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se-morte”4 tem se dado mais com as doenças crô- Embora o autor tenha tido experiências de cu-
nicas e menos com as agudas. Sobretudo, porque nho profissional, inclusive relatadas no livro “Por
elas são as principais responsáveis pelo processo um fio”, publicado em 2004, e pessoal de proximi-
de ruptura na vida das pessoas, pois a ausência da dade com a morte, certamente o tempo de três
perspectiva de cura leva o indivíduo a negociar e semanas de exposição e sofrimento não foi o sufi-
gerenciar seu estado alterado, para identificar e ciente para registrar transformações existenciais;
obter o suporte físico, psíquico, social e religioso ou, quem sabe, a sua mente racional e biomédica
necessário5,6. Certamente, a metamorfose se dá por não lhe permite realizar essas passagens. Assim,
exigir da pessoa em condição crônica processos, concluo que ele, que sabe muito, entendeu pouco e
como: de adaptação - experiência cognitiva de- ele sumariza afirmando que Embora tenha sido de-
senvolvido pelo portador da cronicidade para sus- cepcionante não ter enxergado a luz do fim do túnel,
tentar sua autoconfiança para lidar com as altera- de certa maneira foi uma descoberta tranqüilizado-
ções promovidas no corpo e na vida; de definição ra emergir da febre amarela com a consciência de
de estratégias -ações envolvidas no gerenciamento que estava disposto apenas a modificar o horário de
da condição e seus impactos nas interações e mu- trabalho. Não pretendia trocar de mulher nem de
danças da vida; e de definição de um estilo de vida profissão, nem abandonar o atendimento na cadeia,
- adoção de estilo ou de ajustamento à nova condi- os programas educativos na TV, as viagens para o
ção, que requer a decisão individual sobre as rela- Rio Negro e a mania obsessiva de pensar em escrever
ções de temor e identidade que serão construídas7. sobre tudo o que me acontece.
Referências