS – Hyper Text Trawtfer Protocol Secure:
protocolo seguro de transferência de hipertextos; FTP – File Transfer Protocol – protocolo de transfe-
FTP – File Transfer Protocol: protocolo de trans- rência de arquivos:
ferência de arquivos;
SMTP – Simple Mail Transfer Protocol: protoco- Opera com duas portas TCP, uma para dados
lo simples de transferência de e-mail. (20) e outra para comandos (21);
Transfere qualquer tipo de informação;
Conhecer o funcionamento dos protocolos de Inter- Pode transferir em modo byte a byte (arquivos
net auxilia na compreensão das tarefas cotidianas que de textos) ou bit a bit (arquivos executáveis);
envolvem as redes de computadores. Mensagens de Os navegadores de Internet possuem suporte
erros, problemas de conexão, instabilidades e proble- para acesso aos servidores FTP;
mas de segurança da informação tornam-se mais claros O usuário pode instalar um cliente FTP dedicado
para quem conhece os protocolos e seu funcionamento. ao acesso aos servidores FTP, que opera de forma
mais rápida que nos navegadores de Internet;
HTTP – Hyper Text Transfer Protocol – protocolo de Pode utilizar criptografia;
transferência de hipertextos: O modo anônimo caiu em desuso e poucos ser-
vidores FTP ainda aceitam conexão anônima.
Opera pela porta TCP 80; FTP – File Transfer Protocol _ Protocolo de Transferência de arquivos Porta
Transfere arquivos HTML (Hyper Text Mar- TCP 20 (dados) e 21 (controle)
Web 2525;
A porta 25 é a mais antiga, e atualmente é blo-
HTTPS – Hyper Text Transfer Protocol Secure – pro- plementam a exibição de conteúdo q
específico;
INFORMÁTICA
301
Transfere a mensagem de e-mail do cliente para o servidor e de um servidor para outro servidor.
Cliente
E-mail Servidor Servidor
E-mail E-mail
Os softwares instalados no computador, podem ser classificados de formas diferentes, de acordo com o ponto
de vista e sua utilização.
Vamos conhecer algumas delas.
Softwares que realizam uma tarefa para a qual fora projetado Compactador de arquivos, Desfragmentador de Discos,
Utilitários
Gerenciadores de Arquivos
Software malicioso, que realiza ações que Vírus de computador, worms, cavalo de Troia, spywares,
Malware
comprometem a segurança da informação phishing, pharming, ransomware etc.
Os softwares que reproduzem conteúdo multimídia, como o Windows Media Player e o Groove Music (além
de opções de terceiros, como o VNC Player), reconhecem o arquivo como tendo conteúdo multimídia a partir da
extensão dele.
EXTENSÃO COMENTÁRIOS
.avi Audio Video Interleave. Formato de vídeo padrão do Windows
.3gp Formato de vídeo popular entre aparelhos smartphones
.flv Formato de vídeo da Macromedia, usado pelo Adobe Flash, de baixa qualidade
Neste formato, as trilhas de áudio, vídeo e legendas são encapsuladas em um único contêiner, suportando diversos formatos
.mkv
.mov QuickTime File Format é um formato de arquivo de computador usado nativamente pela estrutura do QuickTime
Arquivo áudio MP3 (MPEG-1 Layer 3). Formato de áudio que aceita compressão em vários níveis. Pode utilizar o Windows
.mp3
Media Player ou Groove Music para reprodução
Moving Picture Experts Group. Arquivo de vídeo comprimido, visível em quase qualquer reprodutor, como por exemplo, o
.mpg
Real One ou o Windows Media Player. É o formato para gravar filmes em formato VCD
.rmvb Real Media Variable Bitrate. Formato de vídeo com taxa variável de qualidade desenvolvido pela Real Networks
.wav Formato de áudio Wave, sem compactação com baixa amostragem
.wma Windows Media Audio, formato de áudio padrão do Windows
.wmv Windows Media Video, formato de vídeo padrão do Windows
As aplicações multimídia utilizam o fluxo de dados com áudio, vídeo e metadados. Os metadados são usados
para diferentes funções, como identificação da fonte, dados sobre duração da transmissão, verificação da quali-
dade etc.
Quando usados separadamente, o usuário pode baixar apenas o áudio de um vídeo, ou modificar os metada-
dos do MP3 para exibir as informações editadas sobre autor, disco, nome da música etc. Os fluxos de dados devem
ser analisados na forma de contêiner (pacote encapsulado), a fim de mensurar a qualidade e quantidade de dados
trafegados.
Stream é um fluxo de dados com pacotes de vídeo e áudio transferidos de um servidor remoto para o disposi-
tivo local. Popularizado pelo serviço Netflix de filmes e séries, o formato stream fragmenta o conteúdo em pacotes
de dados para serem enviados pelo canal com protocolos TCP. Esses pacotes de dados são os contêineres.
302
A transferência de dados e arquivos pelas redes de
SmartTv computadores compreende um dos temas que, comu-
Internet mente, são abordados em provas de concursos.
Cliente
aplicativo ou direto pelo navegador;
Google Hawgout: plataforma de comunicação
Dados únicos desenvolvida pela Google que possibilita o envio e
INFORMÁTICA
imagem dos dados da planilha Essa rede de computadores em uma empresa como a
descrita:
9. (CESGRANRIO — 2021) A computação distribuída permi- te
INFORMÁTICA
que as máquinas integrantes de uma rede, que utiliza esse a) pode ou não estar conectada à internet.
modelo computacional, executem o seu próprio pro- cessamento. b) possui conexões que são ou cabeadas ou por WiFi, mas
Esse cenário permite que as organizações se beneficiem da nunca os dois tipos simultaneamente.
integração de serviços, por meio da interconexão oferecida c) distribui sempre cópias de todos os arquivos digitais entre
pelas redes de computadores, oti- mizando recursos e todas as estações de trabalho.
maximizando o poder de seu parque computacional. Nesse d) substitui a rede de fornecimento de energia elétrica na
cenário, o modelo de redes ponto a ponto se caracteriza por: empresa.
e) funciona, apenas, se todas as estações de trabalho tiverem
o mesmo sistema operacional.
305
13. (CESGRANRIO — 2022) Nas configurações de cone- e) espaço ocupado pela mensagem X é muito grande, e seu
xão do navegador Mozilla Firefox, pode-se definir um envio não foi autorizado pela infraestrutura do emissor.
servidor proxy, recurso utilizado para a redução do trá- fego
em rede. 17. (CESGRANRIO — 2022) Códigos maliciosos (malwa-
re) são programas desenvolvidos para executar ações
O mecanismo de funcionamento de um servidor proxy: danosas e atividades maliciosas em uma grande diversidade
de equipamentos. Dentre os vários tipos de malware, há um
a) implementa o padrão IrDA, que estabelece conexão programa capaz de se propagar automaticamente pelas
direta via fibra ótica. redes, explorando vulnerabili- dades nos programas
b) utiliza uma área intermediária entre servidores de uma rede instalados e enviando cópias de si mesmo de equipamento
interna e usuários da internet. para equipamento.
c) especifica um equipamento que atua como uma cache
entre o navegador Firefox e o servidor web. Esse programa é o:
d) transmite dados por arquiteturas que privilegiam a
topologia de rede de campo ou metropolitana. a) backdoor
e) roteia o processamento para redes que utilizam tec- b) spyware
nologias sem fio, impondo um padrão de segurança c) rootkit
adicional. d) keylogger
e) worm
14. (CESGRANRIO — 2021) A possibilidade de configura-
ção de conexões, oferecida pelo navegador Firefox, revela- 18. (CESGRANRIO — 2023) Uma prática comum e reco-
se recurso interessante para organizações que necessitam, mendada para proteção de estações de trabalho é que
por exemplo, acessar um servidor de pro- xy que programas do tipo antivírus e antimalware sejam man- tidos
disponibiliza um serviço específico, não acessí- vel ao atualizados nessas estações e computadores em geral.
público externo.
Essas atualizações são necessárias principalmente para que
No menu Configurações, qual a opção na qual a janela de esses programas:
configuração de conexão é acessada?
a) possuam uma interface moderna com o usuário.
a) Geral b) ocupem o menor espaço possível em disco.
b) Início c) funcionem, porque versões desatualizadas não
c) Pesquisa funcionam.
d) Sync d) possam identificar vírus e problemas mais recentes.
e) Privacidade e Segurança e) sejam executados de forma mais rápida e eficiente.
15. (CESGRANRIO — 2023) Um usuário fechou, indevida- 19. (CESGRANRIO — 2021) A assinatura digital é um
mente, uma guia do navegador web Google Chrome controle de segurança que permite a verificação da
106.0.5249.119 (64 bits), em uma máquina com MS integridade e da autenticidade do documento digital. Sabe-
Windows 10. se que o certificado digital do signatário (Cert- Signatário)
foi emitido pela Autoridade Certificadora 1 (AC1); o
Um modo de abrir, novamente, a última guia fechada nesse certificado da AC1 (CertAC1) foi emitido pela Autoridade
navegador é pressionando a seguinte combina- ção de teclas: Certificadora Raiz (ACZ); e que o certifica- do da ACZ
(CertACZ) é autoassinado.
a) Alt+F
b) Alt+T Para validarmos a assinatura digital do signatário de um
c) Ctrl+N documento digital, nessa infraestrutura de chaves públicas
d) Ctrl+Shift+N em cadeia, é necessário ter-se:
e) Ctrl+Shift+T
a) apenas o CertSignatário
16. (CESGRANRIO — 2023) Uma situação que ocorre no dia b) apenas o CertAC1
a dia da utilização de correio eletrônico é uma pes- soa A c) apenas o CertACZ
(emissor), após enviar uma mensagem X para uma outra d) apenas o CertSignatário e o CertACZ
pessoa B (destinatário), receber uma res- posta automática e) todos os certificados da cadeia (CertSignatário, Cer- tAC1
que informa que a caixa de correio do destinatário está e CertACZ)
cheia.
GABARITO
1 B
2 D
3 B
4 E
5 C
6 D
7 D
8 C
9 C
10 A
11 B
12 A
13 C
14 A
15 E
16 A
17 E
18 D
19 E
20 E
ANOTAÇÕES
CONHECIMENTOS DE
INFORMÁTICA
307
ANOTAÇÕES
308
o gerente, e o destaque é fazer com que as pessoas
sejam bem lideradas, com o propósito de fazer fun-
cionar o departamento da organização;
Nível Operacional: nível de execução da organi-
ATENDIMENT zação no intuito de realizar tarefas do dia a dia. A
figura encontrada é a do executor; procure guar-
O BANCÁRIO dar a ideia da execução das tarefas nesse nível e
assim ficará mais fácil resolver as questões rela-
cionadas ao tema.
NÍVEIS ORGANIZACIONAIS
Operacional
Não Cuidado! Apesar de ser realizado pelo nível ins-
Execução
Administrativo
titucional, todos da organização estarão envolvidos.
Reflita sobre o seguinte: como ele é um planejamen-
to que se inicia lá no “topo”, ele vai descendo para
Agora, precisamos entender cada um deles: os demais níveis e, por isso, há um envolvimento de
todos. É interessante, pois é aqui que tudo acontece:
Nível Estratégico: é o nível institucional, pois en- as decisões gerais da organização, escolhas das estra-
globa toda a organização e, consequentemente, te- tégias, a definição da missão, visão e dos valores ins-
rá uma abordagem ampla no intuito de analisar
titucionais. Perceba como todos de uma certa forma
a organização como um todo. O nível estratégico
acabam se envolvendo.
também pode ser chamado de alto ou global e, nes-
se nível, estão os altos executivos, diretores da or-
ganização. O tipo de planejamento é o estratégico, Planejamento Tático: visa criar plano a médio
que veremos mais para frente; prazo e a sua abordagem é setorial ou departa-
mental. Como verificamos anteriormente, o nível
intermediário é que se preocupa com o plane-
Dica
jamento tático. Aqui, você sempre avaliará da
ATENDIMENTO
Algumas palavras-chave para ter em mente quando seguinte forma: o planejamento é feito por geren-
uma questão se referir ao nível estraté- gico: global, tes e coordenadores visando objetivos de médio
BANCÁRIO
geral, todo, amplo, ambientes, inter- no e externo, prazo, pois a abordagem é por unidade e setorial
diretores, executivos, alto escalão, cúpula. ou departamental.
Nível Tático: é o nível departamental ou setorial Agora que já temos uma noção dos tipos de pla-
que se preocupa com o planejamento a médio pra- nejamento, precisamos compreender as funções
zo e busca enfatizar a situações ocorridas na uni- administrativas. Se estamos tratando de noções de
dade gerencial. A figura visualizada nesse nível é estratégia empresarial, devemos compreender como
ocorre o processo organizacional. 309
Dica Controle
Processo Organizacional / Processo Adminis- trativo Pode-se dizer que o controle é cíclico e necessita de
(Administração): o mesmo que funções quatro etapas:
administrativas.
Definir um padrão de desempenho: para seguir e
FUNÇÕES ADMINISTRATIVAS alcançar um determinado objetivo, é preciso estar
no rumo, e é aí que entra o padrão de desempenho;
As funções da Administração são quatro: plane- Acompanhar o desempenho: essa etapa conta
jamento, organização, direção e controle. Vejamos a com o monitoramento, ou seja, acompanha se tudo
seguir detalhadamente cada uma delas: está sendo feito conforme foi definido;
Avaliação de desempenho: já esta é uma etapa
Planejamento voltada a um processo “posteriori”, pois leva em
consideração avaliar os resultados obtidos;
Visa definir os objetivos, metas e estratégias. Tem Ação corretiva: etapa necessária quando se verifica
que há certos desvios, gaps ou lacunas no processo.
como foco reduzir as incertezas, pois trata de previsão
Planejamento operacional: aqui, a abordagem
do futuro. Cuidado! Ele não elimina as incertezas, mas
é de execução, pois visa realizar as tarefas que
as reduz. O futuro é incerto e, portanto, nem sempre é
ocorrem na organização. Nesse caso, teremos a
possível ter todas as informações e dados. Lembre-se figura dos supervisores/executores estabelecendo
de que quando tratamos de planejamento, é preciso os objetivos e metas operacionais; vale lembrar
coletar dados e informações, pois são eles que dão sus- que elas são mais minuciosas e detalhadas porque
tentação para um bom planejamento. estão voltadas para uma tarefa específica.
Vamos aproveitar e verificar quais conceitos
temos a respeito de objetivo, meta e estratégia, para ANÁLISE DE MERCADO E AS FORÇAS
compreender melhor o planejamento: COMPETITIVAS
Objetivo: tudo aquilo que se pretende alcançar ou É chegado o momento de nos envolvermos de vez nos
onde se deseja chegar. Um bom exemplo de objeti- conceitos ligados às estratégias empresariais. Queremos
relembrar um assunto abordado anteriormente, tratando
vo é “ser aprovado no concurso público”. O objeti-
do planejamento estratégico, lembra-se? O planejamento
vo deve ser claro, concreto e necessita de prazo, não
estratégico é o mais abrangente e, consequentemente, tudo
importando se esse prazo será curto, médio ou longo; que for decidido será relevante para toda a organização.
Meta: também pode ser entendida como algo Estamos retornando a esse assunto para compreendermos
que se pretende alcançar, mas é mais minuciosa que é no planejamento estratégico que ocorre a análise de
e detalhada em comparação ao objetivo. Exem- mercado. Interessante perceber o seguinte: para escolha
plo de meta: ser aprovado em primeiro lugar no do melhor caminho, primeiro faz-se uma análise e então,
concurso. Reparou em uma mudança aí? O termo posteriormente, define-se o plano.
“primeiro lugar” qualificou nosso objetivo. Essa é Tudo se inicia com o diagnóstico estratégico (aliás,
a ideia da meta, ser mais minuciosa ou detalhada, atente-se ao uso do termo “diagnóstico” utilizado nes-
trazer quantificação e qualificação do objetivo; sa situação, pois nos remete a ir ao médico e, antes
Estratégias: são os caminhos, meios, métodos, de ele receitar qualquer “remédio”, primeiro pedirá
para se chegar ao objetivo ou à meta e, para isso, a exames/diagnósticos). Assim, o intuito do diagnósti-
organização necessitará fazer uma análise antes e co é compreender as potencialidades e deficiências
da organização, ou seja, identificar quais são os pon-
aí sim escolher a melhor estratégia.
tos fortes e fracos da organização e também analisar
as oportunidades e ameaças. Pontos fortes e fracos
Agora que compreendemos alguns conceitos a res- fazem parte das variáveis internas e oportunidades e
peito do planejamento, continuemos com outras fun- ameaças, das variáveis externas.
ções administrativas. Para isso, a organização utilizará uma ferramenta
chamada SWOT. O termo SWOT é um acrônimo/asso-
Organização ciação vindo da língua inglesa que significa Strengths,
Weaknesses, Opportunities e Threats.
Essa função visa implementar, implantar e alocar Vamos traduzir para facilitar a nossa vida. SWOT
os recursos da organização. Portanto, aquilo que foi = FOFA: Forças (Strengths), Fraquezas (Weaknesses),
planejado precisar ser implantado e, para isso, a fun- Oportunidades (Opportunities) e Ameaças (Threats).
ção organização tem como foco a distribuição e divi- Dividimos a análise em duas partes:
são do trabalho.
Análise interna: Forças e Fraquezas (são controláveis);
Direção Análise externa: Oportunidades e Ameaças (não
são controláveis).
É a parte da coordenação da organização no intuito
de harmonizar o planejamento com a execução, o que Variáveis internas são controláveis por fazerem
parte do escopo da organização, estão próximas e, por
levará muitas vezes a fazer ajustes necessários para
isso, é mais fácil fazer alterações ou mudanças.
que realmente as coisas aconteçam. Aqui também
Variáveis externas não são controláveis, pois
ocorrerá a liderança e motivação, afinal de contas as
310 estão “fora” da organização e não tem como a insti-
pessoas precisam ser treinadas, capacitadas e devem
tuição fazer alterações, podendo somente monitorar
ser motivadas a cumprir o planejamento. A figura do
para se aproveitar das oportunidades e minimizar os
líder faz-se importante nesse momento. problemas advindos das ameaças.
Forças Oportunidades
Estratégias Genéricas de “Porter” (Michael Eugene
Pontos Fortes Variável Porter)
Fortalezas externa
Variável
interna As estratégias genéricas de Porter visam a escolha
da estratégia dentro de 3 possibilidades.
F O Estratégia de Custo: a organização escolhe ter
um baixo custo e repassa para o cliente a um va-
lor acessível;
Estratégia de Diferenciação: a ideia é agregar
Fraquezas
F Ameaças
valor ao cliente, aquilo que se torna um diferen-
cial competitivo para os clientes. Exemplo – status,
Ponto Fraco Variável conveniência e outros;
Variável externa
interna Estratégia do Enfoque: a organização dará enfo-
que a um nicho de mercado mais segmentado,
ofertando produtos ou serviços para um determi-
nado tipo de cliente específico. Exemplo: loja de
roupas tamanho EXGG.
Pense em situações que ocorrem dentro de uma
organização. Exemplo: a empresa X comprou um
Matriz de Ansoff
novo equipamento (ponto forte), porém os colabo-
radores não foram treinados para usufruir da nova Outra estratégia que pode ser utilizada pelas orga-
tecnologia (ponto fraco). A organização percebe que nizações visa a escolher a estratégia conforme o pro-
momento é complicado, porque os clientes não têm duto/serviço e mercado.
poder de compra (ameaça), mas o mercado está rea-
gindo com o anúncio do governo de redução das taxas Produto Tradicional e Mercado Tradicional: Estra-
de impostos (oportunidade). tégia de Penetração;
Outra ferramenta que pode ser utilizada para Produto Novo e Mercado Tradicional: Estratégia
de Desenvolvimento de Produto;
fazer uma análise é a Balanced Scorecard (BSC), meto-
Produto Tradicional e Mercado Novo: Estratégia
dologia desenvolvida para medição do desempenho de Desenvolvimento de Mercado;
de aspectos financeiros e não financeiros. Produto Novo e Mercado Novo: Estratégia de Di-
A ideia é utilizar indicadores e assim aferir resulta- versificação.
dos de maneira equilibrada do ponto de vista de várias
perspectivas ou dimensões. A organização conseguirá Produtos/Serviços
fazer análises de seus aspectos financeiros, processos
internos, aprendizado e crescimento e clientes.
Desenvolvimento
Penetração
de Produto
Recursos
Desenvolvimento
Diversificação
VISÃO E de Mercado
Clientes Processos
ESTRATÉGI
A
medir o aspecto financeiro, é preciso também anali- poderá acontecer de ter mais pontos fortes que pontos
fracos ou mais pontos fracos que pontos fortes.
BANCÁRIO
Massa
Segmento
SEGMENTAÇÃ
NÍVEIS DE
Nicho
Local
O
Individual
Modalidades de Segmentação
Geográfica: o mercado é segmentado por região. Cada localidade tem a sua cultura e seus valores, fazendo-se
importante verificar como será feito o marketing, a fim de que tais valores não sejam afetados. Neste sentido,
a organização buscará uma forma de trabalhar com o marketing, estudando o acesso para se chegar no local,
bem como o transporte. O intuito é descobrir a acessibilidade. Outra situação que podemos elencar é o centro
de compras. Imagine, por exemplo, você montar um negócio em um local onde as pessoas não têm acesso. Nor-
malmente, as pessoas vão para um “centro de compras” e, mesmo que os custos sejam altos, ainda vale a pena;
Demográfica: são situações ligadas à idade e, neste sentido, o marketing verifica o público idade. Leva-se em
consideração o ciclo de vida, o domicílio e o sexo;
Comportamental: leva-se em consideração a frequência de compra, quando as pessoas compram e onde com-
pram. Também se verifica a lealdade do consumidor e o que ele costuma comprar com mais frequência. Uma
outra análise feita é a expectativa de vida das pessoas e o estilo de vida (psicográfica). Lembre -se de que expec-
tativa de vida é diferente de ciclo de vida. No comportamento, também se estuda o interesse, o uso do dinheiro,
as amizades e os relacionamentos;
Socioeconômica: o critério utilizado é a renda. Um ótimo exemplo que podemos citar é o marketing digital.
Uma organização que fará uma campanha no Facebook, Instagram ou Google, com certeza, descobrirá a faixa
de quanto o seu público ganha e, assim, encontrará o cliente certo para o seu produto. Vale destacar que o grau
de instrução das pessoas também é verificado nessa modalidade, assim como o seu status, nível de ocupação
e migração;
Benefícios: é aquilo que os clientes procuram. Um bom exemplo a ser citado é quando o cliente se preocupa
com a qualidade do produto ou serviço, bem como se o produto oferece prestígio a ele e um atendimento de
qualidade, demonstrando o grau de satisfação;
Personalidade: aqui, são verificadas as suas bases culturais, atitudes e valores. Podemos dizer que, nessa
modalidade, é verificado o conjunto de crenças do cliente;
Caracterização Econômica: a variação de mercado, o tamanho da empresa, o tamanho do mercado e a
demanda são fatores importantes para se levar em consideração no momento da segmentação.
313
AÇÕES PARA AUMENTAR O VALOR PERCEBIDO PELO CLIENTE
Inicialmente, é preciso entender a respeito do significado de valor percebido pelo cliente, o que, talvez, para
muitos, não seja tão evidente assim. Valor é a expectativa do cliente quanto aos benefícios do produto ou serviço
em comparação aos custos ou quantia real paga. Neste sentido, pode-se compreender que a quantia real paga não
corresponde somente ao custo em termos de dinheiro, mas, sim, à soma dos custos de tempo, energia psíquica e
física despendidos para adquirir um produto ou serviço.
Importante!
O valor entregue ao cliente constitui a seguinte equação:
VEC = VT – CT
Em que VEC corresponde ao valor entregue ao cliente;
VT corresponde ao valor total;
CT corresponde ao custo total.
O valor entregue ao cliente é igual ao valor total para o cliente menos o custo total para o cliente. O valor total
para o cliente pode ser entendido como o conjunto de benefícios esperados pelo cliente, ou seja, a imagem, o valor
pessoal, o valor dos serviços, o próprio valor do produto e quaisquer outros benefícios que agreguem valor sob a
ótica do cliente.
Valor do Produto
Valor do Pessoal
Valor da Imagem
Já o custo total vai além do monetário, como é o caso do custo de tempo. Quando necessitamos de adquirir um
bem ou serviço, calculamos o tempo que será gasto para isso. Um bom exemplo a ser citado é quando você fica na
fila do caixa do banco para pagar uma conta — situação na qual cinco minutos parecem uma eternidade. Agora,
se você tiver que aguardar duas horas ou mais para que o gerente do banco o(a) atenda, para que consiga um
financiamento imobiliário, você nem perceberá o tempo passar.
Outros custos levados em consideração são as energias psíquica e física. A primeira diz respeito ao gasto psi-
cológico para a tomada de decisão numa situação conflitante de escolhas e a segunda diz respeito ao gasto físico
para encontrar o produto/marca ideal, para suprir a sua necessidade.
Monetário
Tempo
CUSTO
TOTAL
Energia Física
Energia Psíquica
Aqui, cabe-nos um questionamento: como é possível aumentar o valor percebido pelo cliente?
Pode-se, por exemplo:
É fato que a organização necessita obter a satisfação do cliente. Para Hoffman e K. Douglas, tal satisfação:
É alcançada quando suas percepções satisfazem ou excedem suas expectativas. A satisfação, propiciada por um
produto, serviço ou sewtimewto é fuwção direta do desempewho percebido e das expectativas. Se o desempewho ficar
distawte das expectativas, o cliewte ficará iwsatisfeito. Se atewder às suas expectativas, ficará satisfeito. Se exceder às
314 expectativas ficará altamewte satisfeito ou ewcawtado. (2001, p. 28)
Conforme se vê, não é tão simples conseguir tal Opinião de outros clientes: este é o item mais
feito. No entanto, é algo necessário no mundo dos relevante sobre a experiência que o cliente terá
negócios. As organizações precisam concentrar-se nos com a organização. Normalmente, compramos ou
clientes, em suas reais necessidades, sendo o seu foco deixamos de comprar pelo simples fato de ouvir o
total. Somente assim conseguirão alcançar a satisfa- que os outros têm a dizer sobre a organização.
ção do cliente.
GESTÃO DA EXPERIÊNCIA DO
CLIENTE
O cliente avaliará a todo momento a experiência
para com a organização que lhe presta o serviço ou
oferece o produto e muito provavelmente as duas
situações de maneira simultânea, pois quando se
adquire um produto você também terá um serviço,
nem que seja somente no momento da compra, como
é o caso do atendimento.
E então, inicia-se uma gestão voltada à melhoria
da experiência do cliente perante a empresa. Para
melhor entendimento, faz-se necessário conceituar o
atendimento.
experiência, mas você perceberá se ele está procu- até uma agência bancária e pega uma fila na inten-
rando ter o melhor desempenho possível e assim ção de pagar uma conta, cada minuto ali será uma
BANCÁRIO
entregar um atendimento de qualidade; eternidade. Por isso o atendimento deve ser ágil,
Organização no atendimento: não tem coisa pior perfeito e eficaz.
você se deparar com um atendimento desorgani-
zado. Imagine a situação de chegar a uma agência
bancária e não saber ao certo quando será atendi-
do ou simplesmente perceber situações de pessoas
sendo atendidas primeiro, mesmo que tenham
chegado à agência depois de você;
315
O colaborador precisa ser treinado para que este-
Confiança Fidelidade Comunicação ja capacitado no exercício de suas tarefas diárias. Esse
treinamento consiste em um processo de aprendi-
zagem a curto prazo. Isso porque ele é conduzido a
executar uma tarefa, seja ela complexa ou não. Ao ser
treinado, adquirirá conhecimento (o saber), desen-
volverá uma habilidade ou a melhorará caso já tenha
Agilidade Atenção Organização
uma (o saber fazer), além de mudar de atitude, ou
seja, mudará a ação para fazer algo (querer fazer).
Idalberto Chiavenato (2006) afirma que o treina-
Portanto, para melhoria da experiência do clien- mento pelo qual o colaborador passa
te é preciso desenvolver a confiança do cliente, criar
meios para ele se sentir seguro na hora de fechar negó- É o processo educacional de curto prazo aplicado de
cios e para isso, a organização ou a pessoa que está maneira sistemática e organizada através do qual
atendendo ao cliente deverá atender às suas expecta- as pessoas aprendem conhecimentos, habilidades e
tivas/necessidades. Saber se comunicar, ser articulado competêwcias em fuwção de objetivos defiwidos. O
treinamento envolve a transmissão de conhecimen-
e ter comunicabilidade. Comunicabilidade é fazer-se
tos específicos relativos ao trabalho, atitudes frewte
entender e tome cuidado para não confundir com
a aspectos da organização, da tarefa e do ambiente
ser comunicativo, pois nem sempre ser comunicati- e desenvolvimento de habilidades e competências.
vo fará você se fazer entender. Uma pessoa poder ser Qualquer tarefa, seja complexa ou simples, é neces-
tímida e falar pouco, mas toda vez que repassar uma sário treinamento.
informação conseguir ser clara e objetiva.
O treinamento tem, como foco, o desempenho e
Dica visa transferir competências. Na verdade, o indivíduo,
normalmente, já possui certas competências, mas pre-
Para não confundir: cisa adquirir outras (competências necessárias) para
Comunicabilidade: fazer com que as pessoas o preenchimento de lacunas (gaps).
entendam a mensagem de forma clara e precisa. É relevante mencionar o desenvolvimento, que
Comunicativo: gostar de conversar, de se comu- nicar também faz parte da aprendizagem. No entanto, este
com as pessoas. servirá a médio e a longo prazo. Pode-se dizer que o
desenvolvimento está voltado para as carreiras e, não,
É preciso estar sempre em alerta em relação às para as tarefas.
demandas dos clientes, saber lidar com todas as infor- A organização, de igual modo, está em constante
mações que chegam e por muitas vezes dominar a ten- processo de aprendizagem, pois seus métodos entram
são dos problemas que inevitavelmente acontecerão, ou em entropia (envelhecimento), algo que é normal. O
seja, ter paciência e tolerância para domar as emoções. que não pode ser normal é a organização continuar
Hoje em dia, precisamos não só ter conhecimen- na “mesmice”, pois vivem em um sistema aberto
to do trabalho que exercemos, mas também resolver e, por isso, necessitam de interagir com o ambiente
uma gama variada de problemas, por isso é necessá- em busca de transformações e melhorias. O ambien-
rio participar de eventos como treinamentos e pales- te ao qual a organização pertence está em constante
tras, e assim aumentar o nível de conhecimento para mudança e isso requer uma atitude rápida e dinâmica
melhorar as habilidades ou desenvolver novas. por parte dos gestores.
Imagine que você conheça o trabalho dos outros Ademais, é importante destacar que a gestão de
departamentos e inicia no seu setor, ao conhecer as negócios depende de outras ciências para melhorar
outras etapas ou estágios, poderá repassar as informa- o seu desempenho. O termo “sistema”, por exemplo,
ções ao cliente, informando-o como será daqui para vem da biologia. Entende-se, nessa ciência, que os
frente; o cliente ficará satisfeito e não será “pego de sistemas envelhecem e, quando estão prestes a desa-
surpresa”. parecer (morrer), eles se transformam. Neste senti-
Outro requisito importante é apresentar-se de do, as organizações, que são, também, consideradas
forma adequada, inclusive no quesito de se vestir de sistemas, passam por um processo de transformação,
acordo com a função. em busca da entropia negativa (renovação, rejuvenes-
As organizações, principalmente a rede bancária, cimento), para continuarem sobrevivendo no mundo
vêm se modernizando de maneira muito rápida no dos negócios.
uso da tecnologia e seus colaboradores necessitam
também ter conhecimento das novas tecnologias para Dica
uma melhor fluidez de dados e informações.
Entropia: envelhecimento;
Entropia negativa: revitalização, renovação, rejuvenescimento.
SUSTENTABILIDADE ORGANIZACIONAL
TRIPÉ DA
Há a necessidade — e, não, a obrigatoriedade — de SUSTENTABILIDADE
a organização desenvolver-se no campo da sustentabi-
lidade. Isso significa melhorar os meios de produção,
levando-se em conta as possíveis maneiras reduzir a
produção de resíduos. A forma da qual as organiza- Financeiro Ambiental
ções tratam da gestão dos recursos servirá como con-
dutor rumo à sustentabilidade.
Logo no planejamento estratégico da organização,
É importante dizer que as organizações podem
deve-se inserir a sustentabilidade, buscando um com-
melhorar a gestão voltada à sustentabilidade fazendo
portamento socioeconômico alinhado às ideias de outros
uso dos 5Rs. Vejamos:
atores, como o governo, parceiros de negócios, clientes,
fornecedores e o público interno. Sem contar que o
envolvimento da organização com o tema em questão Repensar: analisar como está o consumo da orga-
melhorará a sua imagem perante à sociedade, sendo, nização, se realmente todos os insumos, materiais
portanto, uma forma de oportunidade de negócios. e produtos são essenciais;
No entanto, é bom frisar que a sustentabilidade Reduzir: verificar o que comprar, quando comprar e
vai além do pensamento voltado às oportunidades que quantidade, visando sempre conseguir a redução;
de negócio, pois deve ser uma preocupação genuína Reaproveitar: não descartar nada sem, antes,
por parte da organização, com o intuito de melhorar, analisar a sua possível reutilização;
a cada dia, a vida das pessoas que, direta ou indireta- Reciclar: antes da reciclagem, há o reaprovei-
mente, tenham ligação com ela. Estas podem ser cha- tamento — memorize essa ordem. No caso da
madas de “stakeholders” ou, simplesmente, “partes reciclagem, é de suma importância separar de
interessadas”. maneira correta, para uma melhor eficiência. As
Essa relação com os públicos interno e externo pas- organizações costumam possuir lugares específi-
sa por muitos desafios. A organização precisa saber cos para cada item reciclado;
lidar com a população (comunidade), com grupos Recusar: é a recusa de produtos danosos ao meio
ambientalistas e órgãos de controle (governamentais). ambiente e de fazer negócios com fornecedores
A sustentabilidade tem, como base, o tripé social, que não se preocupam com o tipo de produto que
ambiental e financeiro. A organização precisa ser comercializam.
socialmente desejável, mas sem deixar de obter lucros
e de se preocupar, ao mesmo tempo, com o meio
ambiente. Não é uma tarefa tão simples, pois requer
uma boa estratégia e nada acontece de maneira ime-
diata. Imagine, por exemplo, uma organização que
atuará na melhoria ambiental. Pode ser que, no início, Reduzir Reutilizar
haja mais gastos que economia, pois novas tecnolo-
gias serão necessárias, gerando custos. Neste sentido,
a economia virá com o tempo.
Para Gro Harlem Brundlant, Primeira-Ministra da
5R
Noruega, a sustentabilidade é o
Recusar Reciclar
[...] desenvolvimento que satisfaz as necessidades
presentes, sem comprometer a capacidade das
gerações futuras de suprir suas próprias necessida-
des”. (Relatório de Brundlant, 1987) Repensar
O que é produto?
rarmos com a eficácia. Os resultados, nesse as partes (cliente e empresa) devem se beneficiar. No
caso, são os dos clientes. A ação da organização caso da negociação, observamos um conjunto de ações
BANCÁRIO
conseguiu satisfazer o seu público e os objeti- (etapas) que vão desde o planejamento até o controle,
vos do cliente foram alcançados; auxiliando no processo geral de vendas.
Execução: realização de uma tarefa. Assume Vejamos então as etapas:
papel importante medir o índice de execução
de um determinado processo da organização; Planejamento: preparação para o processo de ven-
Economicidade: refere-se ao fato de se conse- das. Estabelecer objetivos e metas;
guir realmente economia. Exemplo: adquirir Organização: compreende a abertura do proces-
matéria-prima ou determinado produto pelo so da venda, a apresentação do produto/serviço 319
(demonstração), o tratamento das objeções e o fe- suas características, e dos estudos focados em com-
chamento da venda; preender a melhor maneira de abordagem.
Controle: avaliação dos resultados e pós-vendas.
Abordagem
Dentro do contexto de técnicas de vendas, encon-
tramos os elementos que as compõem, que são: pré- Indica como será feita a abordagem ao cliente: de
-venda, venda e pós-vendas. Pode-se dizer que são maneira pessoal (visita), por telefonema, contato pela
três grandes fases, pois dentro delas existem certas internet ou via redes sociais (Messenger, WhatsApp e
etapas que, de acordo com Kotler, são: prospecção, outros). Ainda podemos pensar em outra hipótese –
pré-abordagem, abordagem, demonstração, fecha- mala direta — encaminhar uma mensagem persuasi-
mento e acompanhamento. va para o cliente, podendo ser por e-mail (mais usual
na atualidade) ou via correio (cada vez mais raro).
Prospecção ou Qualificação
VENDA
Pré-abordagem Abordagem Fase em que haverá a apresentação, propriamente
dita, do produto ou serviço ao cliente. É aqui que ocorre
Demonstração do Produto ou Serviço Fechamento a necessidade de se descobrir os aspectos e fatores deter-
KOTLER
VENDA
7 ETAPAS DE
Demonstração
É hora de nos aprofundarmos no assunto e enten-
dermos melhor as três grandes fases: Ferramenta utilizada na apresentação de vendas.
Prepara-se a apresentação, a participação e quanto
PRÉ-VENDA de impacto ela vai causar. Entretanto, deve-se tomar
muito cuidado para não colocar tudo a perder, como
Nessa fase, teremos uma série de ações voltadas à fazer comparações com concorrentes de maneira
direção da venda, que pode ser compreendida como depreciativa.
uma maneira de preparação, como observamos ante- Lembre-se de que a apresentação é o momento de
valorizar o que o produto ou serviço tem de melhor,
riormente na etapa de planejamento.
Aqui, verifica-se quais são os clientes de maior poten- levando o cliente a um estágio de atenção, interesse,
cial, suas necessidades e motivações, estuda-se o com- desejo e ação. Esses são entendidos como os estágios
portamento de compra, a melhor forma de chegar até mentais do comprador, e quem tem a tarefa de condu-
ele (abordagem) e quais são os concorrentes que atuam. zir a esses estágios é o negociador (vendedor).
Olhando para as sete etapas de acordo com Kotler,
chegamos à conclusão de que, nessa fase, trata-se das Atenção: saber, conhecer ou ter noção de que o
três primeiras. produto ou serviço existe;
Interesse: importante passo no qual se faz com
Prospecção que o possível cliente se concentre nos benefícios
do produto/serviço;
A prospecção visa identificar possíveis clientes Desejo: despertar a vontade de obter os benefícios
e, para isso, a organização precisará “ir atrás” deles, agora já conhecidos;
encontrá-los. Ação: atitude de comprar o bem ou serviço.
É bom salientar que nem toda pessoa (lead) é um
cliente potencial. Para ser entendido como cliente Tratamento das Objeções
potencial, é preciso ter certos requisitos, como: neces-
sidade de comprar, autoridade de comprar e poder Para lidar com as objeções, é preciso manter a
aquisitivo. tranquilidade e jamais encará-las como uma reação
de cunho pessoal. As objeções fazem parte do processo
de vendas e contribuem para o próprio fechamento.
Dica
Lead: termo utilizado no mundo do marketing digital Fechamento
que indica um possível cliente. É alguém que
forneceu informações de contato – pode ser nome e O negociador deve conduzir o cliente a fechar
telefone, nome e e-mail ou até mesmo as três negócio e uma das melhores formas para fazer isso
informações. Normalmente, as pessoas deixam seu é ser direto e claro. Alguns negociadores/vendedores
contato em troca de algo. pecam na hora crucial da venda, pois fazem mui-
to “rodeio” e não levam o cliente a fechar. É preciso
Pré-Abordagem encorajar o cliente a fechar o negócio.
É chegado o momento de cumprir aquilo que foi prometido na apresentação do produto ou serviço. O acom-
panhamento faz-se importante e inclui fazer pesquisas de satisfação para obter feedback e, assim, melhorar todo
o processo. Lembre-se de que esse é um processo cíclico, contínuo e dinâmico.
Hoje em dia as instituições bancárias tem suas atividades majoritariamente vinculadas aos meios digitais, seja
por meio do mobile bank ou do internet banking, as atividades remotas representam, além de maior celeridade nas
relações bancárias, maior acessibilidade, para os clientes.
Portanto, nada mais natural que as ações de marketing dos bancos estejam voltadas para os meios digitais,
situação que gera novos desafios para as instituições bancárias, pois não existe o apoio físico das agências e de
correspondentes bancários para a criação de espaços publicitários, por meio de banners, folhetos, cartazes etc.
O marketing digital, por sua vez, caracteriza-se por ser 100% intangível, trazendo a necessidade de utiliza-
ção de estratégias diferenciadas, como geração de leads; técnica de copywriting; gatilhos mentais; inbound
marketing.
Veja os principais meios de marketing digital utilizado pelas instituições:
Tanto os bancos comerciais, tradicionais instituições que possuem agencias e estruturas físicas, quanto os
novos bancos digitais, que nasceram intangíveis e 100% on-line, quando estabelecem relações de e-commerce
(instituições que possuem praça de atendimento, como agências bancárias, mas que também são intangíveis, e
e-business (instituições que tem todas as atividades voltadas ao meio digital e que não existem fisicamente), utili-
zam no marketing digital os mesmos canais, apresentados acima.
GERAÇÃO DE LEADS
Considerando as ações de pré-vendas no marketing digital, aquelas que têm como objetivo a prospecção e a
qualificação de novo clientes, a geração de leads representa uma das principais práticas para tal relação, pois
demonstra o interesse inicial do futuro cliente no produto ou serviço oferecido pela instituição bancária, por meio
do contato realizado pela internet.
Site do Banco
Apresentação do
conteúdo
Formulário
Geração de
Leads
Prospecção
ATENDIMENTO
Ao longo do desenvolvimento da internet, foram criadas várias formas de geração de leads, desde apresentação de
BANCÁRIO
conteúdo multimídia, como disponibilização de vídeos na internet (no Youtube), em que se oferecem conteúdos auxilia-
res, tendo como exemplo um texto ou disponibilização de planilha de controle de gastos pessoais, onde esse conteúdo
é oferecido mediante o cadastro do interessado e seus dados são enviados para a instituição que apresenta o conteúdo.
Porém, existem outras formas de desenvolvimento de geração de leads, como as que seguem a seguir:
EMPRESARIA
Comportamento
ETIQUETA
ciada pelo meio. Ética, pois, é adquirida pelo estudo.
Vestimenta
L
MORAL
Jogo de Cintura e Respeito
+ Ampla e
+ Restrita
Abrangente
PADRÕES DE QUALIDADE NO
Universal Princípios e ATENDIMENTO AOS CLIENTES
Cultural e Costumes
Valores
Quando o assunto é cliente, você já sabe que preci-
sa entregar algo de valor para ele. Satisfazer às neces-
Prática, Mutável e
Teórica, Duradoura e sidades e atender às expectativas dele deve ser o foco
Influenciada pelo meio
Adquirida pelo estudo das organizações. Como observamos anteriormente,
o cliente terá uma determinada experiência e a sua
percepção deve ser maior que a expectativa; dessa
O indivíduo é um ser muito complexo. Cada um de maneira, conquistaremos o cliente e, com isso, a sua
nós tem uma forma de pensar e agir que, em algum fidelidade, haja vista o que move o atendimento hoje
momento, pode ser certa ou errada. Essa complexi- é o relacionamento.
dade passa a ser crucial, para que tenhamos um con- Existem certos pontos interessantes que serão bené-
junto de regras (escritas ou não escritas) no intuito de ficos para se manter um padrão de qualidade, claro que
mantermo-nos no caminho. sem “engessar” o atendimento, já que ele é um serviço e
Neste sentido, pode-se dizer que necessitamos de você já conhece as características que norteiam o serviço.
normas e imperativos morais, para que nossas deci- O atendimento tem certas utilidades, a começar:
sões sejam pautadas de maneira mais sólida. Ainda,
o que é certo para mim, pode ser errado para você. Recepcionar: é o primeiro momento com o cliente
Cada um de nós possui uma linha de pensamento, a e, portanto, deve causar uma boa impressão. Nesse
qual pode ser convergente ou divergente em algum quesito, é importante o cumprimento adequado,
momento. Portanto, as regras são importantes para como: bom dia, boa tarde, boa noite. Trate-o pelo
nome e use as expressões de senhor ou senhora
criar uma linha de padrão na conduta tida como ideal.
(independente da idade);
As organizações tendem a possuir um conjunto de
Informar: todos nós esperamos receber informa-
regras, a fim de nortear o colaborador no dia a dia. Na ções compreensíveis e concisas de forma correta.
Administração Pública, temos leis e códigos capazes Se você não souber uma determinada informação,
de orientar o agente público. Por exemplo, o Código de peça um instante para obtê-la e a repasse ao cliente;
Ética da Administração Pública Federal — Decreto nº Orientação: um dos papéis da linha de atendimen-
1.171, de 1994 — trata de regras, deveres e vedações, to é orientar o cliente, seja nos próximos passos ou
com o intuito de demonstrar ao agente público como nas situações do momento;
deve ser a sua conduta, tanto no exercício da função Amenizar: é de responsabilidade também do pes-
como também fora dela. soal da linha de frente acalmar o cliente em um
A boa conduta passa pela importância da etiqueta momento de tensão. Assim, é preciso saber lidar
empresarial, definindo qual deve ser a postura ade- com uma situação de conflito e “destempero”;
quada mediante tantas situações que podem ocorrer. Agilidade: o cliente tem pressa e, a depender do
Por sua vez, etiqueta empresarial passa pelo bom tipo de serviço de que necessita, será menos fle-
xível ainda. Então, a rapidez no atendimento é
comportamento e educação, cerimoniais importantes
imprescindível;
no trato entre as pessoas. A pontualidade, o comporta-
Comunicação: é o elo entre as partes, por isso, é
mento, a forma de vestir, o jogo de cintura e o respeito preciso reduzir os possíveis ruídos para que haja
são instrumentos que devem ser levados em conside- entendimento no que está sendo repassado.
ração pelos profissionais de vendas.
Não podemos esquecer que você se tornará um Você percebeu a necessidade de certos padrões para
negociador e, como tal, não poderá deixar-se levar manter no “eixo” o atendimento? Com isso, a organiza-
ATENDIMENTO
por condutas contrárias à ética, como corrupção, pro- ção conseguirá alcançar os objetivos do atendimento e
pinas, benesses ou favores imorais. Ainda, há que se do relacionamento interpessoal, como: a satisfação dos
BANCÁRIO
Apatia: relacionada à indiferença no tratamento, Esses canais remotos oferecidos pela Caixa são
sem demonstração de interesse; uma forma conveniente de realizar transações ban-
Má vontade: falta de ação ou atitude por parte do cárias e acessar serviços sem sair de casa, proporcio-
atendente; nando mais comodidade e agilidade aos clientes. No
Frieza: atendimento entendido como distante, entanto, é importante lembrar de tomar medidas de
sem observar os desejos do cliente; segurança ao utilizar esses canais, como proteger suas
Desdém: quando o atendente demonstra um “ar” de senhas e dados pessoais1.
superioridade e trata o cliente com certo desprezo;
Robotismo: atendimento engessado;
Apego às normas: atendimento sem flexibilidade;
Jogo de responsabilidade: quando o atendente COMPORTAMENTO DO
não assume a responsabilidade e “joga” para os CONSUMIDOR E SUA RELAÇÃO
demais ou outros setores.
COM VENDAS E NEGOCIAÇÃO
O comportamento do consumidor pode ser com-
preendido como um estudo que tem como objetivo
UTILIZAÇÃO DE CANAIS REMOTOS analisar os sentimentos e as percepções que direcio-
PARA VENDAS nam o possível cliente a comprar. As decisões toma-
das pelo cliente baseiam-se nessas duas situações
AUTOATENDIMENTO PELA INTERNET (sentimentos e percepções). Portanto, é crucial que a
organização seja efetiva e saiba lidar com as dificul-
A Caixa Econômica Federal utiliza canais remotos dades do dia a dia. Podemos entender esse processo
a fim de facilitar as vendas e o atendimento aos seus como uma jornada, avançando um passo de cada vez
clientes. Esses canais remotos permitem que os clien- para fazer com que o cliente tome a decisão de adqui-
tes realizem diversos serviços tais como: transações rir o produto ou o serviço.
bancárias, realizem solicitação de produtos e serviços, Os gestores devem, por meio da gestão estratégica
e obtenham acesso a diversas informações relevan- e do marketing, estudar o comportamento dos clien-
tes, sem a necessidade de comparecer pessoalmente tes ou potenciais clientes. O propósito é compreender
a uma agência física. possíveis mudanças e, consequentemente, nivelar as
Alguns dos principais canais remotos disponibili- ações de vendas para que o cliente continue compran-
zados pela Caixa são: do da organização.
pelo Banco Central do Brasil no exercício de sua térios ou procedimentos desarrazoados para:
competência legal. a) o atendimento a demandas de clientes e usuá-
§ 2º Para efeito desta Resolução, o relacionamento rios, incluindo o fornecimento de contratos, reci-
com clientes e usuários abrange as fases de pré- bos, extratos, comprovantes e outros documentos e
-contratação, de contratação e de pós-contratação informações relativos a operações e a serviços;
de produtos e de serviços. b) a extinção da relação contratual relativa a produtos
Pela leitura do dispositivo, podemos idewtificar e serviços, incluindo o cancelamento de contratos; e
que a Resolução estipula que a relação entre clien- c) a transferência de relacionamento para outra
tes e usuários deve ser pautada em princípios instituição, se aplicável. 325
Por sua vez, o art. 5º dispõe sobre atendimento III - defiwir papéis e respowsabilidades wo âmbito
presencial a clientes ou usuários: da instituição;
IV - ser compatível com a natureza da instituição e
Art. 5º É vedado às instituições referidas no art. 1º com o perfil de cliewtes e usuários, bem como com
impedir o acesso, recusar, dificultar ou impor res- as demais políticas instituídas;
trição ao atendimento presencial em suas depen- V - prever programa de treinamento de empregados e
dências, inclusive em guichês de caixa, a clientes ou prestadores de serviços que desempenhem atividades
usuários de produtos e de serviços, mesmo quando afetas ao relacionamento com clientes e usuários;
disponível o atendimento em outros canais. VI - prever a disseminação interna de suas dispo-
§ 1º O disposto no caput não se aplica: sições; e
I - aos serviços de arrecadação ou de cobrança VII - ser formalizada em documewto específico.
prestados a terceiros, quando: § 2º Admite-se que a política de que trata o caput
a) não houver contrato ou convênio para a sua seja uwificada por:
prestação celebrado ewtre a iwstituição fiwawceira I - conglomerado; ou
e o ewte beweficiário; ou II - sistema cooperativo de crédito.
b) o respectivo contrato ou convênio celebrado não § 3º As instituições que não constituírem política
contemple o recebimento em guichê de caixa das própria em decorrência da faculdade prevista no §
dependências da instituição; 2º devem formalizar a decisão em reunião do con-
II - ao recebimento de boletos de pagamento padro- selho de administração ou da diretoria.
nizado pela regulamentação do Banco Central do
§ 4º O documento de que trata o inciso VII do § 1º
Brasil emitidos fora do padrão, das especificações
deve ser mantido à disposição do Banco Central do
ou dos requisitos vigentes para o instrumento;
Brasil.
III - ao recebimento de documentos mediante paga-
mento por meio de cheque;
IV - às instituições que não possuam dependências ou O gerenciamento da Política Institucional de Rela-
às dependências de instituições sem guichês de caixa; cionamento com Clientes e Usuários é regulamento
V - aos postos de atendimento instalados em recin- pelos arts. 7°, 8° e 9°, da referida resolução, veja:
to de órgão ou de entidade da Administração Públi-
ca ou de empresa privada com guichês de caixa, Art. 7º As instituições de que trata o art. 1º devem
nos quais sejam prestados serviços do exclusivo assegurar a consistência de rotinas e de procedimen-
interesse do respectivo órgão ou entidade e de tos operacionais afetos ao relacionamento com clien-
seus servidores ou da respectiva empresa e de seus tes e usuários, bem como sua adequação à política
empregados e administradores, conforme a regula- institucional de relacionamento de que trata o art. 6º,
mewtação específica sobre depewdêwcias; e inclusive quanto aos seguintes aspectos:
VI - às situações excepcionais previstas na legisla- I - idewtificação e qualificação de cliewtes e de usuários
ção ou wa regulamewtação específica. para fiws de iwício e mawutewção de relaciowamewto;
§ 2º Para fiws do disposto wo caput, é vedada a II - concepção de produtos e de serviços;
imposição de restrições quanto à quantidade de III - oferta, recomendação, contratação ou distribuição
documentos, de transações ou de operações por de produtos ou serviços;
pessoa, bem como em relação a montante máximo IV - requisitos de segurança afetos a produtos e a
ou mínimo a ser pago ou recebido ou ainda quan-
serviços;
to à faculdade de o cliente ou o usuário optar por
V - cobrança de tarifas em decorrência da prestação
pagamentos em espécie, salvo as exceções previs-
de serviços;
tas wa legislação ou wa regulamewtação específica.
VI - divulgação e publicidade de produtos e de serviços;
§ 3º As instituições de que trata o art. 1º devem
VII - coleta, tratamento e manutenção de informações
divulgar em suas dependências e nas dependências
dos correspondentes no País, em local visível e em dos clientes em bases de dados;
formato legível, as situações de que tratam os inci- VIII - gestão do atendimento prestado a clientes e usuá-
sos II, III e V do § 1º. rios, inclusive o registro e o tratamento de demandas
§ 4º O disposto neste artigo deve ser observado IX - mediação de cowfiitos;
indistintamente em relação a clientes e a não clien- X - sistemática de cobrança em caso de inadimplemen-
tes, exceto pelas cooperativas de crédito, que devem to de obrigações contratadas;
observar o disposto no § 5º. XI - extinção da relação contratual relativa a produtos
§ 5º As cooperativas de crédito devem informar em e serviços;
suas dependências, em local visível e em formato legí- XII - liquidação antecipada de dívidas ou de obriga-
vel, se realizam atendimento a não associados e quais ções; e
os serviços disponibilizados, assegurando nesse caso XIII - transferência de relacionamento para outra
as condições previstas neste artigo. instituição.
§ 1º Com relação ao disposto nos incisos II e III do
O art. 6° trata da política institucional de relaciona- caput, e em observância ao art. 4º, inciso I, as insti-
mento com cliente e usuários. Observemos que diz a lei: tuições devem estabelecer o perfil dos cliewtes que
compõem o público-alvo para os produtos e serviços
Art. 6º As instituições de que trata o art. 1º devem disponibilizados, considerando suas características e
manter política institucional de relacionamento complexidade.
com clientes e usuários que consolide diretrizes, § 2º O perfil referido wo § 1º deve iwcluir iwformações
objetivos estratégicos e valores organizacionais, de relevantes para cada produto ou serviço.
forma a nortear a condução de suas atividades em Art. 8º As instituições de que trata o art. 1º devem:
conformidade com o disposto no art. 2º. I - promover o equilíbrio das metas de resultados
326 § 1º A política de que trata o caput deve: e de incentivos associadas ao desempenho de fun-
I - ser aprovada pelo conselho de administração ou, cionários e de correspondentes no País com as
caso inexistente, pela diretoria da instituição; diretrizes e os valores organizacionais previstos na
II - ser objeto de avaliação periódica; política institucional de que trata o art. 6º; e
II - tratar adequadamente eventuais desvios rela- De acordo com o caput do art. 2º, a ouvidoria deve-
cionados ao contido no inciso I. rá ser constituída pelas instituições esquematizadas a
Art. 9º Em relação à política institucional de rela- seguir:
cionamento com clientes e usuários, as instituições
de que trata o art. 1º devem instituir mecanismos
de acompanhamento, de controle e de mitigação de INSTITUIÇÕES
riscos com vistas a assegurar: AUTORIZADAS A
I - a implementação das suas disposições; FUNCIONAR PELO BANCO
II - o monitoramento do seu cumprimento, inclusive CEN- TRAL DO BRASIL, QUE
por meio de métricas e indicadores adequados; TENHA COMO CLIENTES
III - a avaliação da sua efetividade; e
IV - a idewtificação e a correção de evewtuais
deficiêwcias.
§ 1º Os mecanismos de que trata o caput devem ser
submetidos a testes periódicos pela auditoria interna, Pessoas Pessoas
consistentes com os controles internos da instituição. Jurídicas Naturais
§ 2º Os dados, os registros e as informações relativas
aos mecanismos de controle, processos, testes e trilhas
de auditoria devem ser mantidos à disposição do Ban-
co Central do Brasil pelo prazo mínimo de cinco anos.
Microempresas de
Para que haja fiscalização do cumprimento das pequeno porte Incluindo os empre-
normas e diretrizes principiológicas estabelecidas por Microempresas sários individuais
essa Resolução, o art. 10 destaca que deverá ser indi-
cado um diretor responsável pela observância dos
dispositivos dessa resolução:
Logo em seguida, temos o importantíssimo Capí-
Art. 10 As instituições de que trata o art. 1º devem tulo II dessa resolução, “Da finalidade”, que aponta as
indicar ao Banco Central do Brasil diretor respon- finalidades que deverão ser alcançadas pela ouvido-
sável pelo cumprimento das obrigações previstas ria. Vejamos:
nesta Resolução.
Art. 11 O Banco Central do Brasil poderá adotar Art. 3º A ouvidoria tem por fiwalidade:
medidas complementares necessárias à execução I - atender em última instância as demandas dos
do disposto nesta Resolução. clientes e usuários de produtos e serviços que não
tiverem sido solucionadas nos canais de aten-
dimento primário da instituição; e
II - atuar como canal de comunicação entre a
instituição e os clientes e usuários de produtos
RESOLUÇÃO CMN Nº 4860, DE 23 DE e serviços, inclusive na mediação de cowfiitot.
OUTUBRO DE 2020 Parágrafo único. Para efeitos desta Resolução, con-
sidera-se primário o atendimento habitual realiza-
A presente Resolução CMN nº 4.860, de 2020, dispõe do em quaisquer pontos ou canais de atendimento,
sobre a constituição e o funcionamento de componente incluídos os correspondentes no País e o Serviço de
organizacional de ouvidoria pelas instituições autori- Atendimento ao Consumidor (SAC) de que trata o
zadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil (Bacen). Decreto nº 6.523, de 31 de julho de 2008.
A intenção da resolução é explicitada no art. 1º:
Perceba que o inciso I, do art. 3º, aponta que as
Art. 1º Esta Resolução disciplina a constituição e ouvidorias somente irão atender as demandas em
o funcionamento de componente organizacional de última instância, o que quer dizer que as deman-
ouvidoria pelas iwstituições que especifica. das deverão passar primeiramente por outros meios
e canais de atendimento primário da instituição e,
O art. 2º aponta quais instituições devem consti- somente caso estas não puderem ser solucionadas,
tuir as ouvidorias: então serão destinadas às ouvidorias.
Já o capítulo III dessa resolução trata da organiza-
Art. 2º O componente organizacional de ouvidoria deve ção e estrutura da ouvidoria:
ser constituído pelas instituições autorizadas a funcio-
nar pelo Banco Central do Brasil que tenham clientes Art. 4º A estrutura da ouvidoria deve ser compatí-
pessoas naturais, inclusive empresários individuais, ou vel com a natureza e a complexidade dos produtos,
pessoas jurídicas classificadas como microempresas e serviços, atividades, processos e sistemas de cada
ATENDIMENTO
Art. 8º O estatuto ou o contrato social, conforme a Para auxiliar seu entendimento, vejamos esque-
natureza jurídica da sociedade, deve dispor, de for- maticamente o disposto no art. 10, incluindo os incisos
ma expressa, sobre os seguintes aspectos: do art. 5º mencionados:
I - a fiwalidade, as atribuições e as atividades
da ouvidoria;
Ouvidor deve:
II - os critérios de designação e de destituição do
ouvidor;
III - o tempo de duração do mandato do ouvi- a instituição integrante de conglomerado compos-
dor, fixado em meses; e to por pelo menos duas instituições autorizadas a
IV - o compromisso formal no sentido de: funcionar pelo Banco Central do Brasil pode com-
a) criar condições adequadas para o funcionamen- partilhar a ouvidoria constituída em qualquer das
to da ouvidoria, bem como para que sua atuação instituições;
seja pautada pela transparência, independên- a cooperativa singular de crédito filiada à coo-
cia, imparcialidade e isenção; e perativa central pode compartilhar a ouvidoria
b) assegurar o acesso da ouvidoria às informa- constituída na respectiva cooperativa central, con-
ções necessárias para a elaboração de resposta federação de cooperativas de crédito ou branco do
adequada às demandas recebidas, com total apoio sistema cooperativo;
administrativo, podendo requisitar informações e a cooperativa singular de credito não filiada
documentos para o exercício de suas atividades no à cooperativa central pode compartilhar a ouvi-
cumprimento de suas atribuições. doria constituída em cooperativa central, federa-
§ 1º Os aspectos mencionados no caput devem ser ção de cooperativas de crédito, confederação de
incluídos no estatuto ou no contrato social na pri- cooperativas de crédito ou associação de classe da
meira alteração que ocorrer após a constituição da categoria:
ouvidoria.
§ 2º As alterações estatutárias ou contratuais exigi-
responder por todas as instituições que com-
das por esta Resolução relativas às instituições que
partilharem a ouvidoria;
optarem pela faculdade prevista no art. 5º, incisos
integrar os quadros da instituição que consti-
I e III, podem ser promovidas somente pela institui-
ção que constituir a ouvidoria.
tuir a ouvidoria.
§ 3º As instituições que não constituírem ouvidoria
própria em decorrência da faculdade prevista no Art. 11 Para cumprimento do disposto no caput do
art. 5º, iwcisos II e IV, devem ratificar a decisão wa art. 9º, nas hipóteses previstas no art. 5º, inciso II,
primeira assembleia geral ou na primeira reunião as instituições referidas no art. 2º devem:
de diretoria realizada após tal decisão. I - designar perante o Banco Central do Brasil ape-
nas o nome do respectivo diretor responsável pela
ouvidoria; e
Retomando novamente o conceito e as instituições
II - informar o nome do ouvidor, que deverá ser o do
referidas no art. 2º (instituições autorizadas a funcio- ouvidor da associação de classe, da bolsa de valo-
nar pelo Banco Central do Brasil que tenham clientes res, da bolsa de mercadorias e futuros ou da bolsa
pessoas naturais, inclusive empresários individuais, de valores e de mercadorias e futuros, ou da entida-
ou pessoas jurídicas classificadas como microempre- de ou empresa que constituir a ouvidoria.
sas e empresas de pequeno porte), o art. 9º dita que
essas instituições deverão designar os nomes do ouvi- Por fim, o capítulo VI trata da prestação de informa-
dor e do direito responsável pela ouvidoria: ções e formas de divulgação das atividades desenvolvidas:
ATENDIMENTO
Art. 9º As instituições referidas no art. 2º devem desig- Art. 12 O diretor responsável pela ouvidoria deve ela-
BANCÁRIO
nar perante o Banco Central do Brasil os nomes do borar relatório semestral quantitativo e qualitati-
ouvidor e do diretor responsável pela ouvidoria. vo referente às atividades desenvolvidas pela ouvidoria,
§ 1º O diretor responsável pela ouvidoria pode nas datas-base de 30 de junho e 31 de dezembro.
desempenhar outras funções na instituição, Parágrafo único. O relatório de que trata o caput deve
inclusive a de ouvidor, exceto a de diretor de admi- ser encaminhado à auditoria interna, ao comitê de audi-
nistração de recursos de terceiros. toria, quando constituído, e ao conselho de administra-
§ 2º Nos casos dos bancos comerciais, bancos ção ou, na sua ausência, à diretoria da instituição.
múltiplos, caixas econômicas, sociedades de cré- Art. 13 As instituições referidas no art. 2º devem
dito, fiwawciamewto e iwvestimewto, associações de divulgar semestralmente, nos respectivos sítios 329
eletrônicos na internet, as informações relativas
às atividades desenvolvidas pela ouvidoria, Bancos
inclusive os dados relativos à avaliação direta comerciais
da qualidade do atendimento de que trata o art.
16.
Art. 14 O Banco Central do Brasil poderá estabele-
cer o conteúdo, a forma, a periodicidade e o prazo Bancos
de remessa de dados e de informações relativos às múltiplos
atividades da ouvidoria.
I - a adequação dos produtos e serviços ofertados ou recomendados às necessidades, interesses e objetivos dos
clientes e usuários;
II - a iwtegridade, a cowfiabilidade, a segurawça e o sigilo das trawsações realizadas, bem como a legitimidade das
operações contratadas e dos serviços prestados;
III - a prestação das informações necessárias à livre escolha e à tomada de decisões por parte de clientes
e usuários, explicitando, inclusive, direitos e deveres, responsabilidades, custos ou ônus, penalidades e eventuais
riscos existentes na execução de operações e na prestação de serviços;
É importante ressaltar que, a relação do inciso supracitado com o § único, do art. 1º:
Parágrafo úwico. Para fiws do cumprimewto do disposto wo iwciso III, wo caso de abertura de cowta de depósitos ou
de conta de pagamento, deve ser fornecido também prospecto de informações essenciais, explicitando, no mínimo,
as regras básicas, os riscos existentes, os procedimentos para contratação e para rescisão, as medidas de segurança,
inclusive em caso de perda, furto ou roubo de credenciais, e a periodicidade e forma de atualização pelo cliente de
seus dados cadastrais.
IV - o fornecimento tempestivo ao cliente ou usuário de contratos, recibos, extratos, comprovantes e outros docu -
mentos relativos a operações e a serviços;
V - a utilização de redação clara, objetiva e adequada à natureza e à complexidade da operação ou do
serviço, em contratos, recibos, extratos, comprovantes e documentos destinados ao público, de forma a permitir o
ewtewdimewto do cowteúdo e a idewtificação de prazos, valores, ewcargos, multas, datas, locais e demais cowdições;
VI - a possibilidade de tempestivo cancelamento de contratos;
VII - a formalização de título adequado estipulando direitos e obrigações para abertura, utilização e manutenção de
conta de pagamento pós-paga;
VIII - o encaminhamento de instrumento de pagamento ao domicílio do cliente ou usuário ou a sua habilita-
ção somente em decorrência de sua expressa solicitação ou autorização;
IX - a idewtificação dot utuáriot fiwait beweficiáriot de pagamento ou transferência em demonstrativos e faturas
do pagador, inclusive nas situações em que o serviço de pagamento envolver instituições participantes de diferentes
arranjos de pagamento.
O art. 2º trata da regularização da publicidade das informações prestadas pelas instituições financeiras e ins-
tituições autorizadas a funcionar segundo o Bacen.
Art. 2º As instituições referidas no art. 1º devem divulgar, em suas dependências e nas dependências dos estabele-
cimentos onde seus produtos são ofertados, em local visível e em formato legível, informações relativas a situa-
ções que impliquem recusa à realização de pagamentos ou à recepção de ctequet, fictat de compewtação,
documentos, inclusive de cobrança, contas e outros.
Por fim, o art. 3º traz a sistemática quanto às vedações impostas a essas instituições. Vejamos:
ATENDIMENTO
Art. 3º É vedado às instituições referidas no art. 1º recusar ou dificultar, aos clientes e usuários de seus produtos
BANCÁRIO
e serviços, o acesso aos canais de atendimento convencionais, inclusive guichês de caixa, mesmo na hipótese de
oferecer atendimento alternativo ou eletrônico.
§ 1º O disposto no caput não se aplica às dependências exclusivamente eletrônicas nem à prestação de serviços
de cobrawça e de recebimewto decorrewtes de cowtratos ou cowvêwios que prevejam cawais de atewdimewto específicos.
§ 2º A opção pela prestação de serviços por meios alternativos aos convencionais é admitida desde que ado-
tadas as medidas necessárias para preservar a iwtegridade, a cowfiabilidade, a segurawça e o sigilo das trawsa-
ções realizadas, assim como a legitimidade dos serviços prestados, em face dos direitos dos clientes e dos usuários,
devendo as instituições informá-los dos riscos existentes. 331
Antes de iniciar nosso estudo, é preciso ter em
LEI BRASILEIRA DE INCLUSÃO DA mente que, para melhor compreender a Lei nº 13.146,
PESSOA COM DEFICIÊNCIA de 2015, é primordial entender sua estrutura e iden-
(ESTATUTO DA PESSOA COM tificar as ideias mais importantes da legislação, uma
vez que as bancas tendem a cobrar o que se denomina
DEFICIÊNCIA): LEI Nº 13.146, DE 06
“literalidade das ideias”, ou seja, os pontos principais
DE JULHO DE 2015 de cada artigo com base em sua estrutura, não haven-
A proteção dos direitos das pessoas com deficiên- do, para tanto, a necessidade de decorá-los. Consi-
cia, tanto no Brasil como no mundo, é algo bem recen- derando os concursos anteriores, o estudo deve ter
te. Na realidade, a preocupação da sociedade com essa atenção especial à parte relativa aos crimes e infra-
parcela da população faz parte de um discurso atual, ções administrativas por ser esse o ponto mais cobra-
resultado da forma como essas pessoas passaram a do pelas bancas examinadoras.
ser percebidas. Feitas essas considerações iniciais, bons estudos!
É possível visualizar, ao longo da história, que as
pessoas com deficiência foram encaradas de quatro NOÇÕES SOBRE O DIREITO DA PESSOA COM
modos diferentes, conforme cada período temporal. A DEFICIÊNCIA
primeira fase foi a de intolerância em relação às pes-
soas com deficiência, pois simbolizavam a impureza, A Lei nº 13.146, de 2015, é dividida em duas par-
o pecado, ou, até mesmo, o castigo divino. A segunda tes: geral e especial. A parte geral tem, como base, os
foi a fase marcada pela invisibilidade das pessoas com princípios da Convenção sobre os Direitos das Pessoas
deficiência. Dela, decorreu a terceira fase, marcada com Deficiência, disciplinando, além desses, os direi-
pelo assistencialismo e pautada na perspectiva médica tos fundamentais das pessoas com deficiência. Já a
e biológica de que a deficiência era uma patologia e, parte especial é composta pelos meios de proteção,
como tal, deveria ser curada. Por fim, a quarta fase vol- quais sejam: o acesso à Justiça e reconhecimento igual
tou-se para os direitos humanos, despontando os direi- perante a lei e aos crimes e infrações administrativas.
tos à inclusão social, com ênfase na relação da pessoa
com deficiência e do meio em que ela está inserida.
Até mesmo a forma de se referir a estas pessoas é LEI Nº 13.146, DE 2015
fruto de uma construção histórica. A partir de 1993, a
nomenclatura mudou para “portadores de necessida-
des especiais”, “pessoas com necessidades especiais”, Parte geral Parte geral
“pessoas especiais”, “portadores de direitos especiais”
Princípios e direitos Princípios e direitos
ou “pessoas com deficiência”. fundamentais fundamentais
Como consequência dessas mudanças no modo de
ver/encarar a pessoa com deficiência, surgiu o dever
de eliminar os obstáculos que pudessem impedir o Iniciando pela parte geral, os arts. de 1º a 3º da
pleno exercício de seus direitos, de modo a possibili- mencionada lei introduzem o tema, estabelecendo
tar o desenvolvimento de suas potencialidades, com suas disposições gerais. De acordo com o art. 1º, o obje-
autonomia e participação. tivo da legislação é assegurar e promover o exercício
Nesse contexto, iniciou-se um sistema de proteção dos direitos e das liberdades fundamentais da pessoa
internacional, exigindo dos Estados um tratamento com deficiência em iguais condições com os demais,
especializado para proteção aos direitos das pessoas de modo a garantir sua inclusão social e cidadania.
com deficiência. Entre os instrumentos de proteção Seu parágrafo único deixa claro que a Lei nº 13.146,
realizados, encontra-se a Convenção sobre os Direitos de 2015, decorre da Convenção (juntamente com seus
das Pessoas com Deficiência, de 2006. O texto dessa protocolos), sendo incorporada no ordenamento jurí-
convenção foi assinado no ano de 2007 e incorpora- dico brasileiro com status de Emenda Constitucional,
do ao ordenamento jurídico brasileiro no ano de 2009 conforme explanado.
pelo Decreto nº 6.949. O art. 2º preocupou-se em dar o conceito de pessoa
A importância do Decreto nº 6.949, de 2009, é com deficiência. Em termos gerais, considera-se pes-
imensa, uma vez que ele foi o primeiro tratado inter- soa com deficiência aquela que possui impedimento
nacional de direitos humanos a adotar a norma do § de longo prazo, sendo este de natureza física, men-
3º, art. 5º, da Constituição Federal, ou seja, a seguir o tal, intelectual ou sensorial, que pode, de alguma
mesmo rito de aprovação cabível para as emendas forma, causar barreiras ou obstruir sua participa-
constitucionais (aprovação em cada Casa do Congres- ção plena e efetiva na sociedade em igualdades de
so Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos condições com as demais pessoas.
dos respectivos membros).
Como resultado, tal decreto passou a ter status de Pessoa com deficiência:
norma constitucional (mesmo valor normativo das leis
dispostas na Constituição Federal, mesmo sem fazer impedimento de longo prazo;
parte dela). Por essa razão, o Brasil necessitou promo- natureza física, mental, intelectual ou sensorial;
ver alterações legislativas para “assegurar e promover causar barreiras ou obstruir sua participação
o pleno exercício de todos os direitos humanos e liberda- plena e efetiva na sociedade em igualdades de
des fuwdamewtais por todas as pessoas com deficiêwcia”, condições com as demais pessoas.
em conformidade com o item 1 da Convenção.
332
Assim, foi editada, em 6 de julho de 2015, a Lei Além de conceituar pessoas com deficiência, o art.
nº 13.146, com o objetivo de dar cumprimento à 2º trouxe, em seus parágrafos, a maneira como deve
Convenção. ser procedida a avaliação para caracterizar essas
pessoas. O parágrafo primeiro estabelece que a avalia- Art. 3° [...]
ção será realizada por uma equipe multiprofissional II - desenho universal: concepção de produtos,
e interdisciplinar, de modo a considerar os aspectos ambientes, programas e serviços a serem usados
que permeiam o indivíduo (todo o contexto social). Para por todas as pessoas, sem necessidade de adapta-
determinar ou não a deficiência, a equipe analisará três ção ou de projeto específico, iwcluiwdo os recursos
enfoques: biológico, psicológico e social. Vejamos: de tecnologia assistiva.
Art. 2º Cowsidera-se pessoa com deficiêwcia aquela Refere-se ao fato de que o produto ou serviço deve
que tem impedimento de longo prazo de natureza ser utilizado por todas as pessoas, independentemen-
física, mental, intelectual ou sensorial, o qual, em te de ter ou não alguma deficiência.
interação com uma ou mais barreiras, pode obs-
truir sua participação plena e efetiva na sociedade Art. 3° [...]
em igualdade de condições com as demais pessoas. III - tecnologia assistiva ou ajuda técnica: produtos,
§ 1º A avaliação da deficiêwcia, quawdo wecessária, equipamentos, dispositivos, recursos, metodolo-
será biopsicossocial, realizada por equipe multi- gias, estratégias, práticas e serviços que objetivem
profissiowal e iwterdiscipliwar e cowsiderará: promover a funcionalidade, relacionada à ativida-
I - os impedimentos nas funções e nas estruturas de e à participação da pessoa com deficiêwcia ou
do corpo; com mobilidade reduzida, visando à sua autono-
II - os fatores socioambientais, psicológicos e pessoais; mia, independência, qualidade de vida e inclusão
III - a limitação no desempenho de atividades; e social.
IV - a restrição de participação.
§ 2º O Poder Executivo criará instrumentos para Trata-se, aqui, da possibilidade de adaptar deter-
avaliação da deficiêwcia. minado produto ou serviço às necessidades da pessoa
com deficiência, para que possa exercê-lo de forma
O parágrafo segundo, por sua vez, estabelece que autônoma.
compete ao Poder Executivo a criação dos instrumen-
tos normativos para a verificação da deficiência. Art. 3° [...]
IV - barreiras: qualquer entrave, obstáculo, atitude ou
comportamento que limite ou impeça a participação
Importante! social da pessoa, bem como o gozo, a fruição e o exer-
cício de seus direitos à acessibilidade, à liberdade de
A competência é do Poder Executivo e não do Poder movimento e de expressão, à comunicação, ao acesso
Legislativo. à informação, à compreensão, à circulação com segu-
rawça, ewtre outros, classificadas em:
a) barreiras urbanísticas: as existentes nas vias e
O art. 3° apresenta outros conceitos para aplicação nos espaços públicos e privados abertos ao público
e entendimento da legislação. São eles: ou de uso coletivo;
b) barreiras arquitetônicas: as existentes nos edifí-
acessibilidade; cios públicos e privados;
desenho universal; c) barreiras nos transportes: as existentes nos siste-
tecnologia assistiva ou ajuda técnica; mas e meios de transportes;
d) barreiras nas comunicações e na informação:
barreiras;
qualquer entrave, obstáculo, atitude ou comporta-
comunicação;
mewto que dificulte ou impossibilite a expressão ou
adaptações razoáveis; o recebimento de mensagens e de informações por
elemento de urbanização; intermédio de sistemas de comunicação e de tecno-
mobiliário urbano; logia da informação;
pessoa com mobilidade reduzida; e) barreiras atitudinais: atitudes ou comportamen-
residências inclusivas; tos que impeçam ou prejudiquem a participação
moradia para a vida independente da pessoa com social da pessoa com deficiêwcia em igualdade de
deficiência; condições e oportunidades com as demais pessoas;
atendente pessoal; profissional de apoio escolar; f) barreiras tecwológicas: as que dificultam ou impe-
acompanhante. dem o acesso da pessoa com deficiêwcia às tecwologias.
As residências inclusivas têm caráter de assistência para aquelas pessoas com deficiência que são dependen-
tes, porém, não possuem vínculos familiares capazes de lhes dar suporte.
Art. 3° [...]
XI - moradia para a vida iwdepewdewte da pessoa com deficiêwcia: moradia com estruturas adequadas capazes de
proporcionar serviços de apoio coletivos e individualizados que respeitem e ampliem o grau de autonomia de jovens
e adultos com deficiêwcia.
Diferentemente da residência inclusiva, a moradia proporciona serviços de apoio à pessoa com deficiência, os
quais ampliarão o seu grau de autonomia.
Art. 3° [...]
XII - atendente pessoal: pessoa, membro ou não da família, que, com ou sem remuneração, assiste ou presta cuida-
dos básicos e essewciais à pessoa com deficiêwcia wo exercício de suas atividades diárias, excluídas as técwicas ou os
procedimewtos idewtificados com profissões legalmewte estabelecidas.
XIII - profissiowal de apoio escolar: pessoa que exerce atividades de alimewtação, higiewe e locomoção do estudawte
com deficiêwcia e atua em todas as atividades escolares was quais se fizer wecessária, em todos os wíveis e modali-
dades de ewsiwo, em iwstituições públicas e privadas, excluídas as técwicas ou os procedimewtos idewtificados com
profissões legalmewte estabelecidas.
XIV - Acompanhante: aquele que acompawha a pessoa com deficiêwcia, podewdo ou wão desempewhar as fuwções de
atendente pessoal.
Art. 4° [...]
§ 1° [...] toda forma de distinção, restrição ou exclusão, por ação ou omissão, que tenha o propósito ou o efeito de
prejudicar, impedir ou anular o reconhecimento ou o exercício dos direitos e das liberdades fundamentais de pessoa
com deficiêwcia, [...].
Inclui-se, ainda, como forma de discriminação, a recusa de adaptações razoáveis e de fornecimento de tecno-
logias assistivas, tanto pelo próprio Estado, como pelo particular.
Para facilitar na fixação desse conceito, vamos esquematizá-lo para você:
Impedir, prejudicar
Ação ou anular o
DISTINÇÃO Distinção reconhecimento ou o
EM RAZÃO Restrição exercício dos direitos e
DA Exclusão das liberdades
DEFICIÊNCI fundamentais
Omissão de pessoa com
deficiência
334
É importante esclarecer que a igualdade trazida pela Lei nº 13.146, de 2015, não é impositiva, ou seja, as
ações afirmativas constantes da lei não são obrigatórias às pessoas com deficiência, pois, se elas não quiserem se
beneficiar dos direitos elencados, não serão obrigadas. Por exemplo: a pessoa com deficiência não é obrigada a se
inscrever para vagas reservadas, podendo concorrer às vagas de ampla concorrência se assim desejar.
O art. 5º, por sua vez, trata da proteção da pessoa com deficiência, de modo a afastar toda forma de tortura
ou outro mecanismo de redução da dignidade da pessoa humana ao assegurar a proteção contra negligência,
discriminação, exploração, violência, tortura, crueldade, opressão e tratamento desumano ou degradante. Seu
parágrafo único traz um conceito importante: especialmente vulneráveis.
Considerando que a pessoa com deficiência já é vulnerável e, por essa razão, merece a proteção especial,
maior deve ser a proteção das crianças, adolescentes, mulheres e idosos quando estes possuem deficiência.
Importante é, também, o art. 6º da lei, que concedeu às pessoas com deficiência plena capacidade para o exer-
cício de seus direitos, inclusive para:
Dica
Até a entrada em vigor da Lei nº 13.146, de 2015, as pessoas com deficiência eram tidas, em regra, de forma absoluta, ou
relativamente incapazes pelo Código Civil. Atualmente, a regra é que elas são plenamente capa- zes, só sendo
consideradas relativamente incapazes se, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua vontade.
O art. 7° trouxe o dever de vigilância geral aplicável a todas as pessoas. Em decorrência dele, podem comuni-
car às autoridades qualquer tipo de ameaça ou violação aos direitos da pessoa com deficiência. Ressalta-se que
seu parágrafo único dispõe que, uma vez verificado pelos juízes e tribunais ofensa à Lei, o Ministério Público deve
ser informado para que adote as providências para o devido cumprimento da Lei, inclusive na forma penal.
O art. 8° estabelece que é dever do Estado, da sociedade e da família assegurar a efetivação dos direitos
das pessoas com deficiência.
Do Atendimento Prioritário
Encerrando a parte relativa à igualdade, o art. 9° dispõe sobre o atendimento prioritário, com as finalidades de:
Com exceção da restituição de imposto de renda e da tramitação processual prioritária, todos os demais itens
relativos ao atendimento prioritário são extensivos ao acompanhante da pessoa com deficiência ou ao seu
atendente pessoal. Como consequência, o acompanhante tem direito à preferência de atendimento, ao socorro,
entre outros.
Os arts. 10 ao 78 traçam os direitos das pessoas com deficiência. São eles que estudaremos neste momento.
BANCÁRIO
Veja-os a seguir:
Direitos Fundamentais:
vida;
habitação e reabilitação;
saúde;
educação; 335
moradia; complexidade, para atender às necessidades espe-
trabalho; cíficas da pessoa com deficiêwcia;
assistente social; V - prestação de serviços próximo ao domicílio da
previdência social; pessoa com deficiêwcia, iwclusive wa zowa rural,
cultura, esporte, turismo e lazer; respeitadas a organização das Redes de Atenção à
transporte; Saúde (RAS) nos territórios locais e as normas do
mobilidade; Sistema Único de Saúde (SUS).
acessibilidade. Art. 16 Nos programas e serviços de habilitação e
de reabilitação para a pessoa com deficiêwcia, são
garantidos:
Do Direito à Vida I - organização, serviços, métodos, técnicas e recur-
sos para atender às características de cada pessoa
O direito à vida encontra-se previsto nos arts. 10 com deficiêwcia;
ao 13, da Lei nº 13.146, de 2015, e dele decorrem os II - acessibilidade em todos os ambientes e serviços;
demais direitos, pois, sem a vida, não existiria nenhum III - tecnologia assistiva, tecnologia de reabilitação,
outro. O direito à vida é inviolável, sendo, inclusive, materiais e equipamentos adequados e apoio técni-
garantido constitucionalmente a todas as pessoas. Por co profissiowal, de acordo com as especificidades de
conseguinte, a pessoa com deficiência tem o direito cada pessoa com deficiêwcia;
de lutar pela sua vida, competindo ao Estado o dever IV - capacitação cowtiwuada de todos os profissio-
de adotar toda e qualquer medida para assegurar seu nais que participem dos programas e serviços.
pleno exercício. Art. 17 Os serviços do SUS e do Suas deverão pro-
Importante assinalar que a pessoa com deficiência mover ações articuladas para garantir à pessoa
não é obrigada a ser submetida a qualquer espécie com deficiêwcia e sua família a aquisição de iwfor-
de tratamento ou intervenção forçada, haja vista que mações, orientações e formas de acesso às políticas
é indispensável seu livre consentimento para a rea- públicas dispowíveis, com a fiwalidade de propiciar
sua plena participação social.
lização de qualquer procedimento, exceto nos casos
Parágrafo único. Os serviços de que trata o caput
de atendimento de emergência em saúde e risco de
deste artigo podem fornecer informações e orienta-
morte e nos casos em que se encontra impossibilitada
ções nas áreas de saúde, de educação, de cultura,
de manifestar a sua vontade. Por possui curador, este de esporte, de lazer, de transporte, de previdência
supre o seu consentimento (aplica-se apenas às pes- social, de assistência social, de habitação, de tra-
soas submetidas ao instituto da Curatela). balho, de empreendedorismo, de acesso ao crédito,
Verifica-se, ainda, que compete ao Poder Público de promoção, proteção e defesa de direitos e nas
a proteção das pessoas com deficiência em situações demais áreas que possibilitem à pessoa com defi-
de vulnerabilidade, em especial, aquelas em situações ciência exercer sua cidadania.
de risco, como nos casos de estado de emergência ou
calamidade pública. Esse direito relaciona-se, diretamente, com a ques-
tão da saúde, de modo a envolver a atuação do Siste-
Do Direito à Habilitação e à Reabilitação ma Único de Saúde (SUS) e do Serviço de Acolhimento
do Sistema Único de Assistência Social (SUAS), ambos
O direito à habilitação e reabilitação está dis- responsáveis por prestar informações e orientações
ciplinado nos arts. 14 ao 17, que dizem respeito à adequadas com relação às políticas públicas dispo-
garantia de se adotar medidas que promovam a recu- níveis, de modo a favorecer a plena participação das
peração física, cognitiva e psicológica, bem como a pessoas com deficiência.
proteção, à reabilitação e a reinserção social das pes-
soas com deficiência. Do Direito à Saúde
14.510, de 2022)
Art. 20 As operadoras de planos e seguros privados compreender suas necessidades e carac- terísticas e
de saúde são obrigadas a garantir à pessoa com não o contrário.
deficiêwcia, wo míwimo, todos os serviços e produ-
tos ofertados aos demais clientes. Art. 27 A educação constitui direito da pessoa com
Art. 21 Quando esgotados os meios de atenção à deficiêwcia, assegurados sistema educaciowal iwclusi-
saúde da pessoa com deficiêwcia wo local de resi- vo em todos os níveis e aprendizado ao longo de toda
dência, será prestado atendimento fora de domi- a vida, de forma a alcançar o máximo desenvolvi-
cílio, para fiws de diagwóstico e de tratamewto, mento possível de seus talentos e habilidades físicas, 337
sensoriais, intelectuais e sociais, segundo suas carac- XVI - acessibilidade para todos os estudantes, tra-
terísticas, interesses e necessidades de aprendizagem. balhadores da educação e demais integrantes da
Parágrafo único. É dever do Estado, da família, da comu- comuwidade escolar às edificações, aos ambiewtes e
nidade escolar e da sociedade assegurar educação de às atividades concernentes a todas as modalidades,
qualidade à pessoa com deficiêwcia, colocawdo-a a salvo etapas e níveis de ensino;
de toda forma de violência, negligência e discriminação. XVII - oferta de profissiowais de apoio escolar;
Art. 28 Incumbe ao poder público assegurar, criar, XVIII - articulação intersetorial na implementação
desenvolver, implementar, incentivar, acompanhar de políticas públicas.
e avaliar: § 1º Às instituições privadas, de qualquer nível e
I - sistema educacional inclusivo em todos os níveis modalidade de ensino, aplica-se obrigatoriamente
e modalidades, bem como o aprendizado ao longo o disposto nos incisos I, II, III, V, VII, VIII, IX, X, XI,
de toda a vida; XII, XIII, XIV, XV, XVI, XVII e XVIII do caput deste
II - aprimoramento dos sistemas educacionais, artigo, sendo vedada a cobrança de valores adicio-
visando a garantir condições de acesso, permanên- nais de qualquer natureza em suas mensalidades,
cia, participação e aprendizagem, por meio da ofer- anuidades e matrículas no cumprimento dessas
ta de serviços e de recursos de acessibilidade que determinações.
eliminem as barreiras e promovam a inclusão plena; § 2º Na disponibilização de tradutores e intérpretes
III - projeto pedagógico que institucionalize o aten- da Libras a que se refere o inciso XI do caput deste
dimento educacional especializado, assim como os artigo, deve-se observar o seguinte:
demais serviços e adaptações razoáveis, para aten- I - os tradutores e intérpretes da Libras atuantes na
der às características dos estudawtes com deficiêw- educação básica devem, no mínimo, possuir ensi-
cia e garantir o seu pleno acesso ao currículo em wo médio completo e certificado de proficiêwcia wa
condições de igualdade, promovendo a conquista e
Libras; (Vigência)
o exercício de sua autonomia;
II - os tradutores e intérpretes da Libras, quando
IV - oferta de educação bilíngue, em Libras como
direcionados à tarefa de interpretar nas salas de
primeira língua e na modalidade escrita da língua
aula dos cursos de graduação e pós-graduação,
portuguesa como segunda língua, em escolas e
classes bilíngues e em escolas inclusivas; devem possuir nível superior, com habilitação,
V - adoção de medidas individualizadas e coletivas em prioritariamente, em Tradução e Interpretação em
ambientes que maximizem o desenvolvimento aca- Libras. (Vigência)
dêmico e social dos estudawtes com deficiêwcia, favo- Art. 29 (VETADO).
recendo o acesso, a permanência, a participação e a Art. 30 Nos processos seletivos para ingresso e per-
aprendizagem em instituições de ensino; manência nos cursos oferecidos pelas instituições
VI - pesquisas voltadas para o desenvolvimento de de ewsiwo superior e de educação profissiowal e tec-
novos métodos e técnicas pedagógicas, de mate- nológica, públicas e privadas, devem ser adotadas
riais didáticos, de equipamentos e de recursos de as seguintes medidas:
tecnologia assistiva; I - atewdimewto preferewcial à pessoa com deficiêw-
VII - planejamento de estudo de caso, de elabora- cia nas dependências das Instituições de Ensino
ção de plano de atendimento educacional especia- Superior (IES) e nos serviços;
lizado, de organização de recursos e serviços de II - disponibilização de formulário de inscrição de
acessibilidade e de disponibilização e usabilidade exames com campos específicos para que o cawdi-
pedagógica de recursos de tecnologia assistiva; dato com deficiêwcia iwforme os recursos de acessi-
VIII - participação dos estudawtes com deficiêwcia e bilidade e de tecnologia assistiva necessários para
de suas famílias nas diversas instâncias de atuação sua participação;
da comunidade escolar; III - disponibilização de provas em formatos acessí-
IX - adoção de medidas de apoio que favoreçam o veis para atewdimewto às wecessidades específicas
desenvolvimento dos aspectos linguísticos, cultu- do cawdidato com deficiêwcia;
rais, vocaciowais e profissiowais, levawdo-se em IV - disponibilização de recursos de acessibilidade e de
conta o talento, a criatividade, as habilidades e os tecnologia assistiva adequados, previamente solicita-
iwteresses do estudawte com deficiêwcia; dos e escolhidos pelo cawdidato com deficiêwcia;
X - adoção de práticas pedagógicas inclusivas pelos V - dilação de tempo, conforme demanda apresen-
programas de formação inicial e continuada de tada pelo cawdidato com deficiêwcia, tawto wa reali-
professores e oferta de formação continuada para zação de exame para seleção quanto nas atividades
o atendimento educacional especializado; acadêmicas, mediante prévia solicitação e compro-
XI - formação e disponibilização de professores vação da necessidade;
para o atendimento educacional especializado, de VI - adoção de critérios de avaliação das provas
tradutores e intérpretes da Libras, de guias intér- escritas, discursivas ou de redação que considerem
pretes e de profissiowais de apoio; a siwgularidade liwguística da pessoa com deficiêw-
XII - oferta de ensino da Libras, do Sistema Braille e cia, no domínio da modalidade escrita da língua
de uso de recursos de tecnologia assistiva, de forma portuguesa;
a ampliar habilidades funcionais dos estudantes, VII - tradução completa do edital e de suas retifica-
promovendo sua autonomia e participação; ções em Libras.
XIII - acesso à educação superior e à educação pro-
fissiowal e tecwológica em igualdade de oportuwida- Do Direito à Moradia
des e condições com as demais pessoas;
XIV - inclusão em conteúdos curriculares, em cur-
O direito à moradia, cuja previsão encontra-
sos de wível superior e de educação profissiowal
-se nos arts. 31 ao 33, tem, como objetivo, garantir o
técnica e tecnológica, de temas relacionados à
máximo de autonomia e dignidade à pessoa com defi-
pessoa com deficiêwcia wos respectivos campos de
conhecimento;
ciência. Trata-se de um direito contemplado na Decla-
338 ração Universal de Direitos Humanos, competindo ao
XV - acesso da pessoa com deficiêwcia, em igualda-
de de condições, a jogos e a atividades recreativas, Poder Público sua promoção e efetiva concretização.
esportivas e de lazer, no sistema escolar;
Art. 31 A pessoa com deficiêwcia tem direito à § 2º A pessoa com deficiêwcia tem direito, em igual-
moradia digna, no seio da família natural ou substi- dade de oportunidades com as demais pessoas, a
tuta, com seu cônjuge ou companheiro ou desacom- condições justas e favoráveis de trabalho, incluindo
panhada, ou em moradia para a vida independente igual remuneração por trabalho de igual valor.
da pessoa com deficiêwcia, ou, aiwda, em residêwcia § 3º É vedada restrição ao trabalho da pessoa com
inclusiva. deficiêwcia e qualquer discrimiwação em razão
§ 1º O poder público adotará programas e ações de sua condição, inclusive nas etapas de recruta-
estratégicas para apoiar a criação e a manutenção mento, seleção, contratação, admissão, exames
de moradia para a vida independente da pessoa admissional e periódico, permanência no emprego,
com deficiêwcia. ascewsão profissiowal e reabilitação profissiowal,
§ 2º A proteção integral na modalidade de residên- bem como exigência de aptidão plena.
cia inclusiva será prestada no âmbito do Suas à § 4º A pessoa com deficiêwcia tem direito à participação e
pessoa com deficiêwcia em situação de depewdêwcia ao acesso a cursos, treinamentos, educação continuada,
que não disponha de condições de autossustenta- plawos de carreira, promoções, bowificações e iwcewtivos
bilidade, com vínculos familiares fragilizados ou profissiowais oferecidos pelo empregador, em igualdade
rompidos. de oportunidades com os demais empregados.
Art. 32 Nos programas habitacionais, públicos ou § 5º É garawtida aos trabalhadores com deficiêw-
subsidiados com recursos públicos, a pessoa com cia acessibilidade em cursos de formação e de
deficiêwcia ou o seu respowsável goza de priorida- capacitação.
de na aquisição de imóvel para moradia própria, Art. 35 É fiwalidade primordial das políticas públi-
observado o seguinte: cas de trabalho e emprego promover e garantir
I - reserva de, no mínimo, 3% (três por cento) condições de acesso e de permanência da pessoa
das unidades habitacionais para pessoa com com deficiêwcia wo campo de trabalho.
deficiêwcia; Parágrafo único. Os programas de estímulo ao
II - (VETADO); empreendedorismo e ao trabalho autônomo, incluídos
III - em caso de edificação multifamiliar, garawtia o cooperativismo e o associativismo, devem prever a
de acessibilidade nas áreas de uso comum e nas participação da pessoa com deficiêwcia e a dispowibili-
unidades habitacionais no piso térreo e de acessibi- zação de linhas de crédito, quando necessárias.
lidade ou de adaptação razoável nos demais pisos;
IV - disponibilização de equipamentos urbanos Do Direito à Assistência Social
comunitários acessíveis;
V - elaboração de especificações técwicas wo projeto O direito à assistência social encontra-se con-
que permitam a instalação de elevadores. templado nos arts. 39 e 40, além de fazer parte do rol
§ 1º O direito à prioridade, previsto wo caput deste
dos direitos sociais previstos no art. 6º da Constituição
artigo, será recowhecido à pessoa com deficiêwcia
Federal, de 1988.
beweficiária apewas uma vez.
A assistência social faz parte do subsistema da
§ 2º Nos programas habitacionais públicos, os cri-
Seguridade Social, juntamente com a saúde e a previ-
térios de fiwawciamewto devem ser compatíveis com
os rewdimewtos da pessoa com deficiêwcia ou de sua dência social. Por assistência social entende-se o con-
família. junto de medidas institucionalizadas de assistência
§ 3º Caso wão haja pessoa com deficiêwcia iwteres- gratuita a ser prestada a quem dela necessitar.
sada nas unidades habitacionais reservadas por São seus objetivos: habilitar e reabilitar as pessoas
força do disposto no inciso I do caput deste artigo, com deficiência; reintegrá-las à vida comunitária;
as unidades não utilizadas serão disponibilizadas garantir um benefício mensal àqueles que não têm
às demais pessoas. meios de prover a sua manutenção (hipossuficiente).
Art. 33 Ao poder público compete: Veja os artigos em sua literalidade:
I - adotar as providências necessárias para o cum-
primento do disposto nos arts. 31 e 32 desta Lei; e Art. 39 Os serviços, os programas, os projetos e os
II - divulgar, para os agewtes iwteressados e bewefi- benefícios no âmbito da política pública de assis-
ciários, a política habitacional prevista nas legisla- têwcia social à pessoa com deficiêwcia e sua família
ções federal, estaduais, distrital e municipais, com têm como objetivo a garantia da segurança de ren-
ênfase nos dispositivos sobre acessibilidade. da, da acolhida, da habilitação e da reabilitação, do
desenvolvimento da autonomia e da convivência
Do Direito ao Trabalho familiar e comunitária, para a promoção do acesso
a direitos e da plena participação social.
O direito ao trabalho, disciplinado nos arts. 34 § 1º A assistêwcia social à pessoa com deficiêwcia,
e 35, tem, como característica, o fato de ser incluso. nos termos do caput deste artigo, deve envolver
Como consequência, permite-se que a pessoa com conjunto articulado de serviços do âmbito da Pro-
deficiência tenha efetiva liberdade de escolha quanto teção Social Básica e da Proteção Social Especial,
à profissão ou ao trabalho que deseja desempenhar. ofertados pelo Suas, para a garantia de seguranças
fundamentais no enfrentamento de situações de
ATENDIMENTO
§ 2º O poder público é autorizado a instituir incenti- públicas deverão considerar a adoção do desenho
vos fiscais com vistas a possibilitar a acessibilidade universal.
BANCÁRIO
dos veículos a que se refere o caput deste artigo. Art. 56 A construção, a reforma, a ampliação ou a
Art. 52 As locadoras de veículos são obrigadas a ofe- mudawça de uso de edificações abertas ao público,
recer 1 (um) veículo adaptado para uso de pessoa com de uso público ou privadas de uso coletivo deverão
deficiêwcia, a cada cowjuwto de 20 (viwte) veículos de ser executadas de modo a serem acessíveis.
sua frota. (Vide Decreto nº 9.762, de 2019) (Vigência) § 1º As ewtidades de fiscalização profissiowal das
Parágrafo único. O veículo adaptado deverá ter, no atividades de Engenharia, de Arquitetura e cor-
mínimo, câmbio automático, direção hidráulica, relatas, ao anotarem a responsabilidade técnica
vidros elétricos e comandos manuais de freio e de de projetos, devem exigir a responsabilidade pro-
embreagem. fissiowal declarada de atewdimewto às regras de 341
acessibilidade previstas em legislação e em normas Art. 62 É assegurado à pessoa com deficiêwcia,
técnicas pertinentes. mediante solicitação, o recebimento de contas,
§ 2º Para a aprovação, o licenciamento ou a emis- boletos, recibos, extratos e cobranças de tributos
são de certificado de projeto executivo arquitetô- em formato acessível.
nico, urbanístico e de instalações e equipamentos
temporários ou permanentes e para o licenciamen- Do Acesso à Informação e à Comunicação
to ou a emissão de certificado de cowclusão de obra
ou de serviço, deve ser atestado o atendimento às O direito ao acesso à informação e à comunica-
regras de acessibilidade. ção está disposto nos arts. 63 ao 73, da lei. Trata-se de
§ 3º O poder público, após certificar a acessibi- dispositivos cujo escopo é ampliar a ideia de acessibi-
lidade de edificação ou de serviço, determiwará a lidade à informação, de maneira a contemplar qual-
colocação, em espaços ou em locais de ampla visi- quer serviço ou produto.
bilidade, do símbolo internacional de acesso, na
forma prevista em legislação e em normas técnicas Art. 63 É obrigatória a acessibilidade nos sítios
correlatas.
da internet mantidos por empresas com sede ou
Art. 57 As edificações públicas e privadas de uso representação comercial no País ou por órgãos
coletivo já existentes devem garantir acessibilidade
de goverwo, para uso da pessoa com deficiêwcia,
à pessoa com deficiêwcia em todas as suas depew-
garantindo-lhe acesso às informações disponíveis,
dências e serviços, tendo como referência as nor- conforme as melhores práticas e diretrizes de aces-
mas de acessibilidade vigentes. sibilidade adotadas internacionalmente.
Art. 58 O projeto e a cowstrução de edificação de § 1º Os sítios devem conter símbolo de acessibilidade
uso privado multifamiliar devem atender aos pre- em destaque.
ceitos de acessibilidade, na forma regulamentar. § 2º Telecentros comunitários que receberem recur-
§ 1º As construtoras e incorporadoras responsáveis sos públicos federais para seu custeio ou sua insta-
pelo projeto e pela cowstrução das edificações a que lação e lan houses devem possuir equipamentos e
se refere o caput deste artigo devem assegurar instalações acessíveis.
percentual mínimo de suas unidades internamente § 3º Os telecentros e as lan houses de que trata o
acessíveis, na forma regulamentar. § 2º deste artigo devem garantir, no mínimo, 10%
§ 2º É vedada a cobrança de valores adicionais para (dez por cento) de seus computadores com recursos
a aquisição de unidades internamente acessíveis a de acessibilidade para pessoa com deficiêwcia visual,
que se refere o § 1º deste artigo. sendo assegurado pelo menos 1 (um) equipamento,
Art. 59 Em qualquer intervenção nas vias e nos quando o resultado percentual for inferior a 1 (um).
espaços públicos, o poder público e as empresas Art. 64 A acessibilidade nos sítios da internet de que
concessionárias responsáveis pela execução das trata o art. 63 desta Lei deve ser observada para
obras e dos serviços devem garantir, de forma segu- obtewção do fiwawciamewto de que trata o iwciso III
ra, a fiuidez do trâwsito e a livre circulação e acessi- do art. 54 desta Lei.
bilidade das pessoas, durante e após sua execução. Art. 65 As empresas prestadoras de serviços de
Art. 60 Orientam-se, no que couber, pelas regras de telecomunicações deverão garantir pleno acesso à
acessibilidade previstas em legislação e em normas pessoa com deficiêwcia, cowforme regulamewtação
técnicas, observado o disposto na Lei nº 10.098, de específica.
19 de dezembro de 2000, nº 10.257, de 10 de julho de Art. 66 Cabe ao poder público incentivar a oferta de
2001, e nº 12.587, de 3 de janeiro de 2012: aparelhos de telefowia fixa e móvel celular com aces-
I - os planos diretores municipais, os planos dire- sibilidade que, entre outras tecnologias assistivas,
tores de transporte e trânsito, os planos de mobi- possuam possibilidade de indicação e de ampliação
lidade urbana e os planos de preservação de sítios sonoras de todas as operações e funções disponíveis.
históricos elaborados ou atualizados a partir da Art. 67 Os serviços de radiodifusão de sons e ima-
publicação desta Lei; gens devem permitir o uso dos seguintes recursos,
II - os códigos de obras, os códigos de postura, as leis entre outros:
de uso e ocupação do solo e as leis do sistema viário; I - subtitulação por meio de legenda oculta;
III - os estudos prévios de impacto de vizinhança; II - janela com intérprete da Libras;
IV - as atividades de fiscalização e a imposição de III - audiodescrição.
sanções; e Art. 68 O poder público deve adotar mecanismos de
V - a legislação referente à prevenção contra incên- incentivo à produção, à edição, à difusão, à distribui-
dio e pânico. ção e à comercialização de livros em formatos aces-
§ 1º A concessão e a renovação de alvará de fun- síveis, inclusive em publicações da administração
cionamento para qualquer atividade são condicio- pública ou fiwawciadas com recursos públicos, com
wadas à observação e à certificação das regras de vistas a garawtir à pessoa com deficiêwcia o direito
acessibilidade. de acesso à leitura, à informação e à comunicação.
§ 2º A emissão de carta de habite-se ou de habilita- § 1º Nos editais de compras de livros, inclusive para
ção equivalente e sua renovação, quando esta tiver o abastecimento ou a atualização de acervos de
sido emitida anteriormente às exigências de acessi- bibliotecas em todos os níveis e modalidades de edu-
bilidade, é cowdiciowada à observação e à certifica- cação e de bibliotecas públicas, o poder público deve-
ção das regras de acessibilidade. rá adotar cláusulas de impedimento à participação
Art. 61 A formulação, a implementação e a manu- de editoras que não ofertem sua produção também
tenção das ações de acessibilidade atenderão às em formatos acessíveis.
seguintes premissas básicas: § 2º Consideram-se formatos acessíveis os arquivos
I - eleição de prioridades, elaboração de cronogra- digitais que possam ser reconhecidos e acessados
342 ma e reserva de recursos para implementação das por softwares leitores de telas ou outras tecnolo-
ações; e gias assistivas que vierem a substituí-los, permitindo
II - planejamento contínuo e articulado entre os leitura com voz sintetizada, ampliação de caracte-
setores envolvidos. res, diferentes contrastes e impressão em Braille.
§ 3º O poder público deve estimular e apoiar a I - facilitar o acesso a crédito especializado, inclu-
adaptação e a produção de artigos ciewtíficos em sive com oferta de linhas de crédito subsidiadas,
formato acessível, inclusive em Libras. específicas para aquisição de tecwologia assistiva;
Art. 69 O poder público deve assegurar a disponi- II - agilizar, simplificar e priorizar procedimewtos
bilidade de informações corretas e claras sobre os de importação de tecnologia assistiva, especial-
diferentes produtos e serviços ofertados, por quais- mente as questões atinentes a procedimentos alfan-
quer meios de comunicação empregados, inclusi- degários e sanitários;
ve em ambiewte virtual, cowtewdo a especificação III - criar mecanismos de fomento à pesquisa e à pro-
correta de quantidade, qualidade, características, dução nacional de tecnologia assistiva, inclusive por
composição e preço, bem como sobre os eventuais meio de concessão de linhas de crédito subsidiado e
riscos à saúde e à segurança do consumidor com de parcerias com iwstitutos de pesquisa oficiais;
deficiêwcia, em caso de sua utilização, aplicawdo-se, IV - eliminar ou reduzir a tributação da cadeia pro-
no que couber, os arts. 30 a 41 da Lei nº 8.078, de 11 dutiva e de importação de tecnologia assistiva;
de setembro de 1990. V - facilitar e agilizar o processo de inclusão de
§ 1º Os canais de comercialização virtual e os anún- novos recursos de tecnologia assistiva no rol de
cios publicitários veiculados na imprensa escrita, produtos distribuídos no âmbito do SUS e por
na internet, no rádio, na televisão e nos demais veí- outros órgãos governamentais.
culos de comunicação abertos ou por assinatura Parágrafo único. Para fazer cumprir o disposto
devem disponibilizar, conforme a compatibilidade neste artigo, os procedimentos constantes do plano
do meio, os recursos de acessibilidade de que trata específico de medidas deverão ser avaliados, pelo
o art. 67 desta Lei, a expensas do fornecedor do pro- menos, a cada 2 (dois) anos.
duto ou do serviço, sem prejuízo da observância do
disposto wos arts. 36 a 38 da Lei wº 8.078, de 11 de Do Direito à Participação na vida Pública e Política
setembro de 1990.
§ 2º Os fornecedores devem disponibilizar, median- O direito à participação na vida pública e políti-
te solicitação, exemplares de bulas, prospectos, ca, previsto no art. 76, guarda relação com o exercício
textos ou qualquer outro tipo de material de divul- da cidadania das pessoas com deficiência. A elas são
gação em formato acessível.
garantidos os direitos inerentes a sua capacidade elei-
Art. 70 As instituições promotoras de congressos,
toral ativa e passiva. Para a promoção de tais medidas
semiwários, oficiwas e demais evewtos de watureza
ciewtífico-cultural devem oferecer à pessoa com
de acessibilidade, a competência cabe aos Tribunais
deficiêwcia, wo míwimo, os recursos de tecwologia Regionais Eleitorais.
assistiva previstos no art. 67 desta Lei.
Art. 71 Os cowgressos, os semiwários, as oficiwas Art. 76 O poder público deve garantir à pessoa com
e os demais evewtos de watureza ciewtífico-cultu- deficiêwcia todos os direitos políticos e a oportuwi-
ral promovidos ou fiwawciados pelo poder público dade de exercê-los em igualdade de condições com
devem garantir as condições de acessibilidade e os as demais pessoas.
recursos de tecnologia assistiva. § 1º À pessoa com deficiêwcia será assegurado o
Art. 72 Os programas, as linhas de pesquisa e os direito de votar e de ser votada, inclusive por meio
projetos a serem desenvolvidos com o apoio de das seguintes ações:
agêwcias de fiwawciamewto e de órgãos e ewtidades I - garantia de que os procedimentos, as instala-
integrantes da administração pública que atuem no ções, os materiais e os equipamentos para votação
auxílio à pesquisa devem contemplar temas volta- sejam apropriados, acessíveis a todas as pessoas e
dos à tecnologia assistiva. de fácil compreensão e uso, sendo vedada a insta-
Art. 73 Caberá ao poder público, diretamente ou lação de seções eleitorais exclusivas para a pessoa
em parceria com organizações da sociedade civil, com deficiêwcia;
promover a capacitação de tradutores e intérpre- II - iwcewtivo à pessoa com deficiêwcia a cawdidatar-
tes da Libras, de guias iwtérpretes e de profissiowais -se e a desempenhar quaisquer funções públicas em
habilitados em Braille, audiodescrição, estenotipia todos os níveis de governo, inclusive por meio do uso
e legendagem. de novas tecnologias assistivas, quando apropriado;
III - garawtia de que os prowuwciamewtos oficiais, a
propaganda eleitoral obrigatória e os debates trans-
Da Tecnologia Assistiva
mitidos pelas emissoras de televisão possuam, pelo
menos, os recursos elencados no art. 67 desta Lei;
Os arts. 74 e 75 referem-se à tecnologia assistiva,
IV - garantia do livre exercício do direito ao voto e,
conceituando-a como qualquer forma de apoio neces- para tanto, sempre que necessário e a seu pedido,
sário à promoção da autonomia e independência da permissão para que a pessoa com deficiêwcia seja
pessoa com deficiência. Cabe ao poder público a res- auxiliada na votação por pessoa de sua escolha.
ponsabilidade de desenvolver um plano específico de § 2º O poder público promoverá a participação da
medidas, a ser renovado no período de quatro anos, pessoa com deficiêwcia, iwclusive quawdo iwstitucio-
para facilitar a criação e promoção dessas tecnologias. nalizada, na condução das questões públicas, sem
Além disso, tais procedimentos deverão ser avaliados, discriminação e em igualdade de oportunidades,
ATENDIMENTO
Art. 74 É garawtido à pessoa com deficiêwcia acesso mentais relacionadas à vida pública e à política do
a produtos, recursos, estratégias, práticas, proces- País e em atividades e administração de partidos
sos, métodos e serviços de tecnologia assistiva que políticos;
maximizem sua autonomia, mobilidade pessoal e II - formação de organizações para representar a
qualidade de vida. pessoa com deficiêwcia em todos os wíveis;
Art. 75 O poder público desenvolverá plano especí- III - participação da pessoa com deficiêwcia em
fico de medidas, a ser rewovado em cada período de organizações que a representem.
4 (quatro) awos, com a fiwalidade de: (Regulamento)
343
Da Ciência e Tecnologia Participação indireta do agente na conduta
delituosa ao reforçar ou encorajar uma pes-
Por último, também é estabelecido, na Lei nº
soa a praticar a discriminação: diferentemente
13.146, de 2015, o direito à ciência e tecnologia. Ele da conduta de induzir, aqui, a pessoa instigada já
está previsto nos arts. 77 e 78 e tem, como escopo, esti- tinha a intenção de discriminar, havendo apenas
mular a criação de cursos de pós-graduação na área um reforço/encorajamento. Temos, também, dois
de tecnologia assistiva, bem como o desenvolvimen- agentes, um que reforça e outro que pratica. A con-
to de outras ações com o objetivo de formar recursos duta está no verbo instigar.
humanos qualificados e estruturar as diretrizes dessa
área de conhecimento.
Direta: praticar
A partir do art. 78, inicia-se a parte especial. Nela,
constam disposições acerca do direito de acesso à
Justiça, o reconhecimento igualitário perante a lei e Indireta: induzir
CONDUTAS
ART. 88 —
a tipificação de determinadas condutas, como crimes
ou infrações. No que tange ao acesso à Justiça, compe-
te ao poder público realizar as adaptações e propor- Indireta: instigar
cionar os recursos de tecnologia assistiva necessários
para a plena participação da pessoa com deficiência
no âmbito do Poder Judiciário. Outro ponto importante neste dispositivo é rela-
tivo ao conceito de discriminar. Entende-se como
Quanto ao reconhecimento igualitário perante a
lei, é reflexo do que já encontra disciplinado na Cons- discriminação toda distinção, exclusão ou restrição
tituição Federal. Por conseguinte, a Lei nº 13.146, de baseada na deficiência, objetivando impedir ou obs-
2015, visa garantir à pessoa com deficiência o pleno tar o exercício pleno de direitos.
exercício de suas capacidades.
Art. 88 [...]
§ 1º Aumenta-se a pena em 1/3 (um terço) se a víti-
CRIMES E INFRAÇÕES ADMINISTRATIVAS
ma encontrar-se sob cuidado e responsabilidade
do agente.
Os crimes e as infrações administrativas estão
dispostos nos art. 88 a 91. Dos crimes elencados, ape-
O parágrafo primeiro traz uma hipótese de causa de
nas o do art. 91 tem, como pena, a detenção. Todos os
aumento de pena. Trata-se do fato de o agente, que pra-
demais apresentam pena de reclusão.
ticou uma das condutas elencadas, ser o responsável
(legal ou não) por aquele que sofreu a discriminação. O
Detenção e reclusão são modalidades de penas aumento de 1/3 da pena decorre da proximidade e do
privativas de liberdade; dever de cuidado para com a pessoa com deficiência.
Pena de reclusão é aplicada a condenações mais São exemplos: pais, tutores, curadores, guardiões, pro-
severas, por ser a única a admitir o regime inicial fessores, médicos, cuidadores, entre outros.
de cumprimento fechado. Essa modalidade admite
os três regimes de cumprimento: Art. 88 [...]
§ 2º Se qualquer dos crimes previstos no caput des-
fechado; te artigo é cometido por intermédio de meios de
semiaberto; comunicação social ou de publicação de qual-
aberto. quer natureza:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.
Pena de detenção é aplicada a condenações mais
leves, uma vez que o regime inicial de cumprimen- O parágrafo segundo é uma qualificadora do cri-
to será o semiaberto. A detenção admite os regi- me. Ela diz respeito ao meio utilizado para a prática
mes de cumprimento semiaberto e aberto, não da conduta, pois, ao ser cometido por intermédio de
admitindo o fechado. meios de comunicação social ou de publicação de
qualquer natureza, a conduta atinge mais visibilida-
Vamos ao estudo dos crimes: de, chegando ao conhecimento de um número maior
de pessoas.
Art. 88 Praticar, induzir ou incitar discrimina- Atenção: a qualificadora altera o patamar da pena
ção de pessoa em razão de sua deficiêwcia: (penas mínima e máxima constantes do tipo penal —
Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa. preceito secundário) em razão de novas elementares
acrescentadas, o que faz com que ele seja um tipo
O crime do art. 88 pode ser praticado de três modos: derivado autônomo ou independente. Por outro lado,
a causa de aumento (majorante) é apenas uma hipóte-
Participação direta do agente na conduta deli- se para que a pena possa ser aumentada.
tuosa: aqui, o agente age de modo a discriminar a
pessoa em razão de sua deficiência. A conduta está Art. 88 [...]
no verbo praticar; § 3º Na hipótese do § 2º deste artigo, o juiz poderá
Participação indireta do agente na conduta deli- determinar, ouvido o Ministério Público ou a pedi-
tuosa ao criar “na cabeça de outra pessoa” a ideia do deste, ainda antes do inquérito policial, sob pena
de que ela pratique a discriminação: aqui, temos de desobediência:
dois agentes, um que desperta a atenção de outro I – recolhimento ou busca e apreensão dos exem-
344 para a prática do crime e outro que, efetivamente, plares do material discriminatório;
pratica o crime. A conduta está no verbo induzir; II – interdição das respectivas mensagens ou pági-
nas de informação na internet.
O parágrafo terceiro dispõe a consequência do assistência, mesmo quando possui o dever de cuidado
crime cometido por intermédio de meios de comuni- e proteção.
cação social ou de publicação de qualquer natureza.
Trata-se de medida para evitar a propagação da discri- Art. 91 Reter ou utilizar cartão magnético, qual-
minação, uma vez que, verificada a ocorrência de dis- quer meio eletrônico ou documento de pessoa com
criminação da pessoa com deficiência por estes meios, deficiêwcia destiwados ao recebimewto de bewefícios,
é possível, ao juiz, após ouvido o Ministério Público proventos, pensões ou remuneração ou à realiza-
ou a pedido deste, determinar o recolhimento de todo ção de operações fiwawceiras, com o fim de obter
o material em que está descrita a discriminação. No vantagem indevida para si ou para outrem:
caso de divulgação em site de internet, pode-se deter- Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos,
minar a retirada do ar da página ou do conteúdo. e multa.
Parágrafo único. Aumenta-se a pena em 1/3 (um
terço) se o crime é cometido por tutor ou curador.
Art. 88 [...]
§ 4º Na hipótese do § 2º deste artigo, constitui efeito
da condenação, após o trânsito em julgado da deci- O crime do art. 91 pode ser praticado por duas con-
são, a destruição do material apreendido. dutas: retenção ou utilização. Ocorre quando o agente
fica na posse ou utiliza-se de cartão magnético ou meio
Por fim, o parágrafo quarto refere-se ao que irá eletrônico ou documento pessoal, com a finalidade
acontecer com o material apreendido ou bloqueado. de obter vantagem indevida para si ou para outrem.
Após o trânsito em julgado da decisão (quando esgo- Exemplo: utilização de carteira de passe livre em trans-
tou todos os meios de defesa e não há mais recurso porte coletivo com a intenção de não pagar a passa-
cabível), todo o material apreendido será destruído. gem. Trata-se de crime mais brando do que o do art.
89, pois, aqui, o objetivo não é prejudicar a pessoa com
Art. 89 Apropriar-se de ou desviar bens, proven-
deficiência, mas aferir vantagem com a sua situação.
tos, pensão, benefícios, remuneração ou qualquer Cumpre mencionar, por necessário, que a Lei nº
outro rewdimewto de pessoa com deficiêwcia: 13.146, de 2015, alterou o crime previsto no art. 8°, da
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e Lei nº 7.853, de 1989, que dispõe sobre o apoio às pes-
multa. soas com deficiência. Vejamos:
O crime tipificado no art. 89 pode ser praticado de Art. 8º Constitui crime punível com reclusão de 2
dois modos: por apropriação ou por desvio. Enten- (dois) a 5 (cinco) anos e multa:
de-se por apropriação quando o agente faz da coisa I - recusar, cobrar valores adicionais, suspender,
alheia como se fosse sua, ou seja, apodera-se de bem, procrastinar, cancelar ou fazer cessar inscrição de
aluno em estabelecimento de ensino de qualquer
proventos, pensões, benefícios ou qualquer outro ren-
curso ou grau, público ou privado, em razão de sua
dimento da pessoa com deficiência.
deficiêwcia;
Já no desvio, o agente dá um destino diferente
II - obstar inscrição em concurso público ou acesso
ao bem, proventos, pensões, benefícios ou qualquer de alguém a qualquer cargo ou emprego público,
outro rendimento da pessoa com deficiência. As duas em razão de sua deficiêwcia;
condutas são punidas com pena de reclusão de 1 (um) III - negar ou obstar emprego, trabalho ou promo-
a 4 (quatro) anos. ção à pessoa em razão de sua deficiêwcia;
IV - recusar, retardar ou dificultar iwterwação ou
Art. 89 [...] deixar de prestar assistência médico-hospitalar e
Parágrafo único. Aumenta-se a pena em 1/3 (um ambulatorial à pessoa com deficiêwcia;
terço) se o crime é cometido: V - deixar de cumprir, retardar ou frustrar execu-
I - por tutor, curador, síndico, liquidatário, inven- ção de ordem judicial expedida na ação civil a que
tariante, testamenteiro ou depositário judicial; ou alude esta Lei;
II - por aquele que se apropriou em razão de ofício VI - recusar, retardar ou omitir dados técnicos
ou de profissão. indispensáveis à propositura da ação civil pública
objeto desta Lei, quando requisitados.
O parágrafo único apresenta uma hipótese de cau- § 1º Se o crime for praticado contra pessoa com
sa de aumento de pena de 1/3 no caso de o agente que deficiêwcia mewor de 18 (dezoito) awos, a pewa é
praticou a conduta ser o responsável (legal) da pessoa agravada em 1/3 (um terço).
com deficiência ou ter se aproveitado de ofício ou pro- § 2º A pena pela adoção deliberada de critérios sub-
fissão para o cometimento do crime. jetivos para indeferimento de inscrição, de apro-
vação e de cumprimento de estágio probatório em
Art. 90 Abandonar pessoa com deficiêwcia em concursos públicos não exclui a responsabilidade
hospitais, casas de saúde, entidades de abrigamen- patrimonial pessoal do administrador público
to ou congêneres: pelos danos causados.
Pena – reclusão, de 6 (seis) meses a 3 (três) anos, § 3º Incorre nas mesmas penas quem impede ou
ATENDIMENTO
prover as wecessidades básicas de pessoa com defi- com cobrança de valores diferenciados.
ciência quando obrigado por lei ou mandado. § 4º Se o crime for praticado em atendimento de urgên-
cia e emergência, a pena é agravada em 1/3 (um terço).
O art. 90 tipifica o crime de abandono de pessoa
A nova redação dada ao artigo acrescentou ao
com deficiência, de modo a dar amparo e proteção
inciso I a conduta de cobrar valores adicionais por
a essas pessoas, por vezes incapazes de zelar por sua
parte da instituição de ensino. Exemplos clássicos
vida. Refere-se ao fato de o agente deixar de prestar
são as mensalidades diferenciadas para alunos com
345
transtorno do espectro autista (com valores a mais). O CDC é uma norma relativamente enxuta, composta
O inciso II se refere à discriminação com relação a por 119 (cento e dezenove) artigos estruturados em seis
emprego, trabalho ou promoção. O inciso III ao aten- títulos. Em concursos públicos, a cobrança do CDC envol-
dimento médico e ambulatorial. O inciso IV à omissão ve, basicamente, os tópicos conceituais; as hipóteses de
de dados quando estes são essenciais à propositura de aplicabilidade e a própria letra da lei (legislação “seca”).
ação civil pública ou quando houver requisição. Deste modo, o presente estudo será voltado para esses
A Lei nº 13.146, de 2015, acrescentou parágrafos ao pontos, em especial, os dois primeiros títulos da norma.
art. 8º, da Lei nº 7.853, de 1989, estabelecendo causas Antes de iniciar o estudo, no entanto, é preciso ter
de aumento de pena ao crime. em mente que, para melhor compreender a legisla-
ção, é primordial entender sua estrutura e identifi-
Por fim, é importante mencionar que todos os cri-
car as suas ideias mais importantes. Por essa razão,
mes disciplinados pela mencionada Lei são crimes de
é extremamente importante ler o texto de lei e tentar
Ação Penal Pública Incondicionada, ou seja, compete
compreender os pontos mais importantes dos artigos,
ao Ministério Público promover a ação independente- sem precisar, contudo, decorá-los.
mente da vontade da vítima. Feitas essas considerações iniciais, bons estudos!
Com relação à qualidade do produto e serviço, à Art. 10 O fornecedor não poderá colocar no mer-
prevenção e à reparação dos danos, os arts. 8º a 11 tra- cado de consumo produto ou serviço que sabe ou
tam da Proteção à Saúde e Segurança, estabelecendo deveria saber apresentar alto grau de nocividade
as regras preventivas. ou periculosidade à saúde ou segurança.
§ 1º O fornecedor de produtos e serviços que, pos-
Art. 8º Os produtos e serviços colocados no mer- teriormente à sua introdução no mercado de con-
cado de consumo não acarretarão riscos à saúde sumo, tiver conhecimento da periculosidade que
ou segurança dos consumidores, exceto os conside- apresentem, deverá comunicar o fato imediatamen-
rados normais e previsíveis em decorrência de sua te às autoridades competentes e aos consumidores,
natureza e fruição, obrigando-se os fornecedores, mediante anúncios publicitários.
em qualquer hipótese, a dar as informações neces- § 2º Os anúncios publicitários a que se refere o § ante-
sárias e adequadas a seu respeito. rior serão veiculados na imprensa, rádio e televisão,
§ 1º Em se tratando de produto industrial, ao fabri- às expensas do fornecedor do produto ou serviço.
cante cabe prestar as informações a que se refere § 3º Sempre que tiverem conhecimento de periculosi-
este artigo, através de impressos apropriados que dade de produtos ou serviços à saúde ou segurança dos
devam acompanhar o produto. consumidores, a União, os Estados, o Distrito Federal
§ 2º O fornecedor deverá higienizar os equipamentos e os Municípios deverão informá-los a respeito.
e utensílios utilizados no fornecimento de produtos
ou serviços, ou colocados à disposição do consumi- Trata-se do chamado recall.
dor, e informar, de maneira ostensiva e adequada, Se, por um lado, o CDC busca privilegiar a preven-
quando for o caso, sobre o risco de contaminação. ção, por outro, sabe-se que danos podem ocorrer. Por
esse motivo, um dos direitos fundamentais do consu-
Observa-se que o art. 8º traz a regra de que o pro- midor é a reparação integral, sendo que a responsabi-
duto ou o serviço da relação de consumo não devem lidade é solidária, conforme estudado no inciso VI, do
acarretar risco à saúde ou à segurança dos consumi- art. 6º, e parágrafo único, do art. 7º, respectivamente.
dores. No entanto, existem riscos considerados nor- Assim sendo, o CDC dedicou seção própria para dis-
mais e previsíveis, que são da própria natureza de ciplinar a responsabilidade civil do fornecedor/
determinados produtos ou serviços, como, por exem- prestador.
plo, uma serra ou um processador de alimentos, que
podem trazer determinado risco no seu manuseio.
Existe, também, produto ou serviço cujo grau de peri- Importante!
culosidade ou de nocividade é mais acentuada, tais como
no caso dos agrotóxicos ou dos serviços de dedetização.
A responsabilidade pode ser apurada em três esferas:
Nesses casos, face à utilidade gerada com sua colocação
civil, penal e administrativa. O CDC tra- ta, nos arts.
no mercado, é necessário que o produto ou serviço seja
12 a 25, da responsabilidade civil, ou seja, da
acompanhado de informações ostensivas e adequadas responsabilidade de indenizar caso a conduta gere um
sobre sua nocividade e periculosidade, sem prejuízo de dano ao consumidor.
outras medidas no caso concreto, nos termos do art. 9º.
Antes de iniciar o estudo sobre a responsabilidade
Art. 9º O fornecedor de produtos e serviços poten-
civil do fornecedor, é preciso distinguir o vício e o fato
cialmente nocivos ou perigosos à saúde ou segu-
rança deverá informar, de maneira ostensiva e do produto ou serviço.
adequada, a respeito da sua nocividade ou pericu- Vício refere-se a uma impropriedade ou inadequa-
losidade, sem prejuízo da adoção de outras medi- ção do objeto de consumo quanto à sua qualidade ou
das cabíveis em cada caso concreto. quantidade, atingindo a esfera econômica do consu-
midor, como, por exemplo, um aparelho eletrônico
A Lei nº 13.486, de 2017, inseriu os dois parágra- que não liga ou não funciona adequadamente ou um
fos constantes do art. 8º, do CDC. O primeiro trata alimento embalado como 1 (um) quilo, mas que con-
da obrigação do fabricante de produto industrial de tém somente 900 (novecentos) gramas.
prestar as informações relativas à segurança por meio Fato diz respeito ao denominado acidente de con-
de impressos apropriados que o acompanhem. Já o sumo, ou seja, um defeito no produto ou serviço que
segundo trata da exigência de higienização dos equi- vai atingir a saúde ou a segurança do consumidor,
pamentos e utensílios utilizados no fornecimento de como, por exemplo, um aparelho eletrônico montado
produtos ou serviços, informando ostensiva e adequa- de forma errada e que pode explodir ou um alimento
damente sobre eventual risco de contaminação. contaminado.
O art. 10 trata da hipótese de a periculosidade ou Os arts. 12, 13, 14 e 17 tratam da responsabilidade
ATENDIMENTO
nocividade do produto ou serviço extrapolar o razoá- civil pelo fato do produto ou serviço:
vel. Nesse caso, o CDC veda expressamente a sua colo-
BANCÁRIO
cação no mercado, como, por exemplo, nos casos de Art. 12 O fabricante, o produtor, o construtor,
medicamentos proibidos em que os efeitos colaterais nacional ou estrangeiro, e o importador respon-
dem, independentemente da existência de culpa,
superam os benefícios trazidos.
pela reparação dos danos causados aos consumido-
No entanto, existem casos em que esse risco só
res por defeitos decorrentes de projeto, fabricação,
é detectado após a colocação do produto ou serviço construção, montagem, fórmulas, manipulação,
no mercado. Nessa hipótese, o fornecedor é obriga- apresentação ou acondicionamento de seus pro-
do a comunicar o fato imediatamente às autoridades dutos, bem como por iwformações iwsuficiewtes ou
competentes e aos consumidores, mediante anúncios inadequadas sobre sua utilização e riscos. 351
§ 1º O produto é defeituoso quando não oferece a embora tenha colocado o produto no mercado, o defei-
segurança que dele legitimamente se espera, levan- to inexiste, ou seja, que o produto foi devidamente
do-se em consideração as circunstâncias relevan- fabricado ou o serviço foi regularmente prestado;
tes, entre as quais: a culpa é exclusiva do consumidor ou de tercei-
I - sua apresentação; ro, como, por exemplo, o aparelho quando é utili-
II - o uso e os riscos que razoavelmente dele se zado em voltagem incorreta e pega fogo.
esperam;
III - a época em que foi colocado em circulação.
O art. 13 trata da responsabilidade objetiva do
§ 2º O produto não é considerado defeituoso pelo
fato de outro de melhor qualidade ter sido colocado comerciante. Como regra, o acidente de consumo
no mercado. ocorre por um defeito no processo de fabricação do
§ 3º O fabricante, o construtor, o produtor ou produto. Deste modo, quando se trata de fato do pro-
importador só não será responsabilizado quando duto, diferentemente do que ocorre com o vício, a
provar: responsabilidade principal é sempre do fabricante,
I - que não colocou o produto no mercado; construtor, produtor ou importador, respondendo
II - que, embora haja colocado o produto no merca- o comerciante apenas quando o fabricante, o cons-
do, o defeito inexiste; trutor, o produtor ou o importador não puderem ser
III - a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro. identificados ou, podendo, não o são de fato.
Geralmente, é o caso dos produtos “in natura”, isto é,
Tipos de Responsabilidade Civil no CDC aqueles colocados no mercado sem processos industriais
ou de transformação, como uma refeição servida em res-
Responsabilidade objetiva (3 elementos): taurante ou a venda de cereais a granel no varejo.
conduta (ação ou omissão) + dano (resulta- Também há responsabilidade do comerciante no
do) + nexo de causalidade (a conduta gerou o caso de produto fornecido sem identificação clara do
resultado); seu fabricante, produtor, construtor ou importador.
Responsabilidade subjetiva (4 elementos): Por fim, há a responsabilidade no caso de má conser-
conduta (ação ou omissão) + dano (resultado) + vação do produto, como nas hipóteses de produto com
nexo de causalidade (a conduta gerou o resul- lacre violado ou mau acondicionado.
tado) + culpa em sentido amplo (dolo ou culpa).
Art. 13 O comerciante é igualmente responsável,
O art. 12, do CDC, trata do fato do produto ao atri- nos termos do artigo anterior, quando:
buir a responsabilidade objetiva do fabricante, I - o fabricante, o construtor, o produtor ou o
produtor, construtor (nacional ou estrangeiro) ou importador wão puderem ser idewtificados;
importador pelos danos causados aos consumidores II - o produto for forwecido sem idewtificação clara do
por defeitos decorrentes de projeto, fabricação, cons- seu fabricante, produtor, construtor ou importador;
III - não conservar adequadamente os produtos
trução, montagem, fórmulas, manipulação, apresen-
perecíveis.
tação ou acondicionamento de seus produtos, bem
Parágrafo único. Aquele que efetivar o pagamento
como por informações insuficientes ou inadequadas ao prejudicado poderá exercer o direito de regresso
sobre sua utilização e seus riscos. Trata-se, portanto, contra os demais responsáveis, segundo sua parti-
de produto defeituoso, cuja responsabilidade inde- cipação na causação do evento danoso.
pende da existência de culpa.
Observa-se que o art. 12 é bem abrangente, uma
vez que busca atingir toda a cadeia produtiva, isto é, Importante!
desde a concepção do produto até a sua divulgação.
Assim, trata-se de rol meramente exemplificativo. Em decorrência da dificuldade de prova, o pará- grafo
Complementando o caput do art. 12, o § 1º concei- único, do art. 13, estabelece a possibilidade de o
tua como produto defeituoso aquele cujo risco excede consumidor ingressar com a demanda em face de
ao esperado. Portanto, são aqueles que extrapolam todos os integrantes da cadeia de produ-
os riscos normais do produto em si, ou seja, aos ris- ção/fornecimento por meio de ação regressiva, de
cos decorrentes da própria natureza do produto, ten- modo a resolver entre si a questão em confor- midade
do em consideração sua apresentação, uso e riscos com sua participação no evento danoso.
razoáveis e a época em que foi colocado em circula-
ção, como, por exemplo, triturador de alimentos com
a hélice solta, bateria de celular com sobrecarga ou Art. 14 O fornecedor de serviços responde, indepen-
automóvel cujo airbag não funciona adequadamente. dentemente da existência de culpa, pela reparação
Em contrapartida, o § 2º exclui do conceito de dos danos causados aos consumidores por defeitos
defeito o produto ou serviço que é colocado no mer- relativos à prestação dos serviços, bem como por
cado quando existe outro de melhor qualidade. Expli- iwformações iwsuficiewtes ou iwadequadas sobre
cando melhor: o fato de existirem computadores ou sua fruição e riscos.
telefones celulares com novas tecnologias não torna § 1º O serviço é defeituoso quando não fornece a
os produtos anteriores defeituosos. segurança que o consumidor dele pode esperar,
levando-se em consideração as circunstâncias rele-
O § 3º, por sua vez, trata das hipóteses de excluden-
vantes, entre as quais:
te de responsabilidade. Assim, para afastar sua obri-
I - o modo de seu fornecimento;
gação de indenizar, deve o fornecedor provar que: II - o resultado e os riscos que razoavelmente dele
se esperam;
352 não colocou o produto no mercado, como, por exem- III - a época em que foi fornecido.
plo, nos casos decorrentes de falsificação do produto; § 2º O serviço não é considerado defeituoso pela
adoção de novas técnicas.
§ 3º O fornecedor de serviços só não será responsa- impróprios ou inadequados ao consumo a que se des-
bilizado quando provar: tinam ou lhes diminuam o valor, assim como por
I - que, tendo prestado o serviço, o defeito inexiste; aqueles decorrentes da disparidade, com a indicações
II - a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro. constantes do recipiente, da embalagem, rotulagem
§ 4º A respowsabilidade pessoal dos profissiowais ou mensagem publicitária, respeitadas as variações
liberais será apurada mediawte a verificação de decorrentes de sua natureza, podendo o consumidor
culpa. exigir a substituição das partes viciadas.
§ 1º Não sendo o vício sanado no prazo máximo de
O art. 14, do CDC, trata da responsabilidade obje- trinta dias, pode o consumidor exigir, alternativa-
tiva do fornecedor do serviço. Assim como ocorre mente e à sua escolha:
com o produto, o acidente de consumo decorrente I - a substituição do produto por outro da mesma
de fato ou vício do serviço impõe, também, a respon- espécie, em perfeitas condições de uso;
sabilização do fornecedor, independentemente da II - a restituição imediata da quantia paga, mone-
tariamente atualizada, sem prejuízo de eventuais
existência de culpa, pela reparação dos danos causa-
perdas e danos;
dos aos consumidores pela existência de defeito ou
III - o abatimento proporcional do preço.
informações insuficientes ou inadequadas. Exemplo: § 2º Poderão as partes convencionar a redução ou
serviço de dedetização com aplicação de veneno em ampliação do prazo previsto no § anterior, não
dosagem acima do recomendado, de modo a causar podendo ser inferior a sete nem superior a cento
intoxicação ao consumidor. e oitenta dias. Nos contratos de adesão, a cláusula
O § 1º, do art. 14, traz o conceito de serviço defei- de prazo deverá ser convencionada em separado,
tuoso, ou seja, aquele que não fornece a segurança por meio de manifestação expressa do consumidor.
esperada ao consumidor, tendo em vista as circuns- § 3º O consumidor poderá fazer uso imediato das
tâncias relevantes, entre as quais o modo do seu for- alternativas do § 1º deste artigo sempre que, em
necimento, o resultado e risco que dele são esperados razão da extensão do vício, a substituição das par-
e a época em que foi fornecido. Exemplo: ausência de tes viciadas puder comprometer a qualidade ou
informação adequada sobre a profundidade de uma características do produto, diminuir-lhe o valor ou
piscina em um hotel, causando lesão ao hóspede que se tratar de produto essencial.
mergulhou no local. § 4º Tendo o consumidor optado pela alternativa
O § 2º, do art. 14, é semelhante ao do art. 13. do inciso I do § 1º deste artigo, e não sendo possível
Enquanto este se refere ao produto, aquele trata da a substituição do bem, poderá haver substituição
evolução das técnicas de execução de um serviço. por outro de espécie, marca ou modelo diversos,
mediante complementação ou restituição de even-
Assim, não se pode considerar defeituoso o serviço
tual diferença de preço, sem prejuízo do disposto
somente pelo fato de existirem técnicas mais moder-
nos incisos II e III do § 1º deste artigo.
nas para sua execução.
§ 5º No caso de fornecimento de produtos in natura,
Já o § 3º, do art. 14, trata das hipóteses de exclu- será responsável perante o consumidor o fornece-
dentes de responsabilidade. De acordo com o dor imediato, exceto quawdo idewtificado claramew-
dispositivo, o fornecedor de serviços não será respon- te seu produtor.
sabilizado se provar que, tendo prestado o serviço, o § 6º São impróprios ao uso e consumo:
defeito inexiste ou a culpa é exclusiva do consumidor I - os produtos cujos prazos de validade estejam
ou de terceiro. vencidos;
O § 4º traz uma exceção à responsabilidade obje- II - os produtos deteriorados, alterados, adultera-
tiva do prestador de serviço, ou seja, a responsabi- dos, avariados, falsificados, corrompidos, frauda-
lidade subjetiva do profissional liberal. Portanto, dos, nocivos à vida ou à saúde, perigosos ou, ainda,
deve ser apurada a culpa dos profissionais liberais aqueles em desacordo com as normas regulamen-
para imputar a responsabilidade. Exemplo: serviço tares de fabricação, distribuição ou apresentação;
prestado por um médico em seu consultório; a res- III - os produtos que, por qualquer motivo, se reve-
ponsabilidade é subjetiva, devendo verificar se houve lem iwadequados ao fim a que se destiwam.
negligência, imprudência ou imperícia. Art. 19 Os fornecedores respondem solidariamente
pelos vícios de quantidade do produto sempre que,
Por fim, o art. 17 traz a noção de consumidor para
respeitadas as variações decorrentes de sua natu-
proteger todas as vítimas do evento. Trata-se do deno-
reza, seu conteúdo líquido for inferior às indicações
minado consumidor bystander, ou seja, aquela vítima constantes do recipiente, da embalagem, rotulagem
que não participou diretamente do negócio, mas sofreu ou de mensagem publicitária, podendo o consumi-
as consequências do evento danoso. São exemplos: dor exigir, alternativamente e à sua escolha:
I - o abatimento proporcional do preço;
aparelho celular que explode com terceiro que não II - complementação do peso ou medida;
aquele que comprou o aparelho; III - a substituição do produto por outro da mesma
avião que cai em uma residência e mata, além de espécie, marca ou modelo, sem os aludidos vícios;
seus passageiros, os moradores do local. IV - a restituição imediata da quantia paga, mone-
tariamente atualizada, sem prejuízo de eventuais
ATENDIMENTO
VÍCIO DO PRODUTO OU DO SERVIÇO — INADE- Art. 29 Para os fiws deste Capítulo e do seguiwte,
QUAÇÃO COM OS FINS ESPERADOS equiparam-se aos consumidores todas as pessoas
determináveis ou não, expostas às práticas nele
30 produtos e serviços previstas.
não duráveis
Decadência
90 para produtos e servi- ços Observa-se, portanto, que o art. 29 é mais uma das
duráveis hipóteses que amplia o conceito de consumidor. Tra-
ta-se de equiparar ao consumidor do art. 2º todas as
Fato do produto ou do serviço — acidente de consumo pessoas, determináveis ou não, expostas às práticas
previstas no CDC, ou seja, os consumidores em poten-
Prescrição 5 anos cial que, embora não tenham concretizado a relação
de consumo, encontram-se exposto às práticas do
O art. 28, do CDC, trata da Desconsideração da mercado, tais como oferta e publicidade.
Personalidade Jurídica: As regras acerca da oferta são tratadas nos arts.
30 a 35, do CDC. Vejamos os dispositivos:
Art. 28 O juiz poderá desconsiderar a personalidade
jurídica da sociedade quando, em detrimento do con- Art. 30 Toda iwformação ou publicidade, suficiew-
sumidor, houver abuso de direito, excesso de poder, temente precisa, veiculada por qualquer forma ou
infração da lei, fato ou ato ilícito ou violação dos meio de comunicação com relação a produtos e ser-
estatutos ou contrato social. A desconsideração tam- viços oferecidos ou apresentados, obriga o fornece-
bém será efetivada quando houver falência, estado de dor que a fizer veicular ou dela se utilizar e iwtegra
insolvência, encerramento ou inatividade da pessoa o contrato que vier a ser celebrado.
jurídica provocados por má administração.
§ 1º(Vetado). O princípio da vinculação da oferta está previs-
§ 2º As sociedades integrantes dos grupos societários e to no art. 30, do CDC. Por oferta, entende-se toda e
as sociedades controladas, são subsidiariamente res- qualquer manifestação de vontade do fornecedor com
ponsáveis pelas obrigações decorrentes deste código.
o objetivo de externar sua intenção de contratar e as
§ 3º As sociedades consorciadas são solidariamen-
condições deste negócio jurídico. Em síntese, é uma
te responsáveis pelas obrigações decorrentes deste
código.
espécie de informação pré-contratual.
§ 4º As sociedades coligadas só responderão por A oferta possui as seguintes características:
culpa.
§ 5º Também poderá ser desconsiderada a pessoa deve abranger toda informação ou publicidade,
jurídica sempre que sua personalidade for, de algu- desde que suficientemente precisa, de modo a
ma forma, obstáculo ao ressarcimento de prejuízos identificar o produto ou serviço ofertado pelo for-
causados aos consumidores. necedor, e veiculada por qualquer forma ou meio
de comunicação, como, por exemplo, jornal, televi-
Trata-se da possibilidade de atingir o patrimônio são, folheto, cartaz, entre outros;
particular das pessoas que compõem o quadro socie- a oferta obriga o fornecedor a cumprir integral-
tário de determinada empresa, sempre que haja des- mente a oferta veiculada. Exemplo: ofertou produto
vio de finalidade ou abuso de direito em relação à a R$ 100,00, mesmo que alegue que o valor correto
autonomia patrimonial conferida à pessoa jurídica. seria R$ 130,00, é obrigado a cumprir integralmen-
Assim, o art. 28 busca resguardar a situação do te a oferta, pouco importando a alegação de que o
consumidor frente aos atos dolosos do fornecedor, anúncio saiu com erro. Fornecedor fez a oferta e
quer abusivos, quer fraudulentos, quer ilícitos. Além vinculou, sua responsabilidade é objetiva, ou seja,
disso, resguarda o consumidor no caso de atos culpo- independe de culpa/dolo na oferta errada, salvo no
sos graves, tais como a má administração, que levem caso de a oferta possuir erro grosseiro, patente e
à falência, insolvência ou extinção da pessoa jurídi- identificável, como, por exemplo, vinculou o produ-
ca, permitindo também a desconsideração da pessoa to por R$ 100,00, mas ele custa R$ 1.000,00;
jurídica. a oferta integra o contrato que vier a ser celebrado,
A desconsideração da personalidade jurídica pre- mesmo que não constante expressamente do teor
vista no CDC é diferente da disposta no Código Civil. das cláusulas contratuais. Exemplo: no momento
A do CDC é chamada teoria menor; sua amplitude é da oferta o vendedor afirma ao consumidor que na
maior que a do CC, tendo em vista que ao consumi- aquisição do veículo terá tanque cheio, ou seja, a
dor não é necessário fazer prova quanto ao abuso de concessionária se compromete a entregá-lo com o
direito, fraude ou confusão patrimonial. tanque de combustível completo, mesmo que isso
não conste do contrato a ser celebrado.
356
Art. 31 A oferta e apresentação de produtos ou O CDC não estabelece um prazo para que o for-
serviços devem assegurar informações corretas, necedor e/ou importador continuem com o dever de
claras, precisas, ostensivas e em língua portuguesa reposição das peças. No entanto, tanto a doutrina
sobre suas características, qualidades, quantidade, como a jurisprudência entendem que o critério a ser
composição, preço, garantia, prazos de validade utilizado é o da vida útil do bem. Portanto, se a dura-
e origem, entre outros dados, bem como sobre os bilidade média deste equipamento é de 5 (cinco) anos,
riscos que apresentam à saúde e segurança dos ele é obrigado a ofertar ao mercado peças de reposi-
consumidores. ção por este prazo.
Parágrafo único. As informações de que trata este
O art. 33 trata da oferta ou venda por telefone ou
artigo, nos produtos refrigerados oferecidos ao
reembolso postal. Seu objetivo é garantir a transpa-
consumidor, serão gravadas de forma indelével.
rência nas relações de consumo, de modo que haja a
correta identificação do fabricante e do seu domicílio
O art. 31, por sua vez, trata das características da
empresarial na embalagem, publicidade ou em todos
oferta e do modo de apresentação dos produtos e ser-
os seus impressos.
viços. São característica da oferta:
Já o seu parágrafo único proíbe a publicidade de
bens e serviços por telefone, quando a chamada for
informação correta, ou seja, verdadeira, não
onerosa ao consumidor que a origina. Exemplo: ope-
podendo ser enganosa.
radora de celular que liga para oferecer um determi-
nado produto ao cliente quando este se encontra fora
Puffiwg é uma técnica admitida no ordenamento da área de cobertura gratuita, de modo a pagar pela
jurídico em que há um exagero publicitário, deno- chamada realizada pela própria operadora.
minado dolus bonus. Exemplo: “melhor hambúrguer
do mundo!”, “melhor sorvete que existe”. No entanto,
Art. 33 Em caso de oferta ou venda por telefone ou
esta técnica só é permitida se a informação que cons-
reembolso postal, deve constar o nome do fabrican-
ta na mensagem for um dado subjetivo, isto é, aquele te e endereço na embalagem, publicidade e em todos
que varia de pessoa para pessoa. Portanto, pode ser os impressos utilizados na transação comercial.
melhor hambúrguer do mundo para Fulano e não ser Parágrafo único. É proibida a publicidade de bens e
para Beltrano; serviços por telefone, quando a chamada for onero-
sa ao consumidor que a origina.
informação clara e de entendimento de imediato;
informação precisa e exata. Exemplo: pacote com O art. 34, do CDC, trata da responsabilidade pelos
20kg; atos dos prepostos ou representantes autônomos.
informação ostensiva, sendo de fácil percepção e Assim, o fornecedor é solidariamente responsável
captação; pelos atos de seus agentes.
informação em língua portuguesa;
Art. 34 O fornecedor do produto ou serviço é soli-
dariamente responsável pelos atos de seus prepos-
Importante! tos ou representantes autônomos.
É possível a utilização de língua estrangeira para
Por fim, o art. 35 estabelece as opções que tem o
produtos e serviços importados, porém de forma consumidor diante da recusa do fornecedor em cum-
excepcional. prir a oferta veiculada. Neste caso, pode o consumi-
dor, alternativamente e à sua livre escolha:
Informação indelével, ou seja, que não se apaga
optar por exigir o cumprimento forçado da oferta;
com o tempo;
aceitar outro produto/serviço equivalente;
Informação legível (visível).
rescindir o contrato.
Quanto ao modo de apresentação, os produtos
Art. 35 Se o fornecedor de produtos ou serviços
ou serviços devem conter as características, qualida-
recusar cumprimento à oferta, apresentação ou
des, quantidade, composição, preço, garantia, prazos publicidade, o consumidor poderá, alternativamen-
de validade e origem, entre outros dados, tais como te e à sua livre escolha:
sobre os riscos que apresentam à saúde ou à seguran- I - exigir o cumprimento forçado da obrigação, nos
ça do consumidor. termos da oferta, apresentação ou publicidade;
O art. 32 estabelece que os fabricantes e importado- II - aceitar outro produto ou prestação de serviço
res deverão assegurar peças para reposição. Exemplo: equivalente;
o fabricante disponibiliza um determinado equipa- III - rescindir o contrato, com direito à restituição
mento elétrico no mercado e, mesmo que modernize de quantia eventualmente antecipada, monetaria-
tal equipamento, deverá continuar a disponibilizar as mente atualizada, e a perdas e danos.
ATENDIMENTO
Art. 32 Os fabricantes e importadores deverão é gênero o qual comporta toda e qualquer declaração
assegurar a oferta de componentes e peças de repo- de vontade voltada à celebração da relação de con-
sição enquanto não cessar a fabricação ou impor- sumo, ao passo que publicidade é a informação que
tação do produto. promove comercialmente o produto ou serviço.
Parágrafo único. Cessadas a produção ou importa- As normas que disciplinam a publicidade são tra-
ção, a oferta deverá ser mantida por período razoá- tadas nos arts. 36 a 38, do CDC. Vejamos os dispositivos:
vel de tempo, na forma da lei.
357
Art. 36 A publicidade deve ser veiculada de tal for- a exploradora do medo ou superstição;
ma que o consumidor, fácil e imediatamente, a iden- a incitadora de violência;
tifique como tal. a antiambiental;
Parágrafo único. O fornecedor, na publicidade de a indutora de insegurança;
seus produtos ou serviços, manterá, em seu poder, a dirigida a crianças.
para informação dos legítimos interessados, os
dados fáticos, técwicos e ciewtíficos que dão sustew- Por fim, o art. 38 estabelece o princípio da inversão
tação à mensagem.
do ônus da prova. Assim, em caso de dúvida acerca da
Art. 37 É proibida toda publicidade enganosa ou
publicidade, cabe ao fornecedor provar que a publici-
abusiva.
§ 1º É enganosa qualquer modalidade de informa-
dade não é enganosa ou abusiva.
ção ou comunicação de caráter publicitário, intei-
ra ou parcialmente falsa, ou, por qualquer outro Das Práticas Abusivas
modo, mesmo por omissão, capaz de induzir em
erro o consumidor a respeito da natureza, carac- As regras sobre as práticas abusivas encontram-
terísticas, qualidade, quantidade, propriedades, -se nos arts. 39 a 41, do CDC. Vejamos os dispositivos:
origem, preço e quaisquer outros dados sobre pro-
dutos e serviços. Art. 39 É vedado ao fornecedor de produtos ou ser-
§ 2º É abusiva, dentre outras a publicidade dis- viços, dentre outras práticas abusivas:
criminatória de qualquer natureza, a que incite à I - condicionar o fornecimento de produto ou de ser-
violência, explore o medo ou a superstição, se apro- viço ao fornecimento de outro produto ou serviço,
veite da deficiêwcia de julgamewto e experiêwcia da bem como, sem justa causa, a limites quantitativos;
criança, desrespeita valores ambientais, ou que II - recusar atendimento às demandas dos consu-
seja capaz de induzir o consumidor a se compor- midores, na exata medida de suas disponibilidades
tar de forma prejudicial ou perigosa à sua saúde de estoque, e, ainda, de conformidade com os usos
ou segurança. e costumes;
§ 3º Para os efeitos deste código, a publicidade é III - enviar ou entregar ao consumidor, sem solici-
enganosa por omissão quando deixar de informar tação prévia, qualquer produto, ou fornecer qual-
sobre dado essencial do produto ou serviço. quer serviço;
§ 4º (Vetado). IV - prevalecer-se da fraqueza ou ignorância do con-
Art. 38 O ônus da prova da veracidade e correção sumidor, tendo em vista sua idade, saúde, conheci-
da informação ou comunicação publicitária cabe a mento ou condição social, para impingir-lhe seus
quem as patrocina. produtos ou serviços;
V - exigir do consumidor vantagem manifestamente
Assim, a publicidade é a prática utilizada para a excessiva;
promoção de bens e serviços colocados no mercado, VI - executar serviços sem a prévia elaboração de
com o objetivo de dar conhecimento ao consumidor orçamento e autorização expressa do consumidor,
ressalvadas as decorrentes de práticas anteriores
da sua existência e convencê-lo a adquiri-los.
entre as partes;
Nos termos do art. 37, a publicidade deve se pautar
VII - repassar informação depreciativa, referente a
pelo princípio da boa-fé, sendo proibida publicidade ato praticado pelo consumidor no exercício de seus
enganosa ou abusiva. Por conseguinte, o consumidor direitos;
deve ter consciência do que se trata a publicidade ao VIII - colocar, no mercado de consumo, qualquer
ser exposto a ela, sendo vedada a publicidade sublimi- produto ou serviço em desacordo com as normas
nar, isto é, aquela oculta. expedidas pelos órgãos oficiais competewtes ou, se
wormas específicas wão existirem, pela Associação
Brasileira de Normas Técnicas ou outra entidade
Importante! credenciada pelo Conselho Nacional de Metrologia,
Normalização e Qualidade Industrial (Conmetro);
A publicidade subliminar ou oculta fere o princí- IX - recusar a venda de bens ou a prestação de ser-
pio da identificação da publicidade. viços, diretamente a quem se disponha a adquiri-
-los mediante pronto pagamento, ressalvados os
casos de intermediação regulados em leis especiais;
O § 1º, do art. 37, traz o conceito de publicida- X - elevar sem justa causa o preço de produtos ou
de enganosa. Por publicidade enganosa entende-se serviços.
aquela que induz o consumidor a erro, independen- XI - Dispositivo incluído pela MPV nº 1.890-67, de
temente de ter sido a intenção do fornecedor enganar 22.10.1999, transformado em inciso XIII, quando
ou não o consumidor. Portanto, a responsabilidade do da conversão na Lei nº 9.870, de 23.11.1999
fornecedor por uma publicidade enganosa é objetiva. XII - deixar de estipular prazo para o cumprimento
Exemplos de publicidade enganosa: pacote turísti- de sua obrigação ou deixar a fixação de seu termo
co que afirma contemplar o aéreo e a hospedagem e, inicial a seu exclusivo critério.
no momento da estadia, o consumidor é surpreendi- XIII - aplicar fórmula ou índice de reajuste diverso
do legal ou contratualmente estabelecido.
do com a informação de que a hospedagem não está
XIV - permitir o ingresso em estabelecimentos
contemplada ou o fornecedor que não informa na
comerciais ou de serviços de um número maior de
embalagem que o produto contém glúten e lactose e o cowsumidores que o fixado pela autoridade admi-
consumidor que o adquiriu é alérgico e acaba sofren- nistrativa como máximo.
do danos. Parágrafo único. Os serviços prestados e os pro-
358 Já o § 2º, do art. 37, traz um rol exemplificativo do dutos remetidos ou entregues ao consumidor,
que considera como publicidade abusiva, tais como: na hipótese prevista no inciso III, equiparam-
-se às amostras grátis, inexistindo obrigação de
a publicidade discriminatória; pagamento.
O art. 39, do CDC, traz, em seus incisos, rol exempli- técnica expedida pelos órgãos oficiais competentes
ficativo das práticas abusivas na relação de consumo. regulamentando o fornecimento de produto/serviço,
O inciso I trata do condicionamento no fornecimento compete ao fornecedor respeitá-la, sob pena de carac-
do produto ou serviço ao fornecimento de outro pro- terização de prática abusiva.
duto ou serviço, ou seja, a denominada venda casada. O inciso IX trata do intermediário obrigatório,
Exemplo: concessão de empréstimo bancário condicio- isto é, a recusa à venda de bens/serviços diretamen-
nado à aquisição de seguro de vida, consulta oftalmológi- te a quem se disponha a adquiri-los mediante pronto
ca condicionada à compra dos óculos, entre outros. pagamento, ressalvando nos casos em que a interme-
O inciso I, do art. 39, também impede o fornecedor diação é regulamentada por lei. Portanto, o disposi-
de obrigar o consumidor a adquirir uma quantidade tivo afasta a figura do intermediário obrigatório em
mínima ou máxima de um determinado produto. Por casos em que a lei não faz tal exigência.
esta razão, as promoções de aquisição de mais de um O inciso X trata da elevação de preço sem justa
produto, como, por exemplo, as promoções “leve 2 causa, isto é, a elevação de preços sem justificativa,
pelo preço de 1” são de caráter facultativo e não obri- como, por exemplo, no caso do álcool em gel no início
gatório, pois é permitida ao consumidor a alternativa da pandemia da covid-19.
de efetuar a aquisição de apenas um produto da espé- O inciso XII trata do prazo para cumprimento de
cie, abrindo mão do desconto oferecido, se for o caso. obrigação, de modo a vedar que o fornecedor deixe
Quanto à limitação máxima de quantidades de pro- de estipular prazo para o cumprimento de sua obriga-
dutos, esta só é possível em situações justificáveis, como, ção ou fixe tal prazo a seu critério exclusivo. Exemplo:
por exemplo, nos casos de adversidades climáticas ou construtoras que deixam de fixar prazo para conclu-
em hipótese de racionamento de determinado produto. são das obras.
O inciso II, do art. 39, trata da recusa imotivada O inciso XIII dispõe sobre o reajuste, de forma a
ao atendimento de demanda do consumidor, ou proibir o reajuste contratual por meio da aplicação de
seja, recusar o fornecimento de um determinado pro- fórmula ou índice diverso do legal ou contratualmen-
duto/serviço quer em relação aos consumidores de te estabelecido. Exemplo: reajuste de planos de saúde
um modo geral, quer em relação a um consumidor fora do pactuado ou do permitido pela lei.
específico. Exemplo: ter um determinado produto em Por fim, o inciso XIV trata do ingresso em estabe-
estoque, mas recusar vendê-lo a um consumidor por lecimentos comerciais. De acordo com o dispositivo,
ter com ele problemas de ordem pessoal. constitui prática abusiva permitir o ingresso de um
O inciso III trata do fornecimento não solicitado número maior ao máximo permitido de consumido-
do produto ou serviço, como, por exemplo, banco que res em estabelecimentos comerciais ou de serviços.
disponibiliza crédito em conta do correntista como for- Portanto, a fixação de lotação máxima fixada pela
ma de ofertar empréstimo ou produto que é enviado autoridade está relacionada à segurança.
ou entregue ao consumidor, sem solicitação prévia.
O fornecimento não solicitado não se confunde Art. 40 O fornecedor de serviço será obrigado a
com amostras grátis, uma vez que, neste caso, o con- entregar ao consumidor orçamento prévio discri-
sumidor não tem a obrigação de pagar pelo produto minando o valor da mão-de-obra, dos materiais e
ou serviço. equipamentos a serem empregados, as condições
O inciso IV trata do abuso da condição de espe- de pagamento, bem como as datas de início e tér-
cial vulnerabilidade, de modo a proibir que o forne- mino dos serviços.
cedor se utilize da vulnerabilidade ou ignorância do § 1º Salvo estipulação em contrário, o valor orçado
consumidor para forçar a aquisição do produto ou terá validade pelo prazo de dez dias, contado de seu
serviço. Atenção: trata-se de condição de vulnerabili- recebimento pelo consumidor.
dade para o mercado de consumo, como nos casos de § 2º Uma vez aprovado pelo consumidor, o orça-
idade, conhecimento, condição social, entre outros. mento obriga os contraentes e somente pode ser
O inciso V dispõe acerca da exigência de vanta- alterado mediante livre negociação das partes.
gem excessiva. Deste modo, é proibido ao fornecedor § 3º O consumidor não responde por quaisquer ônus
exigir vantagem manifestamente excessiva do consu- ou acréscimos decorrentes da contratação de serviços
midor. Exemplo: plano de saúde que exige troca de de terceiros não previstos no orçamento prévio.
categoria para manter paciente em UTI. Basta a mera
exigência, não sendo, portanto, necessária a concreti- O art. 40, do CDC, estabelece as regras acerca do
zação da vantagem pleiteada. orçamento prévio que deve ser entregue pelo for-
O inciso VI refere-se à execução de serviço sem necedor. Neste, devem estar discriminados: valor da
orçamento e autorização. Assim sendo, não é possí- mão de obra, valor dos materiais e equipamentos a
vel a execução de serviços pelo fornecedor sem a pré- serem utilizados, as condições para pagamento e as
via elaboração de orçamento e autorização expressa datas de início e término.
do consumidor. O § 1º trata da validade deste, ou seja, o orçamen-
O inciso VI é complementado pelo art. 40, do CDC, to é válido pelo prazo de 10 dias, contados do recebi-
ATENDIMENTO
que trata do conteúdo, validade e efeitos do orçamen- mento pelo consumidor, sendo, no entanto, possível a
to prévio elaborado pelo fornecedor. estipulação de forma diversa.
BANCÁRIO
O inciso VII trata do repasse de informações O § 2º, do art. 40, estabelece que, no caso de apro-
depreciativas referente ao consumidor ou a ato pra- vação do orçamento prévio pelo consumidor, este
ticado por este no exercício de seus direitos, com o vinculará fornecedor e consumidor, podendo ser alte-
objetivo de garantir a devida utilização dos bancos de rado apenas pela vontade das partes.
dados e cadastros de consumidores. Exemplo: criar O § 3º trata do ônus ou acréscimos decorrentes da
uma lista de “maus pagadores”. contratação de serviços de terceiros não previstos no
O inciso VIII estabelece as regras acerca da obser- orçamento prévio. Este é de responsabilidade do for-
vação das normas técnicas, ou seja, se há norma necedor e não do consumidor. 359
Finalizando a parte atinente às práticas abusivas, § 3º O consumidor, sempre que encontrar inexati-
o art. 41 trata do tabelamento de preços para o for- dão nos seus dados e cadastros, poderá exigir sua
necimento de produtos ou serviços. Portanto, é dever imediata correção, devendo o arquivista, no prazo
do fornecedor respeitar os limites oficiais sob pena de cinco dias úteis, comunicar a alteração aos even-
de responder pela restituição da quantia recebida em tuais destinatários das informações incorretas.
excesso, monetariamente atualizada, ou de ter o negó- § 4º Os bancos de dados e cadastros relativos a con-
cio desfeito pelo consumidor. sumidores, os serviços de proteção ao crédito e congê-
neres são considerados entidades de caráter público.
Art. 41 No caso de fornecimento de produtos ou de § 5º Consumada a prescrição relativa à cobrança de
débitos do consumidor, não serão fornecidas, pelos
serviços sujeitos ao regime de controle ou de tabe-
respectivos Sistemas de Proteção ao Crédito, quais-
lamento de preços, os fornecedores deverão respei-
quer iwformações que possam impedir ou dificultar
tar os limites oficiais sob pewa de wão o fazewdo,
responderem pela restituição da quantia recebida novo acesso ao crédito junto aos fornecedores.
em excesso, monetariamente atualizada, podendo o § 6º Todas as informações de que trata o caput des-
consumidor exigir à sua escolha, o desfazimento do te artigo devem ser disponibilizadas em formatos
negócio, sem prejuízo de outras sanções cabíveis. acessíveis, iwclusive para a pessoa com deficiêwcia,
mediante solicitação do consumidor.
As normas acerca da cobrança de dívida estão
disciplinadas nos arts. 42 e 42-A, do CDC. Vejamos os O art. 43 traz os direitos básicos dos consumido-
dispositivos: res, que são:
Art. 42 Na cobrança de débitos, o consumidor ina- direito ao acesso, ou seja, a saber quais são as
dimplente não será exposto a ridículo, nem será informações existentes em cadastros, fichas e
submetido a qualquer tipo de constrangimento ou registo de dados pessoais e de consumo, além de
ameaça. acesso às fontes que originaram tais informações;
Parágrafo único. O consumidor cobrado em quan- direito à exclusão, isto é, de a informação negativa
tia indevida tem direito à repetição do indébito, não perdurar por período superior a 5 (cinco) anos;
por valor igual ao dobro do que pagou em excesso, direito à retificação, ou seja, de ter retificado dado
acrescido de correção monetária e juros legais, sal- incorreto constante dos arquivos de consumo;
vo hipótese de ewgawo justificável. direito à comunicação, isto é, de ser comunicado
Art. 42-A Em todos os documentos de cobrança de quando seus dados forem inseridos nos arquivos
débitos apresentados ao consumidor, deverão cons-
de consumo.
tar o nome, o endereço e o número de inscrição no
Cadastro de Pessoas Físicas – CPF ou no Cadastro
Nacional de Pessoa Jurídica – CNPJ do fornecedor O art. 44, do CDC, disciplina acerca do chamado
do produto ou serviço correspondente. cadastro de reclamações fundamentadas, que é uma
espécie de banco de dados de maus fornecedores.
O art. 42 disciplina a cobrança de dívidas. De
acordo com o dispositivo, o consumidor não poderá Art. 44 Os órgãos públicos de defesa do consumidor
ser submetido a qualquer tipo de constrangimento manterão cadastros atualizados de reclamações
ou ameaça, como no caso de cobrança vexatória ou fundamentadas contra fornecedores de produtos e
invasiva (carro de som anunciando o nome dos ina- serviços, devendo divulgá-lo pública e anualmente.
dimplentes de uma empresa, por exemplo), cobrança A divulgação indicará se a reclamação foi atendida
ou não pelo fornecedor.
efetuada em local indevido ou por meio que possibili-
§ 1º É facultado o acesso às informações lá cons-
te o conhecimento de terceiros (cobrança por meio de
tantes para orientação e consulta por qualquer
publicação em rede social, por exemplo).
interessado.
Semelhantemente ao art. 940, do Código Civil, o § 2º Aplicam-se a este artigo, no que couber, as mes-
parágrafo único, do art. 42, impõe a restituição em mas regras enunciadas no artigo anterior e as do
dobro daquilo que o consumidor pagou em excesso Parágrafo Único do art. 22 deste código.
em razão da cobrança indevida, acrescido de correção
monetária e juros legais, exceto nos casos de engano Da Proteção Contratual
justificável.
Por fim, o art. 42-A traz as regras acerca de como Na sequência, os arts. 46 a 54 estabelecem as regras
deve ser procedida a cobrança. sobre a proteção contratual no Código de Defesa do
Com relação aos bancos de dados e cadastro de Consumidor. Trata-se de um rol com cláusulas consi-
consumidores, suas regras estão dispostas nos arts. deradas abusivas, além de estabelecer o conceito e os
43 a 44, do CDC. Vejamos os dispositivos: requisitos para a validade e eficácia dos contratos de
adesão. Vejamos os dispositivos gerais:
Art. 43 O consumidor, sem prejuízo do disposto no
art. 86, terá acesso às informações existentes em
Art. 46 Os contratos que regulam as relações de
cadastros, fichas, registros e dados pessoais e de
consumo não obrigarão os consumidores, se não
consumo arquivados sobre ele, bem como sobre as
lhes for dada a oportunidade de tomar conheci-
suas respectivas fontes.
mento prévio de seu conteúdo, ou se os respectivos
§ 1º Os cadastros e dados de consumidores devem
iwstrumewtos forem redigidos de modo a dificultar
ser objetivos, claros, verdadeiros e em linguagem de
a compreensão de seu sentido e alcance.
fácil compreensão, não podendo conter informações
360 negativas referentes a período superior a cinco anos.
§ 2º A abertura de cadastro, ficha, registro e dados As normas gerais de proteção contratual têm iní-
pessoais e de consumo deverá ser comunicada por cio no art. 46, do CDC, que traz a denominada garan-
escrito ao consumidor, quando não solicitada por ele. tia de cognoscibilidade. Trata-se do desdobramento
do direito à informação disciplinado no inciso III, do Parágrafo único. O termo de garantia ou equivalen-
art. 6º, do CDC. Como consequência, o contrato não te deve ser padronizado e esclarecer, de maneira
obrigará o consumidor se, ao emitir sua declaração adequada em que consiste a mesma garantia, bem
de vontade, este não possuir conhecimento prévio do como a forma, o prazo e o lugar em que pode ser
clausulado, como nos casos em que a falta de clareza exercitada e os ônus a cargo do consumidor, deven-
impede a exata compreensão do conteúdo. O contrato do ser-lhe entregue, devidamente preenchido pelo
fornecedor, no ato do fornecimento, acompanhado
obrigará apenas o fornecedor.
de manual de instrução, de instalação e uso do pro-
O art. 47 trata da interpretação mais favorável
duto em linguagem didática, com ilustrações.
ao consumidor. Isso ocorre devido ao fato de ele ser
a parte vulnerável da relação de consumo.
O art. 50, do CDC, trata da garantia contratual, ou
seja, aquela que complementa a garantia legal discipli-
Art. 47 As cláusulas contratuais serão interpreta-
das de maneira mais favorável ao consumidor.
nada no art. 26, sendo facultativa e conferida median-
te termo escrito, observados os seguintes requisitos:
O art. 48, do CDC, disciplina as declarações de
ser padronizada;
vontade constantes de escritos particulares, reci-
esclarecer em que consiste a garantia, a forma, o
bos e pré-contratos. Nesses casos, toda proposta ou
prazo e o lugar em que pode ser exercitada e os
declaração constante desses escritos particulares
ônus a cargo do consumidor;
obrigará os fornecedores. Assim sendo, caso o forne-
ser entregue ao consumidor devidamente preen-
cedor entregue um orçamento prévio ao consumidor,
chido pelo fornecedor, no ato do fornecimento;
ele estará obrigado a prestar o serviço pelo modo e
estar acompanhada de manual de instrução, de
pelo preço orçado.
instalação e uso do produto em linguagem didáti-
ca, com ilustrações.
Art. 48 As declarações de vontade constantes de
escritos particulares, recibos e pré-contratos rela-
tivos às relações de consumo vinculam o fornece- Ainda com relação à proteção contratual, os arts.
dor, ewsejawdo iwclusive execução específica, wos 51 a 53 estabelecem as regras acerca das cláusulas
termos do art. 84 e parágrafos. abusivas. Vejamos os dispositivos:
Art. 49 O consumidor pode desistir do contrato, no
prazo de 7 dias a contar de sua assinatura ou do Art. 51 São nulas de pleno direito, entre outras, as
ato de recebimento do produto ou serviço, sempre cláusulas contratuais relativas ao fornecimento de
que a contratação de fornecimento de produtos e produtos e serviços que:
serviços ocorrer fora do estabelecimento comer- I - impossibilitem, exonerem ou atenuem a respon-
cial, especialmente por telefone ou a domicílio. sabilidade do fornecedor por vícios de qualquer
Parágrafo único. Se o consumidor exercitar o direi- natureza dos produtos e serviços ou impliquem
to de arrependimento previsto neste artigo, os valo- renúncia ou disposição de direitos. Nas relações de
res eventualmente pagos, a qualquer título, durante consumo entre o fornecedor e o consumidor pes-
o prazo de refiexão, serão devolvidos, de imediato, soa jurídica, a indenização poderá ser limitada, em
monetariamente atualizados. situações justificáveis;
II - subtraiam ao consumidor a opção de reembol-
O art. 49 estabelece o instituto do direito ao arre- so da quantia já paga, nos casos previstos neste
pendimento, ou seja, o prazo de reflexão para com- código;
III - trawsfiram respowsabilidades a terceiros;
pras realizadas fora do estabelecimento comercial.
Seus requisitos são: IV - estabeleçam obrigações consideradas iníquas,
abusivas, que coloquem o consumidor em desvan-
tagem exagerada, ou sejam incompatíveis com a
exercício do direito potestativo4 dentro do prazo boa-fé ou a eqüidade;
legal; V - (Vetado);
contratação ocorrida fora do estabelecimento VI - estabeleçam inversão do ônus da prova em pre-
comercial. Exemplo: por telefone, internet, catálo- juízo do consumidor;
gos, entre outros. VII - determinem a utilização compulsória de
arbitragem;
O prazo legal para arrependimento é de 7 dias, VIII - imponham representante para concluir ou
contados da assinatura do contrato ou do ato de rece- realizar outro negócio jurídico pelo consumidor;
bimento do produto ou serviço. IX - deixem ao fornecedor a opção de concluir ou
não o contrato, embora obrigando o consumidor;
X - permitam ao fornecedor, direta ou indiretamen-
Dica te, variação do preço de maneira unilateral;
Não se trata de qualquer inadequação por vício do XI - autorizem o fornecedor a cancelar o contrato
produto ou serviço, mas do direito do consu- midor unilateralmente, sem que igual direito seja conferi-
ATENDIMENTO
legal e com a condição de ter sido a aquisição de cobrança de sua obrigação, sem que igual direito
lhe seja conferido contra o fornecedor;
realizada fora do estabeleci- mento comercial.
XIII - autorizem o forwecedor a modificar uwilate-
ralmente o conteúdo ou a qualidade do contrato,
Art. 50 A garantia contratual é complementar à
após sua celebração;
legal e será conferida mediante termo escrito. XIV - infrinjam ou possibilitem a violação de normas
4 Direito incontroverso e que não cabe discussões. ambientais;
361
XV - estejam em desacordo com o sistema de proteção Em síntese, as cláusulas abusivas são todas aque-
ao consumidor; las que vão de encontro à proteção do CDC. Por essa
XVI - possibilitem a renúncia do direito de indenização razão, o rol trazido pelo art. 51 é meramente exempli-
por benfeitorias necessárias. ficativo. A consequência para uma cláusula abusiva é
XVII - condicionem ou limitem de qualquer forma o a sua nulidade, de modo a conservar o negócio jurídi-
acesso aos órgãos do Poder Judiciário; co, mas declarar nula a cláusula, retirando-a da rela-
XVIII - estabeleçam prazos de carência em caso de ção contratual e garantindo a manutenção dos demais
impontualidade das prestações mensais ou impeçam termos, salvo impossibilidade.
o restabelecimento integral dos direitos do consumi- A nulidade da cláusula abusiva, por ser de pleno
dor e de seus meios de pagamento a partir da purga- direito, pode ser reconhecida de ofício pelo juiz, salvo
ção da mora ou do acordo com os credores; em casos de contratos bancários. Nesse caso, aplica-se
XIX - (VETADO). a Súmula nº 381, do Superior Tribunal de Justiça:
§ 1º Presume-se exagerada, entre outros casos, a van-
tagem que:
Súmula nº 381 (STJ) Nos contratos bancários, é
I - ofende os princípios fundamentais do sistema jurí-
vedado ao julgador conhecer, de ofício, da abusivi-
dico a que pertence;
dade das cláusulas.
II - restringe direitos ou obrigações fundamentais ine-
rentes à natureza do contrato, de tal modo a ameaçar
A Lei do Superendividamento acrescentou os inci-
seu objeto ou equilíbrio contratual;
sos XVII e XVIII ao art. 51.
III - se mostra excessivamente onerosa para o consu-
O inciso XVII estabelece a nulidade da cláusula
midor, considerando-se a natureza e conteúdo do con-
trato, o interesse das partes e outras circunstâncias que condicione ou crie limites ao acesso aos órgãos do
peculiares ao caso. Poder Judiciário. Neste ponto é importante lembrar
§ 2º A nulidade de uma cláusula contratual abusiva que o inciso XXXV, art. 5º, da CF, de 1988, dispõe sobre
não invalida o contrato, exceto quando de sua ausên- a inafastabilidade de acesso ao Poder Judiciário. Deste
cia, apesar dos esforços de integração, decorrer ônus modo, o dispositivo busca dar efetividade ao manda-
excessivo a qualquer das partes. mento constitucional e garantir ao consumidor tanto
§ 3º (Vetado). o acesso aos órgãos judiciários como administrativos,
§ 4º É facultado a qualquer consumidor ou entidade buscando a prevenção e a reparação de eventuais
que o represente requerer ao Ministério Público que danos. Tal inciso deve ser analisado em conjunto com
ajuíze a competente ação para ser declarada a nuli- o art. 54-C, do CDC.
dade de cláusula contratual que contrarie o disposto Por fim, o inciso XVIII trata da nulidade das
neste código ou de qualquer forma não assegure o cláusulas que criem prazos de carência em caso de
justo equilíbrio entre direitos e obrigações das partes. impontualidade de prestações mensais ou impeçam o
Art. 52 No fornecimento de produtos ou serviços que restabelecimento integral dos direitos do consumidor.
ewvolva outorga de crédito ou cowcessão de fiwaw- Trata-se, portanto, de impor limites às consequên-
ciamento ao consumidor, o fornecedor deverá, entre cias da mora do consumidor, uma vez que o próprio
outros requisitos, informá-lo prévia e adequadamente ordenamento jurídico já estabelece as consequências
sobre: no caso de inadimplemento, tais como multa, juros
I - preço do produto ou serviço em moeda corrente legais, correção monetária, cláusula penal, arras, per-
nacional; das e danos.
II - montante dos juros de mora e da taxa efetiva anual O art. 54, por sua vez, disciplina os contratos de
de juros; adesão:
III - acréscimos legalmente previstos;
IV - número e periodicidade das prestações; Art. 54 Contrato de adesão é aquele cujas cláusulas
V - soma total a pagar, com e sem fiwawciamewto.
tenham sido aprovadas pela autoridade competen-
§ 1º As multas de mora decorrentes do inadimplemen- te ou estabelecidas unilateralmente pelo fornece-
to de obrigações no seu termo não poderão ser supe- dor de produtos ou serviços, sem que o consumidor
riores a dois por cento do valor da prestação. possa discutir ou modificar substawcialmewte seu
§ 2º É assegurado ao consumidor a liquidação anteci- conteúdo.
pada do débito, total ou parcialmente, mediante redu- § 1º A iwserção de cláusula wo formulário wão desfi-
ção proporcional dos juros e demais acréscimos. gura a natureza de adesão do contrato.
§ 3º (Vetado). § 2º Nos contratos de adesão admite-se cláusu-
Art. 53 Nos contratos de compra e venda de móveis la resolutória, desde que a alternativa, cabendo a
ou imóveis mediante pagamento em prestações, bem escolha ao consumidor, ressalvando-se o disposto
como was aliewações fiduciárias em garawtia, cowside- no § 2º do artigo anterior.
ram-se nulas de pleno direito as cláusulas que estabe- § 3º Os contratos de adesão escritos serão redigi-
leçam a perda total das prestações pagas em benefício dos em termos claros e com caracteres ostensivos e
do credor que, em razão do inadimplemento, pleitear legíveis, cujo tamanho da fonte não será inferior ao
a resolução do contrato e a retomada do produto corpo doze, de modo a facilitar sua compreensão
alienado. pelo consumidor.
§ 1º (Vetado). § 4º As cláusulas que implicarem limitação de direi-
§ 2º Nos contratos do sistema de consórcio de pro- to do consumidor deverão ser redigidas com desta-
dutos duráveis, a compensação ou a restituição das que, permitindo sua imediata e fácil compreensão.
parcelas quitadas, na forma deste artigo, terá descon- § 5º (Vetado)
tada, além da vantagem econômica auferida com a
362 fruição, os prejuízos que o desistente ou inadimplente O contrato de adesão é uma das modalidades de
causar ao grupo. comercialização e comunicação em massa. Trata-se
§ 3º Os contratos de que trata o caput deste artigo do instrumento colocado à disposição pelo fornecedor
serão expressos em moeda corrente nacional. para conferir agilidade às transações comerciais, ou
seja, negócios jurídicos em larga escala, por meio de § 3º O disposto neste Capítulo não se aplica ao
estipulações uniformes e sem a possibilidade de nego- consumidor cujas dívidas tenham sido contraídas
ciação por parte do consumidor, como, por exemplo, mediante fraude ou má-fé, sejam oriundas de
nos contratos bancários, contratos de seguro, contra- contratos celebrados dolosamente com o propósito
tos de planos de saúde. O conceito de contrato de ade- de não realizar o pagamento ou decorram da aqui-
são é trazido no art. 54 do CDC. sição ou contratação de produtos e serviços de luxo
Características do contrato de adesão: de alto valor.
suas dívidas de consumo, exigíveis e vincen- contratos celebrados mediante fraude ou má-fé. Cum-
das, sem comprometer seu mínimo existencial, pre mencionar que, na frase pré-contratual, as partes
nos termos da regulamentação. devem atuar em consonância com o princípio do cré-
§ 2º As dívidas referidas no § 1º deste artigo englo- dito responsável e da boa-fé por meio de informações,
bam quaitquer compromittot fiwawceirot cooperação e cuidados.
assumidos decorrentes de relação de consu- Além disso, nos termos do Código Civil, a boa-fé
mo, inclusive operações de crédito, compras a é sempre presumida, de modo que a má-fé deve ser
prazo e serviços de prestação continuada. provada. 363
Art. 54-B No fornecimento de crédito e na venda a I - informar e esclarecer adequadamente o con-
prazo, além das informações obrigatórias previstas sumidor, considerada sua idade, sobre a natureza
no art. 52 deste Código e na legislação aplicável à e a modalidade do crédito oferecido, sobre todos os
matéria, o fornecedor ou o intermediário deve- custos incidentes, observado o disposto nos arts. 52 e
rá informar o consumidor, prévia e adequada- 54-B deste Código, e sobre as consequências genéricas
mente, no momento da oferta, sobre: e específicas do iwadimplemewto;
I - o custo efetivo total e a descrição dos elemen- II - avaliar, de forma responsável, as condições de
tos que o compõem; crédito do consumidor, mediante análise das infor-
II - a taxa efetiva mensal de juros, bem como mações disponíveis em bancos de dados de proteção
a taxa dos juros de mora e o total de encargos, ao crédito, observado o disposto neste Código e na
de qualquer natureza, previstos para o atraso no legislação sobre proteção de dados;
pagamento; III - iwformar a idewtidade do agewte fiwawciador
III - o montante das prestações e o prazo de e entregar ao consumidor, ao garante e a outros
validade da oferta, que deve ser, no mínimo, de coobrigados cópia do contrato de crédito.
2 (dois) dias; Parágrafo único. O descumprimento de qualquer dos
IV - o nome e o endereço, inclusive o eletrônico, deveres previstos wo caput deste artigo e wos arts. 52
do fornecedor; e 54-C deste Código poderá acarretar judicialmente a
V - o direito do consumidor à liquidação antecipada redução dos juros, dos encargos ou de qualquer acrés-
e não onerosa do débito, nos termos do § 2º do art. cimo ao principal e a dilação do prazo de pagamento
52 deste Código e da regulamentação em vigor. previsto no contrato original, conforme a gravidade
§ 1º As informações referidas no art. 52 deste Códi- da cowduta do forwecedor e as possibilidades fiwaw-
go e wo caput deste artigo devem cowstar de forma ceiras do consumidor, sem prejuízo de outras sanções
clara e resumida do próprio contrato, da fatu- e de indenização por perdas e danos, patrimoniais e
ra ou de instrumento apartado, de fácil acesso morais, ao consumidor.
ao consumidor. Art. 54-E (VETADO).
§ 2º Para efeitos deste Código, o custo efetivo total
da operação de crédito ao consumidor consis-
O art. 54-C complementa o inciso VII, art. 6º, que
tirá em taxa percentual anual e compreenderá
todos os valores cobrados do consumidor, sem pre- limita o acesso ao Poder Judiciário. Assim, o dispositi-
juízo do cálculo padronizado pela autoridade regu- vo traz um rol de proibições, que podem estar expres-
ladora do sistema fiwawceiro. sas ou não, na oferta do crédito. Já o art. 54-D decorre
§ 3º Sem prejuízo do disposto no art. 37 deste Códi- da necessidade de transparência na relação de consu-
go, a oferta de crédito ao consumidor e a oferta mo, que se traduz na perspectiva de lealdade e dever
de venda a prazo, ou a fatura mensal, conforme o de informação.
caso, devem indicar, no mínimo, o custo efetivo
total, o agewte fiwawciador e a toma total a Art. 54-F São conexos, coligados ou interde-
pagar, com e tem fiwawciamewto. pendentes, entre outros, o contrato principal de
fornecimento de produto ou serviço e os contratos
O art. 54-B elenca diversos deveres que devem ser acessórios de crédito que lhe garawtam o fiwawcia-
cumpridos pelo fornecedor ou intermediário. Trata-se mento quando o fornecedor de crédito:
de direitos e deveres ligados à informação e educa- I - recorrer aos serviços do fornecedor de produ-
ção do consumidor, como, por exemplo, ter ciência do to ou serviço para a preparação ou a conclusão do
valor total que irá ser pago pelo bem no caso de parce- contrato de crédito;
lamento, pois muitas vezes o consumidor se preocupa II - oferecer o crédito no local da atividade empre-
apenas com o valor das parcelas e não se dá conta de, sarial do forwecedor de produto ou serviço fiwaw-
que ao final, irá pagar algumas vezes a mais pelo valor ciado ou onde o contrato principal for celebrado.
do bem que adquiriu. § 1º O exercício do direito de arrependimento nas
hipóteses previstas neste Código, no contrato prin-
Art. 54-C É vedado, expressa ou implicitamente, na cipal ou no contrato de crédito, implica a resolução
oferta de crédito ao consumidor, publicitária ou não: de plewo direito do cowtrato que lhe seja cowexo.
I - (VETADO); § 2º Nos casos dos iwcisos I e II do caput deste arti-
II - indicar que a operação de crédito poderá ser go, se houver inexecução de qualquer das obriga-
concluída sem consulta a serviços de proteção ao ções e deveres do fornecedor de produto ou serviço,
crédito ou sem avaliação da situação fiwawceira do o consumidor poderá requerer a rescisão do con-
consumidor; trato wão cumprido cowtra o forwecedor do crédito.
III - ocultar ou dificultar a compreewsão sobre os ôwus § 3º O direito previsto no § 2º deste artigo caberá
e os riscos da contratação do crédito ou da venda a igualmente ao consumidor:
prazo; I - contra o portador de cheque pós-datado emitido
IV - assediar ou pressionar o consumidor para con- para aquisição de produto ou serviço a prazo;
tratar o fornecimento de produto, serviço ou crédito, II - contra o administrador ou o emitente de cartão
principalmente se se tratar de consumidor idoso, anal- de crédito ou similar quando o cartão de crédito
fabeto, doente ou em estado de vulnerabilidade agra- ou similar e o produto ou serviço forem fornecidos
vada ou se a contratação envolver prêmio; pelo mesmo fornecedor ou por entidades perten-
V - condicionar o atendimento de pretensões do con- cewtes a um mesmo grupo ecowômico.
sumidor ou o início de tratativas à renúncia ou à § 4º A iwvalidade ou a iweficácia do cowtrato priwci-
desistência de demandas judiciais, ao pagamento de pal implicará, de pleno direito, a do contrato de cré-
honorários advocatícios ou a depósitos judiciais. dito que lhe seja cowexo, wos termos do caput deste
364 Parágrafo único. (VETADO). artigo, ressalvado ao fornecedor do crédito o direi-
Art. 54-D Na oferta de crédito, previamente à contra- to de obter do fornecedor do produto ou serviço a
tação, o fornecedor ou o intermediário deverá, entre devolução dos valores entregues, inclusive relativa-
outras condutas: mewte a tributos.
O art. 54-F trata da relação entre o contrato prin- Por fim, o art. 54-G traz as vedações do fornecedor
cipal e os contratos acessórios de crédito. Entende-se no que tange às operações que envolvam crédito. Tra-
por contrato conexo aqueles que possuem vínculos ta-se de um complemento ao art. 39, que disciplina as
entre si, de modo que a inexistência, invalidade ou práticas abusivas.
ineficácia de um interfere no outro. São exemplos de
contratos conexos os acessórios, o subcontrato, nor- Das Sanções Administrativas
mativo, reacional e coligado.
O dispositivo trata especificamente de dois desses Os arts. 55 a 60 tratam do poder de polícia, ou
contratos: o contrato coligado ou independente e o seja, da função administrativa para promover o inte-
contrato acessório. resse comum por meio da atividade estatal de disci-
O contrato coligado é aquele em que existe uma plinar e restringir determinadas ações. Vejamos os
dependência causal entre o contrato e o outro, ou dispositivos:
seja, um é a causa do outro. Exemplo: aquisição de um
automóvel por meio de um financiamento bancário. Art. 55 A União, os Estados e o Distrito Federal, em
Já o contrato acessório é aquele que pressupõe caráter concorrente e nas suas respectivas áreas de
um principal, como, por exemplo, um contrato de atuação administrativa, baixarão normas relativas
fiança decorrente de um contrato de locação. à produção, industrialização, distribuição e consu-
mo de produtos e serviços.
§ 1º A União, os Estados, o Distrito Federal e os Muni-
cípios fiscalizarão e cowtrolarão a produção, iwdus-
Importante trialização, distribuição, a publicidade de produtos
A doutrina entende que os contratos de financia- mento e serviços e o mercado de consumo, no interesse da
possuem conexão causal e não de acesso- riedade, preservação da vida, da saúde, da segurança, da infor-
existindo apenas uma atecnia legislativa que não causa mação e do bem-estar do consumidor, baixando as
wormas que se fizerem wecessárias.
prejuízo de interpretação.
§ 2º (Vetado).
§ 3º Os órgãos federais, estaduais, do Distrito Federal
e muwicipais com atribuições para fiscalizar e cowtro-
Art. 54-G Sem prejuízo do disposto no art. 39 deste
lar o mercado de consumo manterão comissões per-
Código e na legislação aplicável à matéria, é veda- manentes para elaboração, revisão e atualização das
do ao fornecedor de produto ou serviço que envol- normas referidas no § 1º, sendo obrigatória a partici-
va crédito, entre outras condutas: pação dos consumidores e fornecedores.
I - realizar ou proceder à cobrança ou ao débito em § 4º Os órgãos oficiais poderão expedir wotificações
conta de qualquer quantia que houver sido contes- aos fornecedores para que, sob pena de desobediência,
tada pelo consumidor em compra realizada com prestem informações sobre questões de interesse do
cartão de crédito ou similar, enquanto não for ade- consumidor, resguardado o segredo industrial.
quadamente solucionada a controvérsia, desde que
o cowsumidor haja wotificado a admiwistradora do
O art. 55 trata do poder de regulamentação e fis-
cartão com antecedência de pelo menos 10 (dez)
calização. De acordo com o caput do dispositivo, com-
dias contados da data de vencimento da fatura,
pete à União, aos Estados e ao Distrito Federal, de modo
vedada a manutenção do valor na fatura seguinte e
assegurado ao consumidor o direito de deduzir do concorrente, elaborar as normas relativas à produção,
total da fatura o valor em disputa e efetuar o paga- industrialização, distribuição e ao consumo de produ-
mento da parte não contestada, podendo o emissor tos e serviços. Por se tratar de competência “conjunta”,
lawçar como crédito em cowfiawça o valor idêwtico a União deve cuidar das normas de caráter geral, isto é,
ao da transação contestada que tenha sido cobrada, aplicadas a todo o país, reservando aos Estados e ao Dis-
enquanto não encerrada a apuração da contestação; trito Federal as normas de interesse regional.
II - recusar ou não entregar ao consumidor, ao garan- O Brasil é uma federação, o que significa dizer que
te e aos outros coobrigados cópia da minuta do con- existe uma divisão interna do poder. A CF, de 1988,
trato principal de consumo ou do contrato de crédito, estabeleceu como seus entes federativos a União Fede-
em papel ou outro suporte duradouro, disponível e ral, os Estados-Membros, o Distrito Federal e os Muni-
acessível, e, após a conclusão, cópia do contrato; cípios, cada qual com autonomia e discricionariedade,
III - impedir ou dificultar, em caso de utilização frau- além de possibilidade de se organizarem e legislarem.
dulenta do cartão de crédito ou similar, que o consu- Deste modo, compete à União estabelecer as regras
midor peça e obtenha, quando aplicável, a anulação do Estado brasileiro como um todo, tendo como parâ-
ou o imediato bloqueio do pagamento, ou ainda a res- metro a CF, de 1988. Se à União cabem as diretrizes de
tituição dos valores indevidamente recebidos. âmbito nacional, aos Estados compete traçar as nor-
§ 1º Sem prejuízo do dever de informação e esclare- mas regionais; ao Distrito Federal, regras distritais e
cimento do consumidor e de entrega da minuta do os Municípios, as regras locais.
contrato, no empréstimo cuja liquidação seja feita
Já o § 1º, do art. 55, estabelece que os entes da fede-
ATENDIMENTO
Parágrafo único. Incorrerá nas mesmas penas quem omitir informação relevante sobre a natureza,
deixar de retirar do mercado, imediatamente quando característica, qualidade, quantidade, segurança,
determinado pela autoridade competente, os produtos desempenho, durabilidade, preço ou garantia de
nocivos ou perigosos, na forma deste artigo. produtos ou serviços:
Pena - Detenção de três meses a um ano e multa.
§ 1º Incorrerá nas mesmas penas quem patrocinar
A título de exemplo do art. 64, podemos citar uma a oferta.
fábrica que vende sabonetes. Contudo, posterior- § 2º Se o crime é culposo;
mente, a partir de relatos de clientes, descobre que Pena - Detenção de um a seis meses ou multa
367
A oferta de que trata esse artigo, diz respeito à Este delito é formal, pois se consuma com a veicu-
informação ou publicidade precisa, devidamente lação da publicidade, independentemente de dano
divulgada. Uma vez realizada a oferta, esta vincula o causado ao consumidor.
fornecedor com a obrigação ofertada. Portanto, o sujeito ativo desta conduta pode ser
É possível que o responsável da entidade se torne tanto o fornecedor do produto ou do serviço como o
responsável neste crime, nos termos do artigo 75 do CDC. responsável pela publicidade.
Art. 75 Quem, de qualquer forma, concorrer para Omissão na Organização de Dados que Embasam
os crimes referidos neste código, incide as penas Publicidade
a esses cominadas na medida de sua culpabilida-
de, bem como o diretor, administrador ou gerente Deixar de organizar dados fáticos, técnicos e cien-
da pessoa jurídica que promover, permitir ou por tíficos que dão base à publicidade é conduta prevista
qualquer modo aprovar o fornecimento, oferta, no CDC sujeita à penalidade de detenção de 1 (um) a 6
exposição à venda ou manutenção em depósito de (seis) meses ou multa.
produtos ou a oferta e prestação de serviços nas
condições por ele proibidas.
Art. 69 Deixar de organizar dados fáticos, técnicos
e ciewtíficos que dão base à publicidade
Publicidade Enganosa ou Abusiva
Veja o que estabelece o art. 36 neste sentido:
Aqui é o caso da famosa propaganda enganosa.
Pune o agente que faz ou promove a publicidade que Art. 36 A publicidade deve ser veiculada de tal
sabe ou deveria saber ser enganosa ou abusiva. forma que o consumidor, fácil e imediatamente, a
idewtifique como tal.
Art. 67 Fazer ou promover publicidade que sabe ou Parágrafo único. O fornecedor, na publicidade de
deveria saber ser enganosa ou abusiva: seus produtos ou serviços, manterá, em seu poder,
Pena - Detenção de três meses a um ano e multa para informação dos legítimos interessados, os
dados fáticos, técwicos e ciewtíficos que dão sustew-
O CDC estabelece a diferença entre publicidade tação à mensagem.
enganosa e publicidade abusiva. Elas estão disciplina-
das no art. 37. A consumação do crime ocorre quando o fornece-
dor (sujeito ativo) deixa, deliberadamente, de organi-
Publicidade Enganosa zar os dados que dão base à publicidade. É um crime
omissivo, não sendo possível a tentativa.
É enganosa qualquer modalidade de informação ou
comunicação de caráter publicitário, inteira ou par- Emprego de Peças ou Componentes de Reposição
cialmente falsa, ou, por qualquer outro modo, mesmo Usados sem o Consentimento do Consumidor
por omissão, capaz de induzir em erro o consumi-
dor a respeito da natureza, características, qualidade, Neste crime, a título de exemplo, incorre um mecâ-
quantidade, propriedades, origem, preço e quaisquer nico que inserir no carro de cliente uma peça usada
outros dados sobre produtos e serviços (§ 1º). sem autorização do consumidor.
A publicidade é enganosa por omissão quando dei-
xar de informar sobre dado essencial do produto Art. 70 Empregar na reparação de produtos, peça
ou serviço (§ 3º). ou componentes de reposição usados, sem autori-
zação do consumidor
Publicidade Abusiva
A conduta criminosa está diretamente ligada à
É abusiva, dentre outras, a publicidade discrimi- previsão do art. 21 do CDC.
natória de qualquer natureza, que incite à violência,
explore o medo ou a superstição, se aproveite da Art. 21 No fornecimento de serviços que tenham
deficiência de julgamento e experiência da crian- por objetivo a reparação de qualquer produto con-
ça, desrespeite valores ambientais, ou que seja capaz siderar-se-á implícita a obrigação do fornecedor
de induzir o consumidor a se comportar de forma de empregar componentes de reposição originais
prejudicial ou perigosa à sua saúde ou segurança adequados e wovos, ou que mawtewham as especifi-
(§ 2º) cações técnicas do fabricante, salvo, quanto a estes
Exemplo: um fornecedor realiza uma publicidade últimos, autorização em contrário do consumidor.
ofertando um videogame por R$200,00 (abaixo do preço
de mercado) com intuito de atrair consumidores, porém Cobrança Abusiva ou Vexatória
ao chegar à loja para efetuar a compra o consumidor se
depara com um preço elevado do produto. Nesse caso, Antes de adentrarmos ao estudo do tipo penal do
trata-se de uma publicidade enganosa comissiva. art. 71, observe o art. 42 do CDC:
O art. 68 também consiste em publicidade abusi-
va. Incorre neste tipo o agente que faz ou promove
Art. 42 Na cobrança de débitos, o consumidor inadim-
publicidade que sabe ou deveria saber ser capaz de
plente não será exposto a ridículo, nem será submeti-
induzir o consumidor a se comportar de forma
do a qualquer tipo de constrangimento ou ameaça.
prejudicial ou perigosa a sua saúde ou segurança:
Portanto, o consumidor não poderá ser exposto ao
368 Art. 68 Fazer ou promover publicidade que sabe ou
ridículo, nem será submetido a constrangimento ou
deveria saber ser capaz de induzir o consumidor a
se comportar de forma prejudicial ou perigosa a ameaça. O agente que praticar tal conduta poderá res-
sua saúde ou segurança. ponder pelo crime previsto no art. 71.
Art. 71 Utilizar, na cobrança de dívidas, de ameaça, Omissão na Entrega do Termo de Garantia ao
coação, cowstrawgimewto físico ou moral, afirma- Consumidor
ções falsas incorretas ou enganosas ou de qualquer
outro procedimento que exponha o consumidor, Deixar de entregar ao consumidor o termo de
iwjustificadamewte, a ridículo ou iwterfira com seu garantia adequadamente preenchido e com especifi-
trabalho, descanso ou lazer: cação clara de seu conteúdo é conduta punível na for-
Pena - Detenção de três meses a um ano e multa. ma do art. 74.
Garantia Legal:
que sabe ou deveria saber ser inexata. ou de pessoas portadoras de deficiêwcia mewtal
interditadas ou não;
BANCÁRIO
Art. 73 Deixar de corrigir imediatamente informa- V - serem praticados em operações que envolvam
ção sobre consumidor constante de cadastro, ban- alimentos, medicamentos ou quaisquer outros
co de dados, fichas ou registros que sabe ou deveria produtos ou serviços essenciais.
saber ser inexata:
Pena - Detenção de um a seis meses ou multa. O art. 78 estabelece que, além das penas privativas
de liberdade e de multa, podem ser impostas, cumu-
lativa ou alternadamente, observado o disposto nos
arts. 44 a 47, do Código Penal:
369
I - a interdição temporária de direitos; § 2º A indenização por perdas e danos se fará sem pre-
II - a publicação em órgãos de comunicação de gran- juízo da multa (art. 287, do Código de Processo Civil).
de circulação ou audiência, às expensas do conde- § 3º Sendo relevante o fundamento da demanda e
nado, de notícia sobre os fatos e a condenação; havewdo justificado receio de iweficácia do provimewto
III - a prestação de serviços à comunidade. fiwal, é lícito ao juiz cowceder a tutela limiwarmewte ou
Art. 80 No processo penal atinente aos crimes pre- após justificação prévia, citado o réu.
vistos neste código, bem como a outros crimes e § 4º O juiz poderá, na hipótese do § 3° ou na senten-
contravenções que envolvam relações de consumo, ça, impor multa diária ao réu, independentemente de
poderão intervir, como assistentes do Ministério pedido do autor, se for suficiewte ou compatível com a
Público, os legitimados indicados no art. 82, inciso obrigação, fixawdo prazo razoável para o cumprimew-
III e IV, aos quais também é facultado propor ação to do preceito.
penal subsidiária, se a denúncia não for oferecida § 5º Para a tutela específica ou para a obtewção do
no prazo legal. resultado prático equivalente, poderá o juiz determi-
nar as medidas necessárias, tais como busca e apreen-
Da Defesa do Consumidor em Juízo são, remoção de coisas e pessoas, desfazimento de
obra, impedimento de atividade nociva, além de requi-
A Defesa do Consumidor em Juízo encontra-se sição de força policial.
prevista nos arts. 81 a 104-C, do CDC. De início, os dez Art. 85 (Vetado).
Art. 86 (Vetado).
primeiros artigos trazem as regras gerais. Vejamos os
Art. 87 Nas ações coletivas de que trata este código
dispositivos: não haverá adiantamento de custas, emolumentos,
honorários periciais e quaisquer outras despesas, nem
Art. 81 A defesa dos interesses e direitos dos con- condenação da associação autora, salvo comprovada
sumidores e das vítimas poderá ser exercida em juí- má-fé, em honorários de advogados, custas e despesas
zo individualmente, ou a título coletivo. processuais.
Parágrafo único. A defesa coletiva será exercida quan- Parágrafo único. Em caso de litigância de má-fé, a
do se tratar de: associação autora e os diretores responsáveis pela
I - interesses ou direitos difusos, assim entendidos, propositura da ação serão solidariamente conde-
para efeitos deste código, os transindividuais, de natu- nados em honorários advocatícios e ao décuplo das
reza indivisível, de que sejam titulares pessoas inde- custas, sem prejuízo da responsabilidade por perdas
terminadas e ligadas por circunstâncias de fato; e danos.
II - interesses ou direitos coletivos, assim entendidos, Art. 88 Na hipótese do art. 13, parágrafo único des-
para efeitos deste código, os transindividuais, de natu- te código, a ação de regresso poderá ser ajuizada em
reza indivisível de que seja titular grupo, categoria ou processo autônomo, facultada a possibilidade de pros-
classe de pessoas ligadas entre si ou com a parte con- seguir-se nos mesmos autos, vedada a denunciação da
trária por uma relação jurídica base; lide.
III - interesses ou direitos individuais homogêneos, Art. 89 (Vetado)
assim entendidos os decorrentes de origem comum. Art. 90 Aplicam-se às ações previstas neste título
Art. 82 Para os fiws do art. 81, parágrafo úwico, são as normas do Código de Processo Civil e da Lei n°
legitimados concorrentemente: 7.347, de 24 de julho de 1985, inclusive no que respei-
I - o Ministério Público, ta ao inquérito civil, naquilo que não contrariar suas
II - a União, os Estados, os Municípios e o Distrito disposições.
Federal;
III - as entidades e órgãos da Administração Pública, Além da proteção no âmbito do direito material,
direta ou indireta, ainda que sem personalidade jurídi- o CDC estabelece instrumentos e técnicas processuais
ca, especificamewte destiwados à defesa dos iwteresses específicas em favor do consumidor, como, por exemplo,
e direitos protegidos por este código;
a inversão do ônus da prova, a competência do domicílio
IV - as associações legalmente constituídas há pelo
do consumidor e a proibição de denunciação à lide.
mewos um awo e que iwcluam ewtre seus fiws iwstitucio-
O art. 81 refere-se à defesa dos interesses do consumi-
nais a defesa dos interesses e direitos protegidos por
este código, dispensada a autorização assemblear. dor como algo que pode ser exercido individualmente ou
§ 1º O requisito da pré-constituição pode ser dis- coletivamente para os casos de interesses coletivos em
pensado pelo juiz, nas ações previstas nos arts. 91 e sentido amplo. Neste ponto, cumpre mencionar que os
seguintes, quando haja manifesto interesse social evi- direitos coletivos se dividem em três categorias:
denciado pela dimensão ou característica do dano, ou
pela relevância do bem jurídico a ser protegido. DIREITOS COLETIVOS
§ 2º (Vetado).
§ 3º (Vetado).
Art. 83 Para a defesa dos direitos e interesses pro-
tegidos por este código são admissíveis todas as Direitos
Direitos coletivos
espécies de ações capazes de propiciar sua adequa- Direitos difusos individuais
stricto sensu
da e efetiva tutela. homogêneos
Parágrafo úwico. (Vetado).
Art. 84 Na ação que tenha por objeto o cumpri-
mento da obrigação de fazer ou não fazer, o juiz Em síntese, os direitos difusos são os direitos
cowcederá a tutela específica da obrigação ou constituídos por interesses indivisíveis, que podem
determinará providências que assegurem o resul- abranger um número indeterminado de pessoas
tado prático equivalente ao do adimplemento. com sujeitos indeterminados e indetermináveis.
370 § 1º A conversão da obrigação em perdas e danos São exemplos: o direito ao meio ambiente ecologica-
somente será admissível se por elas optar o autor mente equilibrado, o direito à autodeterminação dos
ou se impossível a tutela específica ou a obtewção povos, o direito à comunicação, a vedação à propa-
do resultado prático correspondente. ganda enganosa, entre outros.
Em contrapartida, os direitos coletivos (em sen- Os arts. 91 ao 100 estabelecem as regras atinentes
tido estrito) são aqueles interesses indivisíveis que às ações coletivas para a defesa de interesses indivi-
abrangem um grupo ou categoria determinada duais homogêneos. Vejamos os dispositivos:
de pessoas unidas pelo mesmo interesse jurídico,
como, por exemplo, a proteção de determinados gru- Art. 91 Os legitimados de que trata o art. 82 poderão
pos sociais tidos como vulneráveis, os direitos à pres- propor, em nome próprio e no interesse das vítimas
tação de serviços públicos de qualidade, tais como o ou seus sucessores, ação civil coletiva de responsabili-
de energia elétrica, água e saneamento básico. dade pelos danos individualmente sofridos, de acordo
Por fim, os direitos individuais homogêneos com o disposto wos artigos seguiwtes.
são os interesses divisíveis e que têm como titula- Art. 92 O Ministério Público, se não ajuizar a ação,
res pessoas determinadas. Trata-se dos direitos que, atuará sempre como fiscal da lei.
embora individuais, ou seja, a título pessoal, são con- Parágrafo úwico. (Vetado).
duzidos coletivamente perante a Justiça em função Art. 93 Ressalvada a competência da Justiça Federal, é
da sua origem comum (proteção coletiva), como, por competente para a causa a justiça local:
exemplo, os reajustes dos contratos de adesão que I - no foro do lugar onde ocorreu ou deva ocorrer o
vinculam diversas pessoas. dano, quando de âmbito local;
O art. 82 traz a legitimidade concorrente para pro- II - no foro da Capital do Estado ou no do Distrito Fede-
ral, para os danos de âmbito nacional ou regional,
posição da ação (coletiva ou ação civil pública) no
aplicando-se as regras do Código de Processo Civil aos
caso dos interesses coletivos (lato sensu) para o Minis-
casos de competência concorrente.
tério Público, entes federativos, entidades e órgãos da
Art. 94 Proposta a ação, será publicado edital no
Administração Pública e associações.
órgão oficial, a fim de que os iwteressados possam
Cumpre mencionar que, embora a legitimidade intervir no processo como litisconsortes, sem prejuí-
da Defensoria Pública não conste do dispositivo, ela zo de ampla divulgação pelos meios de comunicação
também é legitimada expressamente por outro dispo- social por parte dos órgãos de defesa do consumidor.
sitivo a promover a ação, em conformidade com o art. Art. 95 Em caso de procedência do pedido, a condena-
5º, da Lei nº 7.347, de 1985 (Lei da Ação Civil Pública). ção será gewérica, fixawdo a respowsabilidade do réu
Ressalta-se, por necessário, que a competência pelos danos causados.
é autônoma, ou seja, qualquer dos legitimados pode Art. 96 (Vetado).
propor a ação sem a necessidade de litisconsórcio. Art. 97 A liquidação e a execução de sentença poderão
ser promovidas pela vítima e seus sucessores, assim
Dica como pelos legitimados de que trata o art. 82.
Parágrafo único. (Vetado).
Para as associações é necessário que elas este- jam Art. 98 A execução poderá ser coletiva, sendo promo-
constituídas há, pelo menos, 1 ano e que a defesa dos vida pelos legitimados de que trata o art. 82, abran-
interesses de seus associados seja um dos seus fins gendo as vítimas cujas indenizações já tiveram sido
institucionais. fixadas em sewtewça de liquidação, sem prejuízo do
ajuizamewto de outras execuções.
Importante: diferenciação de substituição proces- § 1º A execução coletiva far-se-á com base em certidão
sual e representação processual. No caso do inciso IV, art. das sentenças de liquidação, da qual deverá constar a
82, as associações atuam como substitutos processuais, ocorrência ou não do trânsito em julgado.
sendo, portanto, dispensada a autorização assemblear. § 2º É competente para a execução o juízo:
Assim, a decisão beneficiará a todos, independentemen- I - da liquidação da sentença ou da ação condenatória,
te de serem filiados ou não à associação, porém, desde no caso de execução individual;
que estejam na mesma situação fática. II - da ação condenatória, quando coletiva a execução.
Em contrapartida, na representação processual, Art. 99 Em caso de concurso de créditos decorrentes
é necessário autorização expressa dos associados e de condenação prevista na Lei n.° 7.347, de 24 de julho
somente eles se beneficiarão com a decisão (XXI, art. de 1985 e de indenizações pelos prejuízos individuais
5º, da CF, de 1988). resultantes do mesmo evento danoso, estas terão pre-
O art. 83 estabelece que todas as modalidades de ferência no pagamento.
Parágrafo único. Para efeito do disposto neste artigo,
ações são cabíveis para a proteção efetiva e adequada
a destinação da importância recolhida ao fundo cria-
do consumidor.
do pela Lei w°7.347 de 24 de julho de 1985, ficará sus-
O art. 84 decorre do princípio da instrumentalidade
tada enquanto pendentes de decisão de segundo grau
do processo, de modo que o juiz pode se valer das tute-
as ações de indenização pelos danos individuais, salvo
las processuais existentes no ordenamento jurídico e das na hipótese de o patrimônio do devedor ser manifes-
medidas necessárias à sua efetivação, como, por exem- tamewte suficiewte para respowder pela iwtegralidade
plo, busca e apreensão de coisa e multa diária. das dívidas.
O art. 87 cuida do benefício processual da gratui- Art. 100 Decorrido o prazo de um ano sem habilitação
dade processual para as ações coletivas. O benefício de interessados em número compatível com a gravi-
ATENDIMENTO
é aplicado à parte autora, desde que esta atue como dade do dano, poderão os legitimados do art. 82 pro-
substituta processual de interesse transindividual. mover a liquidação e execução da indenização devida.
BANCÁRIO
Salienta-se que no caso de litigância de má-fé, a Parágrafo único. O produto da indenização devida
parte autora e os responsáveis pela propositura da reverterá para o fundo criado pela Lei n.° 7.347, de 24
ação serão condenados em honorários advocatícios e de julho de 1985.
ao décuplo (10x) das custas processuais, sem prejuízo
de eventual responsabilidade por perdas e danos. O art. 91 cuida da substituição processual, ou seja,
Por fim, o art. 88 cuida da ação de regresso e o art. da possibilidade dos legitimados do art. 82 proporem
90, da aplicação subsidiária das regras previstas no a ação em nome próprio e no interesse das vítimas ou
CPC e na Lei nº 7.347, de 1985. de seus sucessores. 371
O art. 92 estabelece a intervenção obrigatória do venda, ou a determinar a alteração na composição,
Ministério público no feito. Assim, caso não seja o estrutura, fórmula ou acondicionamento de produ-
autor da demanda, o Ministério Público deve necessa- to, cujo uso ou consumo regular se revele nocivo ou
riamente atuar no feito, independentemente da cate- perigoso à saúde pública e à incolumidade pessoal.
goria de interesse coletivo tutelado. § 1° (Vetado).
O art. 93 praticamente repete o art. 2º, da Lei nº § 2° (Vetado)
7.347, de 1985, ao estabelecer a competência nas ações
coletivas de forma absoluta em razão do local do Como consequência da proteção do consumidor
dano. Trata-se de competência territorial, que, por ser vulnerável (I, art. 4º) e do direito à facilitação da defe-
de índole funcional, é inderrogável e improrrogável sa dos direitos (VIII, art. 6º), tem-se o art. 101, do CDC.
por vontade das partes. O inciso I deste dispositivo possibilita que o consumi-
Cumpre esclarecer, no entanto, que antes de dor lesado proponha a ação no foro do seu domicílio,
se estabelecer o foro competente, é preciso verifi- excepcionando a regra do Código de Processo Civil
car a natureza jurídica do consumidor para definir que estabelece a propositura da ação no foro de domi-
se a competência é da Justiça Federal ou da Justiça cílio do réu. O objetivo é facilitar a defesa dos interes-
Estadual. ses do consumidor sem impor a ele custos.
Exemplo: imagine um bem fabricado no Rio Grande
do Sul e que este produto apresente vício para um consu-
Dica midor residente no Amapá. Assim, a responsabilidade de
A competência da Justiça Federal está estabele- cida no arcar com os custos é do fornecedor, uma vez que foi ele
inciso I, art. 109, da CF, de 1988. que inseriu o produto com vício no mercado.
Dica: trata-se de competência relativa, visto que o
O art. 95 estabelece que a condenação para os consumidor pode optar por propor a ação no foro de
casos de procedência da demanda deve ser genérica. domicílio do fornecedor.
Assim, será na liquidação e na execução da sentença O inciso II, do art. 101, traz a possibilidade de o for-
que serão estabelecidos, conforme o caso concreto, os necedor chamar ao processo a seguradora, nos casos
valores da condenação. A competência para promo- de existir contrato de seguro.
ção destas ações encontra-se no art. 97, podendo ser O art. 102, por sua vez, busca a prevenção dos
proposta pela própria vítima ou por seus sucessores. danos.
O art. 98 cuida da possibilidade de a execução ser Já os arts. 103 e 104 dispõem sobre a coisa julgada
proposta pelos legitimados do art. 82, no caso de exis- nos seguintes termos:
tir sentença de liquidação fixando o montante para
cada vítima. Art. 103 Nas ações coletivas de que trata este códi-
O art. 99 cuida do caso de concursos de créditos go, a sentença fará coisa julgada:
decorrentes da condenação e de indenização pelos I - erga omnes, exceto se o pedido for julgado
prejuízos individuais. improcedewte por iwsuficiêwcia de provas, hipótese
Por fim, o art. 100 trata da denominada execução em que qualquer legitimado poderá intentar outra
fiuid recovery, ou seja, da execução subsidiária promo- ação, com idêntico fundamento valendo-se de nova
vida no caso de não existirem habilitados em número prova, na hipótese do inciso I do parágrafo único
compatível com a gravidade do dano no prazo de um do art. 81;
II - ultra partes, mas limitadamente ao grupo,
ano do trânsito em julgado da sentença. O produto da
categoria ou classe, salvo improcedência por insu-
arrecadação será destinado a um fundo criado pela
ficiêwcia de provas, wos termos do iwciso awterior,
Lei nº 7.347, de 1985. quando se tratar da hipótese prevista no inciso II
Os arts. 101 e 102 cuidam das ações de responsabi- do parágrafo único do art. 81;
lidade do fornecedor de produtos e serviços. Vejamos III - erga omnes, apenas no caso de procedência
os dispositivos: do pedido, para beweficiar todas as vítimas e seus
sucessores, na hipótese do inciso III do parágrafo
Art. 101 Na ação de responsabilidade civil do único do art. 81.
fornecedor de produtos e serviços, sem prejuízo § 1º Os efeitos da coisa julgada previstos nos inci-
do disposto nos Capítulos I e II deste título, serão sos I e II não prejudicarão interesses e direitos indi-
observadas as seguintes normas: viduais dos integrantes da coletividade, do grupo,
I - a ação pode ser proposta no domicílio do autor; categoria ou classe.
II - o réu que houver contratado seguro de respon- § 2º Na hipótese prevista no inciso III, em caso de
sabilidade poderá chamar ao processo o segurador, improcedência do pedido, os interessados que não tive-
vedada a integração do contraditório pelo Instituto rem intervindo no processo como litisconsortes pode-
de Resseguros do Brasil. Nesta hipótese, a sentença rão propor ação de indenização a título individual.
que julgar procedente o pedido condenará o réu nos § 3º Os efeitos da coisa julgada de que cuida o art.
termos do art. 80 do Código de Processo Civil. Se 16, combinado com o art. 13 da Lei n° 7.347, de 24
o réu houver sido declarado falido, o síndico será de julho de 1985, não prejudicarão as ações de inde-
intimado a informar a existência de seguro de res- nização por danos pessoalmente sofridos, propostas
powsabilidade, facultawdo-se, em caso afirmativo, individualmente ou na forma prevista neste código,
o ajuizamento de ação de indenização diretamente mas, se procedewte o pedido, beweficiarão as vítimas
contra o segurador, vedada a denunciação da lide e seus sucessores, que poderão proceder à liquida-
ao Instituto de Resseguros do Brasil e dispensado o ção e à execução, nos termos dos arts. 96 a 99.
litisconsórcio obrigatório com este. § 4º Aplica-se o disposto no parágrafo anterior à
372 Art. 102 Os legitimados a agir na forma deste códi- sentença penal condenatória.
go poderão propor ação visando compelir o Poder Art. 104 As ações coletivas, previstas nos incisos I e
Público competente a proibir, em todo o território II e do parágrafo único do art. 81, não induzem litis-
nacional, a produção, divulgação distribuição ou pendência para as ações individuais, mas os efeitos
da coisa julgada erga omnes ou ultra partes a que Art. 104-A A requerimento do consumidor supe-
aludem os incisos II e III do artigo anterior não rendividado pessoa natural, o juiz poderá ins-
beweficiarão os autores das ações iwdividuais, se taurar processo de repactuação de dívidas,
não for requerida sua suspensão no prazo de trinta com vistas à realização de audiência conciliatória,
dias, a contar da ciência nos autos do ajuizamento presidida por ele ou por conciliador credenciado
da ação coletiva. no juízo, com a presença de todos os credores de
dívidas previstas no art. 54-A deste Código, na qual
Por coisa julgada entende-se a imutabilidade dos o consumidor apresentará proposta de plano de
efeitos da sentença. Este efeito é adquirido por meio pagamento com prazo máximo de 5 (cinco) anos,
preservados o mínimo existencial, nos termos da
do trânsito em julgado da sentença. Importante
regulamentação, e as garantias e as formas de
esclarecer que os efeitos da coisa julgada nas ações pagamento originalmente pactuadas.
coletivas são distintos das ações individuais. § 1º Excluem-se do processo de repactuação as dívi-
O que ocorre é que, nas ações individuais, a sen- das, ainda que decorrentes de relações de consumo,
tença se opera tanto para beneficiar como para pre- oriundas de contratos celebrados dolosamente sem
judicar as partes da demanda. Já nas ações coletivas, o propósito de realizar pagamento, bem como as
a coisa julgada projeta-se para a coletividade subs- dívidas provenientes de contratos de crédito com
tituída apenas para beneficiar os consumidores e garawtia real, de fiwawciamewtos imobiliários e de
não para prejudicá-los. crédito rural.
Neste ponto, o art. 104 estabelece a separação entre § 2º O wão comparecimewto iwjustificado de qual-
os interesses e a relação entre a demanda coletiva e a quer credor, ou de seu procurador com poderes
individual, ou seja, se irá induzir a litispendência. especiais e plenos para transigir, à audiência de
cowciliação de que trata o caput deste artigo acar-
Em síntese — arts. 103 e 104, do CDC:
retará a suspensão da exigibilidade do débito e a
interrupção dos encargos da mora, bem como a
Interesse difuso:
sujeição compulsória ao plano de pagamento da
dívida se o montante devido ao credor ausente
No caso de interesse difuso a sentença terá efeito for certo e conhecido pelo consumidor, devendo o
erga omnes se for julgada procedente. No caso de pagamento a esse credor ser estipulado para ocor-
improcedência, é preciso dividir as situações. Se hou- rer apenas após o pagamento aos credores presen-
ver exame de provas e a ação for julgada improceden- tes à audiência conciliatória.
te, o efeito é erga omnes para impedir a propositura § 3º No caso de conciliação, com qualquer credor,
de nova ação coletiva, porém o lesado poderá propor a sentença judicial que homologar o acordo descre-
ação individual, pois não induz a litispendência. verá o plawo de pagamewto da dívida e terá eficácia
Já no caso de improcedência por falta de provas, de título executivo e força de coisa julgada.
não haverá coisa julgada erga omnes, e qualquer § 4º Constarão do plano de pagamento referido no
§ 3º deste artigo:
interessado pode propor novamente a demanda (não I - medidas de dilação dos prazos de pagamento e
gera litispendência).
de redução dos encargos da dívida ou da remunera-
ção do fornecedor, entre outras destinadas a facili-
Interesse coletivo stricto sensu: tar o pagamento da dívida;
II - referência à suspensão ou à extinção das ações
No caso de interesse coletivo, a procedência da judiciais em curso;
sentença gera efeitos ultra partes, portanto limita- III - data a partir da qual será providenciada a
dos ao grupo, categoria ou classe. No caso de impro- exclusão do consumidor de bancos de dados e de
cedência com exame das provas, também haverá cadastros de inadimplentes;
coisa julgada ultra partes, de modo a impedir nova IV - condicionamento de seus efeitos à abs-
propositura de ação coletiva, mas sem impedir que tenção, pelo consumidor, de condutas que
o lesado proponha a ação individual (não induz importem no agravamento de sua situação de
superewdividamewto.
litispendência).
§ 5º O pedido do consumidor a que se refere
No caso de ter sido julgada improcedente por fal-
o caput deste artigo wão importará em declaração
ta de provas, não haverá coisa julgada erga omnes, de insolvência civil e poderá ser repetido somente
e qualquer interessado pode propor novamente a após decorrido o prazo de 2 (dois) anos, contado
demanda (não gera litispendência). da liquidação das obrigações previstas no plano de
pagamento homologado, sem prejuízo de eventual
Interesse individual homogêneo: repactuação.
Art. 104-B Se não houver êxito na conciliação em
No caso de interesse coletivo, a procedência da relação a quaisquer credores, o juiz, a pedido do
sentença gera efeitos erga omnes para beneficiar consumidor, instaurará processo por superendivi-
ATENDIMENTO
todos os lesados e seus sucessores. No caso de impro- damento para revisão e integração dos contratos
cedência com ou sem exame das provas, o efeito gera- e repactuação das dívidas remanescentes mediante
BANCÁRIO
e) nas técnicas de coaching, onde o vendedor não fala para o contratação de serviços do banco, os vendedores devem
cliente qual é a solução para o seu problema, conduzindo-o agir de forma que beneficie a empresa e não lhe cause
para insights através de perguntas. prejuízos.
de trinta laudas e utilização de ter- mos econômico- recebe, por telefone, várias ofertas de emprés- timos mediante
contábeis complexos. consignação em folha. Após consultar familiares, LL não
BANCÁRIO
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mediante consignação. A aposentada apresenta requeri- mento e) desconsiderar os usuários que não mantenham rela- ção
ao banco para apresentar os documentos pertinen- tes ao negocial frequente.
empréstimo, sem qualquer resposta.
25. (CESGRANRIO — 2021) Ao analisar o mercado de uma
Nos termos da Resolução CMN nº 3.694/2009, as ins- região, o gerente identificou três tipos de clientes ban-
tituições financeiras, na contratação de operações e na cários. O primeiro grupo de clientes decide o banco que
prestação de serviços, devem assegurar: contrata, com base na rapidez de atendimento às suas
demandas. O segundo grupo reúne os consumi- dores que
a) fornecimento de contratos e documentos pertinentes aos consideram mais importante o custo dos serviços bancários
atos praticados cobrados na hora de escolher um banco. O terceiro grupo é
b) composição dos danos causados, desde que por ordem formado por indivíduos que consideram mais importante a
judicial segurança que o banco pode oferecer ao patrimônio dos
c) declarações de idoneidade moral e financeira investidores.
d) divulgação de cadastros positivos ou negativos reque- ridos
por fornecedores Nesse caso, a base para segmentação do mercado é
e) recebimento de documentos de forma física, mesmo em denominada segmentação:
dependência exclusivamente eletrônica
a) comportamental
23. (CESGRANRIO — 2021) KO é gerente Júnior de um banco e b) demográfica
atua no contato direto com os clientes que têm pouca c) psicográfica
experiência na atividade de investimentos financeiros. d) geográfica
Buscando promoção no quadro interno da instituição e) terciária
financeira, o gerente realiza vários cursos de atualiza- ção,
inclusive de educação financeira. Munido desses GABARITO
conhecimentos, ele contata os correntistas sob sua res-
ponsabilidade e oferece indicações sobre como investir. Os
clientes compõem diversos segmentos econômicos, e alguns 1 B
não possuem renda para propiciar saldos des- tinados a
investimentos no momento em que são con- tatados. O 2 E
supervisor de KO identifica essa situação e o adverte da perda
3 E
de tempo com clientes que não gera- riam lucros imediatos
ao banco. 4 C