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Eu canto esse poema como

Se fosse uma canção,


Escrita para o homem cuja
Voz era de taquara rachada,
Mas que deu uma virada.

Eu canto esse poema como


Se fosse uma canção,
Para Luiz Gonzaga,
O Rei do Baião,
O Baião é bonito,
O Baião é divertido.

Eu canto esse poema como


Se fosse uma canção
Vinda do coração,
Para Luiz Gonzaga,
O homem com sangue nordestino,
Que, com a música, fez seu destino.

Eu canto esse poema como


Se fosse uma canção, sem banda,
Para aquele que canta Asa Branca,
Música que ainda nos encanta.

Eu canto esse poema como


Se fosse uma canção,
Para Luiz Gonzaga que
Não cantava Madalena,
E sim Vem Morena.
Eu canto esse poema como
Se fosse uma canção,
Para Luiz Gonzaga,
Ele que não era um fuxiqueiro,
Ele que compôs A Morte do Vaqueiro.

Eu canto esse poema como


Se fosse uma canção,
E das críticas eu me isento,
Nem fico rabugento,
Pois escuto Dezessete e Setecentos.

Eu canto esse poema como


Se fosse uma canção,
Olhando a terra ardendo,
Com a fogueira de São João.

Eu canto esse poema como


Se fosse uma canção,
Para celebrar uma musiquinha tão fina,
É o Cherô de Carolina,
Mulher do samba,
Mulher da dança.

Eu canto esse poema como


Se fosse uma canção,
Para expressar um ritmo,
Começa com tengo
E termina com lengo,
É o tengo lengo tengo.
Eu canto esse poema como
Se fosse uma canção,
E também danço
O Xote das Meninas no salão.

Eu canto esse poema como


Se fosse uma canção,
Para Luiz Gonzaga,
Que cantou Respeita Januário,
Pois, por ele, foi criado.

Eu canto esse poema como


Se fosse uma canção,
Para o cara de Exu
Que fez sucesso até no Sul.

Eu canto esse poema como


Se fosse uma canção,
Para o antigo parceiro de Humberto Teixeira,
Um homem que à princípio era
Sem eira nem beira.

Eu canto esse poema como


Se fosse uma canção,
Para o pai de Gonzaguinha,
Que achaste essa música bonitinha.

Eu canto esse poema como


Se fosse uma canção,
Para homenagear os 76 anos
De Luiz Gonzaga cujo talento
Não se compara.

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