Você está na página 1de 23

Microprocessadores

Por que estudar “Microprocessadores”?


– Melhor entendimento do funcionamento (e aproveitamento) das máquinas modernas.
– Cria novas oportunidades de pesquisa em tecnologias da informação avançadas.

INTRODUÇÃO
Fundamentalmente, computadores são máquinas cuja unidade elementar é o processador,
ou microprocessador (μP), o qual é responsável pela coordenação e execução de todas as
tarefas da máquina.

MICROPROCESSADORES
Um microprocessador é um componente do computador que incorpora as funções de
uma unidade de processamento central (CPU) em um único circuito integrado (CI); no
máximo alguns circuitos integrados.
O microprocessador é um dispositivo lógico programável digital, baseado em registradores,
acondicionado (encapsulado) em um único chip de silício, concebido sob a tecnologia
VLSI (circuito integrado em alta escala).
Actua sob o controle de um programa armazenado em memória o Sistema operacional, e
um relógio, ou clock, executando operações aritméticas, lógica booleana, tomada de decisão,
além de entrada e saída, e permitindo a comunicação com outros dispositivos periféricos.

Parte do ENIAC (1946) - Computador que não utilizava microprocessadores

As principais vantagens da integração de uma CPU inteira em um único chip ou em alguns


chips dizem respeito à redução do custo da capacidade de processamento, aumentando a

Lucio Bonifácio, MSc


eficiência; redução do tamanho e consumo, e da confiabilidade, pois há muitas menos
conexões elétricas possíveis de falhar.

Os processadores de circuitos integrados hoje são produzidos em grande escala, por


processos altamente automatizados resultando em um baixo custo por unidade.

Evolução do Custo dos microprocessadores por transistor

Os aumentos contínuos na capacidade do microprocessador tornaram já outras formas de


computadores quase completamente obsoletas, com um ou mais microprocessadores usados
em tudo, desde os menores sistemas embarcados e dispositivos portáteis, até os
maiores mainframes e supercomputadores .

Histórico dos Microprocessadores


Embora as primeiras gerações de computadores tivessem obtido grande sucesso nas décadas
de 50 e 60, apresentavam alguns inconvenientes: o tamanho e a velocidade. Um impacto
tecnológico viria a reduzir as dimensões dos computadores ao mesmo tempo em que os
tornariam mais rápidos: o surgimento dos microprocessadores.
A origem dos microprocessadores data de 1971, quando a Intel Corporation lançou no
mercado o microprocessador 4004, denominado originalmente como “calculadora em um
único chip”, podendo ser considerado como o primeiro processador de propósito geral (PPG).
Possuía em torno de 3.000 transistores e logo surgiram aplicações para ele. A partir desta
nova tecnologia surgiriam as calculadoras mais modernas, os computadores pessoais (PC), as
“workstations”, e “mainframes”.

Lucio Bonifácio, MSc


Processador Intel 4004

O Intel 4004 era uma Unidade Central de Processamento com 4-bits.


Fabricado pela Intel Corporation em 1971, foi o primeiro microprocessador comercialmente
disponível pela Intel em um chip simples, assim como o primeiro disponível comercialmente.
O design dos chips começou em abril de 1970, quando Federico Faggin, se juntou à Intel, e
foi concluído sob sua liderança em janeiro de 1971.
A primeira venda comercial do 4004 totalmente operacional ocorreu em março de 1971 para
a Busicom Corp. do Japão, para o qual foi originalmente projetado e construído como um
chip personalizado.
Em meados de novembro do mesmo ano, o 4004 foi comercializado no mercado geral e,
embora projetado originalmente para ser um componente de calculadoras, o 4004 logo
encontrou muitos usos.

O microprocessador 4004 é uma dos 4 chips que constituem o conjunto MCS-4, que inclui a
4001 ROM, 4002 RAM e 4003 Shift Register.Com esses componentes, pequenos
computadores com diferentes quantidades de memória e instalações de E / S podem ser
criados.

A Intel iniciou um processo que logo fez alguns outros fabricantes de chips a embarcar em
projetos para desenvolverem microprocessadores mais eficientes, o que gerou a tendência que
criou as indústrias multibilionárias dos microprocessadores e dos microcomputadores atuais.
Masatoshi Shima, um designer de lógica e software da Busicom, sem qualquer experiência
prévia em projeto de chips, ajudou ao Faggin no desenvolvimento do MCS-4 e mais tarde se
juntou a ele na Zilog, a primeira empresa exclusivamente dedicada a microprocessadores,
fundada por Federico Faggin e Ralph Ungermann ao término de 1974.
Faggin e Shima desenvolveram juntos o microprocessador Z80, ainda em produção até os
dias atuais.

Lucio Bonifácio, MSc


EVOLUÇÃO DOS MICROPROCESSADORES INTEL
Existem diversos fabricantes de microprocessadores que foram surgindo desde o lançamento
pioneiro da Intel, como a Motorola, a Zilog e a Texas Instruments, entre outros.

A Intel, após o lançamento do microprocessador 4004, concebeu outros microprocessadores,


e alguns deles foram utilizados na implementação dos primeiros PCs, tornando-se referência
de mercado. Os principais microprocessadores lançados no mercado pela Intel são:

 4004 (1971): primeiro microprocessador de 4 bits, contendo 45


instruções e 4 Kbytes de capacidade de endereçamento de memória.
Foi utilizado em aplicações simples, como calculadoras, os
primeiros vídeo games e pequenos sistemas de controle.

 8008 (1972): primeiro microprocessador de 8 bits, possui


capacidade de endereçamento de memória e 16 Kbytes. Utilizado
em aplicações mais complexas que o anterior, onde a manipulação
de caracteres de 8 bits era importante, como caixas registradoras.
Logo tornou-se obsoleto pela sua limitação de endereçamento de
memória.

Lucio Bonifácio, MSc


 8080 (1973): primeiro dos microprocessadores modernos de 8 bits.
A partir dele outros fabricantes começaram a lançar seus
microprocessadores de 4 e 8 bits, alavancando um grande avanço
tecnológico nesta área. Ele é capaz de endereçar 64 Kbytes de
memória, possui mais instruções do que o anterior e ainda utiliza
um clock cerca de 10 vezes mais rápido que o 8008. Além disso,
possui a vantagem de ser compatível com a família TTL,
facilitando o seu interfaceamento com outros componentes.

Lucio Bonifácio, MSc


 8085 (1976): este processador pode ser considerado a nova versão
do 8080. Além de mais rápido, possuindo algumas características
extras, como a incorporação do gerador de clock e circuitos
internos para a geração de sinais de controle, diminuindo o número
de componentes adicionais necessários para a construção de um
sistema.
 8086 (1978): primeiro processador de 16 bits, incorporando
instruções de multiplicação e divisão, e com velocidade 3 vezes
maior que o 8085. Endereça 1 Mbytes de memória, o que permitiu a
concepção dos primeiro microcomputadores da linha PC, e
posteriormente os XT, ancestrais dos microcomputadores atuais,
que na época até os substituíam em algumas aplicações. Possui
ainda um número maior de registradores, possibilitando a
agilização de operações entre registradores, sem o envolvimento da
memória exterior.
 8088 (1979): possui basicamente as mesmas características do
microprocessador anterior, trabalhando internamente com 16 bits,
com via de dados externa de 8 bits, o que reduz a sua performance a
75 % da do 8086, mas permitindo a concepção de sistemas mais
baratos.

Lucio Bonifácio, MSc


Encapsulamento DIP

 80186 (1982): evolução do 8086, sendo compatível a nível de


software com o seu antecessor. Possui recursos adicionais, como
gerador de clock interno, controlador de interrupção programável,
temporizadores, unidade programável de ADM (acesso direto à
memória) e unidade de seleção de dispositivos de memória e E/S.
 80188 (1982): versão com via de dados externa de 8 bits do 80186.
 80286 (1983): versão avançada do 8086, ainda em 16 bits, tendo
sido projetado para permitir aplicações de multi-usuários e
multitarefas. Pode endereçar até 16 Mbytes de memória física e 1
Gbytes de memória virtual gerenciada por uma unidade de
gerenciamento de memória localizada no próprio processador. É
capaz de executar instruções em menos ciclos de clock que o 8086,
e foi utilizado pelos microcomputadores PC-AT. Em 1982, a
capacidade de processamento chegou ao patamar de 6 e 8 MHz,
com o Intel 80286. Posteriormente, as empresas AMD e Harris
Corporation conseguiram romper essa barreira, chegando a 25
MHz.

Lucio Bonifácio, MSc


Modo real e modo protegido
Ao desenvolver o 286, a Intel enfrentou o velho problema da compatibilidade retroativa, já
que precisava introduzir novos recursos, mas ao mesmo tempo manter a compatibilidade com
os softwares escritos para o 8086 e o 8088. A solução foi oferecer dois modos de operação,
baseados de modo real e modo protegido.
No modo real, o 286 oferecia as mesmas instruções suportadas pelo 8088, mantendo
compatibilidade com os softwares. Operando em modo real, o 286 era capaz de acessar
apenas 1 MB de memória e sofre de todas as outras limitações, mas o desempenho é melhor
(o 286 era quase 4 vezes mais rápido que um 8088 do mesmo clock), graças ao clock mais
alto, ao barramento de 16 bits e às muitas melhorias na arquitetura do processador. Ao
chavear para o modo protegido, ele ganha suporte a até 16 MB de RAM (apesar de ser um
processador de 16 bits, o 286 usa um sistema de endereçamento de memória de 24 bits), com
suporte a multitarefa, uso de memória swap e proteção de memória. Devido à questão do
BIOS, o processador usa o modo real por default, chaveando para o modo protegido ao
receber uma instrução específica. O grande problema do 286 era que, ao chavear para o modo
protegido, o processador deixava de ser compatível com as instruções de modo real,
incluindo as rotinas de acesso a dispositivos do BIOS e do MS-DOS, o que tornava
necessário o desenvolvimento de novos sistemas operacionais e novos drivers de acesso a
dispositivos.
Para complicar, o 286 também não possuía uma instrução para voltar ao modo real (era
necessário reiniciar o micro), o que eliminava a possibilidade de rodar aplicativos escritos
para usar o modo protegido em conjunto com aplicativos de legado, criando uma situação
"tudo ou nada", que acabou levando à inércia, fazendo com que os PCs baseados no 286
fossem usados para rodar o MS-DOS e aplicativos de modo real (que também podiam ser
executados em um XT), aproveitando apenas a maior velocidade do processador.
Mesmo as primeiras versões do Windows (do 1.0 ao 2.0) rodavam em modo real, sem suporte
a memória virtual nem multitarefa. Você podia abrir vários aplicativos ao mesmo tempo, mas
apenas um podia ser usado de cada vez. Estas primeiras versões eram muito limitadas e
acabavam sendo usadas apenas como uma interface para facilitar o acesso aos aplicativos do
MS-DOS. Mesmo assim, a maioria preferia eliminar o intermediário e rodar os aplicativos
DOS diretamente, chamando-os através do prompt.
No final, o modo protegido do 286 foi suportado apenas por algumas versões do Unix (o
Linux começou a ser desenvolvido apenas em 1991) e uma versão do OS/2, lançada
posteriormente.

 80386 (1985): versão em 32 do 8086, suportando multitarefa


e gerenciamento de memória virtual com ou sem paginação,
proteção de software e capacidade de endereçamento de 4
Gbytes de memória física, e 64 Tbytes de memória virtual.
Pode chavear entre o modo real e modo protegido de memória
via software, sem necessidade de reinicialização. Disponível

Lucio Bonifácio, MSc


em duas versões, muito utilizadas nos PCs que sucederam o
PC AT:
 386DX: versão com via de dados externa de 32 bits.
 386SX: versão com via de dados externa de 16 bits.

Encapsulamentos PGA e QFP

 80486 (1989): versão aprimorada do 80386, incorporando o


coprocessador numérico 387 e 8 Kbytes de memória cache.
Apresenta uma melhor performance em relação ao 80386,
tendo sido concebido sob o conceito das arquiteturas RISC.
Disponível nas versões:
 486SX: versão sem o coprocessador numérico 80387.
 486DX: versão com o coprocessador numérico 80387.
 486DX2: versão com clock interno duplicada (2 x 20, 25
ou 33 Mhz).
 486DX4: versão com clock interno triplicada (3 x 25 ou
33 Mhz), e 16 Kbytes de memória cache.

Lucio Bonifácio, MSc


 Pentium (1993): contém o equivalente a dois 80486, sendo
que o trabalho a ser realizado é dividido automaticamente
entre os dois processadores, visando mantê-los ocupados a
maior parte do tempo. Possui duas unidades de processamento
de números inteiros implementados na forma de pipeline de
cinco estágios, que permitem o paralelismo de algumas
operações, e duas unidades de memória cache de 8 Kbytes
cada para dados e instruções.

Lucio Bonifácio, MSc


 Pentium Pro(1995): possui arquitetura semelhante à do
Pentium, mas com cache de nível 1 (16 Kbytes) e cache de
nível 2 (até 1 Mbytes) conectados ao bus com a mesma
freqüência do processador. A freqüência de trabalho está entre
150 Mhz e 200 Mhz.

 Pentium MMX(1996): possui arquitetura semelhante à do


Pentium, com a incorporação de instruções destinadas ao
processamento de imagem. A partir desse processador foram
previstas diferentes tensões de alimentação do núcleo e de
interação com o meio externo que são respectivamente 2.8V e
3.3V.

Lucio Bonifácio, MSc


 Pentium II(1997): possui arquitetura baseada no processador
Pentium Pro, com cache de nível 1 de 32 Kbytes que opera na
mesma freqüência do processador, e a incorporação de
instruções do MMX. O cache de nível 2, com 512 Kbytes,
opera na freqüência do bus externo. A freqüência de operação
está entre (66 – 100Mhz) x (3– 5).

 Pentium II Xeon (1998): possui arquitetura semelhante à do


Pentium II, mas com o cache de nível 2 (512 Kbytes ou 1
Mbytes) operando na freqüência do processador. O
desenvolvimento deste processador teve o objetivo de suprir o
mercado anteriormente suprido pelo Pentium Pro, envolvendo
servidores e estações de trabalho.
 Outros processadores: 1999: Celeron® Processor, 1999:
Pentium® III Processor, 1999: Pentium® III Xeon™
Processor, 2000: Pentium® 4 Processor, 2001: Intel® Xeon™
Processor, 2001: Itanium™ Processor.

Lucio Bonifácio, MSc


A tabela I apresenta uma comparação entre os diversos microprocessadores da Intel,
apresentando as dimensões das vias de endereços e dados (interna e externa).

Tabela I -Comparação entre os microprocessadores da Intel.

Tabela II -Comparação entre microprocessadores da Intel.

Lucio Bonifácio, MSc


Tabela III -Comparação entre microprocessadores da Intel versus barramento.
Atualmente, ao invés de aprimorar os processadores de núcleo simples, os fabricantes
procuram investir em múltiplos núcleos, em um mesmo processador (Vide seção Multicore,
abaixo).

OUTROS FABRICANTES
Motorola
A Motorola é outra empresa que produziu microprocessadores PPG durante décadas.
Seus principais processadores eram:

 6800 (1974): primeiro microprocessador da Motorola de 8


bits, sendo um dos primeiros a serem utilizados em controle
de sistemas.
 6809 (1978): evolução do 6800, apresentando registradores
adicionais, novas instruções incorporando manipulação de
dados de 16 bits, e mais modos de endereçamento.
 6502 (1975): microprocessador popular, de baixo custo e
tecnologia MOS, utilizado em computadores pessoais, como
as máquinas Apple. Compatível com o 6800.
 68000 (1979): microprocessador de 16 bits da Motorola, com
16 Mbytes de capacidade de endereçamento, comunicação
externa com via de dados com 16 bits, e via de dados interna
com 32 bits.

Lucio Bonifácio, MSc


 60010 (1983): além das características do 68000, apresenta
controle de memória virtual.
 68008: versão do 68000 com via de dados externa de 8 bits e
via de endereços de 20 bits, permitindo o endereçamento de
até 1 Mbytes de
memória. Projetado para a concepção de sistemas mais baratos, apresentando uma
performance de cerca de 60% do 68000. * 68020 (1984): microprocessador de 32 bits,
compatível com os processadores anteriores. Possui unidades de pré-fetch e cache de 256
bytes. As vias de dados e endereços não são multiplexadas.

Lucio Bonifácio, MSc


 68030 (1987): versão aprimorada do 68020, incluindo o
coprocessador numérico 68881. Possui cache de 256 bytes
para dados e para instruções.
 68040 (1990): versão aprimorada do 68030, possuindo
internamente unidade de gerenciamento de memória, unidade
de manipulação de ponto flutuante, e 4 Kbytes de memória
cache para dados e instruções independentes.
 68060 (1994): além das características do anterior, apresenta
arquitetura superescalar, ou seja, múltiplas unidades de
execução, cache de instrução e memória, e unidades de
gerenciamento de memória paginada para instrução e dados.

Zilog
A Zilog foi fundada em 1974 a partir de uma dissidência da Intel, e projetou o famoso
microprocessador Z80, versão aprimorada do 8080, de 8 bits que se tornou muito popular.

O microprocessador seu sucessor foi o Z8000 (1979) de 16 bits, com capacidade de endereçar
até 8 Mbytes de memória, memória cache para dados e instruções de 256 bytes cada, e
unidade de gerenciamento de memória.

Lucio Bonifácio, MSc


AMD
As séries de processadores Intel e AMD marcaram época no mundo da informática, através
de suas diferentes versões. O primeiro Pentium (Intel), lançado em 1993, apresentava várias
melhorias sobre o 80486, principalmente por uso da superescalabilidade, ou seja, a replicação
de hardware para que mais instruções fossem executadas ao mesmo tempo. Seu clock inicial
era de 100 MHz, o qual chegou a atingir 200 MHz com o passar do tempo de
desenvolvimento.
Em 1995, a Intel lançava o Pentium Pro, sexta geração de chips x86 e que possuía uma série
de melhoramentos em relação ao seu antecessor. Essa seria a base para os futuros
lançamentos: Pentium II, Pentium III e Pentium M.
Paralelamente, a AMD começava a ganhar mercado com modelos similares, principalmente
como o AMD K5, forte concorrente do Pentium original. Dois anos depois, o Pentium II foi
lançado, atingindo o clock de 450 MHz.
Nessa mesma época, a AMD desenvolveu CPUs que batiam de frente com a Intel, como o
AMD K6. Por esse motivo, ambas as empresas travaram uma espécie de “corrida”,
competindo para ver quem conseguia o maior desempenho e valor de clock.

Lucio Bonifácio, MSc


Um dos últimos grandes lançamentos da AMD foi o Athlon Neo, chip desenvolvido para
notebooks ultrafinos e que precisam de uma duração maior da bateria. Outra linha
apresentada pela fabricante foi a dos processadores Sempron, uma versão simplificada do
Athlon, com apenas um núcleo e voltada para consumidores menos exigentes.

Lucio Bonifácio, MSc


Depois dos processadores dual-core, a linha Athlon II apresentou processadores de três (X3)
e quatro núcleos (x4), todos com versões econômicas, ou seja, com menor desempenho e
mais baratos.

Lucio Bonifácio, MSc


Quem não dispensa um bom jogo ou precisa de processamento de alto desempenho pode
contar com os processadores Phenom, que foram lançados para competirem de igual para
igual com as CPUs da Intel. Esses modelos também receberam versão de três (X3) e quatro
(X4) núcleos. A segunda geração dessa linha, Phenom II, conta também com processadores
dual-core de 3 e 3,1 GHz.

A surpresa mesmo fica por conta dos processadores Phenom II X4, de quatro núcleos e alto
desempenho, com modelos de até 3,4 GHz. Além desses, servidores ou estações de trabalho
que exigem uma carga maior de processamento também podem se beneficiar dos
processadores Opteron, que podem operar com até seis núcleos.
A AMD também lançou uma linha de CPUs para notebooks que, apesar de ser dual-core,
possui um consumo eficiente de energia, poupando assim a carga da bateria dos portáteis.
Mas o que vem ganhando espaço é mesmo a Fusion, linha de APUs (Unidade de
Processamento Acelerada) da AMD. Com a junção de CPU e GPU em um único chip, é
possível obter melhor desempenho a um custo reduzido.

Outros fabricantes (VIA Cyrix, Apple, Sun, Texas, etc)

A lei de Moore
Em 1965, Gordon Moore, um dos fundadores da Intel, afirmou que o número de transistores
em um chip dobraria, sem custo adicional, a cada 18 meses. Tal afirmação ficou conhecida

Lucio Bonifácio, MSc


como a Lei de Moore, a qual foi válida durante anos, principalmente no final da década de
90.

Sempre que uma empresa lançava um modelo de processador, o concorrente a superava


meses depois. Isso ficou muito evidente nos anos de 1999 e 2000, quando o Pentium III e o
AMD Atlhon (K7) estavam guerreando pelo maior clock. Por um período de tempo, a AMD
liderou a disputa, pois o Atlhon, que trabalhava com frequências maiores do que 1 GHz,
superou o Pentium III.
A reviravolta da Intel veio com o lançamento do Pentium 4, em 2001, que trabalhava com até
2 GHz e levou a empresa de volta ao topo do mercado. As versões de baixo custo dessas
CPUs, Celeron (Intel) e Duron (AMD), também disputavam fortemente o lugar mais alto no
ranking do processador “B” mais vendido.
Multicore: o fim da lei de Moore
Conforme a tecnologia dos processadores foi progredindo, o tamanho de seus transistores foi
diminuindo de forma significativa.
Contudo, após o lançamento do Pentium 4, eles já estavam tão pequenos (0,13 micrômetros)
e numerosos (120 milhões) que se tornou muito difícil aumentar o clock por limitações
físicas, principalmente pelo superaquecimento gerado.
A principal solução para esse problema veio com o uso de mais de um núcleo ao mesmo
tempo, através da tecnologia multicore.

Lucio Bonifácio, MSc


Assim, cada núcleo não precisa trabalhar numa frequência tão alta. Se o esquema de
escalonamento de tarefas funcionasse de maneira eficiente, seria possível trabalhar com quase
o dobro do clock.
Um processador dual-core de 1,5 GHz, por exemplo, poderia ter um desempenho semelhante
a uma CPU de núcleo único de 3 GHz.
Um componente chamado de escalonador determina em qual dos núcleos uma tarefa deve
ser executada. Mas como o escalonador demora certo tempo para fazer essa decisão, na
prática fica quase impossível atingir o dobro exato de desempenho.
Portanto, com o advento do processador multicore, a lei de Moore tornou-se inválida, visto
que já não era mais possível aumentar a frequência do processador como antes.

Lucio Bonifácio, MSc


Também segundo Carl Anderson, pesquisador da área de concepção de computadores da
IBM, a Lei de Moore pode estar chegando ao fim. Entre os motivos para que Anderson faça
tal previsão está o fato de que os engenheiros estão desenvolvendo sistemas que exigem
menos recursos do processador e os custos para pesquisas de novos processadores estão cada
vez mais altos. Além do fato de que, com o aumento da velocidade, aumenta também o
consumo de energia e a dissipação de calor.
No início de 2014 o departamento de pesquisa da IBM anunciou um teste de novos chips de
silício com tecnologia de 7nm empurrando para novos limites o previsto fim da Lei de
Moore.
Em outubro de 2015 foi anunciada uma nova pesquisa da IBM iniciando a caminhada para
novos limites na produção de processadores utilizando nano tubos de carbono, o que
permitiria atingir escalas de 1.8nm.
Em fevereiro de 2017, o CEO da Intel, Brian, disse que a empresa tem investido pesado nas
computação quântica e chips neuromórficos.

Maiores detalhes sobre o histórico e evolução dos microprocessadores da Intel podem ser
obtidos em
http://www.intel.com/intel/intelis/museum/exhibit/hist_micro/index.htm e
http://www.intel.com/intel/intelis/museum/exhibit/hist_micro/hof/hof_main.htm.

Lucio Bonifácio, MSc

Você também pode gostar