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Módulo 1 - Habilidade Financeira

O que realmente precisamos aprender sobre finanças pessoais?

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Sumário
Conteúdo

✔Apresentação

✔Introdução

✔O dinheiro como tabu para a sociedade

✔Economia comportamental e tomada de decisão

✔Custo de oportunidade (trade off) e Custo-benefício

✔Economia e Política

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Sumário
Introdução
Olá,

Este é o primeiro módulo do e-book da Jornada SOFt 2021: Habilidades financeiras.

Entender por qual razão utilizamos esta nomenclatura é fundamental para o seu processo de desenvolvimento. Nosso objetivo é aumentar o
seu nível de proficiência relacionado às competências financeiras. Em outras palavras, como pensar e agir de forma inteligente sobre o
dinheiro, ou melhor, sobre o “capital”.

Sabemos que não é um assunto fácil, por isso desenvolvemos os e-books para cada módulo com o objetivo de acompanhar você nestes
caminhos. Mais do que um livro, vamos direcionar você para outros conteúdos, como vídeos, notícias, podcasts e livros para ampliar,
aprofundar e solidificar sua visão sobre os temas financeiros.

Estruturamos os conteúdos com muita dedicação para que você alcance o maior de todos os nossos desejos: sua liberdade financeira. Mas
para isso é necessário tomar consciência da importância de suas escolhas e acumular conhecimentos técnicos e comportamentais
para tomar decisões financeiras mais eficientes.

Acreditamos que o conhecimento financeiro é fundamental, mas o que realmente muda o jogo são as atitudes e comportamentos financeiros.
Quanto mais cedo você entender a lógica do dinheiro na sociedade capitalista, mais cedo vai colher os frutos das habilidades financeiras,
como maior segurança, tempo e conforto. Mas isto vai depender de você. Vai depender da sua dedicação, pois é necessário plantar, e no
mundo de hoje, isso significa abrir mão de alguma coisa.

E então, já pensou do que você abriria mão para ter maior liberdade financeira?

Aproveite este material e a Jornada SOFt para dar o melhor de você e conseguir de verdade estruturar sua vida financeira.

Conte conosco. Um grande abraço, Equipe SOF.


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O dinheiro como
Inteligência tabu para a sociedade
Financeira

Quando pensamos em finanças


pessoais...

Qual o primeiro pensamento que vem


a mente?

Competência individual
necessária para o mundo --------------
VUCA
(louco)

Entender os aspectos técnicos e


comportamentais (racional x emocional)

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OSumário
dinheiro como tabu para a sociedade
Você já parou para pensar profundamente sobre a sua relação com o dinheiro? E as pessoas a sua volta, elas são referência para você sobre
como lidar com as próprias finanças? Como você aprendeu a lidar com seus gastos e recebimentos financeiros? Quantas decisões financeiras
você toma por dia? Com quem você conversa sobre dinheiro? Você está aplicando bem o seu capital financeiro? Qual é o seu momento de
vida? Quanto você precisa para realizar seu sonho? E as perguntas não param por aí...

De acordo com os estudos apresentados a seguir, veiculados por mídias sociais brasileiras de largo alcance, a relação da maioria dos
indivíduos com o dinheiro é marcada por um acúmulo de tensões em 4 dimensões (individual, familiar, social e cultural), sentimentos como
medo, angústia, vergonha e tentação são comuns entre as pessoas, principalmente em países menos desenvolvidos (mais pobres). Na esfera
individual, como o sentimento é de angústia, é preferido não tocar, lembrar ou pensar sobre o assunto. Pela ótica familiar, cada qual percebe
que as pessoas em quem ela confia não lidam bem com o dinheiro e confundem mais do que ajudam. Sob a perspectiva social há uma
percepção que, por não saber falar sobre finanças e quem entende do assunto está distante, falando uma língua matemática que pode não se
encaixar no estilo de vida de cada um.

Alinhado a todas as dimensões acima, observa-se que a cultura em que estamos inseridos não nos incentiva a falar sobre finanças, fazendo
com que falar de dinheiro seja o maior entre todos os tabus, tornando-se um problema na vida de muitas pessoas, isolando-a e afastando-a do
desenvolvimento de habilidades financeiras necessárias para viver dignamente nesta sociedade capitalista e de rápido desenvolvimento
tecnológico.

Pode reparar, no dia a dia, apesar de tomarmos decisões financeiras todos os dias, dificilmente nos sentimos confortáveis para falar sobre
dinheiro e discussões diretas e transparentes sobre ele podem produzir uma tensão social. O dinheiro está associado a diversos tipos de
problemas morais, tornando-se um tabu porque uma de suas funções é traduzir qualidades (visão subjetiva) em quantidades (objetivas).
Falamos apenas do que se é adquirido por ele, mas os sentimentos gerados, o processo de tomada de decisões e os erros cometidos são
pouco discutidos. Nos próximos capítulos deste bloco detalharemos a origem e o papel do dinheiro na sociedade capitalista, bem como o valor
do dinheiro para cada pessoa, a importância da educação financeira e a busca pela liberdade financeira.
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dinheiro como tabu para a sociedade
A maioria de nós considera falar de finanças um tanto quanto chato, complexo e pesado, mas não deveria ser algo mais simples,
visto que lidamos com isso todos os dias? Fizemos um compilado com os principais achados que as 3 pesquisas mostram, revelando a
grande dificuldade que temos para falar do assunto:

● 49% dos entrevistados afirmaram que o dinheiro é o maior estresse em suas vidas e mais de 30% perdem o sono por isso.
● 57% dos entrevistados admitiram fugir do assunto em rodas com amigos e 20% não fala de dinheiro com ninguém.
● Falar sobre dinheiro é mais difícil do que falar sobre sexo, morte, religião e política.
● As brigas por problemas financeiros são a maior causa do divórcio entre casais.
● Quando questionados sobre o que fariam de diferente se pudessem voltar no tempo, a maioria dos entrevistados disse estar
profundamente arrependida de seus comportamentos financeiros durante a juventude, sua incapacidade de economizar e gastar
com sabedoria, mesmo quando comparados com erros em outras áreas da vida, como saúde física ou relacionamentos pessoais.
● O Brasil possui mais de 60 milhões de CPFs negativados e um dos menores índices de letramento financeiro no mundo, sendo que
mais de 65% dos adultos não sabem identificar os conceitos mínimos de inflação e de juros compostos.
● As mulheres são mais propícias a evitar falar sobre dinheiro: 55% contra 45% dos homens.
● 60% dos brasileiros nunca fala quanto ganha.
E ainda tem mais... 
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dinheiro como tabu para a sociedade
● 97% dos brasileiros considera ter dificuldade em lidar com o próprio dinheiro.
● 49% dos brasileiros evita até mesmo pensar em dinheiro para não ficar triste.
● 46% dos brasileiros prefere nem olhar para o próprio dinheiro porque acredita estar fazendo algo errado em termos financeiros.
● 81% dos brasileiros acreditam que a sua situação financeira irá melhorar nos próximos 5 anos. Sem dizer exatamente como ou
porquê
● 93% dos brasileiros afirmam ter passado por alguma situação que mudou sua forma de enxergar a vida. Dessa parcela, 51%
disseram que a situação os levou a modificar sua forma de se relacionar com dinheiro. Os principais motivos foram doença ou
morte na família (20%), um filho (11%), a perda de um emprego (9%), ir morar sozinho (8%) e casamento (8%)
● 83% dos brasileiros dizem conhecer pessoas que ganharam muito dinheiro e perderam seus valores morais e éticos
● 86% dos brasileiros acreditam que o dinheiro pode acabar com amizades, famílias e casamentos e 90% dos brasileiros
entrevistados, é preciso aparentar estar minimamente bem de bolso.
● 62% dos brasileiros acreditam que quem controla demais o dinheiro não aproveita a vida.
● 77% dos brasileiros se sentem no direito de gastar seu dinheiro com as coisas que lhe dão prazer.
● Gerações mais novas tratam finanças de uma maneira mais saudável pois o papel da experiência é fundamental no
desenvolvimento deste tema e elas já crescem em mais contato com a tecnologia e tomada de decisões financeiras.
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O dinheiro como tabu para a sociedade
Viu só? Você não está sozinho nos problemas e dificuldades relacionados ao dinheiro. Pelo contrário, todo mundo já passou por
situações difíceis em tomadas de decisões financeiras e quanto mais conhecimento e experiência temos, melhores são nossas
escolhas, comportamentos e atitudes. Quer conhecer mais? Acesse o site destas 3 mídias e leia as reportagens completas.

• https://forbes.com.br/colunas/2019/08/pesquisa-mostra-que-falar-sobre-dinheiro-e-tabu-nos-circulos-sociais/
• https://valorinveste.globo.com/educacao-financeira/noticia/2020/11/10/brasileiros-ligam-financas-pessoais-a-sentimentos-ruins-e-perpetuam-tabu-sobre-dinheiro.ghtml
• https://www.infomoney.com.br/colunistas/thiago-godoy/por-que-falar-sobre-dinheiro-e-o-maior-tabu-de-todos-e-como-mudar-isso/

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O dinheiro como tabu para a sociedade

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dinheiro
Por que falarcomo tabu parafinanceira?
de inteligência a sociedade

Você já falou
de dinheiro
hoje??

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dinheiro financeira
Inteligência como tabu para a sociedade

Pesquisa marketing Itaú e box 1824

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O dinheiro como tabu para a sociedade
O tabu do povo brasileiro pode ser percebido na forma como sentimos viver constantemente uma tensão entre duas lógicas que
parecem inconciliáveis. De um lado, achamos que precisamos ter uma visão lógica sobre o dinheiro e a forma de fazer gestão, mas por
outro nos percebemos como seres-humanos, com emoções que moldam nossas atitudes e comportamentos, bem como nossa
aprendizagem.

Visão lógica Visão emocional

# Matemática # Íntima
# Linear # Não-linear
# Previsível # Orgânica
# Controlável # Imprevisível
# Racional # Fluída

Economia, finanças e administração não são ciências exatas, são ciências sociais aplicadas, ou seja, são da área de humanas e estão
relacionadas com aspectos psicológicos da mente em contato com fenômenos sociais. É importante entender de matemática para a
realização de alguns cálculos básicos, que podem ser mais simples se bem explicados, mas mais importante é entender os conceitos e
premissas que envolvem o mercado financeiro e os ciclos econômicos para saber qual a melhor decisão para cada momento.

A educação financeira não é algo que se aprende do dia para a noite, devemos encará-lo como um processo de aprendizagem que
requer o acesso ao conhecimento para despertar a consciência financeira e a experiência prática para moldar atitudes e
comportamentos inteligentes e que podem gerar impactos positivos na vida de muitas pessoas. Para isso, precisamos, primeiramente
entender a origem do dinheiro e seu papel ao longo do desenvolvimento socioeconômico.
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O dinheiro como tabu para a sociedade
Mas antes, quer aprofundar mais sobre o tema até aqui? Separamos algumas outras indicações para você ter boas reflexões e outros
pontos de vista, afinal, visões complementares....

Filme: O jogo do dinheiro (1h38m) - 2016 Que tal já separar na agenda um


horário para estas indicações?
Série: A ascensão do dinheiro (6 episódios de 50 min) - 2009
Não deixe para depois, já registre
Podcast: É tabu falar de dinheiro? (18 min) - Papo mix – Faz as contas (2021) sua intenção e se planeje.

Vídeos (youtube)

• Dinheiro no TEDxSãoPaulo (13 min): https://youtu.be/ie34WahTAXc


• Falar sobre dinheiro é tabu? (3 min): https://www.youtube.com/watch?v=vifYjn9t5Gg
• Primo rico explica o que é o dinheiro (7 minutos): https://www.youtube.com/watch?v=j-8h0yAGSe8
• Quem pensa sobre dinheiro é mais chato? (17 min): https://youtu.be/_FJAYxOSJOw
• Dicas financeiras FEBRABAN (7 min): https://www.youtube.com/watch?v=CTkGCZOO-qc

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Sumário
Origem e funções do dinheiro
Antes de começar este capítulo, separamos alguns vídeos bem curtos para explicar a história do dinheiro. Para termos uma vida
próspera e saudável financeiramente, é muito importante que a gente entenda a complexidade que envolve o dinheiro, cujo
significado é maior do que apenas as moedas de metal ou as cédulas de papel-moeda. Atualmente, a maior parte do dinheiro está em
contas de bancos, sem lastros específicos que garantem a tangibilidade do poder de troca. Oi? Lastro? Poder de troca? Como assim?
Dá uma conferida nesses vídeos para entender um pouco mais estes conceitos que vão ser importantes para entender a importância
da educação financeira.

• Dinheiro | Nerdologia (8 min): https://www.youtube.com/watch?v=5vpixQc3b2M

• História das moedas | Nerdologia (11 min): https://www.youtube.com/watch?v=Popa7dOjOMU

• História das moedas do Brasil | Nerdologia (9 min): https://www.youtube.com/watch?v=3PKiaQJdzrM

• A Gente Explica: Valor do Dinheiro (8 min): https://www.youtube.com/watch?v=ZsGOJ9qSoDE

Gostou dos vídeos? Nos envie por e-mail (sof@usp.br) sua reflexão sobre a importância do dinheiro como meio de troca. O que será
considerado dinheiro no futuro? Além das moedas de cada país, quais as próximas novidades? Você já ouviu falar de Criptomoedas?
Compartilhe com a gente suas ideias que vamos adorar saber! Sabemos que é muita informação e parece tudo muito complexo, mas
fique tranquilo, nos próximos capítulos vamos detalhar tudo que você precisa saber para entender esse avanço tecnológico que está
impactando o mercado financeiro. Então vamos continuando, porque o mais importante deste capítulo é entender que o dinheiro é,
na verdade, um sistema de confiança mútua entre toda a sociedade.
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Sumário
Origem e funções do dinheiro
Acredita-se que o dinheiro surgiu na antiga mesopotâmia, antiga região que engloba Irã, Síria e outros países, em meados do terceiro milênio
a.C., ou seja, uns 4.500 anos atrás (e ainda é um tabu nos dias atuais!!) Muitos bens já foram usados como dinheiro, alguns exemplos são:
conchas, sal, couro, gado, e mais recentemente ouro e prata. Dizem que o termo “salário” vem de sal, que era a forma de pagamento vigente
na época. Com o passar do tempo, a utilização de metais preciosos como moeda se tornou algo cultural por serem de fácil transporte e
escassez suficiente, pois imagina se o meio de troca fosse de fácil acesso e qualquer um pudesse ter quanto quisesse? Ninguém vai querer
aceita-lo como moeda, pois não irá refletir a produção de outros bens que exigiram esforço e matéria-prima para sua confecção.

Com o passar dos anos, os comerciantes passaram a trocar títulos de pagamento, ou seja, notas em papel que representavam uma quantia
daquela medida escolhida, como o ouro, e cada produto era referenciado a este padrão. Somente no século XVII, o banco de Estocolmo
lançou o primeiro papel-moeda, ou seja, notas de papel com garantia (lastro) em ouro especificando quantias de valores da moeda sueca.

O maior propósito do dinheiro é precificar a riqueza de uma sociedade e de seus membros, ou seja, tangibilizar em valores monetários os bens
e serviços para que possam ser comercializados no mercado. Assim, a quantidade de dinheiro na economia precisa ser controlada e irá
crescer à medida que a produção de um país também aumente, conforme é explicado no vídeo “Como Funciona a Economia?” (5 min) -
https://www.youtube.com/watch?v=YDF3kNQhfGY. Ou seja, a medida que a produção de bens e serviços cresce a quantidade de dinheiro
também deve crescer. Portanto, a capacidade de produzir de um país está relacionada com o valor de sua moeda. Países que são mais
eficientes tendem a possuir moedas mais valorizadas, isto é, com maior poder de compra.

Como evolução deste sistema de confiança, originou-se o crédito, ou seja, uma forma de antecipar o dinheiro necessário para o momento
presente, devolvendo-o no futuro para seu dono acrescido de um valor adicional, uma espécie de remuneração do devedor para o credor por
ele abrir mão de usar o dinheiro no presente e correr um certo risco de não receber este dinheiro de volta (inadimplência). Os fenícios foram os
primeiros a utilizar o que nós conhecemos hoje como crédito, mas somente no século XIX é que muitos bancos foram criados para financiar o
progresso estimulado pela revolução industrial.

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Sumário
Origem e funções do dinheiro
A trajetória do ser humano social através do tempo é marcada também pelo ganho de complexidade dos sistemas econômicos, que
provocaram a emancipação financeira do indivíduo. Observa-se que, da Idade Média - quando o dinheiro em forma de moeda possui
seus primeiros registros – até a era contemporânea, o estado reduz a sua participação na economia drasticamente, abrindo espaço
para que o setor privado se expandisse. Cabe mencionar que o setor privado, pelo advento da concorrência, possui uma característica
distinta do estado, a pluralidade, que surge como catalisadora de outros processos, como a globalização e a evolução tecnológica, que
contribuem para a criação de sistemas ainda mais complexos.

Para um aprofundamento na história do dinheiro, o capítulo 10, “O cheiro do dinheiro”, do livro “Sapiens – uma breve história da
humanidade”, de Yuval Harari, descreve quais objetos serviram de dinheiro e como ele se estrutura na atual sociedade. Vale a pena
dar uma conferida! Não só neste capítulo, mas o livro todo é muito rico ;)

“Dinheiro não se resume a moedas e cédulas. Dinheiro é qualquer coisa que as pessoas estejam dispostas a usar para representar
sistematicamente o valor de outras coisas com o propósito de trocas bens e serviços [...] A soma de todo o dinheiro do mundo é de
cerca de 60 trilhões de dólares, mas a soma de moedas e células é de menos de 6 trilhões de dólares. Mais de 50 trilhões de dólares
que aparecem em nossas contas, existem apenas em servidores de computadores. [...] O dinheiro é, portanto, um meio universal de
troca que permite que as pessoas convertam quase tudo em praticamente qualquer outra coisa. [...] O dinheiro é o mais universal e
mais eficiente sistema de confiança mútua já inventado. O que criou essa confiança foi uma complexa rede de relações políticas,
sociais e econômicas de longo prazo [...] Esses princípios permitiram que milhões de estranhos cooperassem no comércio e na
indústria de maneira eficaz. Mas tais princípios aparentemente benignos tem um lado obscuro. Quando tudo é conversível, e quando a
confiança se baseia em moedas e conchas de cauri anônimas, corroem-se tradições locais, relações íntimas e valores humanos,
substituindo-os pelas leis frias da oferta e da demanda [...] Impossível compreender a unificação da humanidade como um processo
puramente econômico”.
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Sumário
Origem e funções do dinheiro
Com o efeito combinatório de inovações lideradas pela inteligência artificial, o cenário contemporâneo, iniciado na Revolução Digital, é
uma transição tecnológica que está alterando a forma como se vive, trabalha e aprende no mundo em uma escala fundamentalmente
diferente do que é conhecido e considerado como padrão. Em outras palavras: as coisas estão mudando cada vez mais rápido no
conhecido mundo VUCA (Volátil, incerto, complexo e ambíguo)

Veja um vídeo sobre o mundo


VUCA para saber mais (5 min.)?

https://www.youtube.com/watch
?v=ZuEF76Xs_Mw

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Sumário
Origem e funções do dinheiro
Wikipedia: Ao contrário do que se usava anteriormente, as moedas atuais, chamadas moedas fiduciárias, não têm um
valor correspondente em algum metal precioso [lastro / garantia]. “No período colonial do Brasil, os reis tinham parte [de
suas reservas] em prata, um lastro que garantia que aquele valor em moeda tinha uma parte correspondente em prata. Da
mesma forma, até 1970 o dólar tinha como lastro o ouro; logo, cada dólar representava uma parte do metal precioso, tendo
assim um valor intrínseco. As moedas modernas entrelaçam sua garantia em seus órgãos reguladores, como o Federal
Reserve (FED), o sistema de reserva federal dos Estados Unidos, equivalente ao Banco Central no Brasil. Em ambos os
casos, a moeda está entrelaçada a esses órgãos, que garantem seu valor, com políticas monetárias, taxas de juros e
reservas bancárias”.

Mas, então, na prática o governo pode fabricar dinheiro?


Sim, mas isso não resolve nosso problema, pois o que importa mesmo é a riqueza gerada pelo país e o quanto suas
organizações são eficientes para produzir mais com menores custos.

O dinheiro exerce três funções básicas: (i) meio de troca para pagamentos de serviços e bens, (ii) reserva de valor para
que o poder de compra de quem tem dinheiro não diminua com o tempo e (iii) unidade de conta para medir o preço de
diferentes bens e serviços a uma mesma base comum. Mas o X da questão não está no dinheiro em si, mas no crédito, ou
seja, a antecipação de um pagamento com a promessa de devolver no futuro acrescido de juros, uma forma de compensar
o risco envolvido nesta transação e a desvalorização da moeda.

Emitir dinheiro sem a geração de riqueza correspondente para estimular a economia por meio do crédito, ou seja, uma
riqueza ainda não existente, traz consequências ruins para a sociedade, como veremos no tópico sobre Economia e
Política, ainda neste módulo, mas antes precisamos ir mais fundo e entender o valor do dinheiro para cada um de nós.
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valor do dinheiro para a pessoa
Você já reparou em como o dinheiro possui diferentes significados para cada um?

● Com o trabalho, se junta dinheiro para comprar sua casa, seu celular, suas roupas, suas viagens, isto é, o dinheiro é
um meio para conseguir produtos desejados, não o fim.
● O dinheiro não é garantia de felicidade, mas uma boa gestão do dinheiro permite aproveitar boas oportunidades,
assim como pode propiciar melhor qualidade de vida, o que é subjetivo para cada um de nós. Para uns é segurança,
para outros o conforto ou mais tempo. A mágica do dinheiro é se converter em quase tudo que precisamos.
● Atrelamos conseguir muito dinheiro com "dar certo na vida", mas essa busca por dinheiro como resultado final está
sujeita a diversos fatores e adversidades que não controlamos, como emergências.
● Em geral, quanto mais nos esforçamos para conquistar nossos sonhos, mais damos valores a eles. E você, qual o
seu sonho? Como o dinheiro poderia ajudar a alcançá-lo?
● O vídeo a seguir apresenta algumas dicas do livro “Pai rico, pai pobre” e fala sobre como enxergamos o dinheiro (se é
ativo ou passivo): https://www.youtube.com/watch?v=Mx6EEpsIE5w (9 minutos).

“Se o dinheiro é um meio que se converte em produtos e serviços,


o dinheiro irá refletir os sonhos e escolhas de cada um de nós”.
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importância da educação financeira

Nunca se falou tanto sobre dinheiro, finanças pessoais, endividamento, planejamento financeiro e investimentos como
atualmente. Com a ajuda da internet, conectando qualquer pessoa de qualquer lugar do mundo a outras, diversos
conteúdos são disseminados rapidamente e a educação financeira é um deles. Por isso, não temos como objetivo te
passar todo o conhecimento financeiro, mas, sim, te abrir diversas portas para que você conheça as melhores referências
e conteúdos para desenvolver suas habilidades financeiras. E tem muita coisa boa por aí!

Você já segue o @sof_feausp no Instagram? Se você usa esta rede social, recomendamos que você passe a seguir canais
especializados que tratem do universo financeiro, pois quanto mais contato, maior o aprendizado. Vamos falar mais sobre
este tópico no módulo 2, onde traremos diversas indicações para você acompanhar e ir aprendendo de forma constante.

Para ilustrar a importância da educação financeira, vale a pena ver essa publicação do Instagram da Finclass, que mostra
motivos para repensar gastos e poupança: https://www.instagram.com/p/CScqV_Ilp1C/. Esta já é uma primeira indicação
de um perfil referência para seguir e aprender.

No Brasil, o ano de 2010 marcou o início da Estratégia Nacional de Educação Financeira (ENEF), a qual engloba diversas
instituições com o intuito de compartilhar conhecimentos para crianças, jovens e adultos por todo país, principalmente em
regiões mais vulneráveis. Esta é uma iniciativa que tem aumentado a discussão sobre o tema, principalmente entre jovens
e adolescentes e a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (1996), revisada em 2018, tornou a educação financeira um
conhecimento transversal e uma das metas da disciplina de matemática. Será que agora finalmente nossos jovens vão
aprender na escola esse tema tão relevante para a sociedade?

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importância da educação financeira

Uma das definições acerca da educação financeira mais aceita mundialmente é dada pela OCDE -
Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (2004).

“O processo mediante o qual os indivíduos e as sociedades melhoram a sua compreensão em relação aos
conceitos e produtos financeiros, de maneira que, com informação, formação e orientação, possam
desenvolver os valores e as competências necessários para se tornarem mais conscientes das
oportunidades e riscos neles envolvidos e, então, poderem fazer escolhas bem informadas, saber onde
procurar ajuda e adotar outras ações que melhorem o seu bem-estar. Assim, podem contribuir de modo
mais consistente para a formação de indivíduos e sociedades responsáveis, comprometidos com o futuro”
(OCDE, 2014, pág. 7).

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importância da educação financeira
Educação financeira engloba o aprendizado de comportamentos e valores relacionados ao dinheiro e ferramentas para lidar
com ele. Não inclui somente saber economizar, mas ter consciência das oportunidades e riscos financeiros envolvidos.
Famílias com maior conhecimento e habilidades financeiras sabem administrar bem o orçamento familiar e sofrem menos
preocupações financeiras. A educação financeira inclui conhecimentos sobre ganhar, economizar e investir:

● Ganhar é ter noção de qual é a sua renda, o que você pode comprar ou não com ela e quais são os seus gastos, de modo que você sabe
o quanto pode se endividar ou não.
● Economizar engloba saber os seus gastos, fixos e variáveis, e quais são os prioritários e os secundários. Assim, você sabe onde cortar
despesas consideradas superficiais.
● Investir compreende aplicar o dinheiro economizado com o objetivo de multiplicar o seu patrimônio e garantir que o dinheiro não perca
poder de compra, isto é, renda menos que a inflação.

Um bom exemplo de educação financeira é a Apostila Guiar (PET Adm – FEA/USP), que mostra como construir um
orçamento base familiar: https://drive.google.com/file/d/1ozopKXLV6W0kAXFVUHRHVOYgdovA49q8/view?usp=sharing.

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importância da educação financeira
Olhar acadêmico: Sob o contexto da revolução digital (econômico-tecnológica) observada na sociedade contemporânea,
a educação financeira, de acordo com Bruhn (2013) tem ocupado maior relevância na literatura acadêmica e no âmbito
corporativo. A revolução tecnológica chega ao sistema financeiro e o redesenha por completo, acelerando a troca de
informações e a oferta de serviços no mundo VUCA (acrônimo das palavras em inglês Volatility, Uncertainty, Complexity e
Ambiguity). Marcado por ciclos de inovação e constituído a partir da conexão entre variáveis voláteis, incertas, complexas e
ambíguas, este ambiente desafia as organizações e famílias.

A complexidade econômica construída pela expansão do capitalismo, de acordo com Savoia et al (2007) exige maturidade
financeira de seus agentes para que os mesmos possam tomar decisões adequadas, sobretudo para garantir reservas
para o futuro, uma vez que os países têm diminuído sua participação no sistema previdenciário, transferindo esse papel
para o setor privado. Compreender o impacto do compartilhamento de conhecimento financeiro na sociedade não é trivial,
principalmente em países subdesenvolvidos, onde até mesmo a alfabetização básica ainda é grande empecilho ao
progresso. Contudo, descartar a relevância deste movimento se mostrou um descuido por parte das instituições
educacionais e provoca severo agravamento à desigualdade por gerar vulnerabilidade nos que desconhecem, ou são
pouco familiares, com os princípios financeiros.
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importância da educação financeira

Resgatando Bourdieu (1997), nos grupos em que o capital cultural é menos presente, a informação chega com atraso ou
distorcida pela assimetria natural de informação entre os agentes. Resultado disso é a alienação do indivíduo frente à
situação econômica que o permeia. Participantes ignorantes ajudam a criar um mercado menos eficiente, visto que
consumidores conscientes demandam por produtos adequados a seus objetivos de curto e longo prazo, exigindo que
empresas criem produtos que melhor atendam a essas demandas. Neste cenário composto por influências culturais
múltiplas, é necessário enfoque na educação financeira como forma de estimular sustentavelmente a economia, por meio
do crédito sustentável, hábitos de consumo saudáveis, produtos adequados às necessidades e decisões financeiras
conscientes.

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importância da educação financeira

A alfabetização financeira, conforme Potrich et al (2016), mede o nível de proficiência em relação aos conhecimentos,
atitudes e comportamentos financeiros de um indivíduo. Neste sentido, é importante tanto o entendimento de aspectos
técnicos quanto os comportamentais, isto é, o processo de tomada de decisão. Os altos níveis de globalização, avanços
tecnológicos e desenvolvimento econômico ao redor do mundo têm feito com que produtos e serviços financeiros estejam
amplamente disponíveis para uma grande variedade de consumidores. Para Bruhn et al (2013), esta proliferação de
alternativas financeiras superaram a capacidade de famílias e indivíduos de estarem bem informadas para realizarem
decisões econômicas eficientes e sustentáveis.

Segundo Savoia et al (2007), a partir da década de 1990, três forças exercem forte pressão nas relações socioeconômicas
e políticas a nível mundial, produzindo mudanças fundamentais em tais estruturas. São elas a globalização, o
desenvolvimento tecnológico e as alterações regulatórias e institucionais de caráter neoliberal, ou seja, de livre mercado e
concorrência. Neste sentido, muitos países desenvolvidos reduziram seu escopo de Estado paternalista e diminuíram o
dispêndio com programas de seguridade social, por exemplo, trazendo à tona este paradigma intervencionista.

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importância da educação financeira

Sobre o ganho de complexidade do sistema financeiro, é substancial que seja sublinhado o papel da expansão da
tecnologia neste processo. Reside certa dualidade nesse raciocínio: ao mesmo tempo em que a tecnologia traspõe
barreiras físicas e atinge um número maior de agentes, segundo Capurro (2017), ela também exige que aqueles que a
operam tenham conhecimento para tal. O aporte de serviços dos bancos e agentes financeiros cresceu drasticamente com
a expansão tecnológica, mas o crescimento no acesso não garantiu que os agentes tomassem melhores decisões para
reger seu próprio capital.

De acordo com Savoia et al (2007), os indivíduos devem dominar um conjunto extenso de mecanismos estruturados que
proporcionem uma compreensão lógica da sociedade atual e como interagem as forças que influenciam os cenários e
contextos socioeconômicos. A educação financeira é uma ferramenta pela qual os indivíduos adquirem, em partes, tais
propriedades formais de entendimento, ou seja, os processos de trocas de conhecimento que permitem desenvolver
habilidades nos indivíduos, para que possam ter domínio sobre o assunto e tomar decisões mais embasadas, aprimorando
sua auto gestão financeira a partir de escolhas mais seguras, em termos de conhecimento e assunção de riscos.

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importância da educação financeira
Quer dicas práticas de como colocar em prática? Reunimos 6 ensinamentos do livro "O homem mais rico da
Babilônia“. É uma leitura que vale a pena se aprofundar.

● 1 - Pague-se primeiro: ao receber seu salário, guarde pelo menos 10% dele, como sendo um pagamento feito a si mesmo.
● 2 - Faça com que o dinheiro trabalhe para você: o dinheiro investido pode aumentar sua renda e te trazer benefícios muito
positivos a longo prazo.
● 3 - Proteja seu tesouro contra a perda: é importante saber onde alocar o seu dinheiro, diversificar as aplicações para
colher rentabilidade de diferentes ciclos econômicos e considerar o seu perfil de investidor.
● 4 - Invista o seu dinheiro no que você conhece: conheça onde você está alocando seu dinheiro e conheça quem está te
dando dicas.
● 5 – Não se iluda com ganhos milagrosos e rápidos: não existem atalhos para o sucesso financeiro, é importante criar
bases sólidas para decisões financeiras e focar no longo prazo.
● 6 – Aumente a sua capacidade para ganhar dinheiro: estude, invista em você e em desenvolver novas habilidades.

O Homem Mais Rico da Babilonia - Resumo Arata Academy - https://www.youtube.com/watch?v=BwuRcC7q44A (16 minutos)

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Liberdade Financeira
O principal objetivo da educação financeira é auxiliar na busca individual de cada um pela sua liberdade financeira, pois
acreditamos que esta é a principal ferramenta para você alcançar seus sonhos, seja em termos de recursos financeiros, quanto
em tempo alocado.

Liberdade financeira, para nós, é alcançar um status no qual os seus investimentos geram rendimentos maiores do que seus
custos (renda passiva maior do que os gastos mensais) . Neste sentido, ela é transitória e está intimamente relacionada com o
seu padrão de vida. Quanto mais você gastar para viver, mais dinheiro precisará juntar. É uma relação de aproveitar o presente
com abrir mão para um futuro mais recompensador, pois o dinheiro bem investido traz retornos financeiros elevados.

Falando assim, parece simples esta equação, certo? É só aumentar minhas receitas ao longo do tempo e controlar meus custos,
isso aumentará meu patrimônio, ou seja, minha riqueza. E considerando que vivemos no capitalismo, se eu deixar o dinheiro
investido ou fazer negócios com ele, recebo uma recompensa no futuro, com um certo risco de algo não sair como esperado.
Parece simples, mas além da noção de incerteza, esta equação envolve os seres humanos, e nossa mente não é tão simples
assim, como veremos no próximo tópico.

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Liberdade Financeira
Planejamento financeiro

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Liberdade Financeira
Poupar R$ 12.000 por ano, com rendimento de 6% a.a.)

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Liberdade Financeira

Quantidade de anos para formar patrimônio correspondente a 25 vezes os gastos mensais (rendimento: 6% a.a.)

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Liberdade Financeira

Mas antes, que tal algumas dicas e reflexões de outras referências?


Este momento é importante para você ver diferentes pontos de vista e entender o que é liberdade para você e o que você está disposto a fazer
para alcança-la.

• Filmes: O primeiro milhão (2000), Le capital (2012), à procura da felicidade (2006), A Grande virada (2010), Vivendo com 1 dólar (2013)
• Livros: 4 dimensões de uma vida em equilíbrio (2014) e A árvore do dinheiro (2010) - Jurandir Macedo
• Apostila: Caderno de Educação Financeira: Gestão de Finanças Pessoais - https://drive.google.com/file/d/1WT8ptxmGF3FbKG1Kf4CYgHqC-HncaLIw/view
• Website: Estratégia ENEF - https://www.vidaedinheiro.gov.br/?doing_wp_cron=1628716569.4477319717407226562501

• Conceitos de Educação Financeira (Caixa Econômica): https://www.caixa.gov.br/educacao-financeira/voce/Paginas/default.aspx

• Vídeos (7 minutos cada):


• Dinheiro traz felicidade? | Nerdologia - https://www.youtube.com/watch?v=fD8VPHGVYU8
• Finanças - Valor Temporal do Dinheiro: https://www.youtube.com/watch?v=NHdumSSXSds&list=PLRUMAlwDJNEPoLbF8Xzxjzm_gJZ82pZVU&t=0s
• Papo reto (Pedro Bial) https://www.youtube.com/watch?v=CTkGCZOO-qc

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Economia Comportamental e tomada de decisão

Mais do que os aspectos técnicos das competências financeiras, como o planejamento e orçamento familiar, as habilidades
de entender os ciclos econômicos e investir de forma eficiente ou ate mesmo sobre como se endividar de forma
sustentável, o elemento mais importante é como lidamos com o dinheiro.

É chato e dolorido falar de dinheiro. Isto porque o ser humano tem medo de perder. É normal a todos nós, mas quanto mais
conhecemos os aspectos psicológicos envolvidos, mais clareza temos das situações e conseguimos tomar decisões mais
inteligentes.

Na verdade, a educação financeira é primordialmente sobre aprender a fazer escolhas eficientes!

Então, já vai nossas duas primeira indicação sobre o tema:


• Livro: A psicologia do dinheiro (Dan Ariely e Jeff Kreisler – 2019)
• Vídeo: A psicologia do dinheiro (Morgan Housel) - https://www.youtube.com/watch?v=PHrOeiv5e8E (22 minutos)

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Economia Comportamental e tomada de decisão

O livro “Decisões inteligentes” (2014) explica que um processo de decisão eficaz deve preencher os seis critérios a seguir:

1. Concentrar no que é importante.


2. Ser lógico e coerente.
3. Reconhecer os fatores subjetivos e objetivos, combinando os pensamentos analítico e intuitivo.
4. Exigir apenas a quantidade de informação e a análise necessárias para resolver determinado dilema.
5. Estimular e guiar a obtenção de dados relevantes e opiniões bem informadas.
6. Ser direto, seguro, fácil de usar e flexível.

Quanto mais você utiliza um método e critérios para tomar decisões, mais eficaz será ele.
E quanto mais você pratica, mais fácil fica.

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Economia Comportamental e tomada de decisão
Os oito elementos de uma decisão inteligente:
1. Problema - Trabalhe com o problema certo. A maneira como se formula a questão no começo pode fazer toda a diferença.
2. Objetivos – Defina os objetivos. A decisão é um meio pelo qual se alcança o fim.
3. Alternativas – Crie alternativas com imaginação. Lembre-se: sua decisão jamais vencerá a melhor das alternativas.
4. Consequências – Compreenda as consequências. A avaliação honesta das consequências de cada alternativa ajuda a identificar as decisões que
alcançam melhor seus objetivos – todos os objetivos.
5. Trocas – Confronte os itens de negociação. Na maioria das decisões complexas, não há alternativa perfeita. Opções diferentes atingem constelações
diversas de objetivos. Sua tarefa é escolher de maneira inteligente entre possibilidades imperfeitas. Para isso, é preciso estabelecer prioridades,
enfrenando abertamente a negociação entre objetivos concorrentes.
6. Incertezas – Esclareça suas incertezas. Tomar decisões eficazes exige se enfrente a insegurança, ponderando sobre a probabilidade de resultados
diversos e avaliando os impactos possíveis de cada um.
7. Tolerância a riscos – Analise cuidadosamente sua tolerância a riscos. A consciência de sua disposição de aceitar riscos torna o processo decisório mais
suave e eficaz, ajudando-o a escolher a alternativa que apresenta o nível correto de risco para você.
8. Decisões interligadas – Examine as decisões interligadas. A saída para lidar de maneira eficaz com decisões interligadas é isolar e resolver as questões
de curto prazo, enquanto se coletam as informações necessárias para resolver aquelas que surgirão mais tarde. Ao colocar em sequencia suas ações,
de maneira a explorar inteiramente o que aprende no processo, você tomará o melhor caminho, em meio às incertezas do mundo, para fazer
escolhas inteligentes.
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Economia Comportamental e tomada de decisão

Nas diferentes áreas da sociedade, as escolhas que fazemos alteram o ambiente à nossa volta. Na economia não é
diferente! Quando muitas pessoas acreditam que ações vão cair, elas acabam vendendo suas ações e elas realmente
caem. Esse é um exemplo que ilustra a existência das “profecias” autorrealizadas no campo do comportamento
econômico. O que isso quer dizer? Quer dizer que, muitas vezes, quando parece que alguns economistas literalmente têm
uma bola de cristal e conseguem prever os resultados econômicos, na verdade o que acontece é que eles estão
trabalhando com a Economia Comportamental. Contudo, aí vem a dúvida: o que exatamente é “Economia
Comportamental”?

De acordo com Alain Samson (2015, p. 26), “podemos definir Economia Comportamental (EC) como o estudo das
influências cognitivas, sociais e emocionais observadas sobre o comportamento econômico das pessoas. A EC emprega
principalmente a experimentação para desenvolver teorias sobre a tomada de decisão pelo ser humano [...]. [Além disso],
as implicações da EC são abrangentes e suas ideias vêm sendo aplicadas em várias esferas no setor privado e em
políticas públicas, incluindo finanças, saúde, energia, desenvolvimento, educação e marketing de consumo”.

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Psicologia econômica e Neuroeconomia

A relevância da economia comportamental tem ganhado maior notoriedade desde as últimas décadas, em especial após o
Prêmio Nobel de Daniel Kahneman (2002), Richard Thaler (2017) e até mesmo do trio de pesquisadores Abhijit Banerjee,
Esther Duflo e Michael Kremer (2019), os quais realizaram pesquisas com abordagens experimentais em seus trabalhos no
combate à pobreza. Entender a tomada de decisão em camadas cada vez mais profundas é produto de muitos anos de
experimentos transdisciplinares, envolvendo campos da economia, psicologia e neurociência, imprimindo alta complexidade
para que se possa construir modelos explicativos e preditivos que estejam coerentes com a realidade e traduzam o ser
humano como ele é, não como deveria ser.

Como ponto de partida, Tversky e Kahneman (1979) trouxeram a luz pela teoria da perspectiva, um entendimento de que o
ser humano comum não é avesso ao risco em si, mas à perda. Tal teoria, baseada no modelo do sistema dual do cérebro,
no qual processamos informações de forma diferentes, destaca que o comportamento humano é influenciado por vieses
cognitivos e heurísticas, bem como a importância do contexto e do lado não consciente como influenciadores da tomada de
decisão.

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Psicologia econômica e Neuroeconomia

As estratégias de popularização da educação financeira precisam considerar os diversos aspectos para a construção de
soluções efetivas. Muitos programas abordam apenas aspectos técnicos no compartilhamento de conhecimento, enquanto
que o lado comportamental não é desenvolvido internamente. Isto porque os indivíduos ainda são considerados como
racionais, ou seja, otimizam todas as alternativas possíveis, compreendem todas as suas consequências, possuem
capacidade cognitiva ilimitada, lidam com grande volume de informações, processam problemas complexos e fazem
previsões imparciais.

A este indivíduo racionalmente perfeito, autores da economia comportamental nomearam como ECONS. Tal indivíduo é o
arquétipo dos modelos neoclássicos, os quais apresentam um modelo baseado na racionalidade como ponto de partida, ou
seja, pressupõe que a teoria da utilidade esperada seja o principal norteador dos agentes racionais que buscam maximizar
os resultados em seu próprio benefício.

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Psicologia
Economia econômica e Neuroeconomia
comportamental

COMO EU ACHO QUE É COMO É

economia tradicional economia comportamental


teoria da utilidade esperada diversas teorias

Decisões racionais, consistentes, que A maneira como percebemos os dados


visam a otimização. vai influenciar nossas escolhas e vários
fatores podem nos influenciar.

Racionalidade como ponto de partida Racionalidade limitada

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Psicologia
Economia econômica e Neuroeconomia
comportamental

Como se dá
nossa tomada
de decisão?

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Psicologia econômica e Neuroeconomia

Nem sempre fazemos escolhas consistentes. As nossas decisões dependem, em grande parte, do contexto onde estão
inseridas, das tendências cognitivas e emocionais que existem em cada um de nós e de outros fatores que, ao todo,
resultam em importantes limitações da nossa racionalidade. Entretanto, sempre existe por trás de cada escolha uma
motivação ou razão que conduz a tomada de decisão, mesmo que essa seja prejudicial de alguma forma. Em outras
palavras, as limitações à racionalidade no processo decisório implicam em diversas distorções de percepção, que
acabam resultando em inconsistências nas nossas escolhas. Essas inconsistências, por sua vez, são denominadas
erros sistemáticos, dado o padrão que costumam seguir, podendo, inclusive, serem previsíveis em muitas situações.

Por esses motivos, a área de Psicologia econômica é essencial para entendermos as práticas humanas em economia.
Cada ser é diferente e pensa de forma diferente, e, por isso, apresenta anseios e potencialidades completamente
distintas. Por isso, não existe nada de errado em agir de forma diferente economicamente. Temos que buscar
transformação. É uma terapia. Nossa relação com o dinheiro é mais psicológica do que qualquer outra coisa.

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Psicologia econômica e Neuroeconomia

Nós tomamos decisões todos os dias sobre diversos assuntos. Por sua vez, todas essas decisões têm, no geral, 3
elementos em comum: (1) um problema; (2) alternativas de resposta a esse problema; (3) e a aplicação de mecanismos,
que podem ser conscientes ou inconscientes, que nos possibilitam escolher qual é a melhor alternativa para o problema em
questão. É, assim, a partir desses e outros elementos que a disciplina da neuroeconomia estuda a tomada de decisão e o
cérebro com base em uma combinação de abordagens neurocientíficas, econômicas e psicológicas. Um exemplo
interessante são algumas conclusões das pesquisas da Society for Neuroeconomics, elencadas por Avila e Bianchi (2015):

● “Pessoas sacrificariam mais dinheiro para impedir a dor em outros do que nelas próprias. Aumentar a quantidade de
serotonina no cérebro dos participantes aumentou a aversão ao dano tanto à própria pessoa como a outros, enquanto
aumentar a dopamina reduziu somente a aversão ao dano a outros.”

● “A dor de pagar é uma experiência psicologicamente penosa. Isso foi pesquisado em experimentos que compararam
pagar em dinheiro com a dor física, além de manipulações com priming e placebo. Nessa última, os participantes que
pensavam ter tomado um comprimido para aumentar a dor se dispuseram a pagar mais por um objeto do que os que
receberam um analgésico.”
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Psicologia econômica e Neuroeconomia

● “Operadores do mercado de capitais que recebem uma dose de testosterona (em contraste com placebo) empenham-
se em negociações mais longas e competitivas, levam menos em consideração os valores fundamentais dos ativos
em suas sessões de transação e se consideram mais talentosos (em vez de “sortudos”). No grupo com testosterona
alta, bolhas financeiras formaram-se rapidamente e por fim estouraram.”

● “É possível prever escolhas de consumidores entre dois produtos por meio de um modelo baseado no tempo em que
as pessoas passam olhando (medido por tecnologia de rastreamento do olhar) para um produto, em comparação com
as informações da marca. Esses dados determinam a importância relativa (peso) de preferências subjetivas e de
informações de marcas na escolha do consumidor. Em escolhas binárias, a atenção leva à preferência mais do que a
preferência afeta a atenção.”

Referência:

AVILA, F. e BIANCHI, A. (Orgs.)(2015). Guia de Economia Comportamental e Experimental. São Paulo. EconomiaComportamental.org. Disponível em
www.economiacomportamental.org. Licença: Creative Commons Attribution CC-BY-NC – ND 4.0.

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Psicologia econômica e Neuroeconomia
Mas antes, que tal algumas dicas e reflexões de outras referências?
Sabemos que este assunto é complexo, então separamos conteúdos que vão abrir sua cabeça para este tema.

• Tedtalks – Por que fazemos más escolhas? (30 min.): http://www.ted.com/talks/dan_gilbert_researches_happiness


• Tedtalks – A psicologia do você do futuro (7 min.): http://www.ted.com/talks/dan_gilbert_you_are_always_changing

• Canal (Youtube) - Pílulas de psicologia econômica: https://www.youtube.com/channel/UCE9sl7nYkHXKBlSUpvOujDA

• Videoaula - Ciência da felicidade e bem estar (1 hora): https://up.brightspacestreaming.com/1/Watch/3661.aspx


• Curso online gratuito de Economia comportamental (Universidade de Duke): https://online.duke.edu/course/behavioral-finance-
taxonomy-money-mistakes/

• Curso online gratuito de Introdução à Neuroeconomia: como o cérebro toma decisões (Coursera):
https://www.coursera.org/learn/neuroeconomics

• Podcast: Pobreza não é falta de educação financeira (1 hora): https://www.amuri.com.br/uma-horinha-sobre-grana/uhsg32


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Sistema 1 e Sistema 2

Com o objetivo de facilitar o entendimento da mente humana e sua relação com a tomada de decisão e comportamentos,
no que tange às ferramentas de finanças comportamentais, popularizou-se o conceito da racionalidade dual, termo
cunhado por Daniel Kahneman e Amos Tversky (1979) que diferenciaram em “Sistema 1” e “Sistema 2”, o processo pelo
qual a mente elabora uma resposta para determinada situação. Em outras palavras, buscando esclarecer de forma mais
didática, Thaller e Sunstein (2009) passaram a identificar como “Sistema Automático” e “Sistema Reflexivo”.

Independentemente da nomenclatura dada, os autores consideram que nosso cérebro responde de formas mais rápidas
ou devagares para tomar decisões. Enquanto o sistema 1 é mais rápido e associativo, menos consciente, exige menor
esforço e praticamente não há controle, o sistema 2 é mais devagar, pois processa de forma consciente a partir de regras
e conceitos previamente estipulados, se caracterizando de forma mais dedutiva e controlada.

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Sistema 1 e Sistema 2
Segundo Daniel Kahneman, a maioria das decisões humanas é tomada pelo Sistema 1 de forma rápida. O pensamento do
Sistema 2, por sua vez, acaba sendo um “selo de qualidade” que nos dá os motivos para seguir o julgamento rápido do
Sistema 1. Isso quer dizer que, na verdade, nós pensamos muito menos do que pensamos que pensamos! Achou confuso?
Vamos fazer um exercício rápido então. Diga o seu nome completo de forma bem rápida. E agora faça o mesmo só que de
trás para frente. Da primeira forma, foi automático e fácil → você usou o Sistema 1. Já de trás para frente foi mais difícil →
você teve que chamar o Sistema 2.

Vivemos, assim, num mundo Sistema 1, onde utilizamos de regras simples baseadas em experiência, emoção e
reconhecimento para tomarmos decisões. A experiência nos permite fazer escolhas rápidas e reduzir a quantidade de
opções. Por isso, é ela que impulsiona a heurística de disponibilidade, ou seja, se algo vem facilmente à mente, é uma boa
escolha. Além da experiência, a forma como nos sentimos em relação às nossas escolhas também é de extrema
importância. Essa é a heurística do afeto. Se algo nos faz sentir bem, então é uma boa escolha. Dessa forma, as nossas
emoções têm papel muito importante nas decisões do Sistema 1. O terceiro pilar fundamental do Sistema 1 é o
reconhecimento. Somos muito bons em detectar padrões que nos permitam avançar rapidamente para a tomada de
decisões. Essa é a heurística de fluência, ou seja, se algo é reconhecido de forma rápida e fácil, então é uma boa escolha.
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Sistema 1 e Sistema 2
No que tange aos dois sistemas, tomamos mais de 90% das decisões com base no sistema 1, o qual demanda menor energia. O sistema 2 é
utilizado para resolver questões mais complexas, que exigem maior atenção e isso pode ser percebido ao analisar os indivíduos
fisiologicamente, como por exemplo quando precisamos resolver uma conta matemática complexa: nossas pupilas se dilatam, mais sangue vai
para o cérebro e nossos hormônios também sofrem alterações.

Muitos processos de aprendizagem começam no sistema 2 e depois migram para o sistema 1, como o andar e o dirigir um carro. Quando não
se sabe como realizar a tarefa, recorremos ao sistema 2, ao incorpora-la de forma automática em nossa rotina, passamos a utilizar o sistema
1. Estudiosos em neurociência, como Tieppo (2019) acreditam que o sistema 1 fora formado primeiro, como a capacidade de responder às
intempéries da própria natureza, para que em seguida fosse desenvolvido o sistema 2 com a sua capacidade de abstração, característica da
raça humana.

O Sistema 2 é extremamente superior em cálculos abstratos, sendo, por exemplo, muito melhor para resolver problemas matemáticos ou
calcular riscos. Enquanto o Sistema 1 é a “casa” das heurísticas, sendo, dessa forma, responsável pelos vieses que podemos cometer quando
tomamos decisões. A seguir veremos quais são os principais vieses cognitivos, mas antes, vamos a um primeiro exemplo: o caráter automático
do Sistema 1 se reflete na aversão humana à mudança, assim, a preferência pela permanência das coisas é chamada de “viés do status quo”.

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Sistema 1

• Rápido
• Intuitivo
• Reativo
• Nosso “piloto automático”
• 1+1

Sistema 2

• Devagar
• Analítico
• Ponderador
• Nosso “freio de mão”
• 37×49

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Sistema 1 e Sistema 2

Alguns autores, como Melnikoff e Bargh (2018), criticam a dualidade do sistema 1 e 2, trazendo para a discussão que a
complexidade da mente humana não atua somente em dois formatos, mas sim de uma complexa cadeia de processos
interligados. Apesar deste contraponto, por não apresentarem uma proposta de modelo, ainda é mais fácil evoluir e
popularizar este campo através deste modelo experimental, para que sejam realizadas pesquisas e mapeamentos que
estimulem a superação do que tem se mostrado mais próximo da realidade.

A importância desta diferenciação se faz relevante pois, como abordado por Ariely (2010), a irracionalidade dos indivíduos
pode ser previsível levando em consideração heurística e vieses.

Sugestões de livros:

• Rápido e Devagar (Daniel Kahneman – 2011)


• Uma viagem pelo cérebro - a via rápida para entender a neurociência (Carla Tieppo – 2019)
• Previsivelmente Irracional (Dan Ariely - 2008)
• Positivamente Irracional (Dan Ariely - 2010)
• A mais pura verdade sobre a desonestidade (Dan Ariely - 2012)

Veja no youtube vídeos desses autores, além de reflexões e resumos que ajudam no entendimento ;)
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Vieses cognitivos e heurísticas

Heurística pode ser caracterizada como um procedimento mental simples e de fácil acesso que ajuda os indivíduos a
acharem soluções adequadas diante de uma situação-problema complexa. Isto é, são processos cognitivos empregados
em decisões menos racionais, relacionadas ao sistema 1. Apesar de achar respostas de maneira fácil, ágil e,
aparentemente, satisfatória, sua estratégia de absorção pode ignorar parte da informação e estimular a presença de vieses
cognitivos, atalhos mentais que os levam a cometerem erros sistemáticos. Vieses cognitivos são padrões de distorção de
julgamento que ocorre em situações particulares, levando ao julgamento pouco acurado ou à interpretação ilógica por:

excesso de significado necessidade de memória


informação insuficiente ação rápida limitada

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Vieses cognitivos e heurísticas

● Viés da ancoragem: a exposição prévia a uma informação nos leva a considerá-la na tomada de decisão, independente de sua
relevância para o que é decidido;

● Aversão à perda: viés que nos faz atribuir uma maior importância às perdas do que aos ganhos;

● Efeito de enquadramento: viés que descreve como a tomada de decisão pode ser afetada pela maneira como o problema é
apresentado (enquadrado);

● Falácia do jogador: viés que se origina na nossa falha em compreender a noção da independência estatística, nos fazendo “calcular” a
probabilidade de um acontecimento com base na quantidade de vezes que ele ocorreu;

● Viés da confirmação: descreve a nossa tendência de interpretarmos informações de forma a confirmar nossas próprias convicções →
as nossas crenças e certezas têm um peso maior quando nos confrontamos com aquilo que já sabemos;

● Lacunas de empatia quente-frio: viés que diz respeito ao fato de que nossa capacidade de interpretar os acontecimentos é
profundamente dependente de nosso estado emocional;

● Viés da autoconfiança excessiva: confiança excessiva nos nossos próprios conhecimentos e opiniões, quando superestimamos
nossa contribuição pessoal para a tomada de decisões.

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Vieses cognitivos e heurísticas
Como este assunto é complexo, separamos estes 3 vídeos para você ver agora e ampliar sua visão sobre o tema:

• Viés Cognitivo | Como Seu Cérebro Te Leva a Decisões Erradas

https://www.youtube.com/watch?v=oxIjCo5w4xc (7 minutos)

• Economia Comportamental: Os 12 Vieses Emocionais

https://www.youtube.com/watch?v=kUfGJfl1Lwk (17 minutos)

• Vieses Cognitivos: Evite As Armadilhas Que Nossa Mente "Nos Empurra”.

https://www.youtube.com/watch?v=j7xyVFRs46U (8 minutos)

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Nudges
Os nudges, termo criado por Thaller e Sunstein (2009), são intervenções rápidas, baratas e fácil saída que estimulem o tomador de decisão a
escolher uma determinada alternativa que seria melhor para si mesmo.

De forma mais completa, Hansen (2016) chega a conclusão que o nudge é uma função de qualquer tentativa de influenciar o julgamento, as
escolhas ou o comportamento das pessoas de maneira previsível, o qual é acionado devido aos limites cognitivos, vieses, rotinas e hábitos
dos tomadores de decisões individuais ou sociais, os quais trabalham para que os limites, vieses, rotinas e hábitos sejam parte integral das
tentativas. Assim, um nudge, dentre outros aspectos, trabalha independentemente de proibir ou adicionar opções relevantes de escolha,
mudar os incentivos em termos de tempo, problema, sanções e esforços econômicos, ou a provisão de informação factual e argumentação
racional, visto que os dois últimos tópicos são baseados nos princípios da economia comportamental.

Thaller e Sunstein (2009), explica que, no caso de jovens recém-chegados ao mercado de trabalho, o desenvolvimento de uma estratégia
financeira é fundamental para que se alcance um ciclo virtuoso, desde o início da carreira, em busca de independência econômica com baixo
risco. Inseridos no mercado de trabalho devem saber como controlar receitas e custos de forma sustentável. A construção de uma
maturidade no tema permite a tomada de decisões e aceitação de riscos de forma consciente.

Vídeo: O que são Nudges? (8 minutos) https://www.youtube.com/watch?v=--xapiTBjEc

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Nudges

A arquitetura da escolha, conhecida como nudging, é a organização do contexto no qual nós tomamos decisões. Por sua
vez, os “nudges”, traduzindo seriam cutucões ou empurrõezinhos, são abordagens que preservam a liberdade e se
destinam a nos influenciar em determinadas direções, mas permitindo que nós decidamos no final das contas. Assim, o
objetivo de muitos nudges é tornar a nossa vida mais simples, fácil e segura. Uma lista com exemplos interessantes de
nudges que fazem parte da nossa vida e que se encontram no nosso cotidiano é a lista de 10 nudges de Cass Sustains
(2015). Esses nudges, apesar de se concentrarem em programas de políticas públicas, podem ser aplicados facilmente a
várias esferas da nossa vida, como veremos a seguir:

1) “Regras default → exemplo: inscrição automática em planos de poupança”;

2) “Simplificação → exemplo: descomplicar os formulários de inscrição”;

3) “Normas sociais → exemplo: ressaltar o que faz a maioria das pessoas, como ‘nove entre dez pessoas pagam seus
impostos dentro do prazo’”;

4) “Facilidade e conveniência → exemplo: deixar comidas saudáveis em lugares visíveis e acessíveis”;

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Nudges

5) “Revelação (se as informações foram relativamente simples) → exemplo: revelar o custo total de um cartão de
crédito”;

6) “Alertas → exemplo: texto e imagens eloquentes [chamativas] em maços de cigarro”;

7) “Compromisso prévio → exemplo: compromisso com certas ações futuras, como um programa para deixar de
fumar”;

8) “Lembretes → exemplo: emails e mensagens de texto que lembrem sobre sobre vencimento de contas”;

9) “Intenções de implementação → exemplo: trazer à luz questões sobre comportamento futuro”;

10) “Escolhas passadas (se os indivíduos não têm informações) → exemplo: informar às pessoas a natureza e
consequências de comportamentos passados, como o consumo de energia ou suas contas de eletricidade.
Referência:

SUNSTEIN, C. (2015). Economia Comportamental e Experimental: Teoria e Prática/Parte II. In Avila, F. e Bianchi, A. (Orgs.)(2015). Guia de Economia Comportamental e
Experimental. São Paulo. EconomiaComportamental.org. Disponível em www.economiacomportamental.org. Licença: Creative Commons Attribution CC-BY-NC – ND 4.0.

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O motor
Custo do capitalismo
de oportunidade (Trade off) e Custo-benefício

Em relação a influência do humor e das emoções, segundo Schwarz e Skurnik (2003), os quais podem viabilizar ou coibir a
tomada de decisão. Os sentimentos despertam uma mudança no procedimento de solucionar problemas. Tomar decisões é
um mecanismo que, por vezes, automatizou sistematicamente na nossa rotina. Rotineiramente, tomamos decisões das mais
triviais às mais emblemáticas e complexas: escolher o que comer de almoço, trocar de carro, comprar uma casa, ir ou não à
academia, ter filhos ou não, votar em um candidato, escolher ir a um cinema ou ir à ópera etc.

Enfim, são inúmeros os cenários possíveis em que somos compelidos a tomar uma decisão ou fazer uma escolha. Ao
acordar pela manhã pensamos se vamos tomar café ou chá ou suco, qual roupa vestir para trabalhar qual carreira seguir,
qual planejamento quero construir para minha vida, qual programação de lazer irei fazer no fim semana, escolher, escolher e
escolher... A todo momento estamos realizando escolhas. Qual seria sua escolha?

“Tradeoffs” é um termo em inglês utilizado na economia que é definido como: escolher um objetivo em detrimento do outro, é
uma escolha alinhada com dilemas, ou seja, “Não existe almoço grátis”, a máxima criada pelo escritor de ficção científica
Robert Heinlein, muito bem desenvolvida pelo economista Milton Friedman, ganhador do Nobel de Economia em 1976, ao
referir-se que para obter algo implica em abnegar de outra e que tudo tem algum custo, pelo menos para alguém.

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O motor
Custo do capitalismo
de oportunidade (Trade off) e Custo-benefício

Custo de oportunidade ou “Trade off” é um termo em inglês utilizado na economia que é definido como: escolher um objetivo
em detrimento do outro, é uma escolha alinhada com dilemas. Isto é, se você decide investir em algo, você está abrindo mão
de outra coisa, logo, os benefícios que aquela decisão traria é o custo que se está pagando por não escolhê-la.

Já o custo-benefício é a relação de satisfação que determinado bem, produto ou serviço traz para o consumidor em relação
ao seu custo.

• Negócios financeiros e tecnologia


• Riscos x Retorno
• Contratos e indexadores financeiros
• Produtos financeiros (crédito x investimentos)
• O motor do capitalismo: juros e matemática financeira

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CustoSumário
Mercado Financeiro
de oportunidade (Tradeoff) e Custo-benefício

“Mercado de risco é uma enorme fonte de transferência de riqueza dos apressados para os pacientes.”
(Warren Buffet)

$ $

$ + Rentabilidade $ + Juros
Bancos Tomadores
Investidores .
Sobra de recursos Necessitam de recursos

financeiros

Curto prazo
Produtos de X Produtos de
captação Longo Prazo crédito

Poupança, CDB... Empréstimo pessoal, rotativos,


financiamentos...
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Indexadores

“Se não investir, o poder de compra vai diminuir”

Taxa de correção dos contratos:

• Inflação
• Pré-fixados
• Taxa Selic
• Dólar
• Taxa referencial
• CDI
• Preço das ações (Ibovespa)

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Economia e Política

Não tem como como falar de economia, sem falar de política. E vice-versa.

• Crescimento econômico x riqueza (prosperidade)


• Lei da oferta (vender) e da demanda (comprar) e o impacto nos preços
• Inflação
• Regulação financeira
• Políticas econômicas (fiscal, monetária e cambial)
• Ciclos econômicos (Macro e micro economia)
• Diversificação

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Sumário
Economia e Política

Crescimento econômico: PIB = Consumo +


Investimento +
Gastos do governo +
(Exportação – Importação)

• Política monetária: Taxa de juros, compulsório e negociação de títulos


• Política cambial: Negociação de dólares
• Política Fiscal: impostos

60% do PIB vem do consumo.


Corporativo | Interno

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