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By Sin I Rise - Cora Reilly
By Sin I Rise - Cora Reilly
Risque isso.
Não voltei para Nova Jersey por muitos anos, mas quando
finalmente voltei, foi com um propósito em mente: matar Luca
Vitiello.
Cinco anos de idade
Eu me sentei na beira da cama, minhas pernas
balançando para cima e para baixo. Meu olhar estava grudado
na porta, esperando que ela se abrisse. Já eram sete. Mamãe
sempre me acordava nesse horário. O relógio marcou 7:01 e
comecei a deslizar para fora da cama. Mamãe se atrasaria
hoje?
— Você sempre é.
Mamãe deu a papai um olhar que não entendi.
Ela andou até mim e passou as unhas pelo meu peito nu,
puxando meu piercing de mamilo enquanto fazia isso. Ela se
inclinou como se fosse me beijar.
— Você acabou de dar um boquete a Gray com essa boca?
— Perguntei com um sorriso.
… uma mulher.
Ri. — Giovanni não fez nada, então não tenho que protegê-
lo. Papai provavelmente lhe daria elogios por ser um cavalheiro
tão perfeito.
Mamãe mordeu o lábio, obviamente lutando contra a
diversão.
— Foda-se, vadia.
Seus olhos azuis indignados me atingiram. Provavelmente
ninguém nunca a chamou de vadia antes, e geralmente não era
um termo que eu usava, mas ela realmente me irritou.
Maddox White.
— Você acha que sabe tudo, não é? Mas não sabe, Branca
de Neve, — rosnei. As sobrancelhas de Marcella se ergueram.
— Sei o quão capaz seu pai é. Você só ouviu as histórias, mas o
vi em ação. O observei desmembrar e esfolar meu pai e seus
homens quando era apenas um garotinho. Ajoelhei-me em seu
sangue enquanto seu pai continuava golpeando seus cadáveres
como um maldito maníaco. Mijei nas calças, com medo de que
ele me encontrasse e me matasse também. Ainda ouço os gritos
em meus pesadelos. E você quer me dizer que não sei do que
seu pai é capaz?
Pela primeira vez, minhas palavras romperam sua bela
máscara fria. Seu rosto suavizou com compreensão, e em
seguida, compaixão.
— Não.
Ele estreitou os olhos. — Não perdi apenas meu pai, ele foi
arrancado de mim da maneira mais bárbara possível.
— E você acha que sendo bárbaro, se sentirá melhor.
— Só fique longe dela. Nós dois sabemos que seu pau tem
vida própria.
Entrei em casa e fui imediatamente atingido pelo cheiro de
uma festa selvagem. Depois de horas ao ar livre, o fedor quase
me fez desmaiar. Gray vomitou em um balde de gelo e outra
pessoa mijou em uma garrafa de cerveja. Isso misturado com o
odor de uma dúzia de corpos suados era uma mistura potente.
— Oh, você não vai? Então teremos que fazer isso por
você, — Earl disse com um sorriso desagradável.
Cody já estava salivando com a perspectiva de colocar as
mãos em Marcella. — Posso fazer isso, — disse ele, soando
como se nunca tivesse visto uma boceta antes.
Sabia que ela estava certa, mas não podia deixar que nos
considerasse aliados. Nós não éramos. Ela era a cativa e filha
do meu pior inimigo.
Ela se inclinou ainda mais perto, com a voz baixa. —Você
realmente quer vir aqui um dia e descobrir que ele abusou de
mim? Você quer isso na sua consciência? — Rangi meus
dentes. — Poderia realmente viver consigo mesmo se Cody
pegasse o que você nega a si mesmo?
O olhar que ela me deu deixou claro que sabia muito bem
do efeito que tinha sobre mim, e porra, ela estava certa.
— Acho?
— Talvez seja mimada, mas não acho que tenha o direito
de me julgar. Não saio por aí sequestrando pessoas.
— Você os fez?
— Não se preocupe.
Ele se virou na porta do banheiro. — E não tente nada ou
vou jogar sua bunda empinada no canil de novo. — Ele fechou
a porta.
— Onde? — Perguntei.
— Seu pai.
— Isso é nojento.
— Ambos, — murmurei.
— Acredito que é assim que você o vê, mas isso não muda
meus sentimentos em relação a ele. Nada pode apagar meu
ódio, nada jamais o fará.
Sem dúvida...
— Por quê?
Tive a sensação de que ela sabia de seu efeito sobre mim.
Era quase impossível para eu não olhá-la, não fantasiar sobre
ela dia e noite. — Acho que você sabe, — falei rispidamente.
— Sei?
Minha paciência acabou. Rolei, deixando nossos rostos
impossivelmente perto. Até mesmo sua respiração era doce
quando ela exalou bruscamente. Não a toquei, embora cada
parte de mim quisesse. — Não consigo parar de pensar na sua
boceta e se ela está pingando, — falei rudemente, esperando
fazer a princesa mimada recuar, mas ela apenas engoliu em
seco.
— Nada te impede de descobrir, — ela sussurrou.
Porra.
— De dar.
Não tinha certeza de por que fiz isso, mas pisei na cama e
olhei para Maddox.
O encarei.
Maddox pareceu tomar isso como um desafio para extrair
sons dos meus lábios enquanto chupava e lambia, mordiscava
e sacudia. Logo minha respiração saiu em rajadas agudas e
meus quadris balançavam quase desesperadamente. Até agora
estava montando sua boca sem vergonha. As mãos fortes de
Maddox seguraram minha bunda, massageando e guiando
meus movimentos. Ele se afastou cerca de um centímetro e
quase o puxei de volta pelos cabelos. Tão desesperada por
liberação que estava perto de perder qualquer aparência de
controle.
— Você deve ser trocada por seu pai, como te disse. Era
para acontecer esta semana.
— Fique.
Me deitei atrás dela e passei meus braços a sua
volta. Nunca a abracei assim, simplesmente para mostrar
carinho e consolar. Não me lembrava da última vez que abracei
alguém.
Eu podia ver uma coisa que ele queria mais do que tudo,
mesmo que não admitisse.
— Os últimos dias foram mais do que eu esperava com a
princesa mimada de Nova York. — Ele era bom em fugir da
verdade amarga.
— Não, você não vai, — rosnei, mas tive que admitir que
me emocionou saber que este homem não tinha medo de
enfrentar meu pai. Eu só queria que houvesse uma chance
para nós, para os dois viverem.
— Durma, — murmurei.
Ela simplesmente assentiu, virou-se e voltou a dormir. Me
estiquei de costas, meus braços cruzados atrás da cabeça. Earl
estava ficando desconfiado. Os outros estavam ficando com
ciúmes. Não estava indo como eu planejei. Não queria deixar
Marcella ir, mas tinha que deixar. Não podia esperar que Earl
se contivesse em não a machucar ainda mais. Fechei meus
olhos, querendo chutar minha bunda estúpida. Quando a
segurança de Marcella se tornou minha principal prioridade,
ainda mais importante do que a única coisa pela qual trabalhei
toda a minha vida: vingança?
Earl White
Presidente do Tartarus MC
— Esse imbecil provavelmente não sabe mais palavras, —
murmurou Matteo. Não reagi. Havia uma onda de estática em
meus ouvidos, semelhante à que experimentei anos atrás,
quando achei que Aria estava me traindo e saí em uma
matança no clube dos Tatarus. Perdi o controle naquela época
e estava perto de perdê-lo novamente.
— Aria...
— Não, — ela sussurrou. Ela começou a tremer, recuando
até que suas costas bateram no balcão da cozinha. Lágrimas
explodiram de seus olhos. Ela colocou a mão trêmula sobre a
boca, tentando recuperar o fôlego enquanto sua angústia o
roubava. Queria tocá-la, consolá-la, mas não tinha certeza se
ela queria meu toque. Eu era o motivo de tudo isso. Marcella se
tornou um alvo por causa de minhas ações no passado. — Ela
está viva, — disse ela, não perguntou, como se dizer isso
tornaria as coisas verdadeiras.
— Você é um traidor!
Ele girou nos calcanhares como se fosse correr de volta
para a casa e avisar a todos. Não queria que todos morressem,
mas se Gray os avisasse, Earl poderia matar Marcella e
provavelmente permitir que todos os irmãos a atacassem antes
disso. Não podia permitir. Peguei minha arma e acertei
meu meio-irmão na cabeça com a coronha. Ele caiu no
chão. Agarrando-o por baixo dos braços, arrastei-o para a
floresta e escondi-o sob alguns galhos e folhas. Com um pouco
de sorte, ele não acordaria antes de tudo acabar. Então, pelo
menos, ele sobreviveria. Isso era tudo que eu podia fazer.
— Diga-me.
— Ele não vai. Ele vai me matar depois que terminar com
você. Ele quer que te veja machucada porque sabe o que isso
faz comigo. Mas duvido que ele sobreviva ao ataque de seu pai,
nem eu.
— Muito mais.
A comoção e o estalar de galhos fizeram com que Maddox
e eu nos separássemos para observar a área. Cody e Earl
vinham na nossa direção com dois motoqueiros cujos nomes eu
não sabia. Earl tinha Satan na coleira e Cody carregava algum
tipo de máquina.
Não me mexi.
— Traí meus irmãos por você. Talvez morra por você assim
que seu pai colocar as mãos em mim.
Gritos soaram.
Gray se voltou para a luta, mas não podia permitir que ele
saísse com as chaves. Me lancei contra ele e agarrei seu
braço. — Dê-me as chaves.
— Você não sabe de nada, Gray. Não seja uma ovelha que
segue cegamente o rebanho até a morte. Fuja enquanto ainda
tem chance.
— Não vou sair do clube.
— E quanto a Satan?
— Marcella, não podemos ajudá-la agora. Ela é muito
pesada para carregarmos. — Uni nossas mãos e a guiei para
longe das gaiolas. Os outros cães se acalmaram e se
esconderam em seus abrigos. A visão do meu olho esquerdo
ainda estava prejudicada. Talvez o sangue tivesse secado em
meu globo ocular, ou a batida na minha cabeça tivesse deixado
um dano duradouro, não tinha certeza. Marcella tinha
dificuldade em acompanhar meus passos, mas não reclamou.
— Não! — Gritei.
— Vamos, Marcella. Vamos levá-la a um médico.
Olhei para meu tio. — Diga ao papai que ele não pode
matar Maddox.
— Deixe seu pai e eu cuidarmos desses idiotas. E não se
preocupe, seu pai quer manter o maior número possível deles
vivos para questionamentos e tortura completa.
Maddox.
— Quero um lembrete.
— Espero que não considere manter a tatuagem também,
— ele brincou com a voz seca.
— Oh, Marci, estou tão feliz em ouvir sua voz. Mal posso
esperar para tê-la em meus braços.
— Estaremos em casa em cerca de uma hora, — disse
papai.
— Marci...
— Por favor.
Assenti. — Maddox.
O silêncio se estendeu entre nós enquanto mamãe
examinava meus olhos. Minha voz estava desligada, até eu
poderia dizer. Limpei minha garganta. — Ele e eu nos
aproximamos durante meu cativeiro.
— Podia controlar.
Mamãe encolheu os ombros. — Seu pai é controlador.
— Oh, tenho certeza que sim. Mas seu pai é cego quando
se trata de você se tornar uma mulher.
— Homens.
Mamãe tocou minha mão. — Você usou proteção?
— Sim.
… E Maddox.
— Pai, não.
Papai olhou para mim, obviamente sem saber o que eu
queria. — Vamos lhe dar o que ele merece. Ele vai sofrer mais
do que qualquer homem já sofreu.
Ele achava que queria que ele poupasse meu algoz? Essa
era a última coisa em minha mente. Mamãe era do tipo que
perdoava, mas até ela provavelmente faria Earl sofre uma
morte dolorosa nas mãos de papai se ele pedisse sua
opinião. Claro, ele nunca faria tal coisa porque não queria que
ela tivesse sangue nas mãos.
— Ele vai sofrer, mas não pelas suas mãos, pai, — disse
com firmeza, forçando um sorriso, e me virei para Maddox. Seu
olhar mudou da lâmina brilhante para os meus olhos. Como
sempre acontecia, meu coração deu um salto quando encontrei
seu olhar. Este era o nosso momento da verdade, o momento
que provaria sua lealdade ou acabaria o que nunca deveria
acontecer. Não tinha certeza se meu coração sobreviveria a este
último.
Earl acenou com a cabeça para minha orelha. Outra
marca que ele deixou. Às vezes me perguntava o que mais ele
teria feito comigo se Maddox não tivesse revelado meu
paradeiro a papai. Earl White gostou de me torturar, não
apenas porque eu era filha de meu pai. — Você pode cobrir sua
orelha arruinada com joias caras, mas aquela tatuagem...
Não era por isso que estávamos aqui agora, por que matei
a única figura paterna que conhecia desde que era um
garotinho. Eu não queria ver o lado ruim dele, e eu mesmo
tinha lado ruim o suficiente, então nunca ousei lançar meu
julgamento sobre outro ser humano. No entanto, Earl tinha ido
longe demais. Ele cruzou uma barreira que sempre existiu,
uma barreira que o levou e ao nosso clube por uma estrada de
onde não havia como voltar. Devíamos ter percebido quando
mais e mais membros se tornaram nômades, muitos homens
bons que o clube poderia ter usado durante as votações.
Eu era culpado por sequestrar uma mulher inocente e até
por permitir que Earl a trancasse em um canil e a
tatuasse. Tudo isso me fazia sentir culpado pra caralho e um
grande idiota. Devíamos ter focado em Vitiello e seus
homens. Deveríamos tê-lo atacado diretamente, ou pelo menos
ter mantido Marcella a salvo da dor. Que Earl tinha começado
a torturá-la, que queria continuar fazendo isso, não podia
aceitar. Vi a expressão em seus olhos. Estava tão perdido para
ele quanto ele para mim. Ele queria me matar e teria feito isso
se Vitiello não tivesse destruído nosso clube. Ele provavelmente
teria matado Marcella primeiro e me feito assistir. Eu era um
traidor aos olhos dele, quando ele traiu tudo o que sempre
quisemos que o clube representasse. Honra e um estilo de vida
livre. Uma casa para todos aqueles que não se enquadravam
nos limites da sociedade. Fraternidade, amizade. Perdemos
tudo isso ao longo do caminho e o que restou foi amargura e
fome de vingança e dinheiro.
— Me dê um segundo.
— Meu pai não confia em você. Ele não acha que você é
leal.
Aproximei-me, cada passo enviando uma pontada pelo
meu corpo. Estava quase certo de que tinha vários ossos
quebrados que precisavam de tratamento. — Não provei isso
quando traí o clube por você?
Teria dado qualquer coisa por esta mulher, para provar
seus lábios, para ouvir uma declaração de amor desses lábios
vermelhos.
— Você.
— Mas venho com bagagem. Sou uma Vitiello. Sempre
farei parte da minha família e até mesmo entrarei no
negócio. Se me quiser, terá que descobrir uma maneira de se
tornar parte deles também.
— Você perdoou?
— Como disse, meu irmão está fora dos limites. Ele é uma
criança e não causará problemas sem Earl. Conhecendo-o, ele
se tornará um mecânico e cuidará da própria vida no meio do
nada, no Texas, com minha mãe. Ela também está fora dos
limites.
— Queimamos tudo.
Balancei a cabeça, não realmente surpreso. — E os
cachorros?
Ele assentiu.
Estremeci. Uma parte da camisa estava presa em um
ferimento sob minhas costelas. Com um puxão, ela saiu. —
Foda-se, — murmurei quando o sangue começou a escorrer.
— Precisará de pontos, — Growl murmurou.
— Obrigado.
Growl assentiu.
— Tenho que admitir que ver os cachorros de novo não era
a única razão pela qual pedi que você me pegasse.
— Imaginei, — Growl murmurou. — Seu pai me disse que
você se juntará ao negócio.
Continua em
By Sin I Rise - Parte Dois...
Notes
[←1]
Um hellhound, cão do inferno ou cão negro, é um cão sobrenatural do folclore.
Uma grande variedade de cães infernais sobrenaturais ocorrem em mitologias
de todo o mundo, sendo notável, porém, na Inglaterra
[←2]