Dia 25/03/2024, houve uma reunião com 22 pessoas, sendo 10, lideranças dentre
os seguintes campi: Londrina, Colombo, Cascavel, Goioerê, Jacarezinho, Assis
Chateaubriand, Irati, Curitiba, Jaguariaíva e Umuarama. Foi discutido quanto a realidade de cada campus frente a greve, o quão prejudicial seria a greve em cada caso. Foi notado a similaridade entre os institutos e o quão diferente são as situações e o quão parecidas também são. Os institutos menores não são favoráveis a aderência da greve por diversos fatores, como a desistência em massa de alunos por parte de seus responsáveis legais no IFPR e até a desistência de TAEs em alguns casos. A reitoria deve intervir nestes casos para amortizar o problema que a greve causará nestes campi. A greve é um direito constitucional dos servidores, e um instrumento legítimo de reivindicação e manifestação por direitos e condições de trabalho mais justas. A mesma não tem de fato relação com os discentes. Apesar disso a greve afeta-os diretamente. A greve foi deflagrada sem que houvesse explicação aos secundaristas e suas famílias. As demandas dos servidores são fundamentais para a qualidade do ensino, pesquisa e extensão oferecidos pelos Institutos Federais. O diálogo e a transparência em momentos como este, junto com a união e o respeito mútuo são fundamentais para o entendimento e a resolução de conflitos. A opinião dos discentes é também um direito, principalmente por serem os principais afetados pela greve. É crucial considerar o impacto que a paralisação acarretará sobre os discentes, bem como a inter-relação entre ambas as partes envolvidas. A desinformação que ronda sobre a greve faz indaga efeitos negativos que acarretarão à reputação institucional. Diversas outras questões estão surgindo como desafios para os estudantes, uma vez que a decisão da aderência estudantil e familiar à greve não foi discutida previamente, tampouco foram apresentadas alternativas para lidar com os obstáculos futuros que surgirão. Durante este momento, o trabalho dos grêmios e dos sindicatos envolvidos tem sido explicar do que se trata toda essa movimentação momentânea que pegou os discentes e até docentes de surpresa. A aderência é prejudicial para secundaristas uma vez que a falta de aulas pode dificultar a aquisição do conhecimento essencial para os exames vestibulares que ocorrem anualmente. Os estudantes são os principais consumidores da educação, e foram desprevenidamente colocados dentro desta situação, e afirmações sobre os estudantes foram feitas por entidades estaduais, onde houve afirmação que os estudantes secundaristas estão a favor da greve, sem que fossem consultados. Mesmo dentro da entidade onde pertencem alunos do IFPR não se foi comunicado ante a postagem da nota. O que gerou desconforto e falta de representatividade entre as lideranças dos campi do IFPR. Apesar de tudo, greve já está deflagrada, e os grêmios exigem a proteção dos alunos. Os programas de auxílio estudantil não devem ser paralisados. Deve ser garantido que alunos beneficiários desses auxílios não sejam prejudicados. Da base que as demandas são criadas, da base que a luta é realizada, e da base que a conquista é realizada. As organizações locais dos servidores estão se desenvolvendo, como também a dos alunos, mas nossa representação estadual foi prejudicada. A movimentação estudantil do IFPR enfraqueceu em decorrência a pandemia, devido ao vácuo das lideranças estudantis que se instaurou em todos os campi, que ocasionou no fim do Congresso Estadual dos Estudantes do Instituto Federal do Paraná (CEEIFPR). Na reunião das lideranças foi deliberado que este momento de reorganização estudantil dos alunos ante a greve clama a volta de uma entidade de representação estudantil dos alunos do IFPR. A construção de um novo Conselho Estadual dos Estudantes do IFPR para uma representação plena dos estudantes secundaristas do ensino federal no estado do Paraná deve ser retomada o mais brevemente para que seja recomposto um canal de diálogo entre os alunos com entidades e sindicatos que atuam pelos Institutos Federais. Para que a educação federal seja protegida, todos devemos agir em conjunto. As lideranças estudantis estão se organizando, e ordenamos que conosco seja construída essa luta.
Estado do Paraná, 28 de março de 2024.
Assinado:
Isadora de Jesus Heloisa Alfieri
Presidente Presidente Grêmio de Londrina Grêmio de Colombo
Yasmin Jasmin Leonardo Nunes
Presidente Presidente Grêmio de Cascavel Grêmio de Goioerê Djames Henrique Gabrielle Aurélio Diretor de Coordenadora de Cultura Integração e Base Grêmio de Assis Grêmio de Jacarezinho Chateaubriand
Luiz Bettes Nycollas Oliveira
Presidente Presidente Grêmio de Irati Grêmio de Curitiba
Eduarda Vitória Gustavo Ruiz
Presidente Diretor de Comunicação Grêmio de Jaguariaíva Grêmio de Umuarama
Furando a Bolha do Habitus: mobilizações das famílias e de uma escola pública em Salvador e na Ilha do Sal em Cabo Verde, sob a ótica dos seus jovens na elaboração dos seus sonhos