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OPINIÃO OPINION 245

Literatura e medicina: o território partilhado

Literature and medicine: the shared territory

Moacyr Scliar 1

1 Departamento de Medicina Abstract The text De Profundis: Valsa Lenta (De Profundis: Slow Waltz), by Portuguese author
Preventiva, Fundação
José Cardoso Pires, describing the aphasia he experienced after a stroke, was used as a starting
Faculdade Federal de
Ciências Médicas de Porto point to study the different approaches writers and physician have regarding the disease. The
Alegre. Rua Sarmento Leite differences in form and content of texts describing the disease in literature and medicine fit in
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the conflict between the two cultures, as described by C.P. Snow, and are typical of the increasing
90050-170, Brasil.
specialization. The addition of literary texts in training programs for doctors and health profes-
sionals may help overcome this gap, making it easier to understand the disease in its broader di-
mension and collaborating to improve the relationship between patients and professionals.
Key words Literature; Medicine; Medicine in Literature; Medical Education

Resumo Partindo do texto do escritor português José Cardoso Pires, "De Profundis: Valsa Lenta",
em que o autor descreve a afasia pela qual passou em conseqüência de acidente vascular cere-
bral, são feitas considerações sobre o enfoque da doença por escritores e por médicos. As dife-
renças apontadas, em termos da forma e do conteúdo dos textos que, na literatura e na medici-
na, descrevem a doença, enquadram-se no conflito entre as duas culturas, tal como descrito por
C. P. Snow, sendo característico da crescente especialização. A inclusão de textos literários no
treinamento de médicos e de profissionais da saúde pode ajudar a superar esse hiato, facilitando
o entendimento da doença em sua dimensão mais ampla e contribuindo para um melhor rela-
cionamento profissional-paciente.
Palavras-chave Literatura; Medicina; Medicina na Literatura; Educação Médica

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Numa conferência na Universidade de Cam- entre “as duas culturas”, mas também eviden-
bridge, em 1959, Charles Peirce Snow lançou cia a existência de um território comum, parti-
um conceito que, não sendo de todo original, lhado, que pode se revelar um fértil campo de
teria, contudo, vasta repercussão. Trata-se do experiência humana e científica.
“conceito das duas culturas”, que pode ser assim Em 1995 o escritor português José Cardoso
sumarizado: entre a cultura científica e a cultu- Pires teve um acidente vascular cerebral. Foi
ra literária existe um “abismo de mútua incom- hospitalizado, e recuperou-se (um segundo
preensão”: os cientistas não se interessam por acidente vascular cerebral acarretaria sua mor-
literatura, os literatos não entendem princípios te, em 1998). Desse duro transe resultou um
científicos básicos como a segunda lei da ter- curto, mas transcendente texto (Cardoso Pires,
modinâmica (Snow, 1982:5). O conferencista ti- 1997), revelador dos temores e da ansiedade
nha credenciais para fazer tal observação; físico pelas quais passa um paciente nesta situação
por formação, ensinava em Cambridge, mas era limite. Texto este que conta com dois comple-
também novelista e ensaísta de certa reputação. mentos: um prefácio, elaborado pelo neurolo-
Nas quatro décadas que se passaram a cres- gista que tratou de Cardoso Pires, o Prof. João
cente especialização só fez aumentar o hiato L. Antunes, e um posfácio do próprio escritor.
descrito por Snow – e as preocupações em su- O agravo se manifestou de forma relativa-
perá-lo. O objetivo do presente artigo é exami- mente súbita. Sentado à mesa do pequeno al-
nar um particular caso no relacionamento in- moço, com a esposa e um casal amigo, José Car-
tercultural, qual seja, a relação entre medicina doso Pires deu-se conta de que algo diferente,
e literatura. Trata-se de uma situação diferente e assustador, estava ocorrendo com ele: “Sinto-
daquela examinada por Snow. Se concebemos me mal, nunca me senti assim.” Voltou-se para
a ciência como uma avaliação invariável e sem- a esposa, e perguntou-lhe como se chamava.
pre preditiva do universo material, a medicina “Pausa. ‘Eu? Edite.’ Nova pausa. ‘E tu?’
dificilmente se enquadrará neste conceito. Mas, ‘Parece que é Cardoso Pires’, respondi.”
como dizia Cabanis, a medicina moderna bus- Nestas duas linhas está expressa toda o dra-
ca, através da observação cuidadosa, da classi- ma de quem atravessa a imprecisa linha entre
ficação racional e do método experimental, ad- saúde e doença. O escritor faz à esposa uma
quirir uma relativa, provável e prática certeza pergunta insólita, absurda mesmo. Ela não res-
(Staum, 1980). Ou seja: a medicina se vê como ponde de imediato. Há uma pausa. Pausa ten-
ciência. Fala a linguagem da ciência e portanto sa, como é fácil de imaginar. Nos poucos se-
se situa no âmbito da cultura científica. De ou- gundos que pode ter durado tal pausa, muitas
tra parte, a doença e a prática médica são temas dúvidas devem ter passado pela mente dela:
freqüentes na obra de poetas, romancistas, en- estará ele brincando ou estará perturbado? Co-
saistas. Textos clássicos o exemplificam: A Mor- mo responder à brincadeira, como enfrentar a
te de Ivan Illich, de Leon Tolstoi, fala do penoso perturbação? Ela opta por responder de forma
confronto com o término da existência e a pro- direta. Depois da curta interrogação, que ex-
blemática relação médico-paciente nesta si- pressa ainda a perplexidade (“Eu?”) diz o seu
tuação; A Montanha Mágica, de Thomas Mann, nome. E aí nova pausa, que corresponde ao di-
tem como cenário um sanatório de tuberculo- lema: o que fazer agora? A pergunta seguinte
sos; O Alienista, de Machado de Assis, é uma sá- tem caráter investigativo: visa a descobrir se há
tira à psiquiatria autoritária do século dezenove. uma perturbação da memória, e até que ponto
A abordagem que escritores fazem da en- vai tal perturbação. A resposta confirma a sus-
fermidade é obviamente diferente daquela usa- peita; primeiro, porque dá prosseguimento ao
da habitualmente pela medicina. Tomemos o diálogo absurdo – o escritor poderia ter dito al-
caso daquele comum texto médico, a anamne- go como “que história é essa de perguntar meu
se. O termo vem do grego; significa o contrário nome, tu sabes meu nome”; segundo, porque
da perda de memória (amnésia) ou seja, a re- ele está claramente inseguro quanto a algo que
cordação. É o ato pelo qual o paciente recorda, é fundamental para os seres humanos.
para o médico, a história de seu padecimento Há mais, porém. Depois desta introdução,
ou do agravo à sua saúde. A partir daí se inicia curta mas importante – o autor coloca-a como
o processo de diagnóstico e tratamento. o capítulo inicial – Cardoso Pires vai além, e ex-
O registro da enfermidade não se restringe, plora o duplo sentido de sua resposta. A frase
obviamente, à anamnese. Pode ser feito de ou- “Parece que é Cardoso Pires” pode ser entendi-
tras maneiras, inclusive através de um texto li- da como “Parece que meu nome é Cardoso Pi-
terário, como aconteceu com muitos poetas e res”, mas também como “Parece que ele (o no-
escritores enfermos. A comparação entre tal ti- me ou o homem, M. S.) é o Cardoso Pires”. A di-
po de texto e a anamnese ilustra as diferenças ferença é crucial. A segunda acepção – e esta é,

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para José Cardoso Pires, a verdadeira – implica ficam textos de Dostoievsky, Kafka, Maupassant
um processo de despersonalização, de perda e Poe (Reed, 1987). Particularmente interessan-
de identidade. Como observa o próprio Cardo- te, porque, pelo humor, foge em parte a esta re-
so Pires, no texto, é estranho que não tenha gra, é o texto “Borges e eu”, de Jorge Luis Borges:
usado o prenome, “o mais significativo entre “Ao outro, a Borges, é a quem sucedem as
marido e mulher e o único que nos era natural”. coisas. Eu caminho por Buenos Aires e me de-
Fato ominoso. O nome de uma pessoa tem moro, já mecanicamente, a mirar o arco de um
um transcendente significado psicológico e cul- saguão e uma porta; de Borges tenho notícias
tural. Para os Inuit do Canadá, o ser humano é o pelo correio e vejo seu nome em um trabalho de
resultado de uma associação entre corpo, alma professores ou em um dicionário biográfico.
e nome – este transmitido, num processo aná- Gosto dos relógios de areia, dos mapas, da tipo-
logo à reincarnação, por alguma outra pessoa ao grafia do século XVIII, das etimologias, do gosto
recém-nascido, estabelecendo-se assim “uma do café e da prosa de Stevenson; o outro com-
cadeia homonímica que protege a criatura e lhe parte estas preferências, mas de um modo vai-
transmite as capacidades dos homônimos”. Para doso que as converte em atributos de um ator.
os Samo, de Burkina-Fasso, há uma concepção Seria exagerado dizer que nossa relação é hostil;
semelhante: a pessoa é composta de substân- eu vivo, eu me deixo viver para que Borges pos-
cias corporais (carne, sangue, esperma), de uma sa tramar sua literatura e essa literatura me jus-
essência espiritual e de seu nome. Que é um in- tifica.” (Borges, 1960:69-70).
dicador de status: os escravos dos romanos não Considerando que o Outro “nada mais era
tinham direito a nome (Zonabend, 1994). As- que uma sombra saída de algures de mim e a
sim,“...o nome próprio individualiza o sujeito, deslocar-se por si só não se sabe em que direção,
identifica-o e o personaliza. O conjunto de sig- nem com que o objetivo”(p. 41), Cardoso Pires
nos que forma o nome próprio, além de servir de pergunta-se: “como foi que desse apagamento
marca formal designativa do indivíduo para os consegui reter alguma luzinha a brilhar até ago-
outros, para a sociedade, constitui-se como um ra?” (p.41). A resposta é dada pelo texto de Bor-
referencial único para o sujeito: ele o vive como ges e pelo próprio De Profundis: era o escritor
sendo ele mesmo.” (Martins, 1991:43). que, em Cardoso Pires, conservava esta ima-
Nos dias que se seguiram, várias vezes Car- gem fugidia. E a conservava para depois – se
doso Pires foi chamado pelo nome. Mas a sen- possível – transformá-la em literatura. Difícil,
sação de estranheza persistia: “que nome tão penosa, tarefa. Em alguns momentos, Cardoso
feio, considerava eu” (p. 41). Com o diagnóstico Pires perguntou-se se não estava a caminhar
de grave acidente vascular cerebral isquêmico para a loucura. Isto acontecia, por exemplo,
é internado (contra a vontade: “era ainda um quando não conseguia decifrar o letreiro sobre
último resto de mim que protestava”, p. 28). a porta do banheiro, e que dizia Banhos. Mas o
Afásico, já não tem controle sobre seu universo letreiro, assim como o Outro, acabam funcio-
vocabular: “era desvairada a nomenclatura que nando como um estimulante desafio: “Ao en-
ele atribuía aos objetos”(p. 33). Mais que isto, frentar aquele letreiro como uma provocação da
“...a desmemória não só o isolou da realidade leitura e da escrita, era o ex-autor de livros que
objetiva como o destituiu, pode dizer-se, de sen- estremecia na cegueira em que tinha mergulha-
timentos.” (p. 38). E a pergunta se impõe, som- do e que tirava, do fundo da sua razão perdida,
bria: como escrever, nesta situação? Ou, como o esboço de uma interrogação à loucura.” (p. 45).
o próprio Cardoso Pires a formula: “O que res- Há mais estímulos. Ao lado do Outro ficcio-
taria de mim no homem que ficou para ali es- nal, fascinante e assustador, há Outros reais: os
tendido à espera de coisa nenhuma?” (p. 31). dois companheiros de quarto, a família, os mé-
De alguma maneira, no entanto, ele conti- dicos, o pessoal de enfermagem, pessoas que se
nua escritor. Continua ficcionista. Se já não pode esforçam por mantê-lo conectado à realidade.
colocar no papel uma narrativa, ele a vive, e nisto O que provavelmente ajudou na recuperação,
é, paradoxalmente auxiliado pela própria desper- aliás rápida, de José Cardoso Pires. E, tão logo
sonalização que acompanha o quadro. Para es- recuperado, o escritor tratou de colocar no pa-
te ficcionista, o outro Cardoso Pires, o doente, é pel o relato de sua experiência. Fê-lo sob a for-
uma espécie de “doppelgänger”. A experiência do ma de um resumido, enxuto, relato não-ficcio-
“duplo”, ou autoscopia, é conhecida desde Aris- nal, de uma “Memória”, como ele o chama, e
tóteles. Pode ocorrer com pessoas normais, mas que se caracteriza pelo objetividade. Tal como
é mais comum entre pacientes delirantes ou por- menciona no pósfácio, procurou evitar: a) as
tadores de lesão cerebral. Fenômenos autoscópi- explicações médicas do ocorrido e b) “as sedu-
cos freqüentemente aparecem na literatura, sem- ções que a ficção tende a extrair da natureza
pre antecipando uma tragédia, como o exempli- dum tema carregado de efeitos e dramatismo”

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(p. 68). Ou seja: o ficcionista, que pode ter sido seminal ensaio publicado no início deste sécu-
o observador do Outro, agora é dispensado. lo, Osler sugeriu aos professores de medicina
Mesmo assim, o texto é rigorosamente literário. que afastassem os alunos dos livros e os levas-
O que o torna ainda mais importante. Como sem ao leito do enfermo (Osler, 1904). Naquele
observa o Prof. Antunes na introdução (redigi- momento, tal posição era compreensível e ne-
da sob forma de uma carta ao escritor): “Devo di- cessária; tratava-se de evitar uma predominân-
zer-lhe que é escassa a produção literária sobre a cia da teoria sobre a prática, uma cultura mé-
doença vascular cerebral. A razão é simples: é que dica livresca. Mas o pêndulo se inclinou dema-
ela seca a fonte de onde brota o pensamento ou siadamente na direção oposta, configurando o
perturba o rio por onde ela se escoa e assim é di- hiato entre culturas de que fala Snow. Por exem-
fícil explicar aos outros como se dissolve a memó- plo: ao formato clássico da anamnese foi pro-
ria, se suspende a fala, se embota a sensibilidade, posta uma modificação, conhecida como pron-
se contém o gesto. E muitas vezes a agressão, como tuário orientado a problemas ( Weed, 1968),
aquela que o assaltou, deixa cicatriz definitva, que que organiza o relato médico e os documentos
impede o retorno ao mundo dos realmente vivos. a ele anexos de forma racional mas inevitavel-
É por isso que seu testemunho é singular.” (p. 9). mente acentua a distância a diferença entre a
Singularidade que fica mais evidente quan- anamnese convencional e textos como o de Jo-
do comparada à anamnese médica. Esta não fi- sé Cardoso Pires. A questão que se coloca é: co-
gura no livro, mas textos semelhantes diriam: mo superar tal hiato na prática da medicina e
“Paciente internado de urgência por distúrbio no ensino médico? Nos últimos anos vários au-
da palavra e da memória resultante de provável tores (Brody, 1988; Kleinman, 1988; Coles, 1989)
acidente vascular cerebral. Refere a esposa que, propuseram a inclusão de textos literários no
pela manhã, o paciente subitamente pergun- currículo médico, dentro das chamadas huma-
tou-lhe como se chamava. À ocasião, mostrou nidades médicas, área que inclui história da
dúvida sobre o seu próprio nome...” A anamne- medicina, ética médica, antropologia e socio-
se é um texto compreensivelmente abreviado, logia médicas, comunicação médica. Kathryn
redigido em linguagem técnica, portanto neu- M. Hunter, que coordena esta área na North-
tra, seguindo um roteiro pré-estabelecido cujo western University Medical School (USA), sin-
objetivo básico é conduzir a um diagnóstico. tetiza as razões para a introdução dos textos li-
Ocasionalmente, as palavras do paciente po- terários no currículo médico (Hunter, 1991),
dem ser transcritas, mas isto acontece quando demonstrando que a grande literatura alarga o
são demasiado chamativas ou bizarras – e aí campo de visão dos profissionais, situando a
estarão acompanhadas do vocábulo latino sic doença no contexto maior da existência e dos
(assim, assim mesmo). A redação será correta, valores humanos, revelando de forma privile-
mas jamais literária; não se trata de uma “obra giada – esclarecedora mas sempre emocionante
aberta”, mas sim de um processo de comuni- – os bastidores da doença. Pode assim colabo-
cação auto-explicativo. O paciente é que deve rar para diminuir a distância entre as duas cul-
funcionar como um texto, conceito que foi lan- turas, e transformá-las em uma cultura só, que
çado pelo famoso clínico William Osler. Num é a cultura do ser humano em sua totalidade.

Referências

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our methods of teaching medical students. Med-
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