Você está na página 1de 34

"Nenhuma mentira vem da verdade"

1 de jun. de 2013
Divórcio e Recasamento

O CASAMENTO

O PACTO MATRIMONIAL
Adicionar legenda

A família é o núcleo básico da sociedade. É no casamento que se


origina e se fundamenta a família.

“Por isso deixará o homem a seu pai e a sua mãe, [e unir-se-á à sua
mulher,]
e serão os dois uma só carne; assim já não são mais dois, mas uma
só carne.
Porquanto o que Deus ajuntou, não o separe o homem.”
( Marcos
10:7-9)

Considerações elementares que surgem dessa lei:

· O casamento é monogâmico, surge da união entre um homem e uma


mulher. E os dois se tornam um.
· O casamento é uma união total; os cônjuges se tornam uma só
carne. Isto inclui todos os aspectos da vida do homem e da mulher:
unidade física, sexual, econômica, afetiva, espiritual, etc.

I. O CASAMENTO FOI INSTITUÍDO POR DEUS

· Não foi instituído por uma lei humana, nem idealizado por alguma
civilização. O matrimônio antecede a toda cultura, tradição, povo ou
nação; é uma instituição divina. Portanto, é Deus quem determina as
leis e princípios que o regem.
· O casamento não é uma sociedade entre duas partes, onde cada
parte impõe suas condições. Por ser uma instituição divina, é Deus
quem estabelece as condições. Nunca o homem. Nem a mulher. Nem
os dois de comum acordo. Nem as leis de uma nação podem
determinar essas condições.
· Todo aquele que se casa deve aceitar as condições estabelecidas por
Deus para o matrimônio.
· Como Deus é amor e infinitamente sábio, as leis e condições que
estabeleceu para o casamento são para o nosso bem e de toda a
humanidade.

II. UMA INSTITUIÇÃO CRIADA ANTES DA QUEDA

O casamento é um dos três elementos da vida humana


estabelecida por Deus na criação, antes da queda:

Casamento- Gênesis 2:18


Trabalho - Gênesis 2:15
Descanso - Gênesis 2:1-3

Portanto, antes do problema da queda, Deus já havia estabelecido


os padrões e condutas para essa tão importante relação. Assim como
o trabalho e o descanso são para toda a humanidade, quer sejam
cristãos ou não, os princípios do casamento são, também, para toda
a humanidade.
É importante esclarecer isso pois alguns, de maneira descuidada,
dizem que, como se casaram sem estar no Senhor, sua união não foi
feita por Deus, portanto podem se separar , pois não foi Deus que
uniu. Se pensarmos dessa forma estaremos dizendo que todos os
casais que não estão no Senhor, podem trair um ao outro livremente
pois não existe de fato um casamento; também estaremos dizendo
que nossos pais que não conhecem o Senhor, ou que se casaram sem
conhecer o Senhor, em verdade não eram casados.
Por isso é importante sabermos que existem três elementos que
determinam um casamento que “Deus uniu”, elementos esses que
regem todos os homens. Assim como a lei da gravidade afeta a
todos, por ser uma lei universal, o casamento é composto de leis
universais que também afetam a todos.

III. TRÊS ELEMENTOS DETERMINANTES DO CASAMENTO

· Pácto mútuo
· Testemunho diante da sociedade
· União sexual

1. Pacto mútuo

O casamento é um pacto celebrado entre um homem e uma mulher


diante de Deus.

“E vocês ainda perguntam: "Por quê? " É porque o Senhor é


testemunha entre você e a mulher da sua mocidade, pois você
não cumpriu a sua promessa de fidelidade, embora ela fosse a
sua companheira, a mulher do seu acordo matrimonial”.

(Malaquias 2:14)

O pacto é uma ALIANÇA. São duas vontades que se


comprometem formal e solenemente a ser marido e mulher. Esse
pacto é firmado, basicamente, pela palavra ao fazer os votos
matrimoniais.

2. Testemunho diante da sociedade

“Deixará o homem o seu pai e sua mãe...” Como o casamento é um


estado civil, o pacto deve ser celebrado diante da sociedade.
Parentes, amigos e conhecidos tem de ser informados que esse
homem se casara com essa mulher em determinada data e que a
partir dali os dois estarão unidos no honroso estado de casados. O
propósito dos convites é justamente fazer público e notório o
casamento. O pacto matrimonial não pode ser feito em segredo.
Gênesis 29:22; Rute 4:9-11; Números 30.

3. A união sexual

“E serão uma só carne”. O que sela e dá legitimidade é a união sexual


dos que fazem o pacto.

O pacto diante da sociedade tem de ser anterior a união física.


Primeiro “deixará o homem o pai e a mãe”, e depois “se unirá a sua
mulher.” As relações sexuais antes do casamento, são fornicação, e
são um pecado diante de Deus.

IV. O CASAMENTO É UM VÍNCULO SAGRADO E INDISSOLÚVEL

1. O vínculo matrimonial

“E o Senhor fez cair pesado sono sobre o homem, e este adormeceu:


tomou uma de suas costelas, e fechou o lugar com a carne. E a
costela que o senhor Deus tomara ao homem, transformou-a numa
mulher, e lha trouxe. E disse o homem: Esta é afinal osso dos meus
ossos e carne da minha carne; chamar-se-á varoa, porquanto do
varão foi tomada. Por isso deixará o homem pai e mãe, e se une à
sua mulher, tornando-se os dois uma só carne.”

(Gênesis 2:21-24)

“De modo que já não são mais dois, porém uma só carne. Porquanto,
o que Deus ajuntou não separe o homem”
(Mateus
19:6)

“A mulher está ligada enquanto vive o marido; contudo, se falecer o


marido, fica livre para casar com quem quiser, mas somente no
Senhor.”

(I
Coríntios 7:39)

Estas passagens mostram com clareza:

· Que o vínculo da unidade matrimonial é fortíssimo. Homem e mulher


passam a ser uma só carne.
· Que é um vínculo realizado por Deus mesmo. “O que Deus uniu.” Por
isso é considerado sagrado.
· Que é um vínculo indissolúvel enquanto os dois cônjuges estiverem
vivos. Só a morte de um dos dois pode desfazê-lo.
· Que nenhum homem ou lei humana está habilitado para desfazer o
vínculo matrimonial: “Não separe o homem.”. Qualquer pessoa que o
faça deve saber que está se rebelando diretamente contra a vontade
de Deus.

2. Separação, divórcio e novo casamento

a) Separação

“Ora, aos casados, ordeno, não eu mas o Senhor, que a mulher não
se separe do marido (se porém ela vier separar-se, que não se case,
ou se reconcilie com seu marido); e que o marido não se aparte de
sua mulher.”

(I Coríntios
7:10,11)

Deus diz claramente NÃO à separação. Se, for o caso, de o cônjuge


incrédulo se separar (I Coríntios 7:12-15), a opção é ficar só ou se
reconciliar, nunca contrair outro matrimônio.

b) Divórcio

“Todavia perguntais: Por que? Porque o Senhor tem sido testemunha


entre ti e a mulher da tua mocidade, para com a qual procedeste
deslealmente sendo ela a tua companheira e a mulher da tua aliança.
E não fez ele somente um, ainda que lhe sobejava espírito? E por que
somente um? Não é que buscava descendência piedosa? Portanto
guardai-vos em vosso espírito, e que ninguém seja infiel para com a
mulher da sua mocidade.
Pois eu detesto o divórcio, diz o Senhor Deus de Israel, e aquele que
cobre de violência o seu vestido; portanto cuidai de vós mesmos, diz
o Senhor dos exércitos; e não sejais infiéis.”

(Malaquias 2:14-16)

Deus nos exige lealdade a nosso pacto matrimonial, pois Ele não se
agrada do divórcio.

c) Novo casamento

“Ao que lhes respondeu: Qualquer que repudiar sua mulher e casar
com outra comete adultério contra ela;
e se ela repudiar seu marido e casar com outro, comete adultério.”
(Marcos 10:11-
12)

Quando alguém se divorcia e se casa novamente, Deus não considera


este novo estado como casamento, mas como adultério.

“Todo aquele que repudia sua mulher e casa com outra, comete
adultério; e quem casa com a que foi repudiada pelo marido, também
comete adultério.” (Lucas
16:18)

Se um homem solteiro casa com uma mulher divorciada, também


adultera e vice-versa.

“Ou ignorais, irmãos (pois falo aos que conhecem a lei), que a lei tem
domínio sobre o homem por todo o tempo que ele vive?
Porque a mulher casada está ligada pela lei a seu marido enquanto
ele viver; mas, se ele morrer, ela está livre da lei do marido.
De sorte que, enquanto viver o marido, será chamada adúltera, se
for de outro homem; mas, se ele morrer, ela está livre da lei, e assim
não será adúltera se for de outro marido.”
(Romanos
7:1-3)

d) A suposta exceção

“Aproximaram-se dele alguns fariseus que o experimentavam,


dizendo: É lícito ao homem repudiar sua mulher por qualquer
motivo?
Respondeu-lhe Jesus: Não tendes lido que o Criador os fez desde o
princípio homem e mulher, e que ordenou: Por isso deixará o homem
pai e mãe, e unir-se-á a sua mulher; e serão os dois uma só carne?
Assim já não são mais dois, mas um só carne. Portanto o que Deus
ajuntou, não o separe o homem. Responderam-lhe: Então por que
mandou Moisés dar-lhe carta de divórcio e repudiá-la? Disse-lhes ele:
Pela dureza de vossos corações Moisés vos permitiu repudiar vossas
mulheres; mas não foi assim desde o princípio. Eu vos digo porém,
que qualquer que repudiar sua mulher, a não ser por (original é me
épi [mh epi] que quer dizer pondo de lado ou sem levar em conta)
causa de infidelidade (a palavra no original grego aqui é pornéia
[porneia] que quer dizer fornicação, ou seja relação sexual ilícita
antes do casamento) e casar com outra, comete adultério (a palavra
no original é moichéia [moicatai] que quer dizer relação sexual ilícita
com alguém casado(a) ); [e o que casar com a repudiada também
comete adultério.]
Disseram-lhe os discípulos: Se tal é a condição do homem
relativamente à mulher, não convém casar. Ele, porém, lhes disse:
Nem todos podem aceitar esta palavra, mas somente aqueles a quem
é dado.
Porque há eunucos que nasceram assim; e há eunucos que pelos
homens foram feitos tais; e outros há que a si mesmos se fizeram
eunucos por causa do reino dos céus. Quem pode aceitar isso, aceite.

(Mateus
19:3-12)

Veja que interpretando de maneira literal Jesus não admite exceção


para recasamento. A única “exceção” é por causa de fornicação, ou
seja relações sexuais ilícitas. A palavra pornéia é intencionalmente
mal traduzida na maioria das Bíblias protestantes, pois traduzem
como adúltério ou infidelidade. Vamos ver porque isso.

Até à reforma a Igreja sempre creu nas verdades bíblicas acerca


do casamento. Porém depois da reforma houve uma tendência
universal entre os protestantes de proclamar e viver um evangelho
“anti-católico”, ou seja, tudo que os católicos criam, ainda que fosse
verdade, era motivo de ser refutado pelos primeiros reformadores.
Quando Lutero finalmente se desvinculou da Igreja Católica por
causa de suas múltiplas heresias, ele se uniu a um humanista
chamado Erasmo de Roterdam, que influenciou tremendamente a
vida e obra de Lutero, principalmente no tocante ao divórcio e ao
recasamento. O interessante é que Erasmo foi considerado como
herege pelos seus contemporâneos, principalmente por causa de sua
visão extremamente humanista da Bíblia. Porém seu ensino acerca do
divórcio e recasamento prevalece nas denominações evangélicas,
justamente porque é frontalmente diferente do ensino da Igreja
Católica sobre o assunto.
Esse é o motivo de, nas nossas Bíblias protestantes, a palavra
estar traduzida de uma maneira totalmente errada, pois de outro
modo traria um tremendo problema termos que concordar que o
ensino católico, nesse ponto, está correto.
Nessa pergunta dos fariseus para Jesus temos que ver todo o
contexto da situação.
Haviam duas escolas rabínicas de pensamento sobre assunto, e as
duas discutiam exatamente o texto que os fariseus apresentaram a
Jesus:

“Quando um homem tomar uma mulher e se casar com ela, se ela


não achar graça aos seus olhos, por haver ele encontrado nela coisa
vergonhosa, far-lhe-á uma carta de divórcio e lha dará na mão, e a
despedirá de sua casa.
Se ela, pois, saindo da casa dele, for e se casar com outro homem,
e este também a desprezar e, fazendo-lhe carta de divórcio, lha der
na mão, e a despedir de sua casa; ou se este último homem, que a
tomou para si por mulher, vier a morrer;
então seu primeiro marido que a despedira, não poderá tornar a
tomá-la por mulher, depois que foi contaminada; pois isso é
abominação perante o Senhor. Não farás pecar a terra que o Senhor
teu Deus te dá por herança.”
(Deuteronômio
24:1-4)

· A escola de Hillel : Hillel interpretava coisa vergonhosa como


qualquer coisa que o homem visse na mulher que não o agradasse,
como por exemplo, se ela estivesse ficando feia, ou cozinhasse mal,
etc. Para Hillel e seus seguidores, qualquer motivo trivialidade era
motivo para uma carta de divórcio.
· A escola de Sammai: Sammai admitia o divórcio e o recasamento
somente em caso de adúltério, da mesma forma que a maioria dos
evangélicos crêem.

Veja que o objetivo dos fariseus era que Jesus se posicionasse a


favor de uma dessas escolas de pensamento para dividir o povo
contra ele.
Mas qual foi a surpresa quando o nosso amado Salvador e Senhor
mostrou uma terceira opção mais sublime do que a religiosidade dos
fariseus, a ponto dos discípulos ficarem tão assustados que
responderam : “Se tal é a posição do homem relativamente à
mulher, não convém casar!” Eles compreenderam que o compromisso
era para a vida toda e que só a morte poderia anular tal
compromisso. Também compreenderam que Jesus não estava
aprovando nenhuma das duas alternativas dos fariseus, porém estava
mostrando outra alternativa que expressava mais perfeitamente a
suprema vontade de Deus.
Jesus mostrou que “coisa vergonhosa” se referia a, quando um
homem, ao se casar com uma mulher, descobre que houve fornicação
(pornéia) e que portanto ela não é virgem. Dessa forma, ele pode
pedir a anulação do seu casamento desde que ele também seja
virgem e que faça essa anulação imediatamente, caso essa situação
não o agrade. Somente nesse caso é permitido o divórcio com a
possibilidade de um novo casamento.
O fato de as leis do país permitirem o divórcio e o novo casamento,
não modifica em nada a situação dos cristãos, pois nós estamos
debaixo do GOVERNO DE DEUS, e Suas leis permanecem para
sempre.

3. Compromissos contraídos antes da conversão

Qual deve ser a atitude do cristão diante dos compromissos


contraídos antes da conversão?
Alguns que se “convertem” pensam que, por Deus haver perdoado os
seus pecados, podem então esquecer todas as dívidas que tinha no
passado. Assim o criminoso se “converte” e não responde diante da
lei pelos seus atos perversos. Há pouco tempo nos telejornais foi
noticiado que uma moça fora violentada e assassinada por um rapaz.
Por sua vez o pai da moça, que era policial, começou uma caçada
obstinada atrás do rapaz com o intuito de prendê-lo. Alguns meses
depois, recebendo informações de anônimos e simpatizantes da
causa, descobriu que ele estava freqüentando de maneira ativa uma
denominação evangélica. Qual foi sua surpresa ao ver o rapaz
cantando e “louvando” com toda alegria bem na porta do salão da
congregação! Pego de surpresa, o “irmão” tentou fugir, porém não
conseguiu sendo finalmente preso. Quantos “testemunhos” esse
homem deve ter dado sobre sua vida pregressa! Quantos aleluias ele
deve ter ouvido com a proclamação de sua belíssima
“transformação”! Agora pense na angústia da família que não via o
caso solucionado. Como seria de tremendo impacto para esses
familiares se o rapaz tivesse feito o que Zaqueu fez quando se
converteu:

“Tendo Jesus entrado em Jericó, ia atravessando a cidade.


Havia ali um homem chamado Zaqueu, o qual era chefe de
publicanos e era rico.
Este procurava ver quem era Jesus, e não podia, por causa da
multidão, porque era de pequena estatura.
E correndo adiante, subiu a um sicômoro a fim de vê-lo, porque havia
de passar por ali.
Quando Jesus chegou àquele lugar, olhou para cima e disse-lhe:
Zaqueu, desce depressa; porque importa que eu fique hoje em tua
casa.
Desceu, pois, a toda a pressa, e o recebeu com alegria.
Ao verem isso, todos murmuravam, dizendo: Entrou para ser
hóspede de um homem pecador.
Zaqueu, porém, levantando-se, disse ao Senhor: Eis aqui, Senhor,
dou aos pobres metade dos meus bens; e se em alguma coisa tenho
defraudado alguém, eu lho restituo quadruplicado.
Disse-lhe Jesus: Hoje veio a salvação a esta casa, porquanto também
este é filho de Abraão.
Porque o Filho do homem veio buscar e salvar o que se havia
perdido.”

(Lucas 19:1-10)

Temos que saber claramente que a fé cristã nos leva a reconhecer o


valor ético e moral de tudo o que é legítimo, de todo pacto, de todo
voto. Se você tem dívidas que ainda não acertou, é seu dever
procurar seu credor e ver como será possível resolver essa situação
pendente, e não pensar que o perdão de Deus te libera desses
compromissos.
Em que implica a conversão a Cristo? O que significa o
arrependimento? João Batista reivindicava frutos dignos de
arrependimento, evidências claras de mudança de coração e uma
firme decisão de abandonar a vã maneira de viver. Provérbios 28:13
expressa este conceito em termos concisos:

“O que encobre as suas transgressões nunca prosperará; mas o que


as confessa e deixa, alcançará misericórdia.”

A conversão não é conversão se a pessoa não abandona


definitivamente o seu caminho pecaminoso. Se uma pessoa está
vivendo em adultério quando chega a Cristo, obviamente não pode
pretender entrar no reino de Deus com seu pecado. De outro modo o
que significaria a salvação?
Restituição.

V. CONCLUSÕES FINAIS

Alguns podem pensar: “Se isto for assim, não vamos complicar a vida
de muita gente?” Ao contrário! Vamos simplificá-la, porque já estão
metidos em complicações. O que queremos fazer é ensiná-los o que
devem fazer para sair delas. Essa é a verdade de Deus, o Evangelho
de Cristo Jesus. Cristo rompe as cadeias, Cristo perdoa, porém o que
não se admite é que uma pessoa siga em uma conduta imoral.

DIVORCIO E RECASAMENTO
O vínculo matrimonial é indissolúvel.

Marcos 10.2-12 - "E aproximando-se alguns fariseus, o


experimentaram, perguntando-lhe: É lícito ao marido repudiar sua
mulher? Ele lhes respondeu: Que vos ordenou Moisés? Tornaram
eles: Moisés permitiu lavrar carta de divórcio e repudiar. Mas Jesus
lhes disse: Por causa da dureza do vosso coração, ele vos deixou
escrito esse mandamento; porém, desde o princípio da criação, Deus
os fez homem e mulher. Por isso, deixará o homem a seu pai e mãe
e unir-se-á a sua mulher, e, com sua mulher, serão os dois uma só
carne. De modo que já não são dois, mas uma só carne. Portanto, o
que Deus ajuntou não o separe o homem. Em casa, voltaram os
discípulos a interrogá-lo sobre este assunto. E ele lhes disse: Quem
repudiar sua mulher e casar com outra comete adultério contra
aquela. E, se ela repudiar seu marido e casar com outro, comete
adultério".

Jesus foi muito claro - incisivo. A carta de divórcio só foi dada em


uma circunstância: POR CAUSA DA DUREZA DO CORAÇÃO.

O fato dos discípulos terem levantado novamente a questão quando


estavam em casa, demonstra que os próprios discípulos ficaram
impactados com a radical resposta de Jesus. Eles esperavam
encontrar alguma alternativa que pudesse permitir o recasamento,
mas Jesus não mudou sua fala: "Quem repudiar sua mulher e casar
com outra comete adultério contra aquela".

Lucas, que procurou escrever de forma a sanar todas as dúvidas


que pudessem ter surgido com os escritos de Marcos e Mateus (Lucas
1.1-4), também escreveu sobre o divórcio e recasamento, utilizando-
se de apenas um versículo, posto que para eles, naquela época, não
tinha ficado praticamente nenhuma dúvida a respeito do que Jesus
falou. Vejamos:

Lucas 16.18 = "Quem repudiar sua mulher e casar com outra comete
adultério; e aquele que casa com a mulher repudiada pelo marido
também comete adultério."

Não há nenhuma brecha, nenhuma válvula de escape que


possibilite o homem ou a mulher de abandonar seu cônjuge e se
casar com outro ou outra. Lucas procura acrescentar algo para
deixar ainda mais claro o que Marcos escreveu. Marcos diz que
aquele que repudia seu cônjuge e se une a outro comete adultério.
Lucas vai além, esclarecendo que também aquele que se une ao
cônjuge separado (repudiado), ainda que ele seja solteiro, está
cometendo adultério.
Mateus também tem a mesma linguagem de Marcos e Lucas.

Mateus 19.3-6 = "Vieram a ele alguns fariseus e o experimentavam,


perguntando: É lícito ao marido repudiar a sua mulher por qualquer
motivo? Então respondeu ele: Não tendes lido que o Criador, desde
o princípio, os fez homem e mulher e que disse: Por esta causa
deixará o homem pai e mãe e se unirá a sua mulher, tornando-se os
dois uma só carne? De modo que já não são mais dois, porém uma
só carne. Portanto o que Deus ajuntou não o separe o homem."

Vemos que o relato de Mateus é uníssono (exatamente igual) ao de


Marcos. A resposta dada por Jesus é a mesma - lógico, pois tanto
Marcos quanto Mateus ouviram a mesma palavra de Jesus.

Mateus continua seu relato:

Mateus 19.7-12 = "Replicaram-lhe: Por que mandou, então, Moisés


dar carta de divórcio e repudiar? Respondeu-lhes Jesus: Por causa
da dureza do vosso coração é que Moisés vos permitiu repudiar vossa
mulher; entretanto, não foi assim desde o princípio. Eu, porém, vos
digo: quem repudiar sua mulher, não sendo por causa de relações
sexuais ilícitas, e casar com outra comete adultério (e o que casar
com a repudiada comete adultério). Disseram-lhe os discípulos: Se
essa é a condição do homem relativamente à sua mulher, não
convém casar. Jesus, porém, lhes respondeu: Nem todos são aptos
para receber este conceito, mas apenas aqueles a quem é dado.
Porque há eunucos de nascença; há outros a quem os homens
fizeram tais; e há outros que a si mesmos se fizeram eunucos, por
causa do reino dos céus. Quem é apto para o admitir admita".

Nada mudou nessas palavras escritas por Mateus. Mas muita gente
se apega ao versículo 9 para tentar resolver seus problemas de
adultério, afirmando que Mateus escreveu que quando a mulher
adulterar o marido pode repudiá-la. Jesus, porém, não disse nada
disso.

A frase "não sendo por causa de relações sexuais ilícitas" (em outra
versão "não sendo por causa de prostituição"), é um parêntese para
declarar que quando um homem se une a uma mulher para ter
relação sexual com ela, SEM QUE ESTA SEJA SUA LEGITIMA MULHER,
deve se separar dela, pois está em prostituição ou tendo relações
sexuais ilícitas (está em pecado, por isso deve deixa-la).

Alguns interpretam que Jesus estaria dizendo que se a mulher


estiver adulterando então pode haver o divórcio e o recasamento. É
uma grande mentira. Primeiro, porque o termo usado não é "...por
causa de ADULTÉRIO...", mas sim "...por causa de relações sexuais
ilícitas...". Segundo, por causa da resposta dos discípulos: versículo
10 = "...Se essa é a condição do homem relativamente à sua mulher,
não convém casar".

Por que os discípulos responderam dessa forma? Porque


entenderam claramente que não há hipótese alguma que possa levar
o homem a desunir o casamento.

Quando uma mulher está praticando o adultério será que a culpa é


unicamente dela? Seu marido não teria uma grande contribuição para
isso?

Muitos "crentes", freqüentadores de reuniões, tratam suas esposas


exatamente ao contrário do que está escrito em Efésios 5.25-29; não
lhes dá carinho, atenção, cuidado, cobertura, amor, dedicação,
tempo; não ora com ela, não lhe dá a palavra de Deus, mas vive uma
vida egoísta, em torno de si mesmo. No sexo, não leva sua esposa a
se sentir amada, prazerosa (a chegar ao clímax da relação sexual);
antes, só pensa nele mesmo, busca seu próprio prazer, tornando a
relação sexual um peso para a mulher.

Um homem desse tipo está praticamente abrindo o caminho do


adultério para sua mulher. Não que ela queira seguir esse caminho,
mas quando ela encontra um homem atencioso, que lhe dá tudo o
que o seu marido lhe priva, essa mulher acaba preferindo o pecado.
A pergunta é: ela é adúltera sozinha? Seu marido, porventura não
contribuiu para esse pecado?

O apóstolo Paulo também escreveu a respeito do casamento:

Romanos 7.1-3 = "Porventura, ignorais, irmãos que a lei tem domínio


sobre o homem toda a sua vida? Ora, a mulher casada está ligada
pela lei ao marido, enquanto ele vive; mas, se o mesmo morrer,
desobrigada ficará da lei conjugal. De sorte que será considerada
adúltera se, vivendo ainda o marido, unir-se com outro homem;
porém, se morrer o marido, estará livre da lei e não será adúltera se
contrair novas núpcias"

I Co 7.39 = A mulher está ligada enquanto vive o marido; contudo,


se falecer o marido, fica livre para casar com quem quiser, mas
somente no Senhor."

Paulo também segue as mesmas palavras de Cristo: enquanto


viverem, marido e mulher formam uma só carne; um está ligado ao
outro pela lei conjugal. Acrescenta: de sorte que será considerada
ADÚLTERA se unir-se a outro, estando vivo seu marido.
Existem algumas situações que o homem cria para justificar o
pecado. Uma delas é:

- Declarar que já estava vivendo com a nova mulher antes de se


converter e com a conversão Deus perdoou o seu passado. Portanto,
entendem que podem continuar vivendo juntos, posto que Deus
perdoou.

É claro que quando uma pessoa se arrepende e se torna uma nova


criatura, Deus perdoa todos os seus pecados. Mas isso não quer
dizer que Deus LEGALIZOU o pecado, isto é, não quer dizer que Deus
permite que continuemos a praticar determinado ato que antes era
pecado mas que agora não é mais. O pecado sempre foi pecado e
sempre continuará sendo. Deus perdoa o adúltero, mas não quer
que ele continue sendo adúltero.

Vejamos a seguinte situação: antes de se converter, determinada


pessoa vivia mentindo. Com a conversão Deus perdoou suas
mentiras. Por isso ele pode continuar mentindo? Absolutamente
não!

Em Hebreus 12.14 diz: "segui a paz com todos e a SANTIFICAÇÃO,


sem a qual ninguém verá o Senhor".

Imaginemos que determinada pessoa tivesse furtado uma bicicleta e


a estivesse usando por 3 anos. Ele vem a se converter ao Senhor.
Com a conversão Deus perdoou o seu pecado de furto. Porém, ele
pode continuar usando a bicicleta furtada, porque Deus já o perdoou,
ou deve procurar o verdadeiro dono e devolvê-la? O que aconteceu
com Zaqueu? (Lc 19.8 = "...se nalguma coisa tenho defraudado
alguém, restituo 4 vezes mais.") ver Mt 5.23-26.

É lógico que ele deve devolver a bicicleta, pois aquilo é fruto de um


pecado cometido.

Restituição

E no caso do adultério? Porque já convive com a mulher , o fato de


se converter deixa de ser adultério? Deve continuar com a mulher?
Absolutamente não. Romanos 6.1-2 = "...Permaneceremos no
pecado, para que seja a graça mais abundante? DE MODO NENHUM!
Como viveremos ainda no pecado, nós os que para ele morremos?"
ver Efésios 4.17-31 e 5.3-16.

Algumas considerações:

01.Para formar uma doutrina temos que ver tudo o que a Bíblia diz sobre
o assunto, mas sempre devemos começar no Novo testamento, pois
a Igreja está fundamentada na Doutrina dos Apóstolos. Portanto,
primeiro veremos o que Jesus diz sobre o assunto e depois o que os
apóstolos disseram.
02.Para compreendermos bem o assunto temos que primeiro ver os
textos claros (aqueles que não dão margem para interpretações) e
depois ver os obscuros para que a luz dos claros possamos
interpretá-los.
03.Nunca devemos partir de um caso para a Escritura, mas sim depois
de termos uma posição clara, analisarmos cada caso, a luz da
Escritura.

Nós temos seguido uma ordem de textos que nos tem ajudado, pois
começamos com Jesus e com os textos claros, depois vamos para os
apóstolos e os textos claros para depois olharmos os obscuros.
Vamos a eles:

Marcos 10.2-12 : Aqui está bem clara a posição do Senhor. Os


fariseus vem tentá-lo e Ele lhes mostra claramente que quem se
separa e casa de novo comete adultério. Não há necessidade de
interpretação, o texto está claro. Alguns neste texto querem
encontrar apoio para a parte inocente, pois só fala do que repudia e
casa de novo, mas não fala sobre o que foi repudiado. Vamos para o
próximo texto que está dúvida será tirada.

Lucas 16.18 : Aqui o Senhor deixa bem claro que tanto o que
repudia como o que é repudiado, se casarem de novo, cometem
adultério. O texto não dá margem para interpretações dúbias, ele é
bem claro. Vamos para os apóstolos.

Romanos 7.2-3 : Aqui o apóstolo Paulo está dando um exemplo, está


mostrando com uma realidade visível, uma realidade espiritual.
Alguns dizem que não podemos tomar este texto, pois o tema não é
casamento, mas eu digo que podemos, pois o apóstolo jamais iria
exemplificar uma realidade espiritual com uma mentira, ou uma
suposição. Portanto, aqui o apóstolo está colocando claramente o seu
entendimento sobre o que era um casamento e que ele era
indissolúvel, além do mais este mesmo texto é citado, pelo apóstolo,
em 1 Coríntios 7.39 e neste capítulo está falando sobre casamento.

1 Coríntios 7.10-11 : Aqui o apóstolo está dizendo que o Senhor


ordena e não ele...isto é muito forte. E o que é que o Senhor
ordena: que não se separem, mas se vierem a separar-se que não se
casem. Está muito claro, pois o apóstolo está passando o que recebeu
do Senhor. Só existem duas opções: ficar casado até que a morte os
separe, ou separar-se e ficar só. Não há uma terceira opção.

1 Coríntios 7.12-15 : Aqui o apóstolo deixa bem claro que não é o


Senhor que está ordenando, mas sim ele. Será que o apóstolo teria
coragem de acrescentar algo ao que o Senhor teria dito, ou mudar o
que o Senhor falou? Não, de jeito nenhum. O que o apóstolo fez foi
aclarar situações complicadas, de irmãos casados com incrédulos, de
pessoas que não queriam conviver juntas, pois o mandamento do
Senhor era tão forte quanto a não se separarem que alguns ficavam
sofrendo com homens ou mulheres que não queriam mais conviver
com eles. Então o apóstolo para estes diz: “...que se o incrédulo
quiser apartar-se que se aparte, que o irmão não está obrigado a
esta servidão”, mas em momento algum diz para casarem de novo.
Se o apóstolo está dizendo que ele permite o novo casamento
enquanto o outro estiver vivo, ele está claramente indo contra o que
o Senhor disse. Não posso crer que o Senhor diz algo e que o
apóstolo vai lá e diz outra coisa.

Vejamos os textos obscuros:

Mateus 19.3-12: Aqui Jesus está sendo provado pelos fariseus


(estamos deixando de lado, propositadamente os textos de Mateus 5,
pois falam a mesma coisa que em Mateus 19). O verso 9 é o mais
polêmico. Não podemos querer interpretá-lo isoladamente. Isso seria
desonestidade para com a palavra de Deus.

Mateus 19.3: Os fariseus vieram para experimentar a Jesus (todas as


vezes que Jesus foi confrontado pelos fariseus, Ele os ridicularizava, e
nós, a igreja, sempre ficamos com Jesus, mas me parece que nesta
situação não. Aqui muitos ficam do lado dos fariseus). Se analisarmos
com cuidado veremos que é mais uma tramóia dos fariseus, como em
outras situações, mas a resposta de Jesus está nos vs 4,5 e 6 e não
no vs 9.

A pergunta dos fariseus era baseada em uma briga entre duas


escolas rabínicas, a de Hillel e a de Shamai.

Mas a preocupação de Jesus era defender a indissolubilidade do


casamento, Jesus estava ao lado do Pai, não estava com Hillel ou
Shamai.

A resposta de Jesus é clara e contundente: “O que Deus ajuntou, não


separe o homem”. Para a pergunta que lhe foi feita, esta foi a
resposta, ou seja não tem opção, não pode separar por qualquer
motivo ou por motivo algum.

A resposta foi tão contundente e forte que eles (os fariseus) lançaram
mão de Moisés, isto fica claro no vs 7: “Então por que mandou Moisés
dar-lhe carta de divórcio e repudiá-la?” Se eles tiveram que trazer
Moisés na conversa é porque a resposta de Jesus não batia com o
que Moisés havia dito.
E no vs 8 Jesus dá uma resposta esclarecedora: “Moisés, por causa
da dureza dos vossos corações, vos permitiu repudiar vossas
mulheres.” E acrescenta algo de muita importância: “Mas não
foi assim desde o princípio.” Jesus mais uma vez declara que está
com o Pai no princípio e que está resgatando toda a verdade. Houve
desvio, mas Ele está ali para trazer de volta a verdade do Pai no
princípio.

Então Ele faz a declaração do vs 9, que tem que ser interpretada a


luz de tudo o mais que já lemos e de todo o contexto que estamos
analisando do capítulo 19. Aqui Jesus usa a mesma expressão do
sermão do monte: “Eu porém vos digo...” Todas as vezes que Ele
usou esta expressão, Ele foi muito além da exigência da Lei. Era
sempre mais duro e radical. Se ficarmos com o contexto todo,
veremos que Ele está sendo mais radical do que Moisés.

Portanto, não posso interpretar este texto de outra forma, pois Jesus
fechou a porta quando lhe perguntaram: “É lícito repudiar por
qualquer motivo...”, depois fechou a porta quando lhe invocaram
Moisés, agora Ele recuaria e diria que é lícito repudiar e casar de
novo. Não posso crer por causa de todo o contexto e por causa de
que está escrito. Vejamos o vs 9.

Aqui temos algo estranho e simples ao mesmo tempo. Estranho


porque na maioria das traduções se usa a palavra adultério em duas
ocasiões, mas no original grego há duas expressões bem distintas: ali
se usa PORNÉIA e depois MOICHEIA.

PORNÉIA = É um termo amplo. Qualquer relação ilícita.


MOICHEIA = É específica para adultério.

A interpretação deste texto deve ser de acordo com o contexto. Se a


relação entre um homem e uma mulher for ilícita, ou seja, está em
pornéia, a separação é necessária e o casamento dos dois é ilícito. É
o caso daqueles que estão vivendo maritalmente, mas podem estar
nas seguintes condições:

Primeiro – Os dois são solteiros, estão em fornicação. Devem ser


separados e estão livres para casarem-se um com o outro ou com
qualquer outro solteiro.

Segundo – Um é solteiro e o outro já foi casado, devem se separar e


o solteiro está livre para casar com outro solteiro e o casado deverá
ficar só ou se reconciliar com o antigo cônjuge.

Terceiro – Os dois já foram casados com outros, neste caso os dois


estão em adultério. Devem se separar, ficarem só ou se reconciliarem
com ao antigos cônjuges.
Jesus fechou completamente a porta sobre a questão. Mas somente
os discípulos estão aptos para entender e aceitar isto.

A própria reação dos discípulos deixa claro que Jesus foi radical na
questão, eles disseram: “Se essa é a condição do homem
relativamente à mulher, não convém casar.” Chegaram ao ponto de
achar que era melhor não casar, pois a condição era uma só: uma
vez casado, casado até a morte. Não havia a opção de um novo
casamento enquanto o outro estivesse vivo.

Mas a resposta de Jesus a esta questão dos discípulos é contundente,


pois Ele diz: “Nem todos podem receber esta palavra (mas qual
palavra? A palavra de ficarem só, por causa do reino de Deus),
porque alguns nasceram eunucos, outros foram feitos eunucos pelos
homens e outros se fazem eunucos por causa do Reino de
Deus.”

Conclusão:

O casamento é uma ordem criacional de Deus, foi criado antes da


queda do homem, não tem nada haver com doutrina ou cerimônia.

Muitos podem dizer que não se casaram “no Senhor” antes da


conversão. Agora que estão “no Senhor” devem casar de novo. Este
é o pior dos sofismas porque se baseia no egoísmo, na independência
e nos desejos da carne. Imagine meus pais que em 2011 fizeram
Bodas de Ouro e agora descobrem que nunca foram casados porque
não casaram “no Senhor”.

Se alguém faz o que Deus determinou na criação, Ele chama isso de


“uma só carne”. Este decreto na criação é inviolável. Se não fosse
assim, todos os casamentos realizados “no mundo” não seriam
casamentos e todos os filhos seriam bastardos.

Qualquer sofisma nesse sentido é infantil e ridículo.

Como o mundo está todo estragado e a Igreja confusa, é necessário


haver ensino e restauração da verdade, antes de se tratar os casos
complicados. Mesmo assim, é necessário que se trate cada caso com
muito zelo pela Palavra de Deus e amor pelas vidas dos homens.

APLICAÇÃO DAS POSTURAS CLÁSSICAS SOBRE O DIVÓRCIO

I. O ENFOQUE PATRISTICO:
Numa série de três artigos que apareciam em uma publicação
britânica, Third Way, Gordon Wenham examina “O enfoque bíblico do
casamento e do divórcio”. No primeiro artigo considera o fundo
cultural para o divórcio e novo casamento no mundo antigo,
mostrando que, ainda que a sociedade admitia o divórcio, era muito
caro e sem freqüência. Em seu segundo artigo, examina o ensino do
Velho Testamento sobre o tema, tratando a questão do dote e outros
costumes sociais. Aqui destaca um ponto muito importante que, em
geral, não é tratado na maioria dos livros sobre divórcio.

É uma idéia que gira em torno de Dt 24.1-4 e que é tratada mais


amplamente por outros estudiosos. A escola Rabínica de Hillel fixava
a sua atenção na palavra “alguma coisa indecente”. Perguntavam: O
que é alguma coisa indecente? A resposta era: Queimou a comida,
ficou gorda, conversa com outros homens, ou quase qualquer outra
coisa. Se o marido ficava desagradado, tinha uma causa justificável
para divorciar-se. Era equivalente ao antigo divórcio “não culposo”.

Como expressão contrária, surgiu a escola de Sammai. Ensinavam


que “alguma coisa indecente” significava adultério e nada mais. Foi
armada uma grande controvérsia e este foi o motivo da pergunta
feita para Jesus em Mateus 19 e Marcos 10. Quando perguntaram: “É
licito ao marido repudiar a sua mulher por qualquer motivo?” Mt 19.3,
os fariseus estavam pedindo que Jesus confirmasse ou negasse a
posição popular de Hillel. Mas em lugar de responder assim, Jesus
apelou para o princípio de Deus do matrimônio monogâmico. Quando
os fariseus o recordaram do que Moisés havia dito, Jesus aclarou que
essa concessão foi feita por causa da dureza do coração humano,
mas que não representava o desejo Divino.

Segundo Wenham e outros, a questão maior é: se a ênfase da


passagem está em “alguma coisa indecente”, ou se está em Mt 19.4
e no ato da esposa repudiada ter sido “contaminada”, e não pode
voltar ao seu primeiro marido, ainda que morra o seu segundo
marido.

A ênfase da passagem está na proibição que pesa sobre o marido:


não pode tomar de novo a mulher quando houve um segundo
casamento, sem tomar em conta a causa do primeiro divórcio. Por
que seria assim? ainda que o segundo marido tenha morrido? Porque
a esposa é realmente “contaminada” pelo segundo matrimonio; é
uma “abominação diante de Jeová” e existe o perigo de “perverter a
terra” Dt 24.4. Com o desejo de lançar luz sobre o significado da
palavra “contaminada”, Wenham comenta sobre Lv 18 :
· O relacionamento de uma esposa com a família de seu marido não
termina com a morte de seu cônjuge, nem pelo divórcio. No que
concerne a família, a mulher divorciada segue fazendo parte deles, e
portanto, não pode casar-se com ninguém que tenha um parentesco
de perto com o seu marido. Os relacionamentos horizontais são tão
duráveis quanto os verticais. A implicação parece ser que ao buscar o
divórcio, pretendemos quebrar um relacionamento da esposa, que
realmente, não pode ser quebrado.

Assim que, uma mulher que volta para o seu cônjuge original
incorreria em uma espécie de incesto, o qual está proibido. Isto faria
com que Dt 24.1-4 pudesse ser contemplado, não como uma
permissão ao divórcio -- como presumiam Hillel e Sammai – mas sim
como um mero reconhecimento que haviam divórcios. Nestes casos,
se existia um matrimônio posterior ao divórcio, de nenhuma maneira
poderia voltar ao primeiro cônjuge.

Isto, em parte, leva a Wenham a seguinte conclusão: “É...


intrinsecamente provável que a interpretação Patrística... seja a
correta”.

O enfoque Patrístico interpreta Mt 19.9 como uma proibição ao


recasamento, sem se importar com a causa do divórcio. Esta
interpretação é vista no escrito dos líderes da Igreja durante os
primeiros cinco séculos, e era a posição oficial da igreja até o século
XVI .

Geralmente, os Pais entendiam que “exceto por causa de fornicação”


significava que o divórcio era admitido no caso do adultério, mas que
era expressamente proibido um novo casamento. Não criam que
Paulo, em 1 Cor 7, “admitia que a esposa crente e abandonada
poderia casar-se de novo”.

Existe um considerável apoio gramático para esta interpretação,


porque o lugar que esta a cláusula de exceção só serve para
modificar a frase do contexto imediato, e não modifica a frase
seguinte que tem que ver com o novo casamento. Os pais da Igreja
criam que se houvesse um pecado sexual, o divórcio era permitido,
mas não o novo casamento. Também criam que se já tivesse ocorrido
divórcio e um novo casamento, então haviam cometido adultério. Se
a cláusula de exceção houvesse aparecido no princípio do versículo,
requereria o divórcio em caso de adultério. Se aparecesse depois de
ambos os verbos, “repudiar” e “se casar”, permitiria tanto o novo
casamento quanto o divórcio. Mas no lugar que se acha no versículo,
admite o divórcio se ocorreu “pornéia”, mas não admite um novo
casamento. É conseqüente, pois, com a interpretação de Dt 24.1-4
referida acima . Casar de novo depois do divórcio é cometer adultério
e contaminar-se. Este ponto de vista também é conseqüente com o
ato de que em Lucas 16 e Marcos 10, está registrado que Jesus
proíbe o novo casamento, sem mencionar nenhuma exceção .
Uma atualização do enfoque Patrístico relaciona a cláusula de exceção
de Mateus com o ato de que, para o povo judeu, o adultério era, em
primeiro lugar e sobre tudo, um pecado contra Deus. Por isso, era
requerido um castigo pelas mãos da comunidade. O marido sozinho
não poderia perdoar a sua mulher. Contrasta com isso o ato de que a
lei romana contemplava o adultério como um assunto da lei familiar
privada. É por isso, que só Mateus, cujo os leitores eram judeus,
inclui a cláusula de exceção.

Como entenderam isto os leitores originais de Mateus? Sugerimos


que entendiam que Jesus estava dizendo que não teria por culpado
os discípulos que violassem a sua proibição absoluta do divórcio, se
achassem em uma situação em que o seu cônjuge havia cometido
adultério, que os obrigasse a instituir o divórcio. O divórcio seria
necessário somente por causa dos costumes da comunidade judaica,
que requereria a ação pelo efeito comunitário do pecado de adultério.
Em tal caso, o Senhor dizia que entenderia porque o divórcio era
necessário. Isto de nenhuma maneira constitui uma base universal
para o divórcio, porque não poderíamos repetir tais circunstâncias
hoje em dia. Tão pouco permite o novo casamento.

II. ENFOQUE ERASMIANO:

Este enfoque, é o mais popular entre os evangélicos, superficialmente


para ser o mais fácil de entender e, devido a sua ampla aceitação, o
mais correto. Entretanto, quando o examinamos a fundo, não parece
tão concludente. E, sendo o único enfoque entre os cinco que admite
o novo casamento depois do divórcio, é sumamente importante que
seja examinado com cuidado.

A lógica dos reformadores que surgia pelo profundo interesse humano


de Erasmo era esta: Se um dos cônjuges cometesse adultério seria,
segundo o Antigo Testamento, apedrejado até morrer. Portanto, se
presumia que o cônjuge culpado de adultério era “como morto aos
olhos de Deus”, deixando o outro inocente em liberdade para casar-
se de novo. Segundo os reformadores, esta idéia estava por trás da
cláusula de exceção de Jesus e, portanto, o cônjuge inocente estava
livre para divorciar-se e casar de novo em caso de imoralidade.

Esta idéia tem se promulgado desde Lutero até os dias de hoje. R.J.
Enrlich chama isto de “uma ficção legal”, já que assume tratar ao
adúltero “como se estive morto”. Devido ao absurdo que é esta
“ficção legal”, obviamente muitos escritores evangélicos hoje não
seguem esta idéia, mas a escutamos de vez enquando. A verdade é
que a pessoa está realmente viva, e uma “morte suposta” não pode
acabar com o matrimônio. Entretanto, esta classe de pensamento foi
que popularizou a doutrina de Erasmo.
Erasmo, contemporâneo de Martinho Lutero, foi considerado um
amigo da Reforma, porque falou contra os abusos de poder que
haviam na Igreja Católica. Não obstante, Lutero rompeu com ele, por
causa de suas idéias heréticas e seu enfoque muito débil com
respeito a justificação pela fé. Mas, por alguma razão, Lutero aprovou
as suas idéias sobre o divórcio e o novo casamento, mesmo que elas
estavam em desacordo com o ensino e a prática da Igreja Primitiva.

Erasmo admitiu o divórcio e o novo casamento do cônjuge inocente


nos casos de adultério ou deserção. Já que ele fundou a sua doutrina
sobre uma base subjetiva e não sobre uma base gramatical, ou
exegética, os reformadores partiram de um pressuposto erasmiano, e
logo queriam comprová-lo exegéticamente. Começaram com uma
demonstração que no Velho Testamento se admitia, as vezes, o
divórcio, deixando de mencionar que o mesmo ocorria com a
poligamia e com a escravidão. Como os fariseus do tempo de Jesus,
os reformadores se referiram “a carta de divórcio” mencionada em Dt
24, sem esclarecer que Jesus disse que ela foi concedida por causa
da dureza dos seus corações. Baseando-se em um antigo documento
sobre o divórcio (que se encontra na Enciclopédia Judaica), quiseram
comprovar que quando se admitia o divórcio, sempre se admitia o
novo casamento como uma possibilidade.

Além do mais, presumiam que pornéia (fornicação) eqüivalia a


moichéia (adultério), um tema que trataremos logo. Então, ignorando
a força da ordem das palavras declaradas por Jesus em Mt 19.9,
concluíram que o “cônjuge inocente”(o que não havia cometido
adultério) ficava em liberdade para casar-se de novo. Baseando-se
nos pressupostos mencionados acima, declararam que ainda que
Marcos e Lucas omitiram a “cláusula de exceção”, devemos entende-
la como automaticamente implicada nos textos de Marcos e Lucas,
por sua inclusão específica em Mateus. Isto, apesar de que muitos
eruditos crêem que Marcos foi escrito primeiro, isto significa que os
primeiros leitores não tiveram acesso a Mateus nem a “cláusula de
exceção”.

Chegaram as mesmas conclusões com respeito as palavras de Paulo


em 1 Cor 7.10-11

Aqui Paulo não expressa nenhuma exceção, mas o enfoque


erasmiano também vê a cláusula implicada no texto. Um autor
aprova esta opinião alegando: “Para que uma coisa seja verdadeira,
Deus não tem que dizer mais de uma vez”. Isto é verdade, mas não
tem relevância neste caso. Ninguém nega que Jesus disse: “salvo por
causa de fornicação”. Não se trata de uma questão de veracidade,
mas sim com uma harmonização com as outras passagens. Presumir
que a declaração de Jesus em uma oportunidade nos autoriza a
incluir a exceção nas outras declarações dele e de Paulo é uma
conclusão impossível de provar. Devemos Ter sempre presente a
regra de Agostinho com respeito a interpretação dos evangelhos
sinópticos: Comece com o que está claro em Marcos e Lucas, para
compreender o que parece ambíguo em Mateus, já que Mateus é um
evangelho inerentemente Judeu.

Finalmente, o enfoque erasmiano, tendo aberto uma porta para a


exceção no ensino de Jesus, abriu mais ainda para achar outra
exceção em 1 Cor 7. Paulo, segundo os erasmianos, permite o
divórcio e o novo casamento no caso de que um incrédulo abandone
seu cônjuge crente. Isto, apesar do que o tema na passagem seja a
separação e a deserção, só toca no divórcio por implicação. Nada em
absoluto diz sobre o novo casamento. Esta situação obriga aos que
adotam a posição erasmiana a interpretar a frase, “não está o irmão
ou a irmão sujeito a servidão em semelhante caso”, como se isto
permitisse uma base ampla para o novo casamento. Mas o texto não
diz isto. Realmente, parece que se contradiz na próxima frase que
segue, “foi a paz que Deus nos chamou”. A palavra grega traduzida
em At 7.26 como “colocar-nos em paz” comunica a idéia mais forte
de unidade, cura e reconciliação. Se Deus chama o cônjuge crente
para a reconciliação, então Paulo tem que ser coerente com o que
disse para os casados em 1 Cor 7.11, vale dizer que, se ocorre uma
separação as únicas duas opções que restam para os interessados
são: reconciliar-se com o seu cônjuge ou ficar sem casar de novo.
Isto também está de acordo com o que Paulo escreve em 1 Cor 7.39 .
Também está em harmonia com a ilustração apresentada em Rm 7.2-
3.

Cremos que o enfoque erasmiano é débil em seu fundamento e


vacilante em sua estrutura. Os que propõe este enfoque se
empenham para convencer ao público evangélico que são poucos os
que divergem deste ponto de vista e que são pessoas sem expressão.
Mas isto simplesmente não é verdade.

Charles Hodge, em seu comentário sobre 1 Corintios, disse com


respeito ao capítulo 7:
“A doutrina uniforme do Novo Testamento é que o matrimônio é
um contrato para toda a vida, entre um homem e a sua mulher,
indissolúvel pela vontade dos interessados, ou por qualquer
autoridade humana; mas a morte de um dos cônjuges deixa o
sobrevivente em liberdade para contrair um novo casamento”.

A T Robertson e A Plummer dizem: “O única coisa que significa


com clareza a frase “não está...sujeito a servidão”(1 Cor 7.15) é que
o irmão ou a irmã não deve sertir-se tão ligado pela proibição de
Jesus com respeito ao divórcio, que tenha temor de separar-se
quando o cônjuge insiste na separacão”.
S Lewis Johnson escrevem Wycliffe Bible Comentary:
“Não é dito nada sobre um segundo casamento para o crente;
é inútil colocar palavras na boca de Paulo quando ele não
falou. Ë verdade que o verbo “separar-se” usado na voz
reflexiva (como aparece aqui) foi quase um termo técnico
para referir-se ao divórcio nos papiros (M.M. pp. 695, 696).
Entretanto, aqui isto não é prova de nada.

Geoffrey Bromiley, em sua encantadora teologia do matrimônio


intitulado GOD AND MARRIAGE (DEUS E O MATRIMONIO), declara: “É
necessário deixar aberta a porta da reconciliação, implicitamente, se
não explicitamente, o novo casamento de qualquer cônjuge no caso
de uma separação será considerado adultério”. Logo disse: “Os
crentes.... não tem que aceitar a nova situação contraria as
escrituras, que pretendem impor sobre eles para que abandonem sua
fidelidade ao pacto matrimonial. Uma disposição aberta para a
reconciliação pode ser unilateral, .. como a disposição de Deus com
Israel, porque se a porta é mantida aberta, pode vir uma resposta
positiva da outra parte.... Se uma pronta disposição para a
reconciliação é difícil, isto é o que significa ser um discípulo”.

O NOVO CASAMENTO

INTRODUÇÃO: Deus está permitindo ao homem ou a mulher


divorciar-se e contrair um novo casamento? Deus aprova que alguém
se case com uma pessoa divorciada?

Para tratar deste delicado e controvertido tema, creio ser necessário


seguir uma certa ordem metodológica:

Primeiro, analisar as passagens mais claras e que tratam


diretamente o assunto e logo a seguir estudar aquelas mais difíceis e
tentar compreender a luz dessas. A revelação no Antigo Testamento
aparece gradual e progressivamente até chegar a Cristo, em quem
está a revelação plena de Deus para todos os homens de todos os
tempos. Por isso, é melhor abordar o assunto pelas passagens do
Novo Testamento. Creio que o mais correto é começar pelas palavras
de Jesus registradas nos evangelhos, para logo considerar as
passagens do Antigo Testamento à luz dessas.

Segundo, enfocar primeiro a regra geral sobre o tema e logo abordar


as exceções. Se tratarmos os casos de exceção sem primeiro ter
estabelecido a regra, terminaríamos fazendo da exceção uma regra,
desviando assim o ensinamento do Senhor.
Terceiro, resolver primeiro o aspecto bíblico do tema e depois a
pastoral. O que quero dizer, é que o tratamento pastoral dos casos
particulares constitui a segunda instância. Se considerarmos os casos
sem ter definido o enfoque bíblico, corremos o risco de emitir nossos
próprios juízos embasados em raciocínios ou sentimentos humanos e
não na palavra de Deus.

O QUE JESUS DISSE SOBRE ESTE TEMA

Para seguir a ordem proposta, consideremos as primeiras declarações


de Jesus sobre o divórcio e o novo casamento, as que sem dúvidas
são claras, completas e terminais. Trataremos primeiro a regra geral
e logo a única exceção assinalada por Jesus e por Moisés.

Nos evangelhos são citadas quatro vezes as palavras de Jesus sobre


este particular:

Marcos 10.11 a 12: "Ele lhes disse: quem repudiar sua mulher e
casar com outra comete adultério contra aquela. E, se ela repudiar
seu marido e casar com outro, comete adultério".

Lucas 16.18: "Quem repudiar sua mulher e casar com outra comete
adultério; e aquele que casa com a mulher repudiada pelo marido
também comete adultério".

Mateus 5.32: "Eu, porém, vos digo: qualquer que repudiar sua
mulher, exceto em caso de relações sexuais ilícitas, a expõe a tornar-
se adúltera; e aquele que casar com a repudiada comete adultério".

Mateus 19.9: "Eu, porém, vos digo: quem repudiar sua mulher, não
sendo por causa de relações sexuais ilícitas, e casar com outra
comete adultério e o que casar com a repudiada comete adultério".

Como podemos observar, Jesus estabelece sobre esta delicada


questão uma regra geral e uma cláusula de exceção. A exceção à
regra é: "a não ser por causa de fornicação"; ou "salvo por causa de
fornicação".

Cabe destacar que nem Marcos nem Lucas incluem a cláusula de


exceção; somente Mateus traz a cláusula nos dois textos citados (o
fato de que Matheus seja o único a incluir a cláusula de exceção, a
meu juízo tem uma razão de ser que mais adiante mencionarei).

A REGRA GERAL

Como já assinalei anteriormente, o primeiro que temos que ter bem


claro é a regra geral estabelecida pelo Senhor. Logo abordaremos a
cláusula de exceção. É óbvio que a regra geral envolve os casos
daquelas pessoas que se divorciam e que se casam de novo sem que
exista a causal de "fornicação", aqueles que fazem porque
simplesmente já não se querem mais, ou não se relacionam bem, ou
por outras razões não compreendidas na cláusula de exceção.

Analisemos algumas possibilidades:

Caso 1: Deus permite que um homem se divorcie de sua esposa e


case-se com outra mulher? Ou a uma mulher divorciar-se de seu
marido e casar-se com outro homem?
Resposta: (não estou colocando nenhuma explicação ou interpretação
humana, somente me limito a transcrever a clara e determinante
resposta de Jesus); "Qualquer que repudiar a sua mulher e se casar
com outra, comete adultério contra ela; e se a mulher repudiar a seu
marido e se casar com outro, comete adultério". Mc 10.11-12.

Caso 2: Está permitido a uma mulher que foi repudiada casar-se com
outro? (cabe a mesma pergunta no caso de um homem repudiado por
sua mulher).
Resposta: "O que repudia sua mulher, a não ser por causa de
fornicação, faz com que ela adultere; e o que se casa com a
repudiada adúltera", (Mt 5.32). Ou como diz a Bíblia de Jerusalém, "a
expõe a cometer adultério".

Caso 3: O Senhor permite que alguém se case com uma pessoa


divorciada?
Resposta: "E o que se casa com a repudiada adultera", (Mt 5.32;
19.9; Lc 16.18).

Caso 4: Já vimos que se um homem se divorciou de sua mulher e se


casa com outra, adultera. Mas, seu adultério lidera a sua primeira
mulher para casar-se com outro?
Resposta: "Todo o que repudia a sua mulher, e se casa com outra,
adúltera; e o que se casa com a repudiada do marido adultera". (Lc
16.18).

Qual é a condição espiritual destas pessoas diante de Deus?


Segundo as declarações de Jesus, os que se divorciam e se casam de
novo, ou os que se casam com pessoas divorciadas, estão em
adultério. Todos os textos reiteram isto de um modo claro e
determinante.

O que é grave nesta condição é que enquanto as pessoas continuam


com essa relação ilícita seguem estando em adultério. Jesus, quando
se encontrou com a mulher samaritana que estava nessa situação,
lhe disse: "Cinco maridos já tivestes, e o que agora tens não é teu
marido" (Jo 4.17-18).
JESUS INTERPELADO PELOS FARISEUS

Matheus 19.3 a 12

A pergunta dos fariseus


Os fariseus foram a Jesus com a seguinte pergunta: "É lícito ao
homem repudiar a sua mulher por qualquer motivo"? Mateus e
Marcos aclaram que a intenção dos fariseus era tentar a Jesus.
Queriam surpreender Jesus em alguma contradição com Moisés, a fim
de desacredita-lo como enviado de Deus. Mas Jesus nunca
contradisse a Moisés. Ele declarou: "não penseis que vim revogar a
lei ou os profetas; não vim para revogar, vim para cumprir". Moisés
não falou por sua própria conta, mas sim da parte de Deus, o mesmo
que Jesus. Com respeito à lei moral Jesus e Moisés coincidiram em
tudo. Jesus não exigiu uma justiça maior que a de Moisés, mas sim
maior que a dos escribas e fariseus, que eram os que faziam uma
aplicação tendenciosa e errônea da Lei.

A resposta de Jesus
Diante desta pergunta dos fariseus, a resposta de Jesus foi um
rotundo "não". E fundamentou o seu "não" citando justamente Moisés
no texto de Gn 2.24. Esta é a lei criacional estabelecida por Deus ao
instituir o matrimônio: "Por isso, deixa o homem pai e mãe e se une
à sua mulher, tornando-se os dois uma só carne". E Jesus reforçou
acrescentando: "de modo que já não são mais dois, porém uma sua
carne. Portanto, o que Deus ajuntou não o separe o homem" (é
interessante que Marcos em seu evangelho, ao relatar o mesmo
episódio, disse que os fariseus lhe perguntaram "se era lícito ao
marido repudiar a sua mulher", sem acrescentar "por qualquer
motivo"; e a resposta de Jesus em ambos os casos foi a mesma).

O contra-ataque dos fariseus


Diante da resposta negativa de Jesus, os fariseus pensaram te-lo
descoberto, finalmente Jesus estava contradizendo a Moisés;
perguntaram: "por que mandou, então, Moisés dar carta de divórcio e
repudiar?” Como se estivessem dizendo: como é que tu podes dizer
“que não” quando Moisés disse “que sim”? Jesus não ignorava a única
exceção que a lei havia dado quanto ao divórcio, segundo Dt 24.1-4.
Mas os fariseus, desculpando-se nesta exceção, (texto que logo
analisaremos), haviam convertido a prática do divórcio em uma
alternativa válida e permitida por Deus, e a exceção havia se
constituído quase em uma regra geral, tal como sucede também em
nossos dias. Jesus deixou claro aos fariseus a razão da exceção: "por
causa da dureza do vosso coração é que Moisés vos permitiu repudiar
vossa mulher; entretanto, não foi assim desde o princípio".
O único caso de divórcio permitido no Antigo Testamento

Em que caso Moisés permitiu o divórcio? A resposta está em Dt 24.1-


4: o primeiro versículo diz: "Se um homem tomar uma mulher e se
casar com ela, e se ela não for agradável aos seus olhos, por ter ele
achado coisa indecente nela, e se ele lavrar um termo de divórcio..."
este texto assinala duas coisas. A primeira é o tempo. O momento
em que se pode produzir o divórcio e é apenas se já foi consumado o
matrimônio: "se um homem tomar uma mulher e se casar com
ela...". A segunda tem a ver com as condições em que se permite o
divórcio: "e se ela não for agradável aos seus olhos, por ter ele
achado coisa indecente nela...". Como esta expressão não ficava
muito explícita, deu lugar a diferentes interpretações entre os judeus.
Nos dias de Jesus, os mais liberais, da escola do rabino Hillel,
sustentavam que o homem podia repudiar a sua mulher por qualquer
motivo. Outros seguiam a interpretação do rabino Sammai, que
afirmava que "alguma coisa indecente" se referia ao adultério. Os
versículos 2,3, e 4 de Dt 24 assinalam várias coisas:
01. Que a ruptura ou o divórcio devia ser feito formalmente, por
escrito, e era de caráter definitivo.
02. Que neste único caso, os divorciados ficavam livres para
casarem-se com outra pessoa. Praticamente constituía em uma
anulação do matrimônio recém contraído.
03. Que o primeiro marido não podia voltar a tomar a mulher que
havia repudiado se é que ela tinha tido outro marido depois.
A dificuldade principal desta passagem está no versículo 1, por sua
aparente falta de clareza.
Diante disto, Jesus (que nunca caiu em contradições com Moisés) deu
a correta interpretação, ao declarar: "eu, porém, vos digo: quem
repudiar sua mulher, não sendo por causa de fornicação, e casar com
outra comete adultério e o que casar com a repudiada comete
adultério" (Mt 19.9).

A cláusula de exceção
O que significa "salvo por causa de fornicação"? A chave para
interpretar bem estas palavras de Jesus é reconhecer o significado da
palavra "fornicação" especificamente nesta passagem. Estaríamos
equivocados se aplicassemos a este texto os diferentes significados
que tem a palavra "fornicação" em toda a Bíblia, pois é bem sabido
que nas Escrituras uma mesma palavra pode ter diferentes sentidos.
Vejamos alguns exemplos:
A palavra "mundo" (no grego "cosmos"), tem nas escrituras distintos
significados: em Ef 1.4, é sinônimo de "o universo"; no Sl 24.1, de
planeta "terra"; em Jo 3.16, de "toda a humanidade"; e em 1ª Jo
2.15 ("não ameis ao mundo") refere-se ao sistema de sociedade
atual, rebelde e inimigo de Deus.
Seria um erro de interpretação fazer a soma total dos diferentes
significados e aplicá-lo a cada versículo da Bíblia aonde aparece o
termo "mundo".
O mesmo acontece com a palavra "carne" ("sarx" no grego). Às vezes
significa a carne física, o corpo; outras vezes, há humanidade; em
outras, a fragilidade humana; e em outras ocasiões se refere a nossa
natureza pecaminosa.

Do mesmo modo, a palavra "fornicação" (grego: pornéia) tem na


Bíblia pelo menos cinco significados diferentes:
01. Fornicação = relação sexual entre solteiros (1ª Cor 7.2/Dt
22.21/Lv 19.29/1ª Ts 4.3-4).
02. Fornicação = união ilícita, proibida pela lei de Deus (1ª Cor 5.1/Dt
22.30/Lv 18.8/Dt 27.20).
03. Fornicação = todo tipo de pecado sexual incluindo o adultério (1ª
Cor 6.13-18/Nm 25.1).
04. Fornicação = prostituição e comércio sexual das prostitutas. A
palavra prostituta no grego é "porne", tem a mesma raiz (Lc
15.30/1ª Cor 6.16).
05. Fornicação = infidelidade espiritual, idolatria (Jr 3.6/Ez 23/Ap
17.1-2).

Fica claro que não podemos dar a palavra "fornicação" a soma de


todos os significados.

Bem, quem é a autoridade que determina qual é o significado da


palavra "fornicação" neste caso, na cláusula de exceção que estamos
considerando. A interpretação correta será dada pelo sentido lógico
no próprio texto, do contexto e do resto das Escrituras.
Jesus afirma em Lc 16.18 que "quem repudiar sua mulher e casar
com outra comete adultério; e aquele que casa com a mulher
repudiada pelo marido também comete adultério". Observamos que o
adultério cometido pelo homem não libera sua esposa inocente para
poder casar-se com outro.
O próprio texto de Mt 19.9, se lermos com cuidado, nos impede de
dar a palavra "fornicação" nesta passagem o significado de adultério,
pois ainda que o marido tenha cometido adultério ao divorciar-se e
casar-se com outra mulher, Cristo nos adverte que a mulher
repudiada e inocente adultera se casa com um outro.
Portanto, não podemos considerar o adultério como a causa do
divórcio com a possibilidade de contrair um novo casamento.
Segundo sentido do texto, e de outros textos comparativos, a palavra
"fornicação" em Mt 19.9 e 5.32, não tem o significado de adultério.
Os dois sentidos possíveis são: ter cometido relações sexuais sendo
solteiro(a), ou estar em uma união ilícita, o que deve ser desfeito.
É também importante notar que Jesus nunca disse: "salvo por causa
de adultério" (grego: moicheia). Sempre disse: "salvo por causa de
fornicação" (grego: pornéia). E quando uma pessoa divorciada se
casa com outra nunca disse que cometeu "pornéia" mas sim
"moicheia". "Qualquer que repudiar a sua mulher, salvo por causa de
"pornéia" (fornicação), e se casar com outra, "moicheia" (adultera); e
o que se casa com a repudiada, "moicheia" (adultera) Mt 19.9.
As próprias declarações de Jesus nos impedem de darmos a palavra
"pornéia" em Mt 5.32 e 19.9 o significado de adultério.

Isso explicaria o que disse Moisés: "se um homem tomar uma mulher
e se casar com ela, e se ela não foi agradável aos seus olhos, por ter
achado coisa indecente nela, e se ele lavrar um termo de divórcio, e
lho der na mão, e a despedir de casa;". O homem ao casar-se, o que
poderia encontrar na mulher que seja indecente? O sentido mais
provável é que encontre que sua mulher não é virgem. Quando este
tipo de situação aparecia, existiam, segundo a lei, dois procedimentos
a seguir: se existia entre o casal litígio, o marido podia encarar um
juízo público. Se fosse sem litígio, ele não a queria mais como
esposa, deveria redigir uma carta de repúdio e despedi-la
definitivamente.
Dt 22.13-21 explica o procedimento de um caso de litígio entre o
marido e a mulher que se requeria para sua solução um juízo oficial.
Se for comprovada a inocência da mulher e sua virgindade, ele devia
pagar uma multa ao pai dela "ela ficará sendo sua mulher, ele não
poderá manda-la embora durante a sua vida" (v 19). Mas se ficava
provado que ela não era virgem quando se casou, devia ser
apedrejada e morta (vrs 20-21).
Dt 24.1-4 assinala outro procedimento a seguir quando surgia o
problema. Seu marido queria anular o recente casamento "por ter ele
achado coisa indecente nela", indecência que ela não negava, redigia
uma carta de divórcio, entregava para ela e ambos ficavam livres.
Jesus se referiu a esses casos ao dizer: "salvo por causa de
fornicação". É dizer, somente nestas circunstâncias se o homem se
divorcia e se casa de novo não comete adultério, e se a mulher
repudiada se casar com outro não adultera (tão pouco o que se casa
com ela).
Portanto, o marido tem outra possibilidade: perdoá-la e recebê-la
como sua esposa. De modo que o ensinamento de Moisés e o de
Cristo coincidem. Jesus não contradisse a Moisés, mas sim o ratifica e
o esclarece.

Por que Mateus é o único que incluem a cláusula de exceção?


Segundo o meu parecer, como Mateus escreve seu evangelho para os
judeus, tomou o cuidado de mencionar a exceção para que não
pareça que havia uma contradição entre Moisés e Jesus. A cláusula
de exceção tem em realidade uma utilidade prática muito remota.

Qual era a intenção da lei em Dt 22.13-21 e Dt 24.1-4


01. Advertir a todas as meninas e moças de Israel que mantivessem
sua virgindade até o dia do seu casamento.
02. E se alguma moça havia pecado e perdido sua virgindade,
sabendo dos riscos que corria, contasse antes de casar-se o seu
verdadeiro estado ao seu pretendente (o mesmo deveria fazer o
homem).
03. No caso em que a mulher estivesse em falta e ele não a quisesse
como esposa, teriam uma opção pacífica para resolver o conflito sem
necessidade de recorrer ao juízo público e a conseqüente pena de
morte.
04. Proteger a mulher repudiada para que o homem que a havia
repudiado não tivesse dali em diante nenhuma autoridade sobre ela.
05. Deixar livres os dois para contrair um novo casamento, pois
praticamente se tratava de uma anulação do casamento recém
realizado.

As instruções do apóstolo Paulo

1ª Cor 7: esta é a passagem mais extensa e quem sabe a única das


epistolas que aborda esta questão. Pelo que diz no primeiro versículo,
Paulo está respondendo a uma série de questões que lhe haviam
perguntado os irmãos de Corinto.
É uma das poucas ocasiões em que o apóstolo Paulo distingue com
claridade o que disse o Senhor e o seu parecer pessoal.

Enquadrado dentro deste conselho pessoal, Paulo recomenda aos


solteiros, as moças e aos viúvos que, se tem o dom de continência,
sigam seu exemplo de manter-se celibatários, porque "o tempo é
curto", e para dedicarem-se mais ao Senhor. Mas deixa muito claro
que se casam "não pecam"; se casarem "fazem bem" e se não se
casarem "fazem melhor". Mas em nenhum lugar disse aos divorciados
que se casam não pecam. Nos vrs 10-11 fala da situação dos
casados: "ora, aos casados, ordeno, não eu, mas o Senhor, que a
mulher não se separe do marido (se, porém, ela vier a separar-se,
que não se case ou que se reconcilie com o seu marido); e que o
marido não se aparte de sua mulher".

O Senhor disse claramente "que não se separe". Mas se a separação


se produz, seja por desobediência ao Senhor, ou por que a
convivência se tornou insustentável, ou por quê o cônjuge incrédulo
decide separar-se ou divorciar-se; as alternativas são duas: "fique
sem casar ou se reconcilie com seu marido". A separação é um mal
(ao qual às vezes temos que resignarmo-nos). Contrair um novo
casamento constituiria no segundo erro, muito mais grave que o
primeiro, pois seria, segundo as palavras de Jesus, cometer adultério.
Por isso Paulo enfatiza: "mando, não eu, mas o Senhor".
Nos Vrs 12-16, o apóstolo aborda uma situação pontual: o caso em
que um dos dois se converte e o outro não. Lendo cuidadosamente
esses versículos, notamos o seguinte:
01. O cônjuge crente não deve abandonar ao não crente.
02. Se o cônjuge não crente se separa, o crente deve aceitar com paz
esta situação.
03. Em nenhum lugar deste capítulo disse que o crente abandonado
por seu cônjuge infiel pode voltar a casar-se.

Os que vêem no versículo 15 liberdade para casar-se com outro,


estão tirando o texto fora do seu contexto. Nos versículos 10 e 11,
Paulo deixa bem claro que se houver a separação devem ficar sem se
casar.
Aqueles que argumentam que a palavra "corizo" significa "separação
por divórcio vincular", se equivocam, pois, o mesmo verbo "corizo"
aparece nos vículos 10 e 11 do mesmo capítulo, aonde se assinala
que nenhum dos dois tem liberdade para casar de novo. Além do
mais, este mesmo termo se usa em At 1.4 e 18.1. Facilmente
percebemos que não está se referindo a um divórcio vincular, mas
sim simplesmente a uma "separação", e às vezes a uma separação
temporal como é o caso de Onésimo e Filemon (Filemon 15). De
modo que segundo a luz das declarações de Cristo, e do que Paulo
escreve nos versículos 10 e 11, o versículo 15 se deve interpretar
com simplicidade como uma mulher crente, abandonada por seu
marido incrédulo, não está obrigada a seguir sendo sua esposa, pode
ficar só e em paz. Mas o texto não diz que está livre para casar-se
com outro homem. Os que afirmam tal coisa, simplesmente fazem
por uma dedução. O único caso ao de Paulo explicitamente disse que
a mulher está livre para contrair um novo casamento é no caso em
que fique viúva: "a mulher está ligada enquanto vive o marido;
contudo, se falecer o marido, fica livre para casar com quem quiser,
mas somente no Senhor". Ainda que Paulo em Rm 7 está falando
sobre outro tema, está assinalando o mesmo princípio nos versículos
2 e 3. Paulo diz aqui exatamente o mesmo que Jesus. O que não
poderia ser de outro modo. A mulher casada, enquanto viver o seu
marido se casar com outro será chamada de adúltera. Tanto para
Jesus com para Paulo a segunda união é adultério.

Deus aborrece o divórcio

No último livro do Antigo Testamento, Deus, através do profeta


Malaquias, fala muito irado contra os sacerdotes de Israel. Em seu
enérgico protesto lhes disse: "e amaldiçoarei as vossas bênçãos; já
as tenho amaldiçoado..." (Mal 2.2). Por quê? No capítulo 2 de
Malaquias, Deus lhes assinala concretamente três pecados: fazer
acepção de pessoas (vrs 9-10); profanar o santuário casando-se com
mulheres pagãs (vrs 11-12); e o divorciarem-se de suas esposas (vrs
13-16). Esta passagem é tremenda.
Deus aborrece que se divorcie de sua esposa, porque deixa de
cumprir o seu compromisso, o pacto que fez ao casar-se com ela.
Simplesmente, Deus aborrece todo tipo de divórcio, e tolera
unicamente a exceção assinalada por ele.

O mínimo e o ideal

Alguns sustentam que o ideal é não se divorciar e viver toda a vida


com o mesmo cônjuge, mas dada à realidade do pecado e a
complexidade dos seres humanos, devemos ser mais flexíveis e
admitir o divórcio e a possibilidade de que as pessoas possam refazer
suas vidas contraindo um novo casamento.

Eu pergunto: quem é que manda, nós ou o Senhor? Qual é a palavra


que define, a nossa ou a dele?
Se para Jesus o divorciar-se e casar-se de novo é adultério,
pergunto: não cometer adultério é o ideal ou o mínimo que Deus
exige?
Não diz na palavra de Deus que os adúlteros não herdaram o Reino
de Deus?

O ideal é que o marido ame sempre a sua esposa como Cristo amou a
igreja.
O ideal é que a mulher sempre, com um Espírito manso e tranqüilo,
respeite a seu marido e se sujeite a ele.
O mínimo que Deus exige é que sejamos fiéis ao nosso pacto
matrimonial e que não cometemos adultério abandonando ao nosso
cônjuge e contraindo um novo casamento.

Resumindo

01. Divorciar-se e casar-se de novo é cometer adultério.

02. Casar-se com uma pessoa divorciada é cometer adultério.

03. Repudiar o seu cônjuge é expô-lo ao adultério.

04. O adultério de um dos dois, não libera o cônjuge inocente para


casar-se com outro.

05. Se houver separação, ambos têm somente duas alternativas:


ficarem sem casar ou reconciliarem-se.

06. Em um casamento misto, o cônjuge crente não deve tomar a


iniciativa da separação.
07. A única exceção permitida de divórcio com a possibilidade de
contrair um novo casamento é quando ao casarem-se se descobrem
que houve fornicação; e esta permissão é por causa da dureza do
coração.

O fato de que as leis de um país permitam o divórcio vincular não


modificam em nada a situação dos cristãos, pois nós estamos debaixo
do governo de Deus e de suas leis que permanecem para sempre.

Enviar por e-mailPostar no blog!Compartilhar no TwitterCompartilhar no


FacebookCompartilhar com o Pinterest

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Postagem mais recente Postagem mais antiga Página inicial


Assinar: Postar comentários (Atom)

Seguidores
Arquivo do blog
 agosto 2011 (26)
 outubro 2011 (11)
 novembro 2011 (15)
 dezembro 2011 (1)
 maio 2013 (1)
 junho 2013 (5)
 julho 2013 (6)
 agosto 2013 (2)

Quem sou eu

Somente a Verdade
Descubra você!
Ver meu perfil completo
Tema Simples. Tecnologia do Blogger.

Você também pode gostar