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UMBANDA

Na batalha que se processa no mundo invisível, eles são os “soldados do front”.


São eles que estão mais perto vibracionalmente de nós, e os que podem ser vistos
mais facilmente. São eles que dão um reforço energético em nossa aura, nos
limpam de “mau-olhado” e botam obsessor pra correr. Prestam auxílio da forma
que podem, às vezes do único jeito que sabem (ou devem) fazer
(usando cigarro, bebida, símbolos ou fogo) mas com muito mais desprendimento
e boa vontade do que muitos terapeutas por aí. Mesmo os espíritos mais elevados
precisam dos humildes servidores da Umbanda pra trabalhar com as energias
mais densas, pois, devido a alta frequência em que os seres mais elevados estão,
não podem atuar diretamente na matéria mais densa (que pra nós ainda é
invisível, como as energias liberadas por trabalhos de macumba, miasmas
mentais, etc). Em retribuição, os espíritos de luz ensinam e orientam os irmãos
mais endurecidos para que ascendam e assumam postos de trabalho em planos
mais elevados, SE o quiserem (dando oportunidade a outro mais necessitado de
trabalhar nas faixas inferiores).

Aprendi que a Umbanda é dividida em 7 vertentes, e que só uma delas


(a Quimbanda, ou Kiumbanda) usa sangue. E que o Exu é, entre outras coisas, a
“tropa de choque” do terreiro, que cuida da segurança dos participantes. Muitos
ainda são espíritos recém-saídos do mundo animal, tanto é que muitos não falam,
e por isso eles têm uma forte energia anímica que a maioria dos médiuns mal
conseguem controlar. Por não ter ainda discernimento, podem acabar sendo
grosseiros e até fazendo o mal, se forem induzidos a isso, mas em essência não
são ruins. Os Exus que trabalham na Quimbanda são chamados exu de
Quimbas (ou Kimbas), que são os tais que dizem ser diabo e fazer o mal.

Mas, pra que serve a Umbanda na espiritualidade? De forma simplista, vou tentar
responder, mesmo sem conhecer muito da Umbanda: Sempre irão existir espíritos
de pessoas que não querem ascender de imediato (e talvez nem possam). Ficam
rondando pelos bares, pelas ruas, vampirizando, assediando, tomando
uma pinga… Aí então o espírito acaba descobrindo um terreiro de umbanda. É
interessante pro nível evolutivo dele, pois pode ganhar garrafas de bebida (não vai
precisar mendigar em bares) em despachos de encruzilhada, galinha (eles tiram a
essência, como se comessem) e vela (não sei porque, mas muitos espíritos
ADORAM vela acesa… alguém sabe?). Mas ele não pode ir chegando e
incorporando (afinal, tem toda uma diretoria do “lado de lá”, com seguranças na
porta – os Exus – e hierarquia) então ele pede pros donos do terreiro pra trabalhar
ali, geralmente começa como “office boy”, fazendo serviços simples, e depois vai
pegando experiência com os espíritos que ali trabalham há mais tempo.
Dependendo do tipo de entidade que preside os trabalhos dos terreiros daquela
Umbanda, pode aprender tanto trabalhos bons quanto ruins. Mesmo que seja
ruim, isso já é uma evolução pro espírito, que já não vai estar vagabundeando pela
rua. E não pára por aí. Com a continuidade do aprendizado e das experiências
pelas quais ele passa nesse trabalho, o espírito irá desenvolvendo o altruísmo, que
é o fato de ajudar pelo ajudar, sem recompensas. Ele passa a AMAR o que faz, e
tudo o que se faz com amor mexe com a pessoa. Um belo dia se critica se o que
ele faz é certo. Ele vai percebendo que não precisa de despachos e/ou oferendas
pra ser útil, e nisso seu corpo espiritual vai evoluindo juntamente com sua mente,
a ponto de não precisar mais de matéria densificada pra satisfazer seus desejos
(aprende a se alimentar de luz, das plantas, da energia que é doada
espontaneamente pelas pessoas agradecidas…). Acaba se aproximando dos
espíritos de hierarquia superior, que dirigem os trabalhos da Umbanda, e é
relocado para outras funções. Vai pra uma escola onde aprende outras formas de
magia, desta vez usando luz, elementos da natureza renováveis – como água e
plantas – e acaba se tornando um espírito de luz, podendo até, caso queira, dirigir
outros terreiros de Umbanda e dar a outros espíritos que estiverem perdidos na
erraticidade da “vida após a vida” a mesma oportunidade que ele um dia teve.

O que me fez falar sobre isso foi a leitura do texto do misterioso Sheik Al
Kaparra (nick legal!) que trata justamente da desmistificação da AUM+BANDA (é
assim que ele chama), mostrando que a magia com que essas entidades
trabalham tem raízes no Tibet e na Índia. Deixo o aviso de que, pra quem está
numa linha de Umbanda, textos acima, ou o do Al Kaparra trarão distorções,
diferenças e até mesmo contradições. Mas a idéia aqui é apresentar uma visão
mais ampla, prática e despojada, e que vocês aperfeiçoem seus estudos,
procurando se informar melhor à respeito desta doutrina (como tudo, aliás, nesse
blog). Fiquem com o texto abaixo:

LIBELO EM DEFESA DA AUM+BANDA


Por Sheik Al-Kaparra

Não raro, em rodas de bate-papo ou mesmo em alguns livros que circulam no


mercado editorial, deparamos com críticas ferrenhas a este credo, cujas raízes
mais ocultas são totalmente ignoradas até mesmo pelos que a professam, o que
se explica pelo misérrimo número de obras sérias a seu respeito. Pior do que isso
é constatar, não sem alguma tristeza, que ao lado dos livros que condenam a
AUM+BANDA existe uma infinidade de outros que praticam a deletéria arte da
desinformação, dando aos leitores toda uma coorte de subsídios falsos e, até,
indignos de serem publicados por um editor sério.

Com as obras A umbanda no Brasil e O Espiritismo no Brasil o famigerado Frei


Boaventura Kloppenburg, com autorização papal e com o régio subsidio da Santa
Sé, sentou o pau tanto num como noutro credo, procurando demolir tanto o
Umbandismo como o Kardecismo, a ninguém poupando nessa acalorada sanha
combativa, nem mesmo a Chico Xavier, sobre o qual assacou as mais pérfidas
calúnias. Ambos os livros são grossos, com mais de 400 páginas cada um, aliadas a
uma farta messe de fotos e citações eruditas. Como se isso não bastasse o trêfego
sacerdote também investiu, através de obras menores, contra os Rosacruzes, os
Maçons, o Círculo Esotérico da Comunhão do Pensamento, a LBV, a Associação
Cristã de Moços (ACM). A Teosofia, a Quiromancia e a Astrologia, através de uma
série de opúsculos chamada Vozes em Defesa da Fé, em cujo contexto ainda inseriu
uma defesa safadíssima dos nobres motivos que levaram aos julgamentos da
“Santa” Inquisição. Mais tarde, hoje sucedendo a Frei Boaventura, provavelmente
já falecido ou em retiro remunerado, temos a ridícula presença, tanto na mídia
como no mercado editorial, do famigerado Padre Quevedo, cujo passatempo
predileto, à falta de melhor coisa, é o ataque a tudo que seja paranormal, mas não
pertença ao elenco dos santos católicos. Seu livro clássico, ainda hoje consultado
pelos ateus e os desconfiados, é A face oculta da mente ,onde ele em 414 páginas
“prova” por A + B que todos os fenômenos paranormais são fruto da hiperestesia
do inconsciente, um termo que ele pariu para retirar o caráter sobrenatural de
todas as manifestações oriundas de pessoas que não professassem a fé católica. A
tal ponto foi o seu desvario místico que os argumentos “científicos” por ele usados
em sua obra colocaram em cheque a própria figura do Cristo, razão pela qual foi
chamado em particular pelas autoridades eclesiásticas a que estava subordinado,
a fim de abrandar um pouco o tom da sua argumentação, já que suas explicações
estariam prejudicando até os milagres, prodígios e fatos insólitos que faziam parte
da história dos santos católicos. Na mesma época (década de 60) o famoso
Cardeal Alexis Lépicier publicava um livro chamado O mundo invisível (não
confundir com o livro homônimo de C. W. Leadbeater), com imprimatur papal
onde discorria sobre o hipnotismo e a telepatia como “obras do Demônio”.

Diante destes e de outros fatos paralelos é que decidimos escrever sobre


a AUM+BANDA, até porque ela carece de obras sérias a respeito dos seus
mistérios, exceção feita ao nobre Professor Matta e Silva (Mestre Arapiraca), cuja
obra Umbanda de todos nós levanta com elegante dignidade uma pequena ponta
do véu que encobre essa religião tal como a conhecemos. Por dever de justiça, é
digna também de aplausos a obra A magia no Brasil de Waldemar Bento,
infelizmente hoje esgotada pelo fato de sua tiragem ter sido muito reduzida
exatamente para que os poucos exemplares publicados chegassem apenas às
mãos certas de alguns leitores seletos e preparados para as revelações ali
veiculadas.

Infelizmente, grande parcela da culpa que responde pelas críticas à AUM+BANDA


repousa no mau uso que dela fazem os próprios profitentes, em sua maioria
pessoas simples, de pouca cultura, hábitos nem sempre exemplares e escassa
educação. Essas pessoas são a pior propaganda da AUM+BANDA, porque, com o
maior despudor e com a maior cara de pau, afirmam, por exemplo, que são
briguentas porque são filhas de Ogum, que são poligâmicas porque são filhas
de Xangô ou que não param com homem algum porque são filhas de Iansã. As
mais assanhadas explicam sua própria prostituição pela presença constante,
segundo elas, de uma Bombogira / Pombagira ao seu lado, que as impele a
repetidos coitos. Essas pessoas mentalmente destrambelhadas transformam seus
orixás em bodes expiatórios muito convenientes para os seus delitos e certamente
nem coram de vergonha porque sofrem de “anemia moral”. Graças ao
comportamento de tais pessoas e às lendas que passam umas às outras como
autênticas dentro do panteão africano o que sobra para a AUM+BANDA no final de
tudo isso é uma verdadeira cornucópia de vexames abominados por qualquer
pessoa de bem.

Outro costume bastante grave é a utilização direta dos Exus sem a mediação de
uma entidade de luz, seja essa entidade um Caboclo ou um Preto-velho. Em tais
circunstâncias o Exu, que ainda é um espirito atrasado, fica inteiramente solto e
sem ninguém a quem prestar contas pelo que fez ou se propôs a fazer. Ele, então,
pede em troca do favor pedido o que bem entende ou é ditado pela sua “gula”.
Isoladamente e sem estarem inseridos numa Gira (sessão) comandada por uma
entidade de luz eles reincidem nos mesmos erros e atrasam a sua jornada em
direção à Luz. Agora perguntamos: quem é, em tais casos, o verdadeiro culpado?
Será o Exu agindo ao arrepio da luz e dentro da sua inferioridade passageira ou
o(a) consulente que lhe vai pedir absurdos ou maldades?

As pessoas que só gostam de falar com Exus isolados e fora de uma gira própria e
controlada criam obstáculos para a evolução do Exu e, na verdade, procurando
benefícios, estão trazendo prejuízos para ele. Infelizmente, por defeito nosso e de
mais ninguém, as giras de Exu são as mais procuradas pelas pessoas que nunca
souberam direito o que é a AUM+BANDA, o que acaba refletindo para o público
leigo uma imagem errônea ou altamente equivocada sobre essa magnífica
religião.

Garimpando Mistérios
Para que o(a) leitor(a) possa Ter, pelo menos, um leve vislumbre do que
vem a ser a AUM+BANDA, é preciso garimpar mistérios e recuar muito na
História. Precisa também estar equipado de alguns conhecimentos básicos
de Esoterismo e Magia, a fim de extrair dos sinais grafados pelas entidades
da AUM+BANDA o seu precioso e secreto sentido hermético.

Preferimos escrever AUM+BANDA ao invés de Umbanda porque a sua


etimologia mais oculta recomenda que revelemos, de antemão, a sua
origem sonora baseada na sílaba mística AUM, sílaba essa que o ouvido
atento pode encontrar levemente velada em muitos dos pontos cantados
nos terreiros. Esses “pontos cantados” ocultam essa sílaba na ordenação
das letras que, em si mesmas, chegam a ser simplórias e, até, tolas. No
entanto, ao serem entoadas como cânticos, elas levam embutida essa
sílaba sagrada, que, ao vibrar, faz estremecer o plexo solar, situado em
cima do estômago, mas por baixo do qual se encontra o poderoso Chakra
Svadisthana com suas pétalas vermelhas e verdes. Este chakra é o chakra
da mediunidade, razão pela qual muitos médiuns, sejam eles da Umbanda
ou não, encontram nele seu ponto de maior excitação psíquica, o que, por
vezes, se reflete no físico sob a forma de dor ou enjoo. É sobre ele que
incide a vibração tanto de guias de luz como de obsessores. É também o
ponto de convergência de nossas simpatias e antipatias. Nos processos
epilépticos ele é o ponto de convergência da vibração da entidade trevosa
responsável pelo ataque, sendo todo o resto mero efeito nervoso
manifestado pelas contorções e mãos crispadas do atacado. Caso os
leitores não saibam, em paralelo com todos os ataques epilépticos há
sempre o concurso secreto de uma entidade do Astral Inferior, entidade
essa que pode ser detectada ao lado do corpo contorcido por um(a) vidente
autêntico.

Passando pela sílaba sagrada AUM que lhe é fundamental, sílaba essa que
deriva do PODER CRIADOR ou do SOM PRIMORDIAL, a AUM+BANDA
prossegue a sua trilha mágica através do traçado com pemba branca ou
de outras cores daquilo que passou a ser conhecido como ponto riscado, o
qual, na verdade, é um conjunto harmônico e bem equilibrado de símbolos
esotéricos de relevante importância que ali se acham combinados para
funcionar como centro de atração das forças cósmicas correspondentes ao
trabalho de magia que vai ser realizado pela entidade comunicante. Para
iluminar esse ponto duas diferentes luzes vibram, ao mesmo tempo, no
físico e no astral: a luz de uma vela (ou lamparina de azeite de oliveira) e a
brasa do cigarro, charuto ou cachimbo que, conforme a entidade
comunicante, estejam sendo utilizados na hora da manifestação.

Visto desse modo, o ponto riscado representa não apenas o conjunto de


forças mágicas convidadas a participar do trabalho de caridade, mas
também funciona como a “carteira de identidade” do espírito ali presente.
Riscado o ponto, é como se o obreiro da AUM+BANDA dissesse: “Eu sou
quem sou e vou trabalhar com este conjunto de forças mágicas”.

Jean Rivière, autor francês famoso por suas pesquisas religiosas em terras
tibetanas, mostra-nos em um de seus livros vários mandalas traçados no
“Teto do Mundo” onde reconhecemos, sem grandes dificuldades, os
mesmos símbolos grafados na AUM+BANDA. Ali estão, além de letras
sagradas e de nomes de poder, os mesmos pentáculos tão comuns na
Magia, inclusive a suástica em sua versão autêntica e os famosos “garfos de
Exu” (tridentes) que, analisados mais profundamente, correspondem a
determinada letra grega (Psi), cuja ordem sequencial a coloca curiosamente
entre o Alfa e o Ômega daquele alfabeto, isso sem falar nos vários sinais
mágicos que podemos encontrar, apenas a título de exemplo, na
obra Tratado completo de alta magia, cujo autor tem o pseudônimo oculto
de Vasariah, cujo conteúdo contempla uma coleção de grandes pentáculos
e talismãs com os quais a AUM+BANDA aparentemente nenhuma ligação
parece ter. Mas ela, de fato, tem! Nos grandes templos e “stupas” do
Himalaia o símbolo correspondente ao garfo Exu ali se encontra, do lado de
fora, como a dizer aos que passam que ali se encontram guardiães
invisíveis. Nada mais justo, pois, na AUM+BANDA o Exu é um guardião dos
trabalhos executados.

A África não é nem nunca foi a origem nem da AUM+BANDA nem


do Candomblé. Ela apenas serviu de ponte para trazer ao Brasil, à América
do Norte e aos países caribenhos o seu panteão e aquilo que, por tradição
da boca ao ouvido, haviam aprendido dos remanescentes da Raça Negra,
raça essa que um dia dominou a Terra. Não foi por “coincidência” nem por
acaso que, ao tempo do nascimento de Cristo, este foi visitado não por 3
Reis Magos, mas por 4, cujo quarto representante era Jetro, um árabe
retinto. Como os escravos explorados pelo tráfico escravagista vieram de
diversificadas regiões do Continente Negro constituiu fenômeno mais do
que natural a diferença de rituais entre eles. O panteão africano sofreu
modificações e adaptações diversas conforme o país para onde esses
escravos foram levados. A mistura da religião dos negros com a religião dos
índios criou um credo de características híbridas, o que foi ainda mais
agravado pelo falso sincretismo do panteão original com a fé católica,
esperteza dos negros para praticarem a sua religião original sob a alegação
de uma falsa correspondência com santos consagrados pela Santa Sé.

Essa mistura de crenças foi mais longe. No Haiti o Vodu surgiu como
religião dominante e especializou-se na invocação de forças muito ligadas
ao cemitério, às quais eles ainda dão o nome de “lois” (leia-se luás) e que
são, entre outras entidades, dominadas pelo perigosíssimo Baron Samedi,
que aparece à vidência como um homem muito alto e magro com rosto de
caveira, todo vestido de negro, com a cabeça coberta por uma cartola.
Tanto ele quanto as demais entidades do Vodu falam o “créole“, uma
mistura de Espanhol com Francês. Seus pontos riscados são feitos com
farinha de trigo, ao invés de com uma pemba, o que, novamente, não os
distancia muito dos mandalas tibetanos que são plasmados à base de pós
coloridos. A predominância da Deusa Serpente Dhambala no Vodu,
entidade essa que é feminina (-), tem arrastado a maior parte dos voduístas
a práticas de Magia Negra, cuja repercussão tem sido muito explorada
pelos filmes de terror de Hollywood. O “miolo”, no entanto, é verdadeiro e
ali há, realmente, a predominância a Magia Simpática (bonecos de pano
crivados de alfinetes), bem como a horrenda vivificação de cadáveres a
quem damos o nome de zumbis. A força do cemitério predomina no culto
vodu.

Voltando ao Brasil, pois é aqui que vivemos, observamos, com muita


tristeza, que a verdadeira AUM+BANDA é, além de pouco conhecida, pouco
praticada. Ela não teve a sorte, como aconteceu com o Espiritismo, de
contar com a colaboração de um Kardec para a sua codificação ou com o
trabalho coadjuvante de um Léon Dennis, de um Flammarion ou de um
Carlos Imbassahy para citar apenas 3 exemplos de escritores bem
conhecidos que trabalharam para consolidar ainda mais a sua doutrina
espiritual. Infelizmente, a AUM+BANDA foi deixada ao léu e permitiu-se que
interpretação pessoal de cada chefe de terreiro ou babalorixá
preponderasse sobre o seu verdadeiro estofo. Essas interpretações
diversificadas sobre a doutrina secreta da AUM+BANDA têm criado muitos
problemas para os médiuns que engrossam suas fileiras, principalmente
quando em fase de desenvolvimento espiritual. A contraparte negra da
AUM+BANDA gerou a Quimbanda, que só trabalha preponderantemente
para o Mal, arrastando para o seu jugo todos aqueles que abrigam
sentimentos inferiores em seus corações. Mais ou menos como o que
aconteceu com o Protestantismo, desde a aprovação da Teoria do Livre
Exame da Bíblia, os adeptos do assim chamado Africanismo (termo com o
qual não concordamos) ficaram entregues a suas próprias interpretações
de seu credo, disso resultando um verdadeiro vulcão de contradições,
crendices e distorções das mais repulsivas.

Sendo, por um lado, um misto de manifestações mediúnicas e, por outro,


de magia pura não é de estranhar que as entidades da AUM+BANDA lidem
com grafias herméticas que exigem o concurso paralelo de rituais de
invocação, fixação e proteção.

Os Rituais Mágicos da Aum+Banda


As reuniões da AUM+BANDA começam com a incorporação do espírito que
vai trabalhar não apenas com passes, mas com magias, e, em seguida, o
ritual exige que o espirito comunicante trace o seu ponto riscado para fins
de sua própria identificação e para o desnudamento velado das forças
mágicas que precisa invocar para o bom êxito do seu trabalho. Tais
espíritos, na AUM+BANDA, nunca vêm sozinhos e sua presença, por isso, se
faz sempre acompanhar de uma numerosa falange de outros
trabalhadores menores afinados com a tarefa a ser cumprida. Entre os
membros dessa extensa falange acham-se alguns Exus, que funcionam
como sentinelas ou seguranças, concorrendo assim para o bom êxito da
empreitada. A presença e o apoio dos Exus nesses trabalhos de caridade
confere-lhes, pouco a pouco, a LUZ de que precisam para, algum dia, se
transformarem em Caboclos. Os Exus, a quem preferimos chamar de
“nossos irmãos menores”, não são capetas nem servos do Diabo como
tantas vezes ouvimos os ignorantes dizerem. São, na verdade, espíritos
atrasados, sim, mas a quem as entidades luminosas da AUM+BANDA dão a
mão para lhes oferecer uma oportunidade de redenção e iluminação pelo
serviço amoroso ao próximo.

Na mesma categoria desses trabalhadores menores acham-se incluídas


as falanges de almas (Eguns), arrebanhadas principalmente pelos pretos e
pretas-velhas na Calunga Grande (o mar) e na Calunga
Pequena (o cemitério) para também ajudarem em seus trabalhos. Assim
trabalhando, essas almas se iluminam, tomam consciência do seu destino
final e se libertam do seu karma de serviço fora do corpo físico. Bem-
aventurados sejam, portanto, esses pretos e pretas-velhas que funcionam,
no invisível, como verdadeiros pastores de almas…

Nas mãos do homem comum o cigarro, o charuto e o cachimbo podem ser


até olhados como vício, mas não quando empunhados e usados pelas
entidades da AUM+BANDA. Ali a fumaça gerada tem outros aplicativos e
persegue outros objetivos que escapam à observação objetiva. Funcionam,
na verdade, como potentes defumadores, sendo muito comum vermos,
num terreiro, uma entidade luminosa descarregando um(a) consulente
através de passes magnéticos e de sopros de fumaça. Prestando bem
atenção ao movimento executado pelos braços e pelas mãos do “cavalo”
influenciado pela entidade incorporada qualquer pessoa estudiosa e
melhor informada perceberá a criteriosa execução de “Mudras” mágicos
que muitas vezes podemos observar nas estatuetas orientais, onde a
posição dos dedos e dos braços têm um sentido oculto só entendido pelos
que se aprofundaram em seu estudo.

A zona incandescente do cigarro, do charuto ou do cachimbo surge


também como um ponto luminoso no Astral, indicando o ponto exato em
que a entidade está trabalhando. Essa brasa é também um ponto de
atração para as falanges auxiliares e um sinal de que aquele território não
pode ser invadido por espíritos zombeteiros ou por outros desocupados do
espaço.

As bebidas alcoólicas, que tantas críticas têm merecido por parte dos leigos
no assunto, funcionam como tônicos e remédios tanto para o médium
como para os consulentes. O efeito alcoólico da bebida é totalmente
retirado do médium que, ao cabo da sessão, está firme em suas pernas e
sem qualquer cheiro de botequim.

Vale ressaltar, no entanto e por oportuno, que as entidades mais evoluídas


da AUM+BANDA não bebem mais bebida alguma porque já atingiram um
patamar luminoso que lhes permite obter os mesmos resultados sem esse
recurso. Elas, no entanto, permitem que outras entidades de patamar
inferior o façam porque reconhecem que um dia foram como elas e sabem
que um dia elas subirão de oitava sem o auxílio de qualquer crítica.

Na mesma categoria está o sacrifício de aves e animais. As entidades da


AUM+BANDA de hierarquia vibratória superior não pedem nenhum desses
sacrifícios, utilizando para suas curas e desobsessões outras forças da
Natureza. Elas respeitam a Vida em qualquer das suas manifestações e, por
isso, não adotam rituais sangrentos. Quando, por força da gravidade de
uma situação, um animal se faz necessário as entidades luminosas da
AUM+BANDA realizam sobre ele o ritual mágico necessário e o mandam
soltar vivo!

No entanto, desconhecendo esses detalhes, o leigo senta a ripa na


AUM+BANDA e se olha como um ser superior a todas essas barbaridades
porque encontrou uma religião que não tem nada disso. Assim pensando e
assim procedendo é como se essa pessoa estivesse cuspindo para o alto,
porque a vida dá muitas voltas e um dia essa pessoa poderá vir a precisar
do socorro daquilo que mais abominava. Nessas horas, lá na beira do rio, o
preto-velho sorri enigmaticamente e fica pitando, pitando, pitando com os
olhos pregados no céu azul que aparece aqui e ali nos retalhos do
arvoredo.

Pretos velhos, caboclos e crianças do espaço são parte da magia da mata,


da qual guardam todos os segredos. Como verdadeiros magos eles
comandam os elementais e dizem aos Exus: “Você tem duas cabeças. Uma
é Satanás nos infernos e a outra é de Jesus Nazaré”. E é assim que, entre
cantos de pássaros, pios de coruja e farfalhar de folhas ou asas que eles
sabem onde moram todas as “mirongas” da floresta e todos os remédios
do mundo. Sabem que estão cumprindo suas respectivas missões e que,
apesar de não compreendidos por tantos, é preciso continuar porque o
cativeiro ainda não acabou.

CONCLUSÃO
A AUM+BANDA é a mais humilde das religiões, embora dentro dessa
humildade se oculte quase que a síntese de toda a Magia Natural.
Aprendam a respeitá-la e não a queiram ver trabalhando sob o chicote
saneador de uma “Casa Grande” majestática que com ela nunca se
coadunou nem jamais irá coadunar. Se possível, quando leigos, abstenham-
se de comentários desairosos porque aquilo que o olho humano enxerga
não daria para preencher nem o olho de um paquiderme. Quem vê um
ritual, um ponto riscado ou qualquer cerimônia mais séria nem de leve
suspeita o que ocorre verdadeiramente no Plano Invisível do trabalho que
está sendo realizado. E quando a gente não sabe é bem melhor ficar calado
para não dizer besteira…

A Sagrada AUM+BANDA encontra repercussão até mesmo junto às Forças


Brancas do Himalaia, participando assim, dentro da sua humildade, mas
sempre disfarçada, de tudo que gira em torno do Governo Oculto do
Mundo que ela, por mera esperteza, nem menciona ou finge ignorar.

E ela assim prefere porque tem como regência máxima a Luz de Oxalá, que se
traduz no triângulo perfeito da existência: Paz, Amor e Fraternidade. Paz para
que os homens de boa vontade deponham as armas para reconstruir o Jardim do
Éden, Amor para que ponhamos fim ao próprio cativeiro que nos impusemos ao
longo de vidas erradas e, finalmente, Fraternidade para que nos ajudemos uns aos
outros nesta curta jornada dentro do mesmo barco. E para onde vai esse barco?
Ele vai para a fosforescência das últimas estrelas, varando galáxias e seguindo
cometas na busca incessante daquela gloriosa escadaria cósmica que nos levará
para além do Tempo e para além da Vida.

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