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Saiba como ajudar os seus filhos a adaptarem-se ao isolamento e

Como estudar a distância em tempos de Covid-19



Trabalhar a partir de casa, ajudar nos estudos dos filhos e ainda lidar com a casa e
possivelmente com bebés pode parecer uma tarefa impossível.
Como é que se explica às crianças que o tempo que têm de passar agora em casa não é de
férias? E como lhes falar da pandemia do coronavírus, e dos cuidados a ter, sem os alarmar?
Com as famílias juntas, sem poder descomprimir das formas tradicionais, quais as
estratégias para que esta convivência não se torne difícil de suportar?
Acima de tudo, não podemos querer fazer tudo ao mesmo tempo.
Houve aqui uma grande reviravolta. Ter de trabalhar, fazer desporto, fazer de professores
para os nossos filhos, tarefas domésticas, as mensagens constantes e vontades de ver notícias,
tratar dos filhos, dar banho, dar jantar, tudo isso, o tempo em casal... São muitas coisas que
temos de fazer, confinados a um espaço muito reduzido.
Mas há três pontos que podemos focar e que são essenciais para que as coisas corram com
menos conflitos e desorganização.
Em primeiro lugar parece essencial que cada família crie um horário e mantenha rotinas. Que
o despertador toque na mesma de manhã – pode não ser tão cedo, claro – e que exista um
horário de estudo para os filhos e horário de trabalho para os pais. Que as refeições se
mantenham como habitualmente, que os miúdos acordem e toda a gente se vista.
Como convencer os mais novos que isto não é um tempo de férias?
É difícil. Vamos colocar-nos na posição deles, o nosso rendimento, a trabalhar nesta situação,
desce consideravelmente. Não podemos exigir estar o tempo que estaríamos num escritório,
estando em casa, mesmo que numa divisão diferente, a ouvir o que está a acontecer e com
preocupações em relação à dinâmica de casa.
Havendo este trabalho de colaboração entre todos e esta definição de horários de tempo de
estudo, será muito mais fácil para eles. Porque se eles acordarem e forem automaticamente
ver televisão de pijama e depois tomar o pequeno-almoço ao fim da manhã, e o dia vai
continuando sem eles perceberem bem quando é que é preciso estudar, vamos interromper
uma brincadeira e aí vai ser muito mais complicado. Mas se decidirmos em família e
definirmos que de manhã eles acordam, vestem-se, tomam o pequeno almoço e depois vão
cada um para a sua secretária fazer aquilo que os professores enviam por email, parece-me
que aí as coisas poderão funcionar melhor.
Mas temos de assumir que não vão estudar tanto como se estivessem na escola, claro.
Como explicar-lhes tudo o que se está a passar sem as fazer entrar em pânico?
Nada é mais importante do que o estado emocional dos próprios pais. Sejam as crianças
bebés, mais crescidos, mesmo com recém-nascidos, a forma como os pais encaram a
quarentena, as preocupações que têm com o coronavírus, serão um fator que sem dúvida mais
influenciará o estado emocional e a tranquilidade ou falta dela como as crianças vivem o
momento atual.
É muito importante que, na medida do possível, os pais poupem as crianças à informação que
não têm capacidade de compreender. As crianças não deverão mesmo ver notícias na
televisão e na internet e não deverão estar presentes quando os pais conversam mais
profundamente sobre o tema. É muito importante lembrarmos que quando as crianças têm
acesso a algo que não conseguem compreender acabam por fantasiar e imaginar situações
assustadoras e más que as podem mesmo desorganizar.
Voltando à questão, tem de ser tudo muito adaptado a cada criança e à idade de cada um. Não
será necessário falar todos os dias e a todo o momento, mas ter a certeza que houve uma
altura, sobretudo para quem tem vários filhos, em que se conversou individualmente com
cada um. Mais uma vez, não precisa de ser uma situação forçada, mas quando notarem sinais
de inquietação, quando fizerem perguntas, recolher aquele filho e ter uma conversa simples.
Com os mais pequenos é engraçado pedirem que desenhem numa folha o vírus em si, porque
dá-nos logo um sinal do que está a acontecer com eles.
Com os mais crescidos, os adolescentes, depois de os pequeninos estarem a dormir, pode-se
ter uma conversa e discutir notícias.
Não nos podemos esquecer que não há nada que dê mais segurança a uma criança do que a
presença dos pais e do que o ambiente familiar. Elas estão bem porque estão em família e
estão todos juntos.
Com relação ao ESTUDO, em boa parte das instituições, as aulas não foram canceladas, mas
suspensas ou adaptadas ao Ensino à Distância. Aqui, trata-se de um experimento que pode ser
novo para muitos Professores e estudantes.
Por quanto tempo essa medida vai persistir? Ainda não sabemos. Mas aqui vou passar
algumas dicas para os alunos que vão estudar à distância, em meio ao avanço da Covid-19.

Organização
Estudar em casa e sozinho não faz parte do paradigma da maioria dos alunos. Nossa casa é
cheia de distrações: sofá, cachorro, celular, TV… Sem falar que não há um professor
orientando o tempo todo sobre o que se deve fazer. É preciso que o estudante se organize para
conseguir estudar remotamente. Criar uma agenda é essencial.
Tenha paciência
A experiência em Estudo à Distância, na forma como está sendo imposta ao cenário
Português devido à crise do coronavírus e sua doença associada, a Covid-19, exigirá de
paciência dos alunos com os imprevistos. Afinal de contas, há instituições que não estavam
preparadas para uma crise como essa, sem precedentes.
Muitas escolas e universidades estão fazendo o possível para garantir ferramentas, mas sem
ao menos terem tempo hábil de testá-las ou capacitar as pessoas para seu uso. Sem falar que
muitas vezes a tecnologia nos deixa na mão. Então seja resiliente nesta hora.
Não fique sozinho
Você pode sentir falta dos seus amigos. A recomendação é evitar aglomerações, mas isto não
significa que você não possa conversar, estudar virtualmente com eles. As redes sociais e até
mesmo as ferramentas de videoconferência podem ser uma ótima oportunidade de “ver“
amigos e estudar com eles.
Peça ajuda
Você precisará se adaptar e nem sempre é fácil para quem passou a vida inteira frequentando
o ensino presencial, não é mesmo? Se você sentir dificuldade com a nova metodologia, sentir
que não está entendendo ou não está conseguindo utilizar os recursos adequadamente, peça
ajuda ao seu professor, coordenador ou instituição. Muitas delas estão se organizando com
um time de apoio aos estudantes.
Siga uma rotina
A dica é seguir uma rotina similar à que teria se fosse para a escola: acordar cedo, vestir-se
adequadamente, tomar o café da manhã no horário normal e focar nas atividades seguindo os
conteúdos programáticos que seriam trabalhados em sala de aula. Recursos digitais
oferecidos pela instituição de ensino são excelentes para esse momento, principalmente se
eles possibilitarem que o professor acompanhe o desempenho dos alunos.
Defina um local de estudos
É importante que o estudante escolha um ambiente tranquilo no qual não seja distraído pelo
que acontece em sua casa e realmente possa ter atenção.
Tenha equilíbrio
Pequenas pausas devem ocorrer com uma frequência semelhante à que teria na escola. E não
se esqueça de se alimentar e se hidratar adequadamente.
Conecte-se com seus colegas
Mantenha contato. Em muitos momentos, vocês poderão trocar informações relevantes e tirar
dúvidas uns com os outros. Que tal criar grupos de estudos em redes sociais ou no
WhatsApp?
Peça ajuda da família
Os familiares também têm um papel fundamental nessa mudança. É importante que os pais
demonstrem interesse naquilo que os filhos estão aprendendo e que se disponham a ajudá-los
quando possível.

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