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í: FLORES E AMORES

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.— CAXIAS—
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1874'
OFFERECE

Seu amigo do coração

JOÃO jyALMEIDA OLIVEIRA

0 ÁlTHOIt.

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>* T * ~

— CAXIAS —
T/poçr .;L.* Mir.Jihi n o -*lo Paulo RlK.m
J \ l é *• i V

Á li,— somente á li—suo dirigidos os meus


versos,—pobres llorcs geradas eniro espinhos,—
colhidas por mão de bardo inexperiente;— polires
.mores nascidos n’um coração ardente, alimenta­
dos n'uma alma ainda virgem de sensações,— ean-
: :js no balbuciar de uma crcança, sublimisados
imaginação tumulluosa,— tangidos na lyra,
— c al cadenciada ainda.
As flores do meu jardim,— vê-lo-has, —sao
5 ngel as, —mas expessivas,— tristes, mas ternas.
Os amores do meu coração, lambem os verás,
— 'Tio pobres.— mas cheios de sentimentos puros,
— tão poros como nossas almas de quinze annos.
Si acaso vires um pranto,— uma queixa nestes
versos, urna lagryma furtiva,— não te entristeças,
— não: mas que um sorriso indulgente rugue teus
lábios, arqueados por ligeira commoção,— e por
mais longe que estejas, eu verei esse sorriso, lerei
teu pensamento, c miuh alma se regosijarâ.

T iieomulo.
ON DE YAES ?

Onde va os ?— Não vês a lu a?


Magcslosa d' esplendor,
Como ó bella 1 Brilha mm,
Brilha nua,— trovador.

Onde vacs á laos deshoras ?


Tens no peito algum amor ?
Oh ! não saias tora de horas,
F ora de horas,— trovador.

D ’asiros o espaço se arreia;


Rebram c o mar com furor;
Surda onda beija’ a areia,
Beija’ a ’ areia— trovador.

Estrem ecendo, a folhagem


Espalha subtil rumor;
M insa e branda sopra’ a’ aragem ,
Sopra' a’ aragem ,— trovador.
Mimosa (lor ,1a campina
hspnrgo suave o,lor;
] ) | h v m a o s o p r o s in c lin a
I urpurma, — trovador.

^ (> • E a nuvem va porosa


Contem pla a pallida c o r!
1 ua am anle è mais formosa,
M ais form osa,— trovador.

Já da lua o clarão m orre...


j á c o b re -a Iriste p allo r.. .
C o rre o regalo, e serpeia
IV alva areia,— trovador.

K tarde ! — E o tempo se escôa


E a noite é templo de am o r!
]>ara toa amante vôa,
Corre, vôa,— trovador.
0
OH I V E M !

Anjo tios Íamos i isonlms,


Qif é tios sonhos,
Que ou linha ao pensar em li l
\ i ! —Depois quo ino fugiste,
Fiquei trislo,
— Miuir alma Iristo scnli.

Anjo louro, nem lembrança


D'espcrança
Guardaste em leu coração t
A unca mais o paraíso,
JVuin sorriso,
Mc abrirás,— por compaixão!

Onde pairam meus desejos ?


Onde os beijos
Dos leus lábios de carmim ?
Si já não condóe-lc o pranto,
Do meu canto,
E que esqueceste de mim.

O' anjo dos sonhos douro,


Meu Ibesouro,
Desce dos ceus, vem aqui !
m

Minha rrcnça regenera,


Qno m orrera,
Si eu não vivesse [)or l i !

Vem depressa! Vem am ar-m e,


Saciar-m o
Com teus beijos ou Ira vez:
\ i*m m ostrar-m e o paraiso,
jN' um sorriso,
i)os teus lábios ao Ira v ez.—

*:» v -

FOEG ET ME NOT

( U m adeus ao MiíU C0LLI30A F . R. BoBGES )

Q uando os | ran 'o s d a n ro ra brilharem


Sobre o calix du candida llor,
Q uando rsln llu ; do ceu seinlillarem
Pelo espace, da lua ao fulgor;
11
Quando prainos o rios o mares,
Som saudades, deixares Irn/ li.
I! nos frosoos, risonhos palmares,
Descanlar o gcnlil ganmnby;
Qaando o vento vergar as florestas,
Quando o ceu se tingir do arrehol;
Q íando os risos, as galas, as lestas
Das campinas abrirem-se ao sol;

Quando as nuvens veloses correrem,


Asulando os espaços sem fim;
Quando vires os dias morrerem,
Kâo tesqueças', amigo, de mim.

ROMPER D'AL V A

Já da arrora a côr mimosa


l*or sobre a terra assomou;
Já brilhante a borboleta
ISa fresca rosa poisou.
\To horisonle o sol desponta
\iiimnixlo a nalurosa,
K o colibri beija as llures
Radiante do bollosa.

Salla a jaçanan no rio,


A cachoeira maruilia,
Rrincam peixes no aureo leito,
E a garça branca mergulha.

Na palm eira seus Irinados


Solta o louçam sabiá,
Chora rôla gem ebunda
Do ramo do pé do ingá.

Ouve-sc alem torvo grilo


De funereo jacamy;
Na agreste moita escondida
T erna’ arrula a jiu ily.

Corrí* fonte m urm urante


Das (juebradas na soid&o;
Cicia fagueira brisa
De folhas iimcamlo o chão.

Da bellesa variada
Do nntmcsa tão belhi.
( 1'ho, e ii tu \ejm — n sublimo,

Com o pensamento ,sij n' ICIIa.

Porem, ah ! já le não lembras


Pos passeios inalulinos
Ao romper cTaurora dados
Pelos prados diamantinos.

Então mais fresca era a relv


Mais bello o raiar do dia,
Mais alegre era a paisagem,
Mais doce a fonte corria.

L em bras-te? Dentro cm meu peito


Pulava-m e o coração,
Si, por acaso, sobre elle
Jioçavas a nivea mão.

N esse tempo venturoso


Eu era, ó Deus, bem feliz 1^
Eram sò meus os sorrisos
Dos teus lábios infantis.
H

Amor! eu lia nu teus lábios,


^ o8 tons olhos lia: am or!
Amor! nas brisas, nas lonlos,
3So cou, na terra, 11a llnr.

Porem,— ah !—já I*'. não lembras!


A llor do leu coração
l\o rilornello das valsas]
Queimou a seiva dTnlão.

Talvez pensativa agora,


A‘ frouxa luz do luar,
Sobre a sacada, lançando
Vistas incertas ao mar;
Debruçada, silenciosa,
— A nivea face na mão,—
Olhando,- =seiri ver,— do espaço
A negra, immensn amplidão;

Tendo um sorriso nos lábios


Contrahidos docemenlo,
Soltas as longas madeixas
Da brisa ao sopro fremenle;

J endo a lronlo pensativa


Cingida de brancas flores,
Talvez estejas sonhando
N »vos, ardentes amores.

O íem podo sondar o abysmo


D'mn coração de mulher'!
D iitro dellc é tudo trevas,
Nem raio de luz siíjuer !

YA

E X T A S IS

Estrella malulina,
Que luses no horisorde,
Brilhando sobre a fouto
De limpido cristal:
Flor iunocente e pura,
ic>

Ouc o calix encanlado


Kstendes, rorejado
j)o’ orvalho m atin al,

Florido cajueiro,
Ouc as ram as recurvadas
Em balas, bafejadas
13 c frosca \ i ração;
A urora lacrim osa,
Risonha m adrugada,
E splendida alvorada
De rulilo clarão;

Aves, que suspiraes


Suaves melodias;
Disei-me as harm onias,
Que a aurora vera trasendo;
Quando a silenlc noile
Sc acaba, c principia
Raiar a luz do dia
Que ao longe vera rompendo;

Rolinha enviuvada,
Canoro sabiá,
frislouha pequapá,
Suave ganuuiby,
Canlac sobre a mangueira
Cnpadn, verde, belln,
Disei-me o nome d’—Ella.
Sen nome repelí 1

SONETO
(No mar)

O rugir cavo, longo, c temeroso


Da horrenda trovoada, alem rebôa,
Os espaços do ar abala, —e sòa
Ao longe,—propagando-se espantoso,

O rio as aguas volta de medroso,


O jácáré se encolhe na lagôa,
Sem tino, as ondas volve o mar, á tôa,
Contra as praias brauiindo pavoroso.
0 oilic treme e estala co* o rugido,
Envolvendo-se cm feia escuridão.
Em quanto o oceano espum a enfurecido.
• ■

C á eu mc embalo co* o Garrei na mão


Ge tiuio quanto cerca-me esquecido,
Sem mesmo ouvir os roncos do tro\ão.

AS CHAMMAS E O FUMO

(T babi si mó ui: L aciiampfavdik)

T) inerrdido monle d urces


Ucairtnas e fumo sahiain,
1- o Imv.o o;t jucs iofdavu
(Jui’ Ufc ‘.tuilliOCi.-i c t-rUu‘iM'i;iil».
10
— « O nr, que aclaramos, toldas,— »
Discm-lhe as chammas cmfim;
— « Deixa-nos, foge, importuno,
•—« Não nos persigas assim.— »

— « Irmans.» lhes responde o fumo,


— « Que o brilho vos toldo, sei;
— « Mas, ou louvem-me, ou censurcm-me.
— * Eu sempre vos seguirei.—

Que são as chammas ?—À Gloria.


I Ao fumo—Inveja—chamac;
' Toda a—Gloria—n’este mundo
D' Inveja seguida vae.----- -

U M A D E U S P A R A SE M PR E
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M to 4 * f * ' •
Do .\a\*io
I no rir
nr fí*
• »«c aíasl*’
Do coração a a <g •
Gelado loq-or " * * " * * *
Vara trisdcsa «o«d>na.
O livido desalento
M, annuiuila o Mniuncnto,
Decalcando »»t»»a dor,
A morte dix-me: • D**an,-a .
E eu vejo que da l 'l1, ran,-j‘
„ n« k se murcha a tlor.

Está minha crença esvaída,


■jsada tnais lenlio á esperar,
Nem um rir que me dè vida,
■Nem d’espcrança um ornar;
Pcrdi*dc todo a coragem,
E da morte a lorva imagem
21

Vem rninh’ alm a embevecer:


Ante a aííliçâo que me anceia
Só me persegue uma idea
Que me acalenta o viver.

E ’ que na minha agonia


Não me foges da lembrança,
E de rcver-te algum dia
lnda mc resta esperança.
— Quero que vejas meu rosto,
Onde continuo desgosto
Profundas rugas cavou;
Que contemples a obra tua,
One alegres tua’ alma crua
De ver-me assim como estou.
E quando \ircs o pranto
Dos olhos meus goltcjado,
Kão recúcs,— não,— cTegpanlo,
rotga i* ri do desgraçado !
Folga e ri !—Lanea-me o peso
Do leu desdem, —do despreso
tuas phrases de l'e|-
ViHpeudia ininir alma l ’
>» niaiiyno ,luero J)aima
I ^ uiao cruel.
23

Pela amplidão desvairada,


Yôa som tino, açodada,
Sem que pouso encontre ali;
Eis cac u’areia sem vida...
Serei a pomba perdida.
Quando lembrar-mo dc ti !

Adeus, senhora, que eu parto;


Vou para longe, exilado;
De vós senhora, ma apartô,
Qual da vida o condemnado.
Que a fortuna espalho flores
Sobre as viclimas dainores
Q;ie ao vosso carro jungis;
Que o fado n ada vos negue,
Que outro melhor s.e encarregue
De vos fazer mui fJiz.»
0 P I N GrO D A G U A .*

(L acbambbacdie)

D horisonte asul-mtenlo
S’ cnncgrecia. Do*ar
B’agua um piog > M*ao pafl
Tombando, - cabia no m ar.
Ei-lo seu fado pranlcia:
<—limlil, dosconlwcido
»Ficarei,—qual grão d’aiTÍa
«Da varzea em meio perdido.

«Quando, nas asas dofc vento*.


«Da nuvem negra eu descia, *
«Mais l>e»io ao meu pensamènl
■U porvir se oflereria,

^Igaei nas pormos formosas


u ,;ollllro ser poisado,
>lh a ' *HI' 'i;ls ‘"imosiis
•l>a flor,—ll0 calix doirado.»
aAü
r

passa uma 'ostra, por ventura,


Qae nns conchas dá-lhe abrigo;
Enlr’ abrindo-se— jo segura,
fíecolhc-o, - leva-o comsigo.
E a gotta dagua,— que a vi la
Supporlava coin desdem,
Jaz cm perln convertida
Na concha, que presa a lem.
Depressa a ostra é Irasida
A’ flor das ondas asues,
E d’ella a pcr-’la extrahida
Brilha vestida de luz.

Ei-la agora radiante,


Magestosa d’esplendor,
No diadema rutilante
D”am polento imperador.

O h ! tu, virgem formosa, que temperas


Das magnas no chrysol lua ’a!m:i pura,
Trabalha 1— Ê teu fadario l
Coragem !—Sobre as ondas inconstantes
Do mar da vida,— como a gOlla d’agua,
Serás pérola um dia l
K ,mando mou r<M t0 for
j), songuc lodo banhado,
Aos borbolõOS no redor
j)o coração Iraspassado,
K quando ou for, soluçando,
Paliido, afíliclo, rojando,
BMjar a areia á teus pés,
Bai\o, cora toda a humildade,
Murmurarei: « Piedade !.. .
« Dõe-te de m im ! porquem és. . .

c S enhora, á teus pés c u rv a d o ,


« V enho p ed ir-lc — p e rd ã o !
« P erd ão dc le haver am ado
« Com tão leal coração !
< Perdão de affecto lão n obre !
• Seja puro o am or do pobre,
« Sem pre vil se ha d»; ch am ar;
• Mui alio estavas, senhora !
. Meu coração, .|ue te adora,
« Não le d ev irá a d o r a r !

• No mundo iroi como ossa’avo


• f d“ '«ndoseafaslou,
• L erguen,io adejo suave
• Pelo deserio eiXu;1
23

Pela amplidão desvairada,


Yôa som tino, açodada,
Sem que pouso encontre ali;
Eis cac u’areia sem vida...
Serei a pomba perdida.
Quando lembrar-mo dc ti !

Adeus, senhora, que eu parto;


Vou para longe, exilado;
De vós senhora, ma apartô,
Qual da vida o condemnado.
Que a fortuna espalho flores
Sobre as viclimas dainores
Q;ie ao vosso carro jungis;
Que o fado n ada vos negue,
Que outro melhor s.e encarregue
De vos fazer mui fJiz.»
o PINGO D'AGUA.

( L acbaíibbacdie )

d horisonte asul-nUenlo
S’ ennegrecia. Doar
B’agua um piog > M *ao pafl :-b
Tombando, - cahio no mar.
Ei-lo seu fado pranl ia:
«—Inulil, desconhecido
>Ficarei,—qual grão d 'a rm
tü a varzea em meio perdido.

* Q uando, n a s a sas dofr vento*


.D a nuvem negra e u d e scia ,
.M ais liello ao m eu pensamen
■U porvir se offerecia.

•Julgnci nas pennas formosa,


™llbre ser p oisado,
>Lh flor,—„o
•Da 'i' b l>cli “lsca|jx
'"Wflsiis
(j0jra(lo
d**o*

Passa nma ’ostrn, por ventura,


Qae nns conchas dá-lhe abrigo;
Knlr’ abrindo-sc—o segura,
Recolhc-o, —levarO comsigo.

E a golta d'agiia,— que a vi la


Supportava com desdem,
Jaz em pcr’la convertida
Na concha, que presa a tem.

Depressa a ostra é Irasida


A’ flor das ondas asues,
E d’ella a per-Ma exlrabida
Brilha vestida de luz.

Ei-la agora radiante,


Mageslosa d’esplendor,
No diadema rutilante
D’bm polento imperador.

O h ! tu, virgem formosa, quo temperas


Das magnas no chrysol lua ’alm:i pura,
Trabalha í— E‘teu fadario I
Coragem !—Sobre as ondas inconstantes
Do mar da vida,—como a gOlla d’agua,
Serás pérola um dia l
M IN H ’ H A R P A

Tenho,orna liavpa deThamanle,


Guarüiocida de matiiuv,
i\'eUa eanlo cm som vibrante
À Deus, amor, tudo cm fim.

Canto a aurora rosciada


Pelo orvalho da nv.mban,
a rola atribulada,
A borboleta loucan.

r.mlo as aves,—a natura


Cauto,—e o amor da donzclla,
Canto a sua desventura
Cunio a nii-iga facn dVlia.

Í:'UII° !iw os áureos caliollos


llle os olhos nsuos •
tão |
ükilo8' ,i.|i,» d o ,,m o ,4 :

I
27

Canto as saudades quo lenho


I>» icrra do meu nascer,
Quando fò-la o m Io/, leolio
No hoiisoulo Sc perder.
#
Canto a nuvem pura c Usa,
C mio os ardores do sol,
Canto o cicio da brisa,
A noite, a tarde, o arrcbol.
M :s, si canto a rosca aurora,
Si as nuvens brancas dos ceus,
Si cau!o a rola, que choras,
Mas, si lenho crença em Deus;
Mas, si canto a meiga estrclla,
Si canto o astro do dia.
Nos olhos dr Hermosa bclla
Vou beber a poesia.

--------x c . —
perdôa.

P e rd ô a , si tc am ei t a n t o !
Si m eus lábios a b ra s a d o s ,
L evei, da feb re c re sta d o s,
Aos lábios teus d b m a ra titb o l
P erd ô a v\ m inha lo u c u ra ,
Si loquei-lo a face pum,
S i me não pude c o n te r!
P erdôa, (\ue eu não podia
A chaim na, que consum ia
Meu peito, por m ais so ffrcr.

Póo-lc de mim ? Pois não viaSj


Isão vias o m eu am o r?
Esto ardor não conhecias,
E ste fogo abrasador?
Sim, foi loucura !— E u devia
Soffrôar minha agonia, .
Ealar no peito a paixão;
l ,orem» a* — cm desvarios
},0l{m os l0lls lábios frios
m 0s U lü s “« o s de vulcão.
Si soubesses ns torturas,
Quo soíTreu m eu coração 1
N unca sintas nm arguras
Tacs como as senti então.
O fogo, quo me queim ava,
A cham m a, quo me ab rasav a,
N unca, nunca ! o saberás;
Si, n ’um a hora de loucura,
F ui to c a r-le a face p u r a .........
Foi delyriu, c n ad a m ais.

Quem ha, que le resistisse


Si, languem ente esten d id a.
Sobre a relva, á sós to visse,
Com o um an jo ,— a d o rm ecid a?
V e r-te as trancas prrfum adas
F rouxam ente ao vento dadas,
A ffronlando o rosto leu 1
E u logo fiquei rendido !
— A dm astor foi vencido
P ela esposa de P e lo u .

Si um peito de rocha d u ra ,
D u m m onstro, am ou com fu ro r.
E ia, m eu anjo, h ran d u ra !
A m ar-te d eixa-m e, a iu o r !
30

o icro morrer nos leus braços,


Sufocado aos tens a b ra ç o s. . •
Oh! quero am ar-te. meu bem !
fsa miitli’ harpa liei de c a n ta r-le ,
Nos meus cantos cm balar-te,
B eijar-te os olhos lam bem .

MEU CHARUTO.

Ondulante fumaça vnporosa,


(Jac »lo charuto sabes,
Para onde tc foges pressurosa,
Em longas s[)iracs ?
Un ! nao lujas
v
tão • - r 1 - -

Q ie pressa que te tem ?


01,! fumaças 1— De longe sois lão sujas
0 ra pareceis corujas 1___
h "as asas levaes-mc o meu vintém 1
:n
E fog!>. desmanchando-vos nas brisas'
Assim s’esvuc a vida I
Assim sYsvac a gloria !
lí só na mente ficam do estudante,
Dos livros nada amante,
A licção mal sabida
E as lembranças cruéis da palmatória.

Instituto do Humanidades—1868—

>9<*&

M IN I-r A L M A .

São Ires as faculdades do miiih’ alma;


Querer, sentir, pensar;—fundindo-as todas
N’ um doce sentimento,—-amor,—as voto
Inteirainenlc á li.

Meu querer ? . . . . o que quero ifesta vida ? . . .


Ali l somente beijar teus brancos dedos,
Como o mimoso dogue, que acarinhas
K 'lão contente 1— á teus pés.
.•■a cíniii7
n í|UC SiniO
n
• ' . 1'm foc:o
r ai donio,’
• •

s : ^ o ™ - 4 - ' avar ■ '


í,lousas, livas,-"»!» fcbrf' loul'J' ' . ]
Si junto á li me vejo,

Men pensar ^r . . • cm
rrrl que
n.ip ncnso?—
p<-n~u Em li somente.
A’s vezes me imagino cm iongo abraço
Enlaçado comligo. Viga sempre
Meu pensar após li.

Si penso, quero c sinto,—vivo, existo;


Si penso, cm li só penso—á li só quero.
§ó sinto—amor—por ti,—c assim to voto
A ti só—minha vida.

desalento .

J“ j vida d a cstrella vagabunda


ÜUe solharia em cc°u „
vocuo adormecida; '
Sim Oha ;i ná i <jpo a omla furibunda
R >u ImloC i em vórtice espumoso,
— Dos furacões balida.
F/ minha vida—aurora sem fulgores,
Bonina sem perfumes, - que s’esfolha,
— Crestada pelo sol,—•
— Primavera sem riso, sem amores,
Flor que o vento espedaça folha á folha,
— Tarde sem arrebol.

Como os do viajor que Iransviado


Da senda cm meio foi,— crranle, louco,
• Assim correm-mc os dias:
Ninguém dalma m’escula o grilo rouoo!
Ninguém cjue o pranto enxugue amargurado,
Que vcrlo entre agonias.

A h ! quem pode sonhar os sonhos d’oiro


Que onlFora acalentei nos meus anhelos,
Ao baio do meu peito ?
Só tu, só tu, querida,—:anginho loiro,
Guardaste na fragancia dos cabellòs
i ; Segredos co meu leito.
Só tu vinhas, co’as tranças desgrenhadas,
A ilri0,|(, m„ , dins enfado»bos

(',im o'porf'iwc ilas roupas desoladas


M.uir alma embriagar» do.rar meus sonho*
IVesporanças asuos.

0,i já pendida sabre a mão de lyrio


A rubra fronle,— ou mórbida oslentando
Dos seios a nudez,
Do goso requintavas-me o delyrio,
Com doce aura de beijos refrescando
0 ardor da minha tez.

A h ! só tn poderás as cordas frouxas


De novo retesar da minha lyra
Que sem calor fenece!
'l -d de murchas a aurora torna rouxas
s flores todas, c arvore que expira.
A chuva reverdece.
—OLHOS ASUES.—

Amo a voz maviosa c pura,


Que murmura
Ternas palavras de amor;
Doce c branda como a brisa,
Que deslisa,
Do arroyo cncrespando a flor.

.Amo uns suspiros mimosos,


Carinhosos,
1Ventre uns lábios de coral,
Que resôcm docemenle,
Qual torrente
De uma lympha de crystal.
:u»

XsivOO COUAO M d
Quando, nua,
Brilha de um lago na
Mls á uns seios alvajantes,
Ondnlanles,
Tão bellos quando *eslno nus,
Mas á voz pura, ao suspiro
Eu pcríiro
Ens lindos olhos asues.

Vedes, além, aquella tenuc nuvem


Que brandamente pelo ceu perpassa,
V. ondulando suave, vae formando,
Cavalgando no ar. leves imagens ?
A linha côr d'anil, que, alem rulila
Aos reflexos do sol üoirando o ocaso
Em fraterna união com o mar sc colla.
fnlmneridas vão heija-la as ondas,
Espalhando-se e n lânguidos suspiros.
s:j' 0; Í W jj raios sc reflectcm
Nos louros ugalhfics tio mar, t|u«í ond»
1? doco, o. brando, o languoroso brilha,
Co.no os olhos asucs de caslu virgem.

^m o uqs olhos asulados.


Corno a nuvem <juc perpassa.
Velos ares anilados
Onde se embala, esvoaça,

Uns olhos asucs formosos


Como a nuvem cór d’anií.
Scintillantes, radiosos,
Como o sol sobre ondas mil.
Triste rosa d csío lh aca
()\\o b anbada,
>v
H orejada,
Orvalhada
Foste pelos prantos so n s!
Amo -to mais uo (pio a lu a,
Branca c núa,
Qne fluctúa
Frouxa c tibia pelos ccus.

Quantas vezes no seu seio,


Todo enleio,
D'amor cheio,
Sem receio,
Aao senliste-o doce a r f a r !
i oi svra. boca, culorada,
Quantas vezes, rosa am ada,
Tu beijada,
Bifejada,
' leSlu á '»im to abrigai'.
aw
R ngnro, quando Io vejo,
M u desejo
Matando cm longa ennçílo*
Sinto no peito abjuebrado,
Já tansado,
Helulhado,
Torturado,
Sangrar-síwuc o coração,

ITesaa, que amai, cs a imagem,


Da miragem
Qiccm sonhos oulrora vi;
R's uma lembrança d'ella 1
Ilosa bcllfl,
Tão singela,
íjje cousus revejo em li f

Vem, pois, dormir sem receio


No meu seio,
Onde to guardo o lo abrigo,
% quando levar -mu a morte,
Fiór sem uorle,
A’ campa baixa commigo.
. - - — r-n \ -RTOB D-A*
ao^ > ^ ' j i u K -2 .
Salve, briosos soidados,
Que, no calôr da batalha,
Ào ribombar da m etralha,
Combatestes denodados l
Salve, cohorlc de ousados
Filhos de um povo não v il!
Salve, estandarte gentil !
Salve, pendão de guerreiros !
Salve, invictos brasileiros 1
Salve, leões do Brazil \

Estão dc louros ornadas


"Nossas frontes orgulhosas,
Sangram feridas honrosas
Eos vossos peitos. Crivadas
Bc balas,— esfarrapadas
Be bravo as fardas eslão;
Mas se alegra o coração
Be vôr que os filhos do Norte
AtToulos, voam á morte 1
1 or defender a nação.
Nessas paragens distantes,
Onde corre o Paraná,
Quantos fi-ilos! quão brilhantes !
Quantos bravos jasem lá !
E na vencida Humaylá,
Q.ic ostenta a nossa bandeira,
Treme o cclio á voz guerreira
Do brasileo forte Marte,
Quando, agitando o estandarte,
Surge a esquadra brasileira.
Dignos úmidos de Barroso,
Valentes de Riachuélo,
Tende em lembrança, com zelo,
Esse feito glorioso.
Levanta a fronte orgulhoso
Tu, que asistislc aos combates !
Tu, que sentiste os embates
Do nosso imigo feroz,
Narra essa pugna atroz,
Que narrar não podem vales,

Bravos de Gurupaily,
Guerreiros de Cúrúsú,
Heroes de Passo-Pocú,
Valentes de Y alay!
*3

' i ihnriiv,
lliverol'1' .
tkioíoMawiho

j>. ici a fronio alh!i'. no.-.


EÍ«, bmo dos guiTKirt*.
Oforio. sol <|Uí! alluBiKis.

0 «mio sangue sa perdeu


Nalacla c o o deshuwano í
Recaia sobre o fyranno
J 9

Tr io o sangue qno Correu!


Nesses combales morreu
A llòr dos nossos soldados,
A 's campos cnsagucnlados,
Ov.nbaleiwlo vís escravos,
mó '(* ü flor dos nossos bravos,
Lm remi-los empenhados.

''"i'01''11» ti vencemos’
línporlíl ? 1T nr.ee-., • .’ .
d i> -i , , 1 nos. a a Meloria

.;r i<« p c r t,mo,

f'« «e.v á n mrV i ;■a r'>•«-*


*U {) T /M íf iM i .1 r -\

' I J : u
1 '"íiccslrs
%)
Soldados. <|iie comb atestes,
Disei commigo lam bem :

Salve, briosos soldados,


Que, no calor da batalha,
Ao ribom bar da m etralha,
C om batestes denodados 1
Salve, cohorlc de ousados
Filhos de um povo não v il!
Salve, estandarte gentil 1
Salve, pendão de guerreiros I
Salve, invictos brasileiro !
Salve, leões do D razilt
Filha fcmerea de dcscrlos praioos,
Saudade, meiga flor. cm ti quo cnc rra$
Be irislcsa, de dor, de loto e p ra n to . . .
Vem do meu alaude as cordas tri 8
Pe\a primeira vez mover gemendo,
Eimjuanlo a angustia mc lacera o peito
E um fogo devoraule o queima cm la v a s !
Teu cah\, cheio de meus agros prantos,
Aos meus beijos de dor curva, 6 saudade l
II

da 'lor- 1'"» langac seio


C l as "'isles íolhás
r n,,°
' manhaft >o banha a aurora
45
jr o talo melindroso pendo as ramas
(jjo assim parecem íagrymas de um anjo.

X II
E qnem recordas?— A que amei sonhando,
K desperto não vi: Sò resta ao triste
JJo sonhador saudade inda mais Iriste.

IV
Vem, polirc flor melindrosa,
Em meu seio te abrigar,
Vem recordar-mo saudosa
Essa que amei a sonhar.
Recordar-me seus encantos,
Seus olhos garços de fada,
Os primores, que eram tantos
N ’essa mirage' engraçada.
#

Recordar-me a côr doirada


Dos seus doirados cahellos,
Sua coma, quç, engraçada,
I Lusia cm louros novelios.
Vou rcrWíJnr-nic os onranlos
D’ essa latia <le prim ores. ...
Quero orvailiar-tc de prantos*
FJorsinha dos meus am ores.

H IH H A M A E ! ..,

ri0MiC (]qn.MAt ' \r *r ;

L S iristcgjL.
" me ,erU0>

t i ,1,ls*I* íí^ ? v? \ai"l|ioS0ffl'° cs^ alm a!


‘088a deS|,(,|i(| Kl l,op» extrema
imi *
Si soubesses, o'màc. quantos soluços
M estalavam no peito!— Apenas viste
Meus olhos, que vencer-se não podiam,
Morejados de prauto.

Nossos prantos enlão se confundiram


Unidos, como irmãos, «e deslisaram
Copiosos de nós;— liymno sublime
De filial amor.

Entanto a hora sc chegava infausta;


Já a’ espliora do sul pendia frouxa
Nas raias do poente,—já nas aguas
Do oceano sVseondia.

K ei» lhe ilisia:«O' sol, porque lao rápido


« Assim corres no espaço !— porque apressas
« Tua marcha incessante, e a hora infesta
|)a extrema

. Mas là tc escondes no p o en te.. . . — Assoma


A branca lua, que campeia palhda
No asul do espaço, clareando a luiu,
llulilaudQ nas aguas. ...........
6
4í>

p lhe <li S*D


- » n0".c 0 casla a,vn-
, Ah! tanto não tc apresses.. . • wgarosa
. Corta o a r . . . longo tempo te n s.. . de se
pára um pouco c descansa.. .»

Mas o lompo voava. . . A lua, ao longo,


Por traz dos montes, despedindo uns raios
Já mais tibios, mais pallidos, se nubla,
E saudosa se escondo . . . .

Dardeja acstrella d'alva o 1anguo brilho


S »bre as aguas asues do rio, e meiga
Doífere um clarão ultimo, o se apaga
No longínquo boiisontc__

sentam,
• • terríveis . . .
0 ruido monotono das rodas
Kchoo.ii sohrc as aguas espnmantes,
K após a os loira esbranquiçada ao longe,
Á lerra se sumia.

Lá na próa senlado, embevecido,


0 roslo sobre a mão, banhado em pranto,
Eu mergulhava sobre o asul das aguas
Um longo c triste olhar.

0 peito intiimesceu-mc agro soluço


De repente, meus lábios rouquejaram,
Com voz despedaçada, um nome doce....
Foi o teu, minha m ãe!,...
.»(>

pr o testo .

l»one mo pigrt* tibi ntilla canipn


Ail»(»r cativa recrcalur auia;

Dulce riclontem Lala^em aninho


Dul.e lotjuenlejn- H o i a d o

: ponkm-me cm gelados prninos


'1 i : íi jr não vingue, —desterrado,
A.-i -.inda redirei leu nome
Saudoso e Iristc.

i dwo palmar florido


ã
é
!f i noite, a viração queixos
* * 1». wmUIlar ^ 0
Suspirarei teu nome. 1 **

.!? ,l#l^ ' « c ® «Uivo,


l! o» d,!VMSa °» are»,
***> do ail,:rco,,s,anit''
Ao rouco vento, que reenrva a oonm
U.nbrosa c llorea da floresta virgem,
jS.,s vagas horas da silente noite
Suspirarei queixumes.

O i junto ás margens de chorosa fonte,


D u* em brandos Irocos de argentina espuiua
Tenuec macia sc d e riv a ,-a areia
Ürvalharei com prantos.

Embora a morte me arrebate,— embora


Baixe o nvu corpo á sepultura fria,
Aos tristes pios de agmrciro mocho,
l)a tumba me erguerei.

E aos frouxos raios da Irislouba lua,


() i • o espaço aclara com funcrea luz,
F ao fresco sopro das nocturnas auras,
— Branco plianiasuia,—surgirei da campa.

Volvendo cm torno o ossifieado rosto,


Fallido espectro d infeliz amante,
Fu mercas neuias cantarei, —queixumes
Sobre a ingrata, que amei.
constante*
. nn f1 sí*nlPre 10 '' iIc n ^ ,—oinb°ra
-mT-i teus ,.
cu .o l a
lim b o ra nlllira fr».
„aixromm.on'P<' ‘
Oi»M °* •W P5 blKa

S O B R E 0 T U IdT JL O
d' u:n m sn in o.

A fbr. qao desabrocha, exlnla aromas


Ao rorojar d aurora.
Cit^t i-a o ar lor d ) sol; da larde a ara *2
As l"!laiils fli’ arranca.— Murcho o folix
^ fraco liaslil dcsfallccido pende.
tu fo * a.Jllc„a Oir— Biisa, ap?nas
\ , al l T l',Hl0 <*’irtn°ccncia,
p pj||lJa Jout.ea tlofecon-t»
f : crucl morte arrebaloi i •i
' brando contr , :l 'iJa,
•' " «aenta fouce
1i.irmo o descança agora,
Sob a funnrca lagcm,
Arelwnjo ddnnoccncia c de purcsa,
[uanto a mão do placiio viandanle
^ a tumba depOe-lc agreste ramo.—

A' ESQ U A D RA B R A SIL E IR A ,

Ao vento folgasio as velas dando,'


Assoma, ao longe, airosa,
Do rio as doces aguas perturbando,
A esquadra gloriosa,
jQuc ao rijo sibilar d 'insano bóreas
Ostenta os louros das finaes victorias.

J) j brasileo soldalo as Velusentes


Armaduras scintiliam
Do sol aos igneos ralos resplendenles
r Que sobre cilas dislillam
Seus briüios,— recordando a fresca aurora
Da terrível contenda,— o dia e a hora,
,)a «!,,l-lliai t i h.ja fnsonle
O cnlliuswsnio l"'1-1, lM" u
ICxciia o afiit«o ;i gueiro,

Sibilar—lliofi parece ioda aos ouvidos


A bála do canhão,
Dos lenhos escalar os estalidos,
E a' vez do capitão,
Q:ic no arcar dos gigantes esl/ugia
Como os rugidos tpio o trovão enviu.

Escutar o ribombo Üa metralha


Féra, toanle e fórte
Que salpicava o rio da batalha
Ue fumo, e sangue e morte,
0 negro e turvo rio, onde rugin Io
' ao Iltacliuélo! os cclios repelindo,

1 Hptlar o cnlliusiasmo os peii


fl **“ «UadM valem,,, ‘
'' ’0i;n"* °!>Je o tjrscjo .uilenla c?iu
lurceai,: fea! j ® ', '

I : \ bravos so!Jadoslirasifeirós, *
\ louros colher!
J * . v.jiouics, ioclylos goarrciròs.
I*«‘la |*atria morrer J
)! * 1 íiOgac. morrendo na viciaria,,
j»ai ria um nome di£no Jc mcmorjat

>30

S U A voz.

K doc<»t—como no desrrto à frímla


Km Uolia noile do soroim |>az,*
Soidosa»— como, ao longo, a voz do nanln
Üommel lendo o baixei ao mar fdlnz.

li’ meiga,—-Mino a brisa,—<|t»e cirna


J>or cnírc os leques do palmar ííoiílío;
Si.;no,—como a onda »|no macia
Bol.uoa c gome rio |»arccl inlído.
- . t m '>i«" *> tiüh
* r „ r» «io a i « » n?rfs'''' .,
Ü J à « vffiilo J a njiilf » e rõla,
As scccas folbas do fcral cypreste.

E‘ triste, como no morrer do dia


Ti-mi arrolo do ròla enviuvada,
Co:iiè darão de lua -frouxa e fria
No crystal do um arroyo retratada.

Harmoniosa,—como da mango ■•ira


A copa.— murmurando documente,
Qual matutina virnçfio lig ir?.
INas tolhas sussurrando languem?nto.

V: meiga, o alheios males itllivia,


r A J°r 'l"0 símios peitos dilacera,—
u>mo da Urde a fresca ventania
la’ (luc arde, refrigera.

“■£ ? .“ « » • >■**.
‘ 011s,,1Tl'° C«em’n mnUnv>
Mmi jn'nMmoni«>, no hoIíht diTiio,
\ >s olla soguimlo aompro irá,
m.'n poiio, omillando o Indo iiih riu^
' o as põgudns suas rojará.

CANTA!

( A* uma roícnsA )

J'!]i» tfa pomba do cnndontrs |»ltnn;»«.


Anjo cd -i ’ ;> l«,rra '■
A lyra nn|mil1»a d‘* duiimlas conl.m,
A \ M dn-pmido iiiasiona o

Kcafcre u. I«l*w. <• 11


( ,,r «ron»» * 'r r 1
üu»* « niarullio «I»
a liiiju. <*««• r>'f... . .. ......
miIíi ii rnnlu dil .
t fJJ UW a. nula* d* «Iww»
0 ;o n polu-cphihn íis vespertinas miras
Solia. em umilos do plpngifole qaeíxa.
Ouvo o suspiro do lavftnio, <• tarde,
One dufo passo, sem rumor, subiil;
V» li../ d <avnllu o descanlai* d:i;sa\cs,
ií ;i vo/, amena do sabiá gentil. —
q:;.mdn a noite for. sibnte c bHJa,
1■ •:-v. brilhantes alastrando os ceus,
]'. ;t f:Mu\a lua. clareando a torra,
::ir, d o irad a, á r u ü a r , sem ve lis;

' . ■ laijilo o vcnlo retorcer os leques


-• vi rentes, do palmar garrido.
\ ' «Vsprcnde,—desàfíbga a lyr.a.
3. ii’ alma arrouba,, seraphim querido.
t oU i Si ;i \ i.la to c mais «loco agora
li. I .« 111:i’ |;iea o mel,
S «»i:ii!| i, raula ’ -l*VIinitivo*a Ivr;\
•ü * i <le io d’a! vaílto e M.

di.i na lioi unfe, a tmiont


« I *

AGONIAS.
Omm »lrm *o mm vmtrtfujl
*lm Joti, cm tcm KM ?

Ponbta ii io I r*U» .«m.vfol


IViil »n «» vale
'

)tie o |i< ilo m i. «| »•* ruu


|)or nlrúx, *slal»ria
! u l ..
Teus brancos seios nevados,

. .. jaspa lò:n :: brar.ci-n:


Do •
lilros seios t ‘ulio amado,
jrtros seios atlorailo
leus iguacs iw cani
#
íe ts cab-Uos ondebutlcs
ade os Zejihvros couslantea
f.O
VtMii, brincando, sussurrar,
São como o azeviche escuro,
Si do luz um raio puro
iY clles se vae rctralar.

Não posso amar teus cabellos,


Q 10 outros lão lindos, lão beílos,
Outr’ora amei com furor;
Mas essa chama lão viva
Knlanguescendo lassiva. . . .
Meu peito curvei á dor ?

Tens um quê que a mente chega,


Que abrasa. queima,— que cega,—.
Nos lábios teus do cnrrriim;
(muio os leus lábios corados,
Outros amei lão rosados,
Outros amei eu assim.

._s'‘s 'I110 omei me segaram,


1) ^ueas.t hammas me cercaram
Hisana acesa paixão !
!;r face pura,
11,11 «'»«» abrasou-so impura
^ ‘1UClü «“«Mo ! Perdão |
1 nin do mim! Meu dosojo
Uilára em lascivo beijo
N is faces de um cherubim !
'I ii coração, chamma impura,
fu » "mnocencia o candura,
l'.restara, ò meu serapliim !

i'°nrp. fogü ! Em qnanlo ainda


l-ii não sinto a lava infinda
li lumlar do coração 1
l’odo do amor a veliemcncia
Murchar Io a llor da imiocencia,
Queimar o virgem botão.
Choras ! Tu choras, creançat
li o pranlo lioiuedccaa Irauça
Cabida lios seios mis,
K o choro siniellia a chamma
.Que a hia, á noilc, derrama;
- Golas do íulgida luz.

E nos n iis lahios diviso


Ilorido, pallido riso,
Que iiic laz enlouquecer- • •
Gh ! (jiuj toi riso, Maria !
Si o tru olhar m’inebria,
Teu riso rnc faz morrer.

J/ime! Qtte fases! Qoc v jo!


One anlenle, fervido Y üo
Fogo me accendí* na \ n !
Eu m* cxlasio dVnleioá,
Eos Iimis oíT. gantes s< i<>$
Palpitam tk langui-kz__

Aü foge, nonnça louca!


Eu sinlo cahir-lo n louca
lE innocencia o do pudor!
• i a alvissima coroa
}v virgindade, rev&*
Eohre a voragem do am or!

i ^ do c a ^ ^ 1 assim •
tilTa-j;:,"° c“fcSLchoio
" ,as mas« as> ,,or ClI
N'U1Í album .

Amigo,— ppil^s me tini canto?


^ pcdil-o ao passarinho,
hllíj iio remnnso da tarde
’i *iua ú beira do sco ninho.

Vae jiPilil—o à /rosca brisa


(Jnc sussurra à beira rio.
V. perfumados aromas
Kxhala em mago cicio. € *

Vao peilil o á madrugada


(Ono desdobra o rosto vcu,’
Ouauilo a risonha alvorada
Uepulsa as nuvens tio ctu.

Vao podi lo á bella nojle.


K frouxa luz do luar.
Ao frescor d'nmcna lorde,
\o surdo rumor tio mar.

Yae pedi-lo á eslrclla d a!va,


Que na lympha se retraia,
llcfleclmdo os liljios raios
Das aguas na lisa praia.

Yacpedi-lo ao manso vento,


Aos palmares farfalhantes,
■Que a’ aragem da tardo involvo
D' aromas inebriantes.

Yac pedi-lo á fonte espumea,


Que mnrullia docemente,
K ao sussurrar cos favonios
Eocicspa a tona fremenle.

^ ae pedi-lo ao frio orvalho,


Que banha as folhas do ingá,
Ontli.-, nas tardes d ouloinuo,
l olga o gentil sabiá.
^ ae pedi Io á branca areia
9 U0 wI»eHia a luz d’almo sol
Que üi-ira o poente cm fogo ’
tarde ao rubro arrcbol. ’
Va * pndi-Io á ílôr mimosa,
,va orgulho da campina,
ijue se alimenta de orvalho,
]) i aurora á luz purpurina.
]'•do—o, que o rocio, qucasflôres,
‘-:ie da tarde o ameno encanto,
1ic o passarinho, que a lua,
jjjr-lç hão, amigo, o meu canto.

VEM .
^ em nos meus braços, seduetora amante,
cbero neclar da volúpia ardente !
a doce. embriaguez, as desventuras
esvaem frouxas,— só praser sc sente.

luohncm teus lábios minha taco cm logo,


'orra nas veias mais veloz o sangue,
ío peito o coração estale as fibras,
iairaltna se una á tua cm beijo langai
fno T - C o n c h c g a - to ao hkm, píito,
Eílreiucrí (1'amor, moii artjo lono
\ t;i i do prast‘1* fuinogâ anula
Ho ;,s, ,!o dado cm luas Iranças (Voiro.
VVW » - ---------

> .•;:S ’ sacoib-s asmadeixas sollas ?....


I *r.; o brilho dos olhos lo fallece? ....
TV . ic sc— tc a voz.... oh ! não PP \ \
I.'-' sorriso leu que mo enlouquece

: : : nioso ideal de doidos sonhos,


11 ■'• í1In aérea dos amores meus !
' . iz sesvae a vida; e, pois, gozemos
1’ (' ,r feilo pelas mãos de Dons. ■

' " arelianjo... Nos lous brae


O 'MloaL l Dmm0rma,a~m ' « "» » "-• ,■

>,aia alijo do S ' ° r : r rai,ciius- -


. . . . . . . . . . . Le'a-m eassbl...j
07

FO I HONTEM .
«'"• lionlera !—No baile aiíreo * '^
Nos seus meus olhos pousei, 4*
li do meu peilo o mysieiio
Que cila sentisse—deixei.
.\o seu jiallido sorriso
Kn!revi um paraiso,
Oásis virgem damor;
No palpilar do seu seio,
Em laAguido devaneio,
Banhei de minlfalma a llúr.

Senli seus olhos formosos,


Da còr da noile no ccu,
Trislcs,—-.agora fogosos
Queimavam-me o peito meu.
Porem, logo após, Uirvados,
Sr-p.';*»»';-
o coraçao,-sunocoa-mc
Ouando travei-lhe da mao.

Aquella mão candorosa


Mão de neve parecia !
Mão dc madona mimosa !
Tão branca-era, c lão fria!
Tremia, como a ramagem
l).is ingarannas, quo a’ aragcm,
Passando, ao leve agitou,
Pu ine senti delirante,
Quando seu seio oflcganlo
Sobre meu peito roçou.

' i • bemdito o que pri


1,1u á valsa execucão J
2a®P°,|ia ter ligeiro,
das aníoole,—o coraçBo
v ,<l a -—Na valsa adeja
' . f , SCnli l’all>ilaiilo J
Aluudonar-se em ™
vaUamlo' com
C0m ‘"'lks 1)1
iermi|.{
«cnlava,—alu venh.ro!
Ihr- lhe suaves abraços.

Í'0A° ao cansaço rendida


Sol.rc mim sc abandonou,
Comoaflôr dôsfallocida
V quem o orvalho faltou.
)os olhos o brilho frouxo,
Contrahidò oiubio, e rouxo,
rrado o eiiio,—parou.
Da walsa vertiginosa,

I l.»ossa alegria ruidosa


Como que o goso a inalou.

Parou, sorrindo; qnc louca I


Com ella lambem parci.
Por acaso junto i\ boca
D’ella meus lábios rocei.
Mimoso rir feiticeiro
Lhe enruga o lábio faceiro,
Qual botão so abrindo emllór;
As nossas fronlos ardiam !
1 os olhos seus pareciam
besmaiados, dc languor.
76
Ap6s no primeiro cosejo.
Vm l,oganpcrioo!»lo.
ISo (inal estampo um beijo,
j; ollercci namorado.
Ao ver-me assim vergonhoso,
Arfou-lhe o seio afanoso,'
Tremeu, corou, e sorriu.....
Acceilando ã flôr mimosa,
8ò de pejo mais formosa.
Da sala fugiu.... fugiu .....

Eis umíl pagina solta,


Airgom, do meu coraçüo.
Vm dia a vcrtôrcvoUa,
KainôrMudihrio, baldão.
« om dia a virdes, saudosa,
0,11 dae-ihe umhcijo chorosa,
I)ae-Ilic um suspiro.... piedade 1
Ihmhae-a f/M 0 vosso pranto.
i f c j ? s a n t o '
W i í Ji^minha saudade.
SONETO,

i*l' nfHiili altm afílicta so embevece,


"isa !a i| amor, sobre o leu rosto,
ügn d esta viila, que o desgosto
^' • '» ba muito; - que inferuo nio parece.

;e sorriso teu, que me enlouqueço


' r, contem plar, Ileriuosa.-^em que o gosto
1'. i tenlm do b e ija r te a face ! Arrosto
l n torm ento, (pico mundo não conhece.

òlc o (lia. cboran lo amarga sorte,


■ costmló» n u m leito de agonia/,
íj;n altos brados clamo pelam orlo.

S iodarei o jubiloso o doce dia


*Ja • mo t r ga almejado, extremo corto
>cSla existência tormentosa, im pu I


D O R M A S

l > « < n<wio«, na i o d e i s » .


, ondina no leito1do mai,
\ M'io do virgem balia d*afan„.
O.u' doce sonbar !
Meu nome nos lábios
To uio expirar.

‘ - . formosas, cabiam-to esparsas


p rhmando teu laugue dormir;
- - • * 11 iã1 alvo leu collo de garça !
B ij ji-oá sorrir...
0 l»; i;o lâo manso \
Qje doct sentir !

;; - ^ ^ : r Mabra{0i
.J# iombm;
,*'«04trem
er
V “ | a -^rasiulo
7íJ

Qaegosos, ITcrmosa! Quo doces cnlviotl


O u' Inagues vertigens! One mito d amor I
Oh! fada mim sa dos meus devaneios!
Oh! pallida flôr!
Noanceio. dos olhos
Se apaga o fulgor....

E o corpo, hfrlo e frio, convulso tremeu.


Miragem d’espuma no leilo do mar
Então parcelas.... Que louco amor meu !
Oh ! fada do ar !
E aljofar goteja
Do seio á gelar....

■v.un v«dacss • anj0 d amor,


àoria um cadavor 7 ^ u j
Eu louco liquei
Ui lirio seri» t
Diser não n'o sei.
S r a iA S D A . P U E B I f l A .

(V doces terras da paina,


Bella Caxias nalal 1
0’ prados do verde relva,
Lindas fontes do chrystal

0 ’ varseas cheias d’encanlos,


Idatisadas de boninas,
i ;nde desfascm-so pm cantos,
A* tardinha,—as sururinas!
0 frcrca c rubra alvorada,
Quando, ao romper dinanban,
Doideja na ílôr doirada
BorboliHa íolgasan l

5,l!ma,.a* virgens
« («con-ia,
Mais livre ■ »'»>«,
" ',c ü P ito sem, !
õ' frisca brisa qnoà (ardo
«i)smeus cab lios luihcavas,
Oaantiocu subia, çanlando,
Noarvoredo, queembalavas 1
.Trilys arruladorâs,
U > eu amei co coração,
-■•bu.bas amigas cTinfancia,
Qoe me comieis na mão !

•' minha flexa do ponnas


: • •. ;i tleix:.ii junlo ao curral,
ijue cu flexava os pombinhos
IN-Ias fendas do pom bal !

Minli’ arapuca querida,


Que pegavas jurily,
One deixei ainda armada
Lá, junlo ao pó de piqni 1

Om m t abe sj alguma rdlft


NVIIa rabio descuidos»
Morreu á fome, coitada!
Iv.a la lw z tão form osa !
O nu u carneiro do cliilres,
Uuc linhos ifio nívea lun,
Que ui pcnleiava conlcnlo
Quaudo rompia amaiil»au.
Ai 1 n’uma noile medonfia
Teia onça 1c comí u;
Ym jurei viugar-te a morte
Foi vão juramento meu.
O’ doces terras da palria,
Bclla Caxias nalal!
O’ prados de verde relva,
Lindas fontes de ehryôlal!
O’ noites tão estreitadas !
' y uias de rubro sol 1
^ tardes de frescas auras
íj’ matutino arrebol !
: '“mha esteira do pj
noites de
«''“ "idoso brincav
' “'Winiociii ú sonliat

Qo, . ta0 Rpiii


Ko oó „ c;
l K" ° " gfit
minha espada do púo
o1 licnslo pondnr.uk
i parede do meu quarto.
1' :i junto á porta ü'cnlra;la 1

* >1w-es torras da palria,


d;» Caxias natal!
prados de verde relva!
!as fontes de cbrvstal !
:i também ba perfumes,
ii lambem flôres ba;
; ou le as verdes palmeiras
O.i le canta o sabiá ?
i i .hiun ba prados relvosos,
i uh *in lia tontos aqui;
M não ouço o brando arrulo,
V tarde, da jurily.

lã, Serdmr, qiiô on volto ainda,


, oue eu volto para Ü,
Jà que 00 possa ouvir ainda
ios do sabiá,
)\ (j,te cu torne a vor as var/eu*
|udu na infanoiabrinquei,
1 ,0 N Ifliw i ver a ""'ií» 6-
Vivas rombas que pc?guo«.

fv, <mic eu possa um »Ua ainda


1, m | ò de piqui,
; iha i apites
V> . nnuda deixei alli.
1 ■. .. í-a j assa um dia ainda
\a de patina,
N >< : ' pr*r mim deixada,
......... \ fileira pequena.
Dá q- ( 11 possa ouvir ainda
As brisas da minba terra,
^ "p ’ j v. rdesflorestas

pofiia su lir, caju


' ias o piquisriro
C , n jg b id o ,
' - ' ““-lo. li ,.o lv,

V u ': T * 'u t d° c|“f|


79

Dá. Senhor, que eu volto ainda,


Dá que eu volto, para lá,
Dá que en possa ouvir ainda
Gas-gctot do sabiá.
Di que cn possa ver ainda
Minha espada pendurada,
Aa paredo do meu quarto,
Bem junto á porta denlrada.

Dá que eu morra cm minha terra,


Dá que eu volte ao nieu paiz!
I)á, Senhor, que eu n esta vida
Seja um momento feliz.
Maranhão—Março de 187Ü

—D IA L O G O .-

—Trovador, que cs tu na lería?


Que ó na terra um trovador ?
—Frágil batei combalido
D,as leinpesladcs da dor.
__ <Jnc tens nn peito aneviado 1
Porque choras, trovador?
__ \ perjura qne ou amava
Traiii-mc o mais santo amor.

.— Trovador, porque suspiras?


Porque choras, trovador ?
— Suspiro por ter saudades,
Choro, porque causam dor.
•—Por isso choras, soluças ? '*
ISão podes ter outro am or?' * *
— Ai não sabes, não conheces
Coração de trovador !
Profano, vae. Mais não punjas
Do qúe soffre a acerba d o r!

m in h a e st r e l l a

Bella cstrilla <rcsperança,


Que bonança
D » 10 mar do meu porvir ? ' q
Vei° 518 ondas tão macias
Q n; dirias .
Lo«° bile ú lusir.
81
N5n muge n venlo. Narciã
Se recreia
laiura vaga á soluçar;
Sobro cila vem meiga lua,
Alva c nua,
Lnndido roslo mirar.
Vi*jo-l«\ estrclla, brilhando,
Fulguiundo]
Km et u^ vestidos d*anil;
Na.ia teus raios turveja 1
Quo eu te veja.
Sempre assim, astro gentil!
Mas que escuto?—Vãos lamentos
Soltam ventos
Sobre as ondas do alio mar;
Grnv m vagas; treme alua,
One fluclua,
Qnasi, quasi á desmaiar.
Nuvens o ar escurecem.;
flaios descem;
Folgem relâmpagos mil;
Longiuqiio Irovão nhôaf
O seu troa;
fltilia o tufão senhoiiJ
Mii.ln estuca no horiíonte,
Trai dum num Io,
SVavoive cm k ç o j allor;
Vejo acu (juo impíillitiçco...
Nem parece
Qna linha lanlo fulgor.
Mis- i anda í —Nem sciulilla!
Dencobri-ia
N ra : nvem principia.....

%•
i".(penhor de bondade,
Por piedade!
Óue a cubra a nuvem sombria
lua.- rn vao! Baldada prece!
Já fallecc
Rnbi ) a <pift lanlo lusio . . . .
bie . que um jaclo de fogo
ban<;a e logo
C 'u I,.,, :.l.jv1Uos!—S um io!. . . .

"‘ b i ;" f' Ma MjICMBt» f


-
* * '»aifaJad„ vi

a*’M.| , t
' " 4 J'W“ «Mio'
h ;i

\m n um anjo lâo Lcllo


Q ue de vô-lo
Toi!o o meu ser s esvaia
M is a rosa desbotou-so..
Dosfolhou-so__
i riste lio mim ! sorto ím pia.
1ivo uma lyra mimosa,
Saudosa, |
O jc eu dedilhava cm meus cantos:
C antava n ’elta meus dias,
A legrias, ^ ^ ■& *
M agoas, tristesas, c prantos.
Mis um dia chorei tanto
Que de pranto
A minha lyra banhei;
Logo após, enfurecida,
-—Fui 1rali ido I— *1 N
Disse eu; c a lyra quebrei. ^
Tiulia no ceu uma eslrella
Viva e bella,
Quo t*u via Stiupro a lusir.
Quu a pouco vi su apa^uulo
ir tombando
No» ahyiinos do poP»* I
8 i

Já me não resta esperança !


Ja mc cança
Mm malfadado viver!
. dá-me um riso a vealura,
Não atura . . .
Hei de bem cedo morrer.

H AM ALH ETE
R pcoIií tru ramalhete
Precioso o delicado,
Guardei-o sobre o meu peito
He magnas amorlalhado.
H formoso cravo roxo
-T'»- "'"'(liou, n-orro,,.
i ) 'r r v ne s-“ -dajls ’
n ’# i m a

“ T f a 'I™ m. prendeu.

r'.osl" 1 "e marfim,


l!„ ...f.rd“ *•d'S*«'jJt,s
1,0 V<T IlMl|« A 4

> •«
u ue Ijuijüs.
manhan quando desperto,
£ nu u primeiro cuidado
plCvcr a rosa, cslreila-la
Junlo ao labio apaixonado.
E uma• Ingrvma
' ^ furtivü
Se mescôa sobre á llor
Tci.li), em balde, dar-lhe vida,
Com meu prantear d‘aiuor.
1

A lua rosa ! o leu cravo!


Conservo -os com devoção,
—A rosa jtm lo dos lábios,
Ü cravo no coracào. —

SONETO.
:nir!o a lua percorre o ccu mais linda,
miiJamlo no ar com loqçania,
‘ neclar voa beber da poesia
. ,J w os olhos formosos do Florinda,
86

Ninpnem Ir va-lhe a palm a á cliam m a in fm d â


O ic cm raios sciniillanles, com m agia
trotam-lho os olhos;— nem ao d a iu jjro s ia
{
>dor que exhala, mais suave ainda.

^ ^v ao clarão deirado
ic erram com incerto lum e,
" * <aM h* as tranças lli’ hei boijàáoj

V T lc ro ? - Nem mesmo cila o presum e


5 niveo collo rcclinádo
“ ,WJÍ>Ct'üua son'cnJo-Jhe o perfume.
Q .Ü E S O K H A H !

f il> ■ que acordar!


G. Dias.
O R iSI o ríuc ^ mos no sonhar não fossem
Mentidas iilusDcs!
— Tímidos beijos, e o enleio angélico
ÊjjL De ternos corações I
\l aquellé ver-te, qual l‘cu vi. com os lábios
| Unidos ao meu rosto,
No exlasis do amôr, no ardente anceio,
Desmaiando de gosto!
E um braço meu por sobre os hombros niveos
A’ mim le concbegando,
A chama doce á devorar-rno o peito,
— Teus seios palpitando !

E os cabellos que as brisas agitavam


Roçando o rosto meu !
E o fôgo do pudôr nas facos tuas,
Qual melindroso véu 1
K da pallida tez os brancos lyrios
Em rtà.ís transformados !
' á luz da lua os juramentos ternos
Para mim tão sagrados!

Oh! si o (jue _ _ _ _ _ _ _ _ _
) l i i l U o cl o iilJila .1

Mentidas iIlusões!
Talvez agora palpitassem juntos
Dois igneos corações!
Então seria a realidade um sonho
Mondaz e tormentoso,
A consumir-me da exislencia os dias,
1 csiulôlo horroroso.___ .
A mi,,!,a etc,-ni,lado hora por hora
A minha salvação,
° V n *«■ continua
lu0 illusão.
u‘0 sontio tão felÍ7 n r f

K*«*»'•* s;u“•
1 * a..jo.
89
E ^ ç a t o c o a loa Wr mhW
Pdo espaço sem fim.

SONETO.
í)a \ ida o qnadro miscro o Irislonho
Uuaildo vejo atile mim afligurado,
(jflKÊuguc se mcsfiia, horrorisado
J)o ver o drama irgro e lão medonho.
Enjo á vida real. e busco o sonho
Nas asas do dormir rançado e te n to ,
E no brando vagar do pensamento
Prascnlciro nos ceus enlro c risonho.
Ante o solio de Deus ajoelhado,
Em piedosa oração derramo as dores
Que o pcilo mc suffocam lacerado.
poupe aos amargores
no ceu que„ nu P0U I f .
rlc e qne mc livre í ' jj^àbores.
mdo-me aos mundanos dissaDo.
ORAÇÃO.
I

q u3í ,.\ô o silencio de reinar come ca,


V; ;■< no a r rum or co n fu so ,.
. v*. \w xplicavcl b o rh o n n h o ,
Ç ;.. . ao coração.— c incute n alm a
1 jas:o calma e p az,— e o crim e in fam o
j ' agonia,— qnc.ndp a lu a
r . .. c a c*’os d’anil,— onde se x p a rg e m
Aqui. ali. -alent— nuvens argenteas,
quando a b risa a d e ja
V» í; suspira no arvoredo, c grato
Píccam: amigo pelo ar diflunde,
0«*n.do o f ;«gor sonoro e magesloso
• 1 do areia 1 nos friso
Alio rogmüo. enftucràtlas ondas, \
V alva Cíjmi,1, rditigc ns erm as praias;
K .. : - ‘ro. .JUB erru a iioji.., dardojandu
t » » a o 03 ruins II a lv a c e iiia
sinto estremecer ,„jnv ,,
f T v o I V ll o ia “ "sod“ ihu^ í ' '
\os \OjoOs pés, ropanjo o solioaugasla
Loíii asa» pelo vlcl0 0ão ,MDcl,a<to.

II
Kiilão a voz do vate, inda sem forças,
Pasmado, contemplando a magcslade
i).i crcaçfio « a vossa omnipoleucia;
Ouvindo os áureos sons das Harpas danjo
l)’a|jos louvores povoando o orbe,
A’ voz dos sernpliius unio seus carmcs.

III

Tm rpianto a minha menlo vagabunda,


Vrdida nlcm dos vagos do mlmito,
v omik-wm em sonho indefinido,
‘0:n »sVvpanejando aos pes do j C™ ’

!’ie ine subiam do 1010a


TV

le o sol
Tu, qne num rápido instante,
Fiseslo wuê, mar o torra;
Fã, Senhor, «pio esla minli* alma,
"vue ã ti so chega segura,
Pflssa fugir inda pura
F onde o vicio lhe faz guerra.
V*14' *«» Senhor, que aos ares,
Ergueste a lua. e as cstrellas;
9:1Cliz,'s,c as llores bellas;
E a brisa deste perfumes; ’
hoste tu que brilhantismo
ír s,e a 1,12Jo dia ardento
]: * °',le «l®a e silente
Cütnrse lod* ue lumes.
Foslf tu q0e Jfsl0 a0rjo

z ir ea,K'^.
J*""*»*» ‘
.•«».
«wo aUnM«ü, ^
v L fT u * ‘
‘ “ <* «mores crejujie
Bramidos roucos ao mar,
Negro horror á tempestade;
Tua bondade infinita
Para as almas ulceradas,
Consumidas, magoadas,
troou as leis da’ amisade.

Foste tu que deste força


Ao trovão que brame irado,
E ao mar em fúria, empolado,
DesfasiT-se em branca espuma;
E ao perdido marinheiro,
Já faltando-lhe esperança,
Ver um astro do bonança,
Lusir ao travez da bruma.

Si tu, Senhor do bondado,


Fizeste a vida bio bolla,
E deste um riso á donzolla
Da mocidade na llor,
iMttaiuI^u. S. ulwf. <l““ '
Ü.i’ irjJu m» inwiolJ1*lul,fl '
Ua terra au arga
Cliciaduiicvia, a '*
]vii quanlo a minha mento vagabunda
livrava a!«'in dos vagos do infinito,
I-uram csles os carracs borbulhados
Dentro docoracão,— e a ílor dos lábios í
'J rasidos, como os sons balbuciados
inexpcrta criança; são meus versos
l m soluço, um vagido de agonia,
• S**® 30 *ODSP®r as porias da csislcncia.

í ? ° me la n e é assim leus olhos garços


M:r! n,n jaj7 ^ c , -g ^< !o s desejos *
K xc,las a malar cm doces beijos
SlCUS ^ ^ o s , ondulando esparsos.

Üesataá p r t l ajII ! v |CS,( S °S Cadarços


Kxbale o puro odor ^ Cm murmlirOjOS

'frnnes? Ilí;^ ~ ^ á? rn'li,> v°bipluosa... 1


5r,lhaem
............. .............

^ .•a t r i r

A ’ D. Z.
Nem o cnnlo <.la sereia,
Que d amores sc desmaia,
Quando a onda beija a praia,
Mordendo na fui va areia,
Nem os queixumes sentidos
pa rola na solidão,
Têm de teu sublime canto
A commovcülo harmonia,
Que mo prende, mo extasia,
Me arrebata o coração.
Nem o marulho da Ibnte
Que serpeia clirystalina,
lieflectindo a purpurina
Luz do sòl, qofl dojra o uiottio;
Nem a voz melodiosa
Do sabiá namorado,
Tôm o cnltívo, a poesia,
Tôm a magiçft dopura.
Tom o poHume, a bramlura
Do leu caulo apaixonado.
Si nem a brisa, os palmares
A?ilando rumorosa, , «
:Som a sereia amorosa
va?ia soidão dos mares, V
N in os sons, quando alia a noile,
D inspirado violão, j
Tôm do leu sublime canto
À commovente harmonia,
Canla. ob Deusa, e nTextasia
M’ cmbriága o coração.

q u a d r o d a v id a .

I.
DiUa aurora rulilanJe
í no w;lJ n#%a scinlilla,
“!!.tal,x fulgurauta
Dü ÜÒ1 01valho dislilU,
0 rubro disco apparcce,
Imiiro as corliuas nsiies,
i)o sol, (jiiü o mundo csclarcc*
Com raios d’infnn!a luz.

Nuvem mimosa, irisada


Km ondas de leve anil,
Frágil ondula,—pulsada
De fresco vento subtil
Bcllo romper d'alvorada 1
Porta doirada do dia 1
Como assimellias-to á entrada
Da vida,—que principia!
II.

u .s o mar de rugir cwncfa. c freme,


vI m o o dorso dalvaceula espuma.
UJUMU TnrhilliSa rcrrado,
a» « n u . . •j
Vagas “ c :l|vi,iin..i«o
Ui.nndo pu 8C 1 veiilo,
k «s
Varrendo a nq |0 c„,poladi»
lio inadido f! 1; 1 , » espmiia-
tloqic «-os aU‘',m
08
O tufão bramidor, rodando, estronda;
Atias nuvens no espaço se condensam.
Encontram-se no ar,—scinlilla o raio,
O ellier todo se enturva,—o céu trovejn.

III.
Assim os dias da existência minha !
Foi-me a infnncia risonha como a aurora;
Mas na edade viril, —liem cêdo ainda,
De tnrgirlas paixões minha’ alma cheia.
Tarva-mo o. coração clieio de maguas.

SONETO.
Liberdade gcnlil,—que abandonaste,
'ião impiedosa,—o povo brasileiro,
Dá-Hie agora um olhar terno e fagueiro,
' olla-nos Ião vdôz, qual nos deixaste.

Ia. fiue com ]"7 brilhante illuminasle


! fcHfcc* Ião altivo e (ão guerreiro,

L° ° fôg° que W inspiraste;


ÍVsce do cru, sublimo c mngosiosa
Co’ nm cortejo de guerrase de hormrcs,
üo luz banhada a fronte graciosa.
Vcrás como este povo,—dos tambores
l)e guerra aos sons,—á terra sequiosa
Fará beber o sangue dos senhores.

SONETO.
Eoi ali fjtte te vi a vez primeira,
N' um leito d’ondas frias reclinada,
E nas aguas a coma perfumada
Brincava sobre espumea cabeceira.

Nos teus seios, que a limpha sobranceira


Vinha louca beijar, de enamorada,
Minh’ alma se embebeu apaixonada,
Suspirando d amor, terna e fagueira.

Nos teus lábios, que um lânguido sorriso,


Celeste e divina!, rugava apenas,
Parcceu-iue entrever um paraíso.
E disse: «Em tuas faeos tão morenas
• ('.o .i s .m I.' <[üo eu dopoahu n.n b 'ijo.. L iQ
«DA-mocm teus lal»iü$, quo mJ abranda as penas.

TU JULG AVAS.
Nem â mim teu amor me contenta,
Nem me ferem tens falsos desdens!
G. Dia s .
Tu julgavas, crcança vaidosa, *
Q:t • :i do humilde rojasse a leus pés,
1 ii nlan Io lua’ alma orgulhosa
D- triumplios sedenta, talvea!

íJn!.n* louca, que’ o incenso inebriai


Pela mcnlc passou-le siquer
<Jj :í eu qu iiiiasse do peito ambrosia ’■
Junto ás aras d' in ligna mulher?!
Si tc nutres de fumo c vaidade,
; >:uj 8,J" 1 '!,u’m lr adore ú morrer,
I'01' I* «n • !; „ a saudade,
Rcmd’um°1' >«»• ouviras gemer.
Si 0 desejo cm meu peito nlgnma •hora
Chamm.a irrdente, subtil, accendco,
Nada foi;— como a flor iuódóra,
íc o sol doira, s’esíülha— morreu.

Tu julgavas que, humilde caplivo,


Vil cadeia arrnsíasse «pós ti,
Q uando ergui-m e/ snrcaslico, altivo,
E bem franco, e expansivo, mc ri,

Mais alem quom 1e adore, procura,


Q uem sc ufane de am ar-le á morrer,
Q ue m inir alm a, nas crenças lãu pura
Q uebra algem as que a queiram prender. .

N âo mais julgues, creança vaidosa,


Q ue eu nio roje de humilde á teus pès,
Que eu contente tua alma orgulhosa
JJe Iriumphos sedenta,— talvez.
D & L IN D A .

f rranmenta de vnrpoeyia romance )

........... Dizia a leltra assim


T s a virgem que eu sonhava
A ■> ir delyrios sem fim,
D $ o loiro seraphim
Dos meus sonhos juvenis’
A f,*da que cu procurava,
Miragem que me fugia,
L i «la serra junto a umbria,
rolgando nos alcanlís.
L s o anjo que ou sonhava
í^os meus devaneios douro,
cberubim meigo c |0;,.0
i p vagos antielos meus
- vi que me encantava,
jL* " Ul" sorriso
‘T'80*
•*s 1-orlíw dos téus,‘
103
Procurai-to soljre a ,w~ ~
Nas lindas eenclias <Io
Nas brancas aves do ar
| ° * Sí>1'10 na s o u to ’ -
^os longos ermos, na sorra,
1s *8uas «o murmurio,
1:1 nivca C5puma do rioi
Aquj,— Alcio— tudo cm vão.
Nos areíaes da campina,
Na ílor, orgulho do prado
No frouxo brilho óndeiado ?
Do sol alem á se pôr;
Na rosea cor purpurina
D’ aurora que doira o monto,
No vão suspiro da fonte,
Da lua oo respleodor.

N a d a ! o a d a ! —E louco ardia?
V ag u eí, dos hom ens fugido,
Nos desertos foragido
De vasto, immenso sertão;
E á noite, quando dormia,
No meu sonhar agitado,
Via o teu vulto adorado
Sorrir-me. . . estender-mo a m ã o . .
• Não «disse,» não és da lerraf
» Q iero morrer, ir ao rcu I
* Mendigar nin riso sen
« No paraíso eu irei,»
Fi-zme guerreiro* e na guerra
e.liei combales nos mil;
Mas o meu anjo genlil.. .
-\i! nunca, nunca o encontrei.
) Minir alma chorava
■i" orando o sen amor,
Deíiubava-sc-Jlic n dor 1
N ^se ardente delirar;
[?rvo pensar a embalava...
Aü n’essa quadra ílorida
•lá não queria ler vida,
Po; í ó vivia á chorar.
n;i l,or da mocidade,
*Morrer, nnvmenr-mo a vida
* • !‘r covarde suicida
‘ f i x a r á ca,„,,a ! . ,,,USi:j._
1 v 'r,r ,: A" ^ n,aneiei|q(|o

Fk-n» l
* l)« .
c catilei.
CaiUei lcns olhos fu-lgcntes,
Qna:)s eu os via cm meus soulio
Canloi leus lábios risonhos
Canlei-te a cuíis rosada;
^ guando as faces rub entes
luas na Iyra eu cantava,
Minha mente se a brasa va,
Via o leu rosto de fada.

E quanto mais cm dilvrios


Minh’ alma á ii so prendia,
A minha lyra gemia
Com mais puresa e brandura;
Mais cresciam meus marlyrios,
luda mais Irisle eu ficava,
Mais meu calix iranshordava
Ue venenosa anuirgura.

Mão eras, porem, da terra,


í eu quiz morrer, ir «o CL'u;
l clice: .Um sorriso seu
■Mendigar alem mefi •,
» Não marcharei mais a gj
■ Quero merrer em m"" Ll °*
Quebrei a lyra. M 11 I' 1 1 ?
soluçou, quando o )K *
l .n dia, á lardc, íi ja n clla ,
\ o meu pensar m ergulhado,
Chorando meu negro fado,
pendida a face na m ão,
àleu vago olhar n u m a b ella
Imagem se me filou;
Minlialma logo anceiou,
S \ixpaudio meu coração.

Eras tu !— A cjue eu am ava,


Kos meus delyrios sem fim,
*di! não mais lojas de mim
Que por li louco liquei 1
A virgem que mo encarnava,
1'ras fu, oh Celestina l
® vi&uo p e re g rin a
. Que em sonbos febris amei.
P íffiA S E S INTIM AS.
P orque vens, anjo ila morte,
Xo teu pnllido smlario,
Como um astro funerário
bem pro, sompro â mc seguir?
C o teu hálito gelado
\ cm b afejar o m eu rosto,
O n d e m u rch ara o desgosto
T a n ta esperança á sorrir?

P o rq u e a im agem fria e muda


T u a . cm m inh’ alm a s’estam pa?
P o rq u e rae apontas a campa
Com o descanso final ?
E que palavra m urinurass
T ão cheias de melodia
P a ra aplacar-inc a agonia,
__ é gem remédio o meu mal r

dercricorio anjo da morlt»,


^om pieliendo o teu stgn o»
IJrevemente irei «<’»'
Sobre o leu seio domWJ
m
K lon beijo gelado
JUveberoi no meu rosto,
Onde murchara o desgosto
Tanta esperança à sorrir.

IR O N IA S .

Nãe ;:: ro o amúr que me deste,


Tuas carícias rejeito;
Juras que á outrem íiseste
Não guardarei no meu peito.

M uiiido oTliar não acccilo,


Q m <i\ 11-* c falsa a expressão,
N-m me creias já sujeito
Porque apertasle-me a mão.

Pariste amor ? Blasfemaste !


N* m siquer podes amar,
Oue o sentimento cinbotaslo
A força de o refinar,

No teu peito amor não medra,


Nem «quer uma atTcição,
100
I!i'm corno cm seio de pedra
Nâ0 vinga roseo b o io .
^ n s > não crio cm leu riso
í V innocenle cherubim . . . .
Que promette o paraíso,
E interno dá-nos por fim.
m choras, também não creio,
Nem si o teu peilo suspira,
Si o pranto abalar-le o seio
Sempre direi que é mentira.
Não creio que ames, senhora,
Inda que o digas chorando,
Que a mulher quanto mais chora
M lis está nos enganando.
m o pejo. á subir, qucimnnlo,
[)o rosto tingir-le a alvura
Cá commigo irei pensando
Í)íic é teu rubor— impostura.
E’s beila, gentil, mimosa;
K’s das bellas a prmeesa:
Entre as flores,- f o r a s rosa;
Mas lü falta a singellosa.
ttosn, p^rdrslo o perfume!
Mulher perdeslo o cnntlor'
Quanto esta pltrase resumo4
Pe sentimento! do »lor I

PRECE
Ao Anno de 1871

Entre arrancos <le agonias


O anuo velho se finda,
E uma outra aurora mais linda
Surge nos campos do ceu;
bas v. ,tes nas roxas cores
JWutiia olor de mil flores,
E |jalpiiaom d'amores
iic»pn ndu o íris do veu.

' ' '** trancas desatadas Jj


fiaatuiutii ti lAuudu d« luz, j
I- é-vjieiuui.as azoes
i^uiuiu Jhc o casto sorrir;
1il

Traz as venturas sonhadas


No coração d’o$sas fadas
Ooo folgam tão descuidadas,
Esquecidas do porvir,
Salve, mimosa creança
One dormitas socegada,
De meigos anjos cercada,
Da Eternidade nos seios !
Esse teu somno innocenle
Não traz o sonho que mente;
— Simellias a flôr rubente
Toda á esvair-se d enlcios.

Mas quando chegar o dia


Em que le erguerás do leito,
Si contemplares sujeitei*'
O mundo ao luto, ao pesar,—
3N’csse teu rosto, creança,
Dá-nos, si quer, esperança
De haver nos fados mudança
Com o leu festivo aceordar.—
SONETO.
I.evo dentro cm meu seio a linda trança,
Que me deste, de. lagrimas bannaoh;
Levo no intiino d‘nimar—inémiaoulada,
Dos teus tão castos beijos a lembrança.
Di rdòa, si nas asas da esperança
Ousi i librar a mente emfebrcerda,
Arrojar nosso amòr além da vida,
Som cogitar dos fados â mudança.

b. agora ? \ou partir, c aos crús furores


Do oceano confiar minha ventura,
Pungido o coração d’acerbas dôres.—

n~l° permitiaes que a desventura


Da grinalda d’amôr feneça as flóres,
Aos embates cruéis da stirle durai . . . .

A N O IT E .
iMla
r lat no5lc 5 A b, i.sa adeja,
StUj)
i - fl"ra,ul°
. na
* ••• folh|gn,„,
*wm«i

L ,raz « friu bafagem


113

perfumas tia flôr que beija.


A lua sorri,— o alveja
O espaço, tio leito aereo,
Segue-a cortejo sidereo
l)e scintiliantes estrellas
Das toais varias e mais bellas,
Que exislêm uo campo elberoo.
O espaço cTasul trajado,
D'um á outro, pólo eslà;
Si quer uni ponto não lia
Negro,—de nuvens orlado;
Reveste-o—brilho doirado
Dos astros,—á sciulillar;
, O doce e irouxo luar
tfalvo vapor ladôado,
Seu branco disco nevado
Dardeja a prumo no mar.
|Que silencio e amenídada
■\IS'esle ramanso de paz!
I Como a mente s<; mo npraz
5 A’ scismar na soledade I
No espaço, quo magestado
■ Sob a abóbada eslrelhula 1
I Drisa cnibalsauiada,
q «ô cxliala ornar n u m suspiro*
Kste ar sereno que aspiro
Banham minh* alma ulcerada.

O mar nas plagas rUgindo,


Mordendo na fulva areia,
Ao longe cchua.— Prateia
A lua as aguas lusinclo.
Eis v.?:n a vaga bramindo
Ib ih ;ar na longa praia;
!v vê-la quando s’cspraia
Todo o meu ser devaneia,
O :; u que ouvindo a sereia,
Que d’amores se desmaia.

Porque a noile silenciosa


Não h-.-i de eu acaso amar,
Quando seus raios no mar
Dardeja a lua lormosa ?
Quando a lu isa vaporusa,
No cicio embalsauiado,
Solla um suspiro abafado V
Qian !o o eéu d*aslros se arreia
Q«:“'do a onda beija’ uV eia
' «n» queiiunif apaixonado?
porque ? — Si é iuo aprasivel,
D’alla noite no rcmanso
Meditar, e manso e manso
Yür, comlomplar — o invisível ?
Ouvir, absorto, sensível,
Do silencio a melodia ?
Palpar-lhe o enlevo, a’ harmonia ?
Sim é doce ao bardo anceiado
Soltar um canto, librado
Nas asas da p o e s ia ? ...
Alem, à regiões mais puras
Ouandoa mente se arrebata,
Deslembrando a terra ingrata,
Tão pejada de amarguras,
O vale, com mais doçuras,
Desprende um canto da lyra;
Mais livre o peito respira, *
Seu coração mais palpita, ’•<
Mais terna a corda se agita
De sua harpa, que suspira.
Quando (i mais meigo o luar
Quando a noite vao serena,
Quanto é doce á brisa, amena
Ternos suspiros soltar !
m

Tudo convida á scisinor!


Tudo embevece o cantor 1
Das nuvens a rosca còr
Lembra-lho o rosto dTlermosa,
K a ly ra opprcssa e queixosa
Desfai-se cm notas d'amôr.

Eu, poeta apaixonado,


Que vivo sempro á scismar,
Eu. proscripto desgraçado,
Longe,— bem longe !— do lar,
Quando o rulilo luar
Vaga no cóu sem pallôr,
Quando da brisa o rumòr
Traz-me perfumes .da serra,
Saudades da minha terra
Meu peilo opprimo*?dc dôr.

Eiitão choro amargurado;


Então desato o meu canto;
Lrssa depois o meu pranto;
Sinto o peito ulliviado.
Eis vejo um vulto adorado
Sorrn tue.... eslouder- mo a mão .
Porque treines, coração !
ILenuosa 1 iu I_C om luucura
117

Corro . . . nos braços segura


A tenho ... Engano ! illusãoí
Mentira! engano! illusão !
Chora, misero proscripto !
IValma ninguém le ouve o grito,
Nem tem de li compaixão !
Desabafa, coração!
Fogo desta soledade !
Busca o riso, a ebriedade ! j
Não ames a noite bella, 1rfb
Forque no silencio dYHa
Sangra leu peito a saudade !

VIVE I/A R G E N T !!!


Nao quero mais ser poeta
Do ninharias de amôr, v S’ : '
Cliôeljo verso, sem sabôr,
Oue ora conheço ser pôta.
musa, outro rumo inceta,
'llro assumpto mais fagueiro,
Mais solido e verdadeiro:
IIN

íiovo raodi'10 aos IcuscSnlos!


Musa, r i ! Basta do prantos!
Vamos cantar — o dinheiro i . .

Como le vejo risonba


Be fogo passando á gõlo,
Qual dc horrível pesadelo
Besperta a moça, que sonha!
Musa, que pouca vergonha 1
Tu, que do leu coração,
. Jiodo amargura c paixão,
Somente prantos vertias,
Sob as fibras escondias
A roaís bella inspiraçãoo!
h

Por certo não c desdoiro


Quem já muito tom cantado
Soltar um canto,—inspirado
Pelas magias do oiro!
£ ninguém me venha ao coiro
Por eu cantar o que sinto;
E’ d’alma que o penso e pinto;
Outr’ora fui bandoleiro,
Hoje idolatro o dinheiro,
K fallo serio,—não minto.
m

0 ’ precioso metal,
Que no mundo lodo imperas,
Que com o toque regeneras
0 coração de um mortal,
Do modo mais natural 1
Eu que pensava tão mal,
Já hoje penso melhor;
Tons muita força, dinheiro l
Fiscste dc um bandoleiro
Teu constante adorador !
« Sem ti se não move a guerra,
< Só de ti provem a paz, »
Sem ti, que goso nos dás,
Não ha prascr sobre a terra;
Tudo se alegra ou se alter ra
Com o leu aspecto jocundo;
1 Tu torces as leis do mundo;
I A’ quem tc possue, das tudo;
1 Tino ao tolo, voz ao mudo,
d Ao fatuo o saber profundo!

Fases do torto direito,


Dás pernas ao aleijado,
F ao fraco imbello soldado
-'mires coragem no peito;
120

A' tudo, & tudo! díisí' ito!


Tornas verdade a impostura!
Tudo o leu contado apura!
E aposto qno no porvir
lias de por fim descobrir
I)o circulo a quadratura !
Nada ao dinheiro resiste; j
Ondo quer que ellc appareco* nl( .
Tudo brilha e resplandece, Jj3 f^
Fica alegre quem está triste; .%
Só nelle o prazer consiste; r
Ao vôl-o, o pobre suspira, n ''A&i
— O poeta toma a lyra.
E canta, até que enrouqueee !
De si o vale se esquece
No goso que o oiro inspira.
Do dinheiro a rcalesa «4
Não pode o muodo negar,
Pois ch'*gu aló á mudar
Das coizas a natureza; h]
Quem o tom,— não tem fraqueza;
Sii dla, é o I)eus da Eloquência;
* : 1 outro corre, —é prjdtuuia;
Si acaso treme—c uervosoj
121
Si (' n.imorado, 6 dengow,'
Do niro alo fogo a iloiiionciat
Mas ou. qun Io canto, o rciído
V ti devida homenagem,
Quo ao vor-lo sinto u voragcin
Do prazer no poilo ardendo,
Que aos lous encantos ino prendo
líulroa com lodo o fervor,
I\ã i lenho, oMesgosto ! o llo r!
bolsa um real siquer:
Si o tivera, sem demora
Comprava beijos agora
Da mais bonita mulher.

PRIM EIRO BEIJO

neio do vaír nmbróso


i monte estendido a<> lodo,
uangueiras sombieiado
»ja um bosque frondoso.
tígalo sobiçosp
/« i o s a rd o ie s
espregtuca» 1 d0 TW
Do $ol fugindo, entre llores»
Do arvoredo á meiga sombra
.Ksjíiana por entro a’ alfombra
Das margens todas verdores.

IA, qual cm Tumbas murluarias,


o bmi longe!—do mundo,
Kuna silencio profundo:
■' >do vento ouvem-se as arias,
De dores cheirosas, varias,
Alastrando o verde chão;
AUi rouquejam em vão,
Das rochas cahindo, as aguas,
Com suas queixas e magiias
Commovendo a solidão.

Aqui viceja a ingnranna;


Lulaça—a cipò selvagem;
Al!i do cedro a ramagem
Kxpande-sc ao vento, lhana;
Alem remeche-sc ufauoi
1)0 I’;io d’arco a ramaria;
D sobre a onda macia
S<'us verdes galhos estende,
^ «mio (|tl0 IMn pmio rcnd;
A 8 aé'oas da fonte fria.
m
borre a espuma jnspcsda
Soore a tona,— em borbotões;
D'n brandas ondulações
Onda por onda c levada;
No meio, alem, da quebrada,
Uuge a torrente bravia;
Da tarde a brisa macia
.Nas azas o estrondo rouco
Leva, e o passa ao echo louco
Da soberba serrania
Mais alem, pelas campinas,
Que de relvas se enverdecem,
Mágico espelho parecem
Estas ondas diamantinas;
As queixosas sururinas,
Pelas agnas altrahidas,
Sobre as margens distrahidas,
Que o lindo capim matiza,
Ao rnolle sopro da brisa
Soltam as vozes doridas.
Foi alli,—rsobro o rochedo,
Ao tibio alvor da maulian,
A borboleta louçan,
Beijava a bonina á medo;
m
0 colil ri m srpjTílo
])’umor d;si;.t ao jar mim;
Tudo soi ria, por bm 1
O sol, rm gauilo o hoi i-onln,
Doira\a o cimo do uui nioafo
Danln edo o do luz sem üm.

U entre as nuvens que ronopco>


O formoso sol de maio,
Lançando o primeiro ruio>
O varempurpureceo;
DYn.ons s?estremece o. .,
A natureza c sorrio;
De rosea cor se tingio
Um quadro d’encan!os cheio* .
Do vai sednclor em meio,
Do sol à luz, que surgio.

Lá pensativa, indolente,
Das larangriras á sobra,
Meiga virgem sobro a'alfoipbK%
Meditava tristemenlo.
A nívea face rebento
JSa branca inflo dr.srnmua;
Aragem branda brincava
ÍSQS 8CU8 cabcllós cr)mpiii]q^|
125

Qoe,—sobro os hornbros cabidos,


—Mar do kite banhava.

t'm jovem, traz d’olla posto,


Conten piava co:n ternura,'
Todo o perfume e candura
IVa judie sereno rosto;
Ko sou olhar decomposto
Pinlava-se agra paixão;
Arfava-lhe o coração,
E a descuiilosa não via
One perfo delia rugia
Com furia e raiva—u:n vulcão.

Ella corava c sorria


|STo seu sereno pensar;
Ella desperta, —á sonhar,
De volúpia estremecia.
O terno jovem bem via
Auuelle sorriso seu:
( Esse mancebo era eu ),
Í)’ulla os iahíos se cnlr’ abriram,.
Bem os ouvi 1—proleriram
Tristemente um nome.... o meu

Foi como que um fugo ardoute


Qut» ocorn^So me nbrasouj
Minir alma um grilo conlonlc
Dentro cm meu poilo sollou;
\),\ monto se me apossou
O mais insano desejo,
E sofreiamlo o meu pejo,
(Ioni, coni com loucura,.. . .
K sobre a face 15o pura
C liei meus lábios ruim beijo.
O tempo as asas moveo;
Correram dias c meses;
Marchara o prado tres veses,
Tres veses reverdeceo;
Miuir alma se adormeceo
No louco c longo sonhar;
<>!»! que ardente delirar !
Era um viver de carícias,
De praseres o delicias
Era um viver só de amar.
Minha atina chorou;
Em duas se dividiu;
tma commigo parlio,
Outra com elta Ueou.
imiil/alnii» deixou!
Chora lagrimas doridas,
Meu peito, cm queixas seulidas;
Chora do imo as amimarias
Felicidades sonhadas
C íalulmcnlc perdidas,

Cm anuo depois voltei


A tumba d’ um seraphim,
Ouc ornava branco iasmim.
JVo cemílerio encontrei.
Afíliclo,—o corpo curvei—
Abri os ramos agrestes.. . .
Prantos meus, porque Correstes
Dos meus olhos n’esbe'rnstante '! __
Ai foi o nome da amante
Que li por entre os cyprcsíes.

Corri, fugi, quasi louco;


ISas mãos a lesta cerrei;
Do novo a tumba voltei;
Deo miiildalina um grilo rouco:
9

«Meu Deus, Senbor, fui tão pouco


«Meu passado venturoso,
«Quanto agora é doloroso
«Meu presente damarguras:
cAnlcs do inferno as lorluras
«Que eslc pranto copioso.»

Desde então, quando a n alu ra


Soas galas regenera,
Quando a rica prim avera
Mais bella. se ostenta, e pura,
Minha passada ventura
Ycriho m s ermos chorar.
Meu saudoso pranleiar,
Yoa nas azas dos ventos 1
Brisas, levae meus lamentos !
Prantos, correi sem cessar !

O1 fonte, que murmurante,


Percorres iloreas campinas,
E regas meigas boninas
Pelo prado verdejanle;
Ponte, lu, que, murmurante,
Suspiras tristes endeixas,
Dâ largas ao pranto, ás queixas,
V.onia crmo as luas maguas,
Ue.nta alvejarem nas aguas
B espuma as longas uudeixay.
\ o. Ku lam bem lenho
Que recordam, sau lozos,
Esses lempos venlurosos
D 'ouli’ora cheios dVncanlos.
Quem gosou prazes lanlos !
Tempo feliz e risonhô,
Quc fosle ?— Não mais que um sonli»».
('heio de lé. d’csperança;
De li sc perdo a lembrança
No meu passado Irisloidio.
Tu, das malas o canlor,
O’ sabiá das palmeiras,
Exhala ás auras ligeiras
l)e lua voz o primor.
Desata mn Irino d’amor;
E emquanlo ao fado inimigo
Do ineu peito as maguas digo,
Gorgeia dentre* o 'arvoredo,
Só abre as voses á modo,
Sabiá, chora commigo,
INDEX.

Onde v aes?............ 7 V e m ................ 05


O h ! vem ! .............. Foi honlem...... .. 07
Porget nic n o t........ 10 S o n d o .. .......... .. 71
Romper d’a lv a .. .. 11 Dormias............
K xlasis................ i:> Uuminisccncias da
Soneto ( no m a r) . . . 17 puericia.. ..
A scham m asco fumo 18 Dialogo........... ... 73
i m adeus p.asemprc 19 Minha éstrella... .. 80
O pingo (Tagua. .. \ 2 | O ramalhete.. .. .. 84
Minh' harpa. 20 Sondo............. .. 85
P e rd o a ................. 28 Oh! que sonhar. . .. 87
Meu charuto.......... 80 Soneto......... ... .. 89
Miuir alma............ 31 O rarão ........... .. 90
lesaleiilo.............. 32 SoiipIo. . •• •• •• . 94
Olhos asues.......... 3© A’ D. Z.......... .. 95
Minha rosa............ 38 Quadro da vida.. .. 90
Áos vol unlarios d a pa- Soneto............. .. 98
tria ............... 46 SfíHfttD - . . . . • • .. 99
Saudade (flo r).. •. 44 Tu julgavas.. .. .. 100
Minha m ãe!.......... 40 Diolinda........... .. 102
Protesto................ 50 Phrases intimas.. .... 108 107
Sobre o tumulo de r.o)
um menino.. . • Prece.......................
r)~4

A esquadra brasileira 53 Sondo................


Sua \ 0 / . . . . 5b A noite.....................J
Oanta(áumaoncti/.a 57 Vivelargenl '!!.• •• »j
Agonias.. • • • « 59 Primeiro beijo .. >•
♦♦ •

£Pum álbum 03

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