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O trabalho objetiva demonstrar como os fatores urbanos - como aglomerados urbanos, intenso fluxo
de pessoas e automóveis, impermeabilização do terreno, construções verticalizadas - sem a presença
de elementos atenuantes, como vegetação e recursos hídricos podem ocasionar alterações climáticas
na escala local, alterando a temperatura do ar e de superfície, umidade do ar, velocidade e direção dos
ventos, dentre outros elementos climáticos em diferentes escalas na atmosfera dos centros urbanos.
Para tanto, foram estudados dois bairros com diferenças de uso e ocupação do solo, na cidade de Juiz
de Fora-MG. Foram utilizados três métodos para medidas de comparação, sendo estes: mapas de
conforto térmico, coleta de dados de campo e índice de conforto térmico. Por intermédio desses dados
foram detectados diferentes microclimas na escala local intra-urbana, gerados pelas diferenças nas
formas de ocupação do espaço urbano
RESUMEN
El trabajo tiene como objetivo demostrar cómo los factores urbanos, como las aglomeraciones
urbanas, el flujo intenso de personas y automóviles, la impermeabilización del terreno, las
construcciones verticales, sin la presencia de elementos atenuantes, como la vegetación y los recursos
hídricos, pueden causar cambios climáticos a nivel local. escala, alterando la temperatura del aire y de
la superficie, la humedad del aire, la velocidad y dirección de los vientos, entre otros elementos
climáticos a diferentes escalas en la atmósfera de los centros urbanos. Para ello, se estudiaron dos
barrios con diferente uso y ocupación del suelo, en la ciudad de Juiz de Fora-MG. Se utilizaron tres
métodos para las medidas de comparación, a saber: mapas de confort térmico, recopilación de datos de
campo e índice de confort térmico. A través de estos datos se detectaron diferentes microclimas a
escala local intraurbana, generados por diferencias en las formas de ocupación del espacio urbano.
INTRODUÇÃO
Assim, o aumento da população urbana concomitante ao avanço dos processos urbanos, criam
alterações na atmosfera urbana, criando diferentes microclimas, que normalmente estão
associados às distintas formas de uso, ocupação e na configuração do meio físico Criando
desta forma, um clima urbano, que se diferencia entre os diferentes espaços intra urbanos e
seus entornos peri-urbanos e rurais. O Brasil atualmente possui uma grande população urbana,
segundo os dados do IBGE de 2010, mais de 90% da população do país, reside em áreas
urbanas. Dessarte, a questão que se destaca é, quais consequências essas mudanças no espaço
podem causar no ambiente e na vida dos sujeitos?
Para responder esta questão que é muito debatida, diversos ramos da ciência se voltaram para
estudar esta questão. A geografia como a ciência voltada para o estudo das relações entre o
homem-meio e da organização do espaço, claramente está envolta nessa ampla discussão que
os processos urbanos trouxeram. Contextualizado, o presente trabalho, objetivou, analisar as
relações entre a distribuição das áreas verdes e seus impactos na temperatura do ar e conforto
térmico em dois bairros da cidade de Juiz de Fora-MG.
METODOLOGIA
O segundo processo consiste em gerar mapas de potencial térmico dos diferentes bairros, a
partir da metodologia proposta por Ferreira (2014), e adaptada ao objetivo do presente
trabalho (ver detalhes em Ferreira 2014. p. 58). As principais bases para a geração desses
mapas são imagens de satélite da cidade, aliadas a ferramentas como google maps, google
street view e ArcMap.
Por fim, o último processo metodológico, seria o cálculo e análise do conforto térmico nos
dois bairros em análise. Conforto térmico, é quando o ser humano consegue manter a sua
temperatura que gira em torno de 36º a 37ºC sem recorrer a nenhum mecanismo que atenue
ou aumente sua temperatura. Esse parâmetro será utilizado, para fins de comparação,
demonstrando como as diferentes temperaturas do ar registradas no espaço intra-urbano
podem produzir diferentes condições de conforto térmico para os sujeitos que ali residem, e
exercem sua vida cotidiana. Para o cálculo do conforto térmico será utilizada a metodologia
semelhante à de ASSIS, que trabalha com uma série de dados básicos e pré estabelecidos
sobre as faixas de temperatura e sua ação no corpo humano, que trabalham com a resposta
fisiológica do corpo a depender da temperatura na qual de encontram, tendo como base essa
série de dados será possível uma comparação entre a temperatura do bairro São Pedro e o
Centro, constatando assim a importância de fatores atenuantes para a prevalência do conforto
térmico.
Os dois bairros que constituíram a área de estudo, consistem nos bairros São Pedro e Centro.
No bairro São Pedro está localizada na zona oeste da cidade, prevalecem áreas residenciais,
contudo, ainda possui um centro com atividades comerciais, bancárias e de prestação de
serviços. Apresenta um crescimento vertical, em função dessa expansão urbana e muito
atrelada a edifícios residenciais e apresentou um aumento no fluxo de pessoas e automóveis.
Concentram-se ainda dentro deste bairro a presença de vários condomínios residenciais
fechados, alguns prevalecendo residências horizontais e outras residências verticais apesar
disto, dentro deste bairro ainda se encontram resquícios de cobertura vegetal, além do fato de
estar localizado numa altitude média de 900m. O bairro Centro está localizado no vale do rio
Paraibuna, a uma altitude média de 600 m, possui grande adensamento urbano, no qual
consorcia em sua maioria prédios residenciais e comerciais, o que intensifica o fluxo de
pessoas e veículos. Concentra a maior parte das atividades econômicas, comerciais e de
prestação de serviços da cidade, destaca-se ainda que Juiz de Fora, polariza a região da Zona
da Mata Mineira, parte das Vertentes e também uma área significativa de cidades do estado
do rio de Janeiro, e boa parte desta população tem suas atividades concentradas no centro da
cidade.
REFERENCIAL TEÓRICO
O artigo em questão teve por aspectos basilares, autores de clássicos como, Monteiro, com
seus trabalhos dentro da climatologia urbana, como “Clima urbano” (2003), e “Teoria e
clima urbano” (1975), e Mendonça e Oliveira, dentro da climatologia geral e também da
urbana, dando especial destaque para seus livros “Climatologia: noções básicas e climas do
Brasil”
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Monteiro e Mendonça em sua obra Clima urbano (2003), discutem, como o homem,
não é apenas um modificador da paisagem, afetando suas características geo morfoclimáticas,
ele é também uma força de alteração dentro do sistema clima urbano, como tal, suas ações no
meio reverberam em causalidades que podem ou não trazer consequências. No caso do clima
em áreas urbanas, as mudanças geradas pelas construções, pavimentações e desmatamento,
criam um desequilíbrio no S.C.U que acarreta mudanças atmosféricas em escalas locais. A
atmosfera local, passa a se modificar e adaptar as mudanças criadas pelas intrusões humanas
no ambiente. destarte, podemos concluir, que apesar das mudanças que ocorreram em escala
local, pequenas mudanças, como o aumento da arborização, utilização de materiais com alto
albedo e baixa emissividade por exemplo, podem agir como atenuantes dentro das áreas mais
urbanizadas, e servirem como solução para o desconforto térmico causado pelo constante
avanço urbano no meio, principalmente em regiões menos exploradas.
REFERÊNCIAS
ALBERTONI, F.P. V. A ação dos sujeitos sociais na urbanização da região de São Pedro em
Juiz de Fora/MG. Juiz de Fora. 2014.
ASSIS, D. C de. O conforto térmico associado às variáveis de cobertura da terra na região
central de Juiz de Fora – MG. Juiz de Fora. 2016.
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