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COMO CONSTRUIR UMA

VIDA FELIZ
AULA 1 - O QUE DESTRÓI A FELICIDADE

Baseado no livro de
Santo Agostinho:
Sobre a Vida Feliz

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/ser maiscriativo

RESUMO AULA 1
COMO CONSTRUIR UMA VIDA FELIZ - AULA 1

No livro Sobre a vida feliz, Santo Agostinho demonstra ao longo de um diálogo


orientado filosoficamente como conseguir a verdadeira felicidade.

Ele conta que as pessoas que chegam à região da vida feliz se deparam com um
monte, logo na entrada da ilha da vida feliz. Um monte estupendo e que refulge, tanto para
os que já estavam na ilha como para os que acabaram de chegar nela.

No monte, algumas pessoas ocupavam o seu topo e elas olhavam com desprezo para
as pessoas que se encontravam abaixo do monte.

A seguir, analisaremos trechos da presente obra.

“E assim como invejam-lhes a glória vã, indicam-lhes o lugar da segurança. Isso porque, que outro
monte a ser temido quer dar a entender a razão aos que se aproximam de ou ingressam na filosofia a
não ser o estudo e a busca soberba da glória? Uma vez que, em seu interior, essa está vazia e nada tem
de sólido. Aos que ousam caminhar sobre ele, rompendo-se o solo frágil, o monte os faz submergir e
sorve-os envolvendo-os nas trevas, derrubando assim a esplêndida casa que mal conseguiram
entrever”.

No segmento acima, Santo Agostinho entende que o homem percorre caminhos. Ele sai
do status atual em que se encontra e vai em busca de uma terra feliz.

Ao longo desse caminho, o homem pode se perder por diversos motivos. Um deles é o
saudosismo. Cita-se, por exemplo, o saudosismo de uma pessoa casada a qual deseja
voltar à vida de solteira.

Nota-se que essa pessoa não evoluiu e ela acabou não alcançando uma vida feliz no
casamento, pois em razão dos seus desejos, viveu em crises. Então, ela encontra-se
perdida nessa nova fase da vida, simplesmente, por não saber que é preciso ir em busca
da felicidade.

Há outros homens que se perdem por motivos de orgulho, de inveja e de vaidade.


Entretanto, existem homens que conseguem chegar à região da vida feliz.

Supondo-se que uma pessoa deseja uma vida feliz por meio de uma realização
profissional. Ela dedica-se e alcança o seu objetivo de chegar à região da vida feliz.

Entretanto, ao descer no porto da região da vida feliz, ela se depara com um monte.
O monte é maravilhoso e iluminado. Em cima dele, há pessoas que falam com
autoridade, com soberba, com orgulho e com segurança.

Essas pessoas, apesar de terem chegado à região feliz, não conquistam a felicidade,
pois vão em busca de outra luta. Uma luta que consiste em subir o mais alto do monte.
Para elas, não importa terem chegado à região da vida feliz, já que há um novo desafio:
subir até o monte iluminado, pois é lá que está o poder.

Então, Santo Agostinho revela que o monte iluminado é oco. As pessoas, que lá estão,
não perceberam isso. Elas têm tudo para alcançar a felicidade, pois chegaram à região da
vida feliz, mas não se deliciam de felicidade alguma.

Os indivíduos, então, começam a escalar o monte. Esse é o retrato do homem


querendo ocupar a posição de Deus. Ora, eles já estão na região da vida feliz. Esquecem-
se disso e alimentam o desejo de querer subir mais. E eles fazem isso.

Num determinado momento, o monte que é oco rompe-se, as casas construídas


desabam e todas as pessoas caem nas escuras trevas.

Atenção! Se o que te anima é estritamente a vaidade, um dia você


também pode cair.

Se você, ao chegar à região da vida feliz, for tomado pela vaidade, ela fará com que
você decida subir um lindo e iluminado monte, porém oco. Esse monte tirará de você a
paz, o sossego, o descanso, os amigos e a família.

Santo Agostinho questiona se queremos ser felizes ou parecermos felizes. Pergunta


ainda se desejamos ter um coração de luz ou se desejamos que as pessoas nos vejam na
luz. Você quer viver ou quer ser visto vivendo?

Agostinho alerta que monte é perigoso. Ele é arriscado para sempre. Se a pessoa não
tiver bastante cuidado, a vaidade irá derrubá-la.

Certamente, você conhece alguém que mesmo tendo alcançado a região da vida feliz,
abre mão de ser feliz em virtude de uma vaidade.

No livro, Santo Agostinho também mostra que um bom professor é aquele que ensina
e não o que simplesmente dita ordem.
“(...) convenci-me de que deveria crer preferencialmente mais nos que ensinam do que nos
que ditam ordens”.

A lição acima serve para as pessoas que são líderes. São líderes, por exemplo, quem
comanda uma empresa, quem lidera uma equipe, que cuida de uma casa, como um pai ou
uma mãe.

Como você sendo pai/mãe se comporta com o seu filho? O que diz para ele? Você
simplesmente dita ordens ou você as explica? Você ensina ou apenas dá posições de
comando?

Saiba que você só irá convencer as pessoas quando estiver disposto a ensiná-las. O
convencimento vem com o aprendizado.

Não adianta dizer a uma pessoa como ela deve comer. É preciso mostrar os efeitos
de uma boa alimentação para a saúde dela.

A região da vida feliz demanda o ensino.

Pais ensinem os seus filhos e não ditem ordens, apenas.

“(...) entre nós questionamos sobre a vida feliz e nada mais vejo que se possa chamar de
dom de Deus do que isso”

Numa determinada parte da obra, Agostinho diz a felicidade é quase um dom de


Deus, pois existem pessoas que têm tudo e não são felizes. No entanto, há pessoas que
não têm nada e são felizes.

Existem pessoas que mesmo tendo tudo não conseguem enxergar a felicidade. É
como se elas não tivessem o dom de usufruir do que têm. Parece que a elas falta o dom
da vida feliz.

Para as pessoas de Fé, já fica a primeira recomendação de Santo Agostinho: peça a


Deus para que ele lhe dê o dom da vida feliz!

O dom da vida feliz traz uma paz que excede todo entendimento. A compreensão da
benção e da alegria que é estar vivo, ao lado das pessoas que amamos, na cidade que
você ama. É a alegria de ter um país, um trabalho, uma vida para chamar de sua.

Agostinho faz uma advertência. Quando alguém diz a ele que existem pessoas com
sorte e que a sorte faz diferença na vida delas, o Santo responde: aquele que é dominado
pela fortuna (sorte) passa a ser secundário.
Prestem atenção! A sorte na sua vida precisa ser secundária, pois se ela não for
secundária, o secundário será você.

Maquiavel, anos depois, explica tal questão. Alguém pode ascender ao trono em razão
da sorte, por exemplo, um príncipe alcançar o trono por sorte. No entanto, ele só continuará
príncipe se ele tiver habilidades para desempenhar as suas funções.

A sorte é volátil. A sorte muda. Em algum momento a sorte oscilará e, nesse momento,
se a pessoa não tiver habilidades, ela perderá a oportunidade. Ela se torna secundária.

Então, ainda que você tenha sorte, ela por si só não é suficiente. Saiba a se preparar
quando você estiver vivendo um momento de sorte. Desenvolva as suas habilidades.

Muitas pessoas na internet, há 5 anos atrás, obtiveram sucesso de alta projeção.


Contudo, depois o sucesso desapareceu. Essas pessoas, mesmo tendo sorte, não
desenvolveram as habilidades para que se mantivessem com o sucesso.

Então, já se sabe que a sorte oscila e quando isso ocorre a pessoa se torna secundária,
pois passa a ter a vida dominada pela sorte.

Supondo que um sujeito abre um supermercado numa cidade do interior. É o primeiro


supermercado da cidade. Como é o primeiro, dá certo. Ele não aproveita, a sorte de ser o
único, para investir no supermercado.

O indivíduo acomoda-se e não investe em nada. Não há novos produtos, nova


tecnologia, novos caixas.

Então, em algum momento outra pessoa abre um novo supermercado que quebra o
antigo.

O sujeito irá dizer atribuir a culpa ao novo supermercado, mas sabe-se que não foi isso.
O culpado pelo fracasso do antigo supermercado foi dele, pois ele fez com que com a sorte
fosse secundária.

Analisando outra temática extraída da obra de Santo Agostinho, percebe-se que o


pensador chama atenção para um comportamento de seu filho Adeodato. Santo Agostinho
teve um filho chamado Adeodato, antes de sua conversão aos 33 anos (ele se tornou bispo
depois, com 42 anos). No livro, há uma passagem em que Agostinho fala sobre o seu filho.
Vejamos:
“Estava também o meu filho, Adeodato. Ele era o mais jovem de todos nós, mas cuja
inteligência, se o afeto não me engana, promete grandes coisas”.

Às vezes, os pais enxergam uma capacidade nos filhos que é completamente viciada
pelo amor.

“A parte magnânima e mais bela da virtude é o que se chama de temperança e frugalidade”.

Sobre o trecho acima, Santo Agostinho chama atenção para que compreendamos que
a parte mais nobre da virtude é o que se chama de temperança e frugalidade (temperança
é moderação e frugalidade significa simplicidade).

Se alguém tem um dom e, por conta disso, se torna uma pessoa soberba, ela não
alcançou a parte mais bela da virtude.

Diante desse ensinamento, entenda que se você deseja desenvolver seus dons, suas
habilidades, procure desenvolver a temperança e a moderação.

Trate as pessoas com temperança e simplicidade.

Seja simples. É bonito que suas qualidades precedam os seus títulos, posses, bens.
Esse comportamento é nobre, é belo, é magnânimo.

Não sei em que etapa da vida você se encontra. Não sei se você começou a subir ou
se está tendo destaque na sua profissão e família. Contudo, se deseja ser uma pessoa de
nobres virtudes, desenvolva a sua simplicidade e temperança. Só assim você terá a
plenitude da virtude.

De modo socrático, Santo Agostinho inicia um certo debate perguntado às pessoas se


elas concordam que todos nós somos feitos de corpo e de alma.

Então, ele continua e diz que o corpo precisa de alimento. O alimento do corpo são
frutas, cereais, carne, bebida, água, vinho. Já o alimento da alma é a sabedoria, a
inteligência e o conhecimento.

As pessoas perdem-se por falta de conhecimento.

Sabem a razão de algumas pessoas recusarem o conhecimento? Elas fazem isso por
estarem doentes na alma. Assim, como um doente do corpo recusa um alimento, o doente
da alma também recusará o seu alimento.
Se você tem buscado sabedoria, conhecimento, evolução, você está com a alma curada e
é por isso que a sua alma está faminta, pois agora ela sabe do que precisa.

“Então retomei o discurso:


- Todos queremos ser felizes?
Mal acabei de pronunciar isso e concordaram com uma só voz.
- Parece-vos, disse, que é feliz aquele que não tem o que quer?
Negaram.
- Mas então, é feliz aquele que tem o que quer?
Então minha mãe disse:
- Se a pessoa quer coisas boas e as têm, então é feliz. Mas se quer coisas más, muito embora as
possua, então é miserável;
Sorrindo e demonstrando a minha alegria com gestos, eu disse a minha mãe:
- Atingiste, ó mãe, decididamente o ápice da filosofia”.

Sobre o trecho destacado acima, Santo Agostinho diz que é infeliz quem não tem o
que quer. Por isso, ele orienta que desejemos o possível, pois se o que você deseja não é
factível, você não será feliz. Assim, não é feliz a pessoa que tem desejos, mas eles não
são realizados.

Faz parte da vida que vocês tenham alguns desejos que não sejam realizados. Isso
produz alguma frustração. Contudo, a pessoa não pode viver uma vida de completa
frustração.

É preciso que na sua vida, você tenha desejos que se realizem, uma vez que se todos
os seus desejos não forem realizados, não há possibilidade de felicidade, segundo
Agostinho.

Em segundo lugar, o filósofo entende ser precipitado dizer que aquele que tem o que
quer é feliz, pois nem sempre isso acontece.

Pense na história da sua vida. Quantas vezes você desejou coisas (ou pessoas) que
se tivessem sido concretizadas teriam feito trazido a infelicidade para você.

Quantas vezes você conseguiu algo (ou alguém) que desejava e, em razão dessa
conquista, você se tornou alguém infeliz?

Então, Agostinho faz a seguinte ponderação: é feliz quem tem o que quer, desde de
que o desejo dele seja um bom desejo. Se o desejo é ruim, então mesmo realizando esse
desejo a pessoa será infeliz, pois o desejo é ruim.

Investigue quais são os seus desejos. Eles devem ser bons, caso contrário, ainda que
você alcance-o, você será infeliz!
Santo Agostinho ensina que as pessoas devem desejar o que é possível e o que é
bom, só assim a sua chance de felicidade serão maiores.

“Nisso, portanto, estamos todos de acordo que não pode ser feliz alguém que não tem o que quer e
tampouco todo aquele que tem o que quer é feliz. Na minha opinião, o que deve conseguir alcançar
o homem feliz é poder ter aquilo que quer. Isso, disse eu, deve ser algo sempre permanente, e não
dependente da fortuna. Há pessoas muito afortunadas que possuem essas mesmas coisas frágeis
e sujeitas ao acaso, acumuladas largamente, e que mesmo assim, não lhes falta nada do que
querem. A pessoa que teme, que tem medo, parece ser feliz? Não me parece, disse ele. E, portanto,
se alguém pode vir a perder o que ama pode por acaso não temer? Não pode.”

Se você colocar a sua felicidade em coisas, você nunca será feliz, pois você sempre
terá medo de perder o que conquistou. Quem vive com medo não pode ser feliz.

Então, não deposite a sua felicidade nos feitos materiais, exclusivamente. Não é lá
que estará a sua felicidade. Quando você alcançar a propriedade desses materiais, você
terá medo de perdê-la e esse medo roubará a sua felicidade.

A razão de sua felicidade não pode ser uma coisa que esteja sujeita ao acaso e à sorte.

“Neste ponto, a minha mãe interveio:


- Mesmo tendo certeza de que esses bens perecíveis não irão ser perdidos, assim mesmo que os
possui não poderá sentir satisfeito com eles, portanto é miserável, também, aquele que sempre tem
necessidade de algo mais.
Algo que retruquei:
- Ora, se alguém dispusesse da abundância de todos esses bens e estivesse cercado deles e viesse
a estabelecer um limite aquilo que deseja, de maneira decente, desfrutando o contente alegre
daquilo que dispõe, não te parece ser feliz?
- Não seria feliz por causa daquelas coisas, mas por causa da moderação de seu espírito.”

De acordo com a mãe de Santo Agostinho, às vezes uma pessoa não tem medo de
perder as coisas que tem e, ainda assim, não é alegre. É que ela sempre tem necessidade
de algo mais.

Quem não consegue sentir-se satisfeito com o que tem, não pode ser feliz. Quem tem
100 milhões, pode querer ter 1 bilhão por achar que o seu patrimônio ainda é pequeno.

Quem vive alimentando a necessidade de ter algo mais, de forma perene, também
não é feliz.
Uma coisa é ter vontade de crescer. Outra coisa é não estar satisfeito com o que já
foi conquistado.

A vida feliz é uma vida de moderação. Se você não consegue moderar a sua vida, você
não será feliz.

“De modo algum duvidamos que alguém decidido a ser feliz deve tentar alcançar algo que seja
perene que não lhe possa ser roubado por algum tipo de acaso incontrolável. É, então quem tem
Deus é feliz.”

Só há uma coisa que não pode ser tirada das pessoas: Deus. Deus não pode ser
roubado de alguém. Deus não fica sujeito ao acaso. A presença de Deus na vida das
pessoas não faz parte de sorte ou má sorte.

Ora, estamos pensando em algo que a pessoa possui, que não esteja sujeito à sorte,
que sempre estará com ela, que não há medo de perder e que faz bem. Então, diante
dessas premissas, Santo Agostinho chegou a primeira conclusão: quem tem Deus é feliz!

“Quem dentre os homens possui a Deus? Pois certamente esse será feliz. Sobre isso vos pergunto o
que pensais. Licêncio tomou a palavra:
- Possui a Deus quem vive bem.
Trigésio disse:
- Possui a Deus quem faz aquilo que Deus quer que seja feito.
O menino mais novo disse:
- Possui a Deus aquele que não tem o espírito imundo”.

Então, é feliz quem vive bem, quem faz a vontade de Deus e quem não tem o espírito
impuro.

Ontem, você aprendeu o que destrói a felicidade, e hoje às 21h aprenderá comigo e
Santo Agostinho: o que constrói a felicidade.

Na quarta-feira, aprenderá como aplicar tais ensinamentos na sua vida e, ao final da live,
você terá uma oportunidade única de se tornar membro d'O Nosso Grupo e participar de
uma comunidade feita para você que deseja alcançar a sua melhor versão em todas as
áreas da vida e ainda ganhar um presente especial.

Te vejo mais tarde no Instagram.

Elaborado por Jéssica Melo

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