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Interface DTE/DCE
André Moreira (andre@dei.isep.ipp.pt)
Professor Adjunto do Departamento de Engenharia Informática do ISEP
Os equipamentos processadores (geram e recebem os dados) são conhecidos por DTE (“Data
Terminal Equipment”) os equipamentos que se encarregam de codificar ou modular os dados
de uma forma adequada às condições do meio de transmissão são conhecidos por DCE
(“Data Circuit-terminating Equipment”).
Fora do domínio das redes de computadores existem diversos tipos de equipamento que
podem assumir o papel de DCE recebendo e enviando dados ao DTE, é o caso dos terminais
e das impressoras.
A comunicação entre o DTE e o DCE envolve geralmente vários condutores já que além de
dados também à necessidade de circular bastante informação de controlo. Trata-se da
interface DTE-DCE, existindo várias implementações standard das quais uma das mais
importantes é o RS-232-C.
Nem sempre existe uma separação DTE/DCE, como geralmente as interfaces incluídas de
fábrica nos DTE têm fortes limitações, é habitual que o DCE funcione como um dispositivo
periférico directamente ligado ao barramento I/O do DTE.
A figura seguinte ilustra esta situação, à esquerda é usada uma interface DTE-DCE, do lado
direito não existe interface:
Nestes casos pode dizer-se que o barramento I/O é a interface DTE/DCE, esta tem sido a
grande tendência presente com várias vantagens em termos de custos e eficiência.
RS-232C
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A interface RS-232-C é uma das mais populares, sendo incluída em todos os tipos de DTE
mais comuns. A troca de informação de controlo e dados baseia-se em níveis eléctricos: uma
voltagem acima de +3 V é considerada um 0; uma voltagem abaixo de -3 V é considerada um
1.
As limitações deste tipo de interface são uma distância inferior a 15 metros e uma taxa
inferior a 20 Kbps. A taxa máxima atingida está obviamente relacionada com a distancia.
Utilizando hardware apropriado é actualmente possível atingir taxas superiores. O “standard”
especifica conectores D de 25 pinos, a figura seguinte apresenta este conector bem como as
designações dos circuitos.
Os restantes circuitos são normalmente divididos em dois grupos: Grupo A (CC, CD e CE) e
o Grupo B (CA, CB e CF). Os circuitos de grupo A determinam a disponibilidade geral do
DTE e do DCE. Os circuitos do grupo B determinam a disponibilidade do DTE e DCE para
transferir dados.
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DCE para
CB Clear to Send O DTE pode emitir (resposta ao sinal anterior)
DTE
DCE para
CF Carrier Detect O DCE está a receber uma portadora
DTE
Quando as distancia entre dois DTE é reduzida (inferior a 15 metros) é possível usar este tipo
de interface para interligar directamente os dois, eliminando os dois DCE. Este tipo de
ligação é conhecida por “null-modem”:
O “standard” RS-232 especifica que os bits são representados por níveis de tensão e que
existe uma linha comum para retorno do sinal (“signal ground”), este tipo de transmissão diz-
se não balanceada. Por oposição, se cada sinal tem uma linha de retorno independente a
transmissão do sinal é balanceada.
No modo balanceado os bits são representados por diferenças de tensão entre o par de
condutores. O modo balanceado tolera melhor as interferências e ruído externo, o ruído tende
a afectar de modo idêntico as duas linhas, logo a diferença de tensão não sofre qualquer
alteração. Este modo é uma norma em todas as cablagens tipo par entrançado sem blindagem
(UTP).
O modo não balanceado apenas pode ser aplicado com cabos blindados, ou UTP a distancias
menores.
Para obter altas taxas de transmissão, nem todos os sinais têm de ser transmitidos sobre um
par entrançado, apenas 10 dos circuitos são de categoria I e necessitam de obedecer à norma
RS-422-A:
Devido a toda esta multiplicação de ligações, o RS-449 usa conectores de 37 pinos, com a
possibilidade de um conector adicional de 9 pinos.
Como são usados menos linhas, necessariamente a lógica de controlo é mais complexa. O
X.21 apenas admite o modo síncrono, o circuito S fornece um sinal de sincronização de bit,
enquanto o circuito B fornece um sinal de sincronização de byte, mas raramente é utilizado.
A transmissão pode ser balanceada ou não, atingindo-se performances idênticas às do RS-
449.
O funcionamento exacto não está muito definido, ficando essa tarefa para o nível de ligação
lógica. Esta postura tem a vantagem de não criar uma excessiva dependência de um
determinado nível 2 em particular.
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