Ágape Reconciliação Ministério de Libertação | CCI – CURSO DE CURA INTERIOR
1
CONFRONTANDO O ESPÍRITO DE ORFANDADE COM A PATERNIDADE DE DEUS
Confrontando o espírito de orfandade com a
Paternidade de Deus
“Por essa razão, ajoelho-me diante do Pai, do qual recebe o nome
toda a família nos céus e na terra.” (Ef 3.14-15)
INTRODUÇÃO
Deus deixou a família aqui na Terra
para conhecermos o Seu caráter e a Sua
maneira de agir.
Assim como há a figura de pai na
família, assim Deus se apresenta, como
nosso Pai.
Função do pai: dar proteção, limites,
direção, segurança, afirmação.
Função da mãe: Nutrir, organizar,
consolar, gerar vínculos, relacionamentos,
sensibilidade, ensino, percepção.
Infelizmente, muitos sentem
dificuldade em honrar o Senhor e aceitá-lo
como Pai por causa das decepções que
tiveram com seus pais terrenos.
O pai tem como função ser provedor,
dar direção e proteção, colocar limites, e
afirmar o seu filho. Quando o pai falha em
seu papel, traumas emocionais começam a
se manifestar na vida dos filhos. Podemos
imaginar porque muitos não veem Deus
como Pai... porque o modelo que tiveram
fizeram com que sofressem, desconfiassem,
se sentissem sozinhos no mundo, sem pai,
órfãos.
Só o caminho do perdão pelos erros
que eles cometeram contra nós é que
poderá nos levar à libertação e à cura
interior. Devemos lembrar que, na maioria
das vezes, eles não sabiam o que estavam
fazendo; e precisamos seguir em frente com
a nossa vida, olhando para o Pai Celestial,
dando a Ele a devida honra.
Por causa das feridas muitos não se
veem como filhos de Deus. Têm a
mentalidade de órfãos. Mas, a realidade é
que somos fruto do desejo de Deus. Estamos
aqui porque o Pai nos quis. Jesus nos
comprou para Deus (Ap 5.9). Nossa
identidade é especial.
Não estamos aqui por engano, nem
apenas porque alguém planejou. Nascemos
porque Deus quis que nascêssemos. Cada um
CCI – CONFRONTANDO O ESPÍRITO DE ORFANDADE COM A PATERNIDADE DE DEUS
Por Ana Ribeiro
de nós é fruto do desejo de Deus; cada um
de nós tem um chamado especial para essa
vida. Deus deu uma identidade especial para
cada pessoa e unção necessária para o
cumprimento da missão de levar o amor e a
misericórdia Dele ao mundo.
Porém, muitos não atingem a
plenitude de seu chamado por causa de
questões interiores que os impedem de
assumir a posição real do chamado de filhos
de Deus, passam a vida agindo como se Deus
fosse Deus, mas não Pai. Uma mentalidade
de órfão é tecida ao longo da vida, e essa
mentalidade precisa ser destruída, pois é
falsa, maligna e rouba a comunhão plena
que podemos ter com o Pai Celestial e com
os nossos irmãos em Cristo.
1. CONCEITO
Segundo os dicionários, orfandade é o
estado daquele que é órfão. Órfão é aquele
que perdeu os pais, ou somente o pai, ou
somente a mãe, por falecimento ou
abandono.
Esse conceito abrange a esfera social,
mas não trata da orfandade de alma, a
emocional. E é sob esse aspecto que vamos
abordar o assunto.
Está escrito em Dt 6.4-5:
“Ouça, ó Israel: O SENHOR, o
nosso Deus, é o único SENHOR. Ame o
SENHOR, o seu Deus, de todo o seu
coração, de toda a sua alma e de
todas as suas forças.”
Devemos amar o Senhor Deus com todo
o nosso ser, e isto inclui a nossa alma.
Vemos, porém, que quando nossa alma está
adoentada, ficamos bloqueados, e não
conseguimos sentir amor profundo pelo
nosso Deus, ainda que creiamos Nele e O
 Ágape Reconciliação Ministério de Libertação | CCI – CURSO DE CURA INTERIOR
2
CONFRONTANDO O ESPÍRITO DE ORFANDADE COM A PATERNIDADE DE DEUS

recebamos como Senhor e Salvador de nossa b) Sentimento de rejeição

vida.
Sentimento de orfandade bloqueia o
sentimento de amor.
A boa notícia é que as fortalezas
malignas e os pensamentos enganosos
podem ser destruídos pelo poder da Palavra
do Senhor.
A raiz da orfandade é a rejeição.
Criança desprezada sofre sentimento de
rejeição. Provoca a sensação de não ter
acolhimento. A identidade da criança é
formada a partir daquilo que ela sente que
os outros pensam sobre ela. Se ela sente
desprezo – ela vai considerar que não vale
muito. Terá autorrejeição, ódio de si.

2. CAUSAS E SINTOMAS DA c) Humilhação

ORFANDADE EMOCIONAL Crianças querem ser honradas. Não
suportam críticas agressivas. As palavras dos
pais tornam-se profecias. Podem ter poder
2.1 Falta de referência paterna
destrutivo, nocivo. O poder da morte ou vida
Quando não temos uma base familiar
está na língua. Maldição dos pais traz
firmada em Cristo, saudável e abençoada,
destruição aos filhos. Crianças humilhadas
nossa identidade vai se formando baseada
se transformam em adultos que querem
em mentiras e distorções do propósito para
humilhar os outros; querem ser superiores.
o qual Deus nos criou.
Perdoar é a chave para ser liberto. A
A orfandade emocional é aquela
palavra do pai tem um poder tremendo
provocada pela “ausência da presença de”;
sobre o filho. Sem conselhos, os filhos ficam
é a orfandade mesmo quando temos pais
sem direção.
vivos.
A forma como você vê o seu pai e sua
Lar disfuncional não supre as
mãe será como você verá Deus. E, quando
necessidades de nutrição, disciplina,
conhecemos o Pai, temos clareza sobre
orientação, segurança, proteção, e,
nosso chamado, missão e visão. Filhos que
principalmente: AFIRMAÇÃO DA IDENTIDADE.
não têm bom relacionamento com os pais se
Leva o indivíduo a um estado de rebelião
tornam inseguros, sem direção,
contra autoridades.
desprotegidos, perdidos dentro deles
Porém, Deus estabeleceu a relação
mesmos.
entre pais e filhos para sermos abençoados:
"Vejam, eu enviarei a vocês o
d) Desconfiança
profeta Elias antes do grande e
Provoca desilusões quando os pais não
terrível dia do Senhor. Ele fará com
cumprem o que prometem. O pai tem poder
que os corações dos pais se voltem
de gerar fé no coração da criança. Se ela
para seus filhos, e os corações dos
não crer nele, terá dificuldades de crer em
filhos para seus pais; do contrário
Deus. Crianças que não confiam nos pais
eu virei e castigarei a terra com
ficam agressivas, possessivas e impiedosas.
maldição. " (Ml 4.5-6)
e) Injustiça
Os pais reproduzem nos filhos as
Pais que exigem o que a criança não
feridas que sofreram. Todo abusado absorve
consegue fazer, que agem injustamente,
a identidade do abusador. Os filhos precisam
geram ira e amargura, falta de perdão. Essas
tratar os lugares antigamente assolados.
crianças podem se tornar adultos cheios de
Maldições – desrespeito aos pais
justiça própria.
Causa dos desrespeitos – feridas.
O espírito de orfandade provoca
sentimentos de:
2.2 Principais feridas que fazem o
f) Desvalia
sentimento de orfandade entrar:
g) Insegurança
a) Sentimento de abandono ou
h) Inconstância
desamparo
i) Solidão, isolamento
Por divórcio, por exemplo, entra o
j) Inferioridade
medo de ser abandonado. Gera sentimento
k) Inadequação
de solidão. Na solidão somos atacados na
l) Carência de aceitação e
nossa identidade;
reconhecimento

CCI – CONFRONTANDO O ESPÍRITO DE ORFANDADE COM A PATERNIDADE DE DEUS

 Ágape Reconciliação Ministério de Libertação | CCI – CURSO DE CURA INTERIOR
CONFRONTANDO O ESPÍRITO DE ORFANDADE COM A PATERNIDADE DE DEUS
Quais injustiças e vergonha você
passou na infância?
A Palavra diz para nos desviarmos da
ira (Sl 37.8), para não cairmos em
destruição.
3. CONSEQUENCIAS DE SE VIVER SOB
MENTALIDADE DE ÓRFÃO
3.1 Na afirmação da identidade
Os pais têm um papel muito
importante na formação da identidade do
filho. Pela conduta deles, a criança poderá
ser levada à plena comunhão com Deus.
Afirmação da identidade se faz com
palavras edificantes e atitudes edificantes
por parte dos pais para com o filho. Elas
produzem autoconfiança, dão direção à
criança, e ajudam o indivíduo a formar sua
identidade e a ter direção na vida.
Deus liberou palavra de afirmação
logo no início do ministério de Seu Filho
Jesus – “Tu és o Meu Filho amado; em ti
me agrado” (Lc 3.22).
Nós temos necessidade de ser
afirmados pela figura paterna. Palavras que
vão gerar confiança, segurança, sentimento
de aceitação e pertencimento.
Sob o aspecto emocional, o órfão não
recebe afirmação de sua identidade. E este
é o ponto a ser considerado.
Uma pessoa que não tem clareza de
sua identidade, de seu valor, torna-se presa
fácil de usurpadores e manipuladores
(inclusive de demônios) no decorrer de sua
vida; torna-se alguém que não consegue ver
com clareza o propósito de sua vida, a
carreira que Deus lhe tem proposto.
Passa a vida desejando ouvir palavras
de aceitação e reconhecimento, quer
receber a todo custo a honra que lhe foi
negada durante a infância. Preocupa-se em
agradar os outros custe o que custar.
O comportamento da mentalidade
desenvolvida no conceito de orfandade
sempre será imaturo. O desejo de chamar a
atenção fará a pessoa agir das mais variadas
maneiras, quer seja de forma explosiva ou
de forma implosiva (rebelião ou rejeição).
Tentará chamar a atenção pela
aparência, forma de se vestir, pelo
comportamento, pelo desejo exacerbado de
se destacar mais que os outros em suas
atividades, pela agressividade, prepotência,
autossuficiência ou por qualquer outro
CCI – CONFRONTANDO O ESPÍRITO DE ORFANDADE COM A PATERNIDADE DE DEUS
3
mecanismo de defesa. Ou, ao contrário,
passará a vida se escondendo, não
conseguindo se entrosar ou se interagir com
outras pessoas.
Quando não conhecemos nossa própria
identidade podemos cometer erros graves e
sermos levados a uma vida de dor e
desesperança. É muito perigoso não
entendermos nossa identidade em Deus.
Satanás, antes da queda, tinha uma
identidade boa, privilegiada, mas não se
contentando, quis ser o que não era – quis
ser um deus. Sua ambição fez com que ele
perdesse tudo. Ele perdeu a identidade que
Deus o havia dado.
Se não nos aceitamos com a identidade
que o Senhor nos deu, ficamos em posição
de rebelião contra Deus, sujeitos a erros e à
morte. Portanto, a afirmação da identidade
é algo importante na vida de cada um de
nós.
Para sairmos da nossa real posição
satanás usa a estratégia da mentira. Ele
mente a respeito de quem é Deus (coloca
dúvida no coração do homem) e mente sobre
quem você é (sua identidade) (Gn 3.4-6).
3.2 Na afirmação emocional
Palavras que ferem – maldições –
geram comportamento agressivo,
perfeccionismo, compra de afetos, dentre
outros.
As afirmações emocionais negativas
(palavras que ferem, e não edificam), que
uma pessoa recebeu de seus pais, tornam-se
porta de entrada de maldições em sua vida.
Quando nos entregamos ao Senhor
Jesus, o sentimento de orfandade deve ser
expulso também no nível emocional,
renunciando as sentenças contrárias a nosso
respeito, e liberando o que a Palavra de
Deus diz a nosso respeito.
Afirmar um filho emocionalmente é
amá-lo pelo que ele é e não pelo que ele
faz. E é assim que Deus trata Seus filhos.
Jesus nos afirma emocionalmente
quando nos chama de amigos, e não de
servos (Jo 15.15).
3.3 No relacionamento com Deus
O filho mais velho da parábola do filho
pródigo (Lc 15.11-16) não se via como filho
e sim como servo.
A mentalidade de órfão distorce a
realidade da condição de ser filho de Deus.
 Ágape Reconciliação Ministério de Libertação | CCI – CURSO DE CURA INTERIOR
CONFRONTANDO O ESPÍRITO DE ORFANDADE COM A PATERNIDADE DE DEUS
Naquela parábola o filho mais velho
não consegue entender o coração do pai. Ele
se vê numa condição de inferioridade com
relação ao irmão; se vê como empregado,
sem direito às coisas próprias de um filho,
como por exemplo, uma celebração.
Os filhos são dignos de herança (Rm
8.17). A pessoa que tem o espírito de
orfandade vê Deus como patrão, distante,
não confiável, manipulável, perfeccionista,
ausente, abusivo, surdo, indiferente,
autoritário, ocupado, vingativo. Essa pessoa
de fato, quando se converte,
verdadeiramente se torna filho de Deus,
pelo Espírito de adoção, porém, se não
renovar sua mente, continua carregando
sintomas da orfandade que refletem no seu
relacionamento com o Pai Celestial.
Além disto, ele não demonstra amor
pelo irmão. Um coração marcado pela
orfandade, não consegue amar o próximo,
estará sempre criticando, julgando, sentindo
raiva ou inveja dos irmãos. Sempre
imaginará que o amor do Pai é maior para
com os outros; sempre se sentirá preterido.
O sentimento de orfandade leva o
indivíduo a se tornar um religioso,
“trabalhar para o Senhor”. Não se vê como
herdeiro e sim como mero empregado do
Reino.
Não entende que o seu valor está
respaldado em quem ele é – filho - e não no
que ele faz.
De fato, somos servos de Deus (Mt
12.18; Mt 20.25-28; Jo 13.1-7; Fp 1.1; Rm
1.1; 2Pe 1.1; Jd1), trabalhamos para a
seara do Senhor. Mas a motivação de nosso
trabalho deve ser o amor para com o Pai,
com a consciência de que fazemos parte de
Seu Reino, somos filhos, temos uma
herança; podemos ter intimidade com Deus,
pois Ele é nosso Pai.
Ele deseja essa intimidade, Ele deseja
caminhar conosco e nos colocar em posição
de autoridade.
“Não os deixarei órfãos; voltarei
para vocês.” (Jo 14.18)
4. CONHECENDO O PAI CELESTIAL
Tudo que o Senhor faz é por amor.
Deus é amor (1Jo 4.8), e precisamos nos
apropriar dessa verdade. Quando isto
acontece, perdemos o medo de viver.
CCI – CONFRONTANDO O ESPÍRITO DE ORFANDADE COM A PATERNIDADE DE DEUS
4
Cada parte das Escrituras mostra o
caráter paterno de Deus. Nelas vemos o
quanto Ele é fiel em Sua paternidade através
de Seus atributos.
3.4 Atributos de Deus
a) Onisciência, Onipotência,
Onipresença
Deus está em todo lugar, é poderoso e
sabe todas as coisas. Jamais deixa um de
Seus filhos sozinho. Ele é poderoso para nos
proteger, e sabe o que se passa no nosso
interior. Nossos sentimentos são
considerados por Ele algo de valor, que não
deve ser preterido. Diferentemente dos pais
terrenos, o Pai Celestial sempre nos ouve,
está sempre conosco, e tem poder para
cuidar de nós de forma que não venhamos a
sofrer danos. Não há limite para o Seu
poder.
b) Amor
Deus é amor (1Jo 4.8). Tudo que Ele
faz é por amor. Amor envolve cuidados,
disciplina, tempo de qualidade com a pessoa
que amamos, diálogo, aceitação. No amor
de Deus há bondade, longanimidade,
fidelidade, misericórdia. Deus se move ao
nosso encontro pela Graça. Aquele que ama
preocupa-se com a pessoa amada, buscando
o melhor para ela. Assim é Deus, o Pai que
tem prazer em cuidar de Seus filhos, dando
a eles o melhor.
“... Mostrou sua bondade, dando-
lhes chuva do céu e colheitas no
tempo certo, concedendo-lhes
sustento com fartura e enchendo de
alegria os seus corações.” (At 14.17)
Pela misericórdia, que é a
manifestação da bondade de Deus, o Senhor
manifesta compaixão para conosco.
“Todavia, Deus, que é rico em
misericórdia, pelo grande amor com
que nos amou, deu-nos vida
juntamente com Cristo, quando
ainda estávamos mortos em
transgressões — pela graça vocês
são salvos.” (Ef 2.4-5)
c) Eterno
Deus não tem começo nem fim. Ele é.
Ele autoexiste. (Sl 90.2). Ele jamais deixará
Seus filhos. O complexo de abandono
desaparece quando nos apropriamos da
realidade de que temos um Pai que não nos
deixará nunca.
 Ágape Reconciliação Ministério de Libertação | CCI – CURSO DE CURA INTERIOR
CONFRONTANDO O ESPÍRITO DE ORFANDADE COM A PATERNIDADE DE DEUS
d) Imutável
Ele não muda. Ele não ama Seus filhos
conforme o humor do dia, ou conforme o
que eles fazem ou deixam de fazer. O Pai
Celestial nos aceita por sermos filhos, não
pelo que fazemos ou pelo que temos. Isto
quer dizer que Sua aceitação para conosco
está ligada ao Seu amor eterno, sem sombra
de mudanças. Ele não deixa de amar quando
está castigando alguém, ao contrário, o
castigo é uma declaração de amor e de
pertencimento. Somos Dele, e se for
necessário disciplina para não nos
afastarmos de Sua família, Ele agirá com
disciplina, por puro amor. Ele também é
imutável em sua fidelidade, fazendo, por
causa disto, cumprirem-se todas as Suas
promessas feitas a nós.
“De fato, eu, o Senhor, não mudo.
Por isso vocês, descendentes de
Jacó, não foram destruídos.”
(Ml 3.6)
“Se somos infiéis, ele permanece
fiel, pois não pode negar-se a si
mesmo.” (2Tm 2.13)
e) Justo
A justiça trata daquilo que é direito,
que é certo. Deus é reto em relação a si
próprio e aos Seus filhos. Ele trata com
justiça as nossas causas. (Sl 11.7)
f) Santo
Deus é separado de qualquer coisa
impura ou indigna. Ele é puro. (Lv 11.44; Jo
17.11; 1Pe 1.15). Por ser Santo, Ele não se
contamina com o pecado. Mas, não abre
mão dos pecadores. Por causa do sangue de
Jesus, Ele está sempre com Seus filhos,
porque estes estão lavados de seus pecados,
santificados em Cristo.
g) Soberano
Deus é o Ser Supremo do universo.
Tudo está sob controle do Pai (135.6).
Também quer dizer que Ele é o Senhor.
Como Pai, Ele não se dobra a chantagens
emocionais, não permite ser desrespeitado,
e não pode ser tratado como se fosse nosso
empregado. Ele é soberano, Ele é quem
dirige nossa vida. A desobediência é um ato
de rebeldia que traz sérias consequências.
CCI – CONFRONTANDO O ESPÍRITO DE ORFANDADE COM A PATERNIDADE DE DEUS
5
4.2 Funções do Pai
a) Dar direção
No Éden, Adão, o filho de Deus
(conforme lemos em Lc 3.38), conversava
todas as tardes com seu Pai. E seu Pai, dava
a ele direções para a vida.
A direção de Deus para o casal era a de
constituir uma família – terem filhos. Mesmo
com a queda do casal e com seus erros, Deus
não deixou de ser Pai. Cuidou deles,
protegendo-os e também dando a eles
direção para viverem num mundo abalado
pelo pecado. Vemos um Pai amoroso,
compassivo, que não abandona o filho por
ter feito algo de errado, mas continua sendo
o seu Pai, e lhe promete reatar a plena
comunhão Pai-filho, o que aconteceu com a
vinda do Senhor Jesus.
Deus é Pai. Ele ama e cuida de nós
como um pai amoroso. Por isto, para aqueles
que O reconhecem como Pai, não falta
direção na vida. A comunhão com Deus nos
ajuda a entender as Suas orientações.
Quanto mais próximos estivermos Dele, mais
poderemos ouvir a Sua voz.
b) Dar proteção
Deus cuidou de seus filhos quando
saíram do Egito e precisaram viver no
deserto, nada faltou. Foram protegidos o
tempo todo.
O pai que ama protege, e tem prazer
em estar junto com os filhos. O pai que ama
dá estratégias de guerra para enfrentar o
inimigo, ensina como enfrentar as demandas
da vida. Estamos protegidos quando agimos
de acordo com as estratégias do Pai
Celestial.
Precisamos aprender a confiar em
Deus, a entregar a Ele nossos medos, e
nossas formas de tentar resolver problemas.
Ele sabe o que é melhor. Sempre devemos
procurar agir de acordo com as estratégias
Dele. Obediência a Deus é a chave para
recebermos Sua proteção.
c) Limites
Deus nos ensina que devemos ser
santos, como Ele é santo. O limite das
nossas ações é justamente o perímetro de
santidade. Paulo nos diz que podemos fazer
qualquer coisa, mas nem tudo é digno de um
filho de Deus.
"Tudo me é permitido", mas nem
tudo convém. "Tudo me é
permitido", mas eu não deixarei
que nada domine.” (1Co 6.12)
 Ágape Reconciliação Ministério de Libertação | CCI – CURSO DE CURA INTERIOR
CONFRONTANDO O ESPÍRITO DE ORFANDADE COM A PATERNIDADE DE DEUS
d) Segurança
Deus deu segurança aos israelitas
quando chegou o momento da conquista da
Terra Prometida. Ele os abençoou:
"Diga a Arão e aos seus filhos:
Assim vocês abençoarão os
israelitas: ‘O Senhor te abençoe e te
guarde; o Senhor faça resplandecer
o seu rosto sobre ti e te conceda
graça; o Senhor volte para ti o seu
rosto e te dê paz’.” (Nm 6.23-26)
Um pai amoroso encoraja seus filhos
quando estes têm de passar por desafios. O
Pai Celestial está sempre nos encorajando,
abençoando, nos empurrando para frente,
para o alto. Deus é poderoso, Ele vai adiante
de nós, nos capacitando e nos dando vitória.
Ele quer Seus filhos livres, conquistando os
territórios da alma, andando com passos
seguros, sabendo que Deus está no controle.
e) Afirmação
Deus faz uma declaração de amor ao
Seu povo:
“O Senhor não se afeiçoou a vocês
nem os escolheu por serem mais
numerosos do que os outros povos,
pois vocês eram o menor de todos os
povos. Mas foi porque o Senhor os
amou e por causa do juramento que
fez aos seus antepassados. Por isso
ele os tirou com mão poderosa e os
redimiu da terra da escravidão, do
poder do faraó, rei do Egito.” (Dt
7:7-8, sublinhado da autora)
Deus amou incondicionalmente; ainda
que tenham precisado de disciplina, o
Senhor não os abandonou. Ele cuidou
daquela geração até atingirem a Quando a mente é santificada e
maturidade, para, no tempo certo,
receberem a terra. O mesmo Deus de Israel,
que fez aquele povo entrar numa terra
dominada pelos inimigos e sair vitorioso, é o
mesmo Deus que ama você, considera-o
como filho Dele. Esta é a sua real
identidade.
5. DE ÓRFÃOS PARA FILHOS AMADOS
“...Mas a todos quantos o
receberam deu-lhes o poder de
serem feitos filhos de Deus: aos que
crêm no seu nome, os quais não
CCI – CONFRONTANDO O ESPÍRITO DE ORFANDADE COM A PATERNIDADE DE DEUS
6
nasceram do sangue, nem da
vontade da carne, nem da vontade
do varão, mas de Deus...” (Jo 1.1-14
– RC)
Deus nos deu o poder de sermos feitos
filhos de Deus! Jesus trouxe de volta nossa
real identidade; tirou da mão do inimigo a
separação que havia entre nós e Ele.
O Espírito de Deus testifica ao nosso
espírito que somos filhos. A comunicação se
faz no espírito. A Palavra de Deus é a fonte
para alimentarmos nosso espírito. É preciso
meditar a Palavra de Deus para que as
fortalezas mentais sejam destruídas e a
renovação da mente aconteça. A Palavra de
Deus gera fé em nós. A vida de meditação na
Palavra de Deus nos leva à comunhão e
intimidade com Deus; faz-nos conhecer os
propósitos de Deus para nós. Leva-nos a
entender a nossa identidade de filhos e a
nossa identidade ministerial. Faz-nos andar
segundo os pensamentos de Deus, que são
mais altos que os nossos.
A Palavra do Senhor nos leva à
libertação; a verdade nos liberta (Jo 8.32) e
nos purifica (Jo 17.17). O pecado reina
onde existe ignorância. Quando conhecemos
a verdade, não permitimos que a mentira
tome espaço.
Paulo nos alerta em Rm 8.8-7, sobre
as condições para sermos considerados filhos
de Deus. É preciso ser guiado pelo Espírito
Santo (Rm 8.14). Jesus disse que não nos
deixaria órfãos. Cumpriu essa promessa
enviando o Espírito Santo para nós. Quem
não tem o Espírito Santo caminha em
orfandade, sem rumo e sem direção,
desesperado por algo que preencha suas
carências emocionais.
renovada, a visão e o relacionamento com o
Pai também é restaurado. A pessoa vê o
Senhor como Pai presente, amável,
confiável, provedor, protetor, poderoso,
bom pastor, perdoador, generoso,
misericordioso.
Há grande diferença entre a
mentalidade de órfão e a mentalidade de
filho:
 Ágape Reconciliação Ministério de Libertação | CCI – CURSO DE CURA INTERIOR
7
CONFRONTANDO O ESPÍRITO DE ORFANDADE COM A PATERNIDADE DE DEUS

Mentalidade de Mentalidade de filho Andar em obediência a Deus, às Suas

órfão leis, é andar de vitória em vitória.
Legalista; Amado; Devemos olhar para nós mesmos assim
solitário; escolhido; sentido de como Deus nos vê, com amor. Quando
independente; pertencer; amamos a nós mesmos, conseguimos amar as
cansado; temeroso; necessidades supridas; outras pessoas.
mesquinho; sem limpo; descansado; Quando nascemos de novo passamos a
esperança; busca sem temores; ter o DNA de Jesus. Então, somos capazes de
falso consolo; generoso; confiável; amar o Pai!
deprimido; medo de procura consolo em “Mas, quando chegou a plenitude
relacionar-se; se vê Deus; vida com do tempo, Deus enviou seu Filho,
como empregado de propósito; relaciona- nascido de mulher, nascido debaixo
Deus, sem direito a se com as pessoas sem da lei, a fim de redimir os que
herança; rejeitado; medo; alegre; sabe estavam sob a lei, para que
inferiorizado; que é herdeiro; sente- recebêssemos a adoção de filhos. E,
crítico; julgador; se seguro e protegido; porque vocês são filhos, Deus enviou
ciumento; invejoso; tem esperança; sente- o Espírito de seu Filho aos seus
desunido. se bonito; sabe que corações, o qual clama: ‘Aba, Pai’.
tem fraquezas mas Assim, você já não é mais escravo,
sabe que Deus é forte; mas filho; e, por ser filho, Deus
perdoa; encoraja; também o tornou herdeiro.” (Gl 4:4,
confia; ama; sublinhado da autora)
generoso;
interdependente; Nosso nome espiritual está ligado ao
serve ao próximo. Pai Eterno, Ele é o Chefe da família (Ef
3.14-15), e portanto, precisamos conhecê-lo
Nossa identidade de filho não poderá e respeitá-lo como Pai.
ser apagada, não cairemos nas mentiras do A paternidade de Deus é perfeita,
inimigo. justa, repleta de amor e bondade, capaz de
A Palavra de Deus nos dá ousadia para nos curar e fortalecer para caminharmos
mudarmos. Pedro andou sobre as águas aqui na Terra.
porque obedeceu a palavra que Jesus liberou Precisamos renovar nossa mente até
para ele. Andar de acordo com a Palavra nos conhecermos o Pai Celestial, que é
leva a obedecer e a andar no sobrenatural muitíssimo superior ao pai terreno.
com Deus. Conhecemos o Pai andando com Ele, ouvindo
Vamos encontrar em Deus uma vida de a Sua voz.
intimidade profunda que nos levará a viver Não precisamos mais ficar
uma jornada de realizações pessoais e acorrentados em correntes de complexos de
ministeriais de acordo com os desígnios rejeição ou sentimentos de abandono, somos
estabelecidos pelo Pai. Nós nos tornaremos aceitos, somos amados.
filhos maduros. O Pai Celestial jamais dirá a você
Ninguém está aqui na Terra pela lei do palavras para destruir sua autoestima. Ele
acaso. Há um plano, um propósito de nossa fez você de uma forma maravilhosa. E Ele o
existência. Deus decidiu pelo seu ama pelo que você é – filho.
nascimento! Talvez você pense: “Mas não sei como
Quando recebemos o Espírito Santo, o é ser filho, como é conversar com o Pai,
espírito de orfandade tem de sair, e nosso como é pedir a Ele um conselho, como é
destino começa a ser liberado para dizer a Ele palavras de amor, afinal fui
experimentar o melhor de Deus. criado num lar caótico, eu jamais me
Uma das coisas que o filho maduro faz aproximava de meu pai...” Então, aprenda
é trabalhar em prol do Reino de seu Pai. O com Jesus, Ele te ensinará a ser filho. Jesus
ministério da reconciliação está em nossas é o exemplo de Filho. Obediente, andava
mãos. Temos o dever de mostrar o caminho sempre com o pai.
para a humanidade, ensinarmos as pessoas a “Eu e o Pai somos um.” (Jo
voltarem para o Pai. 10:30)

CCI – CONFRONTANDO O ESPÍRITO DE ORFANDADE COM A PATERNIDADE DE DEUS

 Ágape Reconciliação Ministério de Libertação | CCI – CURSO DE CURA INTERIOR
8
CONFRONTANDO O ESPÍRITO DE ORFANDADE COM A PATERNIDADE DE DEUS

Referência bibliográfica

ARAÚJO, Luís. Seminário Casa do Pai:

apostila o poder de um pai e filhos da
imoralidade e anotações de aula sobre
meditação da Palavra. Almirante
Tamandaré (PR): JOCUM, 2015.
GARCIA, C. C.; GARCIA, F P. R. Seminário
Ser Foco: manual do conselheiro. Almirante
Tamandaré
(PR): JOCUM, 2015
MARIANO, E.; MARIANO, F. Z. Apostila
Redescobrindo sua identidade real.
Ministério Identidade Real.
RIBEIRO, Ana. Fontes para o equilíbrio
emocional. São Paulo: Ed. Amar, 2016.

Igreja Restaurada, Nação Transformada!

Nota: Esse material é de uso exclusivo do Ministério Ágape Reconciliação, no Curso de Cura Interior. Não é
permitida a cópia ou reprodução do mesmo. Mar/2018

CCI – CONFRONTANDO O ESPÍRITO DE ORFANDADE COM A PATERNIDADE DE DEUS