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● Cosmetologia (Alexandre)

A cosmetologia é a ciência que serve de suporte à fabricação de produtos de beleza


com função de limpar, corrigir, proteger, embelezar, decorar, manter as funções da pele, unha
e cabelos. E também realiza pesquisas de novos ativos, matérias-primas, tecnologias,
desenvolvimento de fórmulas, produção e comercialização, controle de qualidade.

A palavra cosmético vem do grego kosmetikós, que significa “o que serve para
ornamentar”, mas a cosmetologia surgiu a milhares de séculos no período da pré-história (por
volta de 30.000 a.C.) onde os humanos da época possuíam o hábito de adorno e camuflagem
de pele e dos cabelos, práticas que eram usadas para proteger-se ou de intimidar seus
inimigos, sejam eles outros humanos ou animais.

Com o surgimento das primeiras civilizações (por volta de do ano 3.000 a.C), os
rituais de embelezamento foram desenvolvidos pelos egípcios, indianos e orientais, que
desenvolveram cosméticos e práticas similares. E assim com o uso da cosmetologia os
verdadeiros cosméticos de beleza começaram a surgir.

No Egito antigo (de 3.000 a.C. a 200 d.C.), local que fornecia uma rica fonte de
substâncias naturais que eram usadas em cuidados pessoais. Eram usados o mel, leite e
farelos vegetais para fazer pastas; bem como o emprego de gorduras animais e vegetais ou de
cera de abelha para fazer cremes para a pele. Homens, mulheres e crianças usavam uma
espécie de maquiagem para proteger-se dos raios do sol. (SOUZA, 2018). Além disso, o uso
de óleos perfumados e essências eram comum como tomilho, cânfora e mirra.

Na Grécia e na Roma Antiga (por volta do ano 200 d.C.), as mulheres cuidavam de
sua beleza em suas casas e os homens possuíam o costume de frequentar casas de banho. As
fragrâncias da época eram extraídas do anis, pimenta, alecrim, sálvia e também da hortelã-
pimenta. O leite de jumenta era usado para manter a pele fresca, e a massa de pão úmida era
usada como uma máscara facial noturna. O médico greco-romano Galeno desenvolveu uma
pomada refrescante precursora do cold cream. Além disso, as mulheres usavam extrato de
nozes para escurecer o cabelo, e germander (uma planta) para tingir de vermelho. (BARROS,
2020). Na Grécia, acreditava-se que uma rotina de cuidados com a pele retardava o
envelhecimento.

Nos tempos medievais, as condições de vida atrasaram o desenvolvimento da


cosmetologia. Aqueles que disseminavam o hábito de cuidados de beleza eram as pessoas que
tinham o costume de transitar entre a Europa e os países do ocidente. As civilizações da Índia
e países árabes praticavam mais cuidados com a higiene, se comparado com os europeus.
Nesse período, os métodos de destilação foram melhorados, ocasionando a obtenção de novos
ingredientes para uso cosmético. Os perfumes eram compostos com âmbar cinza, almíscar,
sândalo e canela. Loções para as mãos eram feitas utilizando cravinho, carbonato de sódio e
extratos de feijão. Para prevenir rugas, usava-se uma preparação com sebo, lírio, e raízes da
planta marshmallow. (BARROS, 2020). Nesse período a cosmetologia acompanhou o
desenvolvimento da medicina.

Durante a Renascença foram trazidas do Oriente corantes naturais, óxido de zinco,


óleo de rícino, enxofre e açúcar (que na época era usado apenas como medicamento).

Já no reinado de Elizabeth I, o uso de cosméticos disseminou-se entre as cortes e os


aristocratas e posteriormente entre a sociedade. Um creme de primavera (Primula veris)
usado pela rainha Elizabeth, se tornou uma espécie de artigo de moda com finalidade de
preservar, clarear e prevenir rugas. Usava-se também berry para destacar as bochechas que se
apresentavam pálidas.

Durante os séculos XVII e XVIII, cosméticos eram usados em excesso, o carbonato


de chumbo era usado como pó facial. A maioria dos cosméticos ainda eram feitos em casa.
Havia melhor compreensão dos óleos essenciais e começou a haver interesse pela
toxicologia, que posteriormente se consagraria como um ramo da ciência.

No século XIX, com evolução industrial começaram a ser usadas novas matérias
primas como ureia, ácido benzóico, soda, glicerina, peróxido de hidrogênio, óleo mineral
refinado e talco. O trabalho de Thomas Graham sobre emulsões e coloides e a descoberta do
bórax, permitiram a obtenção do verdadeiro cold cream. Pó de giz branco e azul, papéis
tingidos de vermelho, tinta nanquim, tijolo triturado e cortiça eram aplicados no rosto. Karl
Bodden, um alemão, desenvolveu a tinta graxa, que era composta de zinco branco, amarelo
ocre, vermelho e banha, o que se tornou um padrão na maquiagem teatral. (BARROS, 2020).
Neste período foi descoberto os perigos do chumbo, mas o isolamento da anilina forneceu
alternativas mais seguras aos metais pesados.

Durante o século XX, houve uma extrema evolução na indústria cosmética. Os


grandes nomes e pioneiros na indústria cosmética estavam se firmando, como Helena
Rubinstein, Elizabeth Arden, Charles Revson (Révlon), Max Factor, Procter & Gamble
(P&G) e L’Oréal Paris.
O período entre as Guerras Mundiais favoreceu o crescimento da indústria cosmética
e também purificação e adaptação de ingredientes usados por outras indústrias, como
silicones. Porém, a fabricação de cosméticos em larga escala fez emergir os problemas de
segurança e estabilidade. Portanto, os principais mercados buscaram formular legislações e
medidas reguladoras para esses produtos, como o Federal Food, Drug and Cosmetics Act em
1938, nos EUA, e a EC Cosmetics Directive em 1976, na União Europeia.

De forma contemporânea diversos ingredientes surgiram e auxiliaram na inovação do


mercado como o uso de alfa-hidroxiácidos, que a partir de 1992 passou a ser utilizado como
esfoliante químico e redutor de sinais de envelhecimento e também o uso de enzimas,
vitaminas e antioxidantes, assim como lipossomas e polímeros. Além disso, há o uso da nano
e biotecnologia na produção de novos ingredientes mais eficazes.

Recentemente, é possível notar ainda o crescimento da vegetalização, naturalização, e


maior preocupação com segurança dos consumidores, meio ambiente, bem como
sustentabilidade.

Figura 1 A evolução da tecnologia de cosméticos; Fonte: Souza, 2015.

● Análise de calibração de aparelhos


Para que um creme hidratante seja liberado ao mercado ele precisa passar por
diferentes tipos de testes organolépticos tais como teste de pH, de viscosidade, de densidade e
de centrifugação. Para cada processo será utilizado um aparelho específico com diferentes
tipos de calibração.

No teste de pH será utilizada o pHmetro, que antes de ser utilizado deve ser calibrado
com uma solução tampão (solução cujos constituintes são capazes de evitar grandes variações
de pH quando a ela são adicionados ácidos ou bases), este deve ser diluído a uma proporção
de 10% com água destilada, esse processo deve ser feito em triplicata. O padrão de pH
considerável aceitável neste experimento é mínimo 4; máximo 8.

Para o teste de viscosidade deve ser utilizado viscosímetro de Brookfield. As


velocidades de rotação serão de 12 e 30 rpm, sendo os resultados expressos em centipoise
(CP). Inicialmente deve ser feita a calibração do viscosímetro tipo brookfield, se certifica de
que o instrumento esteja pronto para uso. A seguir, deve-se empregar uma variedade de
padrões de calibração para o equipamento. Assim, o processo de calibração do viscosímetro
tipo brookfield inclui a seleção do fuso conforme a necessidade em questão, por meio da
ativação da tecla correspondente e espera do sinal referido para o processo no visor. Nesta
fase, o calibrador seleciona o número de fuso (spindle a ser utilizado, bem como a velocidade
de rotação conforme especificações de serviço).

Após a fase acima, o calibrador deve encaixar o fuso (spindle) selecionado no eixo
inferior, levantando levemente o eixo e conectando o fuso no sentido horário, de modo
manual. A última etapa do processo de calibração do viscosímetro tipo brookfield diz respeito
ao registro adequado de todas as operações de calibração, com a finalidade de aferir as
condições de funcionamento bem como de precisão do equipamento calibrado.

No teste de densidade os materiais utilizados serão: proveta, balança semi-analítica e


picnômetro; O picnômetro será pesado vazio, e a massa deve ser anotada; deve-se completá-
lo com o creme, determinando assim, o volume do mesmo: deve-se pesar o picnômetro com o
creme, e depois subtrair dessa massa a massa do picnômetro vazio; após isso, deve-se colocar
os valores determinados na fórmula da densidade: d=m/v.

Já no teste de centrifugação o produto é submetido a uma rotação de 3000 rpm por 30


minutos em um centrifuga para avaliar o quanto é estável o produto, ou seja, este não poderá
apresentar separação de fases. Recomenda-se submeter o produto ao teste de centrifugação. O
produto deve permanecer estável e qualquer sinal de instabilidade indica necessidade de a
reformulação.
● Referências

LOSSO, Fatima. História da Cosmetologia: COSMETOLOGIA. Fatima Losso Estética


Terapeutica, [S.l.], p. 01, 3 dez. 2020. Disponível em:
https://esteticaterapeutica.com.br/2020/12/03/historia-da-cosmetologia/. Acesso
em: 28 mar. 2023.

BARROS, Cleber. A história dos cosméticos: Veja a trajetória dos cosméticos desde
os tempos antigos até o presente.. In: BARROS, Cleber. A história dos cosméticos.
[S.l.], 1 dez. 2020. Disponível em: https://www.cleberbarros.com.br/a-historia-dos-
cosmeticos/. Acesso em: 29 mar. 2023.

SOUZA, Ivan. História dos cosméticos da Antiguidade ao século XXI. In: SOUZA,
Ivan. História dos cosméticos da Antiguidade ao século XXI. [S.l.], 1 abr. 2018.
Disponível em: https: https://cosmeticaemfoco.com.br/artigos/historia-dos-
cosmeticos-da-antiguidade-ao-seculo-xxi/. Acesso em: 29 mar. 2023.

ALÉM MAR COMERCIAL E INDUSTRIAL S.A. Calibração de viscosímetro tipo


Brookfield: ETAPAS DA CALIBRAÇÃO DE VISCOSÍMETRO TIPO BROOKFIELD. In:
Calibração de viscosímetro tipo Brookfield. [S. l.], 2020. Disponível em:
https://www.alemmar.com.br/calibracao-viscosimetro-brookfield. Acesso em: 21
abr. 2023.

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