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ALBERTO DE OLIVEIRA
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SCO
POESIAS
QUARTA SERIE
(1912-1925,
2.a edição
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1912
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ROBARTS
POESIAS
ALBERTO DE OLIVEIRA
POESIAS
QUARTA SERIE
(1912-1925)
2’ EDIÇÃO
JORGE JOBIM
<
DEDICO ESTE LIVRO
••
,••
ALBERTO DE OLIVEIRA
Agora é tarde para novo rumo
Dar ao sequioso espirito; outra via
Não terei de mostrar-lhe e á phantasia
Além desta ein que peno e me consumo.
O SUPREMO REMEDIO
RTO VERDE
A CANCELLA DA ESTRADA
Cavalleiro, á disparada,
Lá vae no cavallo ardente.
Cavalleiro em descuidada
Marcha, lá vem indolente.
CORPO E SOMBRA
PEDRA DE TUMULO
3
34 TOESIAS
RAUSO
EM PLENO SONHO
TORNANDO A PETROPOLIS
Petropolis, cidade
Onde da mocidade
Se me esfolhou, gloriosa,
A ultima rosa;
Em seu chegar e se ir
Dando um sorrir;
Petropolis, a ver-te
Tórno, e qual tórno, adverte,
Tórno, a alma combalida
De tanta lida.
Recebe-me, cidade,
Tu que eni mais doce idade
Retiro, onde vivi,
Florear-me vi.
Adormecei-me as maguas,
Auras dos cerros, aguas
Que em flébeis murmurios
Correis dos rios!
40 POESIAS
O CÉO DE CURITYBA
CEO FLUMINENSE
AGUAS PASSADAS
SERRA DO PALMITAL
TROPEL DE VAGAS
PASSANDO
Vi de passagem, viajando
(Melhor, voando) no trem um rio
E uma arvore e um banco. E tantas cousas mais
(Tantas já tinha visto) fui olhando
Por desfastio:
Pontes, barrancos, outros rios, animacs,
Ovelhas, bois, carros de bois, campinas,
Capões, ilhas perdidas na planura,
Lavouras, catingaes, descampados, usinas;
Agora escura
De um lado a matta,
Um cruzeiro defronte,
Agora uma cascata,
Agora um rancho, agora um moinho, agora um monte:
E ia-se tudo, ia-se-me á passagem,
Sem me emtanto ficar de tanta cousa imagem;
imagem, só. alli. do trem ao solavanco,
Uma me acompanhava: era a daquclle banco
E aquella arvore e rio; eu a guardava, e só.
No que redomoinhava, entre a luz e entre o pó,
Na paizagem, no céo, deante de mim, sómente
AI.MA E CEO 47
CORBELHA DE ROSAS
VIDROS OPACOS
O MAIOR PESAR
SENSITIVA
O UNI CO THESOURO
(Francisco Villaespesa)
V or.TAS
FREMOR
o lírio intangível
DEPOIS DA CHUVA
A’ LEILAH GUIMARAES
ARCO-1 RIS
FEIRA DE IRRACIONAES
EM SANTA THEREZA
CANARIO E GAIOLA
I
II
III
IV
MODOS DE VÊlt
— Tudo é miséria I
Ouço a um philosopho. E outro me diz:
— Tudo é illusão!
Outro: — tudo c matéria!
Outro: — tudo é espirito!
Erasmo:—tudo é insania!
Hoffmann:— tudo é visão!
Põe: — tudo é sonho !
Infeliz
Do homem que ouvidos presta ao que lhe diz
Este philosophar contrario e vão 1
A verdade, a verdade eu apprendi-a,
A unica verdade,
Com as aves que lá fóra, á luz do dia,
Nas arvores em ilôr
Dizendo estão á Immensidade:
— Tudo é amor!
ALMA E C1Í0 75
II
MARIA DA GLORIA
III
VELAS NO MAR
IV
MOLDE DE SEIO
A ALMA E O CORPO
A ALMA
O CORPO
NÚPCIAS DE PRIMAVERA
A CRUZ DO ESCALVADO
ÁS ANDORINHAS DE CAMPINAS
SUAVIDADE
(Amado Nervo)
TNVESTIDA
VIVER...
VERDE
(A Maria Amélia)
FORMTGUTNHA
FUMAÇA DE AGOSTO
VOLTAS
LONGE...
A GRANDE ESMOLA
II
III
IV
A RAQUEL SAENZ
LTBELLULA
FLOR DE CAVERNA
ARVORE AMIGA
VESTÍGIOS DIVINOS
(Na serra de. Marumby)
AVES NO POUSO
Horas suaves
As do repouso, ó aves!
Pudesse eu, como vós, tendo cansado
De tanto a um lado e outro lado
Andar, a ir e vir,
Também dormir!
ALMA E CÉO 107
VELHICE
DIA DE SOL
23 de Janeiro
24 cle Janeiro.
25 de Janeiro.
27 de Janeiro.
30 cie Janeiro.
31 de Janeiro.
M. F.
2 de Fevereiro.
3 de Fevereiro.
5 de Fevereiro.
Á hora do correio.
De quem será, pergunto a cada instante,
A carta que lhe veio?
Será do noivo? Terá noivo? amante?
7 de Fevereiro.
io de Fevereiro.
li de Fevereiro.
CARNAVAL
li horas da noite.
17 dc Fevereiro.
9
130 POESIAS
18 de Fevereiro.
Á Êlena
19 de Fevereiro.
20 de Fevereiro.
São as casuarinas,
São as três casuarinas que alli em frente
Da casa onde agoniza a pobre doente,
F.spectraes uivam, rumorejando plangentemente.
134 POESIAS
22 de Fevereiro.
24 de Fevereiro.
1
\
\
25 de Fevereiro.
Élena arrebatou-o
Ou eile a ella. Estão
Sempre juntos. Num vôo
Vão-se, como num vôo os passaros se vão.
138 POESIAS
26 de Fevereiro.
Noite estrellada
Que daqui vejo de meu quarto, ansioso,
Dá-me teu calmo, teu sidereo goso,
Deixa-me olhar-te na amplidão sem fim;
Quero esquecer...
27 de Fevereiro.
Vim
E achei vazio de hospedes o hotel.
Haviam todos ido
Em tropel
A vêr um destemido
Aviador que do Rio, em ascensão extranha.
Viera ter num só vôo a este alto de montanha
144 POESIAS
10
146 POESIAS
Morreu Magdala!
CHEIRO PE FI.ÔR 147
28 de Fevereiro.
2 cle Março.
3 de Março.
5 de Março.
6 de Março.
8 de Março.
9 de Março.
io de Março.
Deixei o hotel.
No trem.
Embora a alma desilludida,
Enlevam-me a grandeza e formosura
Da serra. Vou descendo, vou descende.
Da manhã aurirosea á claridade,
Tumultua em cada arvore florida,
Em cada pedra ou fonte.
Em cada abysmo, em cada gruta escura,
Por todo chão, por toda encosta e todo monte
A orgia dionysiaca da Vida.
Respirando estes ares,
Tanta belleza em tôrno olhando e vendo,
Vão-me fóra os pesares
Ou vão também descendo... Vou descendo.
Fica lá em cima o sol, o almo esplendor do dia,
Fica o riso, a festa, a alegria;
Tristeza ou magua é como o enxurro, é como a bruma,
Róla em baixo e é humidade e espuma...
Vou descendo. Já vejo o Rio, amplo horisonte,
Os morros de altaneiro
Cimo, casas, o oceano...
CHEIRO DE FI.ÔR 157
Estanisláo
Antonio
São
As corujas no engenho (olhando fôra)
E’ tudo escuridão!
Estanisi.áo
Antonio
Estanisláo
Antonio
Estanisláo
Antonio
Estanisláo
Antonio
Estanisláo
Estanisláo (interrompendo-se)
Antonio
Estanislâo
Antonio
Estanislâo
Antonio
Estanisláo
Ouço passos...
Antonio
Estanisláo
Antonio
Uma voz
Estanisláo!
Estanisláo!
*
Estanisláo
Antonio
Eu nada ouvi.
Estanisláo
Estanisi.áo
Ouviste?!
Antonio
Estanisi.áo
A visão
Estanisláo!
Estanisláo
F.mfim, desapparece!
Em fim,
És tu, meu derradeiro e devotado amigo!
Novas de quietação possas trazer comtigo.
RUÍNAS QUE FAIAM 169
Anconio
Estanislâo
O torreão abateu!
Oh ! meu torreão de pedra erguido para o céo 1
Ataiaia do engenho a lhe indicar o rumo,
E sacudindo no ar o seu pendão de fumo,
Glorificando o esforço, o meu trabalho e fé,
Do alto ao longe a clamar: — Lavradores, de pé!
Vinde o caldo provar, vinde assistir á moagem!
E a animar o trabalho e a palpitar com a aragem:
— Homens que a terra amaes, homens rudes, cantae!
Enxada e foice erguei! lavrae! semeae! plantae!
Enchei valles e céos de toadas africanas!
Cantae, carros de bois carregados de cannas!
Echos que repetis seu festivo rumor.
Caminhos que os levaes, cercas de espinho em fíôr,
Varzeas c chans remexidas pelos arados,
Cerros e chapadões de cafezaes plantados,
Cantae! Fumega e atita a machina veloz,
Á tarefa ! ao labor! — Com tua alegre voz,
Ó meu torreão de pedra, era assim que dizias!
Da Boia-uaçú, porém, acabaram-se os dias,
Um vento máo passou, tudo varreu, desfez;
Agora é tua vez e vae ser minha vez;
170 POESIAS
Antonio
II
■
CAA1AKA ARDENTE 177
III
178 POESIAS
IV
MELLO MORAES
II
III
POBRE LUIZA1
REGINA TAYLOR
M. L.
IRENE
SALVE, MARIA!
f
câmara ardente 197
SUA VOZ
EXPRESSÃO DE OLHAR
DENTRO DO SONHO
REDIVIVA...
ANSIEDADE
FRUCTO DE CARDO
Apesar de má ventura,
Revezes e desenganos,
Passados já tantos annos
Inda lhe sinto a doçura.
206 poesias
ROSA MURCHA
Voltas
EXCELSITUDE
CATTLEYA
NEVOA E SOL
VAGALUME
CRESCENTE DE AGOSTO
O CAMINHO DO MORRO
FIM...
(Perspectiva lunar)
Primeira sombra:
Segunda sombra:
Primeira sombra:
Segunda sombra :
Niveo cortinado.
KAMO DE ARVORE 225
Primeira sombra:
Segunda sombra:
Primeira sombra:
15
ALMAS SOFFREDORAS
II
O FERREIRO
III
TIO PEDHO
IV
VIDRAÇAS OPPOSTAS
230 POESIAS
SORRISO DE AGUA
POETA SERTANEJO
••
PALMEIRAS E BAMBÚS
O SABUGUEIRO DE RAYMUNDO
CORRÊA
I9I3-
234 POESIAS
IRONIA
FLORESCÊNCIA
FIAPO DE LÃ
MASTRO' VIAJANTE
11
BEIJO DE ESPUMA
III
SONHO DE BARCO
IV
RECANTO DE PRAIA
C11ÔRO DE VAGAS
ANGEL1TA
A PRECE DA LUA
AGUA LUSTRAL
O LIVRO DO CEO
LYRA QUEBRADA
ALTO DE SERRA
I
MANHÃ
II
DECLÍNIO
III
ALTA NOITE
ALMA E CEO
O supremo remedio 23
Rio verde 24
A cancella da estrada 28
Corpo e sombra 31
Pedra de tumulo 32
Rauso 34
Em pleno sonho 35
Tornando a, Petropolis 37
O Céo de Curityba 41
Céo fluminense 42
Aguas passadas ... 43
Serra do Palrnital 44
Tropel de Vagas 45
Passando 4fi
Corbelha de rosas 48
Vidros opacos 43
O maior pesar 51
Sensitiva 53
O unico thesouro 54
Quem canta seu mal espanta 55
Fremor 58
252 ÍNDICE
Paos.
O lírio intangível 59
Depois da chuva 61
A’ Leilah Guimarães 63
Arco-íris 65
Feira de irracionaes tc
Em Santa Thereza 67
Canario e gaiola 70
Folhas de álbum:
I — Modos de vêr
II — Maria da Gloria
III—Velas no mar
IV — Traduzindo uma queixa
Molde de seio ................................................................................. 78
. ....................................................................................................... 79
A alma e o corpo........................................... .............................. 80
Núpcias de Primavera 91
i. A Cruz do Escalvado 82
A's andorinhas de Campinas 83
Suavidade 86
Investida 8S
Viver 89
Verde 91 ■
Formiguinha 92
Fumaça de Agosto 93
Longe 9".,
A grande esmola 96
A’ Raquel Saenz 100
Libellula 102
Flõr <le caverna 103
Arvore amiga 101
Vestígios divinos ......................................................................... 105
Aves no pouso 106
• Velhice 107
Dia de sol 109
CHEIRO DE FLOR
GAMARA ARDENTE
' Parb.
Olavo Bilac ............................................................................. 175
Mello Moraes .......................................................................... 180
Pobre Luiza! ......................................................................... 1S4
Regina Taylor ......................................................................... 185
M. ........................................................................................... 185
Irene ........................................................................................ *87
II:
.Minas irmãs .......................................................................... 1®'
Salve. Maria .......................................................................... >’r'
Sua voz ................................................................................. 197
Expressão de olhar ............................................................... 190
Dentro <lo sonho ................................................................... 200
Ao senador índio do Brasil ................................................... 201
Ansiedade .............................................................................. 202
Onde ella está ........................................................................ 203
Fructo de cardo ..................................................................... 205
Rosa murcha ......................................................................... 207
Dôr, minha ilôr ................................................................. 209
A casa da rua Abilio ............................................................. 210
Excelsitude ............................................................................ 211
RAMO DE ARVORE
Itaio ou vento em velha arvore ............................................... 217
CiitUeya........................................................................................ 21S
Nevoa e sol .................................................................................. 219
Vagai ume .................................................................................... 220
Crescente de Agosto .................................................................... 221
A alma dos vinte annos ................................................................ 222
O caminho do morro :................................................................... 223
Fim ............................................................................................... 221
Almas soferedoras:
A fumaça da fabrica .................................................................... 22B
o ferreiro ...................................................................................... 227
Tio Pedro ..................................................................................... 22«
Vidraças oppostas ........................................................................ 229
Sorriso de agua ............................................................................ 230
Poeta sertanejo ............................................................................ 231
25'. INDICB
Pac.s.
Palmeiras e bambús .................................................................... 232
O sabugueiro deRaymundo Corrêa .............................................. 233
Ironia ............................................................................................ 234
Florescência ........................................................................... 235
Fiapo de lã ........................................................................... 236
VÉLAS AO VBNTO: