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Ronaldo B Assunção
ROTEIRO:
Aula 03 de EDA — 14 de março de 2024 1. EDO’s lineares de primeira ordem
2. Fator integrante para a equação
T Ó P I C O : EDO’ S L I N E A R E S D E P R I M E I R A O R D E M . O objetivo destas linear
notas é estudar equações diferenciais ordinárias lineares, que são EDO’s 3. Fórmula geral para a solução da
±
da forma a(x) dy dx + b(x)y = c(x) em que a, b e c são funções dadas. Em EDO linear
±
particular, se c(x) ≡ 0 a equação a(x) dy dx + b(x)y = c(x) é chamada de
equação linear homogênea. Essas equações possuem fatores integrantes
dependentes apenas da variável independente s e esse método pode
ser usado para deduzir uma fórmula geral. Diversos exemplos são
apresentados com aplicações. Os pré-requisitos são: equações exatas e
fatores integrantes; regra da cadeia e técnicas básicas de integração.
d[ y( x)] d[ y( x)]
+ p ( x) y = q ( x) ⇒ µ( x ) + p( x)µ( x) y = µ( x) q( x)
dx dx
EDO’S HOMOGÊNEAS 2
d y x2 + 1
+ y=1
dx x
q( x) = 1. Um fator integrante é
³Z ´ ³Z ¡ ¢ ´ ³ ´
µ( x) = exp p( x) d x = exp x + x−1 d x = exp x2 /2 + ln | x|
da EDOL é
1 c
Z
y( x) = µ( x ) q ( x ) d x +
µ( x ) µ( x )
1 c
Z
¢ exp x2 /2 ( x d x) +
¡ ¢
= 2 x exp x2 /2
¡ ¡ ¢
x exp x /2
substituição: u = x2 /2; d u = x d x
© ª
1 c
Z
= ¢ exp( u) d u +
x exp x2 /2 x exp x2 /2
¡ ¡ ¢
1 c
= ¢ exp( u) +
x exp x2 /2 x exp x2 /2
¡ ¡ ¢
1 ¡ 2 ¢ c
= ¡ 2 ¢exp x /2 +
x exp x2 /2
¡ ¢
x
exp x /2
1 c
= + ¢.
x x exp x2 /2
¡
dy x + 1
− y = x − x2
dx x
EDO’S HOMOGÊNEAS 3
Aplicações
Circuitos elétricos
1 t ´
µZ ¶ ³
µ( x) = exp + d t = exp + .
RC RC
³ t ´ ³E ´
0
³ t ´ ³ t ´
= exp − (RC ) exp + + k exp −
RC R RC RC
³ t ´
= CE 0 + k exp − ,
RC
que é a solução geral da EDOL. Para determinar o valor da constante
de integração k ∈ R, usamos a CI dada no instante inicial t 0 = 0.
Assim,
³ 0 ´
0 = q(0) = CE 0 + k exp − = CE 0 + k; (3)
RC
isso implica k = −CE 0 . A solução do PVI é a solução particular
³ t ´
q( t) = CE 0 − CE 0 exp −
RC
t ´
µ ³ ¶
= CE 0 1 − exp − .
RC
t ´³ E 0 ´ t ´ t ´
³ Z ³ ³
= exp − exp + sen(ω t) d t + k exp − .
RC R RC RC
Através da tabela de antiderivada
£ ¤
exp(at) a sen( bt) − b cos( bt)
Z
exp(at) sen( bt) d t = +k
a2 + b 2
com a = 1/(RC ) e b = ω, deduzimos que
¡ ¢
¢³ E 0 ´ (CR ) exp + t/(RC ) ¡
½ ¾
sen(ω t) − CR ω cos(ω t)
¡ ¢
q( t) = exp − t/(RC )
R C 2 R 2 ω2 + 1
¡ ¢
+ k exp − t/(RC )
¡ ¢
CE 0
sen(ω t) − CR ω cos(ω t)
¡ ¢
= 2 2 2
C R ω +1
¡ ¢
+ k exp − t/(RC ) ,
particular
CE 0
sen(ω t) − CR ω cos(ω t)
¡ ¢
q ( t) =
C R ω +1
2 2 2
C 2 RE 0 ω ¡ ¢
+ exp − t/(RC )
C R ω +1
2 2 2
CE 0 ³ ³ t ´´
= 2 2 2 sen(ω t) − CR ω cos(ω t) + CR ω exp − .
C R ω +1 RC
CE 0 ³ ³ t ´´
lim q( t) = lim sen( ω t ) − CR ω cos(ω t ) + CR ω exp −
t→+∞ t→+∞ C 2 R 2 ω2 + 1 RC
CE 0
sen(ω t) − CR ω cos(ω t) .
¡ ¢
= 2 2 2
C R ω +1
Isso significa que para valores grandes de t a influência do termo
exponencial diminui rapidamente e torna-se negligenciável. A carga
elétrica no capacitor tende a aproximar-se assintoticamente de uma
função periódica com mesmo período da força eletromotriz aplicada ao
circuito,
CE 0 ³ ´
q ( t) ≈ sen( ω t ) − CR ω cos(ω t ) .
C 2 R 2 ω2 + 1
Essa solução é denominada solução de estado permanente; a parcela
negligenciada com o termo exponencial é denominada solução transi-
ente.
EDO’S HOMOGÊNEAS 7
CE 0
¢1/2 sen(ω t) cos φ0 − sen(φ0 ) cos(ω t)
¡ ¡ ¢ ¢
≈¡
C 2 R 2 ω2 + 1
CE 0
≈¡ ¢1/2 sen(ω t − φ0 )
C 2 R 2 ω2 + 1
≈ A sen(ω t − φ0 )
¢1/2
em que A = (CE 0 )/ C 2 R 2 ω2 + 1 é a amplitude e φ0 é a fase da
¡
Misturas
t t t
µ ¶Z µ ¶ µ ¶
x( t) = exp − exp 10 d t + c exp −
10 10 10
t
µ ¶
= 100 + c exp − .
10
t ´
µ ³ ¶
x( t) = 100 1 − exp − .
10
t ´
µ ³ ¶
lim x( t) = lim 100 1 − exp − = 100 ℓ.
t→+∞ x→+∞ 10
Esse valor tem pleno sentido quando se considera que, embora inici-
almente o tanque somente contenha água pura, após um longo tempo
a concentração de sal no tanque torna-se igual à concentração de en-
trada; nesse caso, o sal adentra no tanque a uma concentração dada e
sai à mesma concentração; portanto, a quantidade de sal no tanque é
2
50 ℓ × g/ℓ = 100 g. ♦
50
d[ y( x)] 4
PVI: EDO: − y( x ) = q ( x ) CI: y(1) = 1,
dx x
em que a função input é definida por
−2 x − 4 ,
se x0 É x < x1 ;
q ( x) = x
2
x , se x1 < x É x2 .
Exercícios
dy dy 2
1. x − ( x + 1) y = x2 − x3 . 5. − y = x2 exp( x).
dx dx x
dy dy
2. − y = exp(2 x). 6. ( x2 − 1) − x y = − x.
dx dx
dy dy
+ 2 y = exp x2 .
¡ ¢
3. x + y = −4. 7. x
dx dx
dy dy
4. + 3 y = 6 + exp(2 x). 8. x2 + 2 x y = sinh(3 x).
dx dx
d[ y( x)] 2
EDO: + y( x) = exp( x);
11. PVI: dx x+1
CI: y(0) = 1.
EDO: d[ x( t)] − 5 x( t) = sen(2 t);
12. PVI: dt
CI: y(0) = π.
d[ y( x)] exp( x)
EDO: − tan( x) y( x) = ;
13. PVI: dx cos( x)
CI: y(0) = 1.
EDO: d[ y( x)] + 1 y( x) = cos( x) ;
14. PVI: dx x+2 x+2
CI: y(0) = 1.
y′ ( x) + p( x) y( x) = q( x). (8)
EDOLH: y′ ( x) + p( x) y( x) = 0 (9)
é da forma
µ Z ¶
Solução: yh ( x) = c exp − p( x) d x . (10)
EDOLNH: y′ ( x) + p( x) y( x) = q( x) (12)
é da forma
1 c
Z
Solução: y p ( x) = µ( x ) p ( x ) d x + (13)
µ( x ) µ( x )
µ ¶
em que µ( x) = exp
R
p( x) d x é o fator integrante.
EDO’S HOMOGÊNEAS 13
17. Resposta afirmativa. Verificação da solução: A substituição dessas expressões na EDOL resulta
dada a possível solução
x′ ( t) + ax( t)
ac(
exp(−at) + ath hat
( h exp(
+( (( h− h)
20. Resposta afirmativa. Verificação da solução:
= exp(−at).
dada a possível solução
x( t)
18. Resposta afirmativa. Verificação da solução:
= c exp(−at)
dada a possível solução
P n ( t) P n′ ( t) P n(n−1) ( t)
a sen(ω t) ω cos(ω t) + − + · · · + (−1)n−1
x( t) = c exp(−at) + 2 − 2 , a a 2 an
a + ω2 a + ω2 ( n)
P n ( t)
+ (−1)n n+1 ,
a derivada primeira é a
a derivada primeira é
aω cos(ω t) ω2 sen(ω t)
x′ ( t) = −ac exp(−at) + + . x′ ( t)
a 2 + ω2 a 2 + ω2
= −ac exp(−at)
A substituição dessas expressões na EDOL resulta
( n)
P n ( t)′ P n′′ ( t) n−1 P n ( t)
′ + − + · · · + ( −1)
x ( t) + ax( t) a a2 an
=0
aω cos(ω t) ω2 sen(ω t)
= −ac exp(−at) + P (n+)1
( t)
>
+
a 2 + ω2 a 2 + ω2 + (−1)n n
µ
a sen(ω t) ω cos(ω t)
¶ a n+1
+ a c exp(−at) + 2 − 2 = −ac exp(−at)
a + ω2 a + ω2
( n)
( aω cos( ωt) ω2 sen(ω t) P n ( t)′ P n′′ ( t) n−1 P n ( t)
( 1) ,
ac(
= −( exp(
(( −at) + + + − + · · · + −
a2 + ω2
a 2 + ω2 a a2 an
2 A substituição dessas expressões na EDOL resulta
ac(
+( exp(
(( ( a sen(ω t) − aω cos(
−at) +
ω t)
a +ω
2 2
a
2 + ω 2
x′ ( t) + ax( t)
a 2 + ω2
= 2 sen(ω t) ac(
= −( exp(
((−at)
(
a + ω2
( n)
= sen(ω t). P ′′ ( t)
P n ( t )′ @ Pn ( t)
+ − n@ + · · · + ( −1) n
−1
a2@ an
a
ac(
+( exp(−at)
(( (
19. Resposta afirmativa. Verificação da solução:
( n)
P ′′ ( t)
P n ( t)′ @ Pn ( t)
dada a possível solução + P n ( t) − + n@ − · · · − ( −1) n
−1
n
a2@
a a
ω sen(ω t) a cos(ω t) = P n ( t).
x( t) = c exp(−at) + + ,
a 2 + ω2 a 2 + ω2
a derivada primeira é 21. Resposta afirmativa. Verificação da solução:
dada a possível solução
′ ω2 cos(ω t) aω sen(ω t)
x ( t) = −ac exp(−at) + − . x( t) = c exp(−at) + exp(−at)Q ( t)
a 2 + ω2 a 2 + ω2
EDO’S HOMOGÊNEAS 15
a derivada primeira é
x′ ( t) + ax( t)
= −ac exp(−at) − a exp(−at)Q ( t) + exp(−at)P ( t)
¡ ¢
+ a c exp(−at) + exp(−at)Q ( t)
ac(
( h
−at) − a exp( ath
= −( exp(
(( hh−h )Qht) + exp(−at)P ( t)
(h
ac(
( h
−at) + a exp( ath
+( exp(
(( hh−h )Qht)
(h
= exp(−at)P ( t). 24. Seja x( t) a quantidade de sal no tanque no ins-
tante t. Pelas equações acima a taxa à qual o sal no
22. Pelo exercício 15, a solução do problema de valor tanque varia com o tempo é devida à diferença entre
inicial as taxas de entrada e de saída do sal no tanque. Para
±
determinar essas taxas, observamos que d[ x( t)] d t
d[v( t)]
PVI: EDO: m + kv( t) = mg; CI: v( t 0 ) = v0 , tem unidades de massa por tempo, M · L−1 . A quan-
dt
tidade de sal que entra no tanque por unidade de
é
tempo é igual ao produto da vazão com que a mistura
v0 ( k / m ) − g ³ k ´ g
v( t) = exp − ( t − t 0 ) + adentra no tanque pela concentração à qual o sal
k/ m m k/ m
entra no tanque. Dessa forma,
³ mg ´ ³ k ´ mg
= v0 − exp − ( t − t 0 ) + . ( ) ( ) ( )
k m k taxa de vazão de concentração
= ×
1. Se 0 É v < mg/ k, então o movimento é para baixo entrada entrada de entrada
1
½ ¾
com aceleração para baixo e decrescente em mó-
= {10 ℓ/min} × kg/ℓ = 1 kg/min.
dulo e com velocidade crescente para baixo; o limite 10
assintótico da velocidade do paraquedista é Analogamente, a quantidade de sal que sai do tan-
³ mg ´ ³ k ´ mg que por unidade de tempo é igual ao produto da
lim v( t) = lim v0 − exp − ( t − t 0 ) + vazão com que a mistura sai do tanque pela concen-
t→+∞ t→+∞ k m k
mg tração de saída do tanque. Contudo, o volume de
= ,
k mistura do tanque varia com o tempo e é dado por
denominada velocidade terminal e a aceleração tende (
volume de
) (
volume
)
a zero. =
mistura inicial
2. Se v = mg/ k, então o movimento é para baixo com ( )
vazão de
velocidade constante igual a v( t) = mg/ k e aceleração + × {tempo}
entrada
nula. ( )
vazão de
3. Se mg/ k < v0 , então o movimento é para baixo − × {tempo}
saída
com aceleração para cima e decrescente em módulo
e com velocidade decrescente para baixo; o limite V ( t) = 200 ℓ + {10 ℓ/min}{ t min} − {5 ℓ/min}{ t min}
assintótico da velocidade do paraquedista é V ( t) = 200 ℓ + {5 t }ℓ
³ mg ´ ³ k ´ mg Dessa forma,
lim v( t) = lim v0 − exp − ( t − t 0 ) +
t→+∞ t→+∞ k m k ( ) ( ) ( )
mg taxa de vazão de concentração
= . = ×
k saída saída de saída
n x o
= {5 ℓ/min} × kg/ℓ
200 + 5 t
23. Analisar o Exemplo 5 e o Problema 18. Observar
5 x( t)
= kg/min
também a figura abaixo.
200 + 5 t
EDO’S HOMOGÊNEAS 16
1 d[ y( x)]
µ ¶
d[µ( t) x( t)] = (40 + t) d t . ⇒ d x = − p ( x) d x
y( x) dx
EDO’S HOMOGÊNEAS 17
1 d[ y( x)]
Z µ ¶ Z
⇒ d x = − p( x) d x + ln | c 1 | a função c é solução da equação
y( x ) dx
1 d[ c( x)] −1
Z Z
⇒ d y = − p( x) d x + ln | c 1 | µ ( x) = q ( x)
y( x ) dx
d[ c( x)]
Z
⇒ ln | y( x)| = − p( x) d x + ln | c 1 | ⇒ = µ( x ) q ( x )
dx
µ Z ¶ d[ c( x)]
⇒ d x = µ( x ) q ( x ) d x
¡ ¢
⇒ exp ln | y( x)| = exp − p( x) d x + ln | c 1 | dx
d[ c( x)]
Z Z
d x = µ( x ) q ( x ) d x + c 1
µ Z ¶
¡ ¢ ⇒
⇒ | y( x)| = exp ln | c 1 | exp − p( x) d x dx
Z Z
µ Z ¶ ⇒ d[ c( x)] = µ( x) q( x) d x + c 1
⇒ y( x) = c exp − p( x) d x Z
⇒ c ( x ) = µ( x ) q ( x ) d x + c 1 .
em que c = ±| c 1 |.
2. Procuramos solução da EDOLNH na forma Com tudo isso, a solução yp é dada por
¡ R ¢
yp ( x) = c( x) exp − p( x) d x em que substituímos
o parâmetro c ∈ R que aparece na solução da EDOLH yp ( x) = µ−1 ( x) c( x)
por uma função c : I ⊂ R → R motivo que justifica o µZ ¶
−1
nome usado, método de variação dos parâmetros. Em = µ ( x) µ( x ) q ( x ) d x + c 1
detalhes Z
µ Z ¶ = µ−1 ( x) µ( x) q( x) d x + c 1 µ−1 ( x)
yp ( x) = c( x) exp − p( x) d x
1 c1
Z
= µ( x ) q ( x ) d x + .
µ Z ¶ µ( x ) µ( x )
⇒ y′p ( x) = c′ ( x) exp − p( x) d x
µ Z ¶ Observamos que a segunda parcela da solução acima
− c( x) p( x) exp − p( x) d x . é solução geral da EDOLH do item anterior.
Podemos sumarizar os resultados da seguinte forma:
A substituição dessas expressões na EDOLNH im-
A solução da EDOLNH é igual à soma da solução ge-
plica
ral da EDOLH associada e de uma solução particular
q( x) = y′p ( x) + p( x) yp ( x) da EDOLNH,
µ Z ¶ µ Z ¶
= c′ ( x) exp − p( x) d x − c( x) p( x
− p( x) d x solução geral
) exp
( )
µ Z ¶ da EDOLNH
+ c( x) p( x − p( x) d x
) exp ( ) ( )
solução geral solução particular
µ Z = +
da EDOLH da EDOLNH
¶
′
= c ( x) exp − p ( x) d x ,
µZ ¶
isto é, isto é, com o fator integrante µ( x) = exp p ( x) d x a
µ Z ¶
solução escreve-se na forma
c′ ( x) exp − p( x) d x = q( x).