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Segurança do Trabalho

CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA – CNI

Armando de Queiroz Monteiro Neto


Presidente

SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL – SENAI


Conselho Nacional

Armando de Queiroz Monteiro Neto


Presidente

SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL – SENAI


Departamento Nacional

José Manuel de Aguiar Martins


Diretor Geral

Regina Maria de Fátima Torres


Diretora de Operações
Confederação Nacional da Indústria
Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial

Departamento Nacional

Segurança do Trabalho

José Olavo Braga

Brasília

2010
© 2010. SENAI – Departamento Nacional
Qualquer parte desta obra poderá ser reproduzida, desde que citada a fonte.

Equipe técnica que participou da elaboração desta obra

Coordenador Projeto Estratégico 14 DRs Coordenador de EaD – SENAI/SC em


Luciano Mattiazzi Baumgartner - Florianópolis
Departamento Regional do SENAI/SC Diego de Castro Vieira - SENAI/SC em
Florianópolis
Coordenador de EaD – SENAI/AM
José Nabir de Oliveira Ribeiro - Departamento Design Educacional, Design Gráfico,
Regional do Amazonas Diagramação e Ilustrações
Equipe de Desenvolvimento de Recursos
Coordenador de EaD – SENAI/GO Didáticos do SENAI/SC em Florianópolis
Ariana Ramos Massensini - Núcleo Integrado
de Educação a Distância SESI e SENAI Revisão Ortográfica e Normativa
FabriCO
Coordenador de EaD – SENAI/PB
Felipe Vieira Neto - Centro de Educação Imagens
Profissional Prof. Stenio Lopes http://www.sxc.hu/
http://www.morguefile.com/

Ficha catalográfica elaborada por Luciana Effting CRB 14/937 – SENAI/SC Florianópolis

B813s
Braga, José Olavo
Segurança do trabalho / José Olavo Braga. Brasília: SENAI/DN,
2010.
81 p. : il. color ; 30 cm.

Inclui bibliografias.

1. Segurança do trabalho - Legislação. 2. Medicina do trabalho. 3.


Ambiente de trabalho. 4. Programa de qualidade. I. SENAI.
Departamento Nacional. II. Título.

CDU 331.45

SENAI – Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial


Departamento Nacional

Setor Bancário Norte, Quadra 1, Bloco C


Edifício Roberto Simonsen – 70040-903 – Brasília – DF
Tel.:(61)3317-9000 – Fax:(61)3317-9190
http://www.senai.br
Sumário

Apresentação do Curso.................................................................................. 07
Plano de estudos.............................................................................................. 09
Unidade 1: Segurança do Trabalho ........................................................... 11
Unidade 2: Riscos Relacionados ao Ambiente de Trabalho . ............ 29
Unidade 3: Normas Regulamentadoras.................................................... 45
Unidade 4: Programa 5S, Auxiliando a Segurança do Trabalho....... 59
Conhecendo o autor........................................................................................ 79
Referências.......................................................................................................... 81
Apresentação
do Curso

Olá, caro aluno! Seja bem-vindo ao curso Seguran-


ça do Trabalho!

A partir de agora você aprenderá sobre a segurança


do trabalho, conhecendo os conceitos sobre o tema
e os principais profissionais envolvidos na manuten-
ção da segurança no ambiente de trabalho.

Aprenderá também outros conceitos importantes


que envolvem o tema e suas responsabilidades
dentro da empresa. Terá oportunidade de conhecer
algumas normas regulamentadoras que direcionam
a segurança do trabalho dentro das organizações e
como são aplicadas.

Você conhecerá ainda uma filosofia que possui um


papel fundamental para a administração de um am-
biente com qualidade e segurança: O programa 5S.

Serão muitos os assuntos abordados em cada aula


e você terá atividades e desafios a serem cumpri-
dos. Por isso, não perca a oportunidade de resolvê-
los, pois certamente o ajudarão a fixar essa gama
de conhecimento.

Com todo este conhecimento sobre a segurança no


trabalho, você estará apto a aplicá-lo em qualquer
área que você atuar. Então colha os frutos de se
trabalhar com segurança.

Muito sucesso e bom estudo!

José Olavo Braga

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Plano de Estudos

Carga horária:
14h

Ementa
Segurança do trabalho. Conceituações. Acidentes
de trabalho. Identificação e classificação dos aci-
dentes de trabalho. Riscos relacionados ao am-
biente de trabalho. Análise de riscos ambientais
– avaliação qualitativa e quantitativa. Normas regu-
lamentadoras. CIPA e EPI´s. Programa 5S, Auxiliando
a Segurança do Trabalho. O contexto de ambiente
da qualidade. Os cinco sensos da qualidade. Senso
de limpeza, zelo e autodisciplina.

Objetivos
Objetivo geral

Conhecer os conceitos sobre segurança do trabalho


e o funcionamento dentro de uma organização.

Objetivos específicos

‡‡ Compreender a segurança do trabalho;


‡‡ Desenvolver percepção crítica sobre o tema;
‡‡ Compreender os conceitos de termos referentes
ao assunto;
‡‡ Saberrealizar a segurança individual e coletiva
no trabalho.

9
Segurança do
Trabalho

Objetivos do Curso
1
Ao final desta unidade, você estará apto a:

‡‡ Compreender os conceitos que envolvem a


segurança do trabalho e os principais profis-
sionais envolvidos na manutenção da segu-
rança no ambiente de trabalho.
‡‡ Entender o que é um acidente de trabalho,
como proceder em caso de acidentes e como
identificar suas causas.

Aulas
Acompanhe nesta unidade o estudo das seguin-
tes aulas.

Aula 1: O que é segurança do trabalho?

Aula 2: Conceitos importantes

Aula 3: Acidentes de trabalho

Aula 4: Identificação e classificação dos aciden-


tes de trabalho

11
Para Iniciar
Vamos iniciar a primeira unidade do curso? Durante esta unidade, você
estudará a segurança no ambiente de trabalho, aprendendo termos
comuns a respeito desse tema, como acidente, incidente, CAT, dano,
perigo, risco e muitos outros. Aqui você também terá a oportunidade
de conhecer quais os profissionais que atuam nessa área e quais suas
principais atribuições dentro das organizações.

Você estudará os acidentes de trabalho, verificando que os acidentes


são frutos basicamente de atos inseguros e condições inseguras. Então
fique atento, pois durante o estudo conhecerá quais são os possíveis
atos inseguros e quais as condições inseguras.

Assim, você verá o que deve ser feito em caso de acidentes e, depois
de ocorrido, qual deve ser o procedimento para identificação da causa.
Aproveite bem as atividades para fixar os assuntos estudados e tenha
um ótimo aprendizado. Bons estudos!

12
Segurança do Trabalho

Aula 1:
O que é a
segurança do
trabalho?
A partir de agora você entrará no mundo da segu-
rança do trabalho. Vamos dar início ao estudo?

Nesta aula você conhecerá o conceito de seguran-


ça do trabalho e quais os principais profissionais
SEGURANÇA:
envolvidos na manutenção da segurança no am-
biente de trabalho. Vamos lá! Ação ou efeito de segu-
rar; estado de pessoa ou
coisa segura; garantia.

Você sabe o que é segurança do trabalho? Veja um


conceito!

Segurança do trabalho pode ser definida como


um conjunto de práticas realizadas para mini-
mizar ou prevenir os acidentes ocorridos no ACIDENTE:
local de trabalho e as doenças geradas pela
Acontecimento casual,
realização da atividade, as chamadas doenças
imprevisto.
ocupacionais.

Unidade 1 13
Você sabia que atualmente já existe legislação para
a segurança do trabalho? É verdade! Essa legisla-
ção está baseada em normas regulamentadoras,
decretos e portarias.

DECRETOS: Algumas dessas leis nos direcionam a tomar me-


didas que podem ser eficazes na prevenção de
Decisão, resolução de acidentes e doenças do trabalho, ocasionando não
Chefe de Estado; manda- somente a segurança do trabalhador, mas mui-
do judicial. tas vezes um conforto maior na realização de sua
atividade.

PORTARIA: Existem também vários profissionais que atuam na


área de segurança do trabalho. Esses profissionais
Documento oficial que têm um objetivo comum: evitar ao máximo a ocor-
contém instruções, re- rência de acidentes dentro da organização, uma
soluções, nomeações, vez que os acidentes podem trazer danos irrepará-
demissões. veis aos trabalhadores e às empresas.

Mas quais são os profissionais que atuam nas di-


versas áreas da segurança do trabalho? Eles são o
PREVENÇÃO: técnico de segurança, o engenheiro de segurança
do trabalho, o médico do trabalho, entre outros.
Ação ou efeito de preve-
nir-se. Quer saber as atribuições básicas inerentes a al-
guns deles? Então acompanhe!

DANO: ‡‡ Técnico de segurança do trabalho: de um modo


geral, esse profissional é o responsável por
Prejuízo, perda. verificar se as instalações da empresa estão
conforme as normas de segurança e se todos
estão trabalhando com observância a essas
normas. Também atua no auxílio da prevenção
de acidentes com o uso de cartazes instrutivos,
orientações diretamente nos postos de traba-
lho e providenciando a sinalização da empresa
para caso de emergências.
‡‡ Engenheiro de segurança do trabalho: fiscaliza
e administra a segurança no ambiente indus-
trial, organiza programas de prevenção de aci-
dentes, elabora planos de prevenção de riscos
ambientais, faz inspeções e emite laudos técni-
cos, monitora as atividades dos trabalhadores,

14
Segurança do Trabalho

para identificar e evitar os riscos de acidentes


em sua atividade profissional. Geralmente esse
RISCOS:
profissional promove cursos e palestra sobre
segurança no trabalho. Perigo muito provável,
‡‡ Médico do trabalho: esse é o profissional que iminente.
atende aos exames periódicos, solicitando os
exames clínicos específicos para cada trabalha-
dor levando em consideração a área e a expo-
sição ao risco. Também atua diretamente em
situações de emergência, como os acidentes de
trabalho, e auxilia na prevenção de doenças e
acidentes, promovendo atividades de vacina-
ção e palestras de conscientização. Além disso,
geralmente atua em conjunto com a enfermaria
de segurança do trabalho, os engenheiros e os
técnicos.

Como você pôde observar, as ferramentas mais


utilizadas pelos profissionais da área de seguran-
ça do trabalho são cursos, palestra e instruções
do uso dos equipamentos de proteção individual,
exames periódicos, vacinação em massa etc.

Lembre-se também que o uso e a incorpora-


ção dessas boas práticas de gestão de saúde e
segurança no trabalho contribuem não somen-
te para a proteção contra os riscos presentes
no ambiente de trabalho, mas para prever e
reduzir acidentes e doenças, diminuindo con-
sideravelmente os custos da empresa. Assim,
empresa e colaborador ganham.

Além de todos esses benefícios, a empresa se


torna mais competitiva, uma vez que seus cola-
boradores tornam-se mais sensíveis à melhoria
contínua do ambiente de trabalho.

Unidade 1 15
Relembrando

Você aprendeu nesta aula que segurança do trabalho é um conjunto de prá-


ticas realizadas para minimizar ou prevenir os acidentes ocorridos no local
de trabalho e as doenças geradas pela realização da atividade do profissio-
nal, as chamadas doenças ocupacionais.
Mas não para por aí. Na próxima aula, você estudará mais sobre acidentes
de trabalho e outras vantagens de se investir em segurança do trabalho. Até
a próxima!

Colocando em prática
Agora, que tal realizar os exercícios propostos no Ambiente Virtual de
Aprendizagem (AVA)? Aproveite também para trocar ideias e tirar dú-
vidas com o professor tutor e os colegas por meio das ferramentas do
AVA. Adiante com os estudos!

Aula 2:
Conceitos importantes
Pronto para dar continuidade ao estudo? Então a partir de agora você é convi-
dado a aprofundar seus conhecimentos nos conceitos importantes sobre segu-
rança do trabalho. Aperte os cintos e embarque nesta trajetória!

Um conceito que você precisa ter em mente é a relação entre o trabalhador e o


meio ambiente. Para isso, entenda o que é meio ambiente.

É o espaço, dentro e fora do local de trabalho, sendo que o trabalhador é


parte integrante desse meio.

16
Segurança do Trabalho

A crescente economia mundial tem ocasionado a


constante geração de resíduos, sejam sólidos ou
líquidos. Mas atenção: esses resíduos quando não
RESÍDUO:
tratados de maneira adequada entram em conta-
to com os elementos da natureza e prejudicam a O que sobra, resta de
qualidade do ar, da água, do solo e, como conse- uma substância.
quência, a qualidade da vida do ser humano.

Reflita

É preciso entender que quanto melhor


for a saúde física e mental do trabalhador
melhor será a sua resistência e menor serão
a fadiga e o estresse.

No entanto, as condições desfavoráveis nos locais


de trabalho, como o ruído excessivo, o excesso de
calor ou frio, a exposição a produtos químicos e
as vibrações, entre outros, provocam tensões no
trabalhador, causando desconforto e originando
acidentes.

Agora, que tal conhecer mais alguns conceitos


importantes sobre a segurança do trabalho? Ob-
serve!

Acidente: é o evento não programado nem plane-


jado que resulta em lesão, doença ou morte, dano
ou outro tipo de perda.
LESÃO:
Incidente: é o evento que tem o potencial de levar
Ação ou efeito de lesar,
a um acidente ou que deu origem a um acidente.
ferimento.
Perigo: é a fonte ou a situação com potencial para
provocar danos ao homem, à propriedade ou ao INCIDENTE:
meio ambiente ou a combinação destes.
Circunstância acidental.
Risco: é a combinação da probabilidade de ocor-
rência e da gravidade de um determinado evento
perigoso. PERIGO:

Conjuntura de que pode


resultar grande dano.

Unidade 1 17
Dano: é a consequência de um perigo, em termos de lesão, doença, prejuízo à
propriedade, ao meio ambiente ou uma combinação destes.

Saúde: é o equilibrado bem-estar físico, mental e social do ser humano.

Agora que você já sabe os conceitos de segurança do trabalho, chegou a hora


de compreender a importância de investir em segurança e prevenção de aci-
dentes e doenças ocupacionais.

Observe que os altos índices de acidentes e doenças ocasionam custos e preju-


ízos humanos, sociais e econômicos. Essas perdas muitas vezes são irreparáveis,
levando-se em conta os danos causados à integridade física e mental do traba-
lhador, os prejuízos da empresa e os demais custos resultantes para a socieda-
de.

Além disso, os trabalhadores que sobrevivem a acidentes muitas vezes têm da-
nos financeiros que nem sempre são capazes de resolver.

Esses danos podem envolver custos com cirurgias e remédios, uso de próteses,
assistência médica, fisioterapias e assistência psicológica. Também podemos
citar a dependência de terceiros para acompanhamento e locomoção, redução
do poder aquisitivo, desamparo à família, desemprego, entre outros.

A situação é preocupante! Uma vez que esse trabalhador não está preparado
para essa nova realidade, é comum observar a marginalização de cidadãos ou
distúrbios como depressão e outros traumas mentais.

18
Segurança do Trabalho

Mas não são somente os colaboradores que ficam


prejudicados nessas situações. As empresas tam-
bém são fortemente atingidas pelas consequências
dos acidentes e das doenças, pois o custo total de
um acidente é dado pela soma de duas parcelas.
Uma delas se refere ao custo assegurado, quan-
do o colaborador é afastado por mais de 15 dias.
Nesses casos, os custos são arcados pela previdên-
cia social por meio do recolhimento feito previa-
mente pelas empresas. A segunda parcela são os
custos não segurados, quando os acidentes não
resultam em afastamento por um período superior
a 15 dias.

Mas veja bem! A relação entre os custos segurados


e os não segurados é de um para quatro. Ou seja,
para cada real gasto com os custos segurados, são
gastos quatro com os custos não segurados. E os
custos não segurados impactam a empresa prin-
cipalmente em relação ao salário dos 15 primeiros
dias após o acidente, transporte e assistência mé-
dica de urgência, paralisação de setor, máquinas e
equipamentos, comoção coletiva ou do grupo de
trabalho, interrupção da produção.

Além disso, gera prejuízos ao conceito e à ima-


gem da empresa, danos às máquinas, aos veículos
ou aos equipamentos, ao produto, matéria-prima
e outros insumos, embargo ou interdição fiscal,
investigação de causas e correção da situação,
pagamento de horas-extras, atrasos no cronogra-
ma de produção e entrega, cobertura de licenças
médicas, treinamento de substituto, aumento do
prêmio de seguro, multas e encargos contratuais,
perícia trabalhista, civil ou criminal, indenizações e
honorários legais e elevação de preços dos produ-
PERÍCIA:
tos e serviços (BRASIL, 2005).
Vistoria, exame do caráter
Percebeu como a empresa também sofre as con-
técnico.
sequências em casos de acidentes ou doenças de
trabalho? Portanto, previna-se!

Unidade 1 19
Relembrando

Puxa! Quanto aprendizado novo, não é mesmo? Nesta aula você viu que
quanto melhor for a saúde física e mental do trabalhador, melhor será sua
resistência e menor serão a fadiga e o estresse. Aqui você conheceu alguns
conceitos importantes como de acidente, incidente, risco, perigo, dano e
saúde.
Vamos aprender mais? Então passe para a próxima aula. Lá você aprenderá
sobre acidentes de trabalho. Bons estudos!

Colocando em prática
Pronto para exercitar? Que tal realizar as atividades no AVA e aplicar os
conhecimentos adquiridos? Vamos lá!

Aula 3:
Acidentes de trabalho
Você já deve ter percebido que a segurança no trabalho tem fundamental
importância tanto para o colaborador quanto para a empresa, não é mesmo?
Nesta aula você aprenderá sobre acidentes de trabalho, doenças ocupacionais e
outros assuntos relacionados.

Ficou curioso pelo assunto? Então prepare seu caderno e sua caneta e pontue o
que achar mais importante.

20
Segurança do Trabalho

Pergunta
?
Você sabe o que é um acidente de trabalho?

É qualquer lesão corporal ou funcional ocorrida durante ou por consequência


do trabalho executado na empresa que ocasione a perda ou a redução tem-
porária ou permanente da capacidade do trabalho ou até mesmo a morte do
trabalhador.

Ah, agora sim ficou mais fácil entender. É importante destacar que qualquer
acidente ocorrido no trajeto da sua casa para o trabalho ou do trabalho para
casa, que possa ocasionar os mesmos danos ao trabalhador, também é conside-
rado acidente de trabalho. Essa situação também é válida quando o trabalhador
estiver prestando serviço interno ou externo à empresa.

As doenças decorrentes do trabalho também podem ser consideradas acidentes


de trabalho. Essas doenças são conhecidas como doenças ocupacionais. Enten-
da melhor!

As doenças ocupacionais são assim denominadas porque ocorrem por causa


da realização de uma atividade especial do trabalho. Observe o que diz a Lei no
8.213, de 24 de julho de 1991, alterada pelo Decreto no 611, de 21 de julho de
1992, Artigo 19.

Unidade 1 21
Nota

Acidente de trabalho é aquele que ocorre pelo exercício do trabalho, a


serviço da empresa ou pelo serviço de trabalho de segurados especiais,
provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte,
a perda ou redução da capacidade para o trabalho, permanente ou
temporária.

Vale a pena destacar que a nossa legislação também considera como acidente
de trabalho: a doença profissional, assim entendida, a produzida ou desencade-
ada pelo exercício do trabalho peculiar, a determinada atividade e constante na
relação organizada pelo Ministério da Previdência Social, a doença do trabalho,
assim entendida ou desencadeada em função de condições especiais em que o
trabalho é realizado e com ele se relaciona diretamente, desde que constante
da relação organizada pelo Ministério da Previdência Social, em caso excepcio-
nal, constando-se que a doença não consta da relação do Ministério da Previ-
dência Social, mas resultou de condições especiais em que o trabalho é execu-
tado e com ele se relaciona diretamente. A Previdência Social, nesse caso, deve
considerá-la acidente de trabalho.

22
Segurança do Trabalho

Como exemplo de doença ocupacional, podemos citar a perda total ou parcial


da capacidade auditiva causada devido à exposição a um local de trabalho onde
existe muito barulho e a falta de uso do equipamento de proteção adequada.

Pergunta
?
Quais as doenças que não são classificadas como doenças do trabalho?

As doenças que não podem ser classificadas como doenças do trabalho são as
doenças degenerativas, como diabetes, doenças inerentes a grupo etário, como
artrite, doenças que não produzam incapacidade laborativa, doenças endêmicas
adquirida por segurado habitante de região em que ela se desenvolve, salvo
comprovação de que é resultante de exposição ou contato direto determinado
pela natureza do trabalho.

Ainda de acordo com a legislação brasileira, pode ser equiparado ao acidente


de trabalho o acidente ligado ao trabalho, embora não tenha sido a causa única
que tenha contribuído diretamente para a morte, para a perda ou a redução da
capacidade para o trabalho ou produzido lesão que exija atenção médica para a
recuperação.

Será considerado agravamento de acidente aquele sofrido pelo acidentado


quando estiver sob a responsabilidade da reabilitação profissional. Obs.: nos
períodos destinados à refeição ou ao descanso ou por ocasião de satisfação de
outras necessidades fisiológicas, no local de trabalho ou durante este, o empre-
gado será considerado a serviço da empresa.

Situações em que o empregado NÃO está a serviço da


empresa
Cabe lembrar que, de acordo com a Norma Brasileira – NB18 –, o empregado
não será considerado a serviço da empresa, quando: fora da área da empresa,
por motivos pessoais, não do interesse do empregador ou do seu preposto; em
estacionamento proporcionado pela empresa para seu veículo, não estando
exercendo qualquer função do seu emprego; empenhado em atividades espor-
tivas patrocinadas pela empresa, pelas quais não receba qualquer pagamento
direta ou indiretamente; embora residindo em propriedade da empresa, esteja
exercendo atividades não relacionadas com o seu emprego; envolvido em luta
corporal ou outra disputa sobre assunto não relacionado com o seu emprego.

Unidade 1 23
Relembrando

Parabéns, caro aluno! Você aprendeu nesta aula que acidente de trabalho é
qualquer lesão corporal ou funcional ocorrida durante ou por consequência
do trabalho executado na empresa que ocasione a perda ou redução tem-
porária ou permanente da capacidade do trabalho ou mesmo a morte do
trabalhador.
Pronto para a próxima etapa? Na aula seguinte, você verá a identificação e a
classificação dos acidentes de trabalho. Pronto para dar continuidade ao es-
tudo? Então utilize-se de concentração e comprometimento e mãos à obra
nos estudos!

Colocando em prática
Está na hora de aplicar seus conhecimentos. Para isso, utilize o apren-
dizado desta aula e responda às questões no AVA. Lembre-se também
de, em caso de dúvidas, entrar em contato com o professor tutor. Ele
está disponível para ajudá-lo.

Aula 4:
Identificação e classificação
dos acidentes de trabalho
Mais uma etapa inicia e você é convidado a ingressar nesta viagem rumo ao
conhecimento! Agora o tema será a identificação e a classificação dos acidentes
de trabalho.

Nesta aula você aprenderá a identificar as causas dos acidentes dentro das or-
ganizações, o que deve ser feito em casos de acidentes e como identificar suas
causas. Pronto para iniciar? Vamos lá!

24
Segurança do Trabalho

Identificando e classificando
Os principais fatores que influenciam a ocorrência de acidentes de trabalho e
doenças ocupacionais são os atos inseguros e as condições inseguras. Você já
ouviu falar neles? Veja o que cada um representa.

‡‡ Atoinseguro: quando uma atividade é realizada em desacordo com as nor-


mas de segurança recomendáveis. Exemplos: subir em telhado sem cinto de
segurança contra quedas, ligar tomadas de aparelhos elétricos com as mãos
molhadas, falta de planejamento para a realização das atividades, improvisos
e pressas, descumprimento da legislação etc.

‡‡ Condição insegura: quando o ambiente de trabalho oferece perigo ou risco


ao trabalhador. Exemplos: falta de arrumação e limpeza, inexistência de
avisos, sinalização sonora ou visual sobre os riscos, utilização de máquinas
e equipamentos ultrapassados ou defeituosos, instalação elétrica com fios
desencapados, máquinas em estado precário de manutenção, falta de boa
ventilação ou exaustão de ar contaminado, presença de ruídos, vibrações,
calor ou frio excessivo etc.

Unidade 1 25
É importante frisar que, quando as condições e os atos inseguros são previa-
mente conhecidos e eliminados, é possível que os acidentes e as doenças do
trabalho sejam evitadas. Como você aprendeu anteriormente, qualquer acidente
profissional ocorrido no percurso de ida ou volta do trabalho, durante e por
consequência da realização do trabalho, pode ser considerado um acidente de
trabalho, incluindo-se as doenças ocupacionais. Lembre-se também que sua ca-
racterização ocorre pela percepção de lesão corporal ou funcional que ocasione
a perda ou a redução temporária ou permanente da capacidade do trabalho ou
mesmo a morte do trabalhador.

Pergunta
?
O que fazer quando ocorrer um acidente?

O acidente de trabalho é um fato indesejado que traz prejuízos aos trabalhado-


res, aos empresários e às famílias. Mas quando esses acidentes ocorrem algu-
mas providências devem ser tomadas. Veja!

O acidentado ou, no seu impedimento, a pessoa que presenciou o fato, deverá


comunicar imediatamente à chefia e ao departamento responsável pela segu-
rança do trabalho dentro da empresa. Estes por sua vez devem providenciar os
primeiros socorros ao acidentado e posteriormente registrar o acidente na ficha
do trabalhador. Devem também realizar uma comunicação formal à Previdência
Social até o primeiro dia útil seguinte ao da ocorrência.

26
Segurança do Trabalho

Em casos de morte, deve-se comunicar de forma imediata uma autoridade


policial. Lembre-se também que a legislação determina que a empresa comu-
nique ao INSS todo acidente de trabalho ou doença profissional, sob pena de
multa em caso de omissão. Essa comunicação deve ser feita com um documen-
to chamado Comunicação de Acidente do Trabalho (CAT). Mas preste atenção
ao preenchimento do formulário, que deve ser feito de forma correta e exata,
observando-se as informações nele contidas, não apenas do ponto de vista pre-
videnciário, estatístico e epidemiológico, mas também trabalhista e social.

Depois de tomadas todas as providências pode-se iniciar uma investigação das


causas do acidente. Você sabe como acontece essa investigação?

A investigação de acidentes acontece com a análise após a ocorrência do


acidente, com o objetivo de descobrir as causas e tomar providências corre-
tivas para evitar a repetição de casos semelhantes.

Para realizar essa investigação, devem-se levar em consideração cinco fatores


importantes. Vamos conhecê-los juntos!

‡‡ Agenteda lesão: é o local, o ambiente, o ato, enfim, o que possa ser o cau-
sador da lesão.
‡‡ Afonte da lesão: é o objeto que, agindo sobre o organismo, provocou a
lesão.
‡‡ Fator pessoal de insegurança: se houver.
‡‡ Anatureza da lesão: estabelecer como foi o contato entre a pessoa lesio-
nada e o objeto ou movimento que a provocou (queimadura, corte, fratura
etc.).
‡‡ Alocalização da lesão: permite, muitas vezes, identificar a fonte da lesão e
indicar certas frequências em relação a alguns fatores de insegurança.

Relembrando

Parabéns, caro aluno! Você aprendeu nesta aula que acidente de trabalho é
Você chegou ao final desta aula, na qual conheceu os principais fatores que
influenciam os acidentes de trabalho. Viu que doenças ocupacionais são
causadas por atos e condições inseguras de trabalho.

Unidade 1 27
Colocando em prática
Agora é uma boa hora para lembrar dos conhecimentos adquiridos
nesta aula. Acesse o AVA e realize as atividades propostas. Mãos à
obra!

Finalizando
Parabéns! Você chegou ao final da primeira unidade do curso, na qual
estudou vários termos relacionados à segurança do trabalho.

Aprendeu quais os profissionais atuam nessa área e quais suas princi-


pais atribuições dentro das organizações. Observou ainda como acon-
tecem os acidentes de trabalho, que são frutos basicamente de atos e
condições inseguras e quais as medidas devem ser tomadas em casos
de acidentes.

Compreendeu o que deve ser feito em casos de acidentes e qual deve


ser o procedimento para identificação da sua causa.

28
Riscos
Relacionados ao
Ambiente de
Trabalho
2
Objetivos do Curso
Ao final desta unidade, você estará apto a:

‡‡ Compreender os parâmetros que incluem os


tipos de riscos ambientais;
‡‡ Entender a importância de conhecer esses
riscos e um pouco da legislação que protege
a saúde do trabalhador;
‡‡ Avaliar os riscos ambientais de forma quali-
tativa e quantitativa e suas ferramentas para
realizar as avaliações.

Aulas
Acompanhe nesta unidade o estudo das seguin-
tes aulas.

Aula 1: Riscos relacionados ao ambiente de


trabalho

Aula 2: Análise de riscos ambientais – avaliação


qualitativa

Aula 3: Análise de riscos ambientais – avaliação


quantitativa

29
Para Iniciar
Depois de conhecer vários termos comuns sobre a segurança no traba-
lho, compreender questões ligadas aos acidentes, nesta unidade você
estudará os tipos de riscos ambientais que existem no ambiente de
trabalho.

Verá que, dependendo do nível de exposição do trabalhador aos riscos


ambientais, pode haver ou não alterações em sua saúde, fato que está
ligado à economia da empresa.

Além disso, você verá exemplos e aprenderá a realizar uma avaliação


qualitativa e quantitativa dos riscos ambientais, e descobrirá que essas
avaliações servem de base para programas de estratégias na gestão da
saúde dos trabalhadores e segurança do trabalho. Ficou curioso com os
próximos assuntos? Bons estudos!

Aula 1:
Riscos relacionados ao
ambiente de trabalho
Na última unidade, você viu que são dois os fatores que causam os acidentes
de trabalho e as doenças ocupacionais. Lembra-se quais são eles? Isso mesmo!
Atos inseguros e as condições inseguras. A partir de agora, conheça os riscos
ambientais (condições inseguras) e como é possível se prevenir dos acidentes,
estabelecendo sistemáticas de identificação e tratativas desses riscos.

30
Segurança do Trabalho

Conhecendo os riscos
Os atos inseguros estão diretamente ligados às falhas humanas, enquanto que
as condições inseguras são consideradas fatores ou riscos ambientais. Ou seja,
fatores que estão ligados diretamente ao ambiente onde está sendo realizado o
trabalho.

Os riscos ambientais, como você já sabe, decorrem de condições precárias


relacionadas ao ambiente ou ao próprio processo operacional das diversas
atividades executadas pelo trabalhador. São, portanto, as condições ambientes
de insegurança do trabalho, capazes de ocasionar danos à saúde. Essas condi-
ções podem afetar a segurança e o bem-estar dos colaboradores, em função de
sua natureza, sua concentração, sua intensidade e seu tempo de exposição ao
agente.

Pergunta
?
Qual a importância de conhecer esses riscos?

Atenção

Os agentes físicos, químicos ou biológicos podem lesar a saúde


do trabalhador. A exposição a esses agentes sem que haja um
monitoramento e controle podem em curto, médio e longo prazo
provocar lesões imediatas, doenças irreversíveis ou a morte, além de
prejuízos de ordem legal e patrimonial para a empresa.

Existem ainda outros agentes causadores de doenças, tais como movimentos


repetitivos, ansiedade, que vão causar agravos à saúde do trabalhador. Para
evitar esses e outros fatores que ocasionam doenças ao trabalhador, a melhor
solução ainda é a prevenção.

Para prevenir, a melhor forma é conhecendo os riscos que estão presentes no


ambiente de trabalho. Continue atento para saber mais!

Unidade 2 31
Os riscos ambientais dividem-se em riscos de acidentes físicos, químicos, bioló-
gicos e ergonômicos. Entenda melhor!

‡‡ Riscosde acidentes: estão relacionados ao processo operacional, como


máquinas e equipamentos sem proteção adequada, ferramentas inadequa-
das ou defeituosas, matérias-primas, arranjo físico inadequado, iluminação
inadequada, eletricidade, probabilidade de incêndio ou explosão, armazena-
mento inadequado, animais peçonhentos, ausência de sinalização etc.
‡‡ Riscosfísicos: são os fatores ou agentes existentes no ambiente de tra-
balho que podem causar danos à saúde dos trabalhadores, como ruídos,
temperaturas extremas (frio e calor), vibrações, radiações, pressões anormais
e umidade. Alguns exemplos de danos comuns relacionados à exposição
desse risco são a redução ou perda da capacidade auditiva, causada pelo
excesso de ruído no ambiente de trabalho e alergias respiratórias causadas
pelo excesso de umidade.
‡‡ Riscos químicos: são identificados pelo grande número de substâncias que
podem contaminar o ambiente de trabalho e provocar danos à integridade
física e mental dos trabalhadores, a exemplo de poeiras e fumaças oriundas
de processos químicos, névoas, neblinas, gases, vapores, substâncias, com-
postos ou outros produtos químicos. Cabe lembrar que não é o fato de ha-
ver produtos químicos nos locais de trabalho que determina o risco a saúde,
mas a combinação de diversos fatores, como o armazenamento, a forma do
contaminante no ambiente de trabalho, o nível de toxicidade e o tempo de
exposição da pessoa, entre outros.

32
Segurança do Trabalho

‡‡ Riscosergonômicos: estão relacionados aos fatores fisiológicos e psico-


lógicos inerentes à execução das atividades dos trabalhadores, podendo
produzir alterações no organismo e no estado emocional dos trabalhadores,
comprometendo a sua saúde, a segurança e a produtividade. Alguns exem-
plos desses fatores são postura incorreta, ritmo de trabalho intenso, fadiga,
preocupação, trabalhos físicos pesados, movimentos repetitivos, jornadas de
trabalho muito longas etc.
‡‡ Riscosbiológicos: estão relacionados à exposição dos colaboradores à
micro-organismos causadores de doenças, como vírus, bactérias, parasitas,
fungos e bacilos.

Percebeu quantas situações de risco podem levar a acidentes no trabalho? Fi-


que atento e previna-se!

Para minimizar esses danos à saúde do trabalhador, já existem legislações que


obrigam as empresas a tomarem ações preventivas. Você sabe quais são? Re-
alização de exames médicos (periódicos, admissionais, demissionais, de retor-
no ao trabalho e de mudança de função); realização do Programa de Controle
Médico de Saúde Ocupacional, que tem o objetivo de melhorar as condições de
trabalho, monitorando os problemas de saúde detectados ou identificando os
locais de risco e adotando medidas para evitar a doença, realizando também a
educação sanitária, além de outras medidas.

Essas medidas podem eliminar ou minimizar os riscos ocupacionais. Mas para


que haja eficácia nas ações faz-se necessário realizar uma correta avaliação dos
riscos.

Avaliação de riscos? Isso mesmo!

Avaliação de riscos é o processo para definir a magnitude dos riscos existen-


tes no ambiente e decidir se um risco é ou não tolerável.

Unidade 2 33
Para identificar os riscos existentes nos locais de
trabalho, no intuito de eliminá-los ou neutralizá-
los, podem ser realizadas avaliações qualitativas,
conhecidas como preliminares, e avaliações quan-
QUALITATIVA: titativas, que vão medir, comparar e estabelecer
medidas de eliminação, neutralização ou controle
Relativo à qualidade.
dos riscos.

Ficou mais claro agora o que é avaliação de riscos?


É uma sistemática para o reconhecimento de expo-
sições a riscos ou acidentes e possíveis problemas.
Estes podem incluir produção, qualidade ou des-
perdício, desenvolvimento de maneira correta para
realização das tarefas, de forma que atos insegu-
ros, condições inseguras, acidentes, falhas,���������
retraba-
lhos e desperdícios não ocorram.

Uma vez que a economia da empresa é ������������


diretamen-
te afetada pela saúde de seus trabalhadores, faz-se
necessário tomar ações eficientes para manter a
saúde dos trabalhadores. Assim, será possível ter
um aproveitamento total de pessoas, equipamen-
tos e do local de trabalho.

Atenção

Portanto, proteja os empregados com


um local de trabalho livre de riscos
desconhecidos.

34
Segurança do Trabalho

Relembrando

Durante esta aula você estudou um pouco


mais sobre as condições inseguras de tra-
balho e viu como essas situações podem
influenciar a segurança no ambiente de
trabalho. Ou seja, se as condições não forem
seguras é quase certo que poderão haver
acidentes no ambiente de trabalho.
Você viu que as condições podem ser dividi-
das em acidentes físicos, químicos, biológi-
cos e ergonômicos e que é de fundamental
importância conhecê-los para que se possa
planejar ações que previnam suas causas e
consequências.
Aprendeu ainda que o conceito de avaliação
de riscos é um método para definir a mag-
nitude dos riscos existentes no ambiente e
decidir se um risco é ou não tolerável e que
essa avaliação pode ser classificada em quali-
tativa e quantitativa. Por fim, compreendeu a
importância da saúde e segurança dos traba
QUANTITATIVA:
lhadores para a saúde econômica da empresa
(BRASIL, 2005). Até a próxima aula! Relativo à quantidade.

Colocando em prática
A aula seguinte será muito interessan-
te para compreender melhor o assunto
estudado. Mas antes não deixe de realizar
as atividades propostas no AVA. Lembre-
se de utilizar as ferramentas do ambiente
virtual para compartilhar informações e
tirar dúvidas com o professor tutor e os
colegas. Preparado?

Unidade 2 35
Aula 2:
Análise de riscos
ambientais
Você já ouviu falar em análise de riscos ambientais? Caso não tenha ouvido fa-
lar, fique tranquilo, pois aprenderemos juntos a partir de agora. Se você já tem
conhecimentos sobre o tema, aproveite para aprofundá-los.

Nesta aula você aprenderá como realizar uma avaliação qualitativa dos riscos
ambientais. Vamos iniciar!

Avaliação qualitativa
Análise qualitativa, como você viu na última aula, é uma análise preliminar das
condições de trabalho que possibilita a implementação de estratégias que ser-
virão de base para uma gestão que priorize a saúde e a segurança no trabalho.

Essa avaliação geralmente é considerada a mais simples, pois utiliza somente a


sensibilidade do inspetor para identificar o risco existente no local de trabalho.
Entenda melhor com um exemplo. Para a identificação de um vazamento de gás
de cozinha, o olfato imediatamente auxiliará na identificação do risco.

36
Segurança do Trabalho

Para a avaliação qualitativa, é necessário conhecimento prévio das caracterís-


ticas da empresa, dos trabalhadores e dos ambientes de trabalho. Para isso,
pode-se realizar mapeamento de todos os processos da empresa, possibilitando
um conhecimento de suas principais etapas. Uma vez feito esse mapeamento,
inicia-se a avaliação dos riscos para identificar as fontes de perigo e estimar os
riscos a elas associados.

Observe alguns exemplos!

Tabela 1 - Exemplos de perigos e riscos

Perigos Risco

Vazamento de óleo das máquinas Lesão, fratura

Piso danificado, molhado, escorregadio Lesão, fratura

Perda total ou parcial da capacida-


Exposição a ruídos
de auditiva (surdez)

Queda de objetos em altura Fraturas, morte

Para fazer essa avaliação, você pode utilizar algumas perguntas, como: existe
exposição do trabalhador a alguma fonte perigosa? Há contato do trabalhador
com fonte perigosa? Se houver contato, qual o tempo e a frequência do contato
entre o trabalhador e a fonte perigosa? A que distância estão a fonte de perigo
e o trabalhador?

Atenção

Essa avaliação deve levar em consideração que quanto maior o tempo de


exposição, contato, frequência ou a proximidade com a fonte de perigo,
maior será o risco.

Percebeu como é simples realizar essa avaliação? Ela poderá ser muito impor-
tante para você e sua empresa.

Unidade 2 37
É importante ressaltar ainda que a fonte de perigo pode ser um equipamen-
to, uma máquina, um instrumento ou qualquer condição de trabalho perigosa.
Uma vez conhecidos os riscos, podem-se estabelecer ações preventivas que
permitam um ambiente de trabalho saudável. Tem-se aí a chamada gestão de
saúde e segurança no trabalho.

Segundo Brasil (2005), esse tipo de postura adotado pela empresas melhora a
comunicação interna e as relações de trabalho, aumenta a confiança e a autoes-
tima, alicerça o comprometimento de todos e, consequentemente, a produtivi-
dade. Enfim, todos só têm a ganhar com essa prática.

Relembrando

Parabéns! Você finalizou mais uma aula, na qual aprendeu como a avaliação
qualitativa geralmente é considerada a mais simples, pois utiliza somente a
sensibilidade do inspetor para identificar o risco existente no local de tra-
balho. A próxima aula será sobre análise de riscos ambientais – avaliação
quantitativa. Pronto para seguir? Então que tal fazer do seu aprendizado um
momento significativo e prazeroso? Em frente!

Colocando em prática
Vamos realizar uma atividade? Então acesse o AVA e aplique seus co-
nhecimentos. Bom trabalho!

38
Segurança do Trabalho

Aula 3:
Análise de riscos
ambientais
Bem-vindo a esta terceira aula da unidade. A partir de agora o foco de estudo
será a análise de riscos ambientais – avaliação quantitativa.

Na última aula, você aprendeu a avaliar qualitativamente esses riscos, observan-


do que é de fundamental importância conhecê-los para que se possa planejar
ações que previnam suas causas e consequências.

Vamos à avaliação quantitativa dos riscos ambientais? Sinta-se confortável e


bons estudos!

Avaliação quantitativa
Você já sabe que na avaliação qualitativa apenas o poder sensitivo do avaliador
era necessário para detectar um risco, não é mesmo? Agora na avaliação quan-
titativa são necessários o uso de métodos científicos e a utilização de instru-
mentos e equipamentos destinados à quantificação do risco. Por exemplo, para
a mensuração do calor produzido em um forno, faz-se necessário a utilização
de termômetros. Para avaliar o nível de ruído de uma máquina, utilizam-se me-
didores de pressão sonora.

Unidade 2 39
Uma das ferramentas mais simples para essa avaliação é o mapa de riscos, pois
se trata de uma representação gráfica dos riscos por meio de círculos de dife-
rentes cores e tamanhos, sendo de fácil elaboração e visualização.

Esse mapa deve ser exposto e divulgado entre todos os colaboradores e visitan-
tes de uma empresa. Seu principal objetivo é reunir informações básicas para
estabelecer o diagnóstico da situação de segurança e saúde no trabalho na
empresa e possibilitar, durante a sua elaboração, a troca e divulgação de infor-
mações entre os trabalhadores. Além disso, poderá estimular a participação dos
trabalhadores nas atividades de prevenção.

Geralmente o mapa é elaborado em conjunto, contando com a participação de


todos os trabalhadores, da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA)
e do Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do
Trabalho (SESMT), quando este existir. A elaboração contará com o conhecimen-
to que cada um tem do processo em que estão inseridos. O mapa de riscos está
baseado no conceito filosófico de que quem faz o trabalho é quem conhece
suas particularidades e seus perigos.

40
Segurança do Trabalho

Uma vez elaborado, esse mapa auxilia no planejamento de ações preventivas


a serem adotadas pelas empresas. Você sabe quais as vantagens da avaliação
qualitativa realizada por meio do mapa de risco?

Uma delas é a identificação prévia dos riscos existentes nos locais de trabalho,
onde os trabalhadores poderão estar expostos e, consequentemente, a redução
de acidentes, pois todos já ficam atentos para as situações de perigo.

Conhecendo o perigo gera-se uma maior conscientização quanto ao uso


adequado das medidas e dos equipamentos de proteção coletiva e indivi-
dual, reduzindo os gastos com acidentes e doenças e melhorando o clima
organizacional, com maior produtividade, competitividade e lucratividade.

Mas como elaborar o mapa de risco?

Os riscos serão representados por círculos de tamanhos e cores diferentes que


devem ser apostos sobre a planta (layout) do local analisado. São utilizadas co-
res para identificar o tipo de risco, conforme a tabela de classificação dos riscos
ambientais. Observe a seguir!

Unidade 2 41
Tabela 2 - Classificação dos riscos ambientais
Grupo I: Grupo II: Grupo III: Grupo IV: Grupo V:
verde vermelho marrom amarelo azul

Riscos Riscos Riscos Riscos Riscos de


físicos químicos biológicos ergonômicos acidentes

Esforço físico Arranjo físico


Ruídos Poeiras Vírus
intenso inadequado

Levantamento
Máquinas e
e transporte
Vibrações Fumos Bactérias equipamentos
manual de
sem proteção
peso

Exigência de Ferramentas
Radiações
Neblinas Protozoários postura inadequadas ou
ionizantes
inadequada defeituosas

Controle rígido
Radiações não Iluminação
Gases Fungos da
ionizantes inadequada
produtividade

Imposição de
Frio Vapores Parasitas ritmos Eletricidade
excessivos

Substâncias,
compostos Trabalho em Probabilidade
Calor ou produtos Bacilos turnos diurno e de incêndio ou
químocos noturno explosão
em geral

Jornada de
Pressões e Armazenamento
– – trabalho
anomalias inadequado
prolongada

Monotonia e Animais
Umidade – –
repetitividade peçonhetos

Outras situações
Outras de risco
situações de que poderão
– – –
estresse físico contribuir para
e/ou psíquico ocorrência de
acidentes

Fonte: Brasil (2005, p. 31).

42
Segurança do Trabalho

Conforme Brasil (2005), a gravidade é representada pelo tamanho dos círculos.


Quanto maior for o círculo, maior será o risco. Entenda melhor!

‡‡ Círculopequeno: risco pequeno por sua essência ou por ser risco médio já
protegido.
‡‡ Círculo médio: risco que gera relativo incômodo, mas que pode ser contro-
lado.
‡‡ Círculogrande: risco que pode matar, mutilar, gerar doenças e que não
dispõe de mecanismo para redução, neutralização ou controle. Esses são os
pontos fundamentais para a preparação de um mapa de risco.

Relembrando

Nesta aula você aprendeu que, na avaliação quantitativa, são necessários o


uso de métodos científicos e a utilização de instrumentos e equipamentos
destinados à quantificação do risco. Viu também como fazer um mapa de
riscos. Mas ainda tem muita coisa interessante para você! Mãos à obra nos
estudos!

Colocando em prática
Para reforçar todo esse conhecimento, realize as atividades propostas
no AVA, certo? Os exercícios serão muito importantes para apreender
os conteúdos.

Unidade 2 43
Finalizando
Parabéns, caro aluno! Você chegou ao fim da segunda unidade do cur-
so, na qual compreendeu os riscos de acidentes.

Aprendeu que as condições inseguras são classificadas em riscos am-


bientais e que é muito importante conhecê-los para que possa planejar
ações que previnam suas causas e consequências.

Compreendeu ainda que o conceito de avaliação de riscos é um méto-


do para definir a magnitude dos riscos existentes no ambiente e decidir
se um risco é ou não tolerável. Agora você já sabe que essa avaliação
pode ser classificada em qualitativa e quantitativa e sabe também
como realizar uma avaliação qualitativa e uma avaliação qualitativa dos
riscos ambientais. Aproveite bem os conteúdos e enriqueça ainda mais
seus conhecimentos!

44
Normas
Regulamentadoras

Objetivos do Curso
3
Ao final desta unidade, você estará apto a:

‡‡ Terconhecimentos básicos sobre as legisla-


ções que regem a segurança no ambiente de
trabalho;
‡‡ Conhecer as Normas Regulamentadoras
(NRs);
‡‡ Compreender o que é a Comissão Interna de
Prevenção de Acidentes (CIPA) e qual a sua
função;
‡‡ Compreender a importância do uso dos
Equipamentos de Proteção Individual (EPIs)
nas atividades que apresentam riscos.

Aulas
Acompanhe nesta unidade o estudo das seguin-
tes aulas.

Aula 1: Normas regulamentadoras

Aula 2: CIPA e EPIs

45
Para Iniciar
Iniciando a terceira unidade do curso, você entrará no mundo das
Normas Regulamentadoras (NRs), Equipamentos de Proteção Individual
(EPIs) e Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA). Já conhe-
ce algum desses assuntos? Nesta etapa você se familiarizará com os
temas, conhecendo noções básicas das legislações de segurança no
ambiente de trabalho e como uma empresa pode se adequar a essas
normas.

Você também compreenderá o que é a CIPA, qual sua finalidade e atri-


buições que cada participante possui.

E tem mais! Aprenderemos juntos sobre o uso dos EPIs e qual a fina-
lidade desses equipamentos para as pessoas que os usam dentro do
ambiente de trabalho. Bons estudos!

Aula 1:
Normas
regulamentadoras
Você sabe o que é uma NR? Seu objetivo é expor, de maneira prática e clara, as
determinações da legislação brasileira. Atualmente, além de diversas editoras
disponibilizarem essas NRs, elas também podem ser obtidas, na íntegra, no site
do Ministério do Trabalho e Emprego: <http://www.mte.gov.br/legislacao/nor-
mas_regulamentadoras/default.asp>.

46
Segurança do Trabalho

Pergunta
?
Quais são as normas existentes?

Veja a seguir a lista das normas existentes e um resumo geral de cada uma
delas. Mas é importante lembrar que a norma somente será aplicável na empre-
sa cujas funções se enquadrem a ela. Por isso, na dúvida, consulte a norma na
íntegra.

NR1 – Disposições Gerais: determina que as normas regulamentadoras, relati-


vas à segurança e medicina do trabalho, obrigatoriamente, deverão ser cumpri-
das por todas as empresas privadas e públicas, desde que possuam emprega-
dos celetistas. Determina também que o Departamento de Segurança e Saúde
no Trabalho é o órgão competente para coordenar, orientar, controlar e super-
visionar todas as atividades inerentes. Dá competência às Delegacias Regionais
do Trabalho (DRTs), determina as responsabilidades do empregador e a respon-
sabilidade dos empregados.

Unidade 3 47
NR2 – Inspeção Prévia: determina que todo es-
tabelecimento novo deverá solicitar aprovação de
suas instalações ao órgão regional do Ministério
do Trabalho e Emprego, que emitirá o Certificado
de Aprovação de Instalações (CAI), por meio de
modelo preestabelecido.

NR3 – Embargo, ou Interdição: a DRT poderá


interditar/embargar o estabelecimento, as máqui-
nas, setor de serviços se eles demonstrarem grave
e iminente risco para o trabalhador, mediante
laudo técnico, e/ou exigir providências a serem
adotadas para prevenção de acidentes do trabalho
LAUDO TÉCNICO:
e doenças profissionais. Caso haja interdição ou
Parecer técnico de algu- embargo em um determinado setor, os empre-
ma análise. gados receberão os salários como se estivessem
trabalhando.

NR4 – Serviços Especializados em Engenharia


de Segurança e em Medicina do Trabalho (SES-
MT): a implantação do SESMT depende da gra-
dação do risco da atividade principal da empresa
(Classificação Nacional de Atividades Econômicas
– CNAE) e do número total de empregados do
estabelecimento. Dependendo desses elementos,
o SESMT deverá ser composto por um engenheiro
de segurança do trabalho, um médico do trabalho,
enfermeiro do trabalho, auxiliar de enfermagem do
trabalho, técnico de segurança do trabalho, todos
os empregados da empresa.

NR5 – Comissão Interna de Prevenção de Aci-


dentes (CIPA): todas as empresas privadas, pú-
blicas, sociedades de economia mista, instituições
beneficentes, cooperativas, clubes, desde que pos-
suam empregados celetistas, dependendo do grau
de risco da empresa e do número mínimo de 20
empregados são obrigadas a manter a CIPA. O ob-
jetivo é a prevenção de acidentes e doenças decor-
rentes do trabalho, tornando compatível o trabalho
com a preservação da saúde do trabalhador.

48
Segurança do Trabalho

NR6 – Equipamentos de Proteção Individual (EPIs): as empresas são obri-


gadas a fornecer aos seus empregados EPIs, destinados a proteger a saúde e a
integridade física do trabalhador. Todo equipamento deve ter o Certificado de
Aprovação (CA) do Ministério do Trabalho e Emprego e a empresa que importa
EPIs também deverá ser registrada no Departamento de Segurança e Saúde do
Trabalho, existindo para esse fim todo um processo administrativo.

NR7 – Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO): trata


dos exames médicos obrigatórios para as empresas. São eles: exame admissio-
nal, exame periódico, de retorno ao trabalho, de mudança de função, demis-
sional e exames complementares, dependendo do grau de risco da empresa ou
empresas que trabalhem com agentes químicos, ruídos, radiações ionizantes,
benzeno etc.

NR8 – Edificações: Essa norma define os parâmetros para as edificações, obser-


vando-se a proteção contra a chuva, insolação excessiva ou falta de insolação.
Deve-se observar as legislações pertinentes nos níveis federal, estadual e muni-
cipal.

NR9 – Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA): essa norma


objetiva a preservação da saúde e integridade do trabalhador, por meio de an-
tecipação, avaliação e controle dos riscos ambientais existentes ou que venham
a existir no ambiente de trabalho, tendo em vista a proteção ao Meio Ambiente
e Recursos Naturais.

NR10 – Instalações e Serviços de Eletricidade: trata das condições mínimas


para garantir a segurança daqueles que trabalham em instalações elétricas,
em suas diversas etapas, incluindo projeto, execução, operação, manutenção,
reforma e ampliação, incluindo terceiros e usuários. Essa norma encontra-se sob
consulta pública para a sua revisão.

NR11 – Transporte, Movimentação, Armazenagem e Manuseio de Mate-


riais: destina-se à operação de elevadores, guindastes, transportadores indus-
triais e máquinas transportadoras.

NR12 – Máquinas e Equipamentos: determina as instalações e áreas de tra-


balho; distâncias mínimas entre as máquinas e os equipamentos; dispositivos
de acionamento, partida e parada das máquinas e dos equipamentos. Contém
anexos para o uso de motosserras, cilindros de massa etc.

NR13 – Caldeiras e Vasos de Pressão: é de competência do engenheiro espe-


cializado nas atividades referentes a projeto de construção, acompanhamento
de operação e manutenção, inspeção e supervisão de inspeção de caldeiras e
vasos de pressão. Norma que exige treinamento específico para os seus ope-
radores, contendo várias classificações e categorias, nas especialidades devido,
principalmente, ao seu elevado grau de risco.

Unidade 3 49
NR14 – Fornos: define os parâmetros para a ins-
talação de fornos; cuidados com gases, chamas,
líquidos. Deve-se observar as legislações pertinen-
tes nos níveis federal, estadual e municipal.

NR15 – Atividades e Operações Insalubres: as


atividades insalubres estão contidas nos anexos da
norma e são considerados os agentes: ruído con-
tínuo ou permanente; ruído de impacto; tolerân-
cia para exposição ao calor; radiações ionizantes;
agentes químicos e poeiras minerais. Tanto a NR15
quanto a NR16 dependem de perícia, a cargo do
médico ou do engenheiro do trabalho, devidamen-
te credenciado no Ministério do Trabalho e Empre-
go.

NR16 – Atividades e Operações Perigosas: tam-


bém considerada quando ocorre além dos limites
de tolerância. São as atividades perigosas aquelas
ligadas a explosivos, inflamáveis e energia elétrica.

NR17 – Ergonomia: esta norma estabelece os pa-


râmetros que permitam a adaptação das condições
ERGONOMIA:
de trabalho às características psicofisiológicas,
Estudo da organização máquinas, ambiente, comunicações dos elementos
racional do trabalho. do sistema, informações, processamento, toma-
da de decisões, organização e consequências do
trabalho. Observa-se que as Lesões por Esforços
Repetitivos (LER), hoje denominada Doença Oste-
omuscular Relacionada ao Trabalho (DORT), cons-
tituem o principal grupo de problemas à saúde,
reconhecidos pela sua relação laboral. O termo
DORT é muito mais abrangente que o termo LER,
constante hoje das relações de doenças profissio-
nais da Previdência.

NR18 – Condições e Meio Ambiente de Trabalho


na Indústria da Construção (PCMAT): o PCMAT é
o PPRA da Construção civil. Resume-se no elenco
de providências a serem executadas, em função
do cronograma de uma obra, levando-se em conta
os riscos de acidentes e doenças do trabalho e as
suas respectivas medidas de segurança.

50
Segurança do Trabalho

NR19 – Explosivos: determina parâmetros para o depósito, manuseio e arma-


zenagem de explosivos.

NR20 – Líquidos Combustíveis e Inflamáveis: define os parâmetros para o


armazenamento de combustíveis e inflamáveis.

NR21 – Trabalho a Céu Aberto: Define o tipo de proteção aos trabalhadores


que trabalham sem abrigo, contra intempéries (insolação, condições sanitárias,
água etc.).

NR22 – Trabalhos Subterrâneos: destina-se aos trabalhos em minerações


subterrâneas ou a céu aberto, garimpos, beneficiamento de minerais e pesquisa
mineral. Nesses trabalhos é necessário ter um médico especialista em condições
hiperbáricas. Essa atividade possui várias outras legislações complementares.

NR23 – Proteção contra Incêndios: todas as empresas devem possuir prote-


ção contra incêndio; saídas para retirada de pessoal em serviço e/ ou público;
pessoal treinado e equipamentos. As empresas devem observar as normas do
Corpo de Bombeiros sobre o assunto.

NR24 – Condições Sanitárias e de Conforto nos Locais do Trabalho: todo


estabelecimento deve atender as denominações desta norma, que o próprio
nome contempla. Cabe à CIPA e/ou ao SESMT, se houver, a observância dessa
norma. Deve-se observar também nas Convenções Coletivas de Trabalho de sua
categoria se existe algum item sobre o assunto.

NR25 – Resíduos Industriais: trata da eliminação dos resíduos gasosos, só-


lidos, líquidos de alta toxidade, periculosidade, risco biológico, radioativo, a
exemplo do césio em Goiás. Remete às disposições contidas na NR15 e legisla-
ções pertinentes nos níveis federal, estadual e municipal.

NR26 – Sinalização de Segurança: determina as cores na segurança do traba-


lho como forma de prevenção evitando a distração, confusão e fadiga do traba-
lhador, bem como cuidados especiais quanto a produtos e locais perigosos.

NR27 – Registro Profissional do Técnico de Segurança no Ministério do Tra-


balho e Emprego: todo técnico de segurança deve ser portador de certificado
de conclusão do Técnico de Segurança e Saúde no Trabalho, com currículo do
Ministério do Trabalho e Emprego, devidamente registrado por meio das DRTs
regionais.

Unidade 3 51
NR28 – Fiscalização e Penalidades: toda norma regulamentadora possui uma
gradação de multas, para cada item das normas. Essas gradações são divididas
por número de empregados, risco na segurança e risco em medicina do traba-
lho. O agente da fiscalização, baseado em critérios técnicos, autua o estabe-
lecimento, faz a notificação, concede prazo para a regularização e/ou defesa.
Quando constatar situações graves e/ou iminentes ao risco à saúde e à integri-
dade física do trabalhador propõe à autoridade regional a imediata interdição
do estabelecimento (CLIMEB, 2010).

Puxa! Quantas normas existem, não é mesmo? Elas são muito importantes para
todos os envolvidos. Por isso, vale a pena conferir na íntegra o que diz cada
uma delas.

Relembrando

Mais uma etapa finalizada, na qual você aprendeu sobre as NRs relacionadas
à segurança do trabalho.
Durante a próxima aula você aprenderá um pouco mais sobre a CIPA e os
EPIs. Até lá!

Colocando em prática
Que tal agora fazer uma nova leitura de todo o conteúdo estudado.
Sua revisão também poderá ser feita por meio das atividades no AVA.
Confira!

52
Segurança do Trabalho

Aula 2:
CIPA e EPIs
Depois de conhecer as normas regulamentadoras sobre segurança no ambiente
de trabalho, você verá dois assuntos fundamentais: a CIPA, regida pela NR-5, e
o Uso de Equipamentos de Proteção Individual, regido pela NR-6. A CIPA tem
como objetivo principal prevenir acidentes e doenças do trabalho. Vamos saber
mais? Continue atento!

Comissão Interna de Prevenção a Acidentes (CIPA)


Você já sabe o que é a CIPA, certo? Saiba também que essa comissão deve con-
ter representantes do empregador e dos empregados, com o maior número de
colaboradores possível e com assessoria dos Serviços Especializados em Enge-
nharia de Segurança e em Medicina do Trabalho (SESMT), quando houver. Os
participantes terão as atribuições de identificar os riscos do processo de traba-
lho e elaborar o mapa de riscos.

Ficou curioso? Então veja a seguir as funções da CIPA.

‡‡ Elaborar
o plano de trabalho que possibilite a ação preventiva na solução de
problemas de segurança e saúde no trabalho.
‡‡ Participar
da implementação e do controle da qualidade das medidas de
prevenção necessárias e da avaliação das prioridades de ação nos locais de
trabalho.
‡‡ Realizar,
periodicamente, verificações nos ambientes e condições de traba-
lho visando à identificação de situações que venham a trazer riscos para a
segurança e saúde dos trabalhadores.
‡‡ Realizar,a cada reunião (mensal), avaliação do cumprimento das metas
fixadas em seu plano de trabalho e discutir as situações de risco que foram
identificadas.

Unidade 3 53
‡‡ Divulgaraos trabalhadores informações relativas à segurança e saúde no
trabalho. Participar, com o SESMT, onde houver, das discussões promovidas
pelo empregador, para avaliar os impactos de alterações no ambiente e pro-
cesso de trabalho relacionados à segurança e saúde dos trabalhadores.
‡‡ Requerer
ao SESMT, quando houver, ou ao empregador a paralisação de
máquina ou setor onde considere haver risco grave e iminente à segurança e
saúde dos trabalhadores.
‡‡ Colaborarno desenvolvimento e na implementação do PCMSO (NR7) e
PPRA (NR9) e de outros programas relacionados à segurança e saúde no
trabalho.
‡‡ Divulgare promover o cumprimento das Normas Regulamentadoras e cláu-
sulas de acordos e convenções coletivas de trabalho, relativas à segurança e
saúde no trabalho.
‡‡ Participar,
em conjunto com o SESMT, onde houver, ou com o empregador
da análise das causas das doenças e dos acidentes de trabalho e propor me-
didas de solução dos problemas identificados.
‡‡ Requisitar
ao empregador e analisar as informações sobre questões que
tenham interferido na segurança e saúde dos trabalhadores.
‡‡ Requisitar
à empresa as cópias das CAT emitidas. Promover, anualmente,
em conjunto com o SESMT, onde houver, a Semana Interna de Prevenção de
Acidentes do Trabalho (SIPAT). Participar, anualmente, em conjunto com a
empresa, de Campanhas de Prevenção da AIDS (e de combate ao tabagis-
mo).

Ficou mais claro agora o entendimento das funções da CIPA? Essa Comissão é
muito importante. Vamos seguir!

54
Segurança do Trabalho

Equipamento de Proteção Individual (EPI)


Como o próprio nome já sugere, os EPIs têm como função principal proteger,
ou melhor, prevenir acidentes e doenças decorrentes do trabalho. Vale lembrar
que fornecer esses equipamentos é uma obrigação do empregador.

Os equipamentos de proteção devem ser adequados aos riscos da empresa e


devidamente aprovados de pelo Ministério do Trabalho aos seus colaboradores,
já existem várias tecnologias à disposição visando à proteção coletiva e indivi-
dual.

Equipamentos de proteção coletiva? Quais são eles?

Unidade 3 55
Considera-se Equipamento de Proteção Coletiva (EPC) todo dispositivo, sinal,
som, imagem, de fabricação nacional ou estrangeira, destinado a proteger a
saúde e a integridade física de várias pessoas.

Já os EPIs, são todo dispositivo de uso individual, de fabricação nacional ou


estrangeira, destinado a proteger a saúde e a integridade física do trabalhador.

56
Segurança do Trabalho

Assim como a empresa tem a obrigação de fornecer os equipamentos aos


colaboradores, estes são responsáveis por guardar, conservar e higienizar os
equipamentos, comunicando ao empregador qualquer alteração que o torne
impróprio para uso.

Relembrando

Nesta aula você aprendeu que a CIPA tem como objetivo principal a preven-
ção dos acidentes e das doenças do trabalho. Viu também que EPIs e EPCs,
têm como função principal proteger, ou melhor, prevenir acidentes e doen-
ças decorrentes do trabalho.
O convite agora é para que você conheça o contexto de ambiente na quali-
dade. Vamos dar continuidade ao estudo!

Colocando em prática
Na próxima etapa, você conhecerá novos assuntos. Mas antes acesse o
AVA e resolva as atividades preparadas especialmente para você. Vamos
ao estudo!

Finalizando
Nesta unidade você compreendeu que as Normas Regulamentadoras
(NRs) têm como objetivo expor claramente e de maneira prática as de-
terminações contidas na legislação brasileira.

Aprendeu também que a (CIPA), que está baseada na NR5, tem como
objetivo principal prevenir os acidentes e as doenças do trabalho e
que seus participantes devem ser representantes do empregador e dos
empregados.

Unidade 3 57
Conheceu também que dentro da segurança do trabalho todos os
empregados que correm riscos devem usar EPIs e estes são conside-
rados como todo dispositivo de uso individual, de fabricação nacional
ou estrangeira, destinado a proteger a saúde e a integridade física do
trabalhador. E que, além do EPI, deve-se usar o Equipamento de Pro-
teção Coletiva Individual (EPC), considerado como todo dispositivo,
sinal, som, imagem, de fabricação nacional ou estrangeira, destinado a
proteger a saúde e a integridade física de várias pessoas.

58
Programa 5S,
Auxiliando a
Segurança do
Trabalho
4
Objetivos do Curso
Ao final desta unidade, você estará apto a:

‡‡ Compreender o Programa 5S, entendendo


os benefícios que esses sensos podem trazer
para a saúde e segurança do trabalhador
dentro das organizações.

Aulas
Acompanhe nesta unidade o estudo das seguin-
tes aulas.

Aula 1: O contexto de ambiente da qualidade

Aula 2: Os cinco sensos da qualidade

Aula 3: Senso de limpeza, zelo e autodisciplina

59
Para Iniciar
Você já deve estar mais familiarizado com os termos, as normas e a im-
portância da segurança no trabalho, certo? A partir de agora, o convite
é para que você conheça uma filosofia que pode favorecer a qualidade,
saúde e segurança dentro de uma empresa.

Já ouviu falar nos 5S? Conheceremos juntos os benefícios de cada um


desses sensos e como cada um deles pode ser colocado em prática. As-
sim você perceberá que entre os benefícios essa filosofia visa principal-
mente aumentar a autoestima dos colaboradores, criando um ambiente
de respeito ao semelhante e ao meio ambiente, evitando o desperdício
de inteligência, espaço, tempo, gastos e matéria-prima. Além disso, os
5Ss podem combater o estresse e ainda reduzir o número de acidentes
de trabalho.

Por isso, aproveite para aprender cada senso e verificar na prática como
essa filosofia pode transformar o seu dia a dia. Bons estudos!

Aula 1:
O contexto de ambiente
de qualidade
Você sabe o que é um ambiente de qualidade? É sobre esse assunto que trata-
remos nesta aula. Você verá como ter qualidade no ambiente de trabalho e a
metodologia utilizada para aprimorar o ambiente de trabalho de uma organiza-
ção.

Pronto para iniciar? Então misture dedicação e disciplina e siga em frente!

60
Segurança do Trabalho

Conhecendo um ambiente de trabalho


Nas últimas décadas, as empresas têm mudado de postura em relação aos seus
clientes. Isso vem acontecendo por causa da conscientização do consumidor
quanto aos seus direitos e também pela atual estrutura econômica mundial.

As organizações lutam pela sobrevivência econômica devido à competitividade


acirrada entre as empresas. Infelizmente algumas esperam por momentos difí-
ceis para tomar atitudes de mudanças, mas outras se antecipam às crises.

De um modo geral, todos veem qualidade como sinônimo de uma vida melhor.
Neste contexto, as organizações devem entender essas necessidades e traduzir
em garantia da satisfação do cliente. É por esse motivo que os clientes, tanto de
organizações privadas quanto públicas, têm se tornado cada vez mais exigen-
tes. Para cativá-los, o que vinha sendo oferecido pelas empresas já não garante
mais fidelidade.

Pergunta
?
O que as empresas devem fazer nesses casos?

Unidade 4 61
Para conquistar clientes, as empresas precisam garantir que seu preço seja
acessível, fornecer um produto de qualidade, entregar o produto no prazo, ter
uma manutenção de custo baixo, fornecer boas condições de pagamentos e
passar uma imagem de segurança. Além dessas ações, deve redobrar esforços
para encantar seus clientes. Mas para alcançar esse padrão é essencial criar um
ambiente de qualidade.

Você sabe o que é esse ambiente de qualidade? Ele deve iniciar pela disposição
de um local onde exista ordem e tranquilidade, organização do trabalho, com
distribuição equitativa de tarefas, desejo de se comunicar com disposição para
falar e ouvir sem distinção de pessoa ou função, respeito às ideias dos outros e
orgulho coletivo diante das realizações.

As empresas que estão atentas para as decorrentes mudanças dos últimos


anos e a necessidade de se criar um ambiente de qualidade estão cada vez
mais conscientes das necessidades de aperfeiçoar as suas práticas diárias.

Essas empresas estão fazendo investimentos a curto, médio e longo prazo,e


implementando uma real filosofia da qualidade não como uma questão teórica,
mas uma questão de prática. Como resultado é possível ver melhores condições
de trabalho e um ambiente de qualidade, gerando competitividade devido ao
estímulo dos colaboradores que transformam seus potenciais em realização e
consequentemente uma redução do índice de acidentes. Ainda é possível ob-
servar melhorias na qualidade e produtividade, redução do tempo de parada
das máquinas e no exercício da administração participativa.

Esses são apenas alguns dos benefícios que o ambiente de qualidade pode ge-
rar. Esses resultados têm mensurado o sucesso e a importância do 5S nas orga-
nizações.

‡‡ Masnão são somente esses benefícios que podem ser obtidos com a dis-
seminação da filosofia do 5S. Quer conhecer mais alguns? Então observe!
Respeito ao semelhante, ao meio ambiente e ao crescimento pessoal;
‡‡ Melhoria no relacionamento interpessoal;
‡‡ Melhoria na comunicação e no clima organizacional;
‡‡ Combate ao estresse;
‡‡ Redução do número de acidentes de trabalho.

62
Segurança do Trabalho

Como implantar uma cultura de mudanças den-


tro de uma organização? Para isso, reflita sobre
o significado da palavra senso. De acordo com o
Dicionário Aurélio, senso quer dizer “faculdade de
apreciar, de julgar, juízo”. Dessa maneira, podemos
SENSO:
entender que não se pode implantar um senso,
mas uma cultura de mudanças por meio de dedi- Discernimento, critério;
cação e persistência. percepção.

Para criar uma cultura de mudanças visando a um


ambiente de qualidade, deve-se investir em ferra-
mentas de qualidade. Uma dessas ferramentas é o
Programa 5S, cuja eficiência já está comprovada.

Pergunta
?
O que significam esses sensos?

Os sensos são de utilização, organização, limpeza,


saúde e autodisciplina.

Unidade 4 63
Ah, agora sim! Vamos saber mais sobre o 5S! Não se sabe ao certo a origem do
programa, mas estima-se que sua difusão aconteceu por volta da década de
1950, no período pós-guerra, por Kaoru Ishikawa, também precursor do Circulo
de Controle de Qualidade (CCQ), que você estudou na última unidade.

Observe a seguir as palavras de origem japonesas que embasam o Programa


5S.

Tabela 3 - Palavras de origem japonesas que embasam o Programa 5S

Senso Japonês Inglês Português

Utilização
1o Seiri Sorting Senso de Arrumação
Seleção

Organização
2o Seiton Systematyzing Sendo de Sistematização
Ordenação

Zelo
3o Seisou Sweeping Senso de
Limpeza

Asseio
Higiene
4o Seiketsu Sanitizing Senso de
Saúde
Integridade

Autodisciplina
5o Shitsuke Self-disciplining Senso de Educação
Compromisso

Aproveite para anotar em seu caderno o que representam as palavras do pro-


grama 5S. Lembre-se também de, em caso de dúvidas, entrar em contato com
o professor tutor por meio das ferramentas do AVA. Ele está à disposição para
ajudá-lo!

64
Segurança do Trabalho

Relembrando

Nesta aula você aprendeu que melhores condições de trabalho e um am-


biente de qualidade estimulam os colaboradores, que transformam seus
potenciais em realização. Como consequência, tem-se maior competitivida-
de, reduções do índice de acidentes, melhoria da qualidade e da produtivi-
dade, redução do tempo de parada das máquinas e melhorias no exercício
da administração participativa.
Na próxima aula, você dará continuidade ao estudo sobre os cinco sensos
da qualidade. Até lá!

Colocando em prática
Continue estudando sobre o tema e não deixe de realizar os exercícios
propostos no AVA! Eles são muito importantes para lembrar dos assun-
tos estudados.

Aula 2:
Os cinco sensos da
qualidade
A partir de agora você aprofundará seus conhecimentos nos sensos de utiliza-
ção e organização que podem ser adotados dentro de uma organização. Vamos
iniciar?

Boa aula!

Unidade 4 65
Senso de utilização
Este senso tem por finalidade manter no local de trabalho apenas os materiais
que você vai utilizar no momento e na quantidade certa. Ou seja, utilizar os
recursos disponíveis, com bom senso e equilíbrio.

Portanto, identifique o que é realmente necessário e o que é desnecessário


em seu local de trabalho.

Observe que o diferencial nos lucros das organizações est�����������������������


���������������������
no equilíbrio da uti-
lização de seus recursos. Nesse contexto, os detalhes fazem a diferença. O cul-
tivo da aplicação diária do senso de utilização pode gerar mudanças de atitude,
trazendo inúmeros benefícios à organização. Observe alguns exemplos!

‡‡ Reaproveitamento de recursos;
‡‡ Redução das compras desnecessárias de materiais e equipamentos;
‡‡ Otimização de espaços;
‡‡ Reutilização de materiais;
‡‡ Redução de gastos com mão de obra.

66
Segurança do Trabalho

Um grande segredo para o sucesso da disseminação dessa nova cultura é fazer


com que cada colaborador entenda o quanto é responsável pela saúde financei-
ra da empresa. Para que você possa visualizar mais rapidamente os resultados
obtidos com a aplicação desse senso, é preciso criar ações de curto prazo, iden-
tificando problemas e trazendo soluções para serem resolvidas em equipe.

Ordem desse senso: mantenha somente os objetos e dados estritamente


necessários no local de trabalho, a partir de critérios estabelecidos!

Acompanhe a seguir, um exemplo de critério que você poderá usar!

Senso de organização
Uma vez que você retirou do ambiente de trabalho tudo o que não era útil,
pode aplicar o senso de organização, também conhecido como ordenação.

Portanto, determine um lugar para cada objeto e coloque cada objeto no seu
devido lugar! Esse senso traz como um dos maiores benefícios a redução no
tempo de busca. Confira outros benefícios!

‡‡ Otimização dos espaços;


‡‡ Melhoria do fluxo de pessoas e materias;
‡‡ Diminuição do cansaço físico por movimentação desnecessária;
‡‡ Evita estresses para encontrar as coisas.

Ordem desse senso: determine os locais adequados e como os objetos e


documentos devem ser estocados ou guardados de forma que sejam encon-
trados com facilidade quando necessário!

Que tal ver um exemplo de como utilizar o senso de organização? Acompanhe!

Unidade 4 67
Figura 1 - Senso de utilização

Como você pode perceber, na ordem desse senso, o principal objetivo é definir
locais apropriados com o intuito de facilitar a procura, localização e local para
guardar os itens. Na definição dos locais apropriados, deve-se estabelecer crité-
rios, como manuseio, reposição, retorno ao local de origem após uso, consumo
dos itens mais velhos primeiro, entre outros.

Conheça a seguir um modelo de critério, baseado no manuseio. Você também


pode escolher outro critério que achar mais conveniente. Observe!

Figura 2 - Modelo de critérios

Você já se deparou com situações de, por exemplo, não lembrar onde deixou
as chaves de casa, do carro ou o controle remoto? E quando precisa anotar um
recado, nunca sabe onde guardou a caneta? Justamente quando você está atra-
sado para uma reunião não consegue lembrar onde deixou aquele documento
ou relatório importante?

Nesses casos, onde está a sua agenda? Se você nunca passou por situações
semelhantes a essas, parabéns! Mas se de vez em quando passa por apuros de
não conseguir lembrar onde guardou as coisas fique atento!

68
Segurança do Trabalho

Essa é a sua oportunidade de fazer uma mudança radical, observe as dicas


dadas durante esta aula e aproveite para mudar de hábitos. Aplique o senso de
organização e veja as coisas mudarem à sua frente. Sua rotina será mais tran-
quila e produtiva e você se tornará um profissional bem mais eficiente.

Dica

Comece estipulando um lugar para cada coisa e guardando-as sempre no


mesmo lugar.

Observe mais algumas dicas importantes para colocar em prática o senso de


organização.

‡‡ Organize os materiais de forma sistemática (layout).


‡‡ Use rótulos com cores vivas para identificar os objetos.
‡‡ Exponha visualmente partes das máquinas que exigem atenção especial.

Unidade 4 69
Dica

Tome cuidado para que a comunicação visual seja fácil e rápida.

Para tornar prático o uso do senso da organização na sua empresa você preci-
sa ser prático e tornar as atividades fáceis e divertidas. Assim, tente premiar os
funcionários e incentivá-los com o seu próprio exemplo para que isso se torne
relevante para toda a instituição.

Em ambiente ordenado, trabalha-se melhor, aumenta-se a produtividade,


ganha-se espaço e facilita-se a limpeza!

Relembrando

Pronto! Agora você já está familiarizado com o senso de utilização, que tem
por finalidade manter no local de trabalho apenas os materiais que você
utilizará no momento e na quantidade certa. Aprendeu também que senso
de organização tem como principal objetivo definir locais apropriados com
o intuito de facilitar a procura, localização e local onde são guardados os
itens.
Na próxima aula, conheça os outros sensos de qualidade. Vamos dar conti-
nuidade aos estudos. Mãos à obra!

Colocando em prática
Agora você já sabe! Os exercícios estão aguardando por você no AVA.
Siga em frente com atenção e entusiasmo!

70
Segurança do Trabalho

Aula 3:
Senso de limpeza e zelo
Olá! Seja bem-vindo à aula sobre senso de limpeza e zelo! Aqui você continu-
ará estudando os sensos da qualidade, mas desta vez conhecendo o senso de
limpeza e zelo.

Boa aula!

Senso de limpeza
Você já deve imaginar o que representa o senso de limpeza, certo? Consiste na
prática da limpeza tornando-a um hábito. As organizações, independentemente
do porte, devem ter características para manter as instalações limpas e organi-
zadas. Uma tarefa, quando realizada, gera sujeira devido aos resíduos resultan-
tes.

Portanto, após o uso, mantenha a limpeza das ferramentas, das máquinas e do


local. Isso reduz riscos de acidentes e facilita a identificação dos materiais sele-
cionados e ordenados.

Esse senso requer a utilização dos cinco sentidos: olfato, paladar, visão,
audição e tato. Esses são os inspetores dessa tarefa. É mais fácil manter a
limpeza do que ter de limpar toda hora, eliminar lixo, sujeiras e tudo que for
desnecessário, mantendo tudo sempre limpo.

Unidade 4 71
Pergunta
?
O que é necessário para disseminar a
cultura de limpeza?

Para disseminar a cultura de limpeza, é necessário


deixar claro que o importante é não sujar. Uma vez
que o colaborador criar esse hábito de não sujar e
manter limpo, a diferença será sentida com a re-
dução no orçamento da empresa, com diminuição
nos custos com limpeza e manutenção do ambien-
te e das máquinas.

Os benefícios da aplicação do senso de limpeza


são a valorização da saúde dos funcionários, dimi-
nuição do cansaço físico, prevenção de acidentes,
economia de tempo, visual agradável, prevenção
de acidentes, melhorias na imagem da empresa,
aumento do tempo de vida útil dos equipamentos,
entre outros.

Para aproximar o hábito da limpeza da rotina de


cada colaborador, estabeleça horários para as lim-
pezas periódicas, treine-os para fazerem a limpeza
diária, forneça coletores de lixo e defina uma pes-
soa em cada área para ser o fiscal da limpeza.

Ordem deste senso: limpar rigorosamente os


espaços físicos e equipamentos, visando à sua
conservação, evitando sujá-lo.

ZELO:
Senso de zelo
O senso de zelo tem como fundamento o uso
Interesse cuidadoso; de-
de atitudes que valorizem a saúde em casa e no
dicação.
ambiente de trabalho. Por esse motivo, também é
conhecido como senso de saúde ou asseio. Sen-
so de zelo é ter mente sadia, zelo e asseio com o
ASSEIO:
corpo, local de trabalho e meio ambiente.
Estado de limpeza, ele-
gância, perfeição.

72
Segurança do Trabalho

Ordem deste senso: mantenha as condições de trabalho, físicas e mentais


favoráveis à saúde. Um exemplo bem prático dos benefícios desse senso é
quando cuidamos de nossa saúde, economizamos com remédios, nos tor-
namos mais produtivos no ambiente de trabalho. Enfim, aumentamos nossa
capacidade física, emocionai e até espiritual.

Os resultados do senso de saúde não são imediatos, mas para o resto da vida.
Conheça agora alguns exemplos de atitudes que podem favorecer a aplicação
desse senso.

‡‡ Promover um ambiente agradável para o trabalho.


‡‡ Difundir material educativo sobre saúde em geral.
‡‡ Manter excelentes condições de higiene nos banheiros, restaurantes etc.
‡‡ Promover,durante o período de trabalho, atividades rápidas para a restaura-
ção do equilíbrio físico, mental e emocional.
‡‡ Incentivar a formação de equipes esportivas (futebol, vôlei).
‡‡ Investir no cardápio dos funcionários.
‡‡ Eliminar fontes de perigo.
‡‡ Incentivar o uso de equipamentos de segurança.
‡‡ Disseminar
a cultura de limpar o que sujou e de se premiar os setores que se
destacaram.
‡‡ Zelarpara que as informações e os comunicados sejam claros, de fácil leitu-
ra e compreensão.

É importante que a empresa cuide de outros aspectos relacionados ao senso de


zelo, como controle de ruídos, de temperaturas, instalações��������������������
e iluminação corre-
ta.

Unidade 4 73
Relembrando

Parabéns por mais esta etapa alcançada! Você aprendeu que o senso de lim-
peza consiste na prática da limpeza tornando-a um hábito. Viu que o senso
de zelo tem como fundamento o uso de atitudes que valorizam a saúde em
casa e no ambiente de trabalho e por isso também é conhecido como senso
de saúde, ou asseio.
Siga em frente com atenção e comprometimento!

Colocando em prática
Vamos realizar mais um exercício para fixar o conteúdo? Então acesse o
AVA. Lá você também poderá interagir com o professor tutor e os cole-
gas. Compartilhe e aprenda cada vez mais!

Aula 4:
Senso de autodisciplina
Pronto para iniciar esta aula sobre senso de autodisciplina? Aqui você estudará
o conceito de senso de autodisciplina e como ele pode ser aplicado no dia a dia
dentro de uma organização, trazendo benefícios.

Bons estudos!

O que é o senso de autodisciplina?


Esse senso já se inicia com a prática dos sensos anteriores. Mas, acima de tudo,
prima pela perpetuação dos quatro sensos anteriores e pelo hábito de observar
e respeitar as normas e os procedimentos internos e externos. Com esse senso,
é possível cumprir os padrões éticos, morais e técnicos da organização e estar
comprometido com a melhoria contínua.

74
Segurança do Trabalho

Ordem desse senso: persista nas atitudes aprendidas com os outros qua-
tro sensos até que eles se tornem um hábito. Procure cumprir e respeitar as
normas e os procedimentos internos e externos. Ter senso de autodisciplina
significa ainda desenvolver o autocontrole (contar sempre até dez), ter paci-
ência, ser persistente na busca de seus sonhos, anseios e aspirações, respei-
tar o espaço e as vontades alheias.

Percebeu a importância desse senso? Assim como os anteriores, vale a pena


seguir esses princípios!

Os benefícios obtidos com a aplicação desse senso são:

‡‡ Previsibilidade dos resultados.


‡‡ Autoinspeção e autocontrole.
‡‡ Melhoria contínua pessoal e organizacional.
‡‡ Criação de novos hábitos saudáveis.
‡‡ E todos os benefícios dos outros sensos.

Pergunta
?
O que fazer para que o hábito seja criado?

Para que o hábito seja criado, é necessário que boas atitudes sejam incentiva-
das e valorizadas. Por isso é muito bom criar estratégias de motivação e perpe-
tuação dos hábitos até que eles façam parte da cultura. Quer conhecer algumas
estratégias e ideias de perpetuação desse senso? Então observe a seguir.

‡‡ Avaliações periódicas.
‡‡ Concursoscom prêmios (melhores frases, assiduidade, melhor desempenho
durante avaliação etc.).
‡‡ Treinamentos com certificados.
‡‡ Encontros anuais com toda a organização para expor as conquistas com o
5S anuais (não para premiar, mas para comemorar/confraternizar).

Unidade 4 75
Uma forma de desenvolver a autodisciplina é ser um exemplo a ser seguido. Por
isso, ajude o colega de trabalho, independentemente de sua posição na em-
presa, incentive-o e elogie-o em cada ação ou resultado obtido. Mas lembre-se
que é fundamental fazer a manutenção e melhoria do 5S, e registrar as informa-
ções da auditoria.

O que também pode ser feito é apresentar sempre os resultados das auditorias
internas ou avaliações externas. Assim, as informações ajudam os colaboradores
a avaliarem o plano, possibilitando fazer ajustes e correções necessárias.

Cabe ressaltar a utilização do PDCA para monitorar os resultados e implementar


as melhorias. Quanto mais ele for revisado, maior será o entendimento e absor-
ção dos conceitos. Quando houver pessoas que resistam a essa nova cultura,
procure compreender suas limitações e lhes dê um tempo para absorver as
mudanças.

76
Segurança do Trabalho

Note que a política de eliminar os resistentes demonstra claramente que a filo-


sofia do 5S não foi compreendida.

Dica

Não faça do 5S uma ferramenta de castigo para os rebeldes criando um


sentimento generalizado de um 5S mecanicista e opressor, com graves
consequências para a moral dos membros de organização.

Para lidar com essas pessoas, avise antecipadamente os dias de avaliação,


dando a chance para que essa pessoa se prepare, já que o objetivo da avaliação
não é “pegar” ninguém de surpresa.

Assim, com o tempo, as pessoas verão que é melhor trabalhar de forma a man-
ter o ambiente dentro do padrão 5S, evitando correrias de última hora, princi-
palmente frente às verificações informais que ocorrerão.

Entenda que pessoas se comprometem mais quando participam efetivamente


na geração das ideias a serem implementadas. Por isso, aproveite cada oportu-
nidade para envolver seus colaboradores nesse processo de mudanças.

Relembrando

Nesta aula você aprendeu sobre o senso de autodisciplina que prima pela
perpetuação dos quatro sensos anteriores. Além disso, compreendeu a im-
portância de observar e respeitar as normas e os procedimentos internos e
externos.

Colocando em prática
Mais uma etapa cumprida. Quanto conhecimento novo, não é mesmo?
Quer aprender ainda mais? Então que tal realizar os exercícios prepara-
dos especialmente para você no AVA? Vamos lá!

Unidade 4 77
Finalizando
Parabéns! Você chegou ao final do curso! Chegou a hora de lembrar do
que aprendeu nesta unidade.

Você estudou que o Programa 5S visa criar um ambiente propício à


qualidade. Seiri, Seiton, Seisou, Seiketsu, Shitshuke são as palavras em
japonês que foram traduzidas para o português como, senso de utiliza-
ção, senso de organização, senso de limpeza, senso de zelo e senso de
autodisciplina.

Como você viu, esses sensos possuem ordens principais, que são:

‡‡ Sensode utilização: manter somente os objetos e dados estritamente


necessários no local de trabalho, a partir de critérios estabelecidos.
‡‡ Sensode organização: determinar os locais adequados e como os
objetos e documentos devem ser estocados ou guardados de forma
que sejam encontrados com facilidade quando necessário.
‡‡ Senso
de limpeza: limpar rigorosamente os espaços físicos e equipa-
mentos, visando à sua conservação, evitando sujá-lo.
‡‡ Sensode zelo: manter as condições de trabalho, físicas e mentais,
favoráveis à saúde.
‡‡ Senso de autodisciplina: persistir nas atitudes aprendidas com os ou-
tros quatro sensos até que eles se tornem um hábito. Procurar cum-
prir e respeitar as normas e os procedimentos internos e externos.

Espero que você tenha gostado do assunto e possa praticá-lo todos os


dias e em todas as circunstancias de sua vida.

Sucesso em sua caminhada!

78
Conhecendo o
autor

José Olavo Braga é formado em Engenharia Am-


biental pela Universidade Luterana do Brasil (UL-
BRA) Manaus e mestre em Ciências Florestais e
Ambientais pela Universidade Federal do Amazonas
(UFAM). Atualmente é professor na ULBRA Manaus
e empresário nas áreas de engenharia e meio am-
biente. Ocupou cargos de coordenação do curso de
Engenharia Ambiental da ULBRA Manaus e dos se-
tores de geoprocessamento da Agência Reguladora
de Serviços Públicos do Amazonas (ARSAM) e da
Secretaria Municipal de Limpeza Urbana de Manaus.

79
Referências

BRASIL, Luiz Augusto Damasceno (org.). Dicas de


Prevenção de Acidentes e Doenças no Trabalho:
SESI – SEBRAE Saúde e Segurança no Trabalho: Mi-
cro e Pequenas Empresas. Brasília: SESI-DN, 2005.

CLIMEB. Medicina e Segurança do Trabalho. Dis-


ponível em: <http://www.climeb.com.br/climeb_se-
cundaria/normas_regulamentadoras.html>. Acesso
em: 20 ago. 2010.

FIESP; CIESP. Legislação de Segurança e Medicina


no Trabalho: manual prático atualizado até janei-
ro/03. Disponível em: <http://www.siamfesp.org.br/
novo/downloads/Seguran%C3%A7a_Medicina_Trab_
FIESP2003.pdf >. Acesso em: 20 ago. 2010.

VIEIRA, Adriana. Programa “Quem faz o ambien-


te é a gente” Seguindo a Metodologia 5S. Ge-
rência de Assessoria da Qualidade – IPASGO. Fev.
2006. Disponível em: <http://www.scribd.com/
doc/23797247/APOSTILA-PROGRAMA-5S-Adriana-
Vieira-1>. Acesso em: 19 ago. 2010.

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