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Processo: 02914/2023-6
Identificador: 4008B-D2490-944B3
Conferência em www.tcees.tc.br
Identificador: 4008B-D2490-944B3
Assinado por Assinado por Assinado por Assinado por Assinado por Assinado por Assinado por Assinado por
RODRIGO COELHO DO DOMINGOS AUGUSTO SERGIO ABOUDIB LUIS HENRIQUE LUIZ CARLOS SEBASTIAO CARLOS ODILSON SOUZA RODRIGO FLAVIO
CARMO TAUFNER FERREIRA PINTO ANASTACIO DA SILVA CICILIOTTI DA CUNHA RANNA DE MACEDO BARBOSA JUNIOR FREIRE FARIAS
09/01/2024 18:14 09/01/2024 18:52 10/01/2024 14:51 10/01/2024 15:47 10/01/2024 16:58 10/01/2024 19:13 22/01/2024 15:35 CHAMOUN
23/01/2024 15:42
LICITAÇÃO – ADESÃO A ATA DE REGISTRO DE PREÇOS
GERENCIADAS POR ÓRGÃOS E ENTIDADES
MUNICIPAIS – MATÉRIA CONDICIONADA À LEI FEDERAL
– PRINCÍPIO ADMINISTRATIVO DA ESTRITA
LEGALIDADE.
VOTO DO RELATOR
O EXMO. SR. CONSELHEIRO SEBASTIÃO CARLOS RANNA DE MACEDO:
1 RELATÓRIO
Versam os presentes autos sobre consulta formulada pelo senhor Luciano Miranda
Salgado, Prefeito Municipal de Ibatiba/ES, na qual apresenta os seguintes
questionamentos:
Acompanhando a Petição Inicial 00740/2023-4 (doc. 02), foi trazido o Parecer Jurídico
emitido pela Procuradoria-Geral do Município (Peça Complementar 16589/2023-6 –
doc. 10). Também foram carreados, nos docs. 03 ao 09, peças complementares que
trazem informações sobre processo (nº 1102289/2021) de consulta, formulada ao
Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais, com temática semelhante à proposta
através do presente feito.
3 CONCLUSÃO
Diante do exposto, opina-se no sentido de que esta Corte de Contas notifique o
Consulente, senhor Luciano Miranda Salgado, para que, em prazo a ser anotado,
apresente parecer conclusivo de seu órgão de assistência técnica e/ou jurídica contendo
manifestação acerca de cada um dos questionamentos que são objeto da consulta, nos
termos do art. 122, §1º, V, a fim de sanear o processo, sob pena de não conhecimento do
feito.
IV – CONCLUSÃO
É o relatório.
2 FUNDAMENTAÇÃO
“[...]
II – ANÁLISE DE ADMISSIBILIDADE
Em cumprimento ao disposto na Lei Orgânica do TCEES, mais precisamente no
§ 1º do art. 122, conclui-se que a consulta atende aos pressupostos a serem
observados para a admissibilidade, devendo ser conhecida.
Quanto aos aspectos formais, verifica-se que o consulente é autoridade
legitimada, na medida em que se trata de Prefeito Municipal, nos termos do art.
122, I, c/c § 1º, I. Quanto à instrução da peça de consulta com o parecer do órgão
de assistência jurídica, tem-se que também está atendido o requisito exigido pelo
art. 122, § 1º, V.
Quanto aos aspectos substantivos, verifica-se que a matéria objeto da consulta é
de competência do TCEES, que a peça contém indicação precisa da dúvida e que
há pertinência temática da consulta com a área de atuação do consulente,
satisfazendo-se os requisitos previstos no art. 122, §§ 1º, incisos II e III, e 3º.
Ademais, há relevância jurídica, econômica, social ou da repercussão da matéria
no âmbito da administração pública, com conteúdo que possa ter reflexos sobre a
III – MÉRITO
A situação trazida na consulta diz respeito ao instituto da adesão (também
conhecida como “carona”) à ata de registro de preços na nova Lei de Licitações e
Contratos Administrativos, sob o enfoque dos órgãos e entidades da
Administração Pública municipal.
Conforme já mencionado, o NJS, através do Estudo Técnico de Jurisprudência
16/2023 (evento 12), verificou a inexistência de parecer em consulta abordando
especificamente os questionamentos. Entretanto, verificou a existência do Parecer
em Consulta TC 006/2015 com potencial para auxiliar na solução da demanda,
nos seguintes termos:
[...]
2. TEMAS OBJETOS DA CONSULTA
Preliminarmente insta observar que a presente consulta versa a respeito da
aplicação da Lei Federal n. 14.133/2021 – Nova lei de licitações e contratos
administrativos, especialmente ao que tange às interpretações a respeito da
aplicação do sistema de registro de preços e a possibilidade de adesão a atas
de registro de preços entre os órgãos ou entidades da federação.
Em consulta ao sistema de busca de jurisprudência desta Corte não é
possível verificar a existência de deliberações que versem especificamente
sobre os temas consultados, uma vez que estão contextualizados pela nova
legislação.
Todavia, apresentamos o Parecer em Consulta 06/2015 pois, embora
vigente no contexto da Lei 8.666/1993, pode auxiliar na elaboração da
resposta aos questionamentos apresentados, senão vejamos:
PARECER/CONSULTA TC-006/2015 – PLENÁRIO
(...) Tratam os presentes autos de consulta formulada pela Procuradora Geral
de Justiça (em exercício), Sra. (...), sobre a possibilidade de adesão à ata de
registro de preços no âmbito do Estado do Espírito Santo. A consulta vem
encaminhada nos seguintes termos: “Em atendimento à solicitação da 11ª a
Promotoria de Justiça de Cachoeiro de Itapemirim, solicitamos a Vossa
Excelência que informe o posicionamento jurídico dessa Corte de Contas sobre
a possibilidade de adesão à ata de registro de preços no âmbito de nosso
Estado (art. 17, do Decreto nº 1.790-R, de 24/01/2007, com as alterações
promovidas pelo Decreto nº 1.837-R, de 23/04/2007), em especial, acerca de
sua constitucionalidade, legalidade e limites.”
A matéria suscitada pelo Consulente foi objeto de análise por esta Corte de
Contas no Parecer/Consulta TC – 10/2012. Entretanto, especialmente em
razão de alteração de posicionamento jurisprudencial, é preciso rever algumas
considerações feitas no retro mencionado Parecer. A primeira parte do
Parecer/Consulta TC – 10/2012 será transcrita, por não merecer qualquer
reparo. “(...) III – MÉRITO As dúvidas suscitadas pelo consulente perpassam
pela análise do comumente chamado “carona” do registro de preços. Essa
prática consiste na utilização, por um órgão ou ente, do sistema de registro de
preços alheio. Tal possibilidade está contemplada na esfera federal, mediante
Decreto n. 3.931/20011 e na estadual, no Decreto n. 1.790-R. Acerca da figura
do “carona” existem duas posições doutrinárias e jurisprudenciais. A primeira
entende, de forma sintética, que a prática de “carona” no SRP (sistema de
registro de preços) é ilegal, tendo em vista que reflete uma hipótese de
Nº processo: 1102289
Natureza: CONSULTA
Data da Sessão: 15/03/2023
Relator: CONS. SUBST. HAMILTON COELHO
EMENTA CONSULTA. LEI N. 14.133/21. NOVA LEI DE LICITAÇÕES.
PRELIMINAR. ADMISSIBILIDADE. MÉRITO. [...] SISTEMA DE REGISTRO
DE PREÇOS. NORMA ESPECÍFICA APLICÁVEL APENAS À
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA FEDERAL. NECESSIDADE DE
REGULAMENTAÇÃO REGIONAL E LOCAL ACERCA DA POSSIBILIDADE
OU NÃO DE ADESÃO A ATAS DE REGISTRO DE PREÇOS. [...]
[...]
3. Compete ao Estado de Minas Gerais, em âmbito regional, e aos municípios
mineiros, no âmbito local, regulamentar, com fundamento no art. 78, § 1 º, da
Lei nº 14.133/21, os procedimentos auxiliares, entre os quais se insere o
sistema de registro de preços, oportunidade em que poderá dispor acerca da
possibilidade ou não de adesão a atas de registro de preços municipais, além
das distritais, estaduais e federais, na medida em que a previsão do § 3º do
art. 86 veicula norma específica aplicável apenas à Administração Pública
federal.
[...]
PARECER
Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Exmos. Srs.
Conselheiros do Tribunal Pleno, por maioria, na conformidade da Ata de
Julgamento e das Notas Taquigráficas, em:
I) admitir a Consulta, por estarem preenchidos os pressupostos de
admissibilidade estabelecidos no § 1º do art. 210-B do RITCEMG;
II) fixar prejulgamento de tese, com caráter normativo, nos seguintes termos:
[...]
3. Compete ao Estado de Minas Gerais, em âmbito regional, e aos municípios
mineiros, no âmbito local, regulamentar, com fundamento no art. 78, § 1 º, da
Lei nº 14.133/21, os procedimentos auxiliares, entre os quais se insere o
sistema de registro de preços, oportunidade em que poderá dispor acerca da
possibilidade ou não de adesão a atas de registro de preços municipais, além
das distritais, estaduais e federais, na medida em que a previsão do § 3º do
art. 86 veicula norma específica aplicável apenas à Administração Pública
federal;
[...]
NOTAS TAQUIGRÁFICAS
TRIBUNAL PLENO – 27/4/2022
CONSELHEIRO SUBSTITUTO HAMILTON COELHO:
I – RELATÓRIO
JUSTIFICAÇÃO
Nos termos do art. 6º da Lei nº 14.133, de 2021, o sistema de registro de
preços é o conjunto de procedimentos para realização, mediante contratação
direta ou licitação nas modalidades pregão ou concorrência, de registro
formal de preços relativos a prestação de serviços, a obras e a aquisição e
locação de bens para contratações futuras.
Destaca-se que esse registro de preços ocorre na ata de registro de preços,
documento vinculativo e obrigacional, com característica de compromisso
para futura contratação, no qual são registrados o objeto, os preços, os
fornecedores, os órgãos participantes e as condições a serem praticadas,
1 https://www.camara.leg.br/proposicoesWeb/fichadetramitacao?idProposicao=2333929
[...]
As dúvidas suscitadas pelo consulente perpassam pela análise do
comumente chamado “carona” do registro de preços. Essa prática consiste
na utilização, por um órgão ou ente, do sistema de registro de preços alheio.
Tal possibilidade está contemplada na esfera federal, mediante Decreto n.
3.931/20011 e na estadual, no Decreto n. 1.790-R. [...] Assim, passaremos a
analisar os questionamentos propostos. [...] O consulente formula seus
questionamentos a partir da Lei n. 8.666/93 e do Decreto n. 1.790-R, de 2007,
o qual regulamenta o Sistema de Registro de Preços no âmbito estadual. [...]
No que concerne ao 1º questionamento, devemos observar que o Decreto n.
1.790-R contempla as seguintes permissões:
Art. 3º Para os efeitos deste Decreto, são adotadas as seguintes definições: V
- Órgão Não Participante - órgão ou entidade que não participou dos
procedimentos iniciais do SRP, não integrando a Ata de Registro de Preços,
mas que poderá utilizá-la para aquisição de bens ou contratação de serviços,
mediante adesão, após autorização de seu órgão gerenciador.
Art. 17 A Ata de Registro de Preços, durante sua vigência, poderá ser utilizada
por qualquer órgão ou entidade da Administração Pública que não tenha
participado do certame licitatório, mediante prévia consulta e anuência do
órgão gerenciador.
O artigo 6º, XI da Lei n. 8.666/93 conceitua Administração Pública como a
administração direta e indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e
dos Municípios, abrangendo, inclusive, as pessoas jurídicas de direito privado
sob controle do poder público e das fundações por ele instituídas ou
mantidas. Isto posto, podemos concluir que a permissão contida no artigo 17
do Decreto n. 1.790-R abrange outros Estados, o Distrito Federal, Município
e a União, haja vista a ampla conceituação de Administração Pública
explicitada pela Lei de Licitações. Na prática podemos dizer que uma ata de
registro de preços laborada pelo Estado ou por qualquer órgão estadual
poderá ser utilizada por todos os entes que se enquadrem na definição do
artigo 6º, XI da Lei n. 8.666/93. Por outro lado, o artigo 18 do Decreto n. 1.790-
R restringe a adesão do Estado e de seus órgãos a outras atas de registro de
preços, senão vejamos:
Art. 18 É permitido aos órgãos e entidades que integram a Administração
Pública Estadual Direta e Indireta fazer uso, mediante adesão, de Ata de
Registro de Preços de órgãos ou entidades de outros Estados, do Distrito
Federal e da União para fornecimento de bens e contratação de serviços
(grifamos).
Nota-se que o mencionado artigo estabelece, de forma clara, que a
Administração Pública Estadual Direta e Indireta pode aderir a atas de órgão
ou entidades de outros Estados, do Distrito Federal e da União. Não alude,
todavia, a possibilidade de adesão a atas municipais. E como a Administração
segue o princípio da estrita legalidade, o que significa que só pode fazer
aquilo que a lei expressamente determina, entendemos que a resposta ao
questionamento 1 é: a Administração Direta e Indireta do Estado do Espírito
Santo pode aderir a atas de registro de preços de órgãos ou entidades da
Administração Direta e Indireta deste Estado, mas não pode aderir a atas de
municípios, ainda que do Espírito Santo, por falta de autorização do
instrumento regulador do SRP.
2Regulamenta o Sistema de Registro de Preços, previsto no art. 15, inciso II, da Lei n.º 8.666, de 21 de junho de 1993, no âmbito
da Administração Pública Estadual.
[...]
IV – CONCLUSÃO
Por todo o exposto, sugere-se o conhecimento da presente consulta, e, no mérito,
que ela seja respondida nos seguintes termos:
Considerando a redação do § 3º do art. 86 da Lei 14.133/2021, no contexto da
atual disciplina legal das licitações e contratações públicas, e em que pese a
autonomia dos municípios, não é possível que atas de registros de preços
gerenciadas por órgãos e entidades municipais recebam adesões posteriores.
Vitória, 6 de janeiro de 2024. [...]”
3
Art. 122. O Plenário decidirá sobre consultas quanto às dúvidas suscitadas na aplicação de
dispositivos legais e regulamentares concernentes à matéria de sua competência, que lhe forem
formuladas pelas seguintes autoridades:
[...]
§ 1º A consulta deverá conter as seguintes formalidades: I - ser subscrita por autoridade legitimada; II
- referir-se à matéria de competência do Tribunal de Contas; III - conter indicação precisa da dúvida ou
controvérsia suscitada; IV - não se referir apenas a caso concreto; V - estar instruída com parecer do
órgão de assistência técnica e/ou jurídica da autoridade consulente
VOTO VISTA
O EXMO. SR. CONSELHEIRO LUIZ CARLOS CICILIOTTI DA CUNHA:
1. INTRODUÇÃO
4
Art. 122. O Plenário decidirá sobre consultas quanto às dúvidas suscitadas na aplicação de
dispositivos legais e regulamentares concernentes à matéria de sua competência, que lhe forem
formuladas pelas seguintes autoridades:
[...]
Nessa mesma sessão solicitei vista dos autos para melhor conhecer das questões
aqui debatidas. Dispensando maiores pormenores a título de relatório, considerando
que o eminente Relator assim já o fez em seu r. Voto, passo a apresentar o presente
VOTO-VISTA
2. FUNDAMENTAÇÃO
§ 1º A consulta deverá conter as seguintes formalidades: I - ser subscrita por autoridade legitimada; II
- referir-se à matéria de competência do Tribunal de Contas; III - conter indicação precisa da dúvida ou
controvérsia suscitada; IV - não se referir apenas a caso concreto; V - estar instruída com parecer do
órgão de assistência técnica e/ou jurídica da autoridade consulente
Nº processo: 1102289
Natureza: CONSULTA
Data da Sessão: 15/03/2023
Relator: CONS. SUBST. HAMILTON COELHO
EMENTA CONSULTA. LEI N. 14.133/21. NOVA LEI DE LICITAÇÕES.
PRELIMINAR. ADMISSIBILIDADE. MÉRITO. [...] SISTEMA DE REGISTRO
DE PREÇOS. NORMA ESPECÍFICA APLICÁVEL APENAS À
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA FEDERAL. NECESSIDADE DE
REGULAMENTAÇÃO REGIONAL E LOCAL ACERCA DA POSSIBILIDADE
OU NÃO DE ADESÃO A ATAS DE REGISTRO DE PREÇOS. [...]
[...]
3. Compete ao Estado de Minas Gerais, em âmbito regional, e aos municípios
mineiros, no âmbito local, regulamentar, com fundamento no art. 78, § 1 º, da
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https://www.camara.leg.br/proposicoesWeb/fichadetramitacao?idProposicao=2333929
JUSTIFICAÇÃO
Nos termos do art. 6º da Lei nº 14.133, de 2021, o sistema de registro de
preços é o conjunto de procedimentos para realização, mediante contratação
direta ou licitação nas modalidades pregão ou concorrência, de registro
formal de preços relativos a prestação de serviços, a obras e a aquisição e
locação de bens para contratações futuras.
Destaca-se que esse registro de preços ocorre na ata de registro de preços,
documento vinculativo e obrigacional, com característica de compromisso
para futura contratação, no qual são registrados o objeto, os preços, os
fornecedores, os órgãos participantes e as condições a serem praticadas,
conforme as disposições contidas no edital da licitação, no aviso ou
instrumento de contratação direta e nas propostas apresentadas.
Em face do princípio constitucional da eficiência, o procedimento de registro
de preços, bem como a possibilidade de utilização da ata por órgãos não
participantes, contribui para uma maior celeridade nas contratações, e com
consequente redução dos custos envolvidos. Além disso, em regra, a
administração contrata com menores preços, dado o efeito da economia de
escala.
À luz do § 2º do art. 86 da Nova Lei de Licitações, se não participarem do
procedimento, os órgãos e entidades poderão aderir à ata de registro de
preços na condição de não participantes, observados os seguintes requisitos:
I - apresentação de justificativa da vantagem da adesão, inclusive em
situações de provável desabastecimento ou descontinuidade de
serviço público;
II - demonstração de que os valores registrados estão compatíveis com
os valores praticados pelo mercado na forma do art. 23 desta Lei;
III - prévias consulta e aceitação do órgão ou entidade gerenciadora e
do fornecedor.
Já o § 3º desse artigo prevê que a faculdade conferida pelo § 2º estará
limitada a órgãos e entidades da Administração Pública federal, estadual,
distrital e municipal que, na condição de não participantes, desejarem aderir
[...]
As dúvidas suscitadas pelo consulente perpassam pela análise do
comumente chamado “carona” do registro de preços. Essa prática consiste
na utilização, por um órgão ou ente, do sistema de registro de preços alheio.
Tal possibilidade está contemplada na esfera federal, mediante Decreto n.
3.931/20011 e na estadual, no Decreto n. 1.790-R. [...] Assim, passaremos a
analisar os questionamentos propostos. [...] O consulente formula seus
questionamentos a partir da Lei n. 8.666/93 e do Decreto n. 1.790-R, de 2007,
o qual regulamenta o Sistema de Registro de Preços no âmbito estadual. [...]
No que concerne ao 1º questionamento, devemos observar que o Decreto n.
1.790-R contempla as seguintes permissões:
Art. 3º Para os efeitos deste Decreto, são adotadas as seguintes definições: V
- Órgão Não Participante - órgão ou entidade que não participou dos
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Regulamenta o Sistema de Registro de Preços, previsto no art. 15, inciso II, da Lei n.º 8.666, de 21 de junho de 1993, no âmbito
da Administração Pública Estadual.
IV – CONCLUSÃO
Por todo o exposto, sugere-se o conhecimento da presente consulta, e, no mérito,
que ela seja respondida nos seguintes termos:
Considerando a redação do § 3º do art. 86 da Lei 14.133/2021, no contexto da
atual disciplina legal das licitações e contratações públicas, e em que pese a
autonomia dos municípios, não é possível que atas de registros de preços
gerenciadas por órgãos e entidades municipais recebam adesões posteriores.
“Art. 86.
....................................
2.2. Essa vedação, nos termos do item anterior, persiste até que
eventualmente ou a Lei 14.133/2021 seja alterada, ou a União legisle
no sentido de permitir essa adesão.
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Art. 122. O Plenário decidirá sobre consultas quanto às dúvidas suscitadas na aplicação de
dispositivos legais e regulamentares concernentes à matéria de sua competência, que lhe forem
formuladas pelas seguintes autoridades:
[...]
§ 1º A consulta deverá conter as seguintes formalidades: I - ser subscrita por autoridade legitimada; II
- referir-se à matéria de competência do Tribunal de Contas; III - conter indicação precisa da dúvida ou
controvérsia suscitada; IV - não se referir apenas a caso concreto; V - estar instruída com parecer do
órgão de assistência técnica e/ou jurídica da autoridade consulente
2.2. Essa vedação, nos termos do item anterior, persiste até que
eventualmente ou a Lei 14.133/2021 seja alterada, ou a União legisle
no sentido de permitir essa adesão;
2. Unânime, nos termos do voto vista do conselheiro Luiz Carlos Ciciliotti da Cunha,
anuído pelo relator.
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Art. 122. O Plenário decidirá sobre consultas quanto às dúvidas suscitadas na aplicação de
dispositivos legais e regulamentares concernentes à matéria de sua competência, que lhe forem
formuladas pelas seguintes autoridades:
[...]
§ 1º A consulta deverá conter as seguintes formalidades: I - ser subscrita por autoridade legitimada; II
- referir-se à matéria de competência do Tribunal de Contas; III - conter indicação precisa da dúvida ou
controvérsia suscitada; IV - não se referir apenas a caso concreto; V - estar instruída com parecer do
órgão de assistência técnica e/ou jurídica da autoridade consulente
4. Especificação do quórum:
Presidente
Relator
Fui presente:
Procurador-geral