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Um para o outro e ambos para Deus.

Capítulo 2
Ele se foi..

Respirei fundo antes de entrar no hospital, eu não podia esperar nada bom dali,
até porque era um hospital.

Entrei, e lá dentro estava frio, meu corpo inteiro se arrepiou quando um vento
gelado bateu em meus braços.

Fui em direção ao balcão onde estavam minha mãe e meu tio conversando, minha mãe
tinha uma feição desesperada, apressei o passo para saber oque estava acontecendo
logo até que…

-aii - eu exclamei quando senti minha cabeça latejar de dor após esbarrar em algo
muito alto, ou alguém…
-aí meu Deus me desculpa- um rapaz me disse estendendo a mão para me ajudar a
levantar, ele era alto e moreno, tinha cabelos enrolados e olhos castanhos, tinha
algumas sardas no rosto também. Ok.. porque eu tô pensando nessas coisas.

-tudo bem - eu disse segurando sua mão e tentando forçar um sorriso mas minha
cabeça doía.

Ele me ajudou a levantar e aí percebi o quão alto ele realmente era, minha cabeça
batia em seu peito e eu tinha quase 1,70

Fiquei boquiaberta admirando o rapaz, ele era realmente lindo e tinha um belo
sorriso.

-moça? Você está bem??- ele disse passando a mão em frente ao meu rosto tentando me
fazer voltar para a realidade.

-ah..desculpe, eu estou bem sim, não se preocupe

Minha mãe apareceu ao meu lado meio abalada, mas parecia preocupada comigo

-Sarah você está bem?

-sim mãe, eu estou bem.

-Sarah não é? Meu nome é…- e antes mesmo que ele terminasse, uma voz masculina
gritou seu nome tão alto que meus ouvidos doeram.

-BRUNO!!!- um homem baixo de cabelos grisalhos mas muito bem arrumados veio em
nossa direção. Ele parecia ter entre 50 a 60 anos.

Bruno riu - oi vovô, você não precisa gritar, eu escuto você.- ele disse com toda
calma do mundo, parecia um anjinho falando.

-OQUE???- o senhorzinho gritou mais uma vez.

-é melhor eu levar você de volta para a sala, se não os médicos vão pensar que você
fugiu de novo.- Bruno disse e logo em seguida se virou para olhar para mim. -
novamente eu peço desculpas por derrubar você, mas agora tenho que ir, foi bom
conhecer você Sarah.- ele disse e logo em seguida saiu andando devagar com seu avô.

-Sarah? - minha mãe me chamou enquanto me olhava com uma cara meio esquisita,
parecia uma careta.

- vamos filha seu tio está esperando, ele quer conversar com você.

Isso me fez lembrar o porque eu estava ali.

Meu avós, eles tinham que estar bem.

Com esses pensamentos acompanhei minha mãe até o local que meu tio estava, agora
ele se encontrava sentado em um pequeno sofá que havia perto da recepção.

-olá Sarah.- ele disse com aquele tom frio que ele sempre teve, sempre tive um
pouco de medo dele quando era pequena.

-oi tio.- olhei para ele e ele me encarava de uma maneira completamente estranha,
meu corpo inteiro se arrepiou.

-sentem, precisamos conversar. - ele disse ainda sem tirar seus olhos de mim.

Me sentei na ponta oposta do sofá e minha mãe sentou na minha frente.

-papai caiu da escada. - ele disse sem mais nem menos encarando minha mãe, pude
sentir o coração dela acelerar mesmo tem toca-la.

Levantei imediatamente assustada. - oque ? Como assim caiu da escada? Como você
fala algo assim como se não fosse nada??

Minha mãe me encara séria, aquele olhar eu conhecia, ela estava dando uma ordem,
queria que eu ficasse quieta, algo que ainda estou aprendendo é a honrar meus pais,
mas me esforço muito, então me sentei novamente calada.

-como eu dizia.. - meu tio continuou - papai caiu da escada hoje de madrugada, não
foi uma queda fatal, entretanto ele bateu a cabeça e os médicos estão suspeitando
de um tumor.

-tumor?? Está dizendo que o vovô está com câncer ?- eu estava indignada, como ele
poderia contar algo assim como se estivesse contando que tinha ficado rico, ele não
tinha um pingo de tristeza em seu rosto.

-Sarah fique quieta por favor.- minha mãe falou finalmente.- se controle, seu tio
está tentando falar.

Encarei meu tio e ele estava com um rosto feliz, ele tinha uma feição de
felicidade, como podia estar assim ??

-Sr. Renalt? - um médico apareceu chamando por meu tio, ele carregava uma prancheta
e usava um jaleco branco e sapatos de luxo.

-Sim? - meu tio voltou sua atenção para o médico.

-preciso conversar com você e sua família- o médico disse, ele era quase mais frio
que o meu tio, oque havia de errado com as pessoas dessa cidade ? Exceto por…

-Sarah!- minha mãe chamou minha atenção irritada, ela não gostava quando eu ficava
“viajando no mundo da Sarah” como ela dizia.

-estou indo mamãe.


Seguimos o médico até uma sala no fim de um corredor.

Ele entrou e nos deu passagem, logo em seguida sentou-se em uma cadeira atrás de
sua mesa. Eu e minha mãe ficamos de pé, meu tio se sentou nem um pouco preocupado.

-preciso que fiquem calmos com oque vou falar. - o médico disse e me encarou,
parece até que me conhecia.

-sinto muito mas o Sr. Renalt não resistiu à queda.

Não sabia se meu coração havia parado ou estava tão acelerado que eu nem conseguia
sentir. Só sei que minha vista ficou embaçada.

-Sarah você está bem? - ouvi meu tio perguntar e então.. apaguei.

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