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PRECIOSO

ESPÍRITO SANTO

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Primeira Edição: Dezembro/2016
Segunda Edição: Janeiro/2017

Todos os direitos reservados e protegidos pela lei 9.610, de 19/02/1998. É


expressamente proibida a reprodução total ou parcial deste livro, por
quaisquer meios (eletrônicos, mecânicos, fonográficos, gravação e outros),
sem prévia autorização, por escrito, do autor.

Revisão e diagramação:
Conceição Milagres (31) 3482-6086

Capa:
Pedro Lobo (MV9)

Autor: Hernane Santos


AGRADECIMENTOS

Em primeiro lugar, ao meu Senhor Jesus, fonte de vida e inspiração. Sem


Ele, sempre serei nada.
À minha família,
À minha esposa, Elizandra Santos, por sempre ser essa esposa
maravilhosa, leal e disposta que é,
Aos meus filhos, Gianlucca Santos e Isabel a Santos, meus tesouros.
À minha amada Igreja, Comunidade Preciosa Graça.
Amo todos vocês.
SUMÁRIO

Agradecimentos
Prefácio
Introdução
O Espírito Santo, a primeira pessoa
Como as Escrituras chamam o Espírito Santo?
Símbolos do Espírito Santo
A personalidade do Espírito Santo
Obras do Espírito Santo no Novo Testamento
Os dons do Espírito Santo
Entendendo os dons do Espírito
Poder e Presença
Você está cheio do Espírito Santo?
Blasfêmia contra o Espírito Santo
Porque precisamos do Espírito Santo?
Palavra e oração
PREFÁCIO

Ultimamente, tenho sido incomodado para falar sobre intimidade com o


Espírito Santo. Minha vida e ministério têm sido tremendamente mudados.
Sinto como se estivesse entrando em uma nova aventura. Em nenhum outro
tempo me senti tão animado sobre minha vida com Jesus, minha vida com o
Espírito Santo.
Paulo nos ensina, em 2Co 13.13: “A graça de Jesus, o amor de Deus, e a
comunhão do Espírito Santo, seja com todos”. Interessante que a tradução da
Bíblia (A Mensagem) diz: “A amizade profunda do Espírito Santo, seja com
vocês. Quando Jesus ia subir para o Céu, Ele disse: “É melhor para vocês que
eu vá, porque se eu não for, ele não virá”. Observe que Ele disse: Eu vos
enviarei outro…”.
O termo “Outro” no grego é Allós quer dizer da mesma natureza.
A palavra que Jesus usa em João 14.16 para outro é Allós, que quer dizer,
um outro do mesmo tipo, da mesma natureza. E o propósito é que Ele viria
para ser seu amigo íntimo, falando de uma amizade profunda entre o
Espírito Santo e o cristão.
Apesar de sabermos e conhecermos muito sobre o Espírito Santo, muitas
vezes ignoramos a Sua presença.
É interessante algo que John Bevere diz: “O Espírito Santo é a pessoa mais
ignorada da igreja”.
O Velho Testamento foi a era do Pai, aonde Deus se revelou como Jeová;
nos evangelhos, foi a era do Filho; portanto nós estamos vivendo, hoje, a era
do Espírito Santo.
Pai, Filho e Espírito Santo são um só, no entanto, os três concentram a sua
presença em um só lugar. E onde Deus concentra a sua presença? É em
nosso coração.
Costumo dizer que o segredo para um ministério de sucesso está na
intimidade com o Espírito Santo.
Por isso, gostaria de parabenizar o querido Pastor Hernane Santos, por
esta linda iniciativa de escrever sobre esse tema maravilhoso, entendendo e
sabendo a importância de conhecermos sobre essa pessoa maravilhosa do
Espírito Santo.
Pr. Abe Huber
INTRODUÇÃO

Apesar de ter nascido no evangelho, sempre tive dificuldades para


entender a pessoa do Espírito Santo. Vinha muitas coisas em minha cabeça
de como deveria ser, mas somente hoje percebo que nenhuma delas era a
maneira correta de compreender o Espírito Santo.
Uma coisa é fato, Ele é um ser pessoal, é uma pessoa, é Deus, está aqui
agora e é maravilhoso. E só o fato de compreendê-lo dessa forma, já muda
completamente meu relacionamento com Ele.
Tive meus altos e baixos com o Espírito Santo. Tive momentos de intensa
intimidade com Ele e momentos de muita frieza, mas de uma coisa tenho
certeza, Ele nunca se afastou de mim, sempre me instigou a estar com Ele.
Sempre esteve comigo, até nos meus momentos de baixa espiritual. Em
algumas vezes, quando eu estava sem vontade de orar, de adorar, de buscar a
Deus, lá ouvia sua voz em meu espírito, me chamando. Era nítido como Ele
me chamava e colocava em mim o desejo de orar, a vontade de orar, a
vontade buscá-lo ardentemente.
Recebi o Espírito Santo aos 14 anos de idade. Fui totalmente tomado de
unção e glória, orei em línguas por sete dias sem parar. A partir daquele
momento, senti que as coisas seriam diferentes em mim para o resto de
minha vida.
Não deve ser assim, mas todos temos nossos altos e baixos
espiritualmente e, nesses momentos, o Espírito Santo nunca me deixou para
baixo. Ele sempre me levantou, sempre me manteve aceso, sempre me
convenceu de meus pecados, sempre me colocou fome e desejo pela oração,
sempre me chamou à intimidade. O Espírito Santo sempre me aconselhou
nos momentos mais delicados da minha vida. Ele, de fato, é meu
companheiro, meu amigo, meu ajudador. Ajuda-me em minhas fraquezas,
me dá força contra o pecado, e encontro n’Ele meu refúgio.
Minhas maiores experiências são com o Espírito Santo. Ao falar do
Espírito Santo, as lágrimas rolam, a voz começa a silenciar, perco as palavras
e os argumentos. Realmente, não sei o que dizer d’Ele.
Receio que a Igreja do Senhor, hoje, não o conhece como deveria, e, se
conhece alguma coisa sobre Ele, é de maneira distorcida. Poucos dão o lugar
que Ele merece, outros agem de forma apenas mística, como se Ele fosse
apenas um guru, um guia, porém creio que Ele é mais que isso. Ele é meu
amigo, eu o chamo de meu amigo Espírito Santo. Isso mesmo, pode chamá-
lo agora, pode considerá-lo como amigo. Na realidade, Ele veio para isso,
para ser nosso amigo, para ser nosso companheiro. Devemos dar-lhe lugar,
chamá-lo, adorá-lo. Sim, isso mesmo, adorá-lo, pois Ele é Deus, é Deus em
essência. Ele inspirou as Escrituras, gerou Jesus em Maria, estava no haja da
criação, e encheu todos os apóstolos.
Aos 14 anos de idade, quando tive um encontro pessoal com o Espírito
Santo, fui profundamente marcado. De lá para cá, as coisas nunca mais
foram as mesmas.
Lembro-me que quando eu tinha 9 anos, o Espírito Santo tomou a boca
de meu pai, por volta das três da madrugada, e me disse que sempre estaria
comigo, que jamais iria me abandonar, que no cair e no levantar, Ele jamais
me deixaria, que eu iria para muitas nações, ganharia milhões de almas, e
que, através de mim, muitos milagres iriam acontecer. Tenho viajado ao
redor do mundo, tenho visto milagres, prodígios e maravilhas, tenho visto
pecadores se arrependerem, palavra de conhecimento, salvação de perdidos.
Por onde tenho passado, tenho as marcas do Espírito Santo em meu
ministério. Ele, meu amigo, está sempre ao meu lado, exortando, consolando
e também me ajudando em minhas fraquezas.
Em casa, Ele sempre me chama nas madrugadas, e ali fico com Ele horas e
horas e, quando vejo, o dia já está amanhecendo. Meu filho sempre diz que o
ambiente da casa fica diferente quando o Espírito Santo me chama nas
madrugadas. E o que digo a ele? Nada, só choro, só delicio na sua doce
presença. Em sua presença não dá para conter as lágrimas, não dá para
entrar e simplesmente sair em apenas trinta minutos ou sessenta minutos,
ele vem para ficar muito tempo.
Se você ainda não experimentou ficar horas com o Espírito Santo, faça
isso. Ele virá e você não conseguirá sair de sua presença. É uma delícia ficar
a sós com Ele. Ele está lá, e você, em lágrimas, apenas se deliciando em sua
doce e meiga presença.
Estou completamente empenhado em apresentar meu amigo Espírito
Santo a você, querido leitor. Encontramos, na Bíblia, todos os seus feitos,
todas as suas obras, todas as suas manifestações. Neste livro, escrevo sobre as
funções, missão, papel e propósito do Espírito Santo.
Ele anseia por nós, anseia por ter tempo de qualidade conosco, anseia por
estar conosco. Ele foi enviado para ter esse tipo de relacionamento com cada
cristão.
Insisto com você. Não desista de seu tempo contínuo com Espírito Santo,
não desista da parceria com o Espírito Santo. Insista nisso, lute por isso,
promova esse encontro.
Ainda hoje, diga: “Espírito Santo, marquei um encontro com o Senhor
aqui e agora, e quero ter um tempo de qualidade contigo. Inicialmente, vai
parecer cansativo, pois minha carne não quer isso. Mas vou insistir, vou
estar aqui, falando ao Senhor lindas palavras em oração e adorando-o com
canções de adoração, até meu espírito vencer minha carne, e então teremos
nossa conexão, então estaremos alinhados”.
Ah, querido leitor, quando isso acontecer, quando seu espírito vencer a
arrogância, altivez e indolência da carne, então, Ele virá. Aí você terá outro
problema, as horas vão passar sem que você perceba, e você vai perceber que
Ele ainda estará lá com você, e você terá outras coisas para fazer, terá que
voltar a dormir, para acordar para ir ao trabalho, mas ele ainda estará lá, e
você não conseguirá sair de Sua presença.
Veremos isso mais à frente, mas o segredo é querer, é desejar isso
ardentemente. Querer muito estar com ele, tê-lo, ficar com ele, deve ser um
querer ardente, o que é atrativo para o Espírito Santo.
Comece a tratá-lo de um modo pessoal, com carinho, com delicadeza,
com suavidade, não seja escandaloso com o Espírito Santo, seja suave, seja
dedicado. Ele é silencioso, é quieto, e vem a você com muito cuidado e
suavidade. Trate-o pessoalmente, chame-o, agora, para ser seu melhor
amigo, chame-o, agora, para um relacionamento profundo e profuso. Mostre
a ele sua fome, seu desejo incontrolável para tê-lo.
O propósito desse livro é fazer meu amigo Espírito Santo conhecido. É
fazer seus atributos conhecidos, é mostrar que Ele é um ser pessoal, que Ele
é Deus, que veio para se relacionar conosco. Ele é o relacionamento de Deus
com o homem. Toda parte relacional da Bíblia está ligada intimamente ao
Espírito Santo.
Vamos conhecer todos os seus atributos, desde seu nome até suas obras
no Velho e Novo Testamento. Ele está aí, agora, com você, como está aqui,
agora, comigo, enquanto escrevo este livro. Tenho certeza que você terá, por
diversas vezes, vontade de parar de ler e buscá-lo. Faça isso, pare de ler, ore,
chore, adore, depois volte e continue lendo e, assim, sucessivamente.
Prepare-se para uma viagem empolgante nessas linhas, regada de muito
conhecimento, emoção, lágrimas e convicções. Delicie-se na doce presença
do Espírito Santo.
Portanto, querido leitor, preste atenção nessa direção de como ler esse
livro.
O livro foi escrito sobre duas óticas simples: a teórica e a prática, por
entendermos que é impossível falar do Espírito Santo sem levar o leitor a um
conhecimento pleno d’Ele. Compreendo que muitos têm um conhecimento
raso da pessoa do Espírito Santo, por isso a primeira parte desse livro é
complemente teórica e, nesta parte, iremos navegar no oceano das
Escrituras, para encontrarmos tudo concernente à doutrina do Espírito
Santo. Iremos achar seus nomes, suas obras, suas ações, atividades etc.
Procuramos não deixar nada que, a meu ver, ficaria escondido de seu
entendimento acerca do precioso Espírito Santo nas Escrituras.
Porém também iremos abordar a parte prática do livro, e essa é a parte
mais gostosa, pois iremos aprender muitas coisas, como, comunhão com o
Espírito Santo, dons, fruto do Espírito, o falar em línguas etc.
Portanto passe pela parte um pouco metódica, porém extremamente
necessária do livro, que é a parte teórica, mas de um total entendimento e
conhecimento do Espírito Santo para você, e termine na prática da vivência
com a pessoa do precioso Espírito Santo.
E, de coração, espero que você se delicie em sua presença.
Capítulo Um

O ESPÍRITO SANTO,
A PRIMEIRA PESSOA

Quando olho as Escrituras, vejo que o Espírito Santo, é a primeira pessoa


a aparecer.
“… A terra era sem forma e vazia. A escuridão cobria o mar que envolvia a
terra, e o Espírito de Deus se movia sobre a face das águas.” (Gênesis 1.2)
Portanto alguns podem perguntar: Mas no verso 1 menciona: “No
princípio Deus…”. Sim, porém, vemos isso de uma maneira genérica. O
primeiro nome da divindade encontrado na Bíblia é referente à pessoa do
Espírito Santo. Então, quando diz: “O Espírito do Senhor se movia…”, aí não
estamos sendo genéricos, e, sim, dando uma identidade a Deus, pois a Bíblia
diz que Deus é Espírito, então a menção oficial, sem ser genérica ou abstrata
a Deus está no verso 2, e essa menção é ao seu Espírito, o Espírito Santo.
Portanto, posso afirmar que o Espírito Santo é a primeira pessoa a
aparecer nas Escrituras, a primeira pessoa oficial da divindade a ser
mencionada de uma forma concreta nas Escrituras. Havia trevas, mas ali
estava ele, o Espírito Santo, movendo-se.
Em primeiro lugar, entenda que o Espírito não é uma coisa, uma força,
uma energia, um treco ou seja lá como você chama. Ele é uma pessoa. E
quando falo pessoa, antecipo que não estou falando de ser humano, estou
falando de um ser pessoal, Deus. Sei que muitos, ao lerem isso, irão dizer:
“Eu sei disso”, porém, a maneira como tratamos, como falamos d’Ele, mostra
que apesar de Ele ser uma pessoa, tratam-no como um produto, uma coisa
de Deus, um produto de Deus, e não sendo Deus.
Existe uma grande verdade que precisa ser dita, Jesus veio para o mundo,
para os pecadores. O Espírito Santo veio para a Igreja.
Veja em João 14.17: “O Espírito da verdade, que o mundo não pode receber,
porque não o vê nem o conhece; vós o conheceis, porque Ele vive convosco, e
estará dentro de vós”.
Percebeu o que Jesus disse? Vocês receberão o Espírito Santo, e o mundo
não. Jesus, o Salvador, foi dado ao mundo, aos pecadores, mas o Espírito foi
dado somente para a igreja. Jesus disse: “O mundo não pode receber” . O
Espírito é um presente de Cristo para sua noiva, para sua igreja. Essa pessoa
maravilhosa é para nós. É por isso que em João 16.7 Jesus disse: “Eu vos
asseguro que é para o vosso bem que eu parta. Se eu não for, o advogado não
poderá vir para junto de vós; mas se eu for, eu o enviarei”.
Está claro que o Espírito Santo é enviado da parte de Jesus, aliás, como
iremos ver à frente, em um de seus atributos, está o de ser Espírito de Jesus.
Nessa passagem, Jesus deixa claro a necessidade de cada cristão receber o
Espírito Santo.
Sim, deveria ser técnico neste livro, porém, na maior parte do tempo,
quero ser prático. É óbvio que é impossível não ser teórico no assunto, mas
em resumo, irei abordar mais a parte prática da obra e trabalho do Espírito
Santo.

Seu Nome

O nome é Ruach Ha Quodesh, que quer dizer: Espírito, o Santo. Este


termo está em todo o Velho Testamento.
Ruach é o que nos faz relacionar com Deus, o Ruach de Deus, é o que
convence o homem do pecado, é o que nos faz ter desejo e estarmos
avivados.
Quem é o Espírito Santo?

O que as Escrituras falam que é o Espírito Santo?


No Novo Testamento, vemos todas as declarações de seus atributos e suas
funcionalidades.
A Bíblia mostra que Deus se revelou ao mundo em três formas distintas, e
em três tempos distintos.
Efésios 4.6 diz: “Um só Deus e Pai de todos, que é sobre todos, por meio de
todos e em todos”.
Isso é muito claro, e neste texto vemos os três tempos e as três formas que
Deus se manifestou na história da humanidade.
Primeiro: Deus sobre todos.
Segundo: Deus por meio de todos.
Terceiro: Deus em todos.
Isso está claro? O texto diz que o Deus que é sobre todos, por meio de
todos, e em todos, é o Deus e Pai de todos, que se revelou à humanidade em
três formas. E não é preciso fazer nenhum exercício extra para perceber em
quais tempos cada personalidade atuou.
Hoje, não me resta dúvida que quem está atuando é o Espírito Santo.
Vivemos, hoje, sobre suas obras e seus feitos. Hoje, é o tempo de
entendermos o tempo da habitação. Jesus profetizou esse tempo para a
mulher samaritana: “Chegará o dia em que os verdadeiros adoradores
adorarão ao Pai em Espírito e em Verdade” .
O judeu sempre adorou em verdade. A adoração do judeu, sempre foi
fundamentada na verdade das Escrituras. Eles jamais irão adorar fora das
Escrituras, fora da ortodoxia. No entanto, eles jamais entenderam a relação
de adorar em Espírito. É lógico que Jesus está falando da relação do Espírito
Santo com o adorador. Em Espírito e Verdade fala de ortodoxia e paixão, de
conhecimento e fogo. Costumo dizer que avivamento é a teologia pegando
fogo, é o conhecimento incendiando. Precisamos, sim, de conhecimento
profundo, de ortodoxia, mas ortodoxia morta, mata. Não há nada mais
solene que um velório. O segredo é saber o equilíbrio entre o Espírito e a
Verdade.

Em três tempos, de três formas distintas

Deus é um Deus de siclo, é um Deus geracional e dispensacional. E na


história da humanidade, Ele se manifestou de três formas distintas.
Vejamos esses textos de Efésios 4.5-6 que dizem: “Um só corpo, uma só fé,
um só batismo: Um só Deus e Pai de todos, o qual é sobre todos, por meio de
todos e em todos”.
Se você é perspicaz e sensível, não será difícil compreender.
O texto deixa claro que o Deus Pai é um só, porém se revelou na história
da humanidade de três formas distintas. Observe o texto: “Sobre todos, por
todos, e em todos” . Está claro para você? O mesmo Deus que é um só, que é
Pai, foi sobre todos, por todos e agora é em todos.
Se analisarmos nas Sagradas Escrituras, veremos, na história da
humanidade, essas três fases do Deus único. Houve um tempo que Deus
agia de fora para dentro, depois se fez carne, e passou a sentir as dores do
homem, passou a conviver com o homem, passou a ser por todos. Porém,
Jesus disse, em João 14.16: “E eu pedirei ao Pai, outro…” Percebeu? Outro
tempo, outro momento, outra dispensação. Jesus falou, em João 16.7: “… Se
eu não for, o outro não poderá vir” . Está muito claro para mim que o tempo
da encarnação deveria passar. O tempo em que o Verbo encarnado andaria
entre os homens, como foi profetizado pelas Sagradas Escrituras: “Eis que
chegará o dia em que dirão: o tabernáculo de Deus está entre nós” .
A encarnação é Deus tabernaculando, é Deus agindo em nosso meio, é
Deus caminhando em nosso meio, é Deus por nós. Porém, já aprendemos
da própria boca de Jesus, que, agora, a maneira de adorar nos últimos dias,
seria em espírito e em verdade.
Jeremias disse: “A próxima vez que o templo for construído, será em vossos
corações”. Hoje, não vivemos o tempo de Deus sobre todos, nem de Deus
por meio de todos. Mas vivemos o tempo de Deus em todos. Posso afirmar
que o tempo de atuação, hoje, não é de Deus Pai nem de Deus Filho, o
tempo de atuação, hoje, é de Deus em nós. É tempo de entendermos a
importância da obra e atuação do Espírito Santo em nosso meio, em nossa
geração.
Hoje, estamos vivendo o tempo da habitação de Deus em nós. O mesmo
Deus que criou todas as coisas, que se fez carne, hoje, habita em nós, por
meio do Espírito Santo.
“Porque sois filhos, Deus enviou aos vossos corações o Espírito de seu Filho,
o qual vos faz clamar Aba, Pai.” (Gálatas 4.6).
Entendamos. Hoje, é o tempo do Espírito Santo. Podemos, sim, prestar
adoração a Ele, prestar-lhe tributo, fazer culto a Ele. Ele veio para ser
adorado sim. Alguém pode dizer: “Não, Ele veio para dar testemunho de
Cristo”. Sim, Jesus veio para dar testemunho do Pai, e também é digno de
adoração.
“… Deus lhe deu o nome que está acima de todo nome, para que ao nome
de Jesus, se dobre todo joelho dos que estão nos céus, na terra e debaixo da
terra, e toda língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor para a glória de Deus
Pai.” (Filipenses. 2.9-11)
Olhe o nível de adoração que devemos prestar a Jesus e, ainda assim,
sabemos que Ele veio para testemunhar o Pai. Neste mesmo texto,
aprendemos como adorar a Jesus. Isso se faz para a glória do Pai. Veja o que
o texto diz: “… para a glória de Deus Pai” . Quando dissemos que não se
deve adorar ao Espírito Santo, propomos uma guerra por poder na
divindade, é isso mesmo? Ora, mas Deus não é um só, em essência? Não há
essa guerra na divindade. Não existe essa ideia de importância de Pai, Filho
e Espírito Santo. Quando você adora ao Pai, você adora a Deus, quando
adora ao Filho, adora a Deus, quando adora ao Espírito Santo, adora a Deus.
Esquece isso de uma vez por todas, e deleite-se em Deus Pai, Filho e Espírito
Santo.
Se você, agora, disser: “Espírito Santo, eu te adoro”, você está adorando a
Deus. Se disser: “Senhor Jesus, eu te adoro”, está adorando a Deus. Se disser:
“Pai, eu te adoro”, está adorando a Deus. Pare de filosofar sobre Deus, e passe
a adorá-lo. Adorar a Jesus é para a glória de Deus, adorar ao Espírito Santo
de Deus, é para glória de Deus. Aleluia!

O Espírito Santo não pode ser dado ao mundo

Jesus veio para salvar o mundo, veio para o mundo.


“Porque Deus amou o mundo de tal maneira, que deu seu Filho Unigênito,
para que todo aquele que nele crê, não pereça, mas tenha a vida eterna.” (João
3.16)
Fica evidente que Jesus veio para salvar o mundo, veio para o mundo.
“Ele não veio para condenar o mundo, mas que o mundo fosse salvo por
Ele.” (João 3.17)
O Espírito Santo não pode ser dado para o mundo.
“O Espírito da verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê
nem o conhece, mas vós o conheceis muito bem, porque vive convosco e estará
dentro de vós.” (João 14.17)
Fica claro que Jesus foi dado para o mundo e o Espírito Santo foi dado
para a Igreja. Apesar de o mundo receber suas verdades, como Jesus diz que
Ele é o Espírito da verdade, e ele também diz, que é a Verdade que liberta,
entendemos que é o Espírito Santo que convence e converte o pecador. Veja
que o mundo recebe as verdades do Espírito Santo, mas não pode receber a
pessoa do Espírito Santo. Você não pode chegar em um hospital e dizer:
“Espírito Santo, vem neste lugar”. Você não pode chegar em uma casa onde
Jesus não entrou e dizer: “Espírito Santo, vem neste lugar”. Jesus foi enfático:
“O mundo não pode receber”. Ou seja, a pessoa do Espírito Santo só pode
ser dado para a igreja, a noiva de Cristo. Podemos chegar em uma reunião
de irmãos e dizer: “Espírito Santo, vem neste lugar”, e talvez Ele venha,
porque receber o Espírito Santo é uma experiência subsequente a receber
Cristo. Primeiro o homem recebe Cristo e, consequentemente, está apto a
receber o Espírito Santo.
Jesus é a revelação de Deus ao mundo.
“Em quem temos a redenção pelo sangue, a saber, a redenção dos pecados; o
qual é a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação.”
(Colossenses 1.14-15)
Porém, o Espírito Santo é a revelação de Deus para a igreja.
“Eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, para que fique convosco
para sempre; o Espírito de verdade, que o mundo não pode receber, porque não
vê nem o conhece: mas vós o conheceis, porque vive convosco e estará dentro
de vós.” (João 14.16-17)
Está claro que Jesus veio para o mundo, e o Espírito Santo veio para a
Igreja? O louvor a Cristo é para a glória de Deus, e o louvor ao Espírito
Santo é para a glória de Deus.
“Porque todos os que são guiados pelo Espírito de Deus, esses são filhos de
Deus.” (Romanos 8.14)
Fica evidente que quem não tem o Espírito Santo não pode ser
considerado filho de Deus, e somente o filho de Deus pode receber o
Espírito Santo.
Capítulo Dois

COMO AS ESCRITURAS
CHAMAM O ESPÍRITO
SANTO?

Ele está em toda a Bíblia, Ele é Deus pleno em essência, o Criador, a


Verdade, o que gerou Jesus em Maria, o intercessor.
Como as Sagradas Escrituras chamam o Espírito Santo?

1º - Autor das Escrituras


Em 2 Pedro 1.21 e 2 Timóteo 3.16, lemos que a Bíblia é inspirada,
literalmente “soprada por Deus”, pelo Espírito Santo. O Espírito Santo
moveu os autores de todos os 66 livros para gravar exatamente o que Ele
soprou em seus corações, ouvidos e mentes. Como um navio é movido pelas
águas e soprado pelos ventos em popa, assim os escritores bíblicos foram
movidos pelo impulso do Espírito Santo.

2º - Conselheiro - Ajudador ou Consolador


Em Isaías 11.2, João 14.16 e João 15.26, 16.7, vemos que todas essas três
palavras são traduções do grego, do qual temos o paráclito, um outro nome
para o Espírito Santo.
Quando Jesus foi embora para o céu, os discípulos ficaram muito tristes
por terem perdido a sua presença reconfortante. Entretanto, Ele prometeu
enviar o Espírito Santo para confortar, consolar e orientar aqueles que
pertencem a Cristo. O Espírito Santo também testifica com nosso espírito
que pertencemos a Ele e, assim, garante a nossa salvação, como vemos em
Romanos 5.5: “E a esperança não traz confusão, porquanto o amor de Deus
está derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado”.

3º - Convencedor do pecado
Em João 14.7-11, vemos o Espírito Santo aplicando as verdades na mente
dos homens, a fim de convencê-los por argumentos justos e suficientes de
que são pecadores. Ele faz isso através da convicção em nosso coração de
que somos dignos de estar diante de um Deus completamente Santo, de que
precisamos de Sua justiça e de que a sentença é certa e virá a todos os
homens um dia. Aqueles que negam essas verdades se rebelam contra a
condenação do Espírito Santo.

4º - Selo do povo de Deus


Em 2 Coríntios 1.22, 5.5 e Efésios 1.13, vemos o Espírito Santo sendo o
selo sobre o povo, sua reivindicação sobre nós como pertencendo a Ele.
O dom do Espírito Santo para os crentes é uma entrada da nossa herança
celestial, a qual Cristo nos prometeu e garantiu na cruz. É porque o Espírito
Santo nos selou que temos a certeza da nossa salvação. Ninguém pode
quebrar o selo de Deus que está em nós pelo Espírito Santo.

5º - Guia
Em João 16.13, vemos que da mesma forma que o Espírito Santo guiou os
escritores das Escrituras para registrar a verdade, assim Ele promete guiar os
crentes em toda a verdade, e a compreenderem essa verdade.
A verdade de Deus é loucura para o mundo, porque é discernida
espiritualmente (1 Coríntios 2.14). Aquele que pertence a Cristo tem a
habilitação do Espírito que nos guia em tudo o que precisamos saber a
respeito de assuntos espirituais. Aqueles que não pertencem a Cristo não
têm um intérprete para orientá-los a conhecer e compreender a Palavra de
Deus.
6º - Habitador dos crentes
Em Romanos 8.9-11, Efésios 2.21-22 e 1 Coríntios 6.19, vemos o Espírito
Santo habitando no coração do povo de Deus, e essa habitação é a
característica distintiva da pessoa regenerada. De dentro dos crentes, Ele
dirige, orienta, conforta e nos influencia, bem como produz em nós o fruto
do Espírito (Gálatas 5.22-23). Ele fornece a conexão íntima entre Deus e
Seus filhos. Todos os verdadeiros crentes em Cristo têm o Espírito residindo
em seu coração.

7º - Intercessor
Em Romanos 8.26, vemos que um dos aspectos mais encorajadores e
confortantes do Espírito Santo é o seu ministério de intercessão em nome
daquele em quem Ele habita.
Por muitas vezes, não sabemos o que ou como orar quando nos
aproximamos de Deus, e o Espírito intercede e ora por nós. Ele interpreta os
nossos gemidos, para que, quando estivermos oprimidos e esmagados pelas
provações e preocupações da vida, Ele se aproxime para prestar assistência
assim como nos sustentar diante do trono da graça.

8º - O revelador - Espírito de Verdade.


Em João 14.17 e 16.13 e também em 1 Coríntios 2.12-16, vemos as
promessas, que depois da ressurreição de Jesus, o Espírito Santo viria nos
guiar em toda a verdade. Por causa do Espírito Santo em nosso coração,
somos capazes de compreender a verdade, especialmente em assuntos
espirituais, de uma maneira que os descrentes não podem. De fato, a
verdade que o Espírito Santo nos revela é “loucura” para aqueles que não
podem entendê-la. Entretanto, nós temos a mente de Cristo na pessoa do
Seu Espírito Santo dentro de nós.

9º - Espírito de Vida
Em Romanos 8.2, temos a frase “Espírito de Vida”, e significa que o
Espírito Santo é aquele que produz ou dá sustentação à vida.
Em Gênesis 2.7 lemos assim: “Então o Senhor Deus formou o homem do
pó da terra e soprou em suas narinas o fôlego de vida, e o homem passou a ser
alma vivente”.
O Espírito Santo é aquele que, de fato, formou Adão e soprou o fôlego em
suas narinas. Jó declara isso em Jó 33.4: “O Espírito de Deus me fez; o sopro
do Todo-Poderoso me dá vida”.
Em Salmo 139.13 lemos assim: “Tu criaste o íntimo do meu ser e me teceste
no ventre de minha mãe”.
O Espírito Santo formou tudo o que vemos.
Em Provérbios 26.10 lemos: “O Poderoso, que formou todas as coisas…”

O Espírito Santo não é uma entidade

Em Gálatas 4.6 vemos que recebemos como presente o Espírito do Filho


em nosso coração. E Seu Espírito não é uma força, nem uma entidade, Ele
não é algo místico, Ele é Deus.
A Bíblia relata que Jesus dependia completamente do Espírito Santo.
Vejamos: Jesus foi gerado pelo Espírito Santo (Mateus 1.20; Lucas 1.31-
35). Jesus era conduzido pelo Espírito Santo (Mateus 4.1; Lucas 4.1). Jesus
era capacitado pelo Espírito Santo (Lucas 4.14, 18-19; João 3.34). Jesus era
ensinado pelo Espírito Santo (João 5.19-20,30; 14.10).
Jesus não era guiado, acompanhado, aconselhado por uma entidade. Ele
era guiado, acompanhado, aconselhado por Deus Todo-Poderoso, e o Pai
fazia isso através de seu precioso Espírito Santo.

Nós devemos depender do Espírito Santo

O Espírito Santo não pode ser tratado como um guia no sentido


espiritualista, mas sim no sentido de dependência, ou seja, não fazemos
nada sem sua direção. Não devemos tê-lo como uma entidade santa, assim
como os umbandistas têm seus guias. O Espírito Santo é Deus, sim, Ele é
Deus. Devemos tratá-lo com a importância do mais santo Deus. O Espírito
Santo quer ser nosso amigo, nosso mentor, nosso advogado, nosso
intercessor, apesar de nós limitarmos o Seu nível de influência em nossa
vida. E como fazemos isso? Quando não buscamos um profundo
relacionamento com Ele.
A verdade é que nós, cristãos, não podemos dar um passo sequer sem
antes ouvir o Espírito Santo. Não devemos comprar, vender, nos mudar,
casar, namorar, viajar, realizar antes de ouvirmos o Espírito Santo. E Ele,
como nosso ajudador, irá nos guiar em toda a verdade, irá nos ajudar em
tudo, em todas as áreas de nossa vida.

A personalidade do Espírito Santo

Ele possui uma mente. (Romanos 8.27)


Ele possui uma vontade. (1 Coríntios 12.11)
Ele possui emoções, tais como amor e alegria. Romanos 15.30; Gálatas
5.22)
Ele consola. (Atos 9.31)
Ele fala. (Hebreus 3.7 e 1 Timóteo 4.1)
Ele ensina. (1 Coríntios 2.13)
Ele pode ser entristecido. (Efésios 4.30)
Ele pode ser insultado. (Hebreus 10.29)
Ele pode ser resistido. (Atos 7.51)
Ele pode ouvir mentiras. (Atos 5.1-11)

Esses textos mostram que o Espírito Santo tem seus atributos próprios e
por esses fatos é que devemos tratá-lo sempre como alguém presente. Ele, o
Espírito, com seus atributos, está aqui, ou seja, aí, agora. Enquanto você lê
estas linhas, ele está aí, acompanhando-o.

Os nomes dados ao Espírito Santo, na Bíblia


Espírito Santo - 96 vezes.
Espírito do Senhor - 28 vezes.
Espírito de Deus - 26 vezes.
Espírito Eterno - Hebreus 9.14.
Ajudador, foi quatro vezes dito por Jesus no Evangelho de João.
Consolador - Jo 14.16.
O Santo - Salmo 78.41.
O Senhor - 2 Coríntios 3.17.
Espírito da verdade - 4 vezes (João 16.3)
Espírito de Cristo - Romanos 8.9; 1 Pedro 1.11.
Espírito de Jesus Cristo - Filipenses 1.19.
Espírito de conhecimento - Isaías 11.2.
Espírito de fortaleza - Isaías 11.2.
Espírito de entendimento - Isaías 11.2.
Espírito de sabedoria - Isaías 11.2.
Espírito de temor do Senhor - Isaías 11.2.
Espírito do Pai de vocês - Mateus 10.20.
Espírito da glória - 1 Pedro 4.14.

Atributos do Espírito Santo

• Onipotência. (Gênesis 1.2; Jó 26.13,14; 33.4; Salmo 104.30)


• Onisciência. (Isaías 11.2; 1 Coríntios 2.10,11)
• Onipresença. (Salmo 139.7; 143.10)
• Eternidade. (Lucas 1.35; Mateus 1.18; João 15.26; Romanos 8.11)

A relação do Espírito Santo com o Pai, com o Filho e com o homem

Para melhor compreensão, classifiquei os nomes do Espírito Santo em


quatro grupos:

1 - Com a própria pessoa:


- Espírito Santo: Lucas 3.22; 11.13; Efésios 1.13; 1 Pedro 1.2.
É dado por ser completamente santo e seu caráter ser imutável. E também
é o autor direto da santificação dos homens. Ele é chamado de Santo, porque
sua principal missão é santificar e regenerar a igreja do Senhor Jesus.

- Espírito Eterno: Isaías 35.10; 9.14.


Porque ele é Deus; portanto não tem princípio nem fim de dias.

2 - Com o Pai:
- Espírito de Deus: Gênesis 1.2; João 4.23; 15.26; 1 Coríntios 3.16; 2.14.
Porque é enviado do Pai e do Filho. O Espírito Santo é alguém que
procede da parte de Deus. Ele é Deus dentro de nós.

- Espírito de Jeová: Isaías 11.2; 61.1.


É atribuído àquele por meio de quem os profetas falavam.

- Espírito do Senhor: Isaías 61.1; Lucas 4.18,19.


Este título mostra o Espírito Santo como o agente, por intermédio de
quem é exercida a soberania.

- Espírito do Deus vivo: 2 Coríntios 3.2,3; João 6.63.


Aquele que tem o poder de escrever as leis de Deus sobre as tábuas de
carne dos corações e por meio da palavra. O crente se torna uma carta lida e
vivida.

3 - Com o Filho:

- Espírito de Cristo: Atos 2.36; Romanos 8.9; 1 Coríntios 2.10.


Título designado para aquele que é Senhor e Cristo.

- Espírito de Jesus Cristo: Filipenses 1.19; Atos 16.7.


O termo Espírito de Jesus nos ensina a relação do Espírito Santo para com
o homem Jesus. Essa expressão identifica o Messias Divino como o homem
Jesus.

- Espírito de seu Filho: João 1.12; Romanos 8.16.


O Espírito de seu Filho produz, no coração do que crer, o Espírito de
adoção, dando-lhe a certeza de que somos filhos de Deus.

4 - Com o homem:

- Espírito purificador: Isaías 4.4; Atos 2.4; 4.31; 8.18; 10.44; 11.15.
Purificar é mais que limpar. Assim, o Espírito Santo age na criatura,
convencendo-a a aceitar Jesus como seu salvador. Uma vez limpa pela
lavagem da Palavra de Deus, é purificada pelo Espírito Santo, que é o
purificador do crente. Ele queima, arde com poder no coração e na vida do
crente.

- Espírito da Verdade: João 15.26; 14.17; 16.13; 1 João 4.6; 5.6.


O termo ocorre exatamente por se opor ao espírito do erro, que é
introduzido pelo espírito do anticristo, nos últimos dias. E é o Espírito Santo
que se opõe a esse espírito.

- Espírito Santo da promessa: Atos 2.4; 10;14,46; 19.1; Efésios 1.13.


Este termo refere-se ao cumprimento da promessa do derramamento em
toda carne, a qual é concretizada em todo o que crer.

- Espírito de Vida: Gênesis 7.15,22; Romanos 8.2.


Porque não é apenas vivo, mas também é transmissor (doador da vida).

- Espírito da graça: Hebreus 10.29.


É por meio do Espírito da graça que o crente se torna conhecedor da
graça de Deus, o que dará continuidade à obra da graça invada por Deus na
vida do crente.

- Consolador: João 14.16; 15.26; 16.7.


O vocabulário grego, aqui, foi traduzido por Consolador. É o mesmo que
foi usado em 1 João 2.2 e foi traduzido por advogado, o que significa um que
está ao nosso lado a fim de nos ajudar. Na expressão “outro consolador”,
Cristo estava dizendo para os discípulos, que Ele esteve lado a lado com eles,
mas que o Espírito Santo agora estaria dentro deles.
Capítulo Três

SÍMBOLOS DO
ESPÍRITO SANTO

FOGO: Mateus 3.11; Lucas 3.16; Atos 2.3.


O fogo ilumina, aquece, espalha e queima (Jeremias 20.9). E mais, o fogo
ilustra limpeza, purificação, intrepidez; o zelo que a unção do Espírito de
poder produz na vida do cristão.

VENTO: Ezequiel 37.10; João 3.8; Atos 2.2.


É uma ilustração da operação misteriosa e independente, penetrante e
vivificadora do Espírito Santo, bem como do poder regenerador do mesmo.

ÁGUA: João 4.14; 7.37,39; Êxodo 17.6; Ezequiel 36.25,27; 47.1.


Para a vida física, a água é indispensável. Não existiria vida sem a água.
Ela é alimento, purifica, lava, refresca, sacia a sede; enfim, é de suma
importância para a frutificação e vida dos vegetais, animais, minerais e seres
humanos. O Espírito Santo é comparado à água por sua grande influência
em nossa vida, mas também pela nossa grande necessidade d’Ele.

SELO ou PENHOR: Efésios 1.13,14; 4.30; 1 Timóteo 2.19.


Como selo, é uma demonstração da possessão de Deus no homem. Cristo
nos comprou para Deus e nos selou com o Espírito Santo, o qual é marca
registada (propriedade exclusiva de Deus). Como penhor, Ele é a garantia da
nossa herança, através do novo nascimento (João 3.3,5) que dá ao homem a
certeza salvação.
AZEITE ou ÓLEO: 1 João 2.27; 1 Samuel 10.1.
Um dos símbolos mais conhecidos do Espírito Santo no Velho
Testamento, significando separação (exclusivamente para Deus), bem como,
vida transforma-da. Ainda hoje, é usado para cura, alimentação e alívio.
Igualmente, no sentido espiritual, o Espírito Santo santifica, separa para
Deus, ilumina, orienta, liberta, cura, alimenta e alivia a alma.

POMBA: Mateus 3.16; João 1.32; Gênesis 8.11; Cantares 1.15; 2.14
Agora, veja bem. Ele não é uma pomba, assim como não é os outros
símbolos. A pomba, leia isso, apenas é um símbolo e nada mais. E esse
símbolo é para lembrar o príncipe da paz, título dado ao Senhor Jesus. É
também um símbolo para lembrar a pureza e a simplicidade.

Operações específicas do Espírito Santo

Santificação: Romanos 1.4; 8.2.


Regenerar o pecador: Tito 3.5.
Renovar: Salmo 92.10; 104.30; Tito 3.5b
Habitador do crente: Romanos 8.11; João 14.17; 20.22.
Encher o crente: Lucas 24.49; Atos 2.1,4; Mateus 3.11.
Ensinar: João 14.26.
Lembrar: João 14.26.
Gerar vida: Mateus 1.20.
Enviar: Atos 13.2,4.
Falar: Atos 28.25; Hebreus 3.7.
Convencer: João 16.8.
Revelar: 1 Coríntios 2.10; Efésios 3.5.
Profetizar: Atos 1.16; 13.2; 21.11.
Guiar: Romanos 8.14; João 16.31.
Ele geme: Romanos 8.26.
Ele sente: Romanos 15.30.
Ele sabe: 1 Coríntios 2.10,11.
Ele intercede: Romanos 8.26,27.

O Espírito Santo atuando na Igreja

Como Jesus foi gerado pelo Espírito Santo, todo homem precisa ser
gerado de novo, no Novo Nascimento (João 3.3,6), o qual produz
regeneração mediante a concessão da natureza divina ao homem (2 Pedro
1.3,4). O Espírito é o que traz essa mudança na natureza do homem. E ele é
o responsável por transformar o caráter do homem. A partir daí, ele passa a
habitar (morar) na vida do crente, que se torna casa (templo). A partir do
momento que nasce de novo e mediante a regeneração, o Espírito Santo
permanece no cristão, mesmo esse crente não tendo alcançado a perfeição
ou a maturidade suficiente. De modo que é o Espírito Santo quem
proporciona o crescimento saudável de toda a igreja. É Ele quem gera a vida
espiritual de uma congregação.
Devemos entender que o Espírito Santo, é o pastor da igreja, ele detém o
direito de comandar e cuidar da Noiva de Cristo. O culto, a adoração, a
pregação, tudo deve ser guiado e controlado pelo Espírito Santo.
É o Espírito Santo que nos dá garantias que tanto as ovelhas como a igreja
são propriedades do Senhor, o qual traz todo processo de nova criatura, e
insere agora essa nova criatura na igreja do Senhor.
Essa atuação é muito peculiar, pois as Escrituras nos ensinam: “Porque
todos que são guiados pelo Espírito de Deus, esses são filhos de Deus”
(Romanos 8.14,15),

Batismo no corpo de Cristo

Existe uma grande diferença entre batismo no Espírito e batismo com o


Espírito.
1º - O batismo no Corpo de Cristo (1 Coríntios 12.12,13) tem como agente
o Espírito Santo (Romanos 12.3,8).
O batismo no Corpo de Cristo é uma ação ou atuação do Espírito Santo
no cristão, através da ação do Espírito Santo. O batismo no corpo de Cristo é
o selo da salvação, é automático ao recebimento de Cristo como Senhor e
salvador de sua vida. Ou seja, todo cristão que tem Jesus tem o Espírito
Santo. Mesmo que o cristão ainda não tenha manifestado nenhum dom, ou
sequer esteja orando em outras línguas, ele já tem o Espírito Santo. Você não
precisa orar em línguas para ser salvo, você precisa da regeneração do
Espírito Santo para ser salvo, você precisa do batismo no corpo de Cristo
para ser salvo. E esse batismo é um batismo automático na conversão.

2º - Já no batismo com o Espírito Santo, o agente é o Senhor Jesus Cristo. O


batismo com o Espírito Santo é a capacitação, é o derramar dos dons do
Espírito em cada cristão para edificar a igreja e ir por todo o mundo pregar
o evangelho.
Portanto, devemos separar o selo da promessa do selo da salvação. Essa é
uma experiência subsequente à salvação.
Veja bem. Sei que muitos movimentos pentecostais ensinam uma espécie
de segunda bênção, ou seja, você recebe Jesus, mas precisa ter os dons do
Espírito Santo para ser salvo. Nós não cremos assim. Cremos que a salvação
está ligada completamente à graça de Deus em Jesus, e não precisa de dons,
ou falar em línguas para ser salvo. Cremos que todo cristão está salvo a
partir do momento que tem pleno entendimento do senhorio de Jesus
Cristo. A partir daí, tem sua natureza completamente mudada, e é
regenerado, nasceu de novo, e está salvo. Agora, o próximo passo desse
crente salvo é se tornar um discípulo de Jesus, é se tornar uma fiel
testemunha d’Ele. E esses dons, são derramados sobre o discípulo obediente,
que agora quer ser obreiro da grande obra do Senhor. Então, sobre ele será
derramada uma capacitação do Espírito Santo, para que, com excelência, ele
possa exercer o ministério que o Espírito Santo lhe confiou nesse processo
de ser sua testemunha e discípulo.
Capítulo Quatro

A PERSONALIDADE DO
ESPÍRITO SANTO

É importante ressaltar que o Espírito Santo não é uma força impessoal,


uma energia apenas. O Espírito Santo é uma pessoa que possui todas as
qualidades inerentes à personalidade.
O pronome pessoal masculino empregado para o Espírito Santo denota
que Ele é uma pessoa. Não obstante a palavra grega pneuma (espírito) ser
neutra, Jesus a empregou em João 16.13,14, acompanhada de um pronome
masculino, quando poderia ter usado um pronome neutro.
Quando falamos na personalidade do Espírito Santo, dizemos que Ele
desempenha as mesmas funções de um indivíduo. Possui intelecto, emoção
e vontade, e isto, por si, só já é suficiente para tratá-lo como uma pessoa.

Vejamos os atributos pessoais do Espírito Santo no Velho Testamento:

Apesar da ação do Espírito Santo ser comparada e plena no Novo


Testamento, isso não quer dizer que Ele não agiu no Velho Testamento.
Em Gênesis 6.3 está escrito: “Então disse o Senhor: Não contenderá o meu
Espírito para sempre com o homem; porque ele também é carne; porém os seus
dias serão cento e vinte anos”.
Mesmo após ter pecado e perdido a comunhão com o Criador,
encontramos, nesta passagem, o Espírito Santo interagindo na vida do ser
humano.
As Escrituras denominam Abraão como profeta em Gênesis 20.7. Os
profetas do Antigo Testamento eram porta-vozes de Deus e responsáveis por
entregar a mensagem profética e, para tanto, tinham de ser homens dotados
de grande espiritualidade e dons. Portanto, observamos todos esses fatores
proféticos, que são completamente ligados ao Espírito Santo. Sim, é o
Espírito Santo o Espírito da profecia. O mesmo pode ser dito de Moisés
(Deuteronômio 18.15) e de tantos outros.
Sendo assim, recordamos o que Pedro escreveu em sua segunda carta:
“Porque a profecia nunca foi produzida por vontade de homem algum, mas os
homens santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo” (2 Pedro 1.21).
Ou seja, todos os homens no Velho Testamento, que falaram em nome de
Deus, estavam falando pelo Espírito da profecia, que é o Espírito Santo.
Todos eles tinham dons do Espírito Santo, que é comum a todo cristão em
nossos dias.
Um outro exemplo que pode amparar nosso entendimento é o patriarca
José, pois a Bíblia relata que Faraó ficou tão impressionado com a
interpretação que José deu ao seu sonho que exclamou: “Acharíamos um
homem como este em quem haja o Espírito de Deus?” (Gênesis 41.38).
José era um moço cheio do Espírito Santo, que tinha um dom evidente do
Espírito Santo, que é o da interpretação de sonhos.
Foi o Espírito Santo que ensinou Bazalel e Aoliabe sobre como
procederem diante da tarefa de trabalhar com habilidade artística na
construção do tabernáculo no deserto. Depois de terem aprendido com o
próprio Espírito Santo, passaram a ensinar também aos demais.
Veja: “Eis que eu tenho chamado por nome a Bazalel, filho de Uri, filho de
Hur, da tribo de Judá e o enchi do Espírito de Deus, de sabedoria, e de
entendimento, e de ciência, em todo o lavor, para elaborar projetos, e trabalhar
em ouro, em prata, e em cobre, e em lapidar pedras para engastar, e em
entalhes de madeira, para trabalhar em todo o lavor. E eis que eu tenho posto
com ele a Aoliabe, o filho de Aisamaque, da tribo de Dã, e tenho dado
sabedoria ao coração de todos aqueles que são hábeis, para que façam tudo o
que te tenho ordenado” (Êxodo 31.2,6).
Foi o Espírito Santo que proporcionou sabedoria a Josué: “E Josué, filho de
Num, foi cheio do espírito de sabedoria” (Deuteronômio 34.9).
No período teocrático, vemos o Espírito Santo agindo com poder, dando
vitória ao povo de Deus contra seus inimigos. E também era o Espírito que
dava sabedoria aos juízes: “E veio sobre ele o Espírito do Senhor, e julgou a
Israel” (Juízes 3.10).
Davi, logo após pecar contra Deus, faz uma declaração, mostrando-nos
que o Espírito Santo já tarbernaculava dentro dele: “Não me lances fora da
tua presença, e não retires de mim o teu Espírito Santo” (Salmo 51.11).
O texto de Hebreus 1.2 nos mostra que Deus falou, no passado, com seu
povo por instrumentalidade dos profetas: “Havendo Deus falado
antigamente muitas vezes, e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, a nós
falou-nos nestes últimos dias pelo Filho”.
Ao observarmos o relacionamento de Deus com os profetas, iremos
perceber algo no texto de Isaías 5.9 que diz: “A meus ouvidos disse o Senhor
dos Exércitos”.
De Jeremias 1.1,2: “Palavras de Jeremias (…) ao qual veio a palavra do
Senhor”.
De Ezequiel 1.3: “Veio expressamente a palavra do Senhor a Ezequiel”.
De Daniel 2.19: “Então foi revelado o mistério a Daniel numa visão de
noite”.
De Oséias 1.1,2: “Palavra do Senhor, que foi dirigida a Oséias (…) O
princípio da palavra do Senhor por meio de Oséias”.
Em uma leitura superficial, não percebemos a atividade do Espírito Santo
no Velho Testamento, mas vejamos com frequência a ação do Espírito Santo
entre os profetas do Antigo Testamento. Perceba que repete, com frequência,
a expressão “veio a Palavra do Senhor”, portanto no Novo Testamento nos
diz que “a profecia nunca foi produzida por vontade de homem algum, mas os
homens de Deus, falaram inspirados pelo Espírito Santo” (2 Pedro 1.21).
O profeta Isaías relata que o povo de Israel, em sua desobediência, tinha
entristecido o Espírito Santo.
Poderia uma força impessoal ou uma energia se entristecer? Isto não é
uma característica de pessoa?
“Em toda a angústia deles ele foi angustiado, e o anjo da sua presença os
salvou; pelo seu amor, e pela sua compaixão ele os remiu; e os tomou, e os
conduziu todos os dias da antiguidade. Mas eles foram rebeldes, e
entristeceram o seu Espírito Santo; por isso lhes tornou em inimigo, e ele
mesmo planejou contra eles.” (Isaías 63.6,10)

A deidade do Espírito Santo

O Espírito Santo está em plena atividade em muitas passagens bíblicas,


não é tomado de um fato isolado, como, por exemplo, acontece com os
anjos. Com isso, quero dizer que, por mais que, aparentemente, no Antigo
Testamento, Ele (Espírito Santo) participe da história esporadicamente,
podemos vê-lo agindo todas as vezes que Deus age, o que nos mostra que o
Espírito Santo é Deus. Na obra da redenção, na vida do pecador, o Espírito
Santo participa essencialmente.
O Espírito Santo possui todos os atributos da divindade e exerce
prerrogativas divinas.
Vejamos:

1ª - Sua presença é a presença de Deus.


“Para onde me irei do teu Espírito, ou para onde fugirei da tua presença? Se
eu subir ao céu, lá tu estás; se fizer no inferno a minha cama, eis que tu ali
estás também. Se tomar as asas da alva, se habitar nas extremidades do mar,
até ali tua mão me guiará e a tua destra me susterá.” (Salmo 139.7,10)
O salmista busca encontrar um lugar onde o Espírito de Deus não
estivesse, o que fica evidente, no texto, ser impossível.

2a - Na obra da criação.
Na criação, o Espírito Santo se movia sobre a face das águas. Ele pode ser
chamado de o Espírito do Criador: “E a terra era sem forma e vazia; e havia
trevas sobre a face do abismo; e o Espírito de Deus se movia sobre a face das
águas” (Gênesis 1.2).

3a - Na criação do homem
Não nos resta dúvidas, que para ser um cristão autêntico, tem de servir e
adorar um único Deus.
“Ouve, Israel, o Senhor nosso Deus é único Deus.” (Deuteronômio 6.4)
Esse Deus único, no entanto, tem três personalidades distintas, por isso
entendemos que o Espírito Santo foi o sopro de Deus nas narinas do homem
no exato dia e momento de sua criação.

4a - Na visão de Isaías
No livro do profeta Isaías 6.8,10 está escrito: “Depois disto ouvi a voz do
Senhor, que dizia: A quem enviarei, e a quem há de ir por nós? Então disse eu:
Eis me aqui, envia-me a mim. Então disse ele: Vai, e dize a este povo: Ouvis,
de fato, e não entendeis, e vedes, em verdade, mas não percebeis. Engorda o
coração deste povo, e faze-lhe pesados os ouvidos, e fecha-lhe os olhos; para
que ele não veja com os seus olhos, e não ouça com os seus ouvidos, nem
entenda com o seu coração, nem se converta e seja sarado”.
No texto de Isaías, a Bíblia afirma que foi Jeová quem disse, mas em Atos,
Paulo afirma, transcrevendo o mesmo texto, que foi o Espírito Santo.
Confira: “Bem falou o Espírito Santo a nossos pais pelo Profeta Isaías,
dizendo: Vai a este povo, e dize: de ouvido ouvireis, e de maneira nenhuma
entendereis; e, vendo vereis, e de maneira nenhuma percebereis. Porquanto o
coração deste povo está endurecido, e com os ouvidos ouviram pesadamente, e
fecharam os olhos, para que nunca com os olhos vejam, nem com os ouvidos
ouçam, nem do coração entendam, e se convertam, e eu os cure” (Atos
28.25,27).

5ª - No acordo da nova aliança


Jeremias 31.31 afirma: “Eis que vêm dias, diz o Senhor, em que farei uma
aliança nova com a casa de Israel e com a casa de Judá”.
O autor de Hebreus cita este mesmo texto aplicando-o como palavras
declaradas pelo Espírito Santo: “E também o Espírito Santo no-lo testifica,
porque depois de haver dito: Esta é aliança que farei com eles depois daqueles
dias, diz o Senhor: Porei as minhas leis em seus corações, e as escreverei em
seus entendimentos…” (Hebreus 10.15,16).
Percebemos, com isso, que todo relacionamento de Deus com os profetas
do Velho Testamento e com a igreja no Novo Testamento é atribuído ao
Espírito Santo. E por quê? Porque Ele é a parte relacional de Deus, é através
do Espírito Santo que o Deus único se relaciona com sua igreja e com os
profetas no Velho Testamento.

6ª - Na transmissão de poder sobrenatural a Josué


“Então disse o Senhor a Moisés: Toma a Josué, filho de Num, homem em
que quem há o Espírito, e impõe a tua mão sobre ele.” (Números 27.18)
O Espírito Santo, neste caso, estava capacitando Josué com sabedoria para
a liderança, mormente por se tratar de substituir Moisés, que era um
homem extremamente respeitado e capacitado, e isso se dava pelo fato de ele
ter muita experiência e intimidade com Deus.

7a - Na transmissão de poder sobrenatural no período teocrático


O Espírito Santo concedia habilidade aos juízes, revestindo-os de poder,
fortalecendo-os para a guerra, livrando, assim, o povo hebreu das mãos dos
inimigos.
Alguns exemplos da concessão desse poder:
A Gideão:
“Então o Espírito do Senhor revestiu a Gideão, o qual tocou buzina, e os
abiezritas se ajuntaram após ele.” (Juízes 6.34)

A Jeé:
“Então o Espírito do Senhor veio sobre Jeé, e atravessou ele por Gileade e
Manassés, passando por Mizpá de Gileade, e de Mizpá de Gileade passou até
aos filhos de Amom.” (Juízes 11.29)

A Sansão:
“Então o Espírito do Senhor se apossou dele tão poderosamente que
despedaçou o leão, como quem despedaça um cabrito, sem ter nada na sua
mão; porém nem a seu pai nem a sua mãe deu a saber o que tinha feito.”
(Juízes 14.6)

8ª - Transmitindo poder aos reis no início do governo monocrático


Os reis de Israel também necessitavam de habilidades no desempenho de
suas tarefas. Essa habilitação daria, ao rei, capacidade para conduzir o povo
hebreu rumo à vitória e ao procedimento conveniente na resolução dos
problemas da nação. A Bíblia afirma que o Espírito Santo veio sobre:

Saul:
“Então o Espírito do Senhor se apoderou de Saul, ouvindo estas palavras; e
acendeu-se em grande maneira a sua ira.” (1 Samuel 11.6)
O desafio que Naás (amonita) impôs ao povo hebreu só poderia ser
confrontado por uma pessoa que estivesse cheia de autoridade e poder, no
caso em questão, o poder do Espírito Santo, por meio do qual Deus deu a
vida a Saul.

Davi:
“Então Samuel tomou o chifre do azeite, e ungiu-o no meio de seus irmãos;
e desde aquele dia em diante o Espírito do Senhor se apoderou de Davi; então
Samuel se levantou, e voltou a Ramá.” (1 Samuel 16.13)
A unção de Davi como rei foi acompanhada pela unção e poder do
Espírito Santo. Ao pecar, Davi orou a Deus, suplicando: “Não me lances fora
da sua presença, e não retires de mim o teu Espírito Santo” (Salmo 51.11).

9a - Na mensagem dos profetas


Para que o declínio espiritual não ficasse mais evidente do que já era, era
necessário que os profetas estivessem oficiando seus dons e profetizando
aquilo que Deus exigia e precisava de seu povo, o que não era mais que a
obediência irrestrita. Podemos constatar que alguns profetas são
desconhecidos para nós, no entanto, muitos outros até poderíamos dizer que
se tornaram famosos, pela maneira como o Espírito Santo os usava.

Azarias:
“Então veio o Espírito de Deus sobre Azarias, filho de Odete.” (2 Crônicas
15.1)
Este profeta transmitiu uma mensagem de encorajamento ao rei Asa, para
que este combatesse a idolatria.

Jaaziel:
“Então veio o Espírito do Senhor, no meio da congregação, sobre Jaaziel,
filho de Zacarias, filho de Benaia, filho de Jeiel, filho de Matanias, levita, dos
filhos de Asafe.” (2 Crônicas 20.14)

Ezequiel:
“Então entrou em mim o Espírito, quando ele falava comigo, e me pôs em
pé, e ouvi o que me falava.” (Ezequiel 2.2)

Joel:
“E há de ser que, depois derramarei o meu Espírito sobre toda a carne e
vossos filhos e vossas filhas profetizarão, os vossos velhos terão sonhos, e vossos
jovens terão visões. E também sobre os servos e sobre as servas naqueles dias
derramarei do meu Espírito.” (Joel 2.28,29)
O profeta Joel é intitulado por alguns como o profeta do pentecostes.

Zacarias:
“Não por força nem por violência, mas pelo meu Espírito, diz o Senhor dos
Exércitos” (Zacarias 4.6)

José:
Ao interpretar o sonho de Faraó e sugerir-lhe o que fazer, Faraó
interrogou: “Acharíamos um homem como este a quem haja o Espírito de
Deus?” (Gênesis 41.38).
A capacidade intelectual e social de José só pôde ser entendida mediante a
manifestação do Espírito Santo em sua vida. Nenhum mago ou adivinho
conseguiu interpretar os sonhos de Faraó, mas Deus deu a José esta
habilidade, pois ele mesmo (José) disse a Faraó: “Isso não está em mim; Deus
dará resposta de paz a Faraó” (Gênesis 41.16).

Moisés:
O Espírito Santo atuava na vida de Moisés. Podemos ler isso em Isaías
63.11:
“Todavia se lembrou dos dias de antigamente, de Moisés, e do seu povo,
dizendo: Onde está agora o que os fez subir do mar com os pastores do seu
rebanho? Onde está o que pôs no meio deles o seu Espírito Santo?”
Capítulo Cinco

OBRAS DO ESPÍRITO
SANTO NO NOVO
TESTAMENTO

Já pudemos perceber que o Espírito Santo, sempre esteve ativo em todas


as eras, extremamente ativo no Velho Testamento. Contudo é no Novo
Testamento que Ele está muito mais evidente em Cristo, nos cristãos e no
início da igreja primitiva, enfim, em todos os atos da história, Ele sempre
agiu. Ao analisarmos profundamente esta doutrina, veremos que o Espírito
Santo agiu com Suas variadas formas nas pessoas. Considere, por exemplo:

1a - O Espírito Santo em João Batista:


João Batista, segundo o próprio Jesus, era um grande homem: “Em
verdade vos digo, que entre os que de mulher têm nascido, não apareceu
alguém maior do que João Batista” (Mateus 11.11).
João era o responsável por pregar a vinda do Messias, mas não apenas
isso, como também preparar o caminho: “Eis que eu envio meu mensageiro,
que preparará o caminho diante de mim; e de repente virá ao seu templo o
Senhor, a quem vós buscais; e o mensageiro da aliança, a quem vós desejais,
eis que ele vem, diz o Senhor dos Exércitos” (Malaquias 3.1).
Quando o anjo Gabriel se referiu ao nascimento de João Batista, disse:
“Porque será grande diante do Senhor, e não beberá vinho, nem bebida forte, e
será cheio do Espírito Santo, já desde o ventre de sua mãe” (Lucas 1.14).
O ministério de João Batista é semelhante ao ministério de Elias. A
própria Bíblia nos mostra isso: “Eis que vos enviarei o profeta Elias, antes que
venha o grande e terrível dia do Senhor; e ele converterá o coração dos pais aos
filhos, e o coração dos filhos a seus pais; para que eu não venha, e fira a terra
com maldição” (Malaquias 4.5,6).
Zacarias, o pai de João Batista, que até estava mudo por não crer na
mensagem que o anjo lhe entregara a respeito do nascimento milagroso de
João Batista, agora abre seus lábios e passa a alegrar-se no Senhor: “E
Zacarias seu pai, foi cheio do Espírito Santo, e profetizou, dizendo (…) E tu, ó
menino, serás chamado profeta do Altíssimo, porque hás de ir ante a face do
Senhor, a preparar os seus caminhos; para dar ao seu povo conhecimento da
salvação, na remissão dos seus pecados” (Lucas 1.67, 76, 77).
João Batista não tinha medo de chamar os homens incrédulos ao
arrependimento: “E percorreu toda a terra ao redor do Jordão, pregando o
batismo de arrependimento, para o perdão de pecados” (Lucas 3.3); anunciou
a salvação de forma coerente e contundente (Lucas 3.5,6); não se
amedrontava em usar toda a sua energia ao chamar a atenção dos pecadores
(Lucas 3.7,9). Dizer que João Batista realizou tudo isso, é descobrir que, nele,
habitava a pessoa e o poder do Espírito Santo.

2ª - O Espírito Santo em Jesus Cristo


A ação do Espírito Santo no ministério de Jesus, como não poderia deixar
de ser, foi explícita. Já estava profetizado por Isaías como se daria o
nascimento de Jesus: “Portanto o mesmo Senhor vos dará um sinal: Eis que a
virgem conceberá, e dará à luz um filho, e chamará o seu nome Emanuel”
(Isaías 7.14).
Quando a jovem Maria, perplexa, indaga como isso aconteceria, o anjo
lhe explica: “Descerá sobre ti o Espírito Santo, e a virtude do altíssimo te
cobrirá com a sua sombra; por isso também o Santo, que de ti há de nascer,
será chamado Filho de Deus” (Lucas 1.34,35).
Embora Jesus se tornasse uma criatura ao nascer, isto se deu sem mancha
do pecado, conforme registra Hebreus 7.26: “Porque nos convinha tal sumo
sacerdote, santo, inocente, imaculado, separado dos pecadores, e feito mais
sublime do que os céus”.
Isto só foi possível por meio da ação do Espírito Santo.
O Espírito Santo é mencionado logo após o nascimento de Jesus, o que
evidencia Sua identificação com Cristo. A Bíblia fala sobre um homem
chamado Simeão, nestes termos: “Havia em Jerusalém um homem cujo nome
era Simeão; e este homem era justo e temente a Deus, esperando a consolação
de Israel; e o Espírito Santo estava sobre ele. E fora-lhe revelado, pelo Espírito
Santo, que ele não morreria antes de ter visto o Cristo do Senhor. E pelo
Espírito foi ao templo e, quando os pais trouxeram o menino Jesus, para com
ele procederem segundo o uso da lei, Ele, então, o tomou em seus braços, e
louvou a Deus, e disse: Agora, Senhor, despedes em paz o teu servo, Segundo a
tua palavra; Pois já os meus olhos viram a tua salvação, A qual tu preparaste
perante a face de todos os povos; Luz para iluminar as nações, E para glória de
teu povo Israel” (Lucas 2.25-32).
Na tentação de Jesus lemos assim: “Então foi Jesus conduzido pelo Espírito
ao deserto, para ser tentado pelo diabo” (Mateus 4.1).
E diz mais: “E logo o Espírito o impeliu para o deserto” (Marcos 1.12).
Vemos também mais uma menção: “E Jesus, cheio do Espírito Santo, voltou
do Jordão e foi levado pelo Espírito ao deserto” (Lucas 4.1)
No ministério de Jesus, vemos o Espírito atuando em sua vida: “Então,
pela virtude do Espírito voltou Jesus para a Galileia, e sua fama correu por
todas as terras em derredor” (Lucas 4.14).
E disse mais, transliterando um texto do profeta Isaías: “O Espírito do
Senhor é sobre mim, pois me ungiu para evangelizar os pobres. Enviou-me a
curar os quebrantados de coração” (Lucas 4.18).

3a - A atuação do Espírito Santo na vida do cristão.


O Espírito Santo promove, na vida do cristão, uma nova vida; chama-o
para um ministério específico na Igreja no exercício de funções. O Espírito
Santo concede, ao cristão, santificação, autoridade, consolação, eficiência
etc., portanto, o Espírito Santo é imprescindível para todo cristão, tanto o
novo convertido, quanto os que já estão há algum tempo na fé.
Vejamos as obras do Espírito Santo na vida do cristão.
Isto não significa que o cristão deva cometer exageros, mas sim, deixar-se
ser dominado pelo poder do Espírito Santo a ponto de ter sua antiga forma
de vida mudada, trocada por Deus, ou seja, o cristão não praticar mais os
velhos hábitos pecaminosos. Antes, porém, temos de entender que é o
Espírito Santo quem convence do pecado. Isso ocorre, quando o homem
reconhece seus pecados e se arrepende. Sem arrependimento, o homem
jamais poderá desfrutar do plano de salvação. A consciência do ser humano,
morta por seus pecados, passa a funcionar, levando-o à compreensão de que
tem uma natureza pecaminosa, que precisa ser abandonada. Ao deixar a
velha natureza, o homem passa por um processo de regeneração.
É o Espírito Santo o protagonista desta fase da vida do homem.
Nicodemos teve de aprender isso. Jesus lhe respondeu: “Na verdade te digo
que aquele que não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no reino de
Deus” (João 3.5).
Jesus, ao perceber a dificuldade de Nicodemos em entender a questão, diz:
“Tu és mestre de Israel, e não sabes isto?” (João 3.10)
A pessoa, ao aceitar Cristo, recebe o Espírito Santo, que é quem produz a
santificação contínua na vida do ser humano.
É também o Espírito Santo que produz a santificação do cristão.
Veja bem: Santidade é uma obra nossa, santificação é uma obra do
Espírito Santo. Ele é quem nos santifica, e nós é que mantemos essa
santidade. Com isso, não estamos nos referindo a atitudes legalistas das
pessoas que interpretam mal essa doutrina e apresentam seus próprios
concretos, cuja intenção é substituir o papel santificador do Espírito Santo
no homem. Antes, estamos dizendo a atitude que leva o cristão a viver
separado do sistema que o mundo oferece, com seus deleites e prazeres.

A parceria do Espírito Santo no Novo Testamento

Em 2 Coríntios 13.13, lemos a famosa bênção apostólica e, no final, o


apóstolo Paulo nos ensina a função do Espírito Santo para com sua igreja.
Ele diz: “… e a comunhão do Espírito Santo seja com todos”.
O que é ter comunhão com o Espírito Santo? A palavra comunhão, no
grego, é Koinonia, e significa companheirismo, amizade, comunicação,
intimidade, compartilhamento, relação social, parceria, participação
conjunta. Tudo isso significa ter comunhão com o Espírito Santo. Portanto,
vamos fragmentar comunhão com o Espírito Santo em três principais
categorias:

1a - Companheirismo.
2a - Parceria.
3a - Intimidade.

1a - Companheirismo
A definição para a palavra companheirismo é: Fazer algo junto, conversar
um com outro e saber o que acontece na vida um do outro. Fica evidente,
nas Escrituras, que os Apóstolos dependiam desse companheirismo com o
Espírito Santo. Em Atos 20.22-23, lemos Paulo dizendo assim: “Eu vou para
Jerusalém obedecendo ao Espírito Santo; em todas as cidades que vou, o
Espírito Santo tem me avisado que prisões e sofrimentos estão me esperando”.
Em Atos 10.19, encontramos o apóstolo Pedro recebendo esse tipo de
direção do Espírito Santo: “Simão, três homens estão procurando por você”.
O Espírito Santo lhe disse exatamente: “Pedro, você tem visita, quero que
vá com eles”.
Em Atos 8.26, vemos o Espírito Santo direcionando Felipe: “Um anjo do
Senhor disse a Filipe: Vá para o sul, para a estrada deserta que desce de
Jerusalém a Gaza”.
E no verso 29 de Atos 8, diz: “E o Espírito disse a Filipe: Aproxime-se dessa
carruagem e acompanhe-a”.
Agora mais um relato, dessa vez Paulo, Timóteo e Silas: “Paulo e seus
companheiros viajaram pela região da Frígia e da Galácia, tendo sido
impedidos pelo Espírito Santo de pregar a palavra na província da Ásia.
Quando chegaram à fronteira da Mísia, tentaram entrar na Bitínia, mas o
Espírito de Jesus os impediu.”
Dá para perceber que o Espírito Santo direcionou toda a vida dos
primeiros cristãos.

2a - Parceria.
Essa é a próxima palavra usada para definir Koinonia.
Vemos, em Lucas 5.6-7, um exemplo de parceria do Espírito Santo.
“Quando o fizeram, pegaram tal quantidade de peixe que as redes começaram
a rasgar-se. Então fizeram sinais a seus companheiros no outro barco, para
que viessem ajudá-los; e eles vieram e encheram ambos os barcos, a ponto de
quase começarem a afundar”.
Nessa parceria, vemos Jesus dando direção, e os discípulos trabalhando. É
esta parceria que devemos ter com o Espírito Santo. Ele nos dá direção e nós
obedecemos e trabalhamos.
Essa é uma parceria, em que o Espírito Santo é o parceiro Sênior nesse
relacionamento.
Paulo disse aos líderes em Éfeso: “Cuidem de vocês mesmos e de todo o
rebanho sobre o qual o Espírito Santo os colocou como bispos, para pastorear a
Igreja de Deus, que Ele comprou com o Seu próprio sangue”. (Atos 20.28)

3 - Intimidade
Na tradução mais pura da Palavra de Deus, o texto de 2 Coríntios 13.13 se
translitera assim: “Que a profunda amizade do Espírito Santo, seja com todos
vocês”.
Veja esse texto de Tiago 4.5: “Ou supondes que em vão afirma a Escritura:
É com ciúme que por nós anseia o Espírito, que ele fez habitar em nós”.
Percebe isso? O Espírito Santo anseia por nós. E você, anseia por Ele?
Devemos então discutir que o Espírito Santo sente saudades de nós.
Gostaria de lhe perguntar: Você moraria com uma pessoa que a vida inteira
não lhe dirigisse uma palavra? O Espírito Santo está com você, mora com
você, mora em você, e você não se relaciona com ele.
Agora, vamos voltar um pouco na Bíblia para aprendermos um pouco
sobre a intimidade com o Espírito Santo.
E nosso exemplo é Enoque. A Bíblia diz que “Enoque andou com Deus, e
Deus o tomou para si”.
Veja esse texto de Isaías 40.13-14: “Quem guiou o Espírito do Senhor? Ou,
como seu conselheiro o ensinou? Com quem Ele tomou conselho, para que lhe
desse compreensão? Quem o instruiu na verdade do juízo e lhe ensinou
sabedoria e lhe mostrou o caminho do entendimento?”
A resposta é: Ninguém, porque Ele é Deus!
Foi isso que Jesus quis dizer quando falou: “É necessário que eu vá para
que o Espírito Santo venha” (João 16.7).
Jesus está dizendo: O Espírito Santo precisa vir para lhes ajudar em suas
fraquezas, para ter comunhão, amizade e intimidade com vocês, para lhes
ensinar a orar, para levá-los ao arrependimento contínuo. Jesus está dizendo:
“Vocês estão vendo como é necessário o Espírito Santo para vocês?”
É por isso que, em João 16.7, Jesus disse: “Convém que eu vá, porque se eu
não for, Ele não virá” .
Que revelação poderosa de Deus a nós.

Fruto do Espírito Santo

É muito importante ressaltar que há diferença entre o fruto do Espírito e


os dons do Espírito. Para que nossa fé cristã seja aperfeiçoada, seja completa,
é necessário o fruto do Espírito. Por definição, o fruto do Espírito é um
grupo de virtudes geradas, produzidas pelo Espírito Santo no cristão. É
importante atentar para o fato de ser “fruto” (singular) e não “frutos”
(plural) do Espírito. Isso remete à necessidade de que todas as virtudes e
manifestações devem ser únicas e totais, fazendo do cristão uma pessoa
completa com estas virtudes, ou seja, não basta ter algumas destas
qualidades, mas todas, simultaneamente todas.
Vejamos: “Mas o fruto do Espírito é: amor, gozo, paz, longanimidade,
benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança” (Gálatas 5.22).

Amor:
Esta palavra, no grego, é ágape, a essência do amor. Não tem nada a ver
com o amor humano, mas, sim, com o amor imutável, divino e verdadeiro, a
ponto de amar até o próprio inimigo.
“Pois, se amardes os que vos amam, que galardão tereis? Não fazem os
publicanos também o mesmo? E, se saudardes unicamente os vossos irmãos,
que fazeis de mais? Não fazem os publicanos também assim?” (Mateus
5.46,47)
E mais:
“E, sobre tudo isso, revesti-vos de amor, que é o vínculo da perfeição.”
(Colossenses 3.14)

Gozo:
Do grego chara. É uma grande satisfação espiritual. É estar alegre mesmo
em tribulações.
“Retiraram-se, pois, da presença do conselho, regozijando-se de terem sido
julgados dignos de padecer afronta pelo nome de Jesus. E todos os dias, no
templo e nas casas, não cessavam de ensinar, e de anunciar a Jesus Cristo.”
(Atos 5.42)
E mais:
“Grande é a ousadia da minha fala para convosco, e grande a minha
jactância a respeito de vós; estou cheio de consolação; transbordo de gozo em
todas as nossas tribulações.” (2 Coríntios 7.4)

Paz:
Do grego eirene, que significa aquietar o coração, não estar mais ansioso.
É manter a calma e a tranquilidade em meio às situações adversas.
“E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará os vossos
corações e os vossos sentimentos em Cristo Jesus.” (Filipenses 4.7)
E mais:
“E o mesmo Deus de paz vos santifique em tudo; e todo vosso espírito, e
alma, e corpo, sejam plenamente conservados irrepreensíveis para a vinda de
nosso Senhor Jesus Cristo.” (1 Tessalonicenses 5.23)

Longanimidade:
Do grego makrothumia, que significa paciência, demorar-se em irar,
tolerância e calma para enfrentar as adversidades.
“Tu, porém, tens seguido a minha doutrina e modo de viver, intenção, fé,
longanimidade amor, paciência.” (2 Timóteo 3.10)
“O Senhor não retarda a sua promessa, ainda que alguns a têm por tardia;
mas é longânimo para convosco, não querendo que alguns se percam, senão
que todos venham a arrepender-se.” (2 Pedro 3.9)
“Rogo-vos, pois, eu, o preso do Senhor que andeis como é digno da vocação
com que fostes chamados, com toda a humildade e mansidão, com
longanimidade, suportando-vos uns aos outros em amor.” (Efésios 4.1,2)

Benignidade:
Do grego Khrêstotês. É a disposição que a pessoa tem em seu caráter de
querer bem a todos, e não magoar ninguém.
“Revesti-vos, pois, como eleitos de Deus, santos e amados, de entranhas de
misericórdia, de benignidade, humildade, mansidão, longanimidade.”
(Colossenses 3.12)
“Antes sede uns para com os outros benignos, misericordiosos, perdoando-
vos uns aos outros, como também Deus vos perdoou em Cristo.” (Efésios 4.32)

Bondade:
Do grego agathôsunê. A bondade é quando alguém pratica o bem, ou seja,
é o verdadeiro amor colocado em prática.
“Então, enquanto temos tempo, façamos bem a todos, mas principalmente
aos domésticos da fé.” (Gálatas 6.10)

Fé:
Do grego pistis. É confiar com fidelidade. É tratar com honestidade,
compromisso e fidelidade.
“Porque nele se descobre a justiça de Deus de fé em fé, como está escrito:
Mas o justo viverá da fé.” (Romanos 1.17)
“Ora sem fé, é impossível agradar a Deus.” (Hebreus 11.6)
É importante lembrar, aqui, que, embora a fé seja um aspecto muito
importante do fruto do Espírito, ela, porém, pode perder seu valor se não for
acompanhada de obras, como sugere Tiago, em Tiago 2.14,16.

Mansidão:
Do grego pautes. Não significa ter atitudes inertes, mas é sujeitar-se a
algumas situações, ainda que estas envolvam atitudes enérgicas em certas
ocasiões.
Podemos enxergar este contexto no impasse entre Paulo e Marcos: “E
Barnabé aconselhava que tomassem consigo a João, chamado de Marcos. Mas
a Paulo parecia razoável que não tomassem consigo aquele que desde a
Panfília se tinha apartado deles e não acompanhou naquela obra. E tal
contenda houve entre eles, que se apartaram um do outro. Barnabé, levando
consigo a Marcos, navegou para Chipre. E Paulo, tendo escolhido a Silas,
partiu, encomendado pelos irmãos à graça de Deus” (Atos 15.37,39).
Apesar desta pequena contenda inicial, podemos ver posteriormente que
não foi nutrido qualquer sentimento de cólera entre Paulo e Marcos, muito
pelo contrário: “Só Lucas está comigo. Toma Marcos, e traze-o contigo, porque
me é muito útil para o ministério” (2 Timóteo 4.11).
Como observamos, a mansidão está inerente-mente ligada ao exercício do
ministério, mormente, na evangelização.
“Instruindo com mansidão os que resistem, a ver se porventura Deus lhes
dará arrependimento para conhecerem a verdade.” (2 Timóteo 2.25)

Temperança:
É também chamada de domínio próprio. É a capacidade que a pessoa tem
de se controlar. E isto se refere a todo o tipo de controle: sobre os desejos,
paixões, impulsos etc.
“Porque todos tropeçamos em muitas coisas. Se alguém não tropeça em
palavras, o tal é perfeito, e poderoso para também refrear todo o corpo.” (Tiago
3.2)
E mais:
“Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas convêm. Todas as
coisas me são lícitas, mas eu não me deixarei dominar por nenhuma.” (1
Coríntios 6.12)
Capítulo Seis

OS DONS DO
ESPÍRITO SANTO

Já sabemos que o Espírito Santo e a igreja estão completamente ligados. A


Bíblia diz: “O Espírito e a Noiva dizem vem” (Apocalipse 22.17).
Ele é nosso companheiro, nosso parceiro e foi enviado exclusivamente
para a igreja. Ele é o penhor da igreja. Seu papel é ter comunhão com a
igreja e edificá-la e, para isso, ele derrama dons na igreja.
Os dons são habilidades e talentos dados pelo Espírito Santo sob a
influência do próprio Espírito Santo (1 Coríntios 12.4,11).
Os dons espirituais não devem ser confundidos com habilidades ou
talentos naturais. A pessoa nasce com certas disposições que podem ser
ampliadas. Dons espirituais não são, desta forma, um produto de nascença,
inata ao cristão, mas do poder do Espírito Santo.
Observamos que os dons foram dados para o benefício do corpo de
Cristo (Igreja), e necessitam ser regulados, para que o seu objetivo fosse
alcançado. Esta regularização era para que não houvesse confusão, orgulho e
arrogância espiritual (1 Coríntios 14).
Os estudiosos pentecostais classificam os dons descritos em 1 Coríntios
12.1,11 em três grupos:

1º - Dons de revelação.
2º - Dons de poder.
3º - Dons de elocução.
1º - Dons de revelação.
Os dons de revelação são: Palavra de sabedoria, palavra de conhecimento
e discernimento de espírito.

Dom de palavra de sabedoria:


Este dom não é produto do esforço da sabedoria humana em conhecer a
sabedoria divina, mas é um dom vindo diretamente de Deus. Este dom é de
extrema importância para os obreiros ou aqueles que tenham
responsabilidades na obra do Senhor. Por meio deste dom, é revelada a
solução para uma situação ou problema insolúvel de extrema importância,
capacitando, assim, a pessoa a agir de maneira adequada, não
desconsiderando, é claro, toda a orientação já existente na Bíblia Sagrada
(Atos 6.3,10).

Dom de discernir espíritos:


Por meio deste dom, a pessoa tem condições de fazer distinções das várias
fontes de manifestações espirituais, identificando a natureza e o caráter dos
espíritos. Num mundo cheio de imitações e falsidades (falsos profetas)
doutrinárias, este dom visa discernir se tais procedimentos se originam
realmente em Deus, beneficiando, assim, a Igreja, grandemente. Este fato
ocorreu com Paulo.
“E isto fez ela por muitos dias. Mas Paulo, perturbado, voltou-se e disse ao
espírito: Em nome de Jesus Cristo, te mando que saias dela. E na mesma hora
saiu.” (Atos 16.18)

2o - Os dons de poder
Os dons de poder são: Dom da fé, dons de curar, dom de operação de
maravilhas.

Dom da fé:
Em alguns aspectos, toda fé é dom de Deus, mas há também a fé como
dom do Espírito. Não é a fé intelectual nem a fé salvadora, mas a fé de se
confiar em Deus de forma sobrenatural. Este tipo de fé é um recurso de
Deus, pelo seu próprio poder, proporcionado ao crente. Nem todos possuem
este tipo de dom. É a capacidade sobrenatural de crer no impossível.
Vejamos essa fé no episódio de Mateus 17.20: “E Jesus lhes disse (…) em
verdade vos digo que, se tiverdes fé como um grão de mostarda, direis a este
monte: Passa daqui para acolá, e há de passar; e nada vos será impossível”.

Dons de curar:
Não obstante o esforço médico ser reconhecido pela Bíblia, este tipo de
dom nada tem a ver com este fato. Neste dom, qualquer pessoa pode ser
usada para tal tarefa. Este dom visa atuar sobrenaturalmente sobre o corpo
humano, livrando-o de todo e qualquer tipo de enfermidade. Ela (a cura
divina) faz parte da obra redentora, levada a efeito por Cristo na cruz do
Calvário.

Dom de operação de maravilhas:


Este dom proporciona à igreja a oportunidade de realizar sinais, milagres
e obras portentosas, pela capacitação sobrenatural. Podemos ver a
manifestação deste dom na ressurreição de mortos, nos castigos como, por
exemplo, no caso de Ananias e Safira, e na intervenção das forças da
natureza como, por exemplo, se deu com Pedro, quando ele andou sobre as
águas.
“E ele disse: Vem. E Pedro, descendo do barco, andou sobre as águas para ir
ter com Jesus.” (Mateus 14.29)
Considere, também, o que Lucas relata acerca de Paulo: “E Deus, pelas
mãos de Paulo, fazia maravilhas extraordinárias. De sorte que até os lenços e
aventais se levavam do seu corpo aos enfermos, e as enfermidades fugiam
deles, e os espíritos malignos saíam” (Atos 19.11,12).

3º - Dons de elocução.
Os dons de elocução são: dom de profecia, dom de variedade de línguas,
dom de interpretação de línguas.

Dom de profecia:
Em certo sentido, a pregação é uma mensagem profética, porém, da
forma como este dom sinaliza, seria a habilidade de transmitir a mensagem
de Deus diretamente pela inspiração do Espírito Santo. Neste caso, segundo
o apóstolo Paulo, a profecia tem três finalidades: “Mas o que profetiza fala
aos homens, para edificação, exortação e consolação” (1 Coríntios 14.3).
O dom da profecia não tem autoridade canônica, não serve para governar
ou administrar a igreja. Também não é o mesmo ministério nos moldes do
Antigo Testamento.

Dom de variedade de línguas:


É o falar em idioma jamais conhecido ou estudado pela pessoa. É
importante entender que estas línguas podem ser humanas ou
desconhecidas. Quem ouve esse tipo de manifestação pode entender o que
está sendo dito, pois é uma palavra proferida pelo Espírito Santo. Não quer
dizer que se uma pessoa tem facilidade de aprender uma língua, ela exerce
este dom, pois o mesmo é uma manifestação do Espírito Santo.

Dom de interpretação de línguas:


Este dom é necessário para interpretar as várias línguas estranhas, quer
seja humana (em outro idioma) quer seja desconhecida. Neste sentido, as
línguas têm a função de mensagem profética para a igreja: “E eu quero que
todos vós faleis em línguas, mas muito mais que profetizeis; porque o que
profetiza é maior do que o que fala em línguas, a não ser que também
interprete, para que a igreja receba edificação” (1 Coríntios 14.5).

O falar em outras línguas


Agora, estamos quase chegando à parte prática do livro, mas até lá
existem partes extremamente importantes acerca do Espírito Santo que você
precisa saber em termos de teoria, e uma delas, sem sombra de dúvida, é a
importância do falar em línguas.
Você já se perguntou, por que o Espírito Santo foi enviado para morar
dentro de nós? Para que ele pudesse transformá-lo definitivamente na
imagem e semelhança de Jesus Cristo.
“Aquele que antecipadamente conheceu, também os predestinou para se
tornarem a imagem e semelhança de Jesus Cristo, para que ele seja o primeiro
entre muitos irmãos.” (Romanos 8.29)
O Espírito Santo, a fim de conseguir esse objetivo, tem alguns
mecanismos próprios, e um deles, é a linguagem da oração, que é vasta.
Com essa linguagem de oração, ele se envolve diretamente com você em
relacionamento único, que é independente de qualquer outra pessoa, até
mesmo da sua própria mente. Quando o Espírito Santo ora por você, Ele ora
através de você e com você. Veja bem: o Espírito Santo está dentro de você
provocando as suas ações. Se você não agiu, Ele não agiu. Se você for orar
agora em línguas, é Ele orando. Se você não orar, Ele não intercedeu por
você. Isso precisa ficar muito claro, pois muitos realmente pensam que eles
estão lá, sem fazer nada, sem orar, sem ter intimidade com o Espírito Santo,
mas o Espírito Santo continua a orar por eles. Não mesmo! O Espírito Santo
está em mim, provocando minhas atitudes espirituais. Se elas não foram
provocadas, é porque eu não dei lugar ou abafei o Espírito Santo. Ou seja,
nesse caso, na vida do irmão frio, o Espírito Santo está se apagando ao invés
de interceder.
Paulo fala sobre isso: “Não apagueis o Espírito Santo, não trateis com
desdém as profecias” (1 Tessalonicenses 5.19).
Percebeu? O Espírito não pode ser apagado, mas pode ser apagado dentro
de você, ou seja, Ele pode silenciar, deixar de agir, deixar de interceder de
dentro de você. E isso acontece quando? Paulo diz: “Quando tratamos com
desdém as profecias”, que no caso aqui, é a operação do falar em línguas em
nós. É de extrema importância que o crente fale em línguas para que o
Espírito Santo, não se apague nele. Veja bem que o papel do Espírito Santo é
alinhar as minhas orações à vontade de Deus.
Veja em Romanos 8.26,27: “Do mesmo modo, o Espírito nos ajuda em
nossa fraqueza; porque não sabemos como orar, no entanto, o próprio Espírito
intercede por nós com gemidos impossíveis de serem expressos por meios de
palavras”.
Agora, observe o alinhamento da minha oração com a vontade de Deus
no verso 27: “E aquele que sonda os corações conhece perfeitamente qual é a
intenção do Espírito; porquanto, o Espírito suplica pelos santos em
conformidade com a vontade Deus”.
Você percebeu? O Espírito Santo tem um papel fundamental dentro de
nós, através da oração em línguas. E esse papel é alinhar nossa oração ao
centro da vontade de Deus. E por quê? Porque não sabemos orar como
deveríamos saber.

As línguas estranhas cessaram?

Ainda existe um grupo de cristãos e teólogos que quer mesmo nos provar
que as línguas estranhas cessaram. Vamos examinar isso com cuidado agora.
Paulo diz, em 1 Coríntios 13:8-12: “O amor nunca perece; mas as profecias
desaparecerão, as línguas cessarão, o conhecimento passará. Pois em parte
conhecemos, em parte profetizamos; quando, porém, vier o que é perfeito, o
que é imperfeito desaparecerá.”
Agora, examinemos as Escrituras com cuidado, pois estamos entrando em
terreno minado. Uma palavra dita de maneira errada colocará tudo a perder.
Para isso gostaria de fazer três perguntas:

1a - As línguas cessaram?
2a - Os milagres cessaram?
3a - As profecias cessaram?

Às vezes, ouço pessoas, teólogos ortodoxos dizendo que as línguas


cessaram, as profecias cessaram, os milagres cessaram. De certo, eles estão
dizendo isso firmados em um texto de Paulo em 1 Coríntios 13. Portanto,
vamos examinar, com cuidado, o texto: “O amor nunca perece; mas as
profecias desaparecerão, as línguas cessarão, o conhecimento passará. Pois em
parte conhecemos, em parte profetizamos; quando, porém, vier o que é
perfeito, o que é imperfeito desaparecerá.”
Bom, como disse, este é um texto polêmico. Paulo realmente diz que as
línguas cessarão, diz que as profecias cessarão.
Mas será que cessarão, ou já cessaram?
Em primeiro lugar, vamos considerar o contexto para desvendar o que
Paulo estava dizendo. E nossa resposta está no versículo 12.
Vejamos: “Agora, pois vemos apenas um reflexo obscuro, como em espelho;
mas, então veremos face a face. Agora conheço em parte; então, conhecerei
plenamente, da mesma forma como sou plenamente conhecido”.

1 - Em primeiro lugar:
Paulo está descrevendo o encontro face a face com o Senhor, e isso é o que
significa “O que é perfeito”. Conhecer Jesus em sua glória é o que é perfeito.
Você tem experimentado Jesus face a face? Você tem experimentado Jesus
em glória?

2 - Em segundo lugar:
Se cessaram as línguas e as profecias, o conhecimento também deveria
cessar. Veja: “Cessarão as línguas, o conhecimento passará” .
Então, aos que atacam as línguas estranhas, mas se gabam do
conhecimento, esse texto atinge seu calcanhar.
Evidentemente, tudo que vivemos hoje é imperfeito, pois com Cristo face
a face, tudo será perfeito. Quando estivermos com ele, tudo o mais cessará.
Cristo é a consumação de todas as coisas.
Fica claro que os dons são necessários, hoje, por causa dessa imperfeição.
Não faz sentido estar com Cristo em glória, profetizando e orando em
línguas. Se os dons são dados para edificação da igreja, com Cristo,
estaremos completamente edificados, construídos, então nada disso será
necessário. Isso nos ensina que, apesar de nossa jornada começar na terra,
ela só será perfeita quando o contemplarmos face a face.

Três tipos de línguas

Alguns perguntam: Por que, em 1 Coríntios 12.30, diz: “Falam todos em


línguas?” Isso não quer dizer que nem todos falam em línguas? Sim, isso
mesmo, no entanto nesta passagem, Paulo está se referindo a um outro tipo
de língua.
Vamos analisar os três tipos de línguas. Dois tipos são para uso público, e
um tipo é para uso particular.

1º Tipo: Língua como sinal para os descrentes


O primeiro tipo de língua é um sinal para os descrentes, e é uma
demonstração pública. Paulo diz, em 1 Coríntios 14.22: “Línguas são um
sinal para os descrentes, não para os que creem”.
Essa língua é um sinal de maravilha. É quando o Espírito Santo
transcende nosso entendimento, e nos dá capacidade de falar um idioma
desconhecido a nós. É um idioma que não sabemos falar, a partir dos nossos
estudos.
Agora, imagine você. Hoje, aprendemos quase todos os idiomas, mas
naquela época, eles tinham de pregar a toda criatura e não tinha escolas que
ensinassem idiomas. Portanto, essa língua era uma capacidade dada pelo
Espírito para falar qualquer idioma através de seu poder. E como isso era
sobrenatural, era um sinal para os descrentes. O principal propósito da
língua como sinal, era capturar a atenção do descrente.
2º Tipo: Línguas para interpretação
O segundo tipo de línguas também é para o ministério público. Diferente
de língua como sinal, essas línguas são idiomas celestiais, que não são
falados em lugar nenhum da terra. Línguas para interpretação são os tipos
de línguas aos quais Paulo se referiu como dom espiritual.
Vejamos, em 1 Coríntios 12.10: “…a outro variedade de línguas; e ainda a
outro, interpretação de línguas”. Como essas línguas não são dessa terra, elas
precisam ser interpretadas.
Note o uso da palavra interpretar, e não traduzir.
Esse é o tipo de língua do qual Paulo perguntou em 1 Coríntios 14:
“Falam todos em línguas?”
Agora vamos ver o contexto de 1 Coríntios 12:28-30: “Assim, na igreja,
Deus estabeleceu, primeiramente apóstolos; em segundo lugar, profetas; em
terceiro lugar, mestres; depois os que realizam milagres, os que têm dons de
curar, os que têm dom de prestar ajuda, os que têm dons de administração e os
que falam diversas línguas. São todos apóstolos? São todos profetas? São todos
mestres? Têm todos o dom de realizar milagres? Têm todos dons de curar?
Falam todos em línguas? Todos interpretam?”
Paulo está falando dos dons públicos que Deus ordenou para o ministério
da igreja. As perguntas de Paulo deixam claro a multiforme graça de Deus.
Deixa claro que nem todos são apóstolos, são profetas, ou tem dons de curar.

Diferenças entre as duas línguas públicas

Então, em 1 Coríntios 14:22-23, Paulo fala da diferença entre as duas


línguas públicas: “Portanto, as línguas (para um sinal) são sinal para os
descrentes, e não para os que creem; … Assim, se toda a igreja se reunir e todos
falarem em línguas (para interpretação), e entrarem alguns não instruídos ou
descrentes, não dirão que vocês estão loucos?”
Portanto, se você não entendeu que existem diferentes tipos de línguas,
talvez pense que Paulo se contradiz completamente, quando escreveu isso.
Primeiro, ele disse: As línguas são um sinal para os descrentes. Depois, ele
diz: Se vocês falarem em línguas os descrentes pensarão que vocês estão
loucos.
Percebeu? É lógico que ele está falando aqui, nesse ponto, em dois tipos
de línguas. Entretanto, o primeiro tipo de língua que Paulo falou, serve para
um sinal para os descrentes (são variedades de línguas). O segundo tipo de
língua é para a edificação da igreja. Toda a igreja deve falar.

E quando tem de haver intérprete?

Se toda a igreja tem de falar, como interpretar a língua de toda a igreja ao


mesmo tempo? Fica evidente que a interpretação é quando alguém está com
a palavra, e não quando toda a igreja está em comum falando em línguas.
Agora, eu, no púlpito, só posso falar em línguas dirigindo-me aos
membros, se tiver intérprete. Mas posso falar em língua no púlpito para
minha edificação assim como as pessoas podem falar embaixo.
Você consegue imaginar um culto em que se algum irmão abrisse a boca
em línguas, alguém pararia o culto para interpretar a língua de cada um? Por
isso Paulo fala que quando vai se dirigir ao povo, fala língua entendível.
Em 1 Coríntios 14.18-19, ele diz: “Dou graças a Deus, por falar em línguas
mais que todos vocês. Todavia, na igreja prefiro falar cinco palavras
compreensíveis para instruir os outros a falar mil palavras em línguas”.

3º Tipo: Língua para oração pessoal.


Em 1 Coríntios 14:14-15, Paulo diz: “Pois, se oro numa língua, meu
espírito ora, mas a minha mente fica infrutífera. Então, que farei? Orarei com
o espírito, mas também com o entendimento; cantarei com o espírito, mas
também com o entendimento”.
Os primeiros dois tipos de línguas que apresenta-mos são para o
ministério público.
O terceiro tipo é o segredo para entrar em Sua presença. Entramos em
Sua presença com um nível de devoção pessoal e, aqui, Paulo nos ensina
como entramos em Sua presença no espírito.
Esse é o tipo de língua de 1 Coríntios 14.2, quando Paulo diz: “Pois quem
fala em línguas, não fala aos homens, mas a Deus”.
Você percebeu a diferença?

1º - Línguas como sinais aos descrentes. Os discípulos falaram no exato dia


de pentecostes, de tal maneira que todos, de todos os povos, entendiam o
que eles falavam. Essa fala aos homens.

2º - Línguas para interpretar (Edificação da igreja, culto público). Quando


estamos em um culto e alguém se levanta em línguas para falar à igreja, tem
de haver intérprete. Fala também aos homens.

3º - Línguas para oração pessoal (Edificação pessoal). Devocional, adoração,


seu espírito adorando, falando ou cantando em espírito, na língua celestial.
Essa não fala aos homens.
No entanto, Paulo nos ensina a mesclar o terceiro tipo. Ele diz: “Se você
falar e cantar somente no espírito, sua mente está completamente inútil, apesar
do espírito estar em outro nível”.
O que fazemos então?
Ele diz, nos versos 14 e 15: “Pois, se oro numa língua, meu espírito ora,
mas minha mente fica infrutífera. Então, que farei? Orarei com o espírito, mas
também com o entendimento; cantarei com o espírito, mas também com o
entendimento”.
Paulo está dizendo: Fica um tempo orando em línguas e um tempo
orando em português. Fica um tempo cantando em línguas e um tempo
cantando em português. Isso é muito claro.

O Espírito Santo ora por mim quando eu oro em línguas?


1º - Ele pega o plano de Deus para você e derrama em seu coração.
Por isso é comum, depois de um tempo de comunhão com o Espírito
Santo, você sentir desejos de fazer coisas para Deus, que ainda você não
tinha sentido.
Quando não temos vontade de fazer nada para Deus, é porque o Espírito
Santo não está orando por mim.
Lembre-se que o Espírito Santo só ora por mim, quando eu oro.

2o – Todas as vezes que você der lugar ao Espírito Santo para orar por você,
Ele vai orar pelo seu chamado.
O papel dessa oração é fazer com que você seja cheio de poder e dons, e
que seu Espírito seja ativado dentro de você.
Todas as vezes que você for orar, o Espírito Santo vai criar palavras que
saiam de sua boca.
É sua escolha orar ou não, mas toda vez que você for orar, Ele vai escolher
as palavras que sairão de sua boca. Falo da língua estranha.
Todo o plano de Deus para você começa no espírito, e o Espírito Santo
está em seu espírito. Ative-o agora.

3º - Todas as vezes que o Espírito Santo sonda o seu coração (Romanos


8.27), Ele faz isto com a intenção de orar o plano de Deus para sua vida.

4º Todas as vezes que nós oramos em línguas, estamos orando os segredos


de Deus em nós, que ainda não sabemos.
Então, a oração em línguas emprega todas as leis espirituais em nós.
Tendo em vista que quando oro em línguas, é o Espírito Santo orando em
mim, por mim e comigo, seu papel é produzir, em mim, todas as leis
espirituais de Deus.
E sabe o que significa sondar o coração em Romanos 8.27?
“E aquele que examina os corações sabe qual é a intenção do Espírito; e é ele
que segundo Deus intercede pelos santos.”
Significa que Ele vai em nosso coração e remove tudo que é contrário à
vontade de Deus em nós.
Por isso, quando oro em Espírito, nem sei o que se passa.
Paulo diz isso em 1 Coríntios 14.14: “Quando oro em língua meu espírito
também ora, mas o meu intelecto fica improdutivo”.
Fica evidente que a oração em línguas está completamente ligada ao reino
espiritual, e nada tem a ver com a carne.

Como orar efetivamente em línguas?

1º - Orar em línguas, não precisa ser alto:

2º - Precisa que seja rompido através do louvor e da adoração.


Não é só na igreja que isso deve ocorrer. Você deve adorar em casa, e isso
requer tempo. Logo estará orando em línguas.
Crie um altar de adoração diária para o Espírito Santo. Não queira ter
comunhão com o Espírito Santo, os dons do Espírito Santo, orando de vez
em quando.

3º - Abra a boca quando a adoração estiver intensa e o Espírito Santo irá


produzir as palavras.
O diabo quer que você pense que as palavras que saem da sua boca, agora,
é coisa da sua mente, pois bem, não é. Você não está na carne está? Então,
essas palavras são do Espírito. Fale à vontade. Logo no momento que você
pensar em abrir a boca, Satanás vai dizer: “não faça isso, é decoreba, é coisa
da sua cabeça”. Nessa hora, abra a boca e fale, fale, sem se importar com
mais nada. Fale!
Capítulo Sete

ENTENDENDO OS
DONS DO ESPÍRITO

Não podemos dizer que a oração em línguas é o principal dom da Bíblia,


porque isso não é verdade. Mas podemos dizer que a oração em línguas é a
base que sustenta todos os demais dons. Ela vem primeiro, e, depois da
oração em línguas, todos os demais dons passam a ser acessíveis a nós.
Para uma melhor compreensão dos dons do Espírito, vamos examinar
isso, mais uma vez, nas Sagradas Escrituras, em 1 Coríntios 12.1, onde Paulo
descreve a operação do Espírito Santo nos dons, funções e chamados de
todo o corpo de Cristo: “A respeito dos dons espirituais, não quero, irmãos,
que sejais ignorantes”.
Creio que o Espírito Santo não inspiraria Paulo a fazer tal declaração, e
nos deixar ignorantes! Se tem algum assunto que eu não quero ficar
ignorante, é acerca de tudo relacionado ao Espírito Santo e seus dons, e falo
todos eles. Portanto, vejo que essa é uma das áreas que existe mais
ignorância na igreja. De um lado ou de outro vejo muito despreparo ou
incredulidade acerca dos dons.
Acredito que o maior beneficiado nessa confusão é Satanás. Enquanto a
uns ele ficar trazendo incredulidade e a outros confusão e bagunça, a igreja
não terá uma plena edificação. Então creio que, nesse ponto, ele é o único
que sai ganhando. Vamos a isso, de uma vez por todas: “Ora, os dons são
diversos, mas o Espírito é o mesmo” .
E também há diversidade nos serviços, mas o Senhor é o mesmo.
“E há diversidade nas realizações, mas o mesmo Deus é quem opera tudo
em todos.” (1 Coríntios 12.14,6).
Paulo está nos dizendo que os dons do verso 4 são os nove dons do
Espírito listrados em 1 Coríntios 12.8,10, e são:

1º - Palavra de Sabedoria.
2º - Palavra de conhecimento.
3º - Dom da fé.
4º - Dom de curar.
5º - Operação de milagres.
6º - Profecia.
7º - Discernimento de espírito.
8º - Variedades de línguas.
9º - Interpretação de línguas.

Porém, devemos nos perguntar qual o significado do verso 5, quando


Paulo diz: “E também há diversidade nos serviços, mas o Senhor é o mesmo”
(1 Coríntios 12.5).
Para melhor compreensão, vamos a Efésios 4.8,11: “Quando ele subiu às
alturas, levou cativo o cativeiro e concedeu dons aos homens… E ele mesmo
concedeu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas e
outros para pastores e mestres”.
Fica claro que existem diferentes funções e serviços no corpo de Cristo e
também a existência de cinco ministérios que são:

1º - Apóstolos.
2º - Profetas.
3º - Evangelistas.
4º - Pastores.
5º - Mestres.
Vejam: “E há diversidade nas realizações, mas é o Senhor quem opera tudo
em todos” (1 Coríntios 12.6).
Os versículos que acabamos de ler em Efésios 4, listam os “cinco
ministérios” , e os nove dons do Espírito que capacitam e qualificam esses
cinco ministérios.
Uma coisa é clara: Deus nunca quis que o ministério, fosse realizado sem
poder. Como vemos em Marcos 16.20, o Espírito Santo de Deus capacita
cada crente com um ministério de poder.
Os dons espirituais capacitam os ministérios na mesma proporção que
um gerador fornece energia para os vários utensílios em uma casa.

As oito operações do Espírito Santo

Mas o governo de Deus vai além do que apenas a operação de dons do


Espírito Santo e os cinco ministérios. Estes nove dons e os cinco ministérios
são, na verdade, englobados em oito operações completas de Deus, as quais
são descritas em 1 Coríntios 12.28. Estas operações formam a estrutura do
governo de Deus e incluem todos no Corpo de Cristo.
“Ora, vós sois corpo de Cristo; e, individualmente, membros desse corpo. A
uns estabeleceu Deus na igreja, primeiramente, apóstolos; em segundo lugar,
profetas; em terceiro lugar, mestres; depois, operadores de milagres; depois,
dons de curar, socorro, governo, variedades de línguas.”

1º - Apóstolos.
2º - Profetas.
3º - Mestres.
4º - Operadores de milagres.
5º - Dons de curar.
6º - Socorro.
7º - Governo.
8º - Variedade de línguas.
E essas oito operações mencionadas no verso 28 estão em ordem divina.
Nesta lista de Deus, começa com a função do apóstolo, a primeira operação,
seguida pelo profeta e o mestre.
Os evangelistas e pastores, mencionados em Efésios 4.11, estão em 1
Coríntios 12 com milagres e dons de cura. Estes dons do Espírito são os
primeiros que capacitam e qualificam as funções pastorais e evangelistas. O
nível de entrada dos cinco dons do ministério é também o mesmo nível de
operações de milagres e dons de cura, porque todas as cinco funções de
ministério, apóstolo, profeta, evangelista, pastor e mestre deveriam estar
equipadas com estes dois dons do Espírito.
A seguir, vem a operação de socorro, a qual lida com os aspectos
materiais e físicos do ministério.
O dom do socorro é seguido pelos governos ou administrações, os quais
incluem as habilidades organizacionais e os dons necessários na igreja. Por
exemplo, uma pessoa chamada para esta operação pode não só ser capaz de
organizar uma oração de oração em massa com dez mil pessoas, mas de
assegurar que o menor crente nos arredores da multidão tenha tudo o que
ele precisa para crescer na sua caminhada espiritual.
Tanto os dons de socorro quanto os de governo suportam aqueles que
ministram a Palavra de Deus.
Então, nessas oito operações de Deus, nós descobrimos que não só cinco
ministérios estão todos incluídos, mas também que os nove dons do Espírito
são despejados em todas as operações, desde o apóstolo até à oitava
operação da variedade de línguas.

Qual é o seu dom?

Não importa o que você faz na igreja ou fora da igreja, mas seu dom pode
ser encontrado em uma das operações e dons e ministérios.
Você gostaria de saber qual é a operação do Espírito que você foi
designado? Efésios 4.7 diz: “E a graça foi concedida a cada um de nós
segundo a proporção do dom de Cristo”.
Nesse caso aqui, qual medida foi colocada em seu coração? O corpo de
Cristo, que é a igreja, recebe toda a porção, e cada membro desse corpo
recebe uma medida. É disso que Paulo está falando, por isso pergunto, qual
é a sua medida?
Por isso é que Paulo diz: “Porque, pela graça que me foi dada, digo a cada
um dentre vós que não pense de si mesmo além do que convém; antes, pense
com moderação, segundo a medida de fé que Deus repartiu a cada um.”
(Romanos 12.3)
Cada um de nós tem uma medida do Espírito Santo como dom,
ministério e operação, que foi derramado a todo corpo (igreja) de Cristo. Eu
disse todos nós.

Os dons qualificam as operações do Espírito

Os nove dons não são apenas poder do Espírito dado a nós, como
também qualificam as oito operações do Espírito. Isso significa que não
importa o título que você tenha, pode até dizer que é um apóstolo, porém se
uma quantia dos nove dons do Espírito estiver operando em você, você não
é apóstolo, só tem o título, mas não tem a função, a operação, entendeu?
Você tem o dom de apóstolo e a operação para apóstolo, os dons são 9, as
operações para cada dom são 8, e são os dons que qualificam as operações.
Se você se diz evangelista, deve ter dons de poder, pois são esses dons, que
irão qualificar o chamado de evangelista que você tem. Não importa muito o
título para Deus, importa a ação. Ele lhe deu o ministério, e seu ministério
tem as operações que são qualificadas pelos dons. É assim que o Espírito
Santo faz e trabalha em cada um de nós. Aleluia.
Isso nos ensina que só se pode qualificar uma operação específica se
certos dons estiverem operando em seu chamado.
No entanto, temos a oitava operação, a variedade de línguas,. Como
entender isso? Creio que a oitava operação é fundamental para as demais
operações, pois, de todas, é a única que tem o papel de focar aquele que
opera por meio das operações do Espírito. Então, o papel da oitava
operação, que é variedade de línguas, é mantê-lo preso, focado na sua
comunhão com o Espírito Santo, depois de ter recebido muitos dons para
agir em algumas das operações. Creio que o dom de língua, como dom, é o
que qualifica o que tem o chamado de variedade de línguas, e isso é feito
para que nos mantenhamos firmes em nossa comunhão com Espírito Santo.
Agora, eu lhes pergunto: onde começa ou com qual dom começa a
discussão carismática dos dons? Onde está a linha divisória entre os que
acreditam nos dons, e os que não acreditam? Sem sombra de dúvidas, está
no falar em línguas. É nesse dom que começa a discussão. Nunca conheci
alguém agir no poder do Espírito, sem também falar em línguas. Não tenho
dúvidas nenhuma que o falar em línguas é o dom que sustenta todos os
outros, pelo simples fato de ser o dom capaz de produzir em nós edição e
comunhão com o Espírito Santo. O falar em línguas é o dom de entrada para
todos os demais dons.
Na comunidade que sou pastor, sempre estou motivando os membros a
buscarem esse dom, pois uma vez tendo falado em línguas, a porta está
aberta para os demais dons. O falar em línguas é uma operação do Espírito
para nos equipar de dentro para fora. Começa dentro de você, e não fora de
você. Ele o edifica, edifica aquele que fala.
À medida que você ora em línguas, o Espírito Santo constrói uma
operação dentro de você para qualificá-lo para aquilo que Ele o chamou
para fazer. E à medida que Ele faz isso, os dons que equipam para o seu
chamado específico começarão a operar através de você. É assim que
funciona.
Se eu orar muitas horas em línguas, o Espírito Santo vai me capacitar a
atuar no dom e ministério a mim concedido. A oração em línguas serve para
muitas coisas, mas todas elas relacionadas à nossa atividade íntima e secreta
com o Espírito Santo.
Por isso, posso acrescentar que é orando em línguas que você irá
descobrir seu ministério, seu dom e a maneira como Deus escolheu para
agir em você e através de você.
Agora, você entendeu porque o diabo não quer que você ore em línguas?
Ele sabe que muita coisa irá mudar em sua vida espiritual a partir do
momento que você começar a dedicar tempo à oração em línguas.
Capítulo Oito

PODER E PRESENÇA

Este é um ponto muito importante do livro, porque agora estamos sendo


realmente práticos. E por não entender este ponto, muitos se enveredam no
caminho obscuro da falta de conhecimento. E para isso, vamos examinar
com cuidado esse texto de Atos 1:8: “Mas recebereis poder ao descer sobre vós
o Espírito Santo” .
Todos conhecem essa passagem de cor, porém há um tesouro escondido
nela, existe uma fonte escondida nesse texto.
Quero ajudá-lo a descobrir a diferença entre unção e presença de Deus.
A unção é a manifestação da presença de Deus, unção e presença de Deus
não são a mesma coisa. A presença de Deus é a Sua glória, a unção é Seu
poder.
Vamos falar de poder e presença, de unção e glória. Observe o texto:
“Recebereis poder”. Notem alguns pontos importantes nisso.

1º - Existe uma promessa que teríamos poder


Isso não é coisa de filme de super heróis, de super poderes, não é ficção.
Existe uma promessa nesse texto, e a promessa é, “você terá poder. Isso não
é uma brincadeira de crianças gritando por aí : “Eu tenho poder”. Isso é sério,
eu posso ser poderoso em Deus. As pessoas podem notar algo diferente em
mim, as pessoas podem dizer: “esse irmão tem poder de Deus nele”. O texto
está claro: “Mas recebereis poder”. Isso indica que eu posso ser poderoso em
Deus. Isso indica que algo pode acontecer comigo diferente de todos nessa
terra. Falo de um super poder do alto. Algo indescritível.
2º - Presença ou glória
Observe mais uma vez o texto, agora, na parte b: “ao descer sobre vós o
Espírito Santo” .
Será que você já começa a perceber a diferença? O Espírito Santo é a real
presença de Deus em nós. A unção de Deus é o Seu poder, e a unção ou
poder de Deus é o resultado da manifestação da presença d’Ele. É no
derramar, na presença real do Espírito Santo, que sentiremos a Sua unção.
Quando a unção ou Seu poder vem, isso será notado visualmente por
manifestações sobrenaturais.
Então colocaremos o texto em sua ordem exata, transliterando assim:
“Você só terá meu poder, minha unção, se eu estiver presente”. É somente se
o Espírito Santo vier aqui, hoje, que teremos o poder de Deus manifesto. E
isso pode ser de muitas maneiras. Com a manifestação do Seu poder, tudo
que é sobrenatural acontece. Agora, entenda, ninguém pode começar sem a
presença de Deus. Pode gritar, pode fazer algo parecido com unção. Um
choro, um ritual, mas se ele não vier, sua unção não virá.
E se ele vier, terá de ter manifestações visíveis, sobrenaturais e audíveis.
Onde o Espírito Santo está, veremos pessoas batizadas em lágrimas ou em
risos com o Espírito Santo, veremos milagres sobrenaturais, mortos
ressuscitando. As coisas devem acontecer em um ambiente governado pela
presença do Espírito Santo. É imperativo que percamos o controle das ações
do culto, em um ambiente governado pelo o Espírito Santo. Então
ouviremos gritos e gemidos de arrependimento por conta da convicção de
pecados que é gerado no ambiente.
Ouviremos também, risos, pois o Espírito Santo é alegria no espírito.
Mas também pessoas se prostrando aos pés do Senhor, pecadores se
arrependendo. As coisas têm de ser vistas, ouvidas, e precisam ser de cunho
sobrenatural. Só assim poderemos dizer: “Ele já está aqui”.

3º - É possível alguém cair de sua glória, e ainda assim manter o seu


poder?
Alguém pode terminar sem a glória de Deus, mas nunca poderá começar
sem ela.
Agora, veja bem: a glória de Deus é dada enquanto o homem for fiel. Essa
glória dada sempre lhe trará poder, este poder é o dom que a glória de Deus
lhe concede. O Poder de Deus é o dom da glória de Deus. Ôh, aleluia!
Temos a promessa dos dois, amém? A glória concede poder.

4º - Porém, se alguém cair da glória, surpreendentemente fica com o


poder
Se alguém cair da glória, surpreendentemente fica com o poder, pois o
poder é o dom que a glória concede. Então, existem pessoas que tiveram
Deus um dia, e com isso obtiveram unção e poder, no entanto, perderam a
presença e continuam com o dom, continuam a curar, continuam a fazer
milagres, continuam a realizar proezas, isso tudo é possível.
Existem pessoas distantes de Deus, porém cheias de seu poder.
Agora a pergunta que fica: Por que Deus vai e o seu poder fica? A Bíblia é
clara. Deus havia deixado Sansão e ainda assim ele mantinha o poder, até
perdê-lo de vez.
Juízes 16:20 diz: “Não sabia Sansão que o Senhor havia se afastado.”
Percebeu? Não é fácil saber quando Ele se vai, quando perdemos Sua doce
presença. No caso de Sansão, ele não percebeu porque, mesmo com a vida
em pecado, ele mantinha a força que vinha do Espírito de Deus, e foi
exatamente isso que o confundiu. Saul tinha sido deixado pelo Senhor, e
mesmo assim ainda podia profetizar.
“Neste momento, o Espírito do Senhor tomará pleno controle de ti, e terás
manifestações proféticas, e serás transformado em um novo homem.” (1
Samuel 10.6)
Agora, temos o relato da história de Saul. Nesse caso, o Espírito Santo
entra em Saul e ele passa a profetizar.
Veja, agora: “O Espírito do Senhor tinha se retirado de Saul, e um espírito
maligno, vindo da parte de Deus o atormentava” (16.14).
Saul teve uma experiência muito forte com o Espírito Santo. Agora o
mesmo Saul que teve essa experiência forte com o Espírito Santo, perde a
pessoa do Espírito completamente. O texto diz: “O Espírito do Senhor se
retirou dele” . Percebeu? Ele pode se retirar, mas o seu poder continua.
Agora, no capítulo 19, vemos um relato impressionante. Davi se refugia
na casa dos profetas e Saul começa a caçá-lo.
Vejamos os relatos: “Davi, pois fugiu e escapou; foi ter com Samuel, em
Ramá, e lhe contou detalhadamente tudo o que Saul lhe tinha feito e tentado
fazer. Ele e Samuel refugiaram-se em Naoite, casa dos profetas, onde passaram
a morar. Então foram dizê-lo a Saul: Descobrimos que Davi está vivendo na
casa dos profetas, em Ramá! Então imediatamente, Saul enviou alguns
homens para capturá-los. No entanto, quando observaram o grupo de profetas
profetizando, dirigidos por Samuel, o Espírito de Deus veio sobre os
mensageiros de Saul, e eles também passaram a experimentar a mesma visão
profética. Logo Saul foi informado do que ocorrera, e apressou-se em mandar
outros mensageiros, os quais da mesma maneira, entraram em êxtase. Em
seguida, Saul mandou um terceiro grupo, e também estes foram tomados por
um transe profético” (1 Samuel 19.18-21).
Saul envia grupos para capturar Davi, e esses grupos, ao entrarem em um
ambiente tomado pela glória de Deus, não resistindo à unção, são tomados
por diversas manifestações proféticas, que são produzidas pelo poder do
Espírito Santo, tema esse que abordaremos logo mais a frente.
Agora, veja nos versos 22-24: “Finalmente, Saul decidiu ir pessoalmente a
Ramá. Chegando ao grande poço da cidade, que se chamava Seco, indagou
onde poderia encontrar Samuel e Davi, e lhe informaram que eles estavam nas
celas, na casa dos profetas, em Ramá. E aconteceu que enquanto se dirigia
para lá, o Espírito de Deus também o dominou, e ele foi profetizando por todo
o caminho, até chegar a Naiote, casa dos profetas, em Ramá. Ao chegar,
despojou-se de suas vestes sob o mesmo arrebatamento dos profetas, na
presença de Samuel; e caído, ficou nu durante todo aquele dia e toda aquela
noite. Por esse motivo se costuma dizer: Está Saul também profetizando com
os profetas?” (1 Samuel 19.22-24).
Em 1 Samuel 10.6, Saul recebe o Espírito Santo e, consequentemente,
começa a profetizar, ou seja, recebe o espírito da profecia. Agora, em 1
Samuel 16.20, o Espírito Santo (a pessoa) sai e um espírito maligno entra.
Não obstante, em 1 Samuel 19.22-24, o vemos novamente agindo como um
profeta, profetizando, de maneira que assusta até mesmo os profetas.
Concluímos nisso tudo, que apesar de ele perder a pessoa do Espírito
Santo, não perdeu o dom, o poder e, mesmo caído, ainda poderia profetizar.
A impressão que se tem é que ele ficou fora de si, deitado e prostrado diante
de Deus! Tendo em vista que o poder do Espírito Santo não pode ser a
pessoa do Espírito Santo, pois se o fosse, nem o Espírito Santo poderia sair
de uma pessoa caída. Mas o Espírito Santo sai, deixa, sim, uma pessoa. O
Espírito Santo pode ser apagado dentro de uma pessoa. Você poderá perder
Deus dentro de você, poderá perder a presença de Deus e, mesmo assim,
pensar que ainda o tem por causa do seu poder.
A Bíblia é clara: “Porque os dons e o chamado de Deus são irrevogáveis.”
(Romanos 11.29)
Quanto ao poder ser um dom irrevogável, veja esses textos sobre o poder
do Espírito Santo: “E, convocando os seus doze discípulos, deu-lhes virtude e
poder [poder e autoridade] sobre todos os demônios, para curarem
enfermidades. E enviou-os a pregar o reino de Deus, e a curar os enfermos... E,
saindo eles, percorreram todas as aldeias, anunciando o evangelho, e fazendo
curas por toda a parte.” (Lucas 9:1-2,6)
E mais: “E nomeou doze para que estivessem com ele e os mandasse a
pregar, e para que tivessem o poder de curar as enfermidades e expulsar os
demônios.” (Marcos 3:14-15)
Agora, você percebe que poder é dom?
A pergunta que não quer calar: Pode um falso profeta ter poder do
Espírito Santo?
Veja esse texto de Mateus 7:13-29: “Entrai pela porta estreita. Pois larga é a
porta, e espaçoso o caminho que conduz à perdição, e muitos são os que
entram por ela. Mas estreita é a porta, e apertado o caminho que conduz para
a vida, e são poucos os que a encontram. Acautelai-vos, porém, dos falsos
profetas, que vêm até vós disfarçados como ovelhas, mas interiormente são
lobos devoradores.
Pelos seus frutos os conhecereis. Colhem-se uvas dos espinheiros ou figos dos
abrolhos? Do mesmo modo, toda árvore boa produz bons frutos, e toda árvore
má produz frutos maus. Não pode a árvore boa produzir maus frutos, nem a
árvore má produzir frutos bons. Toda a árvore que não dá bom fruto é
cortada e lançada no fogo. Portanto, pelos seus frutos os conhecereis. Nem todo
o que me diz: Senhor, Senhor! Entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a
vontade de meu Pai, que está nos céus. Muitos me dirão naquele dia: Senhor,
Senhor, não profetizamos nós em teu nome? E em teu nome não expulsamos
demônios? E em teu nome não fizemos muitos milagres? Então lhes direi
abertamente: nunca vos conheci. Apartai-vos de mim, vós que praticais a
iniquidade! Portanto todo aquele que ouve estas minhas palavras e as pratica,
será semelhante ao homem prudente, que edificou a sua casa sobre a rocha.
Desceu a chuva, transbordaram os rios, sopraram os ventos e deram contra
aquela casa; contudo, ela não caiu, porque estava edificada sobre a rocha.
Aquele que ouve estas minhas palavras, mas não as cumpre, será comparado
ao homem insensato, que edificou a sua casa sobre a areia. Desceu a chuva,
transbordaram os rios, sopraram os ventos e deram contra aquela casa, e ela
caiu, e foi grande a sua queda. Concluindo Jesus de proferir estas palavras, as
multidões se admiravam da sua doutrina, porque ele as ensinava como quem
tem autoridade, e não como os escribas.”

Observe algumas coisas interessantes:


1ª - Esses indivíduos citados por Jesus são falsos profetas.
2ª - Eles somente serão detectados, não pelos dons, não pelo poder, mas
pelos frutos.
3a - A única maneira de conhecer um falso profeta, é notar a ausência de
frutos. Fruto é a obra do Espírito Santo em cada um de nós. Dom é a obra
do Espírito Santo através de nós e conosco.
O fruto do Espírito Santo é visivelmente notado, por atitudes, palavras e
obras. O profeta é notado pelo que sai de sua boca, e não falo de suas
pregações, mas daquilo que sai constantemente de sua boca. Pois a boca fala
do que o coração está cheio. Mas também ele tem demonstrações de
mudança interior dentro dele, que também é obra visível do Espírito Santo.
Note que o texto diz: “Curamos, profetizamos” Não que “tentamos curar ou
profetizar ou expulsar demônios”. Isso é muito, mas muito importante. Esses
falsos profetas, realmente tinham poder para curar, profetizar e expulsar
demônios.
Agora, veja: provavelmente, para receberem esses dons, eles começaram
no poder, mas agora terminaram na carne. Paulo fala, em Gálatas 3:3, que é
possível um crente começar no Espírito e terminar na carne. Quando Moisés
orou, em Êxodo 33.18: “Mostre a Tua glória”, não estava dizendo: “mostre-
me o Teu poder”, ou quero ver milagres, quero ver prodígios, quero ver
curas e maravilhas, quero que demônios saiam, quero que o Senhor abra o
mar. Moisés já tinha experimentado muito do poder de Deus, agora ele
ansiava por conhecer a Deus. O que Moisés está dizendo é: “Senhor que abre
o mar, Senhor que faz maravilhas, Senhor que cura, Senhor que ressuscita
mortos, eu quero agora é conhecê-lo face a face.
E digo a você: essa é a oração mais ousada que alguém pode fazer.
Você quer conhecer a Deus tão intimamente que nada mais irá importar?
Então, em Êxodo 34.5, Deus se mostra para Moisés.

Deus e sua glória

Quando Deus revelou Sua glória, revelou Seus atributos. Quando Deus
revelou Sua glória, revelou Sua natureza. Quando Deus revelou Sua glória,
revelou Seu coração. Quando Deus revelou Sua glória, revelou Seus
caminhos.
Agora, veja esse texto para que você entenda de uma vez: “Fez conhecido
os seus caminhos a Moisés, e os seus feitos aos filhos de Israel” (Salmo 103.7).
Devemos manter aceso o fogo de Deus em nós, senão começaremos na
unção e terminaremos na carne. Terminaremos frios, automáticos, sem
fome, sem sede de Deus, sem paixão pela sua presença. Podemos, sim,
perder o Espírito Santo, mesmo que ainda mantenhamos Seu poder em nós.
Davi não temeu perder nada, a não ser o Espírito Santo. Ele diz: “Não
retires de mim o teu Espírito Santo” .
Ele é nosso tesouro, é a maior riqueza da Noiva, é maravilhoso.
Lute pela sua comunhão e intimidade com o Espírito Santo. O que vai
importar ao final das contas é a sua comunhão com o Espírito Santo.

Manifestações do Espírito Santo

Em 2 Crônicas 7.1-3, lemos assim: “Assim que Salomão concluiu sua


oração, desceu fogo do céu e consumiu o holocausto e os sacrifícios, e a glória
de Deus, o Senhor, tomou toda a casa. Os sacerdotes não podiam entrar no
templo do Senhor, porquanto a glória de Deus havia enchido o templo”.
Muito se fala sobre o que acontece quando o Espírito Santo vem com sua
forte unção. Realmente, existe uma corrente contrária às manifestações do
Espírito. Devemos entender o que é verdade e o que não é verdade.
Por exemplo, existem pessoas que dizem que o Espírito Santo é sujeito ao
profeta. Mas será mesmo? Vejamos este texto: “E falem dois ou três profetas, e
os outros julguem. Mas, se a outro, que estiver assentado, for revelada alguma
coisa, cale-se o primeiro. Porque todos podereis profetizar, uns depois dos
outros; para que todos aprendam, e todos sejam consolados. E os espíritos dos
profetas estão sujeitos aos profetas. Porque Deus não é Deus de confusão,
senão de paz.” (1 Coríntios 14.29,33)
Com isso, aprendemos algumas coisas.
1º - Todos devem manifestar dons.
Paulo diz que todos podem manifestar o dom do Espírito Santo.

2º - Tudo deve ser com ordem.


Deus não confunde as pessoas, Ele traz paz.

3º - Não é o Espírito Santo que é sujeito ao profeta, é o espírito do profeta


que é sujeito ao profeta.

Isso significa que quem tiver vontade de profetizar, deve esperar a hora
certa para isso e, nesse caso, ele consegue esperar, porque o seu espírito é
sujeito à sua vontade.
Por isso Paulo diz: “Se foi revelado a alguém alguma coisa, espere até a
hora certa de falar”.
Porém, o Espírito Santo e suas manifestações físicas não estão sujeitos a
ninguém e nem a espírito algum aqui na terra.

As manifestações do Espírito Santo na Bíblia

Quais manifestações do Espírito Santo são bíblicas? Choro,


quebrantamento, arrependimento e reconhecimento de pecados, cair pelo
Espírito Santo.
Vamos encontrar, na Bíblia, parte dessas experiências.

1º - A experiência de Saul
Mesmo depois de o Espírito do Senhor o haver abandonado por causa de
sua desobediência, e entra-do em Davi, já comparamos 1 Samuel 10.6 com
16.14, Saul teve uma experiência muito forte com o Espírito Santo.
Ele mandou uma primeira escolta de soldados prender Davi na casa de
Samuel, em Ramá, mas o Espírito de Deus veio sobre os soldados que não
regressaram a Saul. Todos ficaram profetizando.
Saul mandou, então uma segunda escolta que também ficou profetizando
e ainda uma terceira que não pôde prender Davi por causa do poder de
Deus (1 Samuel 19.18-21).
Depois, o próprio Saul foi prender Davi e o mesmo Espírito de Deus veio
sobre ele, e ia profetizando até chegar a Naiote, em Ramá (vs 3 e 23).
Veja bem: já, pelo caminho, Saul ia profetizando, tomado pelo Espírito de
Deus! Como já vimos, quando chegou a Ramá, diz a Bíblia na versão
corrigida: “e também despiu os seus vestidos, e ele também profetizou diante
de Samuel, e esteve nu por todo aquele dia e toda aquela noite…”
Veja bem: ele ficou todo um dia e toda uma noite caído por terra devido à
unção, profetizando diante de Deus!

2º - O templo de Salomão
Temos dois exemplos ainda, um anterior a Saul, na edificação do
Tabernáculo e outro na inauguração do Templo de Salomão.
Em 2 Crônicas 5.13,14, lemos assim: “Os que entoam as trombetas e
cantores louvaram e agradeceram ao Senhor em uma só voz. Ao som de
cornetas, címbalos e outros instrumentos, ergueram suas vozes em uníssono ao
Senhor e cantaram (…)! Em seguida, toda a casa se encheu da nuvem de
glória do Senhor, de tal maneira que os sacerdotes não conseguiam
permanecer de pé para dar sequência ao serviço religioso, porquanto a glória
do Senhor tomou todo templo de Deus”.
Na inauguração do templo, os sacerdotes não podiam ficar em pé, para
ministrar, por causa da nuvem, porque a glória do Senhor encheu a casa de
Deus. Isto é, eles estavam ali dentro ministrando quando veio a glória de
Deus. O que aconteceu, não sabemos, mas o texto diz que não podiam ficar
em pé, o que quer dizer que todos caíram por terra!
Será que não podemos, também nós, em nossos dias, experimentarmos
um pouquinho desta glória do Senhor?
Veja também 2 Crônicas 7.2: “Assim que Salomão concluiu sua oração,
desceu fogo do céu e consumiu o holocausto e os sacrifícios, e a glória de Deus,
o Senhor, tomou toda a casa. Os sacerdotes não podiam entrar no templo do
Senhor, porquanto a glória de Deus havia enchido o templo.”

3º - Jeremias
Quando Deus falava com Jeremias ele se sentia tonto, embriagado pelo
poder de Deus (Vinho do Espírito).
Veja o que ele diz: “Sou como homem embriagado, e como homem vencido
do vinho, por causa do Senhor, e por causa de suas santas palavras” (Jeremias
23.9).

4º - Ezequiel em transe
Ezequiel teve uma experiência ainda mais forte. Ele estava reunido com
os anciãos no cativeiro, na Babilônia. Em Ezequiel 1.28 vemos que o profeta
cai devido à glória de Deus: “… Quando contemplei tudo isso, caí por terra;
foi quando ouvi a voz me chamar”.

5º - Jesus
Bastou o Senhor Jesus falar com os soldados, e eles caíram por terra:
“Assim que Jesus lhes disse: Eu sou Jesus, eles recuaram e caíram no chão”
(João 18.6).
Em João 20.22, Jesus sopra sobre os discípulos o Espírito Santo, mas a
Bíblia não menciona que eles caíram: “E tendo dito isso, soprou sobre eles e
disse-lhes: Recebei o Espírito Santo”.
Vemos muitos homens de Deus, hoje em dia, ministrarem o Espírito
Santo com sopro e as pessoas caírem.

6º - Os discípulos e a voz de Deus


Quando Jesus foi transfigurado diante dos discípulos. aconteceu este
fenômeno. Eles ouviram a voz de Deus e caíram por terra.
Veja em Mateus: “Enquanto ele ainda estava falando, uma nuvem
resplandecente os envolveu e dela emanou uma voz dizendo: Este é o meu
Filho amado em quem me regozijo; a Ele atendei! Ao ouvirem isso, os
discípulos caíram por terra e ficaram atemorizados.” (Mateus 17.5-7)

7º - No dia de Pentecostes
Não podemos negar que as pessoas que os viam falando em línguas
achavam que eles estavam embriagados!
Estão embriagados, diziam. Os moradores de Jerusalém, quando olhavam
aqueles cento e vinte, acharam que era fruto de uma bebedeira!
Como procedem os bêbados?
Falam alto, gritam, dão risadas, rolam pelo chão… e o que lhes respondeu
Pedro?
“Estes homens não estão embriagados, como vindes pensando…” (Atos
2.13-15)
A presença do Espírito Santo na vida dos cento e vinte dava a impressão,
para os de fora, de algo ridículo, como se fosse um bando de beberrões!

8º - Paulo
A experiência de Paulo foi muito grande. Ele nem sabe como chegou aos
céus: “… se no corpo ou fora do corpo, não sei, Deus o sabe” (2 Coríntios 12.1-
4).
Será que muitos dos discípulos não teriam experimentado algumas das
fortes manifestações do Espírito Santo que nem mesmo foram registradas
nas Escrituras por acharem que era algo normal na vida deles?
O próprio Paulo só foi contar a experiência doze anos depois! Paulo
também cita o que aconteceu com Moisés, que a glória de Deus foi tão forte
que Moisés tinha de colocar um véu sobre o rosto cada vez que saía da tenda
para falar ao povo. Como não será na época da graça? (2 Coríntios 3.7-13).
O que Paulo quer dizer? Ele explica que, se Moisés, que pregava a lei,
tinha tanta glória, quanto maior glória terão os que pregam a justiça.
Paulo foi derrubado por terra pelo Senhor Jesus: “E caindo por terra,
ouviu uma voz que lhe dizia: Saulo, Saulo, por que me persegues?” (Atos 9.4)
9º - João, na experiência que teve em Patmos
“Quando o vi, caí a seus pés como morto.” (Apocalipse 1.10-17)
Ele ficou sem forças diante de Deus!

10º - Outras manifestações da unção do Espírito


Existem inúmeras experiências sobrenaturais da unção de Deus relatadas
nas Escrituras, semelhantes ao cair, como êxtases, visões e percepções à
distância que tiveram os profetas.
Eliseu em 1 Reis 5.19-27; 6.8-20; e também Pedro, em Atos 10.1-22.
À luz de todos estes textos, podemos afirmar que é possível haver
manifestações do Espírito em nossa vida das maneiras mais diversas.
Capítulo Nove

VOCÊ ESTÁ CHEIO DO


ESPÍRITO SANTO?

Em Efésios 5.18-20, lemos assim: “E não vos embriagueis com vinho, em


que há contenda, mas enchei-vos do Espírito; Falando entre vós em salmos, e
hinos, e cânticos espirituais; cantando e salmodiando ao Senhor no vosso
coração; dando sempre graças por tudo a nosso Deus e Pai, em nome de nosso
Senhor Jesus Cristo; sujeitando-vos uns aos outros no temor de Deus”.
Talvez você já tenha sido batizado com o Espírito Santo, talvez já tenha
sido, um dia, cheio do Espírito Santo, porém, minha pergunta é: “Você está
cheio do Espírito Santo hoje, neste instante? Há algo em você que o fascina
em Deus? Você tem desejo de orar, tem desejo de louvar, tem fome e sede de
Deus? Você é usado na vida das pessoas por Deus?” Todos esses são alguns
indicativos de uma pessoa cheia do Espírito Santo.
Agora, observe o texto: “Não vos embriaguez com vinho, que leva à
devassidão, mas enchei-vos do Espírito Santo”.
Ser cheio do Espírito Santo não é uma opção, é uma ordem. É um
mandamento. Ser cheio do Espírito Santo não é uma mera possibilidade.
Muitos crentes têm o Espírito Santo, mas não estão cheios d’Ele.
Uma coisa é ser habitado pelo Espírito Santo, outra coisa, é tê-lo em
plenitude, ser cheio d’Ele.
Observamos, aqui, que a vontade de Deus é que você viva uma vida na
plenitude do Espírito, cheio d’Ele.
Paulo, escreve aos efésios, falando sobre o tema. Destacamos algumas
lições importantes.

1ª - A plenitude do Espírito Santo tem uma semelhança superficial com


embriaguez. Efésios 5.18
A ordem divina é: “Não vos embriagueis com vinho, que leva à devassidão,
mas enchei-vos do Espírito”.
O que isso significa? Uma pessoa embriagada está sob o poder do álcool.
Ela fala e age sob a influência da embriaguez. Um indivíduo cheio de álcool
perde a inibição e se torna ousado. Uma pessoa embriagada faz coisas
inacreditáveis, por causa da influência do álcool.
O comparativo Espírito Santo e embriaguez é no sentido de uma pessoa
cheia do Espírito Santo. É o tipo de gente tomada por Ele, como uma pessoa
embriagada é tomada pelo o álcool. Então, uma pessoa cheia do Espírito
Santo só fala sobre a influência do Espírito Santo. Uma pessoa cheia do
Espírito Santo só age sobre a influência do Espírito Santo. Ou seja, ela não
faz nada sem orar e, se fala alguma coisa que não devia ter falado, logo o
Espírito Santo o convence do erro.
Se as pessoas, na igreja, raramente estão sendo convencidas de seus erros
acerca do que falam ou fazem, é porque está faltando nelas a plenitude do
Espírito.
A pessoa cheia do Espírito Santo é governada por Ele, e recebe uma santa
ousadia para falar em nome de Jesus.

2ª - A plenitude do Espírito Santo tem um contraste profundo com a


embriaguez. Efésios 5.18
O álcool é um depressivo e não um estimulante. O álcool é um ladrão de
cérebro, e não um tônico para a mente. O álcool induz à dissolução. Um
indivíduo embriagado perde o equilíbrio, a sensatez e o respeito próprio.
A maioria dos crimes e os maiores crimes são cometidos por pessoas sob
efeito do álcool. A maioria dos acidentes fatais no trânsito é cometido por
causa da influência do álcool. Quanto mais cheio de álcool, mais vazio da
prudência, felicidade e responsabilidade. Porém, estar cheio do Espírito
Santo, ao contrário, traz discernimento, traz sabedoria, traz graça, traz
santidade.
Se uma pessoa bêbada perde o controle de si mesma, o Espírito Santo é
domínio próprio. Se o álcool é depressivo, o Espírito Santo é o maior
antidepressivo que existe.

3ª - A plenitude do Espírito Santo é um mandamento, não uma opção


Isso aqui é uma ordem expressa: “Encheivos...”
É da expressa vontade de Deus que você seja cheio do Espírito Santo.
Deus não quer apenas que você seja cheio, mas ordena que você seja
cheio. É uma ordem imperativa: “Que você busque ser cheio!” Desobedecer
a essa ordem é cometer pecado de rebelião contra Deus.
Só seremos guiados pelo Espírito, se formos cheios do Espírito, então,
quem não é cheio do Espírito não é guiado pelo Espírito, e isso é rebelião
contra Deus. E rebelião é o pecado de Satanás.
Satanás não era controlado por Deus, e quem não está cheio do Espírito
também não é controlado por Deus.

O texto fala de dois imperativos, um positivo e um negativo.


- O negativo é não se embriagar com o vinho.
- O positivo é embriagar-se com o Espírito Santo.
A falta da plenitude do Espírito é pecado tanto quanto começar a perder
os sentidos com álcool é pecado também.

4ª - A plenitude do Espírito Santo é a expressa vontade de Deus para


todos nós
A ordem para ser cheio do Espírito Santo não é dirigida apenas para os
líderes, pastores e ministros. Ela é para todos os crentes em Jesus.
Esse privilégio não é apenas para alguns, é para todos. Desde a criança até
o mais idoso, todos podem ser cheios do Espírito Santo.

5ª - A plenitude do Espírito deve ser uma experiência contínua na vida


do crente
O termo seja cheio significa, hoje, amanhã e depois. O Espírito Santo tem,
como um de seus símbolos, o azeite, e o azeite tem algumas características
interessantes. Você precisa sempre usar, você precisa sempre comprar,
“buscar”, e ele não aceita ficar parado. Se você colocar um pouco de azeite
em um pires, ele irá sair e dar lugar à sujeira. O azeite não fica parado. Ele
não aceita mistura. Tente misturar qualquer coisa com azeite. Não dará
certo, ele não se mistura. Se você colocar sujeira em uma lata de azeite e
deixar a tampa aberta, todo o azeite sairá e ficará somente a sujeira dentro.
Você já percebeu que se abrir uma lata com água, a água não sai, mas se
abrir uma lata de azeite ele começa a andar sozinho e sai todo?
O Espírito Santo deve ser buscado diariamente, para não se apagar em
nós. Paulo disse: “Não apagueis o Espírito”.

6ª - A plenitude é uma obra do próprio Espírito Santo em nós


O verbo usado por Paulo, aqui, está na voz passiva. A tradução literal do
texto é: “Deixai-vos encher do Espírito” . Paulo está dizendo: não atrapalhe a
obra do Espírito Santo em sua vida, deixe-o encher você.
Nós não produzimos a plenitude do Espírito Santo em nós. Nós não
produzimos fogo, nós apenas queimamos.

7ª - A plenitude do Espírito Santo produz resultados gloriosos


Em Efésios 5:19-21, Paulo fala de quatro resultados da plenitude do
Espírito:

a. Comunhão - Vs 19: “Falando entre vós com salmos…”. Um crente cheio do


Espírito é conhecido pela maneira que trata os irmãos. A evidência da
plenitude do Espírito não são dons, mas os frutos do Espírito. Nossa
comunicação com os irmãos revela mais nossa espiritualidade do que
nosso desempenho religioso.
b. Adoração - Vs 19: “... Cantando e louvando ao Senhor no coração”. Um
crente cheio do Espírito louva não apenas com os lábios, mas com o
coração. Ele se deleita na adoração e no louvor. Você sabe qual é a
diferença de louvor e adoração? Louvor é a alegria no Espírito,
demonstrada em cânticos. Adoração é a contrição, é a alma cantando e
matando a saudade. A-dor-em-ação. Adoração é a dor em ação, isso é o
chamado sacrifício de louvor, ou seja, só se faz com o corpo, então é mãos
levantadas, em pé ou de joelhos, em lágrimas, gesticulando, cantando alto,
nunca confortável, tem de ter dor em ação.
c. Gratidão - Vs 20: “Dando graças por tudo a Deus, o Pai, em nome de nosso
Senhor Jesus Cristo”. Outra evidência da plenitude do Espírito é a gratidão.
Um crente cheio do Espírito, nunca será um murmurador, reclamador.
Sua boca é um manancial de gratidão, e não um poço de amargura.
d. Submissão - Vs 21: “Sujeitando-vos uns aos outros no temor de Cristo”.
Sujeição é o contrário de prepotência. Um crente cheio do Espírito Santo
é conhecido pela sua humildade para com os outros. Ele não tem
necessidade de se impor sobre ninguém. Ele nunca falará de si. Ele nunca
se autopromoverá. Ele não quer ser o maior, ele quer obedecer. Não há
outra escolha, seja humilde ou seja um demônio.

Só há uma maneira de receber a plenitude do Espírito

E essa maneira é orando sem cessar até recebê-lo. Atos 1:14; 2:1-3 diz que
os discípulos oraram unânimes e com perseverança durante dez dias até que
os céus fenderam e o Espírito Santo foi derramado.
Observe alguns quesitos nessa busca:

1º - Unânimes
Temos de pensar a mesma coisa, falar a mesma língua, isso fala de sermos
unidos.
Brigas e plenitude do Espírito não combinam, precisa ter união para que
o Espírito Santo nos encha.

2º - Com perseverança
Isso indica que eles lutaram contra o cansaço, contra a preguiça, contra o
sono.
Por dez dias eles não sentiam nada, e isso poderia desanimá-los, mas eles
não desanimaram.
Devemos orar sem cessar, unânimes e sem parar.
Capítulo Dez

BLASFÊMIA CONTRA O
ESPÍRITO SANTO

Em Mateus 12-30, lemos assim: “Todo pecado tem perdão, mas o pecado
contra o Espírito Santo é um pecado sem perdão”. Não me resta dúvidas que,
em nossos dias, o Espírito Santo é o mais abusado, o Espírito Santo é o mais
mal interpretado, o Espírito Santo, é o mais desonrado.
Existe muita confusão acerca desse tema, “Blasfêmia contra o Espírito
Santo”. O que deve ser esse pecado?
Quando Jesus disse que era Filho de Deus, vindo de Deus, então, logo os
fariseus gritaram: blasfêmia. Então, entendemos que blasfêmia pode ser
várias coisas em um mesmo sentido. Então, o que deve ser? No meu
humilde entendimento, blasfêmia não é apenas um pecado, mas um
conjunto de pecados que, para mim, são: atribuir ao Espírito Santo palavras
que Ele não disse, obras ao Espírito Santo que Ele não fez, experiências que
Ele não gerou.
Acredito que um dos maiores perigos para a igreja moderna, é o
experiencialismo. Eu acredito em experiências sobrenaturais com Deus,
mas, em muitos casos, essas experiências já fugiram do controle. Temos toda
espécie de experiências hoje em dia. Temos experiências emocionais,
experiências bizarras, experiências demoníacas.
O problema é que muitas dessas experiências sobrenaturais dos crentes, se
foi mencionado o nome do Espírito Santo, já taxamos por ser de Deus, sem
sequer consultar as Escrituras. Aí temos visões, revelações, vozes do céu,
mensagens por meios transcendentais, sonhos, profecias, experiências fora
do corpo, viagens ao céu, viagens ao inferno, diversas unções, milagres
espirituais.
Acredito em quase tudo que foi citado, mas grande parte disso, muitas
vezes, é falso, não provém do Espírito Santo. Muitas vezes, até o falar em
línguas de muitas pessoas não provém do Espírito Santo e, sim, de um
espírito de engano.

Espírito de Engano

Qual é a função do espírito de engano? Produzir um falso fogo, uma


emoção parecida com a unção do Espírito Santo, imitar os sons da
verdadeira língua dos anjos, curar e fazer parecer que foi o Espírito Santo.
Produzir falsas revelações, produzir visões, dar sonhos, trazer vozes,
arrebatamentos, viagens transcendentais. Ou seja, o espírito de engano, que
tem em muitos, faz quase tudo parecido com o Espírito Santo, digo quase
tudo, porque ele não irá jamais convencer o homem do pecado, justiça e
juízo, e só não irá fazer isso, porque não vale a pena para ele.
O espírito do engano é um especialista em trabalhar no meio do povo de
Deus. Ele é um espírito religioso.
Qual o propósito do espírito do engano? Visto que o pecado de blasfêmia
não é apenas um pecado, mas um conjunto de pecados, como já
aprendemos, então, o propósito é assumir a posição do Espírito Santo, falar
por Ele, agir por Ele, revelar no lugar d’Ele, pregar no lugar d’Ele, ter visões
no lugar d’Ele.
Como blasfemamos? Atribuindo ao Espírito Santo todas as atitudes
espirituais minhas que não vieram do Espírito Santo.
E se não veio do Espírito Santo e é espiritual, veio de quem? Do espírito
de engano.
Então, qual é o propósito do espírito de engano? Fazer os crentes
blasfemarem contra o Espírito Santo consciente e/ou inconscientemente.
Dois tipos de pessoas

1º - Os que agem com o espírito de engano propositadamente.


Esses agem assim, com revelações forjadas, unções forjadas, visões
forjadas, e isso é blasfêmia deliberada. Essas pessoas sabem, e fazem tudo
isso de propósito. Estão blasfemando contra o Espírito Santo.

2º - Os que agem com o espírito do engano inconscientes.


Estes têm revelações, visões, línguas estranhas, sonhos, viagens
transcendentais.
Estas pessoas pensam que realmente estão sendo usadas pelo Espírito
Santo, mas na realidade, todas as suas ações são de um espírito de engano,
não do Espírito Santo. Deus não quer ser adorado de forma ilegítima, Deus
não quer um culto falso, nem que seja para Ele, Deus não quer uma
pregação falsa, nem que fale d’Ele, Deus não quer louvores de hipócritas,
nem que mencione o nome d’Ele, Deus quer um culto legítimo, Deus quer
um mover legítimo, Deus quer milagres legítimos, Deus quer cultos
legítimos, Deus quer adoração de corações sinceros, não de corações
hipócritas, de gente fingida.

Geração de blasfemadores

A temporada de blasfêmia contra o Espírito Santo está aberta em nossa


época, desonras ultrajantes, afirmando que o Espírito Santo está dizendo
coisas, fazendo coisas, gerando coisas.
E na maioria das vezes, grande parte dessas manifestações não tem nada a
ver com o Espírito Santo.
É um pecado vergonhoso, mentiroso e sem perdão blasfemar contra o
Espírito Santo.
Se você se encaixa nesse tipo de pecado, o da blasfêmia, você está sendo
usado pelo diabo, está operando por espírito de demônios e está indo para o
inferno. Pode estar fazendo grandes obras em seu ministério, em sua vida,
curando, expulsando, pregando e pessoas chorando e caindo, testemunhos e
até crescimento numérico. Porém tudo pode acontecer por um demônio
disfarçado de anjo de luz, espírito de engano e, quando aplaudimos, não é a
Deus que aplaudimos, é ao diabo.
Veja bem: tem aqueles que fazem milagres, profetizam e curam em nome
de Jesus, pelo dom do ministério, como já antes mencionamos, porém existe
ainda um enorme grupo que está agindo e fazendo tudo isso por um espírito
de engano.

O espírito de engano é juízo de Deus

Essa é realmente uma parte muito dura, porém verdadeira, e o apóstolo


Paulo nos alerta sobre esse tipo de espírito de engano. Costumo dizer que
falsos profetas e espírito de engano é juízo de Deus para falsos crentes.
Leia 2 Timóteo 4:3-5 que diz: “Porque virá tempo em que não suportarão a
sã doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores
conforme as suas próprias concupiscências; e desviarão os ouvidos da verdade,
voltando às fábulas. Mas tu, sê sóbrio em tudo, sofre as aflições, faze a obra de
um evangelista, cumpre o teu ministério.”
Para quem o espírito de engano é juízo? Para quem procura unção sem
conteúdo, revelação profética sem critério bíblico, profecia sem palavra,
mover sem intimidade, avivamento sem quebrantamento, cai cai, sem
doutrina, movimento sem arrependimento.

Como saber se é Espírito Santo ou espírito do engano?

O Espírito Santo consola, mas também confronta.


Já o espírito do engano só diz coisas boas, é um espírito bajulador, ele não
confronta ninguém.
O Espírito Santo veio para convencer o homem de três coisas: pecado,
justiça, juízo.
Já o espírito do engano é bem-estar. Ele jamais irá mostrar a necessidade
real de arrependimento. Ele mortifica o seu sentido de mudança.
Em um culto que o Espírito Santo age existem algumas características,
que são curas, milagres, sinais, maravilhas, mas tem ainda o mais
importante, arrependimento, contrição, temor, convicção de pecados,
salvação de perdidos.
Já em um culto liderado pelo espírito de engano, só tem curas, milagres,
sinais e maravilhas. Um culto operado pelo o espírito de engano geralmente
tem muita festa, muita risada, muito oba oba. Um culto operado pelo
espírito de engano precisa ter aparência de mover de Deus, precisa parecer
que as coisas estão bem, então geralmente tem muita euforia, muita festa.
Já um culto liderado pelo o Espírito Santo, pode ter alegria, mas ela vem
depois do arrependimento e contrição. Pode ter risada, mas ela vem depois
de muita lágrima, pode ter consolo, mas ele vem depois do confronto, pode
ter festa, mas sempre com muita reverência e temor do Senhor, com ordem e
decência.
Normalmente, você vai ver um pregador com espírito de engano, não
dando primazia à pregação da palavra, dizendo muita unção, muito mover,
nem precisa pregar. Dando ênfase mais à festa, do que à pregação, pregando
mensagens antropocêntricas, bajulando e nunca confrontando, nunca,
jamais trazendo o arrependimento.
Os profetas do espírito de engano se preocupam com a reputação das
pessoas, os profetas do Espírito Santo, não ligam para reputação.
Os profetas do espírito de engano amam seus ministérios, os profetas do
Espírito Santo amam a Deus.
Os profetas do espírito de engano trabalham para as pessoas, os profetas
do Espírito Santo trabalham para Deus.

O que fazer?

Não contamine sua igreja


Pastor, não deixe seu povo blasfemar contra o Espírito Santo. Não deixe
sua igreja escravizada por um espírito de engano. Quem é a voz da igreja? O
anjo da igreja é o Pastor da igreja, não um irmão que tem revelações, visões,
profecias. Se em sua igreja esse valor foi invertido, não é a voz do Espírito
Santo que está sendo ouvida, é a voz da manipulação de Jezabel, através do
espírito de engano.

Para saber, examine as Escrituras


Toda revelação, profecia, visão, tem de estar fundamentada na Bíblia
Sagrada. Por exigência, por mais que seja seu pastor, seu líder, seu melhor
amigo, o irmãozinho que tem muita intimidade com Deus na igreja,
examine as Escrituras.
Todos podem, uma vez na vida, pensar que foi Deus, e pode ser sua
imaginação, um sonho qualquer, e isso pode ser um sopro do espírito de
engano.

Preserve-se!
Não são todos que dizem que Deus falou, que realmente Deus falou.
Antes de qualquer coisa, se Deus falou, Ele vai propor um concerto. Deus
nunca, jamais, irá consolar antes de confrontar. Se Deus não confrontar, é
porque alguém era perfeito.
Examine as Escrituras sempre, tenha uma vida de oração sempre. Não
corra atrás de coisas místicas, senão, como juízo, Deus pode permitir que
você seja pego pelo o espírito de engano.

Seja duro com o espírito de engano!


Coloque para correr, repreenda-o na frente de todos, sempre usando a
Palavra de Deus. Coloque para fora de sua casa, de sua igreja, de sua vida.
E faça todos saberem que aquela pessoa estava sendo usada pelo espírito
de engano, e não o Espírito Santo. Todos precisam saber para não serem
enganados no futuro.
Capítulo Onze

PORQUE PRECISAMOS DO
ESPÍRITO SANTO?

Sua salvação fará muito pouco ao reino de Deus. A menos que você seja
cheio do Espírito Santo, sua salvação não somará muito para o Reino de
Deus.
Veja o que Paulo diz: “Recebestes o Espírito Santo quando crestes?” (Atos
19.2). Esse texto nos deixa evidente a preocupação de Paulo que cada irmão
receba o Espírito Santo. Gostaria de, ao final, demonstrar-lhe o porquê de
nossa suprema necessidade do Espírito Santo.

1º - Convence-nos do pecado
“Quando Ele vier, convencerá o mundo do pecado, da justiça e do juízo.”
(João 16.8)
Todo pecado traz consequências para a vida da pessoa, sendo, a pior de
todas, a morte eterna. O Espírito Santo é quem nos convence dos nossos
erros quando pecamos. Sem Ele, o ser humano vive deliberadamente no
pecado, separado de Deus, condenando a sua vida à destruição e a sua alma
ao inferno. O Espírito Santo convence-nos, então, do pecado, com o objetivo
de nos levar ao arrependimento, pois, somente o arrependimento sincero
pode derrubar a parede do pecado, por meio da confissão e abandono do
mesmo.

2º - Ilumina-nos
“Eu sou a Luz do mundo; quem me segue não andará nas trevas; pelo
contrário, terá a luz da vida.” (João 8.12)
Quando o Senhor Jesus fala da Luz da Vida, está se referindo a três formas
de nos iluminar: A LUZ DE UMA MENTE ESCLARECIDA, sem bloqueios,
capaz de entender a vontade de Deus e com a visão da Sua grandeza,
santidade e poder. A LUZ DAS BOAS OBRAS, da mudança de
comportamento, que é vista pelos demais. A LUZ DA SEGURANÇA, pois,
onde está a luz, as trevas são dissipadas. Não há terror, medo, insegurança,
problema ou perseguição, pois, a Luz Divina nos proporciona esta
segurança. Esta luz é obra do Espírito Santo na vida daquele que o recebeu.

3º - Guia-nos
“Quando vier, porém, aquele Espírito de Verdade, ele vos guiará em toda a
verdade.” (João 16.13)
O Espírito Santo é a nossa bússola interior neste mundo. O Espírito Santo
é quem nos dá o discernimento para vermos os perigos e tomarmos as
decisões certas que nos manterão no rumo certo, que é o caminho da
verdade, na prática da Palavra de Deus.

4º - Intercede por nós com gemidos inexprimíveis


“Também o Espírito, semelhantemente, nos assiste em nossa fraqueza;
porque não sabemos orar como convém, mas o mesmo Espírito intercede por
nós sobremaneira, com gemidos inexprimíveis.” (Romanos 8.26)
Muitas vezes, vemo-nos em situações perante as quais, humanamente
falando, não sabemos o que fazer. É precisamente nesse momento que o
Espírito Santo intercede por nós, mostrando-nos o que fazer e como agir.
Sem Ele, a pessoa fica desnorteada, sem direção, acabando por ser vencida
pelas circunstâncias. Veja se não é verdade, a frase que mais temos escutado
da boca das pessoas: “Não sei mesmo o que fazer…” , porém, quem recebe o
Espírito Santo tem um intercessor que intervém, expressamente, em seu
auxílio.
5º - Não permite que sejamos tentados além das nossas forças
“Não vos sobreveio tentação que não fosse humana; mas Deus é fiel e não
permitirá que sejais tentados além das vossas forças; pelo contrário,
juntamente com a tentação, vos proverá livramento, de sorte que a possais
suportar.” (1 Coríntios 10.13)
A pessoa batizada com o Espírito Santo é tentada, mas tem a força para
resistir à tentação e vencê-la. Quando não é, ainda que tenha condições para
suportar a tentação, acaba por ceder.

6º - Dá-nos poder para vencer


“Mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo.” (Atos 1.8)
Somente sendo batizados com o Espírito Santo podemos vencer esta luta
desigual, porque Ele não Se rende, não blasfema e não Se vende, aliás, este
batismo não serve apenas para nos ajudar a vencer as tentações, as
perseguições, o inferno ou o mundo, serve também para nos ajudar a vencer
a nós mesmos, pois o Espírito Santo é poder, poder para vencer!

7º - Conserva-nos fiéis
“Mas o fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade,
bondade, fidelidade, mansidão, domínio-próprio.” (Gálatas 5.22)
Quando somos batizados com o Espírito Santo, a natureza divina passa a
residir em nós. As características de Deus se evidenciam na pessoa batizada,
dentre elas, a fidelidade. Quem tem o Espírito de Deus, a sua palavra é
honrada com a verdade, custe o que custar, e os seus votos jamais são
quebrados, pois o seu caráter é fiel, e fiel até o fim. O Espírito Santo também
é paz, amor, alegria, bondade, misericórdia, perseverança, tudo aquilo que
precisamos.
E você, quer receber o Espírito Santo?

Como receber o Espírito Santo?

Temos várias maneiras de receber o Espírito Santo.


1º - Buscando incansavelmente
Atos 2 diz que os discípulos estavam reunidos, e buscando unanimemente
o Espírito Santo, até que Ele veio.
A Palavra de Deus deixa claro, que são os que buscam incansavelmente
que encontram.
“E buscar-me-eis, e me achareis, quando me buscardes com todo o vosso
coração. E serei achado de vós, diz o Senhor, e farei voltar os vossos cativos e
congregar-vos-ei de todas as nações, e de todos os lugares para onde vos lancei,
diz o Senhor, e tornarei a trazer-vos ao lugar de onde vos transportei.”
(Jeremias 29.13,14)
O escritor da Carta aos Hebreus diz que são aqueles que buscam
incansavelmente que encontram: “Em verdade, sem fé é impossível agradar a
Deus; portanto para qualquer pessoa que dele se aproxima é indispensável crer
que ele é real e que recompensa todos quantos se consagram a ele”.
E a recompensa da busca é encontrá-lo. Jesus disse: “Porque, aquele que
pede, recebe; e, o que busca, encontra; e, ao que bate, abrir-se-lhe-á” (Mateus
7.8).

2º - João 20.19-23 diz que Jesus soprou sobre os discípulos o Espírito


Santo

3º - Por imposição de mãos


Em 2 Timóteo 4.14, Paulo diz: “Não desprezes o dom que há em ti, o qual
te foi dado por profecia, com a imposição das mãos do presbitério”.
Números 27.18,23 diz que Josué ficou cheio do Espírito Santo, quando
Moisés impôs as mãos sobre ele. “Então disse o Senhor a Moisés: Toma a
Josué, filho de Num, homem em quem há o Espírito, e impõe a tua mão sobre
ele”.
“Quando Paulo lhes impôs as mãos, veio sobre eles o Espírito Santo e
começaram a falar em outras línguas e a profetizar.” (Atos 19.1-6)
Atos 8.14-18 diz: “… Estes, assim que desceram até eles, oraram para que
recebesse o Espírito Santo, porque o Espírito ainda não havia sido derramado
sobre nenhum deles; tinham apenas sido batizados em nome do Senhor Jesus.
Sendo assim, à medida em que Pedro e João lhes impunham as mãos,
recebiam o Espírito Santo.”
Perceba que não é muito diferente do que fazemos hoje. E fica evidente
que, mesmo depois de se batizar nas águas, mesmo depois de receber Jesus
em sua vida para o total derramamento do Espírito Santo, tem de ter
imposição de mãos e ministrações específicas.

4º - Quando cremos
“Recebestes o Espírito Santo quando crestes?”

5º - Quando pedimos
“Pois, se vós, sendo maus, sabeis dar boas dádivas aos vossos filhos, quanto
mais dará o Pai celestial o Espírito Santo àqueles que lho pedirem.” (Lucas
11.13)
Existe muita gente frustrada, hoje, dentro da igreja, porque não consegue
receber o Espírito Santo. Paulo aceitou Jesus na estrada de Damasco e três
dias depois recebeu o Espírito Santo. Então, o batismo com o Espírito Santo
se destina aos convertidos, aos que se arrependeram de seus pecados, é um
legado cristão.
“Disse-lhes Pedro: Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome
de Jesus Cristo para perdão dos pecados, e recebereis o dom do Espírito Santo.
Porque a promessa vos diz respeito a vós, a vossos filhos e a todos os que estão
longe, a tantos quantos Deus, nosso Senhor, chamar.” (Atos 2.38,39)

Por que não recebemos o Espírito Santo?


1º - Incredulidade - A pessoa já chega dizendo: será que hoje recebo?
2º - Depreciação - Às vezes acha que, se não recebeu, é porque não alcançou
certo nível de espiritualidade, de santidade. Porém o Espírito Santo, é dado
justamente porque somos fracos, como sugere Paulo, em Romanos 8.26:
“Porque o Espírito intercede por nós em nossa fraqueza…”.
3º - Timidez
4º - Pecados não confessados
5º - Falta de perdão
6º - Ansiedade
7º - Consciência.
Parece, às vezes, que a consciência de certas pessoas as impede de
receberem o batismo. Elas desejam estar absolutamente certas de que são
bastante santas, e tal atitude lhes serve de obstáculo à fé. Mas Deus declarou
que derramaria Seu Espírito “sobre toda a carne”, não apenas sobre os
perfeitos. O Espírito Santo vem, não porque somos fortes, e, sim, porque
somos fracos. Ele vem para nos ajudar em nossas fraquezas.
Capítulo Doze

PALAVRA E ORAÇÃO

Em Atos, temos um alerta de duas prioridades para termos um nível alto


de comunhão com o Espírito Santo.
Veja em Atos 6:4, que diz: “Quanto a nós nos dedicaremos à oração e ao
ministério da palavra”.
De acordo com esse texto, vemos as duas prioridades apostólicas que
geraram um avivamento global que dura até hoje. A palavra é o conteúdo da
pregação, a palavra é a autoridade do pregador. A ordem de Deus é: pregue a
palavra e não sobre a palavra. A palavra é o conteúdo. O pregador não cria a
palavra, o pregador prepara o sermão, mas a mensagem é de Deus. A
mensagem emana do próprio texto. O texto é o próprio conteúdo da
mensagem, de tal maneira que Deus não tem compromisso com a palavra
do pregador, Deus tem compromisso com a Sua palavra. É a palavra de Deus
que não volta vazia, não a do pregador. Só teremos o cumprimento dessa
promessa, se pregarmos a Palavra, e não as nossas palavras. A pregação é o
instrumento que Deus estabeleceu para trazer seus escolhidos à salvação.
Deus chama pela palavra, Deus converte pela palavra, Deus transforma pela
palavra. A fé vem pelo ouvir a palavra, então, Deus salva pela palavra. É
importante dizer que a pregação fiel das Escrituras é o principal elemento
que leva a pessoa ao conhecimento de Deus e de seus ensinamentos.
E, no que consiste uma pregação bíblica que Deus abençoa?
Veja em 2 Timóteo 4:2: “Pregue a palavra, insta, quer seja oportuno, quer
não. Corrige, repreende, exorta, com toda a longanimidade e doutrina”.
Três ingredientes necessários na pregação, para que ela seja obediente ao
que Deus quer:

- Corrige
- Repreende
- Encoraja

E essas três coisas têm de estar firmadas na doutrina, ou seja, em


fundamentos elementares doutrinários. Quando olhamos para a igreja
primitiva, vemos que eles cresceram, as pessoas cresceram em Deus, e
usaram essas duas formas como base de seu crescimento. A igreja primitiva
era atacada de todas as formas. Há pelo menos três forças.
No capítulo 4 de Atos, a perseguição é de fora para dentro.
Como a igreja responde? Com pregação e oração.
Muda-se a tática no capítulo 5 de Atos. A arma agora é a infiltração.
Satanás introduz, dentro da igreja, pessoas hipócritas, como Ananias e
Safira.
Como a igreja responde? Com pregação e oração.
Agora, no capítulo 6 de Atos, muda a tática de novo. A arma agora é
distração.
Como a igreja responde? Com pregação e oração.
No capítulo 6:4 de Atos, os apóstolos dizem: “Nos consagraremos à oração
e à pregação da palavra”. A oração e o ministério da palavra são os dois
grandes elementos que levam uma igreja a um crescimento saudável. A
receita para o crescimento saudável de sua vida, e da igreja, de modo geral, é
oração e o ministério da palavra.
Em uma pesquisa feita com mais de 100 igrejas pela CEPAL, sobre
crescimento saudável de igreja, seus jovens, seus membros a pergunta foi: “O
que faz uma igreja, uma pessoa, crescer espiritualmente, saudavelmente, em
números e qualidade?” A pesquisa revelou que muitas igrejas crescem em
números, mas as únicas que cresceram em números e qualidade espiritual se
davam ao fato de a fidelidade nas duas práticas. Oração e pregação fiel das
Escrituras. A pregação bíblica vai corrigir o que eu chamo duas grandes
armas que ataca a igreja de modo geral.

1º - Ortodoxia morta
Há muitos que não pregam heresia, há muitos que não creem em heresias,
há muitos que não praticam heresia, mas está faltando poder do alto, falta
virtude de Deus. Ortodoxia morta, mata.
John Wesley disse: “Põe fogo no seu sermão, ou põe seu sermão no fogo”.
Um outro homem disse: “Nós estamos à procura de melhores métodos,
Deus está à procura de melhores homens” (Anônimo). Deus não unge
métodos, Deus unge homens.
Homens mortos tiram de si sermões mortos, e sermões mortos matam.
Nós dependemos do Espírito Santo. Essa palavra tem de ser pregada com
fidelidade, mas no poder do Espírito. Se o púlpito pegar fogo, os bancos
também pegarão.
A pregação é uma tarefa espiritual, então uma mensagem gerada na
mente, só alcança a mente, mas gerada no coração alcança o coração.
Um pregador espiritual, que prega debaixo do poder e da unção de Deus,
irá gerar uma mentalidade espiritual nas pessoas.
Porém um pregador carnal é como um médico que vai fazer uma cirurgia
sem higienizar as mãos. Ele fará mais mal do que bem.
Os seminários podem, em parte, ser uma bênção, mas pode em parte ser
um sempiterno. Temos de tirar a mentalidade de seminário que podemos
aprender a pregar. Pregação não é algo que se aprende, é uma bênção que se
recebe.
Não é com argumentos intelectuais, tiradas ou piadinhas treinadas que se
consegue vitória no púlpito. Não, esta batalha é ganha ou perdida antes
mesmo do pregador começar a pregar.
Sem pregadores ungidos, jamais veremos pecadores rendidos. O grande
problema é que parte dos pregadores, hoje em dia, que deveriam estar
pescando homens, estão mesmo é pescando os elogios deles.
Pregadores pescam homens, marqueteiros, pescam elogios. Precisamos de
pregadores para pecadores, e de profetas para pregadores.
Chega de pregações vazias, estéreis espiritualmente, que são ineficazes,
porque foram geradas num túmulo e não em um ventre, porque se
desenvolveram em uma alma sem oração, sem fogo espiritual.
Porém não precisamos só de pregação.
Também não precisamos só de virtude, avivamento, lágrimas, gritos.
Precisamos de pregação fiel e poder do alto.
Porém, se a pregação não tiver esses dois ingredientes, poder do alto e
fidelidade bíblica de interpretação, iremos ter duas confusões básicas.
Primeiro, iremos confundir agitação com unção e, em segundo lugar, iremos
confundir comoção com avivamento.
Paulo resume isso em pequenas palavras: “Pregar no poder do Espírito e
profunda convicção”.
Pregadores com essas duas características não temem nem a demônios
nem a homens, temem somente a Deus.
Eles não amam suas cabeças, seus ministérios, seus status, eles amam a
Deus.
João Batista não amou a sua cabeça. Por que devemos amar a nossa?

2º - Superficialidade
O que é superficialidade?
É falar, mas não falar com vigor, com afinco, é falar por cima, é
mencionar, citar, querer dizer, mas não dizer, e ainda dizer: Vocês têm de
entender. É dar uma sopa rala para as pessoas, é uma pregação rala, que não
acrescenta em nada no conhecimento e nem na espiritualidade das pessoas.
Pregação precisa ter relevância. Ovelha faminta é ovelha suscetível aos lobos.
As heresias entram. Nossas igrejas se desviam para as heresias, porque,
muitas vezes, falta, na igreja moderna, o alimento sólido e profundo da
Palavra de Deus.
Oração

Porque Jesus dedicou muito tempo de seus ensinamentos à oração?


Jesus não ensinou a pregar, não ensinou a curar, a andar sobre as águas, a
expulsar demônios, mas ensinou a orar. Oração não é só você falando, é
também ouvindo Deus. A oração não pode ser um monólogo, oração não
pode ser só palavras, precisa ser também um derramar. A oração não é o
que Deus ouve, oração é um coração que Deus vê.

“O que você diz a Deus quando ora? Eu não digo nada só escuto. E o que Deus
diz quando você ora? Ele não fala nada só me escuta.” (Md Tereza)

A oração só exige um requisito, a espiritualidade. É possível alguém


pregar e ainda assim perecer, mas é impossível quem ora perecer.
A estatura de um crente é determinada pelas suas orações. O pastor ou
crente que não ora está se desviando. Embora a igreja seja pobre em muitos
aspectos espirituais, ela é mais pobre ainda no quesito oração.
Oração é o encontro da sede de Deus com a sede do homem. Se
fracassarmos na oração, estão seremos fracos em todo o resto.
A oração, ao mesmo tempo que é profunda, é profundamente simples.
O ministério da pregação é de poucos, o da oração é de todos.
A pregação atinge o que é temporal, a oração atinge o que é eterno. Com a
atitude que temos em relação à oração, estamos dizendo a Deus que o que
Ele começou no Espírito, estamos terminaremos na carne.
Por que sei que a oração é importante? Por causa dos esforços malignos
quando eu decidi orar.
Cristianismo não é autopromoção, é autorrebaixamento. Morrer para si.

Eis quatro questões por que o Espírito Santo, não é derramado em muitas
igrejas
1º - Muitos que pregam, não pregam com um olho voltado para a alma
perdida, e outro para o trono de Deus.
Agora pensem comigo um instante: Sodoma e Gomorra não tinha
pregadores, avivalistas, folhetos de evangelismo, programas evangélicos de
rádio ou TV, não tinha profetas e, mesmo assim, Deus as destruiu. E hoje em
dia, temos tudo isso, e somos uma geração pior que Sodoma e Gomorra.
Por isso, digo: se Deus não fizer alguma coisa com essa geração, Ele teria
que pedir perdão para o povo de Sodoma e Gomorra.
Porém Jesus disse que haverá mais rigor para essa geração, do que para a
geração de Sodoma e Gomorra.

2º - O Espírito Santo não vem, porque não temos mais intensidade e


fervor na oração
Jesus orou a noite inteira para escolher doze discípulos. Escolhemos,
compramos, vendemos e sequer oramos. Jesus jejuou e orou por quarenta
dias e quarenta noites para ser tentado. Somos tentados todos os dias e não
oramos. Somos melhores que Jesus? Moisés jejuou quarenta dias e quarenta
noites para receber os mandamentos de Deus. Queremos muito de Deus,
mas não estamos dispostos a dar a Ele.
Nós queixamos de não recebermos nada de Deus, ou de recebermos
pouco, mas minha pergunta é: “Você daria joias para crianças?”
Revelações profundas não entram em mentes superficiais. Cresça em
Deus!
Deus não quer muito de você, Ele quer tudo. Porque se Deus não tiver
tudo, Ele não tem nada.

3º - Estamos muito mais preocupados com a reputaçãodo que com o


nosso caráter
Reputação é o que os homens dirão de você no seu funeral. Caráter é o
que você ouvirá de Deus no juízo final.
Reputação é o que os homens pensam, caráter é o que Deus vê.
4º - O Espírito Santo não vem, porque estamos completamente dispostos
a viver sem Ele
O Espírito Santo virá sobre a igreja quando você o desejar muito. O
problema é que, no passado, tinha muita fome para pouco pão, hoje, temos
muito pão para pouca fome.
Vivemos um estilo de vida, como se Cristo não fosse voltar. Cremos que
Deus existe, mas vivemos como se Ele não existisse. A grande verdade é que
estamos conseguindo acertar a nossa vida sem Deus. Como isso tudo é
triste.
Não devemos tolerar Deus, devemos adorá-lo. O homem não pode ser
frio a duas coisas: uma é à glória de Deus, outra é ao pecado.
As duas principais visões que o homem precisa ter é da majestade de
Deus e da miserabilidade de sua natureza.

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