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Ano
D.O.I.:

ANÁLISE DA ESTRUTURA DE GOVERNO DOS PAÍSES LÍDERES EM INOVAÇÃO

RESUMO

A composição e forma de organização dos Sistemas Nacionais de Inovação tem recebido muitas reflexões nos últimos anos. A dinâmica existente nos sistemas, suas
configurações e possibilidades de interações, diferem dentro dos países. Esse artigo busca identificar características comuns entre os países melhor posicionados no Global
Innovation Index, buscando analisar elementos comuns nos países que são referência no processo de inovação. A pesquisa foi realizada a partir da literatura sobre sistemas
de inovação e sua governança, além de análise da estrutura pública disponível nos principais portais institucionais dos países. A análise final permite identificar pontos em
comum desses países e propor uma análise da importância de alguns elementos comuns a estas realidades.

Palavras-chave: Sistemas de Inovação; Instituições de C&T; Governança.

TÍTULO INICIAL EM INGLES EM FONTE 12 SEM NEGRITO CENTRALIZADO

ABSTRACT

The composition and form of organization of the National Innovation Systems has received many reflections in recent years. The dynamics existing in the systems, their
configurations and possibilities for interactions, differ within countries. This article seeks to identify common characteristics among the countries best positioned in the
Global Innovation Index, seeking to analyze common elements in the countries that are a reference in the innovation process. The research was carried out from the
literature on innovation systems and their governance, in addition to an analysis of the public structure available in the main institutional portals of the countries. The final
analysis allows to identify points in common of these countries and to propose an analysis of the importance of some elements common to these realities.

Keywords: Innovation Systems; S&T Institutions; Governance.

Área tecnológica: Os autores deverão indicar até três Áreas tecnológicas para o documento apresentado e conter a seguinte formatação: fonte 12, alinhamento à esquerda,
caixa baixa, sem negrito. Em seguida, há uma quebra de página para a seção INTRODUÇÃO.

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INTRODUÇÃO

Um dos principais debates dentro do Sistema Nacional de Ciência e Tecnologia nos últimos anos está relacionado à importância do Ministério de Ciência e Tecnologia. O
crescimento da pressão por redução dos custos do Estado brasileiro gerou a resposta, desde o Governo Dilma, de uma redução gradativa da estrutura do governo federal,
extinguindo, entre outros, a instituição responsável por liderar este Sistema.

Atualmente, o país conta com um Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações, após pressão para garantia dessa instituição, conforme Manifesto ANPEI (Pelo Retorno do
MCTI) em novembro de 2018. (ANPEI, 2018)

O sistema nacional de inovação brasileiro teve, desde 2001, uma série de mudanças significativas, baseadas principalmente nas mudanças nas instituições que o compõe.
Uma das principais contribuições para esses novos formatos se baseou na experiência dos fundos setoriais, em 1999, além do enfrentamento dos desafios relacionados às
dificuldades, dentro do ambiente de inovação, para aproximar as instituições públicas de C&T das empresas privadas. (RADAELLI, AVELLAR; 2016)

Nesse sentido, surge a necessidade de compreender a forma como os governos estruturam suas redes nacionais, com enfoque na definição das instituições, para que
possamos compreender se existe correlação entre o modelo adotado nessa governança e os resultados obtidos. Busca-se, assim, responder a pergunta: Qual a estrutura de
governo e modelo de organização dos Sistemas Nacionais dos países com melhores resultados na promoção da inovação?

Um dos alicerces teóricos de Schumpeter é a abordagem dos sistemas de inovação, com a interação de uma série de instituições que viabilizam o empreendedorismo. A
inovação em processos, em especial, demandam uma intensa interação com diversos atores existentes fora da organização, trazendo competências e conhecimentos
complementares, moldando a capacidade de inovar e ampliar as interações existentes dentro do ecossistema. (MALERBA, MCKELVEY; 2020)

Dentre os diversos sistemas de inovação existentes, o sistema nacional de inovação tem uma composição que difere em cada país, e influenciam a difusão do conhecimento
técnico na geração de valor em sua economia. Sua dinâmica é influenciada por uma série de fatores, como os modelos de negócios das universidades e seu sistema de
educação, as políticas públicas promotoras desse sistema, os marcos legais e normatizações estabelecidos no país. (MALERBA, MCKELVEY; 2020)

A arquitetura dos sistemas nacionais de inovação podem variar, tanto na composição do sistema com existência/inexistência de instituições, quanto na existência dos
recursos e interações necessárias. E essa variação irá influenciar, sem dúvida, no funcionamento dos sistemas regionais/locais e setoriais de inovação. Na análise sobre os
sistemas de inovação, é fundamental a compreensão dos seus efeitos no ambiente de negócio e suas condições para viabilização das inovações dentro das empresas, além de
fornecer bases de conhecimento e seus canais de acesso às empresas. (MALERBA, MCKELVEY; 2020)

De acordo com MALERBA, um sistema de inovação e produção setorial é o resultado da unificação de um conjunto de novos produtos e serviços com um conjunto de
agentes que realizam interações para criação, produção e venda desses produtos/serviços. Esses atores que podem ser instituições ou indivíduos, que possuem
conhecimentos e capacidades específicas disponibilizadas nesses processos. (MALERBA, 2002)

Na busca pelo conceito de governança, a literatura internacional desenvolveu algumas definições, encontradas no Dicionário da Formação em Gestão Social, em verbete
escrito por DALLABRIDA (2014):

1) instrumentos pelos quais são estruturados os problemas e principais oportunidades nos diferentes contextos, baseado em KOOIMAN (2004);

2) dinâmica de interações, entre um conjunto complexo de instituições e atores, baseadas em regras negociadas entre os participantes do sistema, baseado em
RHODES (1996) e STOKER (1998).

3) uma forma de governar pelo qual as autoridades exercem sua liderança de forma mais cooperativa, com processos horizontais de tomada de decisão, baseado
em MAYNTZ (1998) e KAZANCIGIL (2002).

4) modos de formular políticas públicas fora do domínio legislativo, envolvendo atores públicos e privados, com foco em um tema e ou função específicas,
baseado em HÉRITIER e LEHMKUHL (2011).

5) uma proposta de modelo de regulação coletiva, baseado na interação em rede de atores, baseado em BLANCO e COMÁ (2003).

6) forma de tomada de decisão que incorpora os atores atingidos pelos seus efeitos, com foco na cooperação entre os envolvidos, baseado em GRAÑA (2005).

A partir desses conceitos, esse trabalho avança no estudo da governança dos sistemas nacionais de ciência e tecnologia baseado nas formas que as instituições são
desenhadas e estruturadas, permitindo visualizar os valores e conceitos existentes nesta governança proposta. Dessa forma, ao se definir as instituições existentes em um
país, percebe-se - de forma objetiva - quais são os fluxos das políticas públicas que serão realizados e como são medidos os resultados alcançados.

Falar sobre a importância das políticas de inovação para o desenvolvimento dos países

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https://anpei.org.br/politica-nacional-de-inovacao-importancia/#:~:text=Sendo%20assim%2C%20a%20Pol%C3%ADtica%20Nacional,para%20os%20mais%20variados
%20problemas.

METODOLOGIA

O trabalho aqui apresentado se baseia numa pesquisa exploratória, realizado através de levantamento bibliográfico e documental, com análise e abordagem qualitativa, tendo
como objetivo investigar os principais fatores que contribuem para a liderança de países em inovação e analisar os possíveis impactos do modelo de governança desses
países líderes e seus impactos nos resultados da inovação de suas empresas.

Para tanto, utilizou -se como fonte de dados , artigos, publicações, ensaios, manifesto e notícias no período de XXX a XXX.

As pesquisas exploratórias têm como principal finalidade desenvolver, esclarecer e modificar conceitos e idéias, tendo em vista a formulação de problemas mais
precisos ou hipóteses pesquisáveis para estudos posteriores. De todos os tipos de pesquisa, estas são as que apresentam menor rigidez no planejamento. Habitualmente
envolvem levantamento bibliográfico e documental, entrevistas não padronizadas e estudos de caso. Procedimentos de amostragem e técnicas quantitativas de coleta de
dados não são costumeiramente aplicados nestas pesquisas. Pesquisas exploratórias são desenvolvidas com o objetivo de proporcionar visão geral, de tipo
aproximativo, acerca de determinado fato. Este tipo de pesquisa é realizado especialmente quando o tema escolhido é pouco explorado e torna-se difícil sobre ele
formular hipóteses precisas e operacionalizáveis. Muitas vezes as pesquisas exploratórias constituem a primeira etapa de uma investigação mais ampla. Quando o tema
escolhido é bastante genérico, tornamse necessários seu esclarecimento e delimitação, o que exige revisão da literatura, discussão com especialistas e outros
procedimentos. O produto final deste processo passa a ser um problema mais esclarecido, passível de investigação mediante procedimentos mais sistematizados.
GIL (2008)

Como método de pesquisa, optou-se por (1) uma revisão da literatura relativa à formação dos sistemas nacionais de C&T&I, focado principalmente na dinâmica produtiva,
governança e estruturas públicas,, (2) levantamento das formas que os governos melhores posicionados na Global Innovation Index e (3) análise dos resultados obtidos. Ao
final deste trabalho, apresenta-se uma visão da importância do tema e quais modelos de Sistemas Nacionais dos países com melhores resultados nessa política.

Em 2020, o resultado do indicador geral apresentou os seguintes países como líderes da inovação no mundo: Suíça, Suécia, Estados Unidos da América, Reino Unido,
Países Baixos, Dinamarca e Finlândia.

Dessa forma, foram analisados os países com base nas seguintes características de seus sistemas de inovação:

- Institucional: existe, no governo nacional, uma instituição dedicada exclusivamente para formulação de políticas para C&T&I.

- Concentração política: se as decisões são feitas de forma centralizada ou descentralizada.

- Financiamento: o financiamento do Sistema possui um investimento obrigatório em C&T&I.

- Avaliação: método utilizado pelo sistema para avaliar os impactos das ações realizadas.

Dessa forma, foram pesquisados os principais sites que possuem informações em relação ao sistema nacional desses países, com especial destaque para a plataforma The
Innotavion Policy Plataform, da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), buscando responder às seguintes perguntas que servem de roteiro
ao estudo: (1)existe alguma instituição, no governo nacional, com dedicação exclusiva na coordenação do sistema nacional de C&T&I? (2) o processo decisório nesse
sistema ocorre de forma centralizada ou descentralizada? (3) o financiamento da inovação nos países possui uma fonte de recursos pública obrigatória? (4) a avaliação é
feita por agentes de que natureza: atores diretamente ligados ao sistema ou terceirizados?

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Nas experiências internacionais, pode-se observar uma série de adaptações das políticas de inovação que buscam estruturar suas instituições e dinâmicas com foco na
solução de problemas destacados em seu contexto. Assim, se define uma hierarquia da política, o sistema nacional passa a apresentar de forma material a racionalidade,
definição de papéis e função das suas instituições relacionadas. (RADAELLI, AVELLAR; 2016)

Em estudo realizado pela OCDE na consolidação das experiências de governança, intitulado Governance of Innovation Systems (OCDE, 2005), a estruturação de um sistema
de governança pública demanda uma negociação entre diferentes níveis do governo, investimento de tempo e recursos financeiros e técnicos.(RADAELLI, AVELLAR;
2016).

Alguns países, como o caso da África do Sul, Coréia do Sul e Finlândia, possuem significativa capacidade de implementação das suas políticas, apesar da diferença de
desenhos: no caso sulcoreano, as políticas são centralizadas e definidas de forma hierárquica, (KOSCHATZKY e KROLL, 2009)

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Os dados e informações obtidos dos países abaixo tem como base a plataforma da OCDE intitulada Innovation Policy Plataform.

Suiça

A Suiça é um país europeu, com alto nível de desenvolvimento econômico e social, com uma economia baseada principalmente na exportação de produtos de alto valor
agregado, que representaram, em 2014, 64% do seu Produto Interno Bruto (PIB). Possui, desde 2010, uma agenda de investimentos públicos em Pesquisa e
Desenvolvimento, buscando atingir 3% do investimento do PIB no seu Sistema de Inovação. (OCDE, 2016)

Sua governança possui uma estrutura federalista, com as diferentes esferas compartilhando papéis na promoção da pesquisa e concretização das políticas de ensino superior.
Possui um departamento federal de assuntos econômicos, educação e pesquisa, vinculado à secretaria de Estado de Educação, Pesquisa e Inovação que atua como uma
agência nacional especializada. Possui um conselho de credenciamento das instituições de educação, uma confederação de instituições de ensino superior para coordenação
das políticas do ensino superior e uma fundação, Swiss Innovation Park, para viabilizar o relacionamento entre as instituições e totalmente financiada por recursos privados.
(OCDE, 2016)

Suécia

A Suécia tem obtido um relativo crescimento econômico nos últimos anos, resultado principalmente de uma política de crescimento focado na inclusão e na sustentabilidade
ambiental. Desde 2012, possui uma Lei de Pesquisa e Inovação que garante um investimento público em ciência, tecnologia e inovação, buscando atingir 4% do PIB e
planejamento pactuado até 2026.(OCDE, 2016)

Possui um Ministério voltado à coordenação das políticas de Educação e Pesquisa e outro voltado a políticas industriais e de inovação, que atuam conjuntamente para
viabilizar as ações previstas no planejamento de longo prazo definido pela Lei. Possui um conselho nacional de inovação presidido pelo Primeiro Ministro focado na análise
dos resultados e busca de soluções para o Sistema. (OCDE, 2016)

Estados Unidos

Os Estados Unidos possuem a mais avançada estrutura de ciência e tecnologia do mundo, permitindo que suas empresas atuem na vanguarda do processo inovativo a
décadas. Contudo, dados da OCDE demonstram que o país tem perdido essa liderança ao longo dos anos, com redução do número de patentes geradas por ano, apesar de
ainda possuírem as principais instituições científicas e empresas de tecnologias do Globo.(OCDE, 2016)

Sua política pública nacional de ciência tecnologia e inovação é voltada para geração de empregos, buscando desenvolvimento de cadeias produtivas e empresas
competitivas e destacadas em tendências para o futuro. Criou, em 2011, o America Invents Act, uma “Lei de Invenção da América” (tradução nossa) que reestruturou o
sistema de patentes para maior agilidade no processo de análise. O país possui um Escritório de Patentes e Marcas (USPTO), que tem atuado para melhorar a compreensão
dos empresários sobre as vantagens do registro de suas inovações.(OCDE, 2016)

O Escritório de Gestão e Orçamento busca priorizar o investimento em inovação, inclusive para pesquisadores no exterior. A National Sciense Foundation (NSF) possui
papel de promover a inovação através do financiamento e avaliação das pesquisas. Outro instrumento importante no Sistema Nacional de Inovação é a Strategy for
American Innovation, um programa federal que coordena as agendas de pesquisa nas instituições, alinhando com as estratégias nacionais de desenvolvimento. (OCDE,
2016)

Reino Unido

O Reino Unido possui um sistema de Ciência, Tecnologia e Inovação com bom financiamento e participação das empresas, apesar das incertezas promovidas pelo processo
do Brexit. Em 2015, instituiu um plano de produtividade que estrutura uma agenda política para impulsionar a sua economia, através do plano de concorrência, focado no
investimento em tecnologia e na promoção da inovação. (OCDE, 2016)

Essa estratégia é complementada com a inclusão das agências públicas de financiamento de pesquisas e apoio a parcerias universidades-empresas. Essas ações promovem o
investimento público em inovação. (OCDE, 2016)

Desde 2014, o sistema nacional passa por reformas por melhorias na sua governança, baseado principalmente numa estratégia nacional de avaliação, que aumenta a
capacidade de análise dos impactos obtidos com os investimentos. A UK Resarch Excellente Framework tem como um dos objetivos compreender os impactos
socioeconômicos. Além disso, foi proposto uma reorganização da estrutura de governança com o objetivo de reduzir a duplicidade de esforços, com a criação de um novo
departamento não governamental (UK Resarch and Innovation) que reuniu 7 conselhos e as funções anteriormente realizadas pelo Conselho de Financiamento da Educação
Superior da Inglaterra.(OCDE, 2016)

Holanda

A Holanda, apesar de ter iniciado um processo de recuperação econômica desde a crise mundial, não tem conseguido fomentar a produtividade em sua economia. Sua
principal estratégia de retomada se baseia no fortalecimento do investimento em inovação, com a definição de setores estratégicos em sua política industrial.(OCDE, 2016)

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O Ministério da Educação, Cultura e Ciência atua como principal ator na liderança do sistema nacional e, juntamente com o Ministério da Economia, e coordena ações
transversais dentro do governo para inclusão da agenda da inovação nas diferentes políticas públicas nacionais, além de influenciar diretamente as pautas das parcerias
voltadas a transferência de tecnologia. (OCDE, 2016)

Dinamarca

A Dinamarca é uma das principais economias europeias, com forte inovação nas empresas e um setor de energia renovável desenvolvido, mas com baixo nível de
produtividade quando comparado com demais países da OCDE. (OCDE, 2016)

Em 2014, a Dinamarca possuía um investimento público maior do que a média da OCDE, de 3% do PIB, com boa infraestrutura tecnológica. Contudo, em 2015 esse
investimento foi reduzido de forma significativa pelo governo, chegando a 1,01% do PIB. (OCDE, 2016)

Sua agenda de inovação está concentrada em 27 iniciativas focadas em pesquisa, inovação e educação, baseadas em um documento intitulado “ The Innovation Strategy:
Denmark A Nation of Solutions” que estabelecia uma agenda para o período de 2012 a 2020, enfatizando um desenvolvimento das abordagens educacionais e melhoria do
acesso ao conhecimento. Posteriormente, uma política complementar intitulada “Growth and development in the whole of Denmark” reunia uma série de iniciativas voltadas
à transferência de tecnologia e compartilhamento de conhecimento.(OCDE, 2016)

Em uma ação similar a realizada pelo Reino Unido, foi criado pela Dinamarca uma fusão da Fundação Nacional de Tecnologia, o Conselho Dinarmarques de Tecnologia e
Inovação e o Conselho Dinamarquês de Pesquisa Estratégica na Fundação Dinamarquesa de Inovação (Innovation Funding) com a função de promover projetos inovadores
nas principais cadeias de valor.(OCDE, 2016)

Outra mudança na governança foi a criação de um novo modelo de parceria universidade-empresa-setor público, intitulado InnoBooster, substituindo o antigo sistema de
vouchers. O Ministério do Ensino Superior e Ciência lidera o sistema nacional, com apoio de um conselho de pesquisa que passou, em 2014, a coordenar as ações voltadas à
promoção da inovação.(OCDE, 2016)

Finlândia

Dentre os países pesquisados, a Finlândia teve maior dificuldade para se recuperar em relação à crise econômica mundial, com perda de competitividade no setor industrial e
redefinição da sua economia, em especial com as mudanças vindas do setor de eletrônicos.

A economia é dominada por alta e média-alta tecnologia e ainda tem uma forte especialização em TIC, indústrias de madeira e papel, metal-máquinas e metais básicos.

Embora o sistema finlandês de CTI tenha um desempenho bastante bom para os padrões da OCDE (alto investimento em capital humano e educação), os indicadores
socioeconômicos como desigualdade, desemprego e produtividade estagnam ou refletem uma tendência de baixa. A produtividade do trabalho está abaixo da média da
OCDE e estagnou desde 2013. As exportações continuam fracas devido à erosão da competitividade e à desaceleração da economia russa. Os bens de alta tecnologia, como
participação no total das exportações, caíram de 23% em 2005 para 6% no início de 2016.

O governo está atualmente implementando uma agenda de austeridade, com a intenção de nivelar o rácio PIB / dívida, e os cortes no orçamento também afetam as despesas
com I&D e inovação. O Programa Estratégico de Governo do Primeiro-Ministro foi lançado em 2015 com base em cinco prioridades estratégicas: i) Emprego e
Competitividade; ii) conhecimento e educação; iii) bem-estar e saúde; iv) bioeconomia e tecnologias limpas; ev) digitalização, experimentação e desregulamentação.

Uma nova legislação em matéria de contratos públicos será adotada em 2016 para considerar melhor os aspetos de inovação e ambiente nas agendas de contratos públicos.
Esta revisão é baseada nas Diretivas de Contratos Públicos da UE. Além disso, o governo pretende aumentar sua atuação em Ciência Aberta e a disponibilização de
informações. O Open Science and Research Roadmap foi lançado em 2014 com base na Open Science and Research Initiative (ATT). O diálogo em ciência e pesquisa será
promovido por meio de quatro sub-objetivos, a saber: i) reforçar a natureza intrínseca da ciência e da pesquisa; ii) fortalecer a experiência relacionada à abertura; iii) garantir
uma base estável para o processo de pesquisa e iv) aumentar o impacto social da pesquisa. Em setembro de 2013, o governo finlandês adotou uma Resolução sobre a
Reforma Abrangente dos Institutos de Pesquisa do Estado e do Financiamento da Pesquisa, que se concentra na construção de pesquisas multidisciplinares de alto nível de
relevância social significativa e pesquisas para apoiar a tomada de decisões do governo. A resolução cobre a reorganização dos PRIs, a realocação de parte do financiamento
público de pesquisa para financiamento competitivo de pesquisa e a criação de um novo instrumento estratégico de financiamento de pesquisa dentro da Academia da
Finlândia para apoiar pesquisas de longo prazo sobre os desafios que a sociedade finlandesa enfrenta.

Os resultados obtidos na pesquisa podem ser encontrados no Quadro 1.

Quadro 1: Comparativo dos países líderes em inovação

País Score Descrição

Suíça 66,08 Federalista

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Não possui estrutura específica para a temática no governo.


Possui legislação que garante investimento público de 3% do PIB
Não possui instituição para avaliação.

62,47 Centralizado
Possui uma estrutura específica.
Suécia
Legislação: investimento 4% do PIB
Não possui instituição para avaliação.

60,56 Centralizado
Não possui estrutura específica
Estados Unidos da América
Não possui lei para investimento público
Possui instituição voltada a avaliação

59,78 Centralizado
Possui uma estrutura específica
Reino Unido
Não possui lei para investimento público
Possui instituição voltada à avaliação

58,76 Centralizado
Não possui uma estrutura específica
Países Baixos
Não possui lei para investimento público
Não possui instituição voltada à avaliação

57,53 Centralizado
Não possui uma estrutura específica
Dinamarca
Não possui lei para investimento público
Não possui instituição voltada à avaliação

Finlândia 57,02

Fonte: Elaboração Própria, com base na OCDE (2020).

CONCLUSÃO

A discussão sobre a existência de Ministérios, como o debate sobre a quantidade de Ministérios A discussão sobre a existência de Ministérios, como o debate sobre a
quantidade de Ministérios existentes no país, é supervalorizada. Na gestão pública, a criação de uma instituição está diretamente ligada a uma proposta de desenho da
governança das políticas públicas que viabilizem a resolução do(s) problema(s) priorizado(s). Dessa forma, uma série de políticas foram, ao longo da história, bem
sucedidas, nem relação com a existência ou não de Ministérios, mas com um ponto em comum: um investimento significativo pelos atores, públicos e privados, na
estruturação de seu sistema público.

Para a escolha mais específica do Ministério, deve ser analisada sob a perspectiva da maturidade das políticas públicas. Caso a política seja ainda iniciante na sua
formulação, com discussões na sociedade e nos fóruns públicos, sua existência é prematura, pois não terá instrumentos para viabilizar suas ações. Por outro lado, caso a
institucionalização do Sistema esteja consolidada, a existência desse órgão governamental se torna desnecessário, pois as políticas passaram a assumir uma característica de
política de Estado.

A maior parte dos países pesquisados que não apresentaram estrutura de governo voltada especificamente para liderança do Sistema Nacional de Ciência, Tecnologia e
Inovação, tinham essa política unificada com a temática da Educação. Este modelo organizacional tende a promover uma maior interação entre o órgão e as instituições de
ensino superior.

Uma das estratégias adotadas que se destacaram, realizadas pela Inglaterra e Dinamarca, buscou reunir instituições em uma única estrutura, buscando maior eficiência ao
sistema. Essa medida pode ser melhor observada no caso brasileiro, uma vez que a quantidade de instituições, quando excessiva, tende a gerar duplicidades de esforços e
ações descoordenadas.

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PERSPECTIVAS FUTURAS

O tema da governança ainda demanda diversos estudos para que possa amadurecer um modelo ao contexto da C&T&I brasileira. Compreender as estruturas de governo, em
seus diversos desenhos institucionais, e seus impactos nos resultados das políticas públicas demanda um envolvimento de diversos especialistas e equipes de pesquisa para
consolidação de uma proposta ao Sistema Nacional de C&T&I.

A análise comparativa, por sua vez, se demonstra um instrumento importante na estruturação de um instrumento de análise, pois permite visualizar os principais
componentes existentes nas políticas bem sucedidas. Um dos trabalhos que podem ser realizados, como forma de complemento ao estudo apresentado neste artigo, envolve
comparar novas segmentações de países, como por exemplo: países latinoamericanos como forma de visualizar as sinergias institucionais no capitalismo ibérico; maiores
países em dimensão geográfica e populacional, para compreender as opções relacionadas a escala da política; países com posicionamento próximo ao brasileiro no ranking
para identificar desafios comuns; entre outras.

REFERÊNCIAS

ARAÚJO, V. C. A conceituação de governabilidade e governança, da sua relação entre si e com o conjunto da reforma do Estado e do seu aparelho. Texto para Discussão
ENAP. Brasília: ENAP, 2002.

ANPEI, Manifesto ANPEI – Pelo Retorno do MCTI. 23 de Novembro de 2018. Acesso em 07 do 04 de 2021. Disponível em: https://anpei.org.br/manifesto-anpei-pelo-
retorno-do-mcti/

DALLABRIDA, Valdir Roque. Governança Territorial. In: BOULLOSA, Rosana de Freitas (org.). Dicionário para a formação em gestão social. Salvador: CIAGS/UFBA,
2014. p. 91-94.

GIL, Antonio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2008.

KOSCHATZKY, K; KROLL, H. Multi-level governance in regional innovation systems.Ekonomiaz n. 70, 1º quadrimestre, 2009.

MALERBA, F., McKelvey, M. Knowledge-intensive innovative entrepreneurship integrating Schumpeter, evolutionary economics, and innovation systems. Small Bus
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MALERBA, F. Sectoral systems of innovation and production CESPRI, Bocconi University, Milão, Italy Research Policy nº 31, 2002

OCDE. Global Inoovation Index. Acesso em 28 de Março. Disponível em: https://www.globalinnovationindex.org/Home

OCDE, Governance of Innovation Systems: case of Studies in Innovation Policy, 2005.

RADAELLI, Vanderleia, AVELLAR, Ana Paula Macedo de; Governança das Políticas de Inovação no Brasi1. 17º Seminário sobre a Economia Mineira, Dimantina, MG,
2017. Acesso em 08 de Abril de 2021. Disponível em: https://diamantina.cedeplar.ufmg.br/portal/download/diamantina-2016/264-452-1-
RV_2016_10_09_00_35_13_033.pdf

BRASIL. Lei Nº 10.973, de 2 de Dezembro de 2004: Dispõe sobre incentivos à inovação e à pesquisa científica e tecnológica no ambiente produtivo e dá outras
providências. Brasília, DF, Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2004/lei/l10.973.htm. Acesso em: 10 mar. 2021.

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