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A mulher nâ vida de um homem podeíâ moslrar-lhe

umâ porção de coisas sobre essas disposições da anima.

Ela eonhece, com quase certeza, quando a má disposição

atinge seu rnarido, porque então ele fica impoteíte paÉ

o relâcionamento. Não se consegue atravessar â má dis-

posiçâo para encontrar o homem. É como se ele tivesse

desaparecido e outra pessoâ houvesse assumido o seu

lugar. Esse mâu humor do homem acarretâ, como resul_

tado, um efeito perturbador na mulher, que acha difícil

cônviver com um homem num tâl estâdo.

Se você consegüir chegar à râiz dâ indisposição e

mâu humor de um homem, você descobrirá qüe houve al-

guma coisâ errada; o homem, porém, dificilmente com-

preende o que seia. Pode ser que a suâ mulher intedor

não esteja gostando do que o homem está fazenao. Por

cxemplo, ela pode náo gostar do trabalho dele, porque

este esgota a vidâ e a energia dela, ou porque pode im-

pedilâ de atjngir a sua reâlüaçâo na vidâ. É como se a

mulher interior do homem e o homem interior da mu'

lher também precisassem de se realizar na vida, mas a

rinica maneira de atingirem tal meta dependeise do tipo

de 1,iala que ô hoúem exterior ou a mulher exterior deles

leva. Imagine uma mulher que tenhâ renunciâdo ao seu

objetivo na vida, que sejâ forçada a suportar um modo

de vida que não lhe deixe lugar para suas emoções ou

para seus poderes criativos. Uúa mulher âssim, natural-

mente, haveria de ficar insâtisfeita e seu dissâbor pode-

ria ser sentido na desagradável atmosfera que ela cria.

É exatamente o que acontece cofi â animâ, quando ela

não participâ suficientemente da vida do homem.

A disposiçáo negativa da anima, entretanto, pode


também ser uma funçáo do relacionamento. Por exem-

plo, um homem pode entrar nesse estado de espírito

quândo seus sentimentos sâo feridos. Talvez alguém o

tenha ignorado, alguém lhe tenha dito um desâforo ou

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o tenha rejeitado de alguma formai e, com isso, ele fica

sentido e zângado, Quando acontece de um homem ser

ofendido, se ele puder expÍessar seus sentimentos direta-

mente, tudo se resolverá muito bem - ele nâo ficârá

de mau humor. Se, por exemplo, tiver sido sua mulher

quem ofendeu seus sentimentos e se ele puder dizerJhe:

"Realrnente locê me pôe zangado quando diz isso", ele

terá opoíunidade de ser ele mesmo e não se deixará

possúr pela anima: nào ficârá de mau hurnor por causa

do fato. Mas, se ele não puder expressar seus sentimen-

tos, estes cairão no inconsciente e a anima tomará conta

deles. O aborrecimento qüe o homêm náo manifesta di.

tetamente é captado pela animâ, que o transforma em

lessentimento; na verdade, o ressentimento em um ho,

mem é sempre um sinal de que a animâ está em âção.

Nas máus dâ anima, esse aborrecimento não expresso

nem resolvido ferve, arde dentro dele, corroendo-o, e vai

expressar-se indiretamente por disposições e conlporta-

úentos "agressivo-passivos", Ele está sempre pronto a

explodir; no caso, o homem não tem a sua raiva, esta é

que o possui. Elc está possuido pelâ raiva e seu aborreci

mento corre perigo constante de se lornar um afeto terri

vel, porque é como se a anima estivesse preparada parâ

descarregar suas chamas num depósito de gasolina à

espera; e o homem irromperá numa emoçáo descontro-

lada e capaz de engolir qualquer um.


Jung observou que a anima pode ser considerada

em aÉo sempre que emoções e afetos estão agindo no

homem. Ele escreveu: "Ela intensifica, exagera, falsifica

e milolo8iza todos os relacionamenlos emocionâis com o

trabalho dele e com outras pessoas de ambos os sexos". {

O antÍdoto para isso, como já foi mencionado, consiste,

para o homem, em saber o que ele está sentindo e tor.

nar-se capaz de expressá-lo no relacionamento, Isso man-

tém suâ emoção longe das garras da anima e, âlém do

mais, a sâ1isfaz, mostmndclhe que a coisa cerlâ está

sendo feitâ, sejâ quem for aquele a que o feriu ou ofendeu.

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