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DIREITO

PROCESSUAL
CIVIL I

Melissa de
Freitas Duarte
Comunicação dos
atos processuais
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

 Distinguir citação de intimação.


 Analisar as práticas eletrônicas de atos processuais.
 Explicar a contagem dos prazos a partir da comunicação dos atos
processuais.

Introdução
A Lei nº. 11.419, de 19 de dezembro de 2006, sobre o Diário da Justiça
eletrônico, criou uma modalidade de comunicação eletrônica para a
prática dos atos processuais. Quanto às intimações, estas poderão ser feitas
por meio eletrônico em portal próprio para aqueles que se cadastrarem.
A citação é indispensável para a validade do processo, é o ato pelo qual
se chama a juízo o réu ou o interessado para se defender.
Neste capítulo, você vai ler sobre as espécies de citações — por edital,
correio, entre outras — e de intimações existentes no ordenamento jurí-
dico, bem como seus efeitos e as diferenças entre as duas modalidades.
Vai ler também sobre o ato processual, suas espécies e como são prati-
cados, além da mudança na contagem dos prazos legais com o advento
do Código de Processo Civil (CPC) de 2015 e do processo eletrônico.

Diferenças entre citação e intimação


O ato processual se trata de um ato jurídico praticado por um dos sujeitos da
relação processual e no seu curso. Os atos processuais, portanto, tratam de
condutas praticadas pelos juízes ou por auxiliares da justiça e partes, com
2 Comunicação dos atos processuais

o objetivo de impulsionar e dar andamento ou sequência ao processo, cujo


conjunto desses atos chamamos de procedimento. Os atos se dividem em:

 simples;
 complexos;
 compostos.

Os atos processuais simples são aqueles oriundos da manifestação de vontade de uma


única pessoa ou ainda de um único órgão de forma monocrática ou pelo colegiado de
algum tribunal. Como exemplo, citamos a sentença ou o acórdão. Os atos processuais
complexos são aqueles que ocorrem em série e que estão interligados entre si. Como
exemplo, citamos a ocorrência de sessões em tribunais ou mesmo audiências. Os atos
processuais compostos são aqueles que se originam da manifestação de vontade de
uma única pessoa, dependendo da verificação e da aceitação feita por outro para
ter eficácia.

A citação e a intimação são os meios de se comunicar os atos processuais


praticados às partes envolvidas, dispostas no CPC de 2015 nos arts. 238 e
269. Existem semelhanças entre essas duas maneiras de comunicação dos
atos processuais, mas se diferenciam, em especial, quanto à finalidade ou ao
objetivo de cada uma.
O advento e a entrada em vigor do CPC de 2015 (Lei nº. 13.105, de 16
de março de 2015) trouxeram novidades sobre as formas de comunicação
dos atos processuais destinados aos integrantes de um processo. No antigo
ordenamento processual, a citação, a intimação e as notificações eram as
maneiras previstas de comunicação. No novo ordenamento, estão elencadas
somente a citação e a intimação.
Conforme art. 238 do CPC de 2015: “Art. 238 Citação é o ato pelo qual são
convocados o réu, o executado ou o interessado para integrar a relação proces-
sual” (BRASIL, 2015, documento on-line). A citação do réu, ou requerido, é
um pressuposto indispensável para a validade do processo e acarreta ou resulta
em nulidade caso feita de forma errada ou não executada adequadamente.
Conforme art. 239 do CPC de 2015: “Art. 239 Para a validade do processo
é indispensável a citação do réu ou do executado, ressalvadas as hipóteses
Comunicação dos atos processuais 3

de indeferimento da petição inicial ou de improcedência liminar do pedido”.


(BRASIL, 2015, documento on-line).
Todos os tipos de citação possuem requisitos comuns: onde a citação
real será instruída, ou seja, deve estar acompanhada da petição inicial e será
entregue ao réu. Além da inicial, deve conter também:

 a decisão judicial que a determinou;


 a indicação ao réu do ato que deve ser praticado e seu respectivo prazo;
 as consequências caso se omita.

A falta de qualquer um desses requisitos resulta na nulidade da citação —


lembrando que, se esta atingir o seu objetivo, a citação será considerada eficaz.
As espécies de citação são:

 citação por correio — é a mais eficaz e rápida, porque pode ser feita
em todo o território nacional;
 citação por mandado — é feita por oficial de justiça, que deve localizar
o réu, cientificá-lo e emitir uma certidão das diligências realizadas (se
dá quando o réu reside na comarca ou região metropolitana, ou ainda
em uma contígua, de fácil comunicação, não sendo dessa forma, a
citação será feita mediante carta precatória);
 citação por hora certa — é tida como indireta e ficta, pois é entregue a
alguém conhecido ou próximo ao destinatário, caso este seja procurado
por mais de duas vezes sem êxito;
 citação por edital — também ficta, opera-se com a publicação de edital,
faz presumir que o réu dela tomou conhecimento e é utilizada em casos
excepcionais, quando o réu for incerto, desconhecido ou ainda ignorado
(se for inacessível ou incerta a sua localização, é utilizada também nos
casos expressos em lei).

Os efeitos da citação estão dispostos no art. 240 do CPC de 2015:

Art. 240 A citação válida, ainda quando ordenada por juízo incompetente,
induz litispendência, torna litigiosa a coisa e constitui em mora o devedor,
ressalvado o disposto nos arts. 397 e 398 da Lei nº 10.406, de 10 de janeiro
de 2002 (Código Civil) (BRASIL, 2015, documento on-line).
4 Comunicação dos atos processuais

Já a citação válida interrompe a prescrição. A intimação apresenta duas


finalidades:

 dar conhecimento de atos ou termos do processo;


 chamar a parte a praticar ou abster-se de fazer algo.

A inovação trazida pelo CPC de 2015 estabelece que as intimações sejam feitas, sempre
que possível, por via eletrônica. Não é admitida ou possível por publicação em órgão
oficial, por meio de carta registrada com aviso de recebimento, pessoalmente ou feita
por oficial de justiça.

As formas de intimação são:

 intimação por imprensa — conforme o art. 272 do CPC de 2015:


“Art. 272 Quando não realizadas por meio eletrônico, consideram-se
feitas as intimações pela publicação dos atos no órgão oficial” (BRASIL,
2015, documento on-line). A sua publicação deve conter o nome das
partes e dos respectivos advogados, sob pena de nulidade. Na hipótese de
segredo de justiça, constarão apenas as iniciais das partes. É imperativo
mencionar o ato processual que se quer dar ciência. Quando existir mais
de um advogado da parte, a intimação de um deles somente é válida;
 intimação por correio — é estabelecida no art. 274 do CPC de 2015:
Art. 274 Não dispondo a lei de outro modo, as intimações serão feitas às
partes, aos seus representantes legais, aos advogados e aos demais sujeitos do
processo pelo correio ou, se presentes em cartório, diretamente pelo escrivão
ou chefe de secretaria (BRASIL, 2015, documento on-line);

 intimação por mandado — é aquela realizada quando frustrada a in-


timação por correio;
 intimação por edital — aplica-se quando não for possível localizar o
destinatário, que se encontra em local desconhecido;
 intimação por abertura de vista dos autos — aplica-se, por exemplo, para
o Ministério Público, independentemente de sua posição no processo.
Comunicação dos atos processuais 5

A intimação feita por telefone é inadmissível, pois existem várias decisões considerando
nulas as realizadas nessa modalidade. No entanto, se a intimação atingir a sua finalidade,
não será declarada nula.

A intimação realizada no Processo Judicial Eletrônico/Justiça do Trabalho


(PJe-JT), elaborada pelo servidor, é encaminhada instantânea e diretamente
para o painel do advogado habilitado nos autos. Isso não representa que seja
consumada com o simples acesso do procurador ao PJe. Para que a intimação
seja efetiva e o prazo comece a fluir, é preciso que o procurador acesse a aba
relativa às intimações do painel do advogado/procurador.
Nesse sistema, existe uma tela, que trata dos processos pendentes de ma-
nifestação ou intimações; no momento que é feita a consulta nessa tela pelo
procurador, este está automaticamente intimado.

Conforme a Súmula nº. 310 do Supremo Tribunal Federal (STF):

Quando a intimação tiver lugar na sexta-feira, ou a publicação com efeito


de intimação for feita nesse dia, o prazo judicial terá início na segunda-
-feira imediata, salvo se não houver expediente, caso em que começará
no primeiro dia útil que se seguir (BRASIL, 1963, documento on-line).

No procedimento penal, as duas formas, junto com a notificação, também


são previstas no Código de Processo Penal, no qual a citação representa:
“[...] o ato processual com que se dá conhecimento ao réu da acusação contra
ele intentada a fim de que possa defender-se e vir integrar a relação proces-
sual” (BRASIL, 1941). Nessa hipótese, a citação é direcionada ao denunciado
diretamente, na oportunidade que ingressa a ação penal, e pode ser feita a
qualquer hora e dia.
A intimação no procedimento penal é aquela praticada para dar ciência
ou conhecimento à parte sobre a prática de algum ato, despacho ou sentença,
6 Comunicação dos atos processuais

referindo-se sempre a um ato já praticado. A notificação no procedimento


penal se refere normalmente a lugar, dia e hora de um ato processual a ser
praticado e que deva participar.
Quando se trata de citação de absolutamente incapaz, esta será feita na
pessoa dos seus pais, curadores ou tutores; quando se tratar daqueles relati-
vamente incapazes, é preciso a citação dele e a dos seus representantes legais.

Práticas eletrônicas de atos processuais


O processo eletrônico consiste em um processo judicial sem a utilização de
papel e desenvolve-se pela via digital, residindo nesse fato a diferença do
processo tradicional, em que os atos processuais são feitos em computador
conectado à internet, diretamente aos sítios eletrônicos dos respectivos tri-
bunais. Já o meio eletrônico é toda forma de armazenamento ou tráfego de
arquivos e documentos digitais.
O processo eletrônico, que é digitalizado, desenvolve-se por um sistema
eletrônico de processamento das ações judiciais, operando na rede mundial
de computadores, e tem seu acesso mediante as redes internas e externas.
Segundo o art. 8º da Lei nº. 11.419/2006, parágrafo único: “[...] Todos os atos
processuais eletrônicos para ser considerados válidos, terão que ser assinados
digitalmente” (BRASIL, 2006, documento on-line).
A publicação em Diário de Justiça vem disciplinada no art. 4º, §§ 1º a 5º,
da Lei nº. 11.419/2006. Ela autoriza os tribunais a criarem Diários de Justiça,
disponibilizando-os em um portal próprio, objetivando a publicação dos atos
administrativos e judiciais próprios e ainda para a comunicação de forma
geral. Cabe mencionar que essa forma substitui qualquer outra.
O art. 9º da Lei nº. 11.419/2006 dispõe que todas as citações, intimações
e notificações serão realizadas por meio eletrônico, desde que observados
os seus requisitos. O art. 10 dispõe que a distribuição da petição inicial, a
juntada da contestação, os recursos e outras petições podem ser feitas pelo
advogado, sem a intervenção do cartório ou da secretaria judicial, em que a
autuação das peças se opera automaticamente, tudo mediante protocolo. O
art. 12 da Lei nº. 11.419/2006 determina que os autos do processo eletrônico
devem ser resguardados e protegidos por meio de segurança de acesso, bem
como armazenados em meios que garantam sua integridade.
No que se refere aos atos praticados em audiência, estes são registrados,
digitalizados e transmitidos eletronicamente para o processo virtual. As inti-
Comunicação dos atos processuais 7

mações, as notificações e os despachos são todos feitos eletronicamente. No


entanto, a citação, mesmo com previsão legal autorizando ser feita por meio
eletrônico, na prática é realizada na forma tradicional, segundo as regras
gerais do procedimento; após realizada, é digitalizada e anexada aos autos.
O art. 6º da Lei nº. 11.419/2006 afirma que:

Art. 6º Observando as formas e as cautelas do art. 5º desta Lei, as citações,


inclusive as da Fazenda Pública, excetuadas as dos Direitos Processuais
Criminais e Infracional, poderão ser feitas por meio eletrônico, desde que a
íntegra dos autos seja acessível ao citando (BRASIL, 2006, documento on-line).

Portanto, o ato processual realizado em portal próprio, acessível pelos


cadastrados no sistema, fica dispensado de sua publicação em órgão oficial.
Considera-se feito na data que o citando realizar a consulta ao teor da intimação,
com a certificação nos autos. Quando a consulta é feita em dia não útil, esta
será considerada efetivada no primeiro dia útil subsequente. No entanto, a
consulta deve ser feita em até 10 dias corridos, contando-se da data da remessa
da citação; é considerada realizada após o fim desse prazo.
No processo eletrônico, todas as citações, inclusive as da Fazenda Pública,
serão feitas por meio eletrônico. Isso é possível somente se a íntegra dos autos
estiver disponível para o citando. Na hipótese da citação do demandado, deve-se
possibilitar ao demandado o acesso na íntegra dos autos do processo eletrônico.
Os artigos do CPC de 2015 relacionados ao tema são transcritos a seguir,
para um melhor entendimento e relevância da matéria em estudo:

Art. 213 A prática eletrônica de ato processual pode ocorrer em qualquer


horário até as 24 (vinte e quatro) horas do último dia do prazo.
[...]
Art. 236 Os atos processuais serão cumpridos por ordem judicial.
[...]
§ 3º Admite-se a prática de atos processuais por meio de videoconferência ou
outro recurso tecnológico de transmissão de sons e imagens em tempo real.
[...]
Art. 246 A citação será feita:
[...]
V — por meio eletrônico, conforme regulado em lei.
§ 1º Com exceção das microempresas e das empresas de pequeno porte, as
empresas públicas e privadas são obrigadas a manter cadastro nos sistemas
de processo em autos eletrônicos, para efeito de recebimento de citações e
intimações, as quais serão efetuadas preferencialmente por esse meio.
8 Comunicação dos atos processuais

§ 2º O disposto no § 1º aplica-se à União, aos Estados, ao Distrito Federal,


aos Municípios e às entidades da administração indireta.
[...]
Art. 270 As intimações realizam-se, sempre que possível, por meio eletrônico,
na forma da lei.
[...]
Art. 273 Se inviável a intimação por meio eletrônico e não houver na localidade
publicação em órgão oficial, incumbirá ao escrivão ou chefe de secretaria
intimar de todos os atos do processo os advogados das partes:
[...]
Art. 275 A intimação será feita por oficial de justiça quando frustrada a reali-
zação por meio eletrônico ou pelo correio (BRASIL, 2015, documento on-line).

A consulta em autos digitais deve ser feita em até 10 dias úteis corridos, contados da data
do envio da intimação ao sistema; caso não seja realizada nesse prazo, a intimação será
considerada feita. Além disso, as intimações, mesmo realizadas por meios eletrônicos,
são pessoais, inclusive aquelas relativas à Fazenda Pública.

Marcelo Mesquita Silva (2012, p. 108) diz:

Ao falar em portal próprio, a lei se refere a uma tela específica dentro do


Sistema do Processo Eletrônico em uso (sejam os autos totais ou parcialmente
digitais), onde os atores processuais são intimados. No PJe um advogado ao
se “logar” no sistema, por exemplo, é remetido a uma página inicial, onde
existe a lista de todos os processos com intimações pendentes. No momento
em que resolve abrir uma delas e verificar seu conteúdo, este é automatica-
mente intimado, expedindo o sistema uma certidão eletrônica que passa a se
figurar nos autos.

Conforme art. 5º da Lei nº. 11.419/2006:

Art. 5º [...]
§ 1º Considerar-se-á realizada a intimação no dia em que o intimando efetivar
a consulta eletrônica ao teor da intimação, certificando-se nos autos a sua
realização.
§ 2º Na hipótese do § 1º deste artigo, nos casos em que a consulta se dê em
dia não útil, a intimação será considerada como realizada no primeiro dia
útil seguinte (BRASIL, 2006, documento on-line).
Comunicação dos atos processuais 9

Contagem dos prazos a partir da comunicação


dos atos processuais
Com relação aos prazos, o art. 4º, § 3º, da Lei nº. 11.419/2006 diz que deve
ser considerado como data da publicação o primeiro dia útil seguinte ao da
disponibilização da informação no Diário de Justiça eletrônico (DJe). Por
sua vez, o § 4º cita que os prazos processuais terão início no primeiro dia útil
seguinte ao da disponibilização da informação no DJe.
O CPC de 2015 estabelece que, para a contagem dos prazos estabelecidos em
dias, computar-se-ão somente os dias úteis, ou seja, são excluídos na contagem
os sábados, domingos e feriados. Isso possibilita interpretar que somente aqueles
prazos fixados em dias são contados em dias úteis, enquanto aqueles fixados
em meses ou mesmo anos são computados em dias corridos. Como podemos
observar, o CPC de 2015 traz orientações específicas sobre o procedimento
eletrônico, particularmente quando se trata do prazo no seu início.
Com o advento do CPC de 2015, ocorreu uma padronização nos prazos para
interposição de recursos e resposta, ou seja, 15 dias, contudo, a exceção a essa
regra se refere aos embargos de declaração (cinco dias), que não foi alterado.
No CPC de 2015, a contagem dos prazos em dias úteis se aplica aos prazos
processuais, não contemplando os prazos de natureza material, que continuam
sendo contados em dias corridos (art. 219). Nesse particular, é importante
saber diferenciá-los e identificá-los.
Quando é feita a publicação eletrônica dos atos processuais por meio do
DJe, esta substitui qualquer outro meio de publicação oficial para todos os
efeitos legais, à exceção dos casos que, por expressa determinação legal,
exigem intimação ou vista pessoal.
O CPC de 2015 estabelece um sistema diferenciado, dependendo do ato
processual a ser praticado, em processo eletrônico ou tradicional. Por exemplo,
a juntada de petição ou documentos, no processo físico ou tradicional, é de
cinco dias; já no processo eletrônico ela se opera automaticamente. Outra
diferença peculiar é quando ocorre litisconsórcio, com procuradores distintos.
O prazo, neste caso, é em dobro nos processos físicos, o que não ocorre no
eletrônico. Conforme art. 224 do CPC de 2015:

Art. 224 Salvo disposição em contrário, os prazos serão contados excluindo


o dia do começo e incluindo o dia do vencimento.
§ 1º Os dias do começo e do vencimento do prazo serão protraídos para
o primeiro dia útil seguinte, se coincidirem com dia em que o expediente
forense for encerrado antes ou iniciado depois da hora normal ou houver
indisponibilidade da comunicação eletrônica.
10 Comunicação dos atos processuais

§ 2º Considera-se como data de publicação o primeiro dia útil seguinte ao da


disponibilização da informação no Diário da Justiça eletrônico.
§ 3º A contagem do prazo terá início no primeiro dia útil que seguir ao da
publicação (BRASIL, 2015, documento on-line).

No processo eletrônico, a contagem do prazo considera somente os dias úteis, excluindo


os finais de semana e os feriados.

Quando se trata dos prazos na Justiça do Trabalho, com a introdução do


PJe, a intimação é considerada efetiva quando o procurador acessa a aba que
trata das “Intimações” no “Painel do Advogado”, que indica aquelas existentes
quando devidamente credenciado. As intimações ainda não perpetradas vão
aparecer no agrupador “pendentes de manifestação”. Quando o advogado clica
na opção, configura-se a intimação, iniciando a contagem do prazo estabelecido.
A confirmação do procurador na aba “Intimações” é necessária para o
sistema reconhecê-lo e identificá-lo como intimado, possibilitando, assim, o
início da contagem do prazo, que não ocorre quando simplesmente acessa ao
sistema ou faça o login. Ou seja, segundo o art. 184, § 2º, o prazo determinado
começará a fluir do primeiro dia útil após a consulta.

A Lei nº. 11.419/2006, que trata da informatização do processo judicial, estabelece o


prazo de 10 dias para que as notificações realizadas de forma eletronicamente sejam
lidas. Findo esse prazo, o procurador é presumido intimado pelo sistema, mesmo
que fique inerte. Essa regra se aplica aos processos que tramitam em ambos os graus
de jurisdição.

O termo final do prazo pode ser prorrogado para o primeiro dia útil quando:

 o prazo recair em um feriado ou dia não útil;


 o ato processual tiver de ser praticado por meio de petição eletrônica;
 o sistema se tornar ou estiver indisponível por algum problema técnico.
Comunicação dos atos processuais 11

No caso de problema técnico, o prazo fica automaticamente prorrogado


para o primeiro dia útil seguinte à solução do imprevisto.

BRASIL. Decreto-Lei nº. 3.689, de 3 de outubro de 1941. Código de Processo Penal. Diário
Oficial da União, Brasília, 13 out. 1941, p. 19.699. Disponível em: <http://www.planalto.
gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del3689.htm>. Acesso em: 23 set. 2018.
BRASIL. Lei nº. 11.419, de 19 de dezembro de 2006. Diário Oficial [da] República Federa-
tiva do Brasil, Brasília, DF, 20 dez. 2006. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/_Ato2004-2006/2006/Lei/L11419.htm>. Acesso em: 23 set. 2018.
BRASIL. Lei nº. 13.105, de 16 de março de 2015. Código de Processo Civil. Diário Oficial
[da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 17 mar. 2015. Disponível em: <http://www.
planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm>. Acesso em: 23 set. 2018.
BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Súmula nº. 310. Sessão Plenária de 13 dez. 1963.
Disponível em: <http://www.stf.jus.br/portal/jurisprudencia/listarJurisprudencia.
asp?s1=310.NUME.%20NAO%20S.FLSV.&base=baseSumulas>. Acesso em: 23 set. 2018.
SILVA, M. M. Processo judicial eletrônico nacional: uma visão prática sobre o processo
judicial eletrônico e seu fundamento tecnológico e legal (certificação digital e a Lei
11.419/2006). Campinas: Millennium, 2012.

Leituras recomendadas
BUENO, C. S. Manual de Direito Processual Civil: inteiramente estruturado à luz do novo
CPC, de acordo com a Lei n. 13.256, de 16-3-2015. São Paulo: Saraiva, 2015.
CÂMARA, A. F. O novo processo civil brasileiro. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2018.
GONÇALVES, M. V. R.; LENZA, P. (Coord.). Direito Processual Civil esquematizado. 6. ed.
São Paulo: Saraiva, 2015.
MARINONI, L. G.; ARENHART, S. C.; MITIDIERO, D. F. Novo curso de processo civil. 3. ed.
São Paulo: Revista dos Tribunais, 2017.
WAMBIER, L. R.; TALAMINI, E. Curso avançado de processo civil. 16. ed. São Paulo: Revista
dos Tribunais, 2017.
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da Instituição, você encontra a obra na íntegra.

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