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INTRODUÇÃO

As relações entre o homem e a natureza vem se complicando cada vez mais


com o passar do tempo, apesar das constantes preocupações com as
problemáticas ambientais atuais, os impactos são cada vez maiores e em alguns
casos irreversíveis. Como salientado pelo geólogo Umberto Cordani (1995, apud
Cordani 1997) “Nos últimos 20 ou 30 anos, foi sendo despertada a consciência
mundial para as grandes ameaças representadas pela explosão populacional, pelo
esgotamento dos recursos naturais do planeta, pela perda da biodiversidade, pela
poluição crescente da atmosfera e da hidrosfera e pela vulnerabilidade crescente
das aglomerações urbanas a desastres naturais e tecnológicos. Mais ainda, neste
fim de século, as sociedades começaram a sofrer transformações de grande monta,
com o fenômeno da ‘globalização’ e da nova ordem econômica mundial impondo
novos paradigmas à sociedade, não só no aspecto econômico, mas também nos
planos sociais, políticos e culturais”.
Com isso, observa-se que o ambiente urbano vem sendo modificado, sua
paisagem se tornando menos verde e assim, a qualidade do ambiente nas cidades
se deteriorando. Corroborando com Lima e Amorim (DATA, PERGUNTAR A PROF)
quando falam que as áreas verdes são consideradas um indicador na avaliação da
qualidade ambiental urbana .
Através dessa carência de áreas verdes na cidade, a população passa a
vivenciar algumas consequências. Como por exemplo, a falta de árvores, que de
acordo com Valéria Lima e Margarete Cristiane de Costa Trindade Amorim, “A falta
de arborização pode trazer desconforto térmico e possíveis alterações no
microclima, e como essas áreas também assumem papel de lazer e recreação da
população, a falta desses espaços interfere na qualidade de vida desta”.
Troppmair (2008) salienta ainda que a manutenção desses fragmentos de
cobertura vegetal em áreas urbanas é de extrema importância, já que, suas
condições ecológicas estão associadas aos índices de poluição do ar, conforto
térmico e refúgio para fauna e flora. Aliado a isso, sabe-se que a urbanização e a
agropecuária, por exemplo, diminuem a extensão vegetal, além de proporcionarem
uma alta compactação no solo, contribuindo para a depreciação da infiltração e a
porosidade do solo.
Na urbanização, em diversas ocasiões, a retirada de vegetação é feita de
maneira inadequada, visto que não se faz as devidas análises de impacto
ambiental, ou seja, sem se preocupar com as nascentes, o relevo e declividade
daquele local. Isto é, uma ocupação irregular que pode provocar processos erosivos
nessas áreas e nos terrenos ao seu redor. Com isso, observa-se que é crescente o
estudo destas áreas verdes, pois as mesmas possuem uma reconhecida
importância para a melhoria de qualidade de vida da população urbana, tornaram-se
nos últimos tempos, os principais ícones de defesa do meio ambiente,
principalmente pelos benefícios proporcionados, assim como pelo espaço reduzido
que lhes é destinado nos centros urbanos.
Nesse contexto se insere o conceito de degradação ambiental, segundo
Chaves at al .(2012), é um processo que refere-se de forma ampla às modificações
que ocorrem nos ecossistemas naturais e alteram suas características físicas,
químicas e biológicas negativamente, a qual compromete a sua capacidade de
regeneração natural e/ou de uso. Geralmente está associado ao manejo
inadequado dos sistemas, desse modo, sendo necessário avaliar as principais
etapas envolvidas no processo de diagnóstico do estado de degradação.
Neste cenário, pode-se inserir os problemas enfrentados devido as
alterações ocorridas e efeitos da atividade antrópica nas praças públicas que
ocupam os centros urbanos das cidades. Pois, os problemas enfrentados por esses
espaços são constantes, afetando a qualidade e perda de funções que caracterizam
o potencial desses ambientes (GOMES e MARTIN, 2017), a exemplo do que ocorre
na Cidade de Natal/RN.
As hipóteses sugeridas por este trabalho apontam modificações dos espaços
do perímetro urbano que são ocupados pelas áreas verdes, quando tomamos como
base a área de referência, que no caso deste trabalho será a mata nativa. Espera-
se que as alterações estejam vinculadas à atributos físicos, a exemplo da densidade
do solo, a qual espera-se ser encontrada em valores elevados, principalmente em
frações do espaço em que se tem um maior pisoteamento. Outra variável citada
pode ser a densidade de partícula, influenciada diretamente por entrada de matéria
orgânica no sistema, valores maiores desta propriedade podem ser encontrados em
frações ocupada por vegetações ornamentais, lugares quem que a matéria orgânica
é inserida para promover o crescimento vegetal.
Tem-se conhecimento que nestes espaços públicos hajam áreas bastante
heterogêneas quando se faz uma comparação de propriedades pertencentes e
presentes no solo desse local. Pode-se esperar também que quando comparados
os espaços diversos com a base de referência, os tipos de uso sejam eles
extensivos ou intensivos, irão apresentar variações no que diz respeito aos atributos
biológicos e químicos, em que as atividades biológicas, por exemplo, serão
diminuídas em lugares com uma retirada maior de vegetação. Que a presença de
micro e macronutrientes seja variável em consequência da ausência de matéria
orgânica em locais em que o tipo de uso faça uma maior retirada da camada O
daquele loca.
Sendo assim, o objetivo deste trabalho é caracterizar a degradação que
ocorre nos espaços públicos compreendidos como áreas verdes inseridas no
contexto urbano, analisar os impactos desse espaço modificado para a vertente
ambiental, social e econômica, além de observar como o planejamento e a gestão
estão trabalhando quando o assunto é o gerenciamento destes ambientes.
REFERÊNCIAS

1. ARAÚJO, I.N.F.; MELO, J.F.G.; RIBEIRO, A.C.S.; SILVA, R.D.; CUNHA,


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VI-095, 2019. Disponível em: < http://abes.locaweb.com.br/XP/XP-
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Acesso em: 09 de março de 2020.
2. BRANCO, S.M Elementos de ciência do ambiente. São Paulo, Cetesb, 1980.

3. CHAVES, Tiago de Andrade et al. Recuperação de áreas degradadas por


erosão no meio rural. 2012. Embrapa. Disponível em:
https://www.embrapa.br/solos/busca-de-publicacoes/-/publicacao/950896/
recuperacao-de-areas-degradadas-por-erosao-no-meio-rural. Acesso em: 09
mar. 2020.
4. GOMES, M.R.; MARTIN, E.S. Degradação das Praças Públicas e os Fatores
de Riscos para a População: Exemplos para a Cidade De Natal/RN.
GEOgraphia, Niterói, Universidade Federal Fluminense, ISSN 15177793
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5. LIMA, V.; AMORIM, M.C.C.T. A Importância das Áreas Verdes para a
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6. RUBIRA, F. G; Definição e diferenciação dos conceitos de áreas
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<http://periodicos.pucminas.br/index.php/geografia/article/view/P.2318-
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7. TAVARES, S.R.L; MELO, A.S; ANDRADE, A.G; ROSSI, C.Q; CAPECHE,
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<http://www.cnps.embrapa.br/solosbr/publicacao.html>. Acesso em: 03 de
março de 2020. 

8. Umberto Cordani (1995, apud Cordani 1997)

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