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RESUMO
INTRODUÇÃO
Este texto é fruto reflexivo, entre imersões teóricas e práticas, acerca da metrópole
de São Paulo, ao longo dos trabalhos de pesquisa de doutorado pelo Programa de Pós-
Graduação em Geografia da Universidade de Brasília (PPGEA/UnB). Insere-se no âmbito
profissional como parte de projetos de pesquisas em geografia urbana, empreendidos no
Ministério das Cidades (MCID) sobre governança metropolitana e mais recentemente no
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo (ISFP). No que se
refere ao eixo temático, a especificidade da abordagem está assentada com maior
propriedade ao plano do patrimônio cultural, ou mais particularmente da permanência
histórica de formas geográficas nas cidades. Parte dos fundamentos aqui apresentados
foram previamente debatidos no XV Encontro de Geógrafos da América Latina e no
último Encontro de Pós-Graduação em Geografia, realizados em Cuba e em Presidente
Prudente respectivamente no de 2015. Trazem consigo uma releitura do legado de Milton
Santos, que inaugura originalmente a ideia de rugosidade e que se conjuga, basicamente,
como formas espaciais oriundas de múltiplos períodos de tempo, vinculados na síntese
do espaço como acumulação desigual de tempos históricos.
Buscamos avançar, contudo, em obras mais recentes, para uma definição
elaborada de rugosidades em relação aos fixos, ou exclusivamente às formas inertes,
atrelando a noção às dimensões categoriais do espaço geográfico e ligadas aos diferentes
contextos históricos, fundamentalmente às permanências espaciais individuais ou em
conjuntos. Pelas limitações de laudas, apresentaremos neste momento um diálogo entre
as dimensões materiais e imateriais da abordagem, aplicadas na análise dos processos de
supressão, acumulação e superposição das formas geográficas, traduzidas pelo conceito
de rugosidade patrimonial. Neste processo, acreditamos que tais elementos permitem
ampliar a explicação das cidades e regiões metropolitanas considerando dialeticamente
escalas espaço-temporais articuladas entre o universal e o particular, sobretudo no que
concerne às novas perspectivas produtivas e dinâmicas empreendidas pelo patrimônio
cultural.
Aqui, o objetivo de conceituar e aprofundar a noção de rugosidade, tendo por base
a reflexão em Santos (1977, 2006 [1996], 2013 [1978]), se desenvolve numa espécie de
derivação conceitual, em que propomos mais amplamente no trabalho de tese uma
eliminação momentânea dos seus conteúdos clássicos, sendo retomados analiticamente
por meio de periodizações e suas correlações com a estrutura social pretérita
(considerando a empiria, que em nosso caso mais específico vincula-se a um recorte da
Região Metropolitana de São Paulo: a Aldeia de Carapicuíba). Esta estratégia do método
pode ser considerada como uma espécie de “negação dialética” (LEFÈBVRE, 1976), que
permite captar as qualidades do fenômeno em sua forma e conteúdo dentro de uma
totalidade. Requer metodologicamente uma cisão provisória, retomando rapidamente o
dinamismo do real pela práxis (KOSIK, 1976). Assumindo esta perspectiva teórica e
metodológica, cabe retomar o conceito com maior profundidade da relação passado-
presente na metrópole por meio da patrimonialização global (COSTA, 2011) e de estudos
que contemplem lugares e experiências, subsidiando, portanto, novas teorias e práticas na
construção e apoio de outras realidades possíveis.
O QUE SÃO E PARA QUE SERVEM OS CONCEITOS... BREVE SÍNTESE
CONSIDERAÇÕES FINAIS
BIBLIOGRAFIA
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