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em uma tarde de sábado, joão decidiu dar uma passada na sua livraria favorita. ele adorava
explorar os corredores repletos de livros, mergulhando em histórias que o transportavam para
lugares distantes.

enquanto isso, pedro, um escritor conhecido, estava em busca de inspiração para seu próximo
livro. ele percorria as prateleiras, examinando os títulos e procurando algo que pudesse
despertar sua criatividade. concentrado em seus pensamentos, ele seguia seu caminho pela
livraria.

em um momento de distração, jão e pedro se esbarraram no corredor, livros caíram no chão, e


ambos se olharam surpresos, seus rostos corados pela situação.

me desculpa - disse joão, se abaixando para recolher os livros.

não se preocupa, a culpa foi minha. - respondeu pedro, ajudando a juntar os livros espalhados.

enquanto eles recolhiam os livros, seus dedos se tocaram por um breve instante, enviando uma
sensação de surpresa através de ambos. eles se olharam, e por um momento, o tempo pareceu
parar ao seu redor.

você está bem? - perguntou pedro, quebrando o silêncio.

estou sim, obrigado por se preocupar - respondeu joão com um sorriso reconfortante.

quebra de tempo
jão ainda estava pasmo com o encontro inesperado com pedro, o autor que tanto admirava. ele
não conseguia tirar aquele momento da cabeça. pedro, com quem sempre sonhou em conversar
sobre seus livros favoritos, estava ali, diante dele, tão próximo.
no entanto, joão resistiu à tentação de pedir uma foto com pedro ou iniciar uma conversa. ele
não queria parecer um fã obcecado ou estranho.

POV PEDRO
uma semana se passou desde o momento em que me esbarrei com o garoto naquela livraria.
desde então, não consegui tirar ele da minha cabeça. seus olhos, aquele sorriso tímido... parece
que cada vez que fecho os olhos, ele está lá, ocupando meus pensamentos.
por mais estranho que pareça, não consigo parar de pensar nele. cada palavra que ele disse
naquele breve encontro ressoa na minha mente.
mas o que eu deveria fazer agora? será que devo tentar procurar ele nas redes sociais? ou devo
deixar as coisas como estão?

POV JAO
estou na livraria, esperando pedro chegar. confesso que estou nervoso. é estranho saber que
estou prestes a encontrar o escritor dos meus livros favoritos, na verdade, ele é meu escritor
favorito. desde que me esbarrei com ele, não consigo tirar ele da minha mente.
enquanto aguardo, meu coração bate mais rápido. olho para os livros nas prateleiras ao meu
redor, e meus pensamentos voam para todas as histórias que pedro escreveu. aquelas palavras
têm o poder de me transportar para diferentes mundos e me fazer sentir uma infinidade de
emoções.
enquanto observo a porta da livraria, não consigo evitar a sensação de borboletas no estômago.
o que vou falar a ele quando nos encontrarmos? será que vou conseguir manter uma conversa? e
se ele não gostar de mim? Esses pensamentos me atormentam enquanto aguardo ansiosamente
o tão esperado encontro.

POV PEDRO
entro na livraria e meus olhos procuram ansiosamente por joão. avisto-o no fundo da loja,
examinando os livros com interesse. meu coração acelera quando o vejo, e por um momento.
respiro fundo e me aproximo dele, tentando controlar os nervos que ameaçam me dominar.

joão - chamo seu nome, minha voz um pouco trêmula.

ele vira para me olhar, seus olhos encontrando os meus, e um sorriso gentil se forma em seus
lábios.

oi pedro - ele responde, e o som de sua voz é como música para os meus ouvidos.

desculpa se cheguei tarde - digo, lutando para manter a calma.

não se preocupa, acabei de chegar - responde ele, seu sorriso tranquilizador me acalmando
instantaneamente.

hmm, que tal a gente tomar um café juntos e conversar sobre algum livro que você goste?-
sugere pedro, com um brilho de expectativa nos olhos.

jão pondera por um momento, um sorriso brincando em seus lábios. - pode ser, desde que seja
sobre seu livro. - responde.
POV NARRADOR
pedro e joão saíram da livraria e entraram em uma loja próxima para pegar um café. com os
copos quentes em mãos, voltaram à livraria, imersos em uma conversa animada sobre os livros
que haviam lido recentemente.
enquanto exploravam as prateleiras, discutindo livros do pedro, seus dedos se tocaram sem
querer. uma corrente elétrica pareceu percorrer o ar entre eles, criando uma sensação palpável
de energia.

desculpa - murmurou pedro, retirando sua mão rapidamente.

não tem problema - respondeu joão, seu coração batendo um pouco mais rápido do que o
normal.

eles se olharam fixamente por um momento, as bochechas de ambos coraram ligeiramente,


revelando a timidez que sentiam.
um sorriso tímido brincou nos lábios de jão enquanto ele desviava o olhar, se sentindo nervoso
sob o olhar penetrante de tófani.

você ta bem? - perguntou pedro, sua voz suave e preocupada quebrando o silêncio tenso.

sim, estou - respondeu com um sorriso tímido. - acho que… só estou um pouco nervoso.

logo você nervoso? - pedro não pôde deixar de provocar o maior.

claro que não - respondeu tentando parecer confiante. - é que… você sabe, encontrar meu
escritor favorito e tudo mais…

então eu sou seu escritor favorito? achei que eram apenas os livros - disse com um leve sorriso
nos lábios.

na verdade... sim - admitiu, seus olhos encontrando os de pedro. - eu sempre admirei seu
talento como escritor. mas agora, conhecendo você, acho que gosto ainda mais.

POV JAO
no dia seguinte, me encontrava na porta da casa de pedro, batendo levemente, nervoso com o
que estava por vir. pedro me recebeu com aquele sorriso que sempre me desmontava.
oi - disse ele, me abraçando calorosamente.

oi, pepe! - respondi, um pouco envergonhado.

vem, quero te mostrar uma coisa - disse pedro, segurando minha mão e me conduzindo até uma
mesa coberta por folhas e um computador.

digamos que estou escrevendo um livro novo, acho que o livro mais lindo…- explicou pedro, com
um brilho nos olhos.

fiquei sem palavras, olhando para as folhas cobertas de palavras que contavam uma história de
romance.

uau… você é incrível, pedro! não sei nem o que dizer - murmurei, sentindo uma mistura de
emoções dentro de mim.

queria que você visse antes de qualquer um - disse pedro, seu olhar transmitindo uma ternura
genuína. - é um romance bem clichê, do jeito que você gosta.

tentei manter a compostura, mas era difícil esconder, pedro notou minha reação e sorriu
gentilmente, como se entendesse o turbilhão de pensamentos que passavam pela minha mente
naquele momento.

pedro estava concentrado em seu trabalho, folheando algumas páginas do seu livro, quando
decidi perguntar sobre suas inspirações românticas.

pedro, de onde você tira tantas ideias de romance pra escrever? você viveu algumas histórias
que já escreveu? - perguntei, curioso para saber mais sobre sua vida amorosa.

ele pausou por um momento, seus olhos encontrando os meus, e um sorriso brincou em seus
lábios. - vivi algumas - confessou ele - mas não duraram. mas sendo sincero, eu não ligo. talvez
eu tenha sido muito imaturo no meu último relacionamento.

bom, acho que eu também - comecei a dizer, me lembrando de meus próprios erros passados,
quando pedro me interrompeu, colocando sua mão em meu rosto.

não acredito que alguém deixou de namorar esse rostinho lindo - brincou, tentando aliviar a
tensão do momento com um toque de humor.

eu corei levemente, desviando o olhar por um momento antes de encontrar os meus novamente.

eu não sou exatamente o tipo de pessoa que atrai muitas pessoas - respondi ele, um sorriso
tímido brincando em seus lábios.

mas me deixou todo bobo - confessou pedro, seus olhos brilhando com uma mistura de
admiração e ternura.

eu estava observando a sala de pedro e percebo um violão encostado em um canto.

além de escritor, você também toca instrumento? - pergunto, olhando para ele.

na verdade, ele só está encostado. você gosta? - ele responde.

uhum, eu toco às vezes, e também escrevo algumas músicas, mas só ficam guardadas para mim
mesmo - confesso, sorrindo.

o que? tá brincando? agora você tem que me mostrar - pedro me interrompe, me entregando o
violão.

vamos lá né… - falo, posicionando o violão no meu colo e começando a cantar uma letra que fiz
alguns dias atrás.

a gente tem um charme especial


todo mundo quer parar pra ver
cada festa, cada praia
os rolês na madrugada
a alma sempre sou eu e você

quando terminei, olhei para ele, um pouco nervoso.

foi incrível, jao! - ele disse, com um sorriso caloroso. - você deveria investir nisso!

obrigado, pepe, mas não é para tanto... - murmurei, me sentindo sem jeito com o elogio.

ele sorriu, seus olhos transmitindo uma sinceridade reconfortante. - mas eu tô falando sério, sua
voz é incrível, a letra… você tem um talento real, já posso dizer que sou fã número um.
era raro alguém me elogiar dessa maneira, e isso significava muito mais vindo dele.

você realmente acha isso? - perguntei, buscando validação em sua expressão serena.

mas é claro! - pedro respondeu prontamente. - e eu adoraria ouvir mais das suas músicas. talvez
possamos trabalhar em alguma coisa juntos.

POV JAO
o som melódico de "exagerado" ecoava suavemente pelos alto-falantes do carro, preenchendo o
espaço entre nós com sua energia. enquanto eu me acomodava no banco do passageiro, não
pude deixar de sorrir ao reconhecer a música.

você gosta de cazuza? - perguntei, curioso, deixando me envolver pela canção.

sim... - ele respondeu com um sorriso fraco, seus olhos refletindo a luz suave que entrava pela
janela. - é meu cantor favorito, depois de você...

você é exagerado - brinquei, tentando disfarçar a emoção que borbulhava dentro de mim, por
mais que eu tentasse, não consegui esconder o sorriso bobo que se formava em meus lábios.

desculpa, eu não sei sentir pouco - disse tófani, com um olhar sincero.

não precisa pedir desculpas por isso - respondi, tocando levemente sua mão para transmitir
conforto. - afinal, onde a gente tá indo? - perguntei, curioso, enquanto observava as ruas
passarem pela janela do carro.

pra um estúdio - respondeu, com um sorriso enigmático nos lábios.

o que ele estaria planejando? por que um estúdio?

um estúdio? - repeti, tentando entender.

sim, um estúdio de gravação - confirmou pedro, sem revelar mais detalhes.

quebra de tempo
chegamos ao estúdio e pepe estacionou o carro em frente ao prédio. assim que saímos, ele
pegou minha mão e me guiou até a entrada.

dá pra me contar o que estamos fazendo aqui? - perguntei, olhando ao redor.

pedro apenas sorriu misteriosamente e abriu a porta do estúdio. - surpresa - disse ele, me
olhando com um brilho nos olhos.

fiquei intrigado, mas antes que pudesse perguntar mais alguma coisa, fomos conduzidos até
uma sala onde havia um microfone, instrumentos musicais e equipamentos de gravação.

o que é tudo isso? - perguntei, ainda sem entender.

você disse que escreve músicas, certo? - disse ele, revelando finalmente seu plano. - pensei que
seria legal gravarmos uma delas juntos.
fiquei sem palavras, emocionado com o gesto dele. ele realmente estava disposto a compartilhar
esse momento comigo.

passamos horas no estúdio, cada acorde, cada verso, era fruto da nossa sintonia. eu e pedro nos
entendíamos tão bem, como se nossas mentes estivessem conectadas por fios invisíveis,
transmitindo ideias e sentimentos com perfeita clareza.
quando finalmente terminamos a música, senti um aperto no peito. não era para ser
compartilhada com o mundo, não ainda. era algo só nosso, um pedaço de nós que queríamos
manter guardado, como um tesouro secreto.
olhei para pedro, que estava ao meu lado, com os olhos brilhando de emoção. ele entendeu o
que eu sentia, sem que eu precisasse dizer uma palavra. segurou minha mão com suavidade,
transmitindo conforto.

não precisamos mostrar isso para ninguém agora. essa música é só nossa, um presente que nos
demos um ao outro. - disse ele, sua voz suave e reconfortante.

e assim, enquanto as luzes do estúdio se apagavam e o mundo lá fora mergulhava na escuridão


da noite, nós dois nos abraçamos, sabendo que tínhamos criado algo verdadeiramente especial,
algo que só nós dois entendíamos. e isso era suficiente.

quebra de tempo
POV NARRADOR
na casa de joão, pedro e ele se reuniram em torno da mesa da cozinha, onde gatos que corriam
animadamente ao redor deles. um computador estava aberto e prontamente aguardando suas
ideias. sentados lado a lado, eles trocaram olhares antes de começarem a digitar.
cada palavra escrita era uma homenagem ao que significava estar ao lado um do outro, mesmo
sem mencionar explicitamente seus nomes. criaram personagens inspirados em si mesmos e
teceram histórias de amor e superação, projetando neles os sentimentos e experiencias.

à medida que escreviam, o ambiente ao redor parecia desaparecer, deixando apenas a aura de
intimidade entre eles e a tela do computador. cada frase, cada diálogo, era moldado com
cuidado e dedicação.

quando finalmente terminaram de escrever, o sentimento de realização os envolveu, e eles


trocaram um olhar significativo. sem dizer uma palavra, joão estendeu a mão e colocou-a
gentilmente sobre o ombro de pedro, transmitindo gratidão e apreço pelo trabalho árduo e pela
parceria que compartilhavam.

em um impulso de gratidão e proximidade, pedro colocou sua própria mão na cintura de romania,
puxando-o suavemente para mais perto.

pedro… - joão olhou para ele, seus olhos cheios de curiosidade. - sobre aquele tweet que você
postou, dizendo que eu era sua inspiração para escrever... isso é verdade?

pedro pausou por um momento, reunindo seus pensamentos antes de responder. - na verdade,
joão... eu só concebi a ideia desse livro por sua causa. não era para ser sobre algo feliz, mas
desde que você entrou na minha vida, você me inspirou de uma forma que eu não esperava.

joão, envergonhado, escondeu seu rosto no abraço reconfortante de pedro, sentindo uma onda
de emoções inundando seu ser. apesar de tentar mascarar sua gratidão, ele não podia conter
suas palavras.

caralho, você é lindo - murmurou joão, sua voz carregada de admiração e afeto.

POV JAO
cheguei em frente à porta de pedro e me preparei antes de bater. por que dessa vez eu estava
mais nervoso ainda? estava tremendo e com medo, mas eu queria ficar com ele. bati na porta e
fui recebido com o abraço dele, me tirando do chão.

eu já estava com saudade desse seu rostinho - diz pedro.


eu também estava com saudade desse seu abraço - falo o olhando.

vem, a pizza já está aqui, agora você pode escolher o filme - diz ele, me puxando para a sala, e
sentamos juntinhos no sofá.

quebra de tempo
o filme acabou e ficamos rindo, fazendo piadas bobas, até que tudo parece parar, e como eu
queria ter coragem de beijar ele…

o que foi? - pergunta pedro.

nada - falo tentando manter a postura.

hmm, tem certeza? - diz ele, pegando no meu rosto e se aproximando.

pedro….eu - ele me interrompe, colocando delicadamente um dedo sobre meus lábios. seus
olhos se encontram, lentamente, pedro inclina a cabeça para frente, se aproximando mais de
mim, até que seus lábios se encontram em um beijo suave.
o tempo parece parar ao redor de nós, e por um momento, tudo o que existe é a sensação
calorosa e reconfortante da presença do pedro. todas as dúvidas e incertezas desaparecem.

após o beijo, eu senti meu coração acelerado, uma mistura de emoções transbordando dentro
de mim. olhei nos olhos de pedro, um sorriso tímido surge em meus lábios.

pedro permanece em silêncio por um momento, absorvendo a magnitude do momento


compartilhado entre a gente. sua expressão é suave e afetuosa.

você sabe que significa muito para mim, não é? - pepê diz, sua voz ecoando com sinceridade.

João assente, sentindo um nó se formar em sua garganta. Ele sabe que este é apenas o começo
de algo maior, algo que eles construirão juntos, passo a passo.

eu tô tão feliz com você comigo. - respondi com a voz suave.

posso te deixar em casa? - pedro me pergunta.

claro, muito obrigado, gatinho! - respondo com um sorriso carinhoso iluminando meu rosto.
nos levantamos do sofá e saímos juntos pelas ruas movimentadas de São Paulo. cada passo nos
aproximava do momento da despedida, mas nenhum de nós queria que aquela noite terminasse.
pedro segurava minha mão com firmeza, e o calor de seu toque transmitia uma sensação
reconfortante.
ao chegarmos ao meu prédio, paramos em frente à entrada. pedro olhou nos meus olhos com
ternura, seus lábios curvados em um sorriso gentil. ele se aproximou lentamente e me deu um
selinho suave, um gesto de carinho que aqueceu meu coração.

tchau, meu amor! - disse eu, sorrindo para ele enquanto sentia uma pontada de tristeza pela
iminente separação.

POV PEDRO
caminhamos pela areia fria enquanto as ondas quebravam suavemente à nossa frente. o som do
mar era reconfortante, e eu podia sentir a energia revigorante do ambiente.

sentamos em um lugar afastado da agitação, onde montei uma pequena tenda para proteger
nossos pertences do sol.

à medida que o dia avançava, escrevemos juntos em um caderno, compartilhando ideias e


histórias que fluíam naturalmente de nossas mentes. cada palavra escrita era uma colaboração
entre nós, um reflexo de nossos pensamentos e emoções entrelaçados.

obrigado por me trazer aqui, pepeu - disse ele, seu sorriso iluminando o lugar.

de nada, bobinho - respondi, retribuindo o sorriso enquanto nos aproximávamos.

eu não sei o que dizer, você me deixa nervoso - confessou ele, corando levemente.

você não precisa dizer nada. seus olhos já me dizem tudo - murmurei, sentindo meu coração
acelerar enquanto me aproximava mais, segurando sua cintura com delicadeza.

um calor reconfortante se espalhou entre nós, e antes que eu pudesse pensar mais, inclinei-me
para beijá-lo suavemente. minhas mãos deslizaram suavemente até segurar seu rosto, querendo
sentir cada centímetro dele sob meus dedos. depois, nos afastamos lentamente, mas
permanecemos abraçados, nossos corações batendo em uníssono, sabendo que algo especial
havia se iniciado entre nós.
POV Pedro:
POV PEDRO
estávamos na festa, eu, malu, joão e gio. tudo parecia normal até que alguém me puxou e me
beijou. por um instante, pensei que fosse joão, mas quando abri os olhos, vi-o na minha frente,
as lágrimas escorrendo pelo rosto, antes de sair correndo. um aperto tomou conta do meu peito
e eu não hesitei em correr atrás dele.

joão, espera! - chamei, desesperado, enquanto saía da festa. - não é o que você está pensando,
jão. por favor, me deixa explicar, só uma vez… - minhas palavras eram quase um sussurro, cheias
de desespero.

mas ele me olhou com uma expressão de cansaço e dor, e suas palavras cortaram meu coração.
- em quem você pensa enquanto me beija?

joão… - me aproximei dele, tentando encontrar as palavras certas.

por favor, me diz… em quem você pensa? quem você guarda nessa sua cabeça? - ele continuou,
e suas palavras pareciam ecoar na minha mente.

joão, por favor… - Interrompi, sentindo o peso da tristeza me envolver. - não foi isso que você
imaginou. - minha voz tremeu, enquanto eu lutava para encontrar uma maneira de consertar
tudo.

me desculpa, pedro… - as palavras de joão ecoaram no ar antes que ele saísse correndo,
lágrimas rolando por suas bochechas. fiquei ali, atordoado, assistindo ele se afastar. o que eu
poderia fazer agora?

sentei na calçada, a dor pesando em meu peito. tudo parecia confuso e sombrio. como poderia
fazer as coisas voltarem ao que eram antes?

malu e gio se aproximaram, preocupadas com minha aparência abatida e os vestígios de


lágrimas em meu rosto.

onde vocês dois estavam? e por que você está chorando? - Perguntou malu, sua voz carregada
de preocupação.

você e o joão sumiram - acrescentou gio, franzindo a testa.


expliquei o que aconteceu, como joão me viu beijando outra pessoa, mas não era para aquilo ter
acontecido. eu estava convencido de que era ele quem me puxava naquele momento, e nunca
faria algo para magoar ele. afinal, eu o amava profundamente.

eu sei o quanto vocês se amam, mas agora só dê um tempinho para o jão. ele é muito sensível,
mas também fica todo paranoico com as coisas que passam na cabeça dele - disse gio, tentando
me reconfortar.

POV JAO
eu caminhava pelas ruas da cidade, lágrimas escorrendo pelo rosto, e honestamente, eu não me
importava. eu sentia que o pedro não fez aquilo por mal, mas só me dei conta disso quando saí
correndo, percebendo o erro que cometi. talvez tenha perdido ele para sempre, talvez tenha me
perdido. tudo por causa de uma paranoia boba.
depois de tanto andar, cheguei ao meu prédio, subindo até o topo e encarando a cidade lá
embaixo.

meu coração doía tanto que parecia que ele ia explodir a qualquer momento. cada lágrima que
caía era como um peso insuportável em meus ombros, e eu me sentia afundando em um abismo
de tristeza. não conseguia parar de pensar em tudo o que havíamos vivido juntos, nos momentos
felizes que agora pareciam tão distantes.

depois de um tempo que parecia uma eternidade, decidi que era hora de ir dormir. meus olhos
estavam cansados de tanto chorar, e minha cabeça doía de tantas dúvidas sem resposta. saí da
varanda devagar, carregando o peso do remorso nas costas enquanto ia para o quarto.

deitado na cama, tentei tirar da cabeça os pensamentos que me atormentavam, mas não
consegui. eu não parava de pensar no pedro, me perguntando se ele estava bravo, se eu tinha o
perdido para sempre.

por que eu saí correndo? - me perguntei em voz alta, no quarto vazio.

as lágrimas voltaram a cair enquanto me cobria com o cobertor, tentando me proteger do frio e
da solidão. queria muito a companhia e o conforto do pedro, mas eu sabia que não teria.

me senti perdido em um mar de emoções confusas, lutando para encontrar paz dentro de mim
mesmo.
POV PEDRO
gio e malu me levaram até em casa para eu descansar a cabeça. vi a preocupação nos rostos
delas, e isso me fez perceber como a situação era séria. giovana disse que tentaria falar com jão
sobre tudo o que aconteceu, mas minha cabeça ainda estava cheia de preocupações.

quando entrei em casa, senti um vazio enorme. me sentei no sofá e chorei, me sentia impotente
por não ter evitado o que aconteceu. joão estava sofrendo, e eu não estava lá para consolá-lo,
dizer que tudo ficaria bem.

o tempo parecia passar devagar, e a angústia só aumentava. eu só queria resolver tudo logo para
estar com ele novamente..

POV JAO
caminhando até a casa de pedro, meu coração estava em frangalhos. cada passo parecia mais
difícil do que o anterior, como se estivesse carregando o peso do mundo nos ombros. eu sabia
que essa conversa seria necessária para o nosso futuro, mas também estava aterrorizado com o
que poderia acontecer.

quando cheguei à porta de pedro, respirei fundo e bati, tentando controlar os tremores que
percorriam meu corpo. ele abriu a porta com uma expressão séria, e meu coração afundou ainda
mais.

oi, como você tá? - sua voz soou distante, e eu me senti esquisito e pequeno diante da sua
frieza.

legal - murmurei, tentando manter a compostura.

ele me convidou para entrar, e seguimos para a sala, onde nos sentamos em silêncio
desconfortável.

pedro suspirou profundamente antes de falar, seus olhos buscando os meus com uma mistura
de angústia e determinação.

eu só quero deixar bem claro que tudo que você viu não é o que você pensa - começou ele, sua
voz trêmula - eu cometeria loucuras para você acreditar em mim. jurei que era outra pessoa me
beijando. a gente pode até acabar tudo por aqui, mas eu não aceito a gente acabar com você
achando que eu beijei outra pessoa.
eu senti um nó se formar na minha garganta ao ouvir suas palavras sinceras. apesar de tudo,
uma parte de mim queria acreditar nele, queria acreditar que ainda havia uma chance para nós.

eu acredito em você - murmurei, os olhos marejados de lágrimas. - e eu quero te pedir


desculpas. você não me deve nada, mas eu sim, eu fui um babaca por ter saído correndo.
porque, apesar de tudo, eu não sou o mesmo sem você. eu lembro da gente no carro juntos, a
nossa música no rádio. não me esquece, por favor. eu só… eu só não sei como lidar com tudo
isso.

ele se aproxima, colocando uma mão sobre a minha, buscando conforto em seu toque. - eu
nunca vou te esquecer.

eu quero tentar de novo, pepeu. - confesso, sentindo um peso sendo levantado dos meus
ombros. - eu quero lutar por nós também.

com um sorriso terno, ele me puxa para um abraço reconfortante, pedro selou nossos lábios em
um suave selinho, aquecendo meu coração com uma sensação familiar de ternura e esperança.

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