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a/a :

Acordo,
e espero reencontrar aquele olhar,
inocente e dissimulado,
de quem já brincou com meus sentimentos...
que sopra um vento cortante
no precipício do meu pensamento...
Que caça com piedade voraz,
e poupa meu coração,
rasgando o de um cordeiro...
A quem amo, mas não sei se me ama...

SACRIFICIUM - DRAN
Essa colisão que me tira do repouso,
É atrito, intenso, estatístico e máximo...
Um coeficiente do desejo,
Com uma massa peso que me faz flutuar,
Uma combinação de forças motoras que
levariam Newton à loucura.
Um amor tão intenso que facilmente quebraria
as 3 leis naturais...
Será que quando você me tira do repouso,
percebe que me faz te amar?
Uma colisão de corpos pode ser entendida de
várias formas, e para mim, sua física,
é o começo e fim de todas as forças...

CORPORIS PURA - DRAN


Uma vez ouvi tal sábio falar:
-distância cura!
Mas ele não disse que iria doer…
doí tanto que nos leva a pensar no:
-poderia ser diferente?
Mas pensar nas tantas possibilidades não
muda nada...
E como não muda, você continua a sofrer...
Adianta de que a distância sem um perdão ou
um ponto final?
Sem o teu pedaço atado aquela pessoa, que já
não esta mais do seu lado?
Enfim...
Sendo assim, de que adianta, a distância?

SPATIUM - DRAN
Em meio a multidão nós nos esbarramos:
•ah, oi?
-oi...
•nossa quento tempo! Tudo bem?
-to bem...
•bom...
(Silêncio...)
-e você?
•também... sabe, eu nunca consegui me desculpar...
-isso já passou...
(Cortando a fala dele e desviando seu olhar para os lados)
(Silêncio...)
-então vou indo...
(Se afastando lentamente)
•para sempre?
(Com olhar de tristeza)
-preciso me perder...
(dando passos mais distantes)
•posso tentar te encontrar?
(Com olhar esperançoso, garganta seca e lágrimas entre pálpebras)
-não sei se quero ser encontrado...
(E assim se perde no meio da multidão acizentada)
•mas, mas eu preciso te encontrar...
(E a fala se perde também em meio as passadas da multidão que lhe engoliu
depois disso)

LABYRINTHUS - DRAN
O som do gelado ferro da algema, daquele que preso no navio
negreiro seria torturado;
É o mesmo som do tinir da barra de ferro da grade que prende
aquele que há tanto sofre...

O capataz que jogava os escravizados


nas senzalas insalubres;
Hoje é o homem que joga outro homem camburão adentro, sem pena
nem piedade,
sem razão nenhuma, com as mesmas justificativas imundas;
Que todos nós já conhecemos...
Do capataz do senhor de engenho;
Ao homem fardado da sociedade fudida!

Escravizei e escravizo!
Prendi e prendo!
-POR QUÊ?
-PORQUE É NEGRO!

TRACTUS - DRAN
O gosto ácido de uma bala,
O cortante cheiro do pó,
Que te rasga por dentro e te faz sentir mais
vivo...
Uma juventude acabada, que pressionada e
desesperada tenta furtar alegria de uma
confeitaria que te promete fazer flutuar...
Juventude desiludida, que mal perde por
esperar, virarão um dia, os velhos caretas,
que falavam e repetiam, para o jovem não
flutuar...

HOC DESISTE - DRAN

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