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PORIFERA E CNIDARIA

Universidade Federal do Ceará


Departamento de Biologia
ORIGEM DOS METAZOÁRIOS
• Metazoários = animais multicelulares, não incluindo,
portanto, os “Protozoa” (eucariontes unicelulares)

• Vantagem da multicelularidade => aumento do


tamanho corporal
ORIGEM DOS METAZOÁRIOS - HIPÓTESES

1ª) Hipótese ciliada sincicial

2ª) Hipótese flagelada colonial


(mais aceita)
Origem dos metazoários

1. Hipótese ciliada sincicial: metazoários


surgiram de uma forma ciliada sincicial
(multinucleada) na qual os limites celulares
se desenvolveram posteriormente
Origem dos metazoários
2. Hipótese flagelada colonial: surgiram de uma forma
coanoflagelada colonial (protista colonial) na qual as células
se tornaram gradualmente mais especializadas e
interdependentes.

➔ Hipótese mais aceita


FILO PORIFERA
Durante o desenvolvimento ocorre o estágio de blástula

Fonte: Hickman et al. (2013)


FILO PORIFERA
• Esponjas = animais multicelulares
mais simples - vantagem: aumento
do tamanho do corpo.

• Tamanho: de milímetros a 2 m de
diâmetro

• Sem órgãos ou tecidos verdadeiros


=> células com alto grau de
totipotência (capacidade de
diferenciação celular) e
independência
FILO PORIFERA

• Sem sistema nervoso


desenvolvido.

• Digestão intracelular.

• Excreção e respiração por


difusão.
FILO PORIFERA
• Aprox. 15.000 espécies (aprox. 330
no Brasil): maioria é marinha;
poucas de águas salobras e 150
espécies de água doce (aprox. 44 no
Brasil)
• Adultos sésseis;

• Fase larval móvel durante o seu


ciclo de vida
• Maioria é filtradora (suspensívora);
algumas são carnívoras (águas
profundas e em cavernas
submersas)
FILO PORIFERA

 Plesiomorfias:
 Organelas celulares

 Carioteca

 Apomorfias:
 Pluricelulares

 Organização celular
FILO PORIFERA
 Simetria radial ou sem simetria - forma e tamanho podem
variar em função das condições do ambiente.
FILO PORIFERA
- Coloração forte: proteção
contra radiação solar ou
como cor de advertência

- Predadores: peixes, ouriços-


do-mar, estrelas-do-mar,
moluscos, etc.
FILO PORIFERA
- Abrigam muitos organismos: sistema aquífero e defesas
químicas - excelente refúgio para crustáceos,
equinodermos, poliquetas e peixes (alguns desovam
dentro de esponjas); camuflagem
FILO PORIFERA - SIMBIOSE
 Esponjas hospedam grande variedade de micro-
organismos (bactérias, arqueobactérias, protistas, algas e
fungos)
 Micro-organismos podem produzir metabólitos que evitam a
fixação de epibiontes ou atuam como uma defesa química,
por serem tóxicos ou repugnantes para os predadores.
PORIFERA - SIMBIOSE

 Algumas hospedam organismos fotossintetizantes (algas


verdes em água-doce, cianobactérias e dinoflagelados
marinhos) como endossimbiontes dentro de arqueócitos
e outras células - utilizam os nutrientes produzidos por
estes organismos.
FILO PORIFERA - FORMA E FUNÇÃO
 Corpo: células
embebidas em uma
matriz gelatinosa
extracelular (mesohilo),
enrijecida por um
esqueleto de espículas
diminutas de carbonato
de cálcio ou sílica e/ou
por uma malha de fibras
orgânicas de espongina
(variedade de colágenos
modificados)
FILO PORIFERA - FORMA E FUNÇÃO
 Corpo com poros (óstios e ósculos), canais e câmaras
que servem para a passagem da água
FILO PORIFERA - FORMA E FUNÇÃO

 Óstios = aberturas
corpóreas microscópicas
(poros inalantes)

 Ósculos = aberturas
corpóreas maiores (poros
exalantes)

 Coanócitos = células
flageladas => corrente de
água
FILO PORIFERA – PLANO CORPORAL BÁSICO
FILO PORIFERA – PLANO CORPORAL BÁSICO
FILO PORIFERA – FORMA E FUNÇÃO
Sistema aquífero: trocas gasosas, aquisição de comida,
eliminação de dejetos e liberação de espermatozoides e
larvas.

Asconoide Siconoide Leuconoide


FILO PORIFERA – FORMA E FUNÇÃO

O alimento é capturado
pelos coanócitos,
arqueócitos ou pinacócitos
por fagocitose
FILO PORIFERA - REPRODUÇÃO
• Reprodução Assexuada:
1. Fragmentação: seguida por regeneração
- Grande capacidade de regeneração
2. Brotamento
- Brotos externos: podem se destacar da esponja
parental ou permanecer junto a ela para formar colônias
FILO PORIFERA - REPRODUÇÃO
• Reprodução assexuada:
2. Brotamento
- Brotos internos ou
gêmulas (propágulos de
resistência): esponjas de
água doce e algumas
marinhas
- Esponja morre: gêmulas
dormentes => sobrevivência
ao congelamento e à seca e
forma de dispersão
- Condições favoráveis => se
desenvolvem em novas
esponjas
FILO PORIFERA - REPRODUÇÃO
• Reprodução sexuada:
- Maioria monóica (hermafrodita); sem gônadas
- Espermatozoides liberados na água por um indivíduo e
capturados pelo sistema de canais de outro, onde irá
fertilizar o óvulo
- Vivíparas (maioria
- zigoto retido até a
liberação de uma
larva livre-nadante)
ou ovíparas (zigoto
liberado na água)
FILO PORIFERA - DIVERSIDADE
FILO PORIFERA – CLASSE CALCAREA
 Todas marinhas.
 Espículas de carbonato de cálcio.
 Estrutura: asconoide (exclusiva), siconoide ou leuconoide.
FILO PORIFERA – HEXACTINELLIDA
• Esponjas-de-vidro.
• Espículas silicosas de 6 raios, geralmente
fundidas em uma malha.
• Siconoide ou leuconoide.
• Todas marinhas => a maioria de águas
profundas.

Euplectella sp.
FILO PORIFERA – CLASSE DEMOSPONGIAE

• 95% das esponjas viventes.


• Espículas silicosas ou fibras
de espongina ou ainda uma
combinação de ambas.
• Marinhas ou de água doce
(Spongillidae).
• Todas leuconoides.
• Esponjas carnívoras.
FILO PORIFERA – CLASSE DEMOSPONGIAE

Asbestopluma hypogea
FILO PORIFERA - CLASSE HOMOSCLEROMORPHA
• Anteriormente: um subgrupo de Demospongiae.
• Não apresentam esqueleto ou apresentam espículas
silicosas simples sem um filamento axial.
FILO CNIDARIA
Diblásticos = ectoderma e endoderma

Durante o desenvolvimento ocorre o estágio de blástula

Fonte: Hickman et al. (2013)


FILO CNIDARIA
 Corais, hidras, caravelas, medusas e
anêmonas
 Aprox. 10.000 espécies (aprox. 470 no
Brasil)
 Maioria marinha; cerca de 20 espécies
de água doce (aprox. 7 no Brasil)
 Sésseis ou de locomoção lenta

 Maioria é carnívora

 Simetria radial primária e boca com


tentáculos.
FILO CNIDARIA
- Corpo: 2 folhetos embrionários (camadas de tecido) =>
diblásticos:
- Ectoderma => epiderme
- Endoderme => gastroderme
- Mesogleia: matriz extracelular gelatinosa
Morfologia Externa
FILO CNIDARIA - CAVIDADE GASTROVASCULAR
• Com uma abertura única (boca + ânus)
• Funções: digestão extracelular, circulação, excreção,
reprodução e suporte por esqueleto hidrostático

• Frequentemente
ramificada ou dividida
por septos
• Forrada por uma
gastroderme
• Tentáculos extensíveis
geralmente ao redor da
boca ou região oral
FILO CNIDARIA

 Células nervosas verdadeiras

 Locomoção por contrações musculares

 Polimorfismo – fase pólipo (séssil e fixa)


com uma fase de medusa (livre-
nadante)

 Nematocisto (organelas urticantes)

 Coloblastos (organelas adesivas)


Característica única
Nematocistos (sinapomorfia): cnidócitos
Nematocisto
Nematocisto
FILO CNIDARIA - DIMORFISMO
Hidroide: adaptado a
uma vida sedentária
ou séssil

Medusa: adaptada para


uma existência flutuante
ou livre-nadante
FILO CNIDARIA - DIMORFISMO
Pólipos:
• Tubulares com uma boca cercada
por tentáculos em uma extremidade.
• Extremidade aboral geralmente
presa a um substrato por um disco
pedal ou algum outro dispositivo.
• Geralmente sésseis.

Classe: Anthozoa
FILO CNIDARIA -
POLIMORFISMO
- Pólipos: solitários ou coloniais.

Colônias: pólipos
morfologicamente diferentes
(polimorfismo) - especialização
para diferentes funções -
cavidade gastrovascular
comum.
FILO CNIDARIA - DIMORFISMO
Medusas:
• Forma de guarda-chuva ou de sino.
• Boca geralmente central no lado
côncavo.
• Tentáculos se estendem a partir da
borda do sino.
Dimorfismo
FILO CNIDARIA

Ausência de sistemas circulatório, excretor e respiratório


FILO CNIDARIA - REPRODUÇÃO
- Assexuada: brotamento, fissão ou laceração pedal
FILO CNIDARIA - REPRODUÇÃO
- Sexuada: através de gametas em todas as medusas e
alguns pólipos; formas sexuais monóicas ou dióicas e
larva plânula
DIVERSIDADE DE CNIDARIA
Cinco classes:
• Hydrozoa
• Scyphozoa
• Cubozoa
Hydrozoa Staurozoa
• Staurozoa
• Anthozoa

Anthozoa Scyphozoa Cubozoa


Filo Cnidaria - diversidade
Classe Hydrozoa
- Maioria: formas coloniais marinhas;
alguns dulcícolas; alguns com
medusa reduzida ou ausente

Brotos podem projetar-se lateralmente em alguns indivíduos, cada um


com uma boca e tentáculos semelhantes aos do indivíduo parental.
Os testículos e os ovários, quando presentes, aparecem como projeções
arredondadas na superfície do corpo.
Classe Hydrozoa

Gonóforos femininos

Gonóforos masculinos

Medusa livre-
nadante, com um
único tentáculo
presente
Cnidaria - Hydrozoa
• Physalia sp.
• Caravela-do-mar
• Colônia polipóide
• Pneumatóforo (ou flutuador)
= um único pólipo
translúcido, de coloração
azulada, rosada ou
arroxeada, que secreta um
gás e se infla, tornando a
colônia flutuante
• Tentáculos (até 20 m):
zooides (pólipos) com
nematocistos
HYDROZOA COLONIAL - PHYSALIA SP.

Gastrozooide

Gonozooide

Dactilozooide
Acidentes com
Physalia
(caravelas-do-mar)
CNIDARIA - SCYPHOZOA
- Exclusivamente marinhos; margem do sino lobada;
medusas e pólipos se alternam no ciclo de vida com
predominância da fase de medusa; pólipo geralmente
bastante reduzido ou ausente

Lychnorhiza lucerna
Aurelia sp.
CNIDARIA - CUBOZOA

- Exclusivamente marinhos;
medusa de forma cúbica;
forma medusóide dominante
(fase de pólipo reduzida)

Tamoya ohboya
Cnidaria - Cubozoa

• Medusas de Cubozoa são


consideradas os animais mais
venenosos do mar.
• Dentre as propriedades das
toxinas estão efeitos de
necrose, hemolítico e
neurotóxico.
Cnidaria - Cubozoa

• Chiropsalmus quadrumanus:
costa Atlântica da América, inclusive no
Ceará
CNIDARIA - STAUROZOA

Kishinouyea corbini
• Exclusivamente marinhos;

• Solitários;

• Sem medusa livre-nadante;

• Corpo do pólipo: região em forma


de medusa em seu ápice
CNIDARIA - ANTHOZOA
• Marinhos;

• Solitários ou coloniais; muitos sustentados por esqueletos


(CaCO3);

• Sem fase de medusa no ciclo de vida


Octocorallia: gorgônias
Filo Cnidaria - Anthozoa

Ceriantipatharia: Antipatharia e Ceriantharia


Filo Cnidaria - Anthozoa

Hexacorallia: Bunodosoma caissarum


e Siderastrea stellata

Anêmona-do-mar fugindo de seu predador


Estrutura de uma anêmona-do-mar
ACIDENTES COM CNIDÁRIOS
 Lavar com água do mar ou realizar compressas com
água do mar (preferência gelada).
 Não utilizar água-doce, pois a mesma provoca o disparo
dos nematocistos ainda aderidos (osmose).
 Se houver pedaços dos tentáculos, retire-os
cuidadosamente com o auxílio de algum objeto (nunca
diretamente com a mão), evitando friccioná-los.
 Aplique vinagre (ácido acético 5%). Isso aliviará a dor e a
inflamação, além de inativar a toxina residual das
nematocistos ainda não disparados.
 Nunca lave a área atingida com urina!

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