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Direitos Autorais

O conteúdo desse material não pode ser comercializado,


veiculado, sem a autorização do autor e sem os devidos
créditos. Caso isso acontece, as medidas legais serão
tomadas. As informações podem ser amplamente
u>lizadas para o manejo da dor por profissionais e
pacientes.

O uso dessas informações é de responsabilidade do


usuário e depende de aprimoramento con>nuado.

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Agradecimento

Todas as pessoas que conheci que consciente ou


inconscientemente ajudaram-me a desenvolver uma
maneira de pensar mais ampla em relação ao manejo da
dor.

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Sobre o autor

Rodrigo Rizzo é um dos


maiores especialistas em
comunicação para o manejo
da dor do Brasil. Atualmente
ele se denomina "guia" para a
"cidade do bem estar" e tem
formado outros "guias" em
todo o mundo. Apresenta
reconhecimento mundial dos
maiores pesquisadores em
dor e hipnose clínica do
mundo.
Seu obje>vo é pesquisar e
desenvolver maneiras mais “Qual é o seu guarda-
eficientes de tratar a dor chuva para passar por
algumas tempestades no
crônica.
meio do caminho?”

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Sumário

Você não está sozinho 07

Por onde você está caminhando? 09

O Segredo 11

Cidade do bem estar 13

Rodovia da sobrecarga 15

Placa da dor 20

Bairro da ansiedade 25

Chuva das informações inúteis 27

Feira dos pensamentos nega>vos 30

Bairro do medo da lesão 32

Curva da incapacidade 34

Curva do tratamento mal sucedido 36

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Sumário

Vila da frustração e depressão 38

Outros becos 40

A ideia do “passar” ou empacar” 42

A ideia do “carregar” ou “caminhar junto” 43

A saída da oportunidade 44

Monte seu Mapa 45

Exemplo do senhor José 47

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Você não está sozinho!

“A dor começou de forma


simples como nas outras
experiências do passado,
mas ao invés de
desaparecer, con?nuou
presente por mais tempo
do que acontecia na
maioria das vezes e na
maior parte das pessoas -
mais tempo do que a
maioria dos profissionais
da saúde podiam
entender.”

Esse foi o meu relato há alguns anos e pode também ser


o seu, assim como de 30% dos habitantes desse planeta.

Um dia um paciente, exausto por já ter tentado de tudo


para aliviar sua dor, olhou bem nos meus olhos, suspirou
e disse: “Sabe qual é a pior coisa ao sen?r dor? É a
sensação de estar perdido!”

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Eu con>nuei olhando para ele sabendo exatamente o que
ele estava falando. Não saber o que está acontecendo,
não conseguir explicar o que está sen>ndo, e não ser
entendido mesmo após ter passado por dezenas de
profissionais da saúde é uma experiência temerosa.

“O que está errado? O que pode ser feito? Como eu posso


resolver essa situação? Como o profissional pode me
ajudar?” Essas perguntas costumam acompanhar uma
pessoa com dor persistente, mais ou menos como uma
nuvem escura e pesada que nem mesmo o vento mais
forte é capaz de fazê-la desaparecer.

O mais incrível é que apesar dos avanços tecnológicos em


várias áreas do conhecimento, a quan>dade de pessoas
com dor crônica tem aumentado nas úl>mas décadas!
Isso indica que a maneira de pensar e abordar essa
condição defini>vamente não é adequada.

Por esse mo>vo eu desenvolvi esse e-book “Os 9 locais


que você pode estar empacado ao sen6r dor”.

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Por onde você está
caminhado?
Quando eu estou não frente de uma pessoa eu sei que
ela sabe o que significa estar na “cidade do bem estar”.
Um momento em que não exis>a desconforto lsico e
as a>vidades eram feitas de maneira bem mais fácil.

Por algum mo>vo saímos da cidade do bem estar,


descemos pela “rodovia da sobrecarga” e nos
aproximamos de uma placa no meio do caminho – a
“Placa da Dor”. Fazer esse caminho não representa
nenhum problema. Dor é uma experiência normal. É o
sintoma que mais leva as pessoas refle>rem na
maneira que tem levado a vida e o sintoma que mais
leva as pessoas buscarem um serviço médico.

Na grande maioria das vezes fazemos nosso caminho


de volta e chegamos novamente na “cidade do bem
estar”.

Agora, o problema é quando esse retorno está dilcil ou


começamos a seguir por outro caminho – o caminho
que nos leva à “cidade da dor persistente”.

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Assinale (mesmo que
seja mentalmente) qual
desses locais você acha
que tem mais passado?

1- Cidade do bem
estar

2- Rodovia da
1 4
sobrecarga

3- Passando pela placa


da dor, mas seguindo
pela rodovia da
recuperação
2
4- Passando pela placa 3
da dor e sen>ndo que
está entrando na
“cidade da dor
persistente
5
5- Perdido na cidade da
dor persistente

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O segredo
Tenho que dizer que eu mesmo já pesei e con>nuo passando por
todos esses lugares! Eu não acredito que consigamos viver para
sempre na “cidade do bem estar”.

Eu descobri que podemos melhorar a maneira que caminhamos


pela vida, podemos responder melhor às lombadas do percurso. A
seguir existem 5 perguntas. Suas respostas mostram a maneira que
cada pessoa tem caminhado pelos diferentes trechos do nosso
mapa.

ü Quanto tempo você costuma ficar na “cidade do bem


estar”?

ü Quanto tempo você costuma desfrutar da “cidade do bem


estar”?

ü Quão rápido você costuma retornar para a “cidade do bem


estar” ao percorrer a “rodovia da sobrecarga”?

ü Quão rápido e confortável você costuma retornar para a


“cidade do bem estar” ao passar pela “placa da dor”?

ü Caso entre na “cidade da dor persistente” quanto você


consegue não empacar aí?

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Estudos tem enfa>zado que a maneira que respondemos
ao sen>r dor é mais importante do que o diagnós>co e o
tratamento que recebemos!

Muito das maneiras que


respondemos ao sen>r dor
foi um dia aprendida.

Aprendemos a responder
frente a dor desde criança. A
primeira coisa que um
criança faz ao bater a cabeça
no chão é olhar para o adulto
mais próximo. Dependendo
da reação dele – pode chorar
ou esfregar a cabeça e
con>nuar brincando.

Ter clareza por onde você


tem passado pode faze-lo
responder melhor
independente da onde você
se encontra! Entender por
onde tem passado pode
aumentar suas chances de
tomar melhores decisões que
aproximam você da “cidade
do bem estar”.

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Cidade do bem estar

Pode parecer estranho, mas muitas


pessoas que tem dor há anos passam
por momentos de conforto. No
entanto, a estada pela “cidade do bem
estar” é muito curta.
As pessoas costumam pensar no quanto a dor foi
incapacitante no passado ou o quanto a dor pode ser
terrível no futuro enquanto estão na “cidade do bem
estar”. Na verdade nesse momento, poderiam estar na
“cidade do bem estar” caso es>vessem no momento
presente, sem nenhum julgamento de bom ou ruim às
coisas que estão acontecendo. Eu sei que desfrutar do bem
estar não é fácil quando sabemos que a dor pode surgir a
qualquer momento como frequentemente acontece há
anos! Todavia, eu sempre fico curioso para saber como
seria se uma pessoa fosse capaz de cur>r os breves
momentos entre os episódios de dor.

Estudos tem mostrado que a meditação e a hipnose podem


estender a percepção de conforto, mas Isso pode ser para
daqui a pouco. O que eu quero que você entenda é que
desfrutar ou frequentar mais essa “cidade do bem estar
pode ser seu obje>vo! Ou melhor, nosso obje>vo!

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Pode ter sido há muito tempo, qual foi o momento que
você sen>u que estava na cidade do bem estar? O que
você estava fazendo?

Crie uma intenção posi>va agora! Pode imaginar o que


você quer fazer e como gostaria de fazer suas a>vidades.
Defina um tempo realís>co para estar fazendo isso!

Estudos mostram que o imaginar de forma intensa pode


fazer seu cérebro trabalhar a seu favor.

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1 Rodovia da
sobrecarga
Esse é o momento em que uma pessoa não está sen>ndo
dor, mas desce a rodovia em direção à “placa da dor”.
Lembre: isso é normal e faz parte da vida! Quando isso
acontece?

Toda vez que seus nervos começam a “entender” que


existe alguma possível ameaça. Nesse momento, seus
nervos enviam mensagens com o obje>vo primário de
receber uma segunda opinião. Pedir uma segunda opinião
para quem? Os nervos pedem uma segunda opinião para a
medula espinal porque ela está conversando o tempo todo
com o grande chefe da historia – o cérebro.

Tenho que dizer que os nervos costumam enviar


mensagens de possível ameaça muito frequentemente, e a
medula espinal costuma dizer “nananinanão, isso não
representa uma ameaça ao ponto de informar o chefe
(cérebro). Eu posso resolver isso sozinha! Vou fazer alguns
musculos contrairem e outros relaxarem e podemos dar
mais um tempo para o Fulano quem sabe mudar de
posição”. Parece algo simples, mas a conversa entre esses
nervos é algo muito complexo.

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O Importante saber é que os nervos das diferentes partes
do seu corpo estão enviando todo >po de mensagem para
a medula espinal. Algumas dessas mensagens estão
informando que existe uma possível ameaça. E a medula
espinal sob influencia do cérebro amortece essas
mensagens porque não precisam representar uma ameaça
real. Muitas coisas ainda podem naturalmente acontecer e
fazer os nervos ficarem calminhos novamente.

Voltando à nossa história, quando os nervos enviam


mensagem de possíveis ameaças caminhamos cada um em
seu ritmo pela rodovia da sobrecarga. Ao longo dessa
“rodovia da sobrecarga” passamos por vários pontos de
referência que podem servir de base para sabermos se
estamos se aproximando da “placa da dor”.

“Farol psicossocial”:
quando dormimos mal nossos nervos podem
enviar mensagens com volume mais alto e
mais rapidamente para a medula espinal.
Ao ponto da medula espinal começar a avisar o
cérebro de que existe uma ameaça real acontecendo.
Estudos mostram que repe>das noites sem dormindo
mal podem aumentar a sensibilidade a dor.

Quando estamos estressados ou deprimidos nosso


sistema nervoso também pode funcionar diferente e
nos fazer caminhar para a “placa da dor” mais
rapidamente ou pode fechar nossos olhos ao ponto de
não enxergarmos por onde estamos indo. Estudos
mostram que pessoas com depressão movimentam-se
menos e tem mais chance de começar a sen>r uma
dor nas costas, por exemplo.
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Estudos mostram que as chances de começar a sen>r dor
aumenta quando estamos insa>sfeitos com nosso
trabalho.

Existem outros fatores emocionais e ambientais que


podem deixar os nervos que mandam mensagens de
possíveis ameaças no corpo ficarem mais sensíveis. Como
passar pela placa da dor é normal em nossa vida, ao passar
por ela estando em um estado emocional especifico,
podemos seguir mais facilmente para a “cidade da dor
persistente”. É o caso, por exemplo de eventos
traumá>cos (sequestro, abuso, culpa, alta pressão
emocional e psicológica...).

“Pedágio da permanência e da
repe?ção”:
todos nós temos nossos próprios limites.
O equilíbrio daquilo que nós fazemos e
daquilo que estamos preparados à fazer
manter nossa caminhada pela rodovia
da sobrecarga em ritmo mais seguro. Se
eu quiser terminar o meu trabalho de
um ano em uma semana é provável que
terei que permanecer no computador
muitas horas seguidas. Nesse caso
minha caminhada em direção à “placa
da dor” acontece de forma mais rápida.
O ambiente interno pode tornar essa
caminhada mais rápida dependendo de
quanto estou preparado para fazer uma
a>vidade.
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Posso não estar preparado ao perder algumas noites de
sono trabalhando, ao estar mais estressado por causa de
dinheiro, insa>sfeito com meu trabalho e por estar
sedentário. Somos mais complexos do que pensamos!
Muitas variáveis podem mudar o funcionamento do nosso
corpo e influenciar o ritmo de caminhada por essa rodovia.

“Posto do posicionamento”:
Posições extremas quando não estamos
preparados ou quando permanecemos
muito tempo nessas posições podem nos
fazer ir em direção à “placa da dor”.
Por exemplo, o senhor sedentário que ajudou seu filho
na mudança de casa e ficou em posições estranhas para
parafusar os móveis. Não significa que este senhor não
possa fazer isso, mas nos faz pensar que esse senhor
tenha que estar melhor preparado para fazer esse >po
de a>vidade.

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Antes de você ter passado pela “placa da dor” como você
estava passando pela “rodovia da sobrecarga”?

Como estava seu sono? Como estava a relação das suas


a>vidades e o nível de preparação para faze-las? Como
estava seu nível de sa>sfação com o trabalho, casamento
ou outros relacionamentos?

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2 Placa da dor

Depois de todo esse percurso passamos


pela “placa da dor”. A dor é uma resposta
dada pelo seu cérebro ao concluir que
existe uma ameaça acontecendo. Ao
concluir a presença de uma ameaça, o
cérebro responde de várias formas que na
grande maioria das vezes nos ajuda a fazer o caminho de
volta à “cidade do bem estar”. Alguns músculos contraem
enquanto outros ficam sonolentos; nossa atenção é
direcionada às dicas que podem aumentar ainda mais a
ameaça; nossa memória é acionada para lembrar da
situação; sen>mos desconforto e mo>vados a fazer
alguma coisa para aliviar a dor ou às vezes deixar de fazer
aquilo que gera dor; pensamentos surgem para interpretar
o que está acontecendo, antecipar o que pode acontecer e
planejar as próximas a>tudes.

Dentro de minutos, dias ou semanas retornamos à “cidade


do bem estar”, no entanto às vezes o caminho pode estar
mais dilcil ou começamos a entrar na “cidade da dor
persistente”.

Descobrimos nos úl>mos anos que a dor pode con>nuar


presente mesmo quando a lesão inicial já foi curada.

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Pode ser dilcil de acreditar que uma dor persista sem que
nada sério esteja acontecendo nas ar>culações, músculos,
ossos e órgãos. A dor pode persis>r porque os nervos
con>nuam informando o cérebro de que existe ameaça no
corpo mesmo quando não existe nada sério. O cérebro
não é um “folgado”. Ele tenta ajudar e por isso responde
de forma proporcional à essas mensagens de “pseudo-
ameaça”.

Todas as respostas que falamos anteriormente con>nuam


acontecendo em uma pessoa com dor lombar crônica
mesmo quando ela faz movimentos completamente
seguros como agachar.

O cérebro con>nua informando os músculos que a melhor


coisa a fazer é proteger você. O cérebro con>nua
direcionando sua atenção para as sensações de uma parte
especifica do corpo. O cérebro a>va áreas responsáveis
pelo desconforto para mo>var você a con>nuar fazendo
ou deixar de fazer coisas para resolver aquilo que o
cérebro está entendendo como “problema”. O cérebro
con>nua acessando sua memória para você interpretar e
obter uma explicação do que está acontecendo. Ou seja, o
conjunto de áreas do cérebro responsáveis em perceber a
dor con>nuam sendo constantemente avisadas que uma
ameaça ainda está acontecendo.

Os neurocien>stas mais famosos comparam o cérebro de


uma pessoa com dor crônica com um sistema de alarme
de uma casa desregulado.

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Um alarme que con>nua tocando mesmo quando o ladrão
não está mais ameaçando os moradores. A dor é real, mas
a ameaça para os tecidos do corpo nem sempre é real.
Tanto as pessoas com dor quanto muitos profissionais
podem ficar procurando o ladrão por meses ou anos até
entenderem que o problema está no sistema de alarme
que precisa ser regulado.

Quando o sistema de alarme fica desregulado é comum as


pessoas entrarem na “cidade da dor persistente”. É muito
fácil ficar perdido nessa cidade. Os locais mais conhecidos
dessa cidade, os quais podemos ficar empacados são:
“bairro da ansiedade”; a “tempestade das informações
inúteis”; a “feira dos pensamentos nega>vos ou da
drama>zação”; “bairro do medo da lesão”; “curva da
incapacidade”; “curva do tratamento mal sucedido”; e a
“vila da frustração e depressão”.

Veja na próxima página, em uma única imagem, todos


esses lugares que costumamos passar ao sen>r uma dor
persistente.

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Como você explicaria a sua dor para uma criança que
nunca sen>u isso antes?

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3 Bairro da ansiedade

A presença de uma dor sem que saibamos


explicar o mo>vo nos leva diretamente ao
“bairro da ansiedade”. Ansiedade significa:
ansiar, desejar muito alguma coisa sem
obter isso. Acho que eu preciso dizer o que
uma pessoa com dor persistente quer
muito, não é?
O cérebro de uma pessoa com dor há meses que quer
con>nuamente que a dor desapareça, funciona diferente.
Sistemas de luta e de fuga relacionado ao estresse é
ligado, liberando substancias químicas que tronam os
nervos ainda mais agitados. A dor pode ser man>da
quando esse sistema de estresse não é desligado. Eu sei
que não é fácil, ficar calmo quando um sistema de alarme
está tocando no nosso ouvido, mas alguma coisa muda
quando sabemos que não existe ladrão na casa e que o
que precisa ser feito é ajustar o sistema de alarme.

É possível também ficarmos empacados no “bairro da


ansiedade” quando queremos muito saber o que está
acontecendo sem obter uma resposta. Uma pessoa com
dor quer muito uma explicação do que está acontecendo
com ela e se um dia vai conseguir voltar às suas a>vidades
como antes.
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O que você mais gostaria de saber sobre sua condição
atual?

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4 Chuva das
informações inúteis
Ao buscar uma explicação do que está
acontecendo nós costumamos entrar em
contato com todo >po de informação.
Informações vindas da internet, dos
amigos, parentes e profissionais da saúde.
Tudo isso nos faz >rar conclusões do que
está acontecendo e como será nossa vida
daqui para frente.

As informações desencadeiam respostas que podem ser


vantajosas ou desvantajosas para lidar com a dor. Imagine
ouvir de um profissional da saúde “Você tem 3 hérnias de
disco” ou ainda “Você tem fibromialgia”. Os nomes
estranhos nos assusta e dependendo de como
entendemos essas condições ficamos muito mais
apavorados.

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Essa é uma situação comum quando uma pessoa tem dor.
Por um lado receber um diagnós>co pode ser confortante
porque sen>mos que o profissional sabe o que está
acontecendo e pressupomos que existe algo pode ser
feito. Por outro lado, um diagnós>co gera incerteza e a
incerteza sem uma explicação gera ansiedade.

A incerteza, às vezes pode vir acompanhada de


explicações que fazem nosso cérebro entender que existe
um grande nível de ameaça. É como o cérebro recebesse
uma dica a mais para responder como se o ladrão fosse
ficar a vida inteira em nossa casa. Isso resulta muitas vezes
em um sistema de alarme mais sensível às pequenas
mudanças de posições do corpo, movimento e
pensamentos.

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Qual explicação você recebeu sobre o que está
acontecendo com você que te deixa desanimado ou
assustado?

Qual das explicações você recebeu parece fazer mais


sen>do para você?

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Feira dos
5 pensamentos
nega?vos
Como eu disse, nosso cérebro não é um
folgado e pensamentos começam a
borbulhar para acalmar nossas incertezas e
direcionar nossas próximos passos. No
entanto, depois de ter passado pelo bairro
da ansiedade, feira das informações inúteis
e trazendo toda a nossa história de vida para o
momento presente, os pensamos não costumam ser
tão vantajosos. Veja alguns exemplos de pensamentos
nega>vos comuns observados em milhares de pessoas
com dor:
“Eu nunca vou melhorar.”
“Toda vez que eu sinto dor
parece que a lesão está
aumentando.”
“É aquela hérnia de disco!”
“Só um cirurgia pode me
curar.”
“Conseguimos nos comunicar
com uma pessoa do outro
lado do mundo por vídeo e
ninguém consegue me curar?”
“Eu não posso fazer mais
nada por causa dessa dor.”

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Seu você pudesse imaginar que seus pensamentos estão
vindo de um autofalante, quais são os pensamentos que
você costuma ter sobre sua condição atual?

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6 Bairro do medo da
lesão
Outra resposta do cérebro ao passar por
todos esses trechos anteriores pode ser
medo de algo mais sério acontecer e medo
da dor piorar. Existem pensamentos e
a>tudes que nos fazem perceber que
estamos passando pelo “bairro do medo”.

Ao cair um objeto no chão, eu posso hesitar, enrijecer meu


corpo antes de tomar coragem e agachar. Talvez o medo faça
com que eu não comece a evitar certos movimentos e pedir
muito frequentemente ajuda.

De uma forma geral, ao sen>r medo, duas possíveis reações


surgem. A primeira soa as mensagens do cérebro aos
músculos como se dissesse “ameaça surgindo, é melhor ficar
tenso para proteger”. A segunda reação é a evitação dos
movimentos. A evitação a curto prazo pode gerar alivio dos
sintomas, mas a médio e longo prazo faz os músculos ficarem
“sonolentos”. Os músculos ficam descondicionados e quando
for necessário fazer movimentos semelhantes não estarão
preparados levando uma pessoa a caminhar repe>damente
pela “rodovia da sobrecarga” em direção à “placa da dor”.

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Quais são as a>vidades que criam em você uma breve (ou
muita) hesitação em faze-la?

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7 Curva da
incapacidade
O medo de sen>r dor ou de pensar que a
condição atual pode ficar pior pode nos
fazer parar ou reduzir de forma marcante
nossa par>cipação em algumas a>vidades.

Existem pessoas que param de trabalhar, outras deixam


de fazer suas a>vidades lsicas. Algumas pessoas deixam
de fazer a>vidades ro>neiras que geram senso de
u>lidade e prazer. Eu me lembro de ter conhecido a
dona Maria. Pelo incrível que pareça, seu maior prazer
era passar roupa e ir à feira. A dor estava demorando
para desaparecer e a dona Maria deixou de fazer essas
a>vidades.

Atualmente nós conseguimos entender os efeitos no


cérebro ao parar ou de não ter mais a sa>sfação em
fazer a>vidades. O cérebro começa a produzir menos
substâncias químicas analgésicas. Substâncias que tem o
papel de acalmar os nervos que enviam mensagens de
ameaça ao cérebro. Áreas do cérebro que costumam
acalmar as áreas da experiência da dor ficam mais
quietas. Ou seja, as áreas do cérebro relacionadas à dor
tem dificuldade em se acalmar. Por isso que as pesquisas
mais recentes buscam maneiras de ajudar as pessoas a
se movimentarem antes mesmo da dor desaparecer.
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Quais a>vidades você deixou de fazer por causa da dor?
Quais delas são importantes para você?

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8 Curva do tratamento
mal sucedido
A busca incessante por uma melhora
predispõe as pessoas a todo >po de
tratamento. Alguns tratamentos não
mudam nada na condição de uma pessoa,
outros geram efeitos adversos e podem até piorar a
situação. Às vezes as pessoas podem ter algum beneficio a
curto ou até a longo prazo. Muitos tratamentos oferecidos
na “cidade da dor persistente” infelizmente não mostram
efeitos promissores. O profissional tem que estar
atualizado para avaliar as caracterís>cas dos pacientes e
direcionar intervenções que já foram estudas e que se
mostraram eficazes.

A expecta>va a um tratamento pode influenciar o quanto


esse tratamento vai oferecer benelcios para reduzir nossa
dor. Sucessivos tratamentos sem resultado esperado
podem baixar nossa expecta>va e reduzir ainda mais a
probabilidade de obtermos bons resultados em
tratamentos futuros.

Expecta>vas muito altas podem gerar frustração já que o


mais provável que aconteça ao par>cipar de um
tratamento eficaz é uma melhora gradual com possíveis
altos e baixos.
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Quais tratamentos você já fez? Qual parece fazer mais
sen>do para você atualmente?

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9 Vila da frustração e
depressão
Em algum momento dessa
caminhada podemos nos ver em
uma rua sem saída. Podemos olhar
para traz, ver quantas coisas
aconteceram, o quanto fizemos e
novamente olhar para o momento presente com desgosto por
nada ter mudado. Ainda podemos olhar para frente no tempo
sem ter nenhuma perspec>va de mudança do nosso estado
atual. Eu chamo isso de “vila da frustração”. Pesquisas
mostram que trabalhadores que apresentam expecta>vas
mais altas para a melhorara logo no inicio de uma dor lombar,
retornam mais rapidamente ao trabalho e suas a>vidades
diárias. Parece que o impacto da dor nessas pessoas é menor
do que naquelas que acreditam que não irão mais retornar ao
trabalho ou levará muito tempo para isso acontecer.

Ao lado dessa vila existe um viela que algumas pessoas entram


e tem dificuldade de sair. A “viela da depressão” é um lugar
que as pessoas deixam de ver cor mesmo nas a>vidades que
antes eram prazerosas. Um estado que não é tão facilmente
mudado com o passar do tempo. Pessoas com depressão
tendem a se movimentar menos e se isolar. Aspectos que
podem amplificar ainda mais a persistência na “cidade da
dor”.

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Faça um experimento: Represente sua vida com uma
analogia.

Minha vida atualmente é como______________________.

Agora, use sua imaginação como uma criança e responda:


Como você mudaria essa analogia?

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10 Outros becos

Por algum mo>vo que nós ainda não conhecemos por completo, os
nervos que par>cipam da experiência da dor podem ficar mais
facilmente desregulados. E pequenos eszmulos como esses que
falamos ao longo do livro são suficientes de manterem essa
sensibilidade aumentada. Pesquisas tentam verificar o quanto a
persistência da dor está relacionada com aspectos gené?cos, mas
ainda muitas coisas precisam ser estudadas.

Pessoas com dor persistente podem começar a ter o sono


prejudicado. E as pessoas com dor que dormem mal podem sen>r
mais dor. Por isso estudos tem sido feitos para melhorar o sono
antes mesmo de aliviar a dor, e dessa forma facilitar a melhora do
sintoma.

Não são todas as influências do passado que nos mantém presos


na “cidade da dor persistente”. No entanto, algumas experiências
emocionais e psicológicas que aconteceram em algum momento
na “rodovia da sobrecarga” ou em nossa passagem pela “placa da
dor” podem ainda con>nuar influenciando nossa caminhada.
Sen?mentos de culpa, carência, altos níveis de pressão, raiva ao
se misturar com outros fatores, podem fazer o cérebro ainda
concluir que a coisa mais importante para o momento é con>nuar
sen>ndo dor. Eu conheci um senhor que começou a sen>r dor após
o teto de um shopping ter desabado em cima dele. A dor apareceu
que se juntou com uma raiva muito grande da administração do
shopping que não foram punidos até hoje pelas consequências
geradas.

10 locais que você pode estar empacado ao sen>r dor 40


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Como está seu sono?

Qual desconforto existe também dentro de você?

O que mais você sente que pode estar influenciando


nega>vamente sua condição e ainda não foi falado?

10 locais que você pode estar empacado ao sen>r dor 41


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A ideia do “passar ou
empacar”
Nossa caminhada pelos diferentes locais da “cidade da dor
persistente” pode parecer mais fácil ou mais dilcil.
Existem momentos que passamos pelos bairros,
tempestades, curvas e vilas e seguimos caminho. No
entanto existem momentos que podemos empacar em um
ou mais desses lugares.

Os pacientes ao ler esse livro ou ao ouvir o terapeuta


contando a historia do “Mapa da Dor” pode ter uma
impressão dos lugares que passou, tem passado ou está
empacado. O terapeuta que desenvolve a habilidade da
avaliação pode ter uma impressão adicional de como o
paciente tem passado e quais lugares tem empacado.

Depois de iden>ficar, o terapeuta tem a tarefa de


desempacar o paciente da onde ele es>ver para que ele
próprio (ou junto com o terapeuta) faça a caminhada em
direção à cidade do bem estar. Existem estratégias
refinadas que podem ajudar o paciente a desempacar dos
locais enlameados e seguir para a “cidade do bem estar”.

10 locais que você pode estar empacado ao sen>r dor 42


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A ideia do “carregar ou
caminhar juntos”
As ideias do “Mapa da Dor” não é carregar uma pessoa
para a “cidade do bem estar”. Intervenções que tentam
fazer isso já demonstraram ter efeitos apenas a curto
prazo em pessoas com dor crônica. Intervenções que dão
oportunidade da pessoa com dor par>cipar de forma a>va
do processo terapêu>co são superiores a médio e longo
prazo do que aquelas em que a pessoa espera que o
problema seja resolvido por alguém ou por uma força
externa.

A ideia do “Mapa da Dor” é ajudar o paciente e terapeuta


a iden>ficarem juntos os locais em que o paciente está
empacado. O terapeuta torna-se apenas um “guia” para
que juntos possam tornar o caminho menos enlameado. O
terapeuta ajuda o paciente a deixar de estar empacado e
juntos caminham em direção à “cidade do bem estar”.

10 locais que você pode estar empacado ao sen>r dor 43


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A saída da
oportunidade
Eu imagino que você se iden>ficou
com um ou mais lugares dessa
história. Não importa onde você
passou, tem passado ou tem ficado
empacado, no canto do mapa
existe uma saída – a “saída da
oportunidade”.

As pessoas costumam ver a “saída da oportunidade” e até


entrar nesse novo trajeto quando se sentem entendidas e
quando conseguem enxergar por onde tem caminhado.
Esse é um ó>mo inicio, talvez fundamental, para seguir
caminho de forma mais consistente à “cidade do bem
estar”.

Caso precise de ajuda nessa jornada entre em contato com


um profissional qualificado e no site desenvolvido
especialmente para pessoas com dor e profissionais:
h{p://www.mapadador.com.br

10 locais que você pode estar empacado ao sen>r dor 44


www.mapadador.com.br
Monte o seu Mapa
Determine aqui como você imagina sua cidade do bem
estar:

Determine qual seria a mínima mudança em seu


comportamento que dentro de alguns dias podem
aproximar você da “cidade do bem estar”:

Escreva ou cole adesivos no quadro abaixo de acordo com


aquilo que você leu e com as perguntas feitas em cada
local:

45
Rodovia da sobrecarga Chuva das Curva da Vila da
informações incapacidade frustração e

46
depressão
Feira dos
pensamentos
Placa da dor
Outros becos
Curva do
tratamento mal
sucedido
Bairro do medo da
lesão
Bairro da ansiedade
Exemplo do senhor
José, 45 anos
Determine aqui como você imagina sua cidade do bem
estar:

Jogando tênis e fazendo meus


passeios de bicicleta

Determine qual seria a mínima mudança em que vai fazer


você entender que está se aproximando da “cidade do
bem estar”:

Quando eu conseguir caminhar até o meu trabalho

Escreva ou cole adesivos no quadro abaixo de acordo com


aquilo que você leu e com as perguntas feitas em cada
local:

47
Rodovia da sobrecarga Chuva das Curva da Vila da
informações incapacidade frustração e

48
depressão
Feira dos
pensamentos
Placa da dor
Outros becos
Curva do
tratamento mal
sucedido
Bairro do medo da
lesão
Bairro da ansiedade

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