1° estágio – Conformismo

Durante muitos anos em minha vida, eu vivi o que vou denominar como “Sono da
Morte”, é como se eu estivesse vivendo no piloto automático, minha realidade não era
nem um pouco parecida com um estilo de vida abundante, mas eu tinha me convencido
de que estava tudo bem, que privações, dívidas e escassez, faziam parte da vida que
qualquer pessoa, que assim como eu, não tiveram a “sorte” de nascerem ricas e
abastadas.
Se você parar para observar, o peixe não sabe que existe vida fora da água, porque
aquele é o universo dele, ele nunca viveu ou conheceu algo diferente disso, e hoje eu
percebo que era exatamente assim que eu me encontrava naquele momento, tão
mergulhado em meio aos problemas e dificuldades, que já nem imaginava a
possibilidade de viver algo diferente, eu estava conformado com aquela triste realidade,
a realidade de uma existência medíocre e muito abaixo do meu verdadeiro potencial.
É triste dizer, mas esta têm sido a realidade de muitas pessoas, procurando se
conformar e até mesmo se adaptar as dificuldades nas quais estão vivendo, ao invés de
se esforçar para mudá-la e então viver algo diferente. O que eu não entendia é que o
mesmo esforço que eu despendia para me adaptar, eu poderia melhor aproveitá-lo para
gerar mudança nos meus comportamentos e atitudes, para que então eu pudesse mudar o
curso da minha vida. Eu sei que não é fácil, principalmente quando tudo está indo de
mal a pior, mas será que é fácil continuar vivendo uma vida de apertos e dificuldades?
Será que é fácil ter que ano após ano diminuir seus sonhos e objetivos e talvez até
mesmo abrir mão deles por estarem muito distantes da sua realidade atual?
Quantas vezes você e eu já dissemos: “Olha, eu vou ser muito bem sucedido; vou
empreender e ganhar muito dinheiro; vou viajar pelo mundo e conhecer vários países;
minha vida vai ser notável; vou morar na casa que sempre sonhei; vou ajudar meus pais;
minha família vai ser maravilhosa, vou fazer a diferença... Só que aí o tempo vai
passando e a realidade na qual estamos vivendo é tão difícil que começamos a parar de
sonhar, deixamos de acreditar em um futuro melhor, engavetamos os objetivos de
construir uma vida notável para nos encaixar em uma realidade pequena e medíocre,
muito aquém de nossas verdadeiras aspirações.
Quantas pessoas você conhece que já não sonham mais, são pessoas que morreram
em vida, que não tem mais perspectiva de um futuro melhor, que não esperam mais
nada de bom, estão simplesmente vivendo ou sobrevivendo a um dia após o outro e vão
se adaptando aos problemas, se ajustando as dificuldades sem nenhuma expectativa de
mudança. Pessoas que em uma tentativa frustrada de fugir da sua realidade e anestesiar
a dor e o sofrimento, se afundam cada dia mais nos vícios e a cada dia fazem escolhas e
tomam decisões que as colocam rumo ao abismo, mas infelizmente não conseguem
despertar para a realidade continuam como se estivessem dormindo o “Sono da Morte”.
Por outro lado, existem alguns que procuram tirar o mérito daqueles que estão
vencendo onde eles falharam. É aquele tipo de pessoa que quando vê alguém
prosperando e realizando seus sonhos, começam a criticar, dizendo coisas do tipo:
- Deve está fazendo alguma coisa errada ou até mesmo vendendo drogas...
- É... mas também ele têm a família que o ajuda...
- Só foi promovido porque é puxa saco...
- Deve ter feito algum pacto com o coisa ruim...
Ou seja, existem pessoas que estão tão imersas no cenário caótico em que se
encontram, que quando se deparam com pessoas que vieram de uma realidade muito
parecida com a delas e venceram, ao invés de admirar, se inspirar e procurar aprender
com o exemplo de quem está construindo seus sonhos, começam a atacar na tentativa de
desmerecer suas conquistas e lhe tirar o mérito, é como se achassem inadmissível o fato
de alguém conseguir mudar seus resultados e elas não. O pior, é que na maioria das
vezes, falam de coisas que não sabem, pois desconhecem a trajetória de vida que essa
pessoa tem e a criticam em uma tentativa inútil de se sentirem melhor diante de sua
própria mediocridade e fracasso. Quantas vezes eu já fui criticado por pessoas que nem
se quer me conhecem, que nunca conversaram comigo e mesmo assim insistiam em
falar de coisas ruins ao meu respeito. Talvez você também já passou por isso... você
chegou em um lugar e tentou melhorar as coisas, teve coragem e iniciativa pra fazer o
que ninguém nunca fez, e quando começou a agir assim, foi severamente criticado por
aqueles que estavam lá há anos reclamando de tudo, mas nada fazendo para mudar.
Eu costumo dizer que são as “Bolas Murchas”. O “Bola Murcha” não quer se encher,
ele quer te esvaziar, ele não quer aprender a ser melhor com quem está vencendo, ele
quer que quem está acima dele, desça e fique no mesmo nível ou pior. São pessoas que
quando vêem alguém evoluindo, ao invés de apoiar e se inspirar, começam a criticá-la e
desmotiva-la, bloqueando assim a evolução da mesma.
Parece que algumas pessoas possuem a “Síndrome do Caranguejo no Balde”... se um
caranguejo estiver sozinho dentro de um balde, ele consegue sair dele facilmente, mas
no momento em que é colocado mais de um caranguejo no mesmo balde, acontece um
grande problema, qualquer caranguejo teria condições sair do balde se assim quisesse,
porém não é isso o que acontece, porque no momento em que eles estão aglomerados
dentro do mesmo balde e um caranguejo começa a sair, os outros começam a puxar ele
de volta pra dentro. Em outras palavras os outros caranguejos que estão ali, não vão
permitir que nenhum outro saia de dentro do balde.
E assim são muitas pessoas, parece até que eles fazem uma reunião com os amigos e
familiares e falam assim: Aqui ninguém vai vencer, aqui ninguém vai crescer, todo
mundo nasceu na miséria e todo mundo vai morrer na miséria. E quando alguém quer
trilhar um caminho diferente, essas pessoas querem puxar ele de volta ali para aquele
ciclo da mediocridade. E se você realmente deseja construir uma vida notável, eu já te
adianto que vai ser necessário de afastar desse tipo de gente, inclusive, eu vou falar mais
sobre isso nos próximos capítulos.
Outra maneira que os “Bolas Murchas” usam para desmerecer o sucesso dos outros,
é dizem que a pessoa só conseguiu ter aquele resultado porquê teve sorte. Uma vez eu
assisti a uma entrevista onde o repórter disse para o atleta que tinha acumulado 13
vitórias seguidas que ele tinha muita sorte porque ninguém antes tinha conseguido tal
façanha, e ele com um sorriso no rosto respondeu que só passou a ter essa “sorte”
quando começou a treinar 8 horas por dia, todo santo dia, independente de qualquer
coisa. Isso me faz lembrar as palavras que ouvi de um filósofo onde ele dizia que “sorte
é o nome que todo vagabundo dá ao esforço alheio”. Ou seja, a pessoa não quer se
esforçar, não quer fazer o que têm que ser feito e quando alguém vai lá e paga o preço,
se esforça e constrói uma nova história, aí vem falar que fulano teve sorte. Entenda uma
coisa... Sorte não Existe! O que existe é trabalho duro, preparação, sacrifício, empenho
e muita dedicação. O resultado disso, é o que muitos insistem em chamar de sorte... Sua
sorte ou azar é você quem faz, através das suas atitudes ou por falta delas.