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DOI: https://doi.org/10.

14393/BGJ-v12n1-a2021-60406

ANÁLISE DA COBERTURA VEGETAL E SUA RELAÇÃO COM O MICROCLIMA


EM PRAÇAS PÚBLICAS URBANAS NA CIDADE DE TRÊS LAGOAS (MS)
Diego da Silva Borges
Mestrando do Programa de Pós-Graduação em Geografia, Universidade Federal de Mato
Grosso do Sul, Campus Três Lagoas - MS¹1
diego98borges@gmail.com
Mauro Henrique Soares da Silva
Docente do Programa de Pós-graduação em Geografia, Universidade Federal de Mato Grosso
do Sul, Campus Três Lagoas - MS¹
mauro.soares@ufms.br
RESUMO: Este trabalho objetivou realizar um estudo da cobertura vegetal em três praças públicas na
cidade de Três Lagoas-MS, bem como avaliar a interferência microclimática da vegetação, buscando
compreender se estas praças estão contribuindo com a qualidade de vida da população. A metodologia
deu-se em revisão literária; seleção de três praças; análise da cobertura vegetal; coleta de dados termo-
higrométricos com instrumentos Dataloggers fixos, tendo registrado dados em 2019 no dia 30 de agosto
(inverno) as 06hrs e 17 de outubro (primavera) as 15hrs. Os resultados explicitaram diferentes
temperaturas entre as praças, sobretudo referente ao seu interior e exterior, em que a presença ou
ausência da vegetação resultou em diferenças termo-higrométricas. Concluiu-se a necessidade de
planejamentos voltados a valorização da cobertura vegetal, mediante ao arrefecimento térmico do
microclima local, visto o interior das praças com cobertura vegetal, onde apresentaram-se menos
quentes e mais úmidas, comparando-as com o espaço externo, sem cobertura vegetal.
Palavras-chave: Áreas verdes; temperatura; umidade; clima local.

ANALYSIS OF VEGETABLE COVERAGE AND ITS RELATIONSHIP WITH


MICROCLIMATE IN URBAN PUBLIC SQUARES IN TRÊS LAGOAS (MS)
ABSTRACT: This paper has the objective of realize the study of vegetable coverage on tree public
squares on the city of Três Lagoas-MS, and how to evaluate the interference microclimate on the
vegetation, searching to understand with the square have contribution for the quality of life of the
population. The methodology used was literature revision; selection of tree squares; analyze of vegetable
coverage; collated of dates thermo-hygrometer with instrument Data-loggers fixed, had registered data
on 2019 on the day 30th of august (winter) at 06a.m and 17 of October (spring) at 15p.m. The results
explain differences temperature between the squares, especially regarding the inside and outside, on the
presence or absence of vegetation result in differences thermo-hygrometer. Concluded the necessity of
planning turned to valorized of vegetable coverage, against the cooling local thermal microclimate, see
the inside of the squares with vegetable coverage, where shows less warm and more humid, compeer
with the outside spaces, without vegetable coverage.
Key-words: Green areas; temperature; humidity; local climate.

ANALYSE DE LA VEGETATION ET DE SA RELATION AVEC LE MICROCLIMAT DANS


LES PLACES PUBLIQUES URBAINES DE TRÊS LAGOAS (MS)
RESUME : Cette recherche a analysé la végétation de trois places publiques de la ville de Três Lagoas
(MS), ainsi qu'à évaluer l'interférence microclimatique de la végétation, en essayant de comprendre si
ces places contribuent à la qualité de vie de la population. La méthodologie c’est constitué d’une
recherche bibliographique ; sélection de trois places publiques ; analyse de la végétation de chaque place
; collecte de données de températures et d’humidité avec des appareils spécifiques, ayant enregistré des
données en 2019 le 30 août (hiver) à 6 h et le 17 octobre (printemps) à 15 h. Les résultats ont montré des
températures différentes entre les places publiques analysée, notamment en ce qui concerne leur
l’intérieur et leur extérieur, lieu à la présence ou l'absence de végétation. Les résultats permettent
conclure qu’il y a la nécessité d’aménagement des espaces publiques visant à la valorisation de la
végétation, au moyen du refroidissement thermique du microclimat local, compte tenu des places
publiques analysée avec végétation dans l’intérieur, où ils étaient moins chauds et plus humides, en les
comparant avec l’espace extérieur, sans végétation.
Mots clés : Espaces verts ; température ; humidité ; climat local.

1 Endereço para correspondência: Josefa Ferreira de Queiróz, 1749, Jardim Maristela, CEP 79630-390, Três Lagoas-MS.

Diego da S. Borges e Mauro Henrique S. da Silva. Análise da cobertura vegetal e sua relação com o microclima em praças públicas (...)
Brazilian Geographical Journal: Geosciences and Humanities research medium,
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INTRODUÇÃO
Três Lagoas ocupa hoje o lugar de terceira maior cidade de Mato Grosso do Sul, tendo
passado por diversas fases econômicas que trouxeram para a região diversos migrantes que se
instalaram no município, tornando-o o que é hoje.
Ressalta-se que a dinâmica e estrutura urbana provoca alterações nos aspectos e
elementos naturais do espaço, tudo com o intuito de atender as necessidades antrópicas. No
entanto de acordo com Lima (2007) ao modificar a natureza, sem considerar a capacidade de
suporte do ambiente, a população das cidades sofre com a diminuição da qualidade ambiental,
o que pode interferir na qualidade de vida das pessoas, ressaltando ainda que ao retirar a
cobertura vegetal para o crescimento das cidades, é necessário devolver a vegetação na forma
de paisagismo.
Londe e Mendes (2014) afirmam que áreas verdes urbanas, proporcionam diversos
benefícios, que garantem a qualidade ambiental das cidades, dentre eles o conforto térmico,
estabilização de superfície mediante a fixação do solo em razão das raízes dos vegetais, além
de atenuar a poluição, tanto do ar, como a sonora e visual, verificando-se assim que as áreas
verdes contribuem de forma direta para a qualidade de vida. De acordo com Silva et al. (2020)
podem ser considerados áreas verdes tanto espaços construídos como jardins, parques, praças,
cemitérios arborizados ou áreas como florestas urbanas e áreas protegidas para a conservação
da natureza e/ou da paisagem.
Desta forma considerando que as praças públicas são pontos de encontro, lazer,
entretenimento, relações políticas e descanso para a população, alguns requisitos são
necessários para atender as necessidades de conforto esperadas para tais fins, sendo que a
qualidade arbórea se torna um aspecto indispensável neste meio. Como citado por Souza
(2016) as arborizações nas localidades de uso público qualificam e definem muito sobre a
qualidade do meio, que por sua vez acaba por refletir sobre o uso do mesmo.
Assim, nos desperta a necessidade de um estudo que possa analisar a atual situação das
praças públicas da cidade Três Lagoas, no Mato Grosso do Sul, no que diz respeito aos índices
microclimáticos atribuídos, sobretudo, à estrutura da cobertura vegetal destas áreas, até como
forma de alerta as autoridades. Pensando assim no bem comum da população e na qualidade
ambiental da cidade, o presente trabalho busca realizar análises comparativas entre três praças
urbanas na cidade de Três Lagoas, buscando enfatizar a importância da cobertura vegetal
arbórea nos elementos públicos urbanos.

A CLIMATOLOGIA GEOGRÁFICA E A ANÁLISE DO ESPAÇO URBANO BEM


COMO A IMPORTÂNCIA DA ARBORIZAÇÃO NAS CIDADES.
De acordo com Mendonça e Danni-Oliveira (2007) a climatologia surgiu com
identidade própria após a sistematização da meteorologia, sendo este um campo que aborda
fenômenos como raios, trovões, descargas elétricas, nuvens, composições físico-química do ar,
previsão do tempo, dentre outros elementos naturais. Sendo a climatologia então, um estudo
da espacialização dos elementos e fenômenos da atmosfera e sua evolução, caracterizando-se
como uma subdivisão da meteorologia e geografia.
As escalas dos estudos climáticas estão relacionadas diretamente com a extensão
espacial e temporal, de acordo com cada interesse de estudo, onde os componentes
atmosféricos presentes em cada espaço de análise venha ser os agentes de interferência
climática. Estas escalas possuem caráter hierárquicas, sendo microclima inserido no
mesoclima e este inserido no macroclima, sendo que os dois primeiros são considerados
escalas inferiores, ou seja aqueles mais diretamente relacionados à superfície, e o último escala
superior, aquela ligada a influências mais próximas no nível planetário.
O microclima em especial, de acordo com Mendonça e Danni-Oliveira (2007) refere-se
as extensões relativas a centímetros a dezenas de m2, sendo analisado as interferências do
movimento do ar na superfície e aos obstáculos presentes, tanto naturais, quanto os de uso e
ocupação do espaço.
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Desta forma, compreendendo que as cidades são espaços construídos e dinâmicos


mediante as ações do homem, acabam resultando em respostas diretas da natureza, tanto em uma
escala microclimática quanto macroclimática, as quais são refletidos desde mínimas alterações,
como nas sensações térmicas quanto a alterações extremas, capazes de acarretar a perdas de vidas
e bens materiais, mediante a falta de um planejamento, que contemple tal concentração
populacional, tornando-as como menciona Sant’anna Neto (2011) em armadilha ambiental.
A Geografia, por sua vez, como ciência estuda o espaço e as relações sociais sobre ele,
compreendendo que os aspectos das cidades alteram de forma significativa o clima destas,
mediante ao aumento presente de absorção térmica, diminuição nas impermeabilizações,
barreiras que alteram a movimentação dos ventos e ainda retirada da cobertura vegetal. Esta
ciência, dentre outras finalidades, busca compreender como a natureza reage as ações
antrópicas, se propondo a apontar medidas que venham amenizar os problemas gerados pela
modificação do espaço proporcionando ao homem uma vivencia de concilio com a natureza.
Para Cerqueira e Silva (2017) atualmente observa-se que o espaço urbano possui
problemáticas na sua questão estrutural, onde os planejamentos dão maior visibilidade a
atender o capital, deixando de lado as questões socioambientais. Um dos maiores impactos
sócios ambientais da urbanização é a influência das ações dos homens, que alteram o meio
dando origem a criação de um clima especificamente urbano, que possui condicionantes que
geram um conforto ou desconforto térmico, influenciando na saúde e qualidade de vida da
população.
Com os devidos cuidados referentes às áreas verdes, durante os processos de
urbanização, além de reduzir muitos impactos, beneficiando o convívio, aumenta o conforto
ambiental e assim contribui de forma direta para a qualidade de vida humana, e até mesmo
dos demais seres vivos.
Oliveira et al. (2010) afirma que as árvores, por suas características naturais,
proporcionam muitas vantagens ao homem que vive na cidade, sob vários aspectos:
proporcionam bem estar psicológico; melhor efeito estético; sombra para os pedestres e veículos;
protegem e direcionam o vento; amortecem o som, amenizando a poluição sonora; reduzem o
impacto da água de chuva e seu escoamento superficial; auxiliam na diminuição da temperatura,
pois, absorvem os raios solares e refrescam o ambiente pela grande quantidade de água
transpirada pelas folhas; melhoram a qualidade do ar; preservam a fauna silvestre, etc. Diante
deste contexto, a presença do verde nas cidades torna-se essencial, visto que este elemento
constitui-se de extrema importância na composição do ambiente urbano, seja pelo contato visual
que propicia à população ou pelas funções biológico-climáticas que desempenham.
Quanto tais áreas verdes constituem espaços públicos, como por exemplos praças
arborizadas, são capazes de auxiliar diretamente no bem estar da população como salienta
Oliveira e Mascaró (2007) ao afirmar que os espaços públicos abertos de lazer trazem inúmeros
benefícios para a melhoria da habitabilidade do ambiente urbano, entre eles a possibilidade do
acontecimento de práticas sociais, momentos de lazer, encontros ao ar livre e manifestações
de vida urbana e comunitária, que favorecem o desenvolvimento humano e o relacionamento
entre as pessoas. Além disso, a vegetação que geralmente está presente nesses espaços favorece
psicologicamente o bem-estar do homem, além de influenciar no microclima mediante a
amenização da temperatura, o aumento da umidade relativa do ar e a absorção de poluentes,
além de incrementar a biodiversidade.
Desta forma compreendemos tamanha importância que as vegetações expressam sobre
os espaços. Contudo pode-se observar que há mais espaços livres, do que propriamente áreas
verdes, tendo em vista que estes espaços embora comumente sendo vistos e comparados
apenas por suas semelhanças, se diferem justamente pela quantidade vegetativa.
Bargos e Matias (2011) consideram as áreas verdes como uma categoria de espaço livre
urbano composta por vegetação arbórea e arbustiva (inclusive pelas árvores das vias públicas,
desde que estas atinjam um raio de influência que as capacite a exercer as funções de uma área
verde), com solo livre de edificações ou cobertura impermeabilizantes (em pelo menos 70% da
área), de acesso público ou não, e que exerçam minimamente as funções ecológicas (aumento
do conforto térmico, controle da poluição do ar e acústica, interceptação das águas das chuvas,
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e abrigo a fauna), estéticas (valorização visual e ornamental do ambiente e diversificação da


paisagem construída) e de lazer (recreação).
Percebe-se por esta definição que para ser uma área verde é necessário se haver a
predominância da vegetação e permeabilidade, sendo este uma característica não exigida no
conceito de espaços livres como nos menciona Buccheri Filho e Nucci (2006). Esses autores
acrescentam ainda que o espaço livre de construção é definido como espaço urbano ao ar livre,
destinado a todo tipo de urbanização que se relacione com caminhadas, passeios, práticas de
esportes e, em geral, a recreação e entretenimento em horas de ócio; os caminhos devem ser
agradáveis, variados e pitorescos; os locais onde as pessoas se locomovem por meios
motorizados não devem ser considerados como espaços livres.
Desta forma podemos considerar que as praças públicas urbanas podem ser tanto uma
área verde como apenas um espaço livre, sem a preocupação com os benefícios de áreas com
hegemonia arbórea.

TRÊS LAGOAS NO CONTEXTO CLIMÁTICO E DE QUALIDADE DE VIDA DA


POPULAÇÃO
A região de Três Lagoas se encontra no centro-oeste brasileiro, no estado de Mato
Grosso do Sul (Figura 01), em uma área de planaltos e chapadas da bacia do Paraná,
apresentando um relevo suavemente ondulado. A cidade fica entre os rios Sucuriú e Verde,
afluentes da margem direita do Rio Paraná, sendo este o principal canal de drenagem da Bacia
do Paraná. De vegetação original sendo o cerrado e alguns resquícios de Mata Tropical, no
entanto hoje já muito tomada por pastagens e monocultivos, em especial o eucalipto. O clima
predominante na região é caracterizado como Aw, segundo Koppen.

Figura 01: Localização do município de Três Lagoas – MS.

Fonte: Borges, 2018.

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Zavattini (2009) ao estudar a pluviosidade de Mato grosso do Sul, observou três


distintas regiões mediante a suas altitudes, sendo estas o Pantanal, o Planalto Divisor e por
último o Alto Paraná, sendo que esta última possui em seu setor meridional, pluviosidade que
varia em torno de 1.000 a 2.500 mm e ao norte, onde se encontra em especifico Três Lagoas,
os índices pluviométricos variam de 800 a 1.800mm. Ainda de acordo com Zavatinni (2009)
Três Lagoas é uma das localidades do Mato Groso do Sul em que o período mais chuvoso
estende-se de outubro a março, sendo janeiro o mês com maior índice de precipitação.
Três Lagoas, que recebeu este nome justamente por ter três significativos sistemas
lacustres dentro de seu perímetro urbano, passou por diversas fases econômicas ao longo
desses mais de cem anos de existência segundo Oliveira (2006), como a pecuária, a construção
da linha férrea (Estrada de Ferro Noroeste do Brasil), a construção da barragem Souza Dias
(Jupiá), e a mais recente foi a vinda do setor industrial na década de 1990, trazendo
notoriedade e o interesse de outras forças econômicas nos benefícios oferecidos pela região,
além de diversos imigrantes, aumentando de forma significante a população local.
Hoje o município ocupa a colocação de terceira maior cidade de Mato Grosso do Sul,
com população estimada em 2020 em 123.281 mil, segundo dados do IBGE (2020). Este
crescente número deve se também a presença de duas grandes indústrias multinacionais, da
área de papel e celulose que se instalou no município. No ano de 2010, no município de Três
Lagoas habitava uma população de 101.791 mil, o que representa um aumento de mais de 21
mil habitantes em um período de 10 anos se comparados aos dias atuais.
Para Bustamante et al. (2017) a cidade é caracterizada por uma estrutura urbana
marcada por uma recente e abrupta evolução, em razão de uma ruptura dos ciclos econômicos
da região, baseado sobretudo no crescimento industrial. Em suma, é evidenciado que a cidade
não foi adaptada estruturalmente para dar pleno conforto aos moradores, apresentando ao
longo dos últimos anos diversos problemas em relação a este adensamento populacional de
forma não planejada, incluindo modificações no clima local. Contudo, destaca-se que de todos
os fenômenos referentes ao clima de áreas urbanas, a variação de temperatura se torna o mais
expressivo, já observado em demais trabalhos com foco no clima urbano de Três Lagoas, a
presença de pontos da superfície urbana mas aquecidos em detrimento de sua estrutura de
paisagem, o que influencia diretamente a qualidade de vida da população local, (PONSO et al.,
2012; CERQUEIRA e SILVA, 2017, SILVA et al., 2020).
Três Lagoas é uma cidade com característica de adensamento populacional muito
presente em suas áreas centrais, embora ainda sendo construções de porte baixo é onde se
encontra maior número de edifícios, ruas e avenidas com malha asfáltica, suas periferias
apresentam menor número de construções, e pouca pavimentação, com exceção da Vila Piloto,
a qual teve sua construção planejada em prol dos trabalhadores que operavam na construção
da usina hidrelétrica Engenheiro Souza Dias (Jupiá). Mas no geral a cidade possui pouca
arborização.

A área urbana de Três Lagoas possui topografia plana, as edificações


são na sua maioria térreas ou de sobrado havendo poucos prédios
isolados, com padrão de edificação baixo. A densidade de ocupação é
maior no centro, diminuindo em relação à periferia. Na cidade há
pouquíssimas áreas verdes. (PONSO et al. 2011, pg. 1280).

Três Lagoas, assim como as demais cidades tendem a criar ilhas de calor, mediante a
sua alteração do espaço em comparação com as áreas vizinhas, tornando perceptíveis a
população local tal efeito mediante, aos percursos realizados nas distintas características de
uso e ocupação do espaço.
Ponso et al. (2012), por exemplo, constataram diferentes temperaturas mediante a
heterogeneidade da paisagem na superfície urbana, em que o uso e ocupação do solo, as
distintas concentrações arbóreas e a densidade de ocupação exerceram completa influência,
apresentando a área central como a mais aquecida. No entanto, Silva et al. (2020) acentuam
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que em sua pesquisa foi observada a influência dos diferentes tipos de cobertura vegetal e uso
da superfície urbana sobre as temperaturas noturnas do ar, na medida em que as zonas
próximas de fragmentos florestais existentes na cidade registraram temperaturas mais baixas
que a zona central, pobre em cobertura vegetal.
Contudo, fica clara a indicação de desconforto térmico, mediante as variações
climáticas sazonais em Três Lagoas (CERQUEIRA e SILVA, 2017), apresentando a importância
de áreas verdes na cidade, em busca de proporcionar temperaturas mais amenas,
possibilitando o conforto térmico e qualidade de vida aos moradores locais.

METODOLOGIA
Para alcance do objetivo proposto, foi necessário um planejamento metodológico, em
que se baseou na revisão bibliográfica, para maior aprofundamento do tema proposto bem
como adquirir experiências já vivenciadas por outros pesquisadores da área.
Como alvo de análise, três praças públicas urbanas na cidade de Três Lagoas, foram
selecionadas, levando em consideração sua infraestrutura, e tendo como critério as avaliações
estruturais das praças urbanas de Três Lagoas apresentadas nas análises de Eugênio (2017).
Para a escolha das praças também foi levado em consideração a localização, bem como
o fluxo e uso e ocupação do espaço em seu entorno, além de uma observação prévia de sua
composição vegetativa.
As praças selecionadas foram: a praça dos Ferroviários, a Senador Ramez Tebet e a
terceira praça foi a Nova Europa (Figura 02).

Figura 02: Áreas de estudo.

Fonte: Silva; Borges; 2021.

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Com base nos estudos de Eugênio (2017) a praça dos Ferroviários possui uma área de
aproximadamente 3.194 m², localizada no bairro Nossa Senhora Aparecida, com
predominância de residências ao seu redor, sendo classificada de acordo com sua pesquisa
como uma praça de caráter satisfatória quanto a sua organização infraestrutural e composição
vegetativa. Ainda pode se ressaltar que esta praça está em um dos bairros mais antigos da
cidade, sendo construída para atender os trabalhadores da linha férrea que residiam nesta
região.
Já a praça Senador Ramez Tebet, tem uma área de aproximadamente 11.690 m²,
situada no bairro Centro, com predominância de comércios ao seu redor também sendo
classificada como satisfatória pela autora em relação a sua composição infraestrutural para o
uso da população. Esta praça devido a sua localidade é uma das mais frequentadas pela
população, que diariamente é frequentada por um grande contingente de pessoas. Por sua vez,
a praça Nova Europa possui aproximadamente uma área total de 4.580 m², no bairro Alto da
Boa Vista com a predominância de residências em seu entorno, no entanto ainda é presente
espaços rurais em suas mediações. Sendo esta praça de acordo com as análises de Eugenio
(2017) como não satisfatória, tendo em vista a carência infraestrutural detectada pela autora.
Em cada alvo amostral (praça pública urbana pré-selecionada), primeiramente foi
realizado um levantamento e análise da cobertura vegetal quantificando cada indivíduo
arbóreo (Figura 03), bem como sua altura e D.A.P (diâmetro a altura do peito), seguindo as
recomendações para análise de vegetação, nas fichas de análise infra estrutural de áreas verdes
urbanas de Minaki (2007).

Figura 03: Procedimentos metodológicos.

Fonte: Autores.

Os dados coletados foram inseridos e adaptados para uma planilha no software Excel e
em seguida, organizados em gráficos possibilitando uma melhor análise comparativa, da
distribuição vegetativa, bem como suas características individuais.
Os resultados sobre a cobertura vegetal de porte arbóreo, levaram em consideração o
D.A.P como critério para definir árvores jovens e árvores adultas, deste modo, baseando-se no
IBGE (2012) e nas observações de campo foi estipulada uma classificação, onde: Árvores com
DAP < 5,0 cm, foram consideradas indivíduos jovens, ou seja, em desenvolvimento, e portanto
com pouco potencial de sombreamento, por outro lado, ás Árvores com DAP => 5,0 foram
consideradas indivíduos adultos, já desenvolvidas, e portanto com alto potencial de
sombreamento.

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Com o uso de drone (Figura 03), o qual foi programado para sobrevoar a uma altitude
de 100m a partir da superfície de cada praça, alcançando uma resolução de 4,3 cm/Pixel, com
70% de sobreposição das fotos e uma velocidade de 13 m/s, realizou-se o registro superficial
por imagem das praças, alvo amostrais da pesquisa.
As imagens obtidas foram adaptadas para um modelo de mosaico, feito no software
Agisofty Metashap (Versão Trial For Windows). Em seguida cada mosaico foi transferido para
o software Qgis (Versão 2.18 Las Palmas – Gratuita) com a finalidade de, através de um
processo de vetorização, calcular a cobertura espacial das copas arbóreas, bem como vegetação
rasteira e perímetro total das áreas de estudo, convertidos em dados de porcentagem, para
análise comparativa.
As análises microclimáticas se apoiaram no estudo das condições termo-
higrométricas das respectivas praças públicas em conjunto com as características urbanas
de seu entorno. Para tal finalidade instalou-se um instrumento Datalogger fixo modelo
HobboOnset U23 Pro V2 (Figura 03), em dois pontos específicos de cada alvo amostral, a
saber: um dentro do perímetro da praça, sob influência de sombreamento provindo das
copas das árvores, e o segundo aparelho instalado a uma distância de aproximadamente
15m fora do perímetro da praça, exposto em área isenta de cobertura vegetal, com
exposição direta aos raios solares, com a finalidade de uma análise comparativa, de dois
ambientes próximos, porém com características distintas de cobertura vegetal de
superfície.
Foram coletados dados de temperatura e umidade em dois diferentes períodos do ano,
sendo um durante o inverno, no dia 30 de agosto de 2019 às 6h, sendo esse historicamente o
horário mais frio da referida estação e também o mês mais secos do ano de acordo com as
normais climatológicas para a área; e o segundo, durante primavera, no dia 17 de outubro de
2019 às 15h, uma vez que, de acordo com as Normais Climatológicas para a região, a primavera
no mês outubro historicamente é o período mais quente na cidade, e os trabalhos de Ponso
(2012) e Cerqueira e Silva (2017) apontaram o horário entre às 13:00 e às 15:00 como os mais
quentes na variação diária da temperatura.
Por fim, com o intuito de avaliar a correlação entre a vegetação das praças analisadas
e as condições microclimáticas, foi aplicado o Coeficiente de Correlação (R), com uso de
ferramenta específica do software Excel, sendo essa ferramenta aplicada entre as seguintes
variáveis Temperatura (T), Umidade Relativa (UR), ambos dados do ambiente interno, com
as variáveis Número de Indivíduos (NºI) e Percentual de Cobertura Vegetal (%CV) de cada
praça.
Para a interpretação da correlação entre as variáveis seguiu-se as recomendações de
Figueiredo Filho e Silva Junior (2009) que apontam uma classificação baseada no valor de “R”
(Quadro 1), que varia entre 0 a 1, onde quanto mais próximo a 1 maior é a relação entre as
variáveis, sendo que o gráfico demonstrará se a correlação é positiva, ou seja, quanto uma
variável aumenta a outra também segue essa dinâmica, ou correlação negativa, quando uma
das variáveis diminui em relação ao aumento da outra.

Quadro 1. Classificação do Grau de Correlação entre variáveis


Valor de “R” Classificação
Abaixo de 0,29 Correlação Muito Fraca ou inexistente
0,30 a 0,49 Correlação fraca
0,5, a 0,69 Correlação moderada
0,7 a 0,89 Correlação Forte
Acima de 0,89 Correlação Muito Forte
Fonte: Adaptado de Figueiredo Filho e Silva Junior (2009)

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RESULTADOS E DISCUSSÕES

Levando em consideração o percentual arbóreo e sua relação direta com o clima,


conforme orienta Oliveira et al. (2010), analisou-se, a quantidade, distribuição e porte
vegetativo, aos quais foram representados em porcentagem, com base no processo de
vetorização conforme apresentado na metodologia.
Com isso observou-se uma distribuição muito irregular das copas arbóreas quanto a
sua área ocupada em cada uma das praças analisadas (Figura 04), revelando que
espacialmente a praça dos Ferroviários possui uma melhor distribuição do dossel da
vegetação arbórea2, enquanto a praça Senador Ramez Tebet e a Praça Nova Europa possui
deficiência na distribuição da cobertura vegetal de porte arbóreo, sobretudo esta última,
apresentando significativa parcela de seu território descoberto e desprotegido de incidência
dos raios solares.

Figura 04: Uso e cobertura do solo das praças estudadas.

Ferroviários Senador Ramez Tebet

Nova Europa

Fonte: Borges, 2019.

Sendo a Praça dos Ferroviários a mais densamente ocupada por vegetação arbórea,
seguida pela praça Senador Ramez Tebet, na área central, e por último, a praça Nova Europa
no bairro Alto da Boa Vista, mais recentemente construída, e portanto, com carência da
presença de vegetação arbórea adulta (Gráfico 01).

2
no caso da praça dos Ferroviários a vetorização por imagens de drone dificultou o mapeamento de áreas de
gramíneas, justamente pela configuração paisagística ser constituída predominantemente de vegetação
arbórea cujas copas dificultam a visualização da superfície em tomadas aéreas
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Gráfico 01: Cobertura do solo nas praças analisadas.

Fonte: Autores.

Com base nos dados coletados a partir da vetorização, evidenciou-se que a praça dos
Ferroviários se apresenta com a maior distribuição de área coberta por vegetação arbórea,
apresentando 48,98% da área constituída por árvores com copas evidentes, porém, mais da
metade da área, ou seja 51,02% fica exposta ao sol. Destaca-se ainda que mesmo não podendo
ser quantificado a cobertura por vegetação herbácea nesta praça estudada, afirma-se que, pelas
observações de campo é notada expressiva presença de área impermeável e de gramínea no
local, as quais apresentam inclusive, dificuldade de estruturação e crescimento devido o
potencial de sombreamento das espécies arbóreas em predomínio na área (Figura 05).
Podemos ainda ressaltar segundo Shinzato (2009) o importante desempenho positivo que
áreas permeáveis e vegetadas causam no controle de drenagem das águas das chuvas.

Figura 05: Características do porte arbóreo da praça dos Ferroviários.

Fonte: Autores.

A praça Senador Ramez Tebet, por sua vez, se apresenta com uma diferença muito
expressiva quanto a essa distribuição, uma vez que a área coberta pelas copas das árvores é de
apenas 22% da área total, apresentando dessa forma 78% de área descoberta, e portanto,
exposta diretamente a incidência de raios solares. Contudo, essa localidade apresenta
quantidade significativa de vegetação ornamental, com intuito paisagístico, em sua maioria
composta por palmáceas (Figura 06) as quais são as maiores responsáveis pela deficiência no
sombreamento do local tendo em vista a estrutura pobre em folhagem que constitui as copas
deste tipo de vegetação. As folhagens segundo Paiva e Paulino (2014) são fatores que
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contribuem para a diminuição da temperatura do ar e da radiação, sendo assim preferível a


adequação de arvores com maiores portes de folhagem, visto seus efeitos benéficos.

Figura 06: Característica do porte arbóreo da praça Senador Ramez Tebet.

Fonte: Autores.

Referente aos dados do Nova Europa, a diferença é ainda mais expressiva com 92,67%
da área total sem proteção por dossel de espécies arbóreas, sendo está representada por apenas
7,33%. No entanto a praça Nova Europa, possui um espaço equivalente a 58% de gramínea,
sendo essas áreas vegetativas rasteiras de grande importância, mediante ao processo de
absorção e refletância da luz solar, contribuindo assim de forma direta na interferência das
temperaturas e umidades locais. Segundo Pillar (1995) a vegetação partilha no ciclo
hidrológico com seu processo de evapotranspiração, em que libera vapor d’agua contribuindo
com a umidade relativa do ar. Desta forma, embora esta praça apresente um número muito
pequeno de área coberta, a mesma se destaca apresentando um bom planejamento de
composição arbórea futura, uma vez que apresenta boa composição e espacialização de
indivíduos jovens (Figura 07).

Figura 07: Características do porte arbóreo da praça Nova Europa.

Fonte: Autores.

No entanto, ao quantificar as árvores de cada ponto estudado levou-se em consideração


o porte arbóreo, justificando-se que os resultados obtidos de temperatura e umidade refletem
sobre uma realidade baseada nesse condicionante, podendo ou não ser alterada, dependendo
assim das modificações mediante as ações humanas.
Assim, o gráfico 02 representa o porte arbóreo conforme a classificação do estágio de
evolução das espécies identificadas em cada praça, conforme o DAP de cada Indivíduo, sendo
considerados indivíduos jovens todas as árvores com DAP inferior a 05 cm e indivíduos adultos
as árvores com DAP igual ou superior a 05 cm.
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Gráfico 02: Quantitativo da vegetação arbórea das praças analisadas.

Fonte: Autores.

Observa-se, portanto, no gráfico 02 que a praça dos Ferroviários é contemplada com


63 indivíduos, em que 84% representa a quantidade de árvores adultas e 16% jovens. Ressalta-
se que essa configuração majoritária de indivíduos arbóreos adultos proporciona a essa praça
uma condição de sombreamento que cobre quase toda a extensão territorial deste elemento
urbano, tendo como consequência a maior probabilidade deste poder cumprir com sua função
principal de contribuição para a qualidade de vida da população, sobretudo no que se refere à
influência das condições atmosféricas em microescala.
A praça Senador Ramez Tebet, por sua vez, contempla o maior número de indivíduos,
sendo este quantificado em 144, em que 74% são de porte adulto e 26% ainda jovem, no entanto
desta porcentagem de porte adulto, 38% são espécies de palmeiras, as quais não possuem
copas de caráter denso, não interferindo assim de forma expressiva em uma amenidade
térmica, sendo esta mais de caráter paisagístico. As palmáceas são espécies de pouca projeção
de copa e de fuste longo, o que não contribui de maneira eficaz para o bloqueio dos raios
solares. Assim, o critério ornamental não deve ser prioritário quando o objetivo de espaços
públicos deva ser, trazer não somente um caráter visual, mas também conforto e qualidade de
vida.
A praça Nova Europa se destaca, pois embora sua cobertura arbórea não represente
uma boa parte da cobertura do local de estudo é contemplada com 65 indivíduos, em que
apenas 26% são adultos e 74% ainda são jovens, no entanto levando-se em consideração o
tempo recente de existência desta praça, observa-se a presença de um planejamento, baseado
na arborização local, e assim, já se presume dados termo-higrométricos amenizados
futuramente, visto que estas árvores jovens, crescerão e suas copas ocuparão maiores
extensões do perímetro.
Tais resultados, referentes a estrutura paisagística em relação à arborização das praças,
mostram a importância da vegetação quando relacionados aos dados atmosféricos em escala
microclimática.
No caso da umidade apresentada as 6h no dia 30 de agosto, as diferenças não são tão
expressivas, porém em dois dos três pontos de estudo, no interior das praças, se materializa o
local onde a umidade se mostrou minimamente superior, em comparação com as áreas
externas (Gráfico 03).

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Gráfico 03: Umidade do ar nas três praças estudadas (inverno).

Fonte: Autores.

Contudo observa-se uma aparente homogeneização das condições atmosféricas em


micro escala, relacionada ao pouco tempo de incidência solar na superfície para esse horário,
podendo ser justificado devido a umidade na atmosfera poder ser encontrada em maior
quantidade, dependendo de vários fatores em seu meio, sendo um deste, o horário.
Nesse primeiro horário o sol ainda não está em temperaturas suficientes para
caracterizar em umidades de caráter muito heterogêneo, assim apresentando diferenças
mínimas entre seus valores internos e externos.
Contudo, a praça dos Ferroviários embora sendo a com maior porte arbóreo se
apresentou como sendo a de menor umidade em comparação com os demais pontos amostrais.
Seu interior apresentou umidade em 60% e seu exterior apenas 1% de diferença, sendo este
com 59%, tais resultados são praticamente os mesmos observados para a praça Senador Ramez
Tebet, a qual obteve mesma porcentagem de umidade (60%), tanto na área interna quanto
externa à praça.
Essa característica pode estar ligada com os aspectos de centralidade urbana em que se
encontram, que devido às composições e elementos construídos desses centros acabam por
perder a capacidade de evapotranspiração e retenção das massas gasosas de água na atmosfera.
Sobre isso Masiero e Souza (2013) afirmam que as intervenções físicas no meio podem
alterar o regime natural da evapotranspiração de determinada região, por isso é importante
elucidar a interação das superfícies d'água disponíveis com a camada interurbana e a influência
da transmissão do calor e do vapor d'água através do movimento horizontal das massas de ar,
ressaltando que com isso as barreiras para o aproveitamento do potencial eólico de
determinado local, combinado com a carência de corpos d'água ou vegetação para o
fornecimento de evaporação, desfavorece às condições microclimáticas de uma cidade.
Nesse sentido na praça Nova Europa o interior da praça registrou 63% enquanto seu
exterior apresentou 62%, ou seja, se apresentando mais úmida que as praças mais arborizadas
estudas nesta pesquisa. Podendo este se justificar pela área ser próxima a uma região rural, a
qual conserva mais umidade durante a noite, em relação aos demais pontos, aos quais se
encontram em meio a perímetro urbano.
Analisando os resultados referentes a temperatura do ar atmosférico, percebe-se que
esse experimento referente a coleta de dados às 6h do dia 30 de agosto, se mostraram
semelhantes, pouco expressivos, no entanto as distinções aparecem no comparativo entre
interno e externo, e em comparação às três praças analisadas, mostrando possíveis evidências
das influências dos sistemas de cobertura vegetal local. (Gráfico 4).

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Gráfico 04: Temperatura nas três praças estudas (inverno).

°C

Fonte: Autores.

Em ambos os pontos amostrais a temperatura se manteve aproximadas aos 23°C,


sendo minimamente diferenciados por graus em decimais, onde a amplitude térmica se
mostrou em 0,43°C, sendo que a praça Nova Europa se apresentou com maior temperatura.
Tais condições revela por tanto, que mesmo apresentando-se localizadas em área de mais
alto grau de refletância e aumento de temperaturas durante o dia (centro da cidade), os
sistemas arbóreos das praças Senador Ramez Tebet e Ferroviários trazem o benefício de
combater mais as incidências solares iniciais do dia, do que a praça Nova Europa, com menos
sistemas vegetativos e portanto, maior potencial de velocidade de aquecimento frente a
incidência solar.
No entanto é importante ressaltar que a diferença foi mínima, o que pode ser
justificado pelo horário ao qual o experimento foi realizado, sendo considerado de acordo
com Ayoade (2003) dentro do período de menor atividade de troca de energia entre os
elementos da superfície tendo em vista o longo tempo de deficiência de incidência solar ativo
da atmosfera desde a pôr do sol anterior. Mendonça e Danni-Olivieira (2007) também
enfatizam que o período da manhã é caracterizado pelo acelerado aquecimento do ar que
inicia com o nascer do Sol e decorre, preferencialmente da perda de energia da superfície por
processos de emissão e condução de calor sensível. Deste modo tendo em vista que no horário
das medições a nascer do sol ainda estava em processo nesse período do dia, as trocas de
energia em início de ativação resultaram na captura de padrões térmicos homogênicos na
superfície de Três Lagoas. É permitido ainda considerar a distribuição irregular dos
primeiros raios solares evidenciando a área onde se localiza a praça do Nova Europa, mais
aberta e sujeita a maiores radiações.
Tal configuração de caráter mais homogêneo, em horário inicial de incidência solar
observados para o inverno na cidade de Três Lagoas, passa mostrar dinâmicas distintas
quando analisados os dados termo-higrométricos para o mês e horário mais quente
considerado para a região.
De modo geral, tanto no mês quanto no horário mais expressivo de incidência solar, a
umidade apresentou seus valores mais altos, no interior das praças, sendo estes pontos em que
há uma maior concentração vegetativa. (Gráfico 05).

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Gráfico 05: Umidade do ar nas três praças estudas (primavera).

Fonte: Autores.

A praça dos Ferroviários apresentou em seu interior uma umidade de 28%, e no exterior
25%, sendo uma diferença de 3%. A Senador Ramez Tebet teve sua umidade registrada em 27%
em seu interior, e em sua área externa 24%, apresentando uma diferença significativa também
de 3%, na Nova Europa os dados registraram 27% no perímetro da praça e 25% no lado de fora,
com uma diferença de 2%, o que pode ser justificada pela região não apresentar uma multi
diversidade paisagística em que possibilite uma maior dinâmica do meio com a atmosfera,
sendo assim um espaço de caráter mais homogêneo seus resultados se mostraram menos
distintos.
Em uma análise comparativa, percebe-se que nos espaços arborizados, sendo este o
interior das praças, apresentou uma maior concentração de umidade, podendo assim associar
este fato com a cobertura vegetal, já que a mesma passa por processos de retenção de calor e
elimina vapor através de seu processo natural de evapotranspiração. Segundo Paiva e Paulino
(2014) além da interferência na temperatura a vegetação contribui com a umidade relativa do
ar, mediante o seu processo natural de evapotranspiração, já que a mesma libera água na forma
liquida ou em vapor.
A temperatura, por sua vez, se mostrou de igual forma mais elevada nas áreas fora do
perímetro das praças (Gráfico 6). A praça dos Ferroviários apresentou temperatura interna de
36,9°C sendo sua área externa de 40,1°C, apresentando 3,2°C de amplitude térmica. A Senador
Ramez Tebet registrou temperatura interna de 38,1°C e externa de 41,5°C, sendo este o ponto
de estudo com a maior amplitude térmica entre interno e externo, apresentando 3,4°C. Já a
Nova Europa registrou uma temperatura interna de 38,4°C e externa de 40,3°C, com uma
amplitude de 1,9°C.
Visto os resultados é possível realizar análises comparativas em demais trabalhos
realizados na região de Três Lagoas-MS, como o de Ponso e Sakamoto (2014) que concluem
que a cidade em questão mediante as características individuais do uso e ocupação do solo
apresentam diferentes comportamentos diários na temperatura. Almeida et. Al (2009) ainda
sobre a cidade diz, que a mesma possui uma arborização descontinua no espaço, sendo este
considerado pelo autor como um fator que provavelmente contribui com o comportamento
térmico.

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Figura 6: Temperatura nas três praças estudas (primavera).

°C

Fonte: Autores.

Tanto as temperaturas registradas no experimento desta pesquisa quanto a umidade


relativa do ar estão diretamente ligadas à presença e constituição da cobertura vegetal no
interior das praças públicas analisadas, uma vez que o coeficiente de correlação entre a
temperatura interna das praças e o Número de Indivíduos arbóreos foi classificada como
“Muito Forte”, para os dados relativos ao dia 30 de agosto de 2019 e “Forte” para dia 17 de
outubro de 2019.

Quadro 2. Correlação entre as composição e cobertura vegetal e o microclima nas praças


analisadas*
30/08/2019 ás 06:00hs T e NºI T e %CV UR e NºI UR e %CV

Coefficiente de Correlação -0,99 -0,93 0,92 0,81

Classificação Muito Forte Muito Forte Muito Forte Forte

17/10/2019 ás 15:00hs T e NºI T e %CV UR e NºI UR e %CV

Coefficiente de Correlação -0,76 -0,97 0,91 0,63

Classificação Forte Muito Forte Muito Forte Moderada

*T (Temperatura), UR(Umidade Relativa, NºI (Número de Indivíduos), %CV (Percentual de Cobertura


Vegetal).
Fonte: os autores.

De modo mais significativo a correlação entre a Temperatura e a cobertura da superfície


pelas copas das árvores, foi classificada como “Muito Forte” nos dois dias analisados,
destacando ainda que o coeficiente de correlação entre essas variáveis apresentou-se negativo,
o que indica que quanto maior os índices para as variáveis ligadas à vegetação, menores serão
os valores de temperatura. (Quadro 2). Tais resultados evidenciam o potencial de influência do
sombreamento da vegetação para o arrefecimento térmico em áreas verdes urbanas

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Por sua vez a umidade relativa, quanto correlacionada ao número de espécies arbóreas
quantificadas no interior de cada praça pública, apresentou correlação classificada como
“Muito Forte”, nos dois períodos analisados. Por outro lado, o coeficiente de Correlação entre
a Umidade Relativa do Ar do interior das praças e a superfície coberta pelas copas das árvores
revelou-se menos significativo, uma vez que foi classificada como “Forte” em 30 de agosto de
2019 e, “Moderada” em 17 de outubro de 2019. No entanto é evidenciado que existe uma
relação importante entre essas variáveis higrométricas e vegetacionais.
É importante ainda destacar que os índices para esse cenário correlacional foram
positivos, evidenciando que ao passo que se aumenta o número de árvores e a superfície
coberta por copas nas praças públicas, as consequências serão a preservação dos teores de água
na atmosfera próxima a superfície, acarretando na manutenção da umidade relativa do ar, em
detrimento dos locais circunvizinhos carentes de vegetação arbórea adulta e portanto sem
potencial de formação de copas e sombreamento da superfície. Mais uma vez os resultados
apontam para a importância da presença da vegetação arbórea e com potencial de formação
de copas, para as características microclimáticas locais.

CONCLUSÃO

Diante dos resultados, observa-se que a praça dos Ferroviários se apresentou como
sendo a de melhor composição arbórea em sua paisagem, levando em consideração sua
cobertura das copas que ocupam um maior espaço do perímetro da praça e por apresentar
indivíduos jovens que posteriormente estarão contribuindo para uma melhor cobertura. Na
primavera, no horário das 15hs, as temperaturas se demonstraram menores em comparação
as demais praças analisadas, sendo este um horário de alta incidência solar, evidenciando
inclusive umidade relativa do ar mais concentrada.
A praça Senador Ramez Tebet embora tenha composição arbórea quantitativamente
mais expressiva que as demais praças analisadas, estas apresentam má distribuição espacial
no perímetro da praça, além de priorizar a questão estética em vez da qualidade de vida, uma
vez que entre as espécies arbóreas que a compõem, apresentam significativo número de
espécies ornamentais, tais como palmeiras.
A praça Nova Europa, embora sendo hoje a com menor cobertura de copa, apresenta
uma vasta área de gramíneas e árvores jovens, o que já lhe garante futuramente resultados
melhores dos que apresentados, mostrando que a inclusão deste elemento urbano na cidade
de Três Lagoas levou em consideração um planejamento baseado na função principal da praça
ligada a qualidade de vida da população.
Conclui-se então a relação direta das árvores com a temperatura e umidade sobre o
microclima local, sendo que esta influência é mais pronunciada em períodos sazonais e
horários mais quentes, visto que as áreas de interior da praça onde se encontra cobertura
vegetal se apresentaram menos quentes e mais úmidas, quando comparadas com o espaço
externo, sendo este sem cobertura vegetal. Em um olhar mais voltado para a comparação entre
as praças, as que apresentaram com cobertura de copa mais expressiva demonstraram com
temperaturas menores e umidades mais altas.
Esta pesquisa experimental revela indicativos importantes quanto à relação entre a
vegetação e as variáveis climáticas em microescala na esfera do clima urbano e planejamento
das cidades, sendo necessário maiores aprofundamentos e coleta de dados mais detalhados de
modo a revelar a situação de todas as praças da cidade de Três Lagoas e com escala de maior
abrangência estacional e horária.
Contudo resta às autoridades, se disporem a proporcionar a populações condições mais
confortáveis para uma qualidade de vida, em que no planejamento tenha em vista o plantio de
árvores buscando estabelecer um equilíbrio microclimático em meio as cidades.

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AGRADECIMENTOS
A Universidade Federal de Mato Grosso do Sul e a FUNDECT, pela disponibilização de bolsa
estudantil, a Universidade Federal de Mato Grosso do Sul e CAPES.

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Recebido em: 16/09/2020.


Aprovado para publicação em: 21/05/2021.

Diego da S. Borges e Mauro Henrique S. da Silva. Análise da cobertura vegetal e sua relação com o microclima em praças públicas (...)
Brazilian Geographical Journal: Geosciences and Humanities research medium,
Ituiutaba, v. 12, n. 1, p. 4-22, jan./jun. 2021.
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