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Regina Mambeli Barros

PREVISÃO DE ENCHENTES PARA O PLANO


DIRETOR DE DRENAGEM URBANA DE SÃO
CARLOS (PDDUSC) NA BACIA ESCOLA DO
CÓRREGO DO GREGÓRIO

Tese apresentada à Escola de


Engenharia de São Carlos da
Universidade de São Paulo, como
parte dos requisitos para obtenção
do Título de Doutor em
Hidráulica e Saneamento.

Orientador: Prof. Dr. Edson Cézar Wendland

São Carlos
2005
“[...]Eu sou o pão da vida: aquele que vem a
mim não terá fome e aquele que crê em mim
jamais terá sede[...]Esta é a vontade de meu
Pai que me enviou: que todo aquele que vê o
Filho e nele crê, tenha a vida eterna; e eu o
ressuscitarei no último dia.”
João 6: 35-40

“Eu sou o caminho, a verdade e a vida;


ninguém vem ao Pai senão por mim.”
João 14: 6
Dedicatória

Dedico este trabalho aos meus pais José Dimas de Barros e Neuza
Mambeli Barros, exemplo de caráter, perseverança, dignidade e
honestidade, sem os quais eu não chegaria aqui. A eles obrigada pelo
amor, dedicação e exemplo de uma vida inteira. Orgulho-me de ser sua
filha. Ao meu irmão Maurício César de Mambeli Barros pelo grande
exemplo, incentivo e apoio especialmente no início desta jornada.

Dedico ao meu marido Ricardo Ferreira Ramos, grande exemplo de


caráter, dignidade, honestidade, dedicação e bondade, a quem agradeço
pelo grande amor, apoio, companheirismo e incentivo em todos os
momentos durante a realização deste trabalho. Orgulho-me de ser sua
esposa.

Ao meu avô José Mambeli (in memorian), um engenheiro nato. E ao meu


avô Ney de Barros (in memorian) que, pela sua simpatia, cativava a todos
indistintamente.
Agradecimentos

Agradeço a DEUS por ter me dado força, perseverança em todos os momentos


durante a concretização deste trabalho e à Nossa Senhora Aparecida pelas graças e
proteção.
Aos meus amados pais José Dimas de Barros e Neuza de Mambeli Barros (mãe
e melhor amiga) que investiram uma vida inteira no amor e educação da família, com
seus dignos exemplos de inteligência, caráter e honestidade dos quais eu me orgulho de
ser filha. Agradeço todo o apoio e compreensão de minha ausência.
Ao meu grande amor e marido Ricardo Ferreira Ramos, que desde o início deste
trabalho foi meu companheiro. Seu exemplo de amor, inteligência, dignidade,
honestidade e dedicação me incentivam a cada dia. Orgulho-me de ser sua esposa.
Ao meu amado irmão Maurício César Mambeli Barros e sua esposa Ana Paula
da Costa Liendo Barros dos quais fiquei muito ausente, obrigada pela compreensão.
Ao Prof. Dr. Fazal Hussain Chaudhry pela orientação, amizade e apoio em todos
os momentos, ao Prof. Dr. José Roberto Campos, Prof. Dra. Ruth de Gouvêa Duarte e
Prof. Dr. Eduardo Cleto Pires pelo grande apoio e amizade nos momentos mais difíceis.
Ao Prof. Dr. Edson Cézar Wendland, não somente pela excelente orientação como pelo
grande apoio e amizade quando necessário.
Ao Prof. Dr. Eduardo Mário Mendiondo pela orientação, incentivo na
realização, divulgação e aprimoramento deste trabalho. Ao Prof. Rodrigo de Melo Porto
e Prof. Dr. Ademir Paceli Barbassa pelas orientações e aos Prof. Luiza Fernanda dos
Reis e Prof. Antônio Marozzi Righetto pela amizade.
Ao engenheiro Flávio Michelloni, pela grande disposição sempre em ajudar e
fornecer informações. Ao admirável Dr. José Bernardo Ortiz, ao engenheiro Wladimir,
engenheira Soraia e adm. Virgílio, do DAEE, também pela grande amizade e disposição
sempre em fornecer informações e participação nos eventos do NIBH.
À CAPES pelos recursos (bolsa de Doutoramento) e ao FINEP/FNDCT/CT-
HIDRO, pelo projeto do edital GURH 03/2002, convênio FIPAI 01.02.0086.00, da
EESC/USP e DAEE/SP. Ao Chefe da Defesa Civil de São Carlos, Sr. Pedro Caballero,
e a todos os comerciantes da região do Mercado Municipal de São Carlos, pela ajuda em
episódios de enchentes urbanas.
Aos amigos Dr. Mário Kataoka Filho, Dr. Mário César Ricci e Dr. Márcio
Estéfano, pelo incentivo à carreira acadêmica.
A minha querida madrinha Tereza Mambeli de Mendonça (“Tia Nina”) e
querido padrinho Argemiro Mário de Mendonça Filho (“Tio Meirinho”), pelo amor e
ajuda para realização deste sonho. Aos meus primos queridos Rodrigo Mambeli de
Mendonça e Erick Mambeli de Mendonça.
Aos meus sogros Sr. João e Sra. Nilza e aos meus cunhados Silmara, Sandra,
João Luiz, Vagner, Mauri, Fabiana. Aos meus sobrinhos Caio, Réa, Júnior, Felipe,
Carolina e Camila.
A amiga Erica O. Valente pelo apoio e incentivo em todos os momentos.
Aos meus amigos Andréa Monteiro Lira, Fernando das Graças Braga e Silva,
José Alamy Filho, Alexandre Keppler, Adelena, Liliane, Caco, Peter Cheung, Telma,
Melissa Graciosa, José Anderson e José Eduardo Quaresma e todos os amigos do
Laboratório de Simulação. A amiga Karla de Andrade e Silva.
A todos os amigos do NIBH, especialmente, Cid Martiolli e Rafael, agradeço a
ajuda, bem como aos amigos Julian Righetto, Paulino, Arã, Feliph, Rubens, Fred,
Heloisa, Tatiane, Elisânia e Renata.
Às queridas amigas do Departamento de Hidráulica e Saneamento Pavi, Sá e
Rose e Flávia, bem como a todos os amigos do Laboratório de Hidráulica Edson
Musetti e a todos os amigos funcionários, Valderez, Márcia, Cecília, Valdecir, André,
entre outros, sem os quais não haveria estrutura para realização dos trabalhos. Às
queridas amigas da Biblioteca central pelo auxílio sempre que necessário, especialmente
Eleninha.
A todos meus amigos, especialmente, Dona Ângela, Seu Salvador, Rossano,
Vinícius, Mateus e toda família “Italiano”, Andréa Elisabeth Juste, Robson Nelson da
Silva, Cassiano, Aninha, Luciano Maldonado, Valentim, Lúcia Helena, Júlio, Kelen e
Reynaldo, obrigada pela amizade.
“Previsão de Enchentes para o Plano Diretor de Drenagem Urbana de São Carlos (PDDUSC) na Bacia Escola do Córrego
do Gregório” Regina Mambeli Barros (SHS-EESC/USP)
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RESUMO

BARROS, R. M. (2005). “Previsão de Enchentes para o Plano Diretor de Drenagem


Urbana de São Carlos (PDDUSC) na Bacia Escola do Córrego do Gregório”. Tese
(Doutorado) - Escola de Engenharia de São Carlos, Universidade de São Paulo, São
Carlos, 2005.

O mapeamento de inundações tem sido objeto de estudo para o desenvolvimento


de Planos Diretores (PD). Desde 2002, a Prefeitura Municipal de São Carlos-SP
(PMSC) desenvolve seu PD com diretrizes para prevenção e controle de enchentes. No
entanto, o cenário atual é o de execução de obras estruturais anti-enchentes, onerosas e
de soluções pontuais. Pela ausência de planejamento prévio da urbanização em áreas de
risco, a região do Mercado Municipal de São Carlos (MMSC) é a principal atingida
pelas enchentes na várzea do Córrego do Gregório. Este estudo provê elementos à
tomada de decisão no PD através de medidas estruturais e não-estruturais como o
mapeamento de enchentes. Foram inventariados os eventos críticos que produziram
inundações próximo ao MMSC, via entrevista à população da várzea. Para essas datas e
para chuvas de projeto, foram simulados os escoamentos com transformação chuva-
vazão integrada e propagação simples através de um modelo concentrado IPHS-1 e um
modelo distribuído HIDRORAS, cujos resultados foram comparados. Os dados de
entrada foram calibrados usando dados monitorados. As incertezas inerentes aos
modelos foram identificadas. Os eventos simulados oferecem importantes subsídios
para o mapeamento de inundações, a discutir na agenda do PD da Cidade. Foram
estudadas medidas estruturais de controle de inundação, consistindo em um “piscinão”
sem necessidade de escavação, e não-estruturais, como o acréscimo de áreas de
infiltração. Concluiu-se que, para bacias urbanas, como a bacia do córrego do Gregório,
as alterações nos padrões de fluxo de escoamento devido às vias urbanas são mais bem
representadas pelo modelo distribuído HIDRORAS, apesar de se reservar uma parcela
de incertezas quanto a este modelo, como a atribuição de valores ao parâmetro da
condutividade hidráulica saturada.
Palavras-chave: modelo distribuído, modelo concentrado, mapeamento de
enchentes, bacias urbanas, plano diretor, São Carlos.
“Previsão de Enchentes para o Plano Diretor de Drenagem Urbana de São Carlos (PDDUSC) na Bacia Escola do Córrego
do Gregório” Regina Mambeli Barros (SHS-EESC/USP)
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ABSTRACT

BARROS, R. M. (2005). “Flood Prediction at Córrego do Gregório Watershed for São


Carlos Urban Drainage Master Plan (PDDUSC)”. Doctoral Thesis - Escola de
Engenharia de São Carlos, Universidade de São Paulo, São Carlos, 2005.

Since 2002, the Municipality of São Carlos, SP, Brazil (PMSC) is developing a
Master Plan, thereby pursuing the guidelines for flood preventing and controlling.
However, the present scenario shows expensive, on-site anti-flood works in São Carlos.
Due to the absence of previous watershed planning, the area around the Municipality
Market (MMSC) is continuously threatened by overspilling inundation events in the
floodplain of the Gregorio River. Aim of this work is to provide supporting information
to decision-making in the Master Plan using structural and nonstructural measures, as
flood zoning of risk-prone areas. Critical flood events that produced inundation at
MMSC were identified interviewing inhabitants living in these urban risk-areas. Those
critical events were simulated with runoff-stormflow transformation and wave routing
by the concentrated model IPHS-1 and the distributed model HIDRORAS, which
results were compared. Input data were calibrated from monitored flood events.
Uncertainties inherent to each model were identified. Results depict initial yardsticks for
flood mapping to be included in the Master Plan agenda. Structural measures of
flooding control, consisting in a retention basin without excavation, and non-structural
measures, as increase of the infiltration area, were investigated. It came out that for
urban watersheds as the Gregório basin, changes in the flow patterns due to urban paths
are better represented by the distributed model HIDRORAS. However, a portion of
uncertainties for this model, like the influence of soil’s saturated hydraulic conductivity
still remain.
Keywords: distributed model, concentrated model, flooding mapping, urban watershed,
master plan, São Carlos,SP.
“Previsão de Enchentes para o Plano Diretor de Drenagem Urbana de São Carlos (PDDUSC) na Bacia Escola do Córrego
do Gregório” Regina Mambeli Barros (SHS-EESC/USP)
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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Trabalhos de Canalização do Córrego do Gregório sobre a atual Rua 15


Geminiano Costa em 197_. Fonte: PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO
CARLOS (2002).
Figura 2 – Trabalhos de Canalização do Córrego do Gregório sobre a atual Rua 16
Geminiano Costa em 197_. Fonte: PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO
CARLOS (2002).
Figura 3 – Trabalhos de Canalização do Córrego do Gregório na Baixada do 16
Mercado Municipal em 197_. Fonte: PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO
CARLOS (2002).
Figura 4 – Trabalhos de Canalização do Córrego do Gregório na Baixada do 16
Mercado Municipal em 197_. Fonte: PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO
CARLOS (2002).
Figura 5 –Enchente no Córrego do Gregório na Baixada do Mercado Municipal 17
em 197_. Fonte: PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO CARLOS (2002).
Figura 6 –Construção da atual “Av. do Sesc” às margens do Córrego do 17
Gregório em 197_. Fonte: PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO CARLOS
(2002).
Figura 7 – Obras recentes contra enchentes na região do Mercado Municipal: 18
Padaria Caiçara. Fonte: PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO CARLOS
(2003).
Figura 8 – Obras recentes contra enchentes na região do Mercado Municipal: 18
interior da seção. Fonte: PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO CARLOS
(2003).
Figura 9 – Obras recentes contra enchentes na região do Mercado Municipal: 18
fechamento da seção. Fonte: PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO CARLOS
(2003).
Figura 10- Hidrogramas resultantes sobre toda a bacia do Gregório, na seção do 21
Mercado Municipal para TR de 50 anos. Fonte: QUEIROZ (1996).
Figura 11 - 11a) Hidrogramas calculados para a seção do Mercado Municipal, 22
com TR=25 anos;11b) Hidrogramas calculados para a seção do Mercado
Municipal, com TR = 50 anos. Fonte: LIRA & PORTO (2003).
Figura 12 – Proposta de Macrozoneamento. Fonte: PREFEITURA 24
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MUNICIPAL DE SÃO CARLOS (2003 c).


Figura 13 – Eixos de Expansão Propostos. Fonte: PREFEITURA MUNICIPAL 27
DE SÃO CARLOS (2003 c).
Figura 14 - Discretização da bacia do Monjolinho e localização das estações 34
futuras e atuais, estas com indicadores numéricos sublinhados, para coleta dos
dados hidrológicos e de qualidade de água. Fonte : SILVA et al. (2003).
Figura 15- Componentes de CT&I. Fonte: MENDIONDO (2002) 35
Figura 16- Resultados com I0, Ib, h (médios), tc=f(L,IMP) e ks=f(L,S,IMP). 41
Fonte: GERMANO et al. (2001).
Figura 17- Hidrograma triangular. Fonte: RIGUETTO (1998). 42
Figura 18- Relação entre Evapotranspiração potencial e umidade do solo; (b) 49
reservatório de perdas por interceptação e depressões no solo. Fonte: TUCCI
(1998).
Figura 19- Infiltração e percolação na camada superior do solo. Fonte: TUCCI 50
(1998).
Figura 20- Funções das equações de balanço, infiltração e percolação. Fonte: 51
TUCCI (1998).
Figura 21 – Condições existentes na definição do algoritmo IPH II. Fonte: 51
TUCCI (1998).
Figura 22 – Características do histograma tempo-área. Fonte: TUCCI (1998). 54
Figura 23 – O modelo Clark. Fonte: TUCCI (1998). 54
Figura 24 – Variação de ks. Fonte: TUCCI (1998). 56
Figura 25- Variação dos parâmetros. Fonte: TUCCI (1998). 61
Figura 26- Curvas de precisão numérica do Modelo Muskingun-Cunge. Fonte: 64
JONES apud TUCCI (1998).
Figura 27 – Representação gráfica do balanço hídrico em cada célula do 65
modelo. Fonte: SILVA (2003).
Figura 28 – Área de Contribuição para célula inicial de canal fictício. Fonte: 72
SILVA (2003).
Figura 29 - Infiltração para chuva de 50mm na bacia do Mineirinho, Campus 2, 79
USP-São Carlos. Fonte: BENINI et al. (2003).
Figura 30 – Estrutura básica da metodologia utilizada no SIG. Fonte: 82
CAMPANA & TUCCI (2000).
“Previsão de Enchentes para o Plano Diretor de Drenagem Urbana de São Carlos (PDDUSC) na Bacia Escola do Córrego
do Gregório” Regina Mambeli Barros (SHS-EESC/USP)
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Figura 31- Variação do coeficiente de escoamento superficial Cr, com a 83


urbanização. Fonte: SILVEIRA (2000).
Figura 32 - Simulação de dois eventos de inundação na Bacia Hidrográfica de 91
Lein com um período de retorno de 3 anos aproximadamente para condições
atuais e um cenário de urbanização (acréscimo de 50% na área impermeável);
(a) evento de precipitação convectivo, (b) evento de precipitação advectivo.
Fonte: BRONSTERT et al. (1998) (Modificado).
Figura 33 - Ampliação do alagamento na rua Caruaru, com a ocupação 93
desordenada da encosta. Fonte: MAGALHÃES et al. (2003).
Figura 34 - “Piscinão” Mauá. Fonte: DEPARTAMENTO DE ÁGUAS E 100
ENERGIA ELÉTRICA DE SÃO PAULO (2003).
Figura 35 - Perfil longitudinal da bacia do Pirajussara. Fonte: 101
DEPARTAMENTO DE ÁGUAS E ENERGIA ELÉTRICA DE SÃO PAULO
(2003).
Figura 36 – Classificação de área urbana na bacia do Pirajuçara. Fonte: 101
DEPARTAMENTO DE ÁGUAS E ENERGIA ELÉTRICA DE SÃO PAULO
(2003).
Figura 37 – Condições de Infra-Estrutura da Área Urbana. Fonte: 107
PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO CARLOS (2002).
Figura 38 - Pedologia do Município de São Carlos. Fonte: PREFEITURA 108
MUNICIPAL DE SÃO CARLOS (2002).
Figura 39 – Valores do coeficiente de rugosidade de Manning como indicativo 110
do sistema de drenagem. Fonte: SILVA (2003).
Figura 40-Vista da inundação do Gregório em 10/02/2002 na região do MMSC; 112
à esquerda, a “Padaria Caiçara”. Foto: Pedro Caballero, Defesa Civil de São
Carlos, SP
Figura 41 – MNT da sub-bacia do Córrego do Gregório, “MNT-1”. 113
Figura 42 – MNT da área inundável da sub-bacia do Córrego do Gregório 114
“MNT-2”.
Figura 43 – MNT da área inundável da sub-bacia do Córrego do Gregório 114
“MNT-2” com as quadras (Coordenadas UTM).
Figura 44 – Estação E4 após um evento chuvoso. Fonte: Experimento...(2003). 115
Figura 45 – Estação E5 após um evento chuvoso. Fonte: Experimento...(2003). 116
“Previsão de Enchentes para o Plano Diretor de Drenagem Urbana de São Carlos (PDDUSC) na Bacia Escola do Córrego
do Gregório” Regina Mambeli Barros (SHS-EESC/USP)
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Figura 46a- Curva-chave para seção de controle E5, montante do MMSC, na 119
bacia do Gregório (extrapolação pelo Método de Stevens).
Figura 46b- Curva-chave para seção de controle E5, montante do MMSC, na 119
bacia do Gregório (extrapolação pelo Método de VxA).
Figura 47a - Curva-chave para seção de controle próxima ao MMSC aferida por 120
MACHADO (1981) e extrapolada neste estudo pelo Método de Manning.
Figura 47b- Curva-chave para seção de controle próxima ao MMSC aferida por 120
MACHADO (1981) e extrapolada neste estudo pelo Método de Stevens.
Figura 48: a (esquerda)- Precipitação utilizada para calibração (06/02/00) e b 121
(direita)- Comparação entre Hidrogramas Observado (SILVA, 2003) e
Simulado, para evento em 06/02/2000.
Figura 49: a (esquerda)- Precipitação utilizada para calibração (26/01/00) e b 122
(direita)- Comparação entre Hidrogramas Observado (SILVA, 2003) e
Simulado, para evento em 26/01/2000.
Figura 50: a (esquerda)- Precipitação utilizada para calibração (06/02/00) e b 122
(direita)- Comparação entre Hidrogramas Observado (SILVA, 2003) e
Simulado, para evento em 06/02/2000.
Figura 51: a (esquerda)- Precipitação utilizada para calibração (11/02/00) e b 122
(direita)- Comparação entre Hidrogramas Observado (SILVA, 2003) e
Simulado, para evento em 11/02/2000.
Figura 52 - Imagem da CLASS 1 proposta para simulação com o modelo 126
distribuído.
Figura 53- Imagem da CLASS 2 proposta para simulação com o modelo 127
distribuído.
Figura 54- Imagem da CLASS 3 proposta para simulação com o modelo 127
distribuído.
Figura 55- Imagem da CLASS 4 proposta para simulação com o modelo 128
distribuído.
Figura 56- Imagem da CLASS 5 proposta para simulação com o modelo 128
distribuído.
Figura 57a- Sub-bacia do Córrego do Gregório. Fonte: CDCC/USP (2002) 130
Figura 57b – Discretização da bacia do Córrego do Gregório, enfatizando a 130
região de MMSC.
“Previsão de Enchentes para o Plano Diretor de Drenagem Urbana de São Carlos (PDDUSC) na Bacia Escola do Córrego
do Gregório” Regina Mambeli Barros (SHS-EESC/USP)
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Figura 58 - Gráfico Cota-Volume para um Reservatório no Córrego do 134


Gregório construído a partir de escavação.
Figura 59 - Gráfico Cota-Volume para um Reservatório no Córrego do 134
Gregório construído a partir do aproveitamento da topografia.
Figura 60 - Arquivo raster da condutividade hidráulica saturada. 136
Figura 61 - Arquivo de imagem do sistema viário. Fonte: SILVA (2003) 136
Figura 62 - Arquivo raster da rede de drenagem com pontos E5 e MMSC. 137
Fonte: SILVA (2003).
Figura 63 - Simulações (CLASS 4-Sem Medidas) duração da chuva de 30 min. 150
(esquerda) e 60 min (direita), para diferentes tempo de retorno, na bacia do
Gregório nos postos de controle: E4 (superior), E5 (segundo), MMSC frente à
“Padaria Caiçara” (terceiro) e na junção entre o Gregório e o Simeão (inferior).
60 min).
Figura 64 - Simulações (CLASS 5-Sem Medidas) duração da chuva de 30 min. 151
(esquerda) e 60 min (direita), para diferentes tempo de retorno, na bacia do
Gregório nos postos de controle: E4 (superior), E5 (segundo), MMSC frente à
“Padaria Caiçara”(terceiro) e na junção entre o Gregório e o Simeão (inferior).
Figura 65 - Simulações (CLASS 4- Medida 1) duração da chuva de 30 min. 157
(esquerda) e 60 min (direita), para diferentes tempo de retorno, na bacia do
Gregório nos postos de controle: E4 (superior), E5 (segundo), MMSC frente à
“Padaria Caiçara”(terceiro) e na junção entre o Gregório o e Simeão (inferior).
Figura 66 - Simulações (CLASS 5- Medida 1) duração da chuva de 30 min. 158
(esquerda) e 60 min (direita), para diferentes tempo de retorno, na bacia do
Gregório nos postos de controle: E4 (superior), E5 (segundo), MMSC frente à
“Padaria Caiçara”(terceiro) e na junção entre o Gregório e o Simeão (inferior).
Figura 67 - Simulações (CLASS 4- Medida 2) duração da chuva de 30 min. 161
(esquerda) e 60 min (direita), para diferentes tempo de retorno, na bacia do
Gregório nos postos de controle: E4 (superior), E5 (segundo), MMSC frente à
“Padaria Caiçara”(terceiro) e na junção entre o Gregório o e Simeão (inferior).
Figura 68 - Simulações (CLASS 5- Medida 2) duração da chuva de 30 min. 162
(esquerda) e 60 min (direita), para diferentes tempo de retorno, na bacia do
Gregório nos postos de controle: E4 (superior), E5 (segundo), MMSC frente à
“Padaria Caiçara”(terceiro) e na junção entre o Gregório e o Simeão (inferior).
“Previsão de Enchentes para o Plano Diretor de Drenagem Urbana de São Carlos (PDDUSC) na Bacia Escola do Córrego
do Gregório” Regina Mambeli Barros (SHS-EESC/USP)
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Figura 69 – Cotas de descarga (CLASS 4 –Sem Medidas) calculadas por 167


extrapolação pelo Método de Stevens na Curva-chave no MMSC (superior:
chuva de duração de 30 min; inferior: chuva de duração de 60 min).
Figura 70 – Cotas de descarga (CLASS 5-Sem Medidas) calculadas por 168
extrapolação pelo Método de Stevens na Curva-chave no MMSC (superior:
chuva de duração de 30 min; inferior: chuva de duração de 60 min).
Figura 71– Cotas de descarga (CLASS 4 –Medida 1) calculadas por 169
extrapolação pelo Método de Stevens na Curva-chave no MMSC (superior:
chuva de duração de 30 min; inferior: chuva de duração de 60 min).
Figura 72– Cotas de descarga (CLASS 5-Medida 1) calculadas por extrapolação 170
pelo Método de Stevens na Curva-chave no MMSC (superior: chuva de duração
de 30 min; inferior: chuva de duração de 60 min).
Figura 73– Cotas de descarga (CLASS 4 – Medida 2) calculadas por 171
extrapolação pelo Método de Stevens na Curva-chave no MMSC (superior:
chuva de duração de 30 min; inferior: chuva de duração de 60 min).
Figura 74– Cotas de descarga (CLASS 5-Medida 2) calculadas por extrapolação 172
pelo Método de Stevens na Curva-chave no MMSC (superior: chuva de duração
de 30 min; inferior: chuva de duração de 60 min).
Figura 75–Redução no Volume de inundação (CLASS 4) calculadas pelo 175
IPHS-1 no MMSC (superior: chuva de duração de 30 min; inferior: chuva de
duração de 60 min).
Figura 76–Redução no Volume de inundação (CLASS 5) calculadas pelo 176
IPHS-1 no MMSC (superior: chuva de duração de 30 min; inferior: chuva de
duração de 60 min).
Figura 77 – Área Inundada– Sem Medidas Estruturais em CLASS 4 e CLASS 5 178
(superior: chuva de 30 min; inferior: chuva de 60 min).
Figura 78 – Eficiência na Redução de Área Inundada (TR 50 anos e chuva com 179
duração de 60 min) de acordo com as Medidas Estruturais Simuladas.
Figura 79 – Imagem da drenagem oriunda de simulação com o Modelo 180
Distribuído.
Figura 80 – Calibração para o modelo distribuído evento de 06/02/00 – 181
esquerda: precipitação; direita: hidrogramas calculado e observado.
Figura 81 – Calibração para o modelo distribuído evento de 01/02/00 – 181
“Previsão de Enchentes para o Plano Diretor de Drenagem Urbana de São Carlos (PDDUSC) na Bacia Escola do Córrego
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esquerda: precipitação; direita: hidrogramas calculado e observado.


Figura 82 – Calibração para o modelo distribuído evento de 11/02/00 – 181
esquerda: precipitação; direita: hidrogramas calculado e observado.
Figura 83 – Validação para o modelo distribuído evento de 30/01/04– esquerda: 182
precipitação; direita: hidrogramas calculado e observado.
Figura 84 – Análise de sensibilidade para a condutividade hidráulica saturada – 183
Variação de 20 % (esquerda: chuva de 30 min; direita: chuva de 60 min).
Figura 85 – Análise de sensibilidade para a condutividade hidráulica saturada – 183
Variação de 100 % (esquerda: chuva de 30 min; direita: chuva de 60 min).
Figura 86 – Análise de sensibilidade para a condutividade hidráulica saturada – 184
distribuída x constante (esquerda: chuva de 30 min; direita: chuva de 60 min).
Figura 87 – Arquivo raster da condutividade hidráulica saturada COND 4. 184
Figura 88 – Análise de medida não-estrutural sugestão para PD com aumento 185
da condutividade hidráulica saturada e de áreas permeáveis (CLASS 6).
Figura 89 – Análise de sensibilidade para a rugosidade – Variação de 20% 186
(esquerda: chuva de 30 min; direita: chuva de 60 min).
Figura 90 – Vazão em E4(superior), E5 (segundo), MMSC (terceiro) e na 189
junção entre o Gregório e o Simeão canalizado (inferior) chuva com duração de
30 min (esquerda) e 60 min (direita) – Urbanização CLASS 4.
Figura 91 – Cotas de descarga CLASS 4 (método de extrapolação de Stevens) 190
para E5 (superior) e MMSC (inferior) – Chuva de duração de 30 min.
Figura 92– Cotas de descarga CLASS 4 (método de extrapolação de Stevens) 190
para E5 (superior) e MMSC (inferior) – Chuva de duração de 60 min.
Figura 93 – Vazão em E4(superior), E5 (segundo), MMSC (terceiro) e na 191
junção entre o Gregório e o Simeão canalizado (inferior) chuva com duração de
30 min (esquerda) e 60 min (direita) – Urbanização CLASS 5.
Figura 94 – Cotas de descarga CLASS 5 (método de extrapolação de Stevens) 192
para E5 (superior) e MMSC (inferior) – Chuva de duração de 30 min.
Figura 95– Cotas de descarga CLASS 5 (método de extrapolação de Stevens) 192
para E5 (superior) e MMSC (inferior) – Chuva de duração de 60 min.
Figura 96 – Área Inundada– Sem Medidas Estruturais em CLASS 4 e CLASS 5 201
– Crítico em MMSC (superior: chuva de 30 min; inferior: chuva de 60 min).
min).
“Previsão de Enchentes para o Plano Diretor de Drenagem Urbana de São Carlos (PDDUSC) na Bacia Escola do Córrego
do Gregório” Regina Mambeli Barros (SHS-EESC/USP)
x

Figura 97 – Área Inundada– Sem Medidas Estruturais em CLASS 4 e CLASS 5 202


– Crítico em E5 (superior: chuva de 30 min; inferior: chuva de 60 min).
Figura 98 – Área Inundada resultante de simulação com o modelo distribuído 203
60minTR50 para CLASS 5 (superior: planta; inferior: perspectiva).
“Previsão de Enchentes para o Plano Diretor de Drenagem Urbana de São Carlos (PDDUSC) na Bacia Escola do Córrego
do Gregório” Regina Mambeli Barros (SHS-EESC/USP)
xi

LISTA DE TABELAS
Tabela 1 – Proposta de Zoneamento – Coeficientes. Fonte: PREFEITURA 25
MUNICIPAL DE SÃO CARLOS (2003 a) – Modificado.
Tabela 2 – Resultados dos parâmetros ajustados. Fonte: GERMANO et. al 40
(2001).
Tabela 3- Valores dos parâmetros CN para diferentes tipos de ocupação 44
urbana Fonte: United States Department of Agriculture (1986).
Tabela 4- Correção dos valores de CN de acordo com a umidade 46
antecedente. Fonte: TUCCI (1996).
Tabela 5- Valores do parâmetro Rmax. Fonte: CRAWFORD & LINSLEY 57
apud TUCCI (1998).
Tabela 6 – Parâmetros da equação de Horton (FITCH et al apud TUCCI , 58
1998).
Tabela 7- Limites dos parâmetros do modelo IPH II. Fonte: 59
COLLISCHONN & TUCCI (2001).
Tabela 8 – Datas e horários de eventos de inundações críticas na MMSC 111
registradas pelo proprietário da “Padaria Caiçara”, bacia do Gregório, São
Carlos, SP
Tabela 9- Aferições de velocidade e altura do nível d’água. Fonte: SILVA 116
(2002)
Tabela 10 – Valores de Am e Pm para a seção natural em E5 (interior da 118
seção).
Tabela 11 – Valores de Am e Pm para a seção natural em E5 (com 118
extravasamento da seção).
Tabela 12– Valores de Am e Pm para a seção em MMSC. 118
Tabela 13 – Valores de CN para as cinco classificações 124
Tabela 14 – Valores de Área Impermeável (AINP) para as cinco 124
classificações
Tabela 15 - Categorização do solo de acordo com cada classificação. 126
Tabela 16 – Parâmetros das Bacias (BEs) para o modelo IPH II, adaptado 132
de SILVA (2003).
Tabela 17 – Característica para os trechos (T) ao modelo IPH II, conforme 133
Figura 48a e 49b.
Tabela 18 –Trechos Canalizados (TCs), afluentes ao Córrego do Gregório, 133
“Previsão de Enchentes para o Plano Diretor de Drenagem Urbana de São Carlos (PDDUSC) na Bacia Escola do Córrego
do Gregório” Regina Mambeli Barros (SHS-EESC/USP)
xii

conforme Figura 48a e 49b.


Tabela 19 – SEC – CLASS 1 – MEDIDA 1 143
Tabela 20 – SEC – CLASS 2 – MEDIDA 1 143
Tabela 21 – SEC – CLASS 3 – MEDIDA 1 143
Tabela 22 – SEC – CLASS 4 – MEDIDA 1 143
Tabela 23 – SEC – CLASS 5 – MEDIDA 1 143
Tabela 24 – SEC – CLASS 1 – MEDIDA 2 143
Tabela 25 – SEC – CLASS 2 – MEDIDA 2 144
Tabela 26 – SEC – CLASS 3 – MEDIDA 2 144
Tabela 27 – SEC – CLASS 4 – MEDIDA 2 144
Tabela 28 – SEC – CLASS 5 – MEDIDA 2 144
Tabela 29 – SEC – CLASS 1 – SEM MEDIDAS ESTRUTRURAIS 144
Tabela 30 – SEC – CLASS 2 – SEM MEDIDAS ESTRUTRURAIS 144
Tabela 31 – SEC – CLASS 3 – SEM MEDIDAS ESTRUTRURAIS 145
Tabela 32 – SEC – CLASS 4 – SEM MEDIDAS ESTRUTRURAIS 145
Tabela 33 – SEC – CLASS 5 – SEM MEDIDAS ESTRUTRURAIS 145
Tabela 34 – Picos de vazão para TR de 05 anos 146
Tabela 35 – Picos de vazão para TR de 15 anos 147
Tabela 36 – Picos de vazão para TR de 30 anos 148
Tabela 37 – Picos de vazão para TR de 50 anos 149
Tabela 38 – CLASS 4 Sem Medidas (Volumes calculados pelo IPHS-1). 152
Tabela 39 – CLASS 5 Sem Medidas (Volumes calculados pelo IPHS-1). 153
Tabela 40 – CLASS 5 -Medida 2 (Volumes calculados pelo IPHS-1). 163
Tabela 41 – Cotas para Mapeamento – Sem Medidas Estruturais 173
Tabela 42 – Área para cada valor de condutividade hidráulica COND 1 e 185
COND4
Tabela 43 – Picos de Vazão com o modelo distribuído para TR de 05 anos. 187
Tabela 44 – Picos de Vazão com o modelo distribuído para TR de 15 anos. 187
Tabela 45 – Picos de Vazão com o modelo distribuído para TR de 30 anos. 187
Tabela 46 – Picos de Vazão com o modelo distribuído para TR de 50 anos. 188
Tabela 47 – Cotas para Mapeamento com o modelo distribuído – Máximo 198
em MMSC.
Tabela 48 – Cotas para Mapeamento com máximo em E5 199
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xiii

Tabela 49 – Tabela de volumes de inundação calculados a partir dos 200


hidrogramas obtidos com o modelo distribuído.
Tabela 50 – Tabela de volumes escoados calculados a partir dos 200
hidrogramas obtidos com o modelo distribuído.
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xiv

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS


AEI Áreas de Especial Interesse
APA Área de Proteção Ambiental
CCV Coeficiente de Cobertura Vegetal
CN Curve Number (Número da Curva)
CO Coeficiente de Ocupação
COMDEMA Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente
COMDUSC Conselho Municipal de Desenvolvimento Urbano de São Carlos
CP Coeficiente de Permeabilidade
CT&I Ciência, Tecnologia e Inovação
DEP Departamento de Esgotos Pluviais
ETP Evapotranspiração Potencial
FLDA Fiber-optic Laser Doppler Anemomer
HEC Hydrologic Engineering Center
HTA Histograma Tempo-Área
HU Hidrograma Unitário
I-D-F Intensidade-Duração-Freqüência
MDT (≡MNT) Modelo Digital de Terreno
MMSC Mercado Municipal de São Carlos
MNT Modelo Numérico do Terreno
LDM Lateral Distribution Method (Método de Distribuição Lateral)
IPH-UFRGS Instituto de Pesquisas Hidráulicas da Universidade Federal do Rio
Grande do Sul
ONGs Organizações Não-Governamentais
PMSC Prefeitura Municipal de São Carlos
PD Plano Diretor
PDDU Plano Diretor de Drenagem Urbana
PDDUSC Plano Diretor de Drenagem Urbana de São Carlos
PMF Probable Maximum Flood (Enchente Máxima Provável)
SAMAE Serviço Autônomo de Água e Esgoto
SCE Shuffled Complex Evolution
SCS Soil Conservation Service
SEC Simulações dos Eventos Críticos
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xv

SIG Sistema de Informações Geográficas


SWMM Storm Water Management Model
TIN Trianguled Irregular Network (Redes Irregulares Trianguladas)
TOI Taxa de Ocupação e Impermeabilização
USGS United States Geological Survey
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xvi

LISTA DE SÍMBOLOS
tc Tempo de Concentração
P Precipitação Total Acumulada
Q Volume Superficial Acumulado
Ia Perdas Iniciais
S Estado de umidade da camada superior do solo
hp Altura Precipitada
hq Altura da Lâmina Escoada
tp Tempo de Pico
tr Tempo de Recessão
A Área de Drenagem
L Comprimento Hidráulico
y Declividade
Mc Porcentagem de Áreas Canalizadas
Rmáx Reservatório que tem a capacidade Rmáx
E Evapotranspiração
Smax Capacidade máxima de umidade da camada superior do solo
AINP Parcela da bacia com áreas impermeáveis
I Infiltração
T Percolação
Ib Capacidade de infiltração quando o solo está saturado
I0 Capacidade de infiltração do solo quando a umidade é S0
k Parâmetro que caracteriza o decaimento da curva exponencial de
infiltração e depende das características do solo
S0 Capacidade de campo, ou o estado de umidade do solo quando inicia a
percolação.
Ai Área compreendida entre duas isócronas adjacentes
ks Tempo médio de esvaziamento do reservatório
∝ Coeficiente de depleção
O Vazão em canais (Muskingum)
S Armazenamento (Muskingum)
y Profundidade (Muskingum)
Q Vazão de saída do trecho (Muskingum)
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xvii

X Fator de ponderação das vazões (Muskingum)


K Tempo médio de deslocamento da onda entre montante e jusante do
trecho (Muskingum)
∆t Intervalo de tempo
n Coeficiente de Manning
Qi Fluxo do meio não-saturado
θ Mistura de solo
kns Permeabilidade de solo não saturado
Qg Fluxo do meio saturado
Qa Vazão afluente média no intervalo ∆t
Qe Vazão efluente
qch Vazão de entrada em razão da precipitação direta no intervalo ∆t
qinf Vazão média infiltrada
Ad Capacidade máxima de armazenamento em depressões
F Infiltração acumulada
i Intensidade da precipitação
fr Taxa de infiltração
Ac Área da célula
K Condutividade hidráulica saturada
ϕf Potencial da frente de sucção
∆θ Déficit de umidade do solo
Ft Infiltração acumulada
tin Tempo de inundação
tt Tempo de trânsito
ci Coeficiente multiquadrático do ponto amostral (xi, yi , hi)
rj Distância entre os pontos (xo, yo , ho) e (xi, yi , hi)
p0 Estimativa da altura precipitada
h Altura da água na célula
d Altura da detenção superficial
S0 Declividade superficial da célula
Vplena Velocidade à seção plena
Nbueiro Número de bueiros na célula
hg Altura da abertura na guia da calçada
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do Gregório” Regina Mambeli Barros (SHS-EESC/USP)
xviii

g Aceleração da gravidade
zj,i Cota de nível de água da célula i
Qi,k Vazão de transferência entre a célula i e uma célula k adjacente
Qencosta Vazão que entra na célula i quando esta tem interface com áreas de
montante tipo encosta
∆Zf Diferença entre as cotas de fundo das células
∆x Distância entre os centros das células

Am Rh
1
2 Fator geométrico da calha do rio

Km coeficiente de extrapolação de Manning


J Declividade da linha d’água
∆θ déficit de umidade no solo
ϕf potencial da frente de sucção

Ksat condutividade hidráulica saturada


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xix

SUMÁRIO

RESUMO i
ABSTRACT ii
LISTA DE FIGURAS iii
LISTA DE TABELAS xi
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS xiv
LISTA DE SÍMBOLOS xvi
1. INTRODUÇÃO 01
1.1. Motivação 04
2. OBJETIVOS 07
3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 09
3.1. Base Conceitual 09
3.2. Histórico sobre a Sub-bacia do Córrego do Gregório 11
3.2.1. Estudos sobre a Sub-bacia do Córrego do Gregório 19
3.2.2. Plano Diretor do Município de São Carlos(PDSC) 23
3.3. Gestão de Recursos Hídricos 27
3.3.1. Gestão e Monitoramento em bacias urbanas 31
3.3.2. Bacia Escola 35
3.4. Modelos Hidrológicos 37
3.4.1. Modelo concentrado IPHS-1 37
3.4.2. Modelos de Propagação – Muskingum 59
3.4.3. Modelo distribuído HIDRORAS 64
3.5. Sistemas de Informações Geográficas (SIG) 72
3.5.1. Métodos de calibração e validação 79
3.5.2. Aplicação do SIG em conjunto com Modelos Hidrológicos 80
3.5.3. Efeito da variabilidade espacial e temporal da precipitação 88
3.6. Modelamento em bacias urbanas 91
3.6.1. Simulação com medidas de controle 97
3.7. Conclusões sobre a revisão bibliográfica 103
4 . METODOLOGIA 105
4.1. Considerações iniciais 105
4.2. Área de estudo 105
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do Gregório” Regina Mambeli Barros (SHS-EESC/USP)
xx

4.3. Preparação dos dados do modelo 111


4.3.1. Obtenção do Modelo Numérico do Terreno (MNT) 112
4.4. Análise dos dados 115
4.4.1. Construção e Extrapolação da Curva-Chave 115
4.4.2. Calibração do IPHS-1 121
4.4.3. Cenários de Urbanização 123
4.4.4. Discretização da Sub-bacia para o IPHS-1 129
4.4.5. Dados de entrada para aplicação do IPHS-1 131
4.4.6. Medidas Estruturais de Controle 133
4.5. Dados de entrada complementares para aplicação com o Modelo 135
HIDRORAS
4.6. Delimitação das Áreas de Inundação 138
4.7. Entrevistas à sociedade civil 138
5. RESULTADOS E ANÁLISE 140
5.1. Considerações iniciais 140
5.2. Modelo Concentrado IPHS-1 140
5.2.1. Calibração do Modelo e Incertezas 140
5.2.2. Simulação dos Eventos Críticos (SEC) 141
5.2.3. Valores de pico de vazão com o modelo concentrado IPHS-1 146
5.2.4. Simulações Sem Medidas Estruturais 150
5.2.5. Simulações com a Medida Estrutural de Controle de Inundação 1. 157
5.2.6. Simulações com a Medida Estrutural de Controle de Inundação 2 161
5.2.7. Cotas de descarga para os cenários simulados - IPHS-1 (MMSC) 167
5.2.8. Resumo de cenários de inundação 173
5.2.9. Avaliação quantitativa das medidas estruturais. 175
5.3. Modelo Distribuído - HIDRORAS 180
5.3.1. Calibração e validação do modelo distribuído HIDRORAS. 181
5.3.2. Análise de Sensibilidade 182
5.3.3. Vazões simuladas com o modelo HIDRORAS 187
5.3.4. Análise comparativa entre os modelos distribuído e o concentrado 193
5.3.5. Cotas de descarga para o modelo distribuído 197
5.3.6. Delimitação das áreas de Inundação 201
5.4. Resultados das entrevistas à sociedade civil 205
6. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES 207
“Previsão de Enchentes para o Plano Diretor de Drenagem Urbana de São Carlos (PDDUSC) na Bacia Escola do Córrego
do Gregório” Regina Mambeli Barros (SHS-EESC/USP)
xxi

6.1. Gestão da Sub-bacia Urbana do Córrego do Gregório 211


6.2. Recomendações para Elaboração do Plano Diretor de Drenagem 212
Urbana de São Carlos (PDDUSC)
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 214
ANEXOS 228
Anexo A- Chuvas de Projeto 228
Anexo B – Cenários de urbanização para as sub-bacias discretizadas 230
Anexo C – Vazões simuladas com o IPHS-1 – Sem Medidas Estruturais 239
Anexo D– Volumes calculados em simulações realizadas com o IPHS-1 – 242
Sem Medidas Estruturais
Anexo E – Vazões simuladas com o IPHS-1 – Medida 1 245
Anexo F– Volumes calculados em simulações realizadas com o IPHS-1 – 248
Medida 1
Anexo G – Vazões simuladas com o IPHS-1 – Medida 2 249
Anexo H– Volumes calculados em simulações realizadas com o IPHS-1 – 252
Medida 2
Anexo I - Resultados do Modelo Distribuído 253
Anexo J – Mapeamentos de Inundações – IPHS-1 259
Anexo K – Mapeamentos de Inundações – Modelo Distribuído – Máximo 261
em MMSC
Anexo L – Mapeamentos de Inundações – Modelo Distribuído – Máximo 263
em E5
Anexo M - Rotina em VISUAL FORTRAN® para corte do plano 268
Anexo N - Questionário aplicado 271
Anexo O – Resultado das respostas à entrevista 274
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do Gregório” Regina Mambeli Barros (SHS-EESC/USP) – Cap.1 Introdução

1. INTRODUÇÃO

As inundações em bacias urbanas têm sido um dos principais focos de


preocupação dos governantes por todo o mundo em diversos países susceptíveis a esses
problemas. As atividades humanas que interferem no regime hídrico acentuam ainda
mais esta problemática, e diversos trabalhos têm sido desenvolvidos na tentativa de
prognosticar – através de modelos hidrológicos – cenários extremos de enchentes e
quantificar seus riscos para que, assim, possam ser formuladas políticas com vistas a
minimizar ou impedir que tais cenários ocorram.
Estudos e tentativas têm sido feitos por parte das nações e seus governantes no
intuito de minimizar problemas advindos por enchentes, porém, a maior parte dos
estudos está baseada no uso de modelos hidrológicos desenvolvidos a partir de uma
bacia e simplesmente utilizados para a bacia de interesse, sem a quantificação das
incertezas inerentes aos processos. A literatura reporta haver três entraves nas
incertezas: da estrutura do modelo; das entradas e dos parâmetros; de onde acreditar-se
na absoluta necessidade de pelo menos identificá-los.
São três os componentes que, via de regra, compõem um sistema de previsão
hidrológica: modelo com descrição dos processos-chave; parâmetros representativos das
propriedades que governam processos críticos, e entradas meteorológicas adequadas à
resposta da bacia.
A heterogeneidade das zonas hidroclimáticas do globo promovem também
heterogêneas respostas das bacias, assim, cada bacia requer uma adequação de um dos
modelos e métodos de previsão. Assim, existe um contraponto entre a pluralidade de
regiões hidroclimáticas, aplicações, métodos de previsão, modelos e disponibilidade de
programas de pesquisas e a necessidade de unificar a incerteza de previsão para reduzi-
la e adotar múltiplos caminhos de previsão e estratégias de aprimoramento de
problemas.
A validade da pluralidade e aplicação de caminhos de modelos e modelamentos
para uma mesma bacia é preconizada pela International Association of Hydrological
Sciences (IAHS) através do Predictions on Ungauged Basins (PUB). As limitações de
cada um dos métodos e as vantagens de incorporação de diferentes informações e
diferentes formas de conhecimentos de cada método, ao mesmo tempo em que confere a
cada qual certas limitações particulares, também lhes confere certas vantagens em
relação a qualquer outro. Assim, uma avaliação comparativa de desempenhos de
“Previsão de Enchentes para o Plano Diretor de Drenagem Urbana de São Carlos (PDDUSC) na Bacia Escola do Córrego 2
do Gregório” Regina Mambeli Barros (SHS-EESC/USP) – Cap.1 Introdução

previsão de dois modelos, um concentrado e um distribuído, simultaneamente aplicados


a uma bacia urbana monitorada, resulta na interseção de idéias e discernimentos dentro
da resposta desta bacia, além de aprimoramentos gerais nas descrições do processo,
contribuindo para a harmonização dos caminhos de modelamentos.
Na estimativa de enchentes, devido à inexistência de um modelo universal
aplicável à todas as possíveis circunstâncias há premente necessidade de se estabelecer
qual o modelo mais adequado à bacia urbana do estudo de caso, constituindo nesta a
proposta deste trabalho.
Realmente, estas áreas de aplicação supracitadas são os grandes desafios de um
estudo de prevenção de enchentes em uma bacia hidrográfica, principalmente se ela já
estiver parcialmente urbanizada, como é o caso da sub-bacia do Gregório, ecossistema
deste estudo. Com o propósito de serem minimizados os impactos oriundos da
urbanização existente e daquela que vier a ser desenvolvida o desafio consiste em usar o
mais adequado modelo hidrológico com a mais acurada representação desta bacia em
diversos cenários para um prognóstico confiável de medidas estruturais e não-estruturais
de intervenção.
As enchentes ampliadas pela urbanização, geralmente ocorrem em bacias de
pequeno porte, de alguns quilômetros quadrados, com exceção das bacias de grandes
regiões metropolitanas. A sub-bacia do córrego do Gregório com aproximadamente 18
km2, parcialmente urbanizada, encontra-se em evolução do processo de urbanização.
Devido às características do relevo a tendência é que a urbanização ocorra no sentido de
jusante para montante na macrodrenagem urbana; fato observado, também, na evolução
da urbanização da sub-bacia do Córrego do Gregório, em São Carlos. O impacto do
aumento da vazão máxima sobre o restante da bacia nem sempre é avaliado pelo
projetista ou exigido pelo município.
O Plano Diretor do Município de São Carlos (PDSC), que está em
desenvolvimento, uma das diretrizes da sua elaboração é a orientar o processo futuro de
urbanização. O impacto de diferentes loteamentos na produção de vazão nos córregos
deve ser objeto de estudo para ser possível prever-se a aplicação de medidas estruturais
e não-estruturais de controle de inundação.
Nas medidas não-estruturais de controle de enchentes, o zoneamento de áreas de
inundação ocupa papel de destaque. Ele é feito com base no mapeamento das áreas de
enchentes registradas há 50 anos ou há mais tempo. Nessa faixa, são definidas áreas de
acordo com o risco de inundação e com a capacidade hidráulica de interferir nas cotas
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do Gregório” Regina Mambeli Barros (SHS-EESC/USP) – Cap.1 Introdução

de cheia à montante e à jusante. As áreas de inundação têm uma importância negativa,


motivo pelo qual seu zoneamento é incorporado pelo Plano Diretor de Drenagem
Urbano (PDDU) e regulamentado por legislação municipal específica ou pelo Código
de Obras. Para as áreas já ocupadas, o zoneamento pode estabelecer uma convivência
com os eventos mais freqüentes.
Esse fato exige que, em uma sub-bacia urbana, sejam feitos estudos que avaliem o
impacto na produção de vazões devido ao crescimento da urbanização como subsídios,
aos que legislam, para a gestão que definam as diretrizes do crescimento urbano.
Para desenvolvimento de mapas de risco como subsídios de processos decisórios,
o uso de cotas históricas na sub-bacia do Córrego do Gregório – em crescente processo
de urbanização – talvez não seja eficiente, pelo fato de haver defasagem de informações
a respeito das cotas históricas de inundação. Logo, torna-se importante a elaboração de
cenários de urbanização.
O Projeto Experimento...(2003) possui, como algumas de suas metas, a ampliação
do acesso aos dados básicos disponíveis das bacias urbanas de São Carlos em um banco
de dados integrados de utilidade para implantação de Bacias Escola; o monitoramento
experimental de Bacias Escola e a incorporação de Comitês de Bacias Escola visam
fornecer espaços à participação social. Neste sentido, foi fundamental a recompilação
dos dados das bacias urbanas de São Carlos, para potencializar a integração das
pesquisas feitas e em desenvolvimento, as quais foram as bases para as Bacias Escola.
Este estudo insere-se no contexto da implementação das Bacias Escola e do que
foi abarcado pelo PUB, uma vez que propôs prever a vazão na bacia urbana do Córrego
do Gregório – através da pluralidade de modelamentos, comparando-se os resultados de
vazão oriundos de um modelo concentrado com um distribuído – em função de
diferentes impactos hidrológicos decorrentes da urbanização atual e prevista em
cenários diferentes preconizados pelo PDSC. Durante este processo, foram identificadas
as incertezas inerentes a cada tipo de modelamento para verificar-se a adequação desses
ao estudo de caso dessa sub-bacia urbana.
Portanto, este trabalho propôs fazer um controle preventivo, que prognosticasse as
possibilidades de medidas de controle para incorporação no Planejamento Urbano, com
vistas a minimizar futuros custos e prejuízos, bem como potencializar a participação
social no Comitê de Bacia Hidrográfica.
“Previsão de Enchentes para o Plano Diretor de Drenagem Urbana de São Carlos (PDDUSC) na Bacia Escola do Córrego 4
do Gregório” Regina Mambeli Barros (SHS-EESC/USP) – Cap.1 Introdução

A recompilação dos dados da área de estudo deu-se por meio do uso de softwares
de Sistemas de Informações Geográficas (SIG), como proposta de auxiliar a sociedade
nas tomadas de decisão quanto a conservação dos recursos hídricos em nível de sub-
bacia urbana e potencializar a participação da sociedade nos comitês de Bacias
Hidrográficas. Também objetivou servir de apoio às ações da Defesa Civil, uma vez que
não apenas está fornecendo um produto tecnológico à Sociedade, mas durante todo o
desenvolvimento do projeto, ele foi amparado por reuniões com a Sociedade, Defesa
Civil, SAAE, Secretaria de Planejamento e outros órgãos correlatos.
O capítulo 2 apresenta uma grande questão a ser esmiuçada e desvendada neste
estudo. Na sub-bacia do Córrego do Gregório, a aplicabilidade de medidas estruturais e
não-estruturais de controle - combinadas ou não – onde irão agir de forma mais eficaz
no controle de inundações e quais deveriam ser as adequadas dimensões e limitações
destas referidas medidas de controle de enchentes?
Assim, no capítulo 3 este trabalho apresenta uma revisão bibliográfica que
abrangem fundamentos e estudos de modelamentos hidrológicos concentrados e
distribuídos e medidas estruturais e não-estruturais de controle de inundações, bem
como a análise da gestão de recursos hídricos, para embasamento teórico dos objetivos
desta Tese.
No capítulo 4 são apresentadas as metodologias utilizadas para execução,
calibração e análise dos modelos concentrados e distribuídos e dados disponíveis acerca
da bacia.
Os resultados são apresentados no capítulo 5, consistem em simulação de vazões,
obtenção de cotas de descarga para cada modelo e uma análise comparativa entre estes.
As conclusões, avaliadas no capítulo 6, abrangem tópicos como a gestão da sub-
bacia do córrego do Gregório e recomendações para o PDSC. Nos anexos estão as
chuvas de projeto, os mapeamentos de inundação para cada simulação e demais
informações, como vazões simuladas para os modelos.

1.1. Motivação

A motivação deste estudo reside em quatro importantes temas:


• Identificação de incerteza inerente ao processo de previsão de inundações
através de modelos hidrológicos.
“Previsão de Enchentes para o Plano Diretor de Drenagem Urbana de São Carlos (PDDUSC) na Bacia Escola do Córrego 5
do Gregório” Regina Mambeli Barros (SHS-EESC/USP) – Cap.1 Introdução

• Intercomparação entre modelos hidrológicos na estimativa de


inundações.
• Avaliação de alterações ambientais, tais como alterações no uso do solo
urbano, influenciam a situação de inundação na sub-bacia do Córrego do
Gregório.
• Análise da mitigação da inundação devido a medidas de retenção de água
ao longo dos cursos do rio (com os denominados reservatórios de
retenção de água) e preservação de áreas de infiltração (ou seja, não
permitindo a completa impermeabilização desta sub-bacia).
Desta maneira, este projeto se focaliza nos seguintes tópicos científicos:
necessidade de análise da técnica de modelamento em eventos críticos de precipitação,
no que concerne à produção de escoamento superficial adequado às condições do solo e
cobertura do terreno; delineação de cenários de uso do solo coerentes com a realidade e
espacialmente distribuídos; e uso do modelamento de bacias hidrográficas,
considerando, inclusive, medidas estruturais de controle de inundações.
Com o intuito de instigar uma motivação social, foram realizadas entrevistas
com a sociedade civil sobre sua percepção acerca de gestão de recursos hídricos. Nessa
fase do estudo, pretendeu-se avaliar a percepção dos usuários da sub-bacia do Córrego
do Gregório, município de São Carlos-SP, a respeito da “Gestão de Recursos Hídricos e
Drenagem Urbana”, por meio da aplicação, em três etapas distintas, de um questionário
padrão (Anexo N). Isto é de grande interesse, especialmente no momento em que há o
desenvolvimento de diretrizes para o Plano Diretor do Município de São Carlos e obras
contra enchentes no Córrego do Gregório que foram recentemente realizadas.
Foram objetivos da realização das entrevistas (BARROS et al.2003b):
•o conhecimento do nível de informação de uma amostra representativa da
população de usuários da sub-bacia do Córrego do Gregório, acerca do tema “Gestão de
Recursos Hídricos e Drenagem Urbana” e “Enchentes Urbanas” no momento de
desenvolvimento de diretrizes para o Plano Diretor do Município de São Carlos e o
início das obras contra enchentes no Córrego do Gregório;
•a comparação entre os resultados obtidos nas três etapas de entrevistas;
•o conhecimento do nível de organização da sociedade em torno do interesse
comum “Conservação da Água Urbana”.
Em suma, quando questionados, sobre o termo bacia hidrográfica, poucos
entrevistados haviam tomado conhecimento do assunto. Alguns dos entrevistados
“Previsão de Enchentes para o Plano Diretor de Drenagem Urbana de São Carlos (PDDUSC) na Bacia Escola do Córrego 6
do Gregório” Regina Mambeli Barros (SHS-EESC/USP) – Cap.1 Introdução

apresentaram opiniões contraditórias quanto ao nível de colaboração que estes


acreditavam possuir para ampliação da problemática das enchentes e desconheciam os
Comitês de Bacias Hidrográficas. Foi possível observar que a população acredita que o
problema de inundação não seja insolúvel, porém atribui a responsabilidade da solução
aos governantes. De grande importância no contexto deste trabalho, foi a região mais
citada como local de ocorrência de evento no qual o entrevistado foi vítima de
inundação: a região do Mercado Municipal de São Carlos (MMSC). Salienta-se o
grande fator motivador para execução desse problema: a opinião de grande parte dos
entrevistados de que apenas medidas isoladas não sejam suficientes para sua resolução e
mostraram grande interesse em conhecer melhor para poder participar da gestão de
recursos hídricos de sua bacia.
A Internet teve alta representatividade como meio preferido pelo entrevistado para
adquirir informações a respeito de sua bacia, o que reafirmou a importância do trabalho
desenvolvido por Esteves (2002), que disponibilizou um site
(www.baciaescola.hpg.com.br). Maiores informações sobre as respostas a estas
entrevistas estão disponíveis no Anexo O
“Previsão de Enchentes para o Plano Diretor de Drenagem Urbana de São Carlos (PDDUSC) na Bacia Escola do Córrego 7
do Gregório” Regina Mambeli Barros (SHS-EESC/USP) – Cap.2 Objetivos

2. OBJETIVOS

Os objetivos, metodologia e resultados esperados estão explicitados na forma


tabular na tabela 2.1 abaixo.
Tabela 2.1 – Objetivos, Metodologia e Resultados esperados para este
estudo.
Objetivos Metodologia Resultados esperados / Metas
Examinar modelos existentes • Calibrar com um mínimo • Avaliar a sensibilidade dos
em relação a sua habilidade possível de parâmetros para dois modelos aos parâmetros
na previsão em bacias ambos modelos com dados de entrada e das incertezas
monitoradas. monitorados (Experimento..., inerentes a ambos.
2003) e obtidos por SILVA
(2002).
Analisar a sensibilidade das • Comparação entre dois • Analisar as incertezas
respostas de previsão de áreas modelos conceitualmente inerentes aos dois modelos
de inundação a partir de diferentes e avaliação das com os diferentes cenários
diferentes cenários. incertezas. para escolha do mais
adequado ao caso da sub-
bacia do Córrego do
Gregório.
• Estimar na sub-bacia do • Utilização do SIG • Calcular o escoamento
Gregório vazões IDRISI32® para cruzamento superficial, a vazão de saída
características para diversas e digitalização de dados, do do canal em função do tempo
classificações de imagens de uso e ocupação de solo em para a sub-bacia do Córrego
satélite LANDSAT. modelos concentrado e do Gregório para valores
distribuído. monitorados por linígrafos
• Calibração do modelo através (Experimento..., 2003) e
de dados pré-existentes da obtidos por SILVA (2002).
sub-bacia do córrego do
Gregório.
• Uso de parâmetros
hidrológicos, provenientes de
dados coletados e calculados,
para entrada nos modelos
IPHS-1 e HIDRORAS e
cálculo das vazões de
enchente.
• Estimar as áreas • Transformar os valores de • Obter as cotas de inundação
potencialmente inundáveis a vazão de enchente para para as seções inundáveis
partir do leito do Córrego do valores respectivos de cotas para os diversos cenários de
Gregório. de alerta e enchente, por meio urbanização.
de uma curva-chave.
• Confeccionar os mapas • Delinear e mapear as áreas de • Mapear o risco de inundação
resultantes de riscos de risco potencial em eventos de para os diversos cenários de
inundação para as vazões de cheia (chuvas de projeto). urbanização
inundação de acordo com
cada cenário de urbanização.
“Previsão de Enchentes para o Plano Diretor de Drenagem Urbana de São Carlos (PDDUSC) na Bacia Escola do Córrego 8
do Gregório” Regina Mambeli Barros (SHS-EESC/USP) – Cap.2 Objetivos

• Avaliar medidas estruturais e • Projetar reservatórios de • Levantar as características de


não-estruturais de controle de detenção de águas pluviais de reservatórios de retenção de
inundação. acordo com as condições águas pluviais e sua
atuais e futuras de adequabilidade de aplicação
urbanização da sub-bacia do em São Carlos-SP, como
Córrego do Gregório. medida estrutural de controle
• Avaliar acréscimo de áreas de de inundação.
infiltração na sub-bacia do • Obter valores indicativos de
Córrego do Gregório acréscimo de áreas
infiltráveis, como medida
não-estrutural de controle de
inundação.
“Previsão de Enchentes para o Plano Diretor de Drenagem Urbana de São Carlos (PDDUSC) na Bacia Escola do Córrego 9
do Gregório” Regina Mambeli Barros (SHS-EESC/USP) – Cap.3 Revisão Bibliográfica

3. Revisão Bibliográfica

3.1. Base Conceitual

Geralmente, um sistema de previsão hidrológica é composto de três componentes:


um modelo que descreve os processos-chave de interesse; uma série de parâmetros que
representam as propriedades que governam processos críticos; e entradas
meteorológicas apropriadas que guiam a resposta da bacia. Estes componentes devido à
heterogeneidade multi-escala espaço-tempo do sistema hidrológico, são ou não
totalmente conhecidos, especialmente em bacias não-monitoradas (SIVAPALAN et al.,
2004).
Sivapalan et al. (2004) referem que ao redor das maiores zonas hidro-climáticas
do globo as respostas hidrológicas das bacias são fortemente heterogêneas. Os modelos
e métodos de previsão aplicáveis para um problema específico de estimativa, podem
não ser aplicáveis em outro cenário. Esses autores acreditam que o Predictions on
Ungauged Basins (PUB) em contraste com o encorajamento de uma pluralidade de
aplicações, métodos de previsão, modelos, regiões hidroclimáticas, e disponibilização
de programas de pesquisas, deverá ter:
• um único foco convergente na “incerteza de previsão”;
• um único objetivo comum de “redução da incerteza de previsão”; e
• uma convicção na adoção de uma pluralidade de caminhos de previsão e
estratégias de aprimoramento de modelo.
O PUB, uma iniciativa da International Association of Hydrological Sciences
(IAHS) considera que uma pluralidade de caminhos de modelos e modelamentos podem
ser válidos para a mesma bacia e aplicação – modelos empíricos, modelos estocásticos,
modelos distribuídos. Cada método possui suas próprias limitações, e também incorpora
diferentes informações e diferentes formas de conhecimento, o que pode lhe conferir
alguma vantagem sobre outro. Assim, uma avaliação comparativa de desempenhos de
previsão de uma variedade de modelos – quando simultaneamente aplicados a bacias
monitoradas selecionadas – pode levar ao cruzamento de idéias, discernimentos dentro
da resposta da bacia e aprimoramentos gerais nas descrições do processo, e assim,
contribuir para a harmonização dos caminhos de modelamentos.
De acordo com Samuels (2000), no procedimento de estimativa, não existe
modelo hidrológico universal que possa ser aplicado em todas as possíveis
circunstâncias. Há que se buscar métodos de estimativa de enchentes que abarquem os
“Previsão de Enchentes para o Plano Diretor de Drenagem Urbana de São Carlos (PDDUSC) na Bacia Escola do Córrego 10
do Gregório” Regina Mambeli Barros (SHS-EESC/USP) – Cap.3 Revisão Bibliográfica

requisitos das intenções finais de uso da informação e da disponibilidade de dados para


o procedimento da estimativa. O autor (op. cit.) refere a existência de, pelo menos
quatro principais áreas de aplicação, a saber:
• Projeto de intervenções em engenharia na bacia hidrográfica;
• Prognóstico de fluxo em tempo real para desenvolvimento de um alerta
antecipado de inundação;
• Reconstrução de enchentes passadas para compreensão do desempenho
da bacia hidrográfica;
• Investigação de futuros cenários.
As incertezas de previsão, de acordo com Sivapalan et al. (2004), residem em três
tópicos: nas descrições dos processos no modelo adotado, devido ao “mapeamento
incerto do cenário espacial para o modelo espacial” (incerteza na estrutura do modelo);
nas entradas dos parâmetros climáticos (incerteza das entradas); e nos parâmetros do
modelo (incerteza dos parâmetros).
Chbab & Van Noortwijk (1998) afirmam que as incertezas nas análises de risco
podem ser divididas primeiramente em duas categorias. É impossível eliminar
completamente as incertezas inerentes, que representam a aleatoriedade ou
variabilidade na natureza relativamente ao tempo e espaço. A segunda categoria
constitui-se nas incertezas epistêmicas que representam o leque de conhecimento sobre
um sistema físico. A incerteza epistêmica pode ser estatística, devido ao leque de
suficiência de dados, tal como desconhecimento dos parâmetros de distribuição, e ela
pode ser no modelo, em razão da compreensão da física, como desconhecimento do tipo
de distribuição de um parâmetro.
Allasia & Villanueva (2005) realizaram um estudo do impacto das incertezas
sobre o custo de uma rede de macrodrenagem urbana, com os modelos do Soil
Conservation Service (SCS) para obtenção da precipitação efetiva e os modelos de
Clark e Hidrograma Unitário Triangular (SCS) para propagação da vazão na bacia, em
um estudo de caso na sub-bacia do Arroio Teixeira Mendes – área urbana de Porto
Alegre-RS. Para tanto os autores adotaram o valor de referência para alguns dos
parâmetros – constantes no PDDU de Porto Alegre-RS – e perturbaram os mesmos, o
que lhes permitiu verificar a sensibilidade da saída do modelo àquela perturbação. O
custo foi analisado a partir de uma função contínua, desenvolvida a partir dos custos
mensurados pelo Departamento de Esgotos Pluviais (DEP) em Porto Alegre, e pelo
“Previsão de Enchentes para o Plano Diretor de Drenagem Urbana de São Carlos (PDDUSC) na Bacia Escola do Córrego 11
do Gregório” Regina Mambeli Barros (SHS-EESC/USP) – Cap.3 Revisão Bibliográfica

Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAMAE) de Caxias do Sul-RS. Como resultados,


os autores verificaram que a variação de 10% do parâmetro CN foi ampliada e
constituiu-se em uma variação de 35% nos custos da rede. O tempo de concentração tc
teve sua variação atenuada, uma vez que uma alteração de magnitude 2 no parâmetro,
para o método SCS, apresentou uma variação nos custos entre 10 e 15%, e no método
de Clark não apresentou variação significativa.
Logo, assim como em Katzenmaier et al. (1998), este projeto se baseia nos
seguintes pontos científicos:
Avaliação da técnica de modelamento no que diz respeito à geração de
escoamento superficial durante eventos de alta intensidade de
precipitação representativas das condições do solo e cobertura do terreno,
infiltração e processos de armazenagem para eventos críticos de
precipitação.
Desenvolvimento dos cenários: delineação dos cenários de uso do solo
(desenvolvimento de previsões realísticas espacialmente distribuídas de
padrões de uso do solo); parametrização do uso do solo e vegetação.
Utilização do modelamento da bacia hidrográfica (considerando
inclusive os reservatórios de retenção de água neste modelamento).

3.2. Histórico sobre a Sub-bacia do Córrego do Gregório

No texto sobre fisiografia carlopolitana, “Um Córrego Chamado Gregório”


(APASC, http://www.apasc.org.br/Textos/Fisiografia_Carlopolitana.html), encontram-
se os relatos sobre o Gregório, os quais encontram-se transcritos abaixo.
“1 - Em ' Sombras que renascem - Costumes de uma época ( 1862-1883 ) ' ,
Maria Botelho de Souza Aranha , bisneta de Antonio Carlos de Arruda Botelho ( 1827-
1901 ) e Theodora Francisca Coelho ( +1862 ) , e neta do primogênito do Conde ( 1887
) do Pinhal [ Carlos José Botelho ( 1855-1954 )] , registra o seguinte testemunho da
Condessa do Pinhal ( 1841-1945 ) :
“(..) Em que época veio para cá o compadre Jesuíno [ José Soares de Arruda
( 1811-1895 ) ] ? .... compadre Jesuíno , homem dos valentes , viera de Piracicaba a
São Carlos , com a finalidade de expulsar o Gregório de nossas terras (..) " .
Em nota de rodapé, a autora pondera: “(..) é tradição corrente entre os velhos
moradores de São Carlos , transmitida por Carlos de Camargo Salles que , quando o
“Previsão de Enchentes para o Plano Diretor de Drenagem Urbana de São Carlos (PDDUSC) na Bacia Escola do Córrego 12
do Gregório” Regina Mambeli Barros (SHS-EESC/USP) – Cap.3 Revisão Bibliográfica

Major José Ignácio de Camargo Penteado [ 1843-1915 ] e seu irmão Theodoro Leite
de Camargo Penteado , chegam de Capivary a caminho de Araraquara , a fim de
comprar terras em Gavião Peixoto , param em São Carlos , que era ponto de pouso.
Foram então convidados a caçar porco do mato , abundantes na região , embora
grandes apreciadores deste tipo de caçada , rejeitaram o convite , por saberem em
terras ilegalmente apossadas por Gregório (.. ) “
2 - Cincinato Braga (1864-1953), filho do saquarema e luminar do Partido
Conservador Domingos José da Silva Braga [os Braga estabelecem-se em São Carlos do
Pinhal no final dos 60] informa que Carlos José Botelho (1778-1854), o Botelhão, ao
demarcar " (..) sua sesmaria , encontrara , habitando a margem do riacho que corta
agora a rua São Carlos , um intruso de nome Gregório de tal. Deste veio para ao
riacho a denominação de Água do Gregório , tão desconhecido hoje dos são-carlenses
(..) ". A demarcação da sesmaria do Pinhal efetiva-se em 1831; a venda de terras do '
Mello ' a Jesuíno de Arruda em 1855.
3 - Crônica de Gontardi Gulla publicada em ' O Correio de São Carlos
“[09/11/1952] informa a seguinte versão:
“(..) O guarda-trens , ao passar rente ao estafado viajor , recolheu-lhe o
bilhete, em sinal de que , dentro em breve minuto , deveria desembarcar na próxima
parada .
Enfim, São Carlos, outra cidade que se levanta às margens da paulista linha
férrea, e aponta entre as principais localidades do interior bandeirante.
Terras das vertigens culturais, assoma na planície, alcocorada numa colina
suave, levemente, risonha, sempre cantante nas cores das engalanações de que se
reveste sua natureza , com suas vegetações e linfas , no ósculo perpétuo dos ventos
integrantes da rosa geográfica , traduzido na frescura perene do clima privilegiado ,
ameno , transparente e salutar , que envolve os balouços murmurantes e ociosos das
cabeleiras ondulantes das primaveras e outros séquitos de flores , nas modulações de
seu regaço.
Por tanta nobreza pictórea brindaram-na com o cognome de cidade sorriso.
Copioso nas cultuações variegadas do sapiente e do belo, ascenderam-na à
alta constelação, que brilham em primeira plana suas congêneres; e marcante nos
impulsos tremulantes da bandeira de suas tradições , que a enobrecem e perduram no
bimbalhar solene , no campanário do peito dos seus filhos , faz evolar por todos os seus
providoiros bandeirantes.
“Previsão de Enchentes para o Plano Diretor de Drenagem Urbana de São Carlos (PDDUSC) na Bacia Escola do Córrego 13
do Gregório” Regina Mambeli Barros (SHS-EESC/USP) – Cap.3 Revisão Bibliográfica

Em meados do século passado, quando Jesuíno de Arruda plantou as


primeiras sementes de progresso e , mais tarde , o Conde do Pinhal semeou mais casas
, num terreno ondulado , mais prédios se multiplicaram , porque a terra ; é fecunda de
iniciativa e seus administradores dotados de grande capacidade de tirocínio.
Uma vila, então, despontou [1865], e uma vintena de anos bastou para o que
o outrora lugarejo fosse levado às honras de uma cidade [1880], a qual, sorridente,
plena de vida, num florescimento continuo, progrediu incessante, em todos os setores.
Hoje, atravessando quase que o centenário, ela se apresenta como sede de comarca
[1881] e bispado [1908].
O povo grato erigiu uma herma ao principal fundador, em alfromboza praça,
vivificando-o para sempre na memória das gerações que passam.
Cortada pelo rumorejante ribeiro Gregório, nome legado de um ancião
negro, que a vira nascer, a cidade é circundada de fazendas e florestas imensas. A
área, repleta de almas laboriosas, quer física ou intelectualmente, e secionada em vila,
em cada vila erguem-se edifícios proeminentes.
Dotada de clima de montanha tem seus céus sempre azulados se de ar sereno
nos dias cálidos das estações do ano e dado o privilégio de sua altitude que atinge
cerca de oitocentos cinqüenta metros acima do nível marítimo.
Na estética, uma obra de arte, e, na poesia, que proporcionam aos seus
jardins, com o panorama verde de suas árvores e os seus gramados, a localidade é um
poema, sobretudo de manhã e a tardinha , quando turbilhão de andorinhas chilreantes ,
acham fervidamente nos arvoredos fronteiros à catedral , como que milhões de folhas
secas , empurradas pela ventania , levantam , num só vôo , uma ondas negra , a
escurecer o firmamento ,que as recebe com alegria , para depois ,com a mesma
febricitante de avezinhas livres , que ensurdecem e encantam.
À noite, depois que o labor silencia para dar lugar ao repouso acalentador,
surge o céu, frutificado d'estrelas, no concerto astral das constelações infinitas.
É, em suma, uma cidade que acompanha a civilização (..) "
3 - Um decano da imprensa carlopolitana, o cronista Octavio Damiano
(+1996) historia que:
“(..) ainda em relação ao nome desse curso dá água , sabe-se que o marido de
D Alexandrina [ Melchiades Alckimin (+1878 )] , João Alves de Oliveira [+1866 ] ,
proprietário das sesmarias do Monjolinho e Quilombo , a ele se referia como arraial do
Gregório , que segundo a sua neta , D. Maria Alves de Oliveira e Sylva , foi um dos
“Previsão de Enchentes para o Plano Diretor de Drenagem Urbana de São Carlos (PDDUSC) na Bacia Escola do Córrego 14
do Gregório” Regina Mambeli Barros (SHS-EESC/USP) – Cap.3 Revisão Bibliográfica

agregados do seu avô. O depoimento dessa senhora constou em carta publicada na


imprensa paulistana ,em maio de 1956 , quando ia acesa a polêmica em torno da
fundação de São Carlos (..) "
4 - Na crônica ' D. Alexandrina ' [O Correio de São Carlos, 23/10/1941]
Bento de Abreu Sampaio Vidal registra:
“(..) Jesuíno de Arruda [ 1811-1895 ] fez doação do terreno ao padroeiro
São Carlos para a construção da capela e nova cidade . Arranjou ele carpinteiro em
Piracicaba e dividiram o serviço de construção. A meu pai , Joaquim José de Abreu
Sampaio [ 1832-1908 , casado em primeiro consórcio com Eulália Carolina de Arruda
Botelho ] , genro de Carlos José Botelho [ ( 1778-1854 ) , o Botelhão ] , seu tio, tocou o
serviço de barrear a capela com seus escravos. [ Joaquim Sampaio homizia-se na
Sesmaria do Pinhal em 1854 ]. Indo ao Rio de Janeiro fazer sortimentos para sua loja
em Araraquara [ Jesuíno estabelece-se na Freguesia de São Carlos do Pinhal em 1862
] , que pertenceu ao Conde do Pinhal [ em consórcio ( 1857-1860 ) com Francisco
Bittencourt Coelho da ' Sociedade Comercia de Gêneros Nacionais e Estrangeiros '] , o
saudoso Justino de Freitas (..) trouxe o padre Joaquim Botelho da Fonseca [1832-1896
] , recém-chegado de Portugal , e que foi nosso vigário (..) morrendo de febre amarela ,
na epidemia de 1896 , no exercício de seu sacerdócio.
A capela foi construída no perímetro da sesmaria do Monjolinho, talvez por
acinte ao velho João Alves [+1866] que se opunha. Ele nunca pôs os pés na capela, a
não ser para beijar o anel do Bispo D. Antonio, em sua visita pastoral. Como morador
primitivamente, à beira do córrego, um carpinteiro de nome Gregório, João Alves
denominou o arraial de ' Gregório ' (..) "
5 - Por fim, a adsorção do Gregório no cotidiano carlopolitano na crônica “O
Córrego do Gregório” assinada por PFA [Pedro Fernandes Alonso] publica em ' A
Folha ' em 14 / 08 / 1965:
“(..) É verdade que todas as coisa têm uma história , mas a história do
córrego ' Gregório ' é das mais interessantes e das mais trágicas. Desde os tempos da
cidade-criança aos nossos dias , o ' Gregório ' foi uma constante dos fatos , a maioria
deles nada recomendáveis. Todavia , foi um rio que deu vida a esta cidade , um rio que
no dizer de um poeta muito meu , pois sou eu mesmo , assemelha-se à lombada de um
livro , onde foram escritos os mais lindos poemas de amor , os mais arriscados
heroísmos. De fato , às suas margens , no passado , houve os mais empolgantes
torneios de caça ; e , mais tarde , na cidade-vila às suas margens , nas noites de luar ,
“Previsão de Enchentes para o Plano Diretor de Drenagem Urbana de São Carlos (PDDUSC) na Bacia Escola do Córrego 15
do Gregório” Regina Mambeli Barros (SHS-EESC/USP) – Cap.3 Revisão Bibliográfica

violões ' choraram ', dedilhados pelos cantores melódicos , às janelas baixas das
residências humildes. Dom Pedro II , por exemplo , ali exerceu , quando visitou a
cidade [ 05-06 / 11 / 1886 ] , a sua perícia venatore ; e Amadeu Amaral , Elmano
Tosma [ Manoel Mattos ] , João Doreto , e tantos outros , mais tarde ainda , ali
recitaram os seus poemas , na ternura de seu éstro , exaltando a inspiração.
Ao lado disso, porém, o ' Gregório ' também foi traição, foi morte. Nas suas
enchentes, semelhou-se a Maelstron faminto, engolindo vidas, em seu seio lamacento,
revoltado.
Nesses momentos, parecia-se o pithon famélico, enraivecido e violento,
curvando o dorso, como o de certas almas retorcidas, à procura de vítimas, na
aparência hipócrita do mal; embarcando o bem. E assim continua até hoje,
transbordando a qualquer chuva, lambendo residências e assustando gente, no
vorticismo insaciável de matar, a iminência de uma tempestade qualquer.
Agora o Gregório vai perder as curvas e os buracos à maneira de pontes, por
onde passa, vão ser realmente pontes, oferecendo segurança (..) Em resumo: o '
Córrego ' histórico , dos poetas e caçadas , dos ictiólogos mirins , das enchentes e da
morte , vai ser modernizado (..) E com isso , o perigo desaparecerá , e o velho '
Gregório ' das traições , das serenatas e da lama , passar a ser , realmente , lombada
de um livro , reta como deve ser (..) "’
O Córrego do Gregório perdeu curvas e foi canalizado, conforme pode ser
observado nas figuras 1 a 6. Nestas mesmas figuras, gentilmente cedidas pela
PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO CARLOS, na pessoa do Eng. Flávio Michelone,
podem também ser observados alguns eventos de enchentes.

Figura 1 – Trabalhos de Canalização do Córrego do Gregório sobre a atual Rua


Geminiano Costa em 197_.
Fonte: PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO CARLOS (2002).
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Figura 2 – Trabalhos de Canalização do Córrego do Gregório sobre a atual Rua


Geminiano Costa em 197_.
Fonte: PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO CARLOS (2002).

Figura 3 – Trabalhos de Canalização do Córrego do Gregório na Baixada do


Mercado Municipal em 197_.
Fonte: PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO CARLOS (2002).

Figura 4 – Trabalhos de Canalização do Córrego do Gregório na Baixada do


Mercado Municipal em 197_.
Fonte: PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO CARLOS (2002).
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do Gregório” Regina Mambeli Barros (SHS-EESC/USP) – Cap.3 Revisão Bibliográfica

Figura 5 –Enchente no Córrego do Gregório na Baixada do Mercado


Municipal em 197_.
Fonte: PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO CARLOS (2002).

Figura 6 –Construção da atual “Av. do Sesc” às margens do Córrego do Gregório


em 197_.
Fonte: PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO CARLOS (2002).

As obras recentes do trecho defronte à Padaria Caiçara e ao MMSC, sob a rua


Geminiano Costa, estão ilustradas nas imagens das figuras 7 a 9 e foram gentilmente
cedidas pelo Eng Flávio Michelonni da PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO
CARLOS.
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Figura 7 – Obras recentes contra enchentes na região do Mercado Municipal:


Padaria Caiçara.
Fonte: PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO CARLOS (2003).

Figura 8 – Obras recentes contra enchentes na região do Mercado Municipal:


interior da seção.
Fonte: PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO CARLOS (2003).

Figura 9 – Obras recentes contra enchentes na região do Mercado Municipal:


fechamento da seção.
Fonte: PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO CARLOS (2003).
“Previsão de Enchentes para o Plano Diretor de Drenagem Urbana de São Carlos (PDDUSC) na Bacia Escola do Córrego 19
do Gregório” Regina Mambeli Barros (SHS-EESC/USP) – Cap.3 Revisão Bibliográfica

3.2.1. Estudos sobre a Sub-bacia do Córrego do Gregório

A bacia do Córrego do Gregório é usada em estudos comparativos de hidrologia


urbana (p.ex. Germano, 2001). Nesta bacia de 18,9 km2, os eventos de inundação estão
associados às precipitações convectivas. É uma bacia com urbanização não-uniforme.
Em 2003, ela apresenta alta urbanização no centro e baixa urbanização na sua foz e à
montante (Esteves & Mendiondo, 2003). Nas várzeas ocupadas na sua parte central,
conhecida como região do Mercado Municipal de São Carlos (MMSC), freqüentemente
ocorrem inundações, prejudicando os comerciantes e moradores alocados nessa área.
Segundo dados da Defesa Civil do Município de São Carlos (Caballero, 20021), a região
do MMSC em média sofre quatro a cinco grandes enchentes por ano, com prejuízos em
torno de até R$ 90.000 em cada um desses eventos. A percepção da sociedade para
analisar a expectativa do gerenciamento ante o risco nos principais pontos de
alagamento sofre mudanças quanto a gestão de recursos hídricos e drenagem urbana na
bacia do Córrego do Gregório (Barros et al., 2003; Righetto et al., 2003). A região do
MMSC foi a principal região citada pelos moradores como prejudicada pelas
inundações.
Este trabalho visa apresentar uma metodologia para dar suporte ao Plano
Diretor (PD) através medidas não-estruturais, como mapeamento de enchentes e
estruturais, como construção de reservatórios de detenção de águas, em bacias de
interesse.
Mendes et al. (2005 b) afirmam que as notícias obtidas de jornal indicam que a
região do Mercado Municipal já se apresentava como área sujeita à inundações desde os
primórdios da expansão urbana de São Carlos, na década de 1940. No entanto, tal
suscetibilidade da área não foi considerada no processo de ocupação urbana da Sub-
Bacia do Gregório, que promoveu ocupação intensa das áreas de várzea, principalmente
pela implantação de avenidas marginais e aumento indiscriminado da
impermeabilização do solo.
No contexto do desenvolvimento de um modelamento hidrológico distribuído
para avaliação do impacto da urbanização na sub-bacia urbana do Córrego do Gregório,
Barbassa (1991) utilizou uma modelagem hidráulico-hidrológica para avaliar a
dinâmica da impermeabilização e seu efeito sobre as cheias devidas ao crescimento

1
comunicação pessoal com o Sr. Pedro Luiz Caballero
“Previsão de Enchentes para o Plano Diretor de Drenagem Urbana de São Carlos (PDDUSC) na Bacia Escola do Córrego 20
do Gregório” Regina Mambeli Barros (SHS-EESC/USP) – Cap.3 Revisão Bibliográfica

urbano da cidade de São Carlos-SP. Para tal, foram introduzidas várias modificações no
modelo hidrológico determinístico urbano desenvolvido por Machado (1981). Os efeitos
da urbanização foram simulados por meio de quatro condições de impermeabilização,
da intensidade de precipitação através de quatro períodos de retorno. Foi de grande
interesse a variação da posição da célula convectiva sobre a bacia. Assim, o modelo de
precipitação foi baseado nos dados de estrutura celular de precipitação convectiva com
alteração de sua posição. Foram observadas grandes alterações nas respostas das bacias
de acordo com o posicionamento da célula convectiva. A vazão de pico, correspondente
a 10 anos de período de retorno, apresentou um acréscimo de 20%, devido a um
aumento de impermeabilização de 1980 a 1990.
Sobre a variação do posicionamento da célula de precipitação e seus efeitos
sobre a vazão como resposta da bacia de drenagem, são interessantes os trabalhos que
constam posteriormente neste mesmo capítulo (Shing, 1998 e Shing & Woolhiser,
2002).
Os resultados de Barbassa (1991) permitiram constatar os efeitos da urbanização
devido ao seguinte cenário: máximas vazões de pico para os quatro períodos de retorno
(5, 10, 20 e 50 anos) calculadas na seção do mercado municipal e produzidas pela faixa
de precipitação localizada nos nós denominados 10 ao 39, na bacia do Córrego do
Gregório. Por exemplo, de 1980 a 1990 houve elevação na vazão de pico de
aproximadamente 10 m3/s, ou 20% em relação a 1980. Esta transformação da bacia fez
com que uma vazão produzida por uma precipitação de 10 anos de período de retorno
em 1980, fosse correspondente a uma descarga provocada pela precipitação de 5 anos
de período de retorno em 1990.
Ainda sobre o prognóstico de cenários de urbanização com o uso do modelo
Storm Water Management Model (SWMM) modificado por Machado (1981) e
aprimorado por Barbassa (1991), Queiroz (1996) e Queiroz & Souza (1997)
contemplaram a análise da influência da urbanização, considerando a legislação
pertinente – no entanto, ainda sem observar as diretrizes do PDDUSC – e as medidas
clássicas citadas em livros de hidrologia, sobre os processos intervenientes no
escoamento superficial, com a finalidade de formar um sistema de suporte a decisão
aplicável no planejamento urbano, tendo como área de estudo parte da bacia do
Gregório, São Carlos-SP. Isto foi feito com o auxílio do Sistema de Informações
Geográficas (SIG) TOSCA para tratamento dos dados de entrada e o SIG-IDRISI® para
processamento do modelo hidrológico tipo determinístico. Como resultado, Queiroz
“Previsão de Enchentes para o Plano Diretor de Drenagem Urbana de São Carlos (PDDUSC) na Bacia Escola do Córrego 21
do Gregório” Regina Mambeli Barros (SHS-EESC/USP) – Cap.3 Revisão Bibliográfica

(1996) indicou que, em uma bacia, medidas não-estruturais podem ser eficientes na
redução do volume escoado e na atenuação de vazões de pico. De acordo com o autor,
algumas medidas mitigadoras quando adotadas em conjunto podem, de forma
significativa reduzir as descargas de deflúvio. Estas medidas incluem conservação de
áreas verdes, faixas de proteção às margens do córrego e manutenção das condições
naturais da calha do curso de água.
As principais diferenças entre os cenários estudados por Queiroz (1996) que
utilizou o modelo de Barbassa (1991) para modificação dos lotes urbanos, foram:
• SITUAÇÃO 1: na qual os lotes residencial / comercial possuíam 20% de sua
área permeável, sendo esta porção coberta por chão batido. A categoria industrial com
área permeável de 25%, também com cobertura de chão batido;
• SITUAÇÃO 2: quando os lotes residencial / comercial e industrial possuíam
30% e 35%, respectivamente, de área permeável, cuja cobertura do solo foi considerada
gramado;
• MEDIDA 1: os lotes residenciais e comerciais teriam 40% de área
permeável, com cobertura de solo considerados grama.
A figura 10 representa o hidrograma resultante dos cenários: SITUAÇÃO 1,
SITUAÇÃO 2 E MEDIDA 1 aplicadas à bacia do Gregório, na seção do mercado
municipal, para TR= 50 anos.

Figura 10- Hidrogramas resultantes sobre toda a bacia do Gregório, na


seção do Mercado Municipal para TR de 50 anos.

Fonte: QUEIROZ (1996).

Sobre uma discussão da importância e possibilidade da adoção de medidas não-


estruturais em contenção de enchentes em áreas urbanas, de acordo com Oliveira
“Previsão de Enchentes para o Plano Diretor de Drenagem Urbana de São Carlos (PDDUSC) na Bacia Escola do Córrego 22
do Gregório” Regina Mambeli Barros (SHS-EESC/USP) – Cap.3 Revisão Bibliográfica

(1998), as medidas devem prever a otimização da permeabilidade e rugosidade de tais


áreas, consideradas a estrutura fundiária de parcelamento e de ocupação do solo na
bacia do Gregório, no qual o principal manancial e seus tributários nascem na zona
rural, sob a influência do deflúvio decorrente da urbanização. Esse autor concluiu que,
se implantados em setores específicos da bacia, pequenas barragens e bacias de
detenção – em conjunto com outras medidas, tais como implantação de áreas verdes em
setores já densamente ocupados, além de medidas propostas para os setores da bacia
ainda não totalmente ocupados – poderiam contribuir para minimizar os problemas de
inundação na área da bacia do Gregório pesquisada.
Sobre uma análise comparativa entre métodos de determinação de hidrogramas
de cheia aplicável à bacia do Córrego do Gregório, Lira & Porto (2003) avaliaram
condições atuais e futuras da urbanização e seu impacto nos hidrogramas de cheias em
várias seções da área urbana de São Carlos-SP (bacias dos Córregos do Gregório, Tijuco
Preto e Mineirinho, e do Rio Monjolinho, 76,079 km2), com o uso do modelo EESC
(desenvolvido por Righetto et al., 1994), através de três metodologias Nash (1960), SCS
(United States Department of Agriculture, 1986) e o método de regionalização de Tucci
& Diaz (1989) estabelecidas para determinar os hidrogramas de cheias e ilustradas nos
gráficos da figura 11. Os autores concluíram que os métodos, do SCS e o de Diaz e
Tucci são mais confiáveis na utilização de hidrogramas unitários nas bacias urbanas e
rurais brasileiras.

Figura 11 - 11a) Hidrogramas calculados para a seção do Mercado Municipal, com


TR=25 anos; 11b) Hidrogramas calculados para a seção do Mercado Municipal,
com TR = 50 anos.
Fonte: LIRA & PORTO (2003).

No entanto, são de alta importância as entradas de dados e imagens em SIG de


áreas permeáveis e impermeáveis nos modelos hidrológicos distribuídos para
“Previsão de Enchentes para o Plano Diretor de Drenagem Urbana de São Carlos (PDDUSC) na Bacia Escola do Córrego 23
do Gregório” Regina Mambeli Barros (SHS-EESC/USP) – Cap.3 Revisão Bibliográfica

prognóstico de cenários de urbanização. Neste sentido, o trabalho de Fontes & Barbassa


(2001) enfocou a interdependência entre o processo de urbanização e o sistema de
drenagem para controle de enchentes sobre a análise de parâmetros urbanísticos de
drenagem pluvial. A cidade de São Carlos foi utilizada como estudo de caso. Para tanto,
foram acessados levantamentos de 1970, 1978, 1988 e 1998, visitas de campo, dados do
IBGE e da Prefeitura de São Carlos. Tais bancos de dados foram analisados por meio de
um SIG e posteriormente, foi aplicado um estudo estatístico por amostragem, o qual
possibilitou sua caracterização por meio de vários parâmetros e seus cruzamentos. Os
parâmetros contemplados foram Taxa de Ocupação, Taxa de ocupação e
Impermeabilização (TOI), coeficiente de Aproveitamento, Densidade Populacional, Uso
do Solo e Área Permeável.
Estes autores verificaram que a zona periférica ainda mantém grande área
permeável, por existirem muitos terrenos baldios e baixa renda da população que não
possui condições monetárias para cimentar suas áreas livres. A zona intermediária tem
permeabilidade semelhante à da zona central, seus lotes têm, alta impermeabilização. Os
autores concluíram que as áreas permeáveis aumentam conforme a direção centro-
periferia, constatando um comportamento inverso ao da taxa de ocupação.

3.2.2. Plano Diretor do Município de São Carlos (PDSC)

No período de 2001 a 2003 a Prefeitura Municipal de São Carlos (PMSC)


realizou diferentes eventos com vistas à elaboração do PD, tais como o “Seminário da
Cidade nas Cidades Médias” em Outubro de 2001, o “Fórum da Cidade” em 8 e 9 de
novembro de 2001, a “Conferência da Cidade” em agosto de 2002 e o workshop
“Desenvolvimento Rural: Ações e Estratégias”, em parceria com a Embrapa, em
novembro de 2002. Além desses momentos necessários ao debate e à reflexão conjunta
no período de 2002 a 2003, foram realizadas 11 reuniões com o Comitê Consultivo e a
equipe de trabalho, reuniões essas abertas a todos os interessados, com vistas a
aprofundar o diagnóstico e apontar diretrizes, com o intuito de abordar e debater
diferentes temas inerentes ao Plano Diretor. Na fase propositiva do PD, foram
discutidos o zoneamento e as áreas de especial interesse no meio urbano e rural, as
questões relativas ao adensamento e expansão urbana, os coeficientes urbanísticos, a
aplicação dos instrumentos do Estatuto da Cidade e a proposição do novo perímetro
urbano.
“Previsão de Enchentes para o Plano Diretor de Drenagem Urbana de São Carlos (PDDUSC) na Bacia Escola do Córrego 24
do Gregório” Regina Mambeli Barros (SHS-EESC/USP) – Cap.3 Revisão Bibliográfica

No Congresso da cidade pretendeu-se compartilhar e discutir os principais


aspectos do projeto de lei do Plano Diretor a ser aprovado pelo Legislativo Municipal.
(Prefeitura Municipal de São Carlos, 2003 b). Trata-se de um Conjunto Normativo que
incluirá: macrozoneamento; lei de uso e ocupação do solo; lei de parcelamento do solo;
e instrumentos do Estatuto da Cidade.
O macrozoneamento (figura 12) tem por objetivo estabelecer zonas com
características semelhantes. Esta divisão em áreas favorece a implementação de
instrumentos de ordenamento e controle urbano e abre a possibilidade de
implementação de Áreas de Especial Interesse (AEIs). Estas últimas constituem um
instrumento de política urbana que complementa o Macrozoneamento, cumpre funções
especiais no planejamento e no ordenamento do território e destaca determinadas
especificidades (PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO CARLOS, 2003 d).

1 Intensificação à Ocupação Induzida


3
2 Intensificação à Ocupação Condicionada
1
3 Recuperação e Ocupação Controlada

4 Proteção e Ocupação Restrita (Mananciais)


Proteção e Ocupação Restrita (APA)
2
3
4
N
NW N E

W E

SW SE

Figura 12– Proposta de Macrozoneamento.


Fonte: PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO CARLOS (2003 c).

Destaca-se, na figura 12, que a área 4 constitui Área de Proteção do Manancial


do Espraiado / Córrego do Monjolinho (nordeste) e Área de Proteção Ambiental (APA)
de Corumbataí (sudeste). A sub-bacia do Córrego do Gregório contempla as AEIs cujas
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do Gregório” Regina Mambeli Barros (SHS-EESC/USP) – Cap.3 Revisão Bibliográfica

características estão descritas na tabela 1. A figura 13 e a tabela 1, a seguir, ofereceram


subsídios para estimativa do grau de impermeabilização da sub-bacia do Córrego do
Gregório, proposto pelo Plano Diretor em desenvolvimento.

Tabela 1 – Proposta de Zoneamento – Coeficientes. Fonte: PREFEITURA


MUNICIPAL DE SÃO CARLOS (2003 a) – Modificado.
1- Zona de 2 – Zona de 5 – Zona de Proteção e Ocupação Restrita
Ocupação Ocupação (correspondente sub-área de uso e ocupação
Induzida Condicionada diferenciada).
SUD (Manancial SBD (Manancial Feijão)
Monjolinho)
CO CP CO CP CO CP CCV
Uso Agrosilvopastoril
70% 15% 70% 15% 20% 70% 40%
Instrumentos: Instrumentos: Instrumentos:
-Áreas de Especial -Áreas de Especial -Áreas de Especial Interesse;
Interesse; Interesse; -Lei Específica das Áreas de Proteção e Recuperação dos Mananciais do
-Operação Urbana; -Operação Urbana; Município de São Carlos.
-Transferência do -Transferência do OBS:
Direito de Construir; Direito de Construir; CO – COEFICIENTE DE OCUPAÇÃO;
-Direito de Preempção; -Direito de Preempção; CP – COEFICIENTE DE PERMEABILIDADE;
-Outorga onerosa; -Outorga onerosa CCV – COEFICIENTE DE COBERTURA VEGETAL.
-Uso, Edificação e (eixos específicos)
Parcelamento
Compulsórios.

De acordo com o Projeto de Lei Projeto de Lei que instituiu o Plano Diretor
do Município de São Carlos (SÃO CARLOS, 2003), Capítulo III – da Ocupação do
Solo, Seção I – dos Coeficientes de Ocupação, Artigo 155: “O Coeficiente de Ocupação
(CO) é a relação existente entre a área projeção da edificação no solo e a área do
terreno”. Esse projeto de Lei, em seu Artigo 156 descreve que:
“Os Coeficientes de Ocupação (CO) para cada zona do território do
Município são os seguintes:
I. Na Zona de Ocupação Induzida - Zona 1, o Coeficiente de Ocupação (CO)
é igual a 70% (setenta por cento);
II. Na Zona de Ocupação Condicionada - Zona 2, o Coeficiente de
Ocupação (CO) é igual a 70% (setenta por cento);[...]
VI. Na Zona de Proteção e Ocupação Restrita – Zona 5A, o Coeficiente de
Ocupação (CO) é igual a 20% (vinte por cento)”.
“Previsão de Enchentes para o Plano Diretor de Drenagem Urbana de São Carlos (PDDUSC) na Bacia Escola do Córrego 26
do Gregório” Regina Mambeli Barros (SHS-EESC/USP) – Cap.3 Revisão Bibliográfica

Na “SEÇÃO III - dos Coeficientes de Permeabilidade”, o referido projeto


descreve:
“Art. 159 - O Coeficiente de Permeabilidade (CP) é entendido como a
relação existente entre a área permeável e a área do terreno.
Art. 160 - Foram definidos os seguintes coeficientes de permeabilidade
para cada zona do território do Município:
I. Na Zona de Ocupação Induzida - Zona 1, o CP é igual a 15% (quinze
por cento);
II. Na Zona de Ocupação Condicionada - Zona 2, o CP é igual a 15%
(quinze por cento);[...]
VI. Na Zona de Proteção e Ocupação Restrita – Zona 5A, o CP é igual a
70% (setenta por cento) para os parcelamentos destinados a Chácaras de Recreio”.
Os Coeficientes de Cobertura Vegetal são descritos na SEÇÃO IV:
Art. 161 - O Coeficiente de Cobertura Vegetal (CCV) é a relação entre a
área coberta por vegetação arbórea ou arbustiva de um determinado imóvel e a sua
área total, sendo aplicável somente nas áreas de mananciais constituídas pelas
Zonas 3B e 5A: [...]
II. Na Zona de Proteção e Ocupação Restrita - Zona 5A o CCV é igual a
40% (quarenta por cento);
III. Na Zona 5B, áreas de uso agrosilvopastoril deve-se atender a
legislação específica em relação à cobertura vegetal”.
Nos eixos de expansão propostos, foram observadas barreiras de expansão e
AEIs ilustrados na figura 13.
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do Gregório” Regina Mambeli Barros (SHS-EESC/USP) – Cap.3 Revisão Bibliográfica

Figura 13 – Eixos de Expansão Propostos.


Fonte: PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO CARLOS (2003 c).

3.3. Gestão de Recursos Hídricos

A Lei Federal no 9433/97, de 08/01/1997, que instituiu a Política Nacional de


Recursos Hídricos preconiza o envolvimento dos cidadãos nos trabalhos de Gestão dos
Recursos Hídricos. Em seu Artigo 1o, Inciso VI, esta lei institui que “a gestão dos
recursos hídricos deve ser descentralizada e contar com a participação do Poder Público,
dos usuários e das comunidades”. No entanto, embora hajam instrumentos legais e
órgãos governamentais fortalecidos para coordenação da gestão dos recursos hídricos,
estes ainda são insuficientes para solucionar os problemas, que atualmente ocorrem
nesta área.
“Previsão de Enchentes para o Plano Diretor de Drenagem Urbana de São Carlos (PDDUSC) na Bacia Escola do Córrego 28
do Gregório” Regina Mambeli Barros (SHS-EESC/USP) – Cap.3 Revisão Bibliográfica

No entanto, como afirmou Silva (2000), no Brasil o sistema institucional de


política urbana, ainda muito influenciado pelos instrumentos de planejamento e controle
do Estado desenvolvimentista, poderá ganhar nova vida em uma associação como a
formada com vistas à gestão dos recursos hídricos.
Sobre o nível de participação social na gestão da água Branco & Netto, 2003
referem o envolvimento dos seguintes atores: usuários, geralmente agrupados em
associações regionais, locais ou setoriais; consórcios e associações intermunicipais de
bacias hidrográficas; organizações técnicas, de ensino e de pesquisa com interesse na
área de recursos hídricos; e organizações não-governamentais com objetivos de defesa
de interesses difusos e coletivos da sociedade.
Porém, no cenário de grande parte de nossas bacias hidrográficas, a participação
da sociedade no processo de planejamento e gerenciamento de recursos hídricos não é,
propriamente, uma resultante de reivindicações de usuários de água, de seu direito de
opinar, de participar de decisões, como membro ativo da comunidade. Essa participação
não costuma ser manifestação para conquista de cidadania. Na realidade, a participação
para a gestão das águas, costuma ocorrer em situações de conflitos diante de
necessidades prementes de sobrevivência ou de interesses econômicos e políticos
predominantes. As organizações são frágeis, no caso, pois atuam em função de forças
contrárias, e não de integração para a gestão da qualidade dos recursos hídricos do
Planeta (ZATZ, 2003).
Realmente, neste sentido, no momento de execução do PDSC, a comunidade
precisa estar envolvida com discernimento das conseqüências de determinada política
ou ação, a extensão universitária torna-se então, fundamental, para dar início ao
interesse em torno do bem comum água, instigar o papel do usuário na tomada de
decisões e elucidar aspectos técnicos referentes às possibilidades de ações. Para tanto, é
fundamental que se utilizem ferramentas absolutamente confiáveis para respostas
hidrológicas da bacia aos diferentes cenários, representativos das opções do seu
gerenciamento.
As previsões acuradas e confiáveis têm se tornado extremamente importantes para
a sociedade civil, com comunidades locais e regionais crescentemente questionadas para
fazerem julgamentos independentes sobre ações requeridas para prevenir e gerir
desastres naturais, administrar o ambiente natural ao seu redor e seus recursos hídricos
de um modo sustentável. Estas decisões somente podem ser tomadas com as mais
“Previsão de Enchentes para o Plano Diretor de Drenagem Urbana de São Carlos (PDDUSC) na Bacia Escola do Córrego 29
do Gregório” Regina Mambeli Barros (SHS-EESC/USP) – Cap.3 Revisão Bibliográfica

amplas informações possíveis que estejam disponíveis, baseadas em previsões acuradas


e confiáveis (SIVAPALAN et al., 2004).
No entanto, a população acredita ainda que muitos processos decisórios são de
responsabilidade única e somente do “governo” (Barros, 2003b). Este fato nos remete à
necessária interação entre a Universidade, como instituição de ensino, pesquisa e
extensão e de grande credibilidade social; a sociedade civil também deve participar.
Desta forma, os resultados amplamente discutidos e apreciados pela população da sub-
bacia terão a aplicabilidade efetiva no que concerne à gestão dos recursos hídricos.
Neste sentido, Sousa Jr. (2003b) consolidou essa tendência ao afirmar que hajam
desvios na institucionalização da gestão hídrica à luz do arcabouço legal que originou o
sistema. A centralização técnica, a tutela política do poder público e a baixa visibilidade
do sistema de gestão apresentam-se como óbices ao desenvolvimento da gestão
participativa da água. A partir deste diagnóstico, o trabalho apresenta considerações
sobre o futuro da gestão das águas no Brasil, bem como algumas recomendações para a
adequação do sistema aos princípios elementares de suas concepções originais.
É imperioso que sempre se tenha em foco que a atuação dos Comitês ainda
necessita de constante aperfeiçoamento, para evitar predomínio de interesses políticos
ou econômicos em detrimento da preservação da água. Como a bacia hidrográfica é a
unidade de gestão, é fundamental a participação da sociedade, através dos meios
institucionais ou paralelos, uma vez que diferentes condições de disponibilidade de
água, assim como de interesses locais podem ser bastante distintos dentro de uma
mesma bacia, inclusive entre os municípios componentes (PAGANINI DeMio et al.,
2001).
Em Faisal et al. (1999), são mostradas as opiniões da sociedade civil como parte
dos usuários de uma bacia na cidade de Dhaka, Bangladesh, analisada
comparativamente a um grupo de experts, dentre o conjunto de medidas estudadas
estruturais e não-estruturais. Os resultados obtidos pelos autores citados indicaram que
foram similares a opinião expressa pelo público geral (100 indivíduos aleatoriamente
selecionados) e as opiniões expressas pelos experts. De acordo com este grupo, dentre
as medidas mais efetivas de minimização de danos por enchentes, encontram-se
sistemas aperfeiçoados de prevenção de enchentes.
Krasovskaia et al. (2001) apresentaram os resultados de um estudo sobre a
percepção do risco de inundações por enchentes entre os decisores e o público em geral
em uma área afetada por inundações por enchentes em Norway. Uma investigação de
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do Gregório” Regina Mambeli Barros (SHS-EESC/USP) – Cap.3 Revisão Bibliográfica

enchente usada para coleta de dados, foi encaminhada aos decisores, ao público e a um
painel de especialistas. Estas informações obtidas foram analisadas focadas: em
medidas mitigadoras de enchentes apropriadas em situações particulares e na habilidade
dos decisores em visualizar esses feitos e seus custos, entre outros. Os resultados
demonstraram que a percepção do risco de enchentes pelo público em geral não foi
realista e o conhecimento ganho poderia ser usado para o desenvolvimento de uma
Política de avaliação de enchentes baseada em princípios participativos. Isto revelou a
necessidade de identificar-se a distribuição espacial dessa parcela da sociedade no
contexto da inundação, suas expectativas sobre a comunicação do risco e métodos de
aprimoramento dos processos decisórios relativos à inundações.
Sobre o futuro da participação social na gestão de Recursos Hídricos, Sousa Jr.
(2003b) descreveu que o avanço dos trabalhos da sociedade civil nos comitês de bacia,
assim como sua emancipação da tutela governamental, podem determinar a
consolidação do sistema de gestão dos recursos hídricos no Brasil. Para apoiar tal
processo torna-se necessário o investimento em atividades de: formação (que
capacitaria tecnicamente indivíduos e entidades para a gestão), informação (para
amplificar as ações e iniciativas deliberadas), ampliação do poder na base social (o
que é uma tradução de empowerment, que talvez pudesse ser dito “capacitação da base”,
ou seja, um neologismo) e visibilidade (para deixar claro o caráter ético e de
transparência, necessário à gestão preconizada pelo sistema). Além disto, o autor (op.
cit.) acredita ser preciso estabelecerem-se mecanismos de participação que garantam
representatividade e legitimidade nos colegiados descentralizados de gestão dos
Comitês de Bacia, para impedir a hegemonia corporativa de grupos de interesses
privados.
Isto também é preconizado por Zatz (2003) que referiu o fato de os programas de
capacitação, formais ou informais e para todos os níveis: usuários, instituições,
universidades, técnicos profissionais ligados à questão a serem meios de envolver,
comprometer e desenvolver capacidades humanas, com o propósito de preparar
comunidades de usuários, entidades públicas e universitárias para participarem das
atividades de planejamento e de gestão de água com mentalidade e capacidade de
vislumbrar sucessos e não simplesmente, corrigir insucessos.
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3.3.1. Gestão e Monitoramento em bacias urbanas

Toensmann (1998) propôs um questionamento bem interessante: “para qual


extensão está a comunidade encarregada da defesa contra enchentes, sob obrigação de
se estabelecer projetos construtivos e de engenharia para a defesa contra enchentes?”.
Este autor descreveu que a lei penal na Alemanha estabelece no parágrafo 313 que
quem ocasionar uma enchente pode ser sentenciado de 1 a 10 anos de prisão. O autor
afirmou que ocasionar inclui não somente a omissão, e. g., obstruir entradas de fluxos
de enchentes, ou mesmo impermeabilizar superfícies.
Ainda na Alemanha, sobre instrumentos de planejamentos espaciais, Bömh &
Heilamnd (1998) descreveram que a estrutura legal para planejamento espacial seria
especificada pelo “Ato Federal de Planejamento Regional” de Janeiro de 1998. Este Ato
regulamentou como uma tarefa e conceito global do planejamento regional que “o
território inteiro da República Federal da Alemanha e as regiões das quais eram
compostas deveriam ser desenvolvidas, organizadas e protegidas por planos regionais
gerais integrativos e pela harmonização dos planos regionalmente significantes e
medidas”. Neste contexto, a gestão do solo seria de maior importância para
salvaguardar áreas relevantes para proteção contra inundações, tendo como campo de
ação, entre outros, a minimização potencial de danos (gestão do uso do solo em áreas de
risco).
A quantificação e atribuição da responsabilidade de inundações contra enchentes
em um cenário já existente e crônico em determinada bacia é bastante dificultosa.
Assim, torna-se importante determinar políticas de gestão – fundamentalmente
participativa no que concerne à sociedade civil – com vistas a um crescimento
urbanístico sustentável, previsto em relação à conservação da água urbana e acordado
entre os diversos setores sociais.
De acordo com Borges & Chaudrhy (2001), na prática, a participação dos usuários
e das comunidades é realizada somente através da sua representação nos Comitês ou,
ainda, nas reuniões durante o desenvolvimento e concepção de um PD. Assim, a
sociedade exerce papel passivo diante dos acontecimentos. No questionário aplicado por
estes autores em comunidades rurais ao longo do rio Cuiabá, na Bacia do Alto Paraguai,
63,3% dos entrevistados ainda não acompanhavam o trabalho dos grupos, associações
ou organizações, e 66,6% dos entrevistados disseram não desejar participar de processos
de planejamento de recursos hídricos. No entanto, 86,7% acreditavam ser possível a
“Previsão de Enchentes para o Plano Diretor de Drenagem Urbana de São Carlos (PDDUSC) na Bacia Escola do Córrego 32
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participação pública em processos decisórios que envolvessem recursos hídricos e 52,4


% apontaram a Associação Comunitária como forma para esta participação, e 21,6%
preferiram a forma de Conselho. Os autores constataram a possibilidade de futura
mobilização e interesse em um engajamento em práticas comunitárias, uma vez que
acreditam ser possível a participação pública em assuntos que envolvam o meio
ambiente, salientaram que as ONGs e outros grupos de interesse da região deveriam
prestar mais atenção às populações locais, bem como transferir informações ambientais
para estas comunidades, uma vez que sem o seu suporte qualquer gestão não seria
coroada de pleno sucesso.
De grande interesse para um tratamento mais organizado dos dados dos usuários
de uma bacia, como instrumento de gestão, é o uso de uma ferramenta computacional de
Cadastro de Usuários, com informações sobre os tipos de usos da água e quantidade de
água consumida em cada tipo de uso, o Sistema de Cadastro de Usuários de Águas
(SISCAD-SAGA) preconizado por SANTOS et al. (2003).
No que concerne à efetiva participação da sociedade e quanto aos diversos
interesses dos diferentes segmentos, Toensmann (2000) citou a essencial participação de
cidadãos, administrações, representações do público interessado e de associações
ambientais, uma vez que todos eles possuem interesses distintos. As comissões de
políticos dão especial cuidado às vantagens e desvantagens para os cidadãos. Questões
como investimento e subseqüentes custos e a aquisição de terreno são importantes para
eles. O cidadão não somente irá ter em mente o bem estar social, como também os
efeitos que as medidas de defesa irão ter sobre a sua propriedade. Entretanto, durante as
discussões ele irá questionar em que extensão seu terreno será afetado. A administração
quer colocar os papéis para votação, isto é, quer que o modelo seja escolhido e que a
metodologia estatística seja bem programada, com tempo suficiente para ser pré-testada.
As representações do público de interesse irão checar para qual extensão suas
instituições estão envolvidas.
Este autor referiu haver duas importantes datas para o curso de um planejamento:
a data da determinação do escopo, quando a extensão do tratamento e sua limitação são
determinados; e mais tarde a data para a apresentação dos resultados de planejamento e;
pode haver necessidade de apresentação quando e se forem questionados alternativas
(ou mesmo “zero-alternativas”), a relação custo/benefício, o risco remanescente e a
compensação.
“Previsão de Enchentes para o Plano Diretor de Drenagem Urbana de São Carlos (PDDUSC) na Bacia Escola do Córrego 33
do Gregório” Regina Mambeli Barros (SHS-EESC/USP) – Cap.3 Revisão Bibliográfica

Para elucidação das freqüentes questões da sociedade civil, é fundamental a


interação da Universidade como instituição de pesquisa, ensino e extensão na
transferência à sociedade dos resultados práticos e entendíveis de pesquisas inerentes à
Gestão de Recursos Hídricos e, também como subsidiária da necessária mobilização ao
sucesso desta gestão.
Neste sentido, Krebs et al. (2003) descreveram que no município de Criciúma-SC,
a CPRM através de sua Diretoria de Recursos Hídricos e Gestão Territorial, em parceria
com a Universidade do Extremo Sul Catarinense-UNESC em 1993, implantou o
Programa de Informações Básicas para a Gestão Territorial de Santa Catarina –
PROGESC. O resultado obtido pelo citado programa levou a atual Administração
Municipal a pleitear junto à CPRM o seguimento destes trabalhos como forma de dar
subsídio à elaboração de novas diretrizes, para serem incorporadas ao atual PD, bem
como para serem definidas medidas estruturais e não-estruturais necessárias à
minimização dos efeitos negativos das cheias urbanas recorrentes.
No trabalho de Krebs et al. foi interessante a citação de algumas medidas a serem
executadas em etapas para minimização dos problemas causados por inundações,
destacando-se a complementação do levantamento topográfico de detalhe e amarração
de todos os pontos críticos determinados, bem como marcas de enchentes. Os autores
referem que as medidas poderia ser complementadas por imagens de satélites para
validação dos modelos matemáticos utilizados. Houve a necessidade da construção de
bacias de retardo, definição dos locais mais adequados e elaboração de projeto
executivo para sua construção.
No caso do monitoramento na sub-bacia do Córrego do Gregório, devido ao
Convênio FIPAI/FINEP nº 01.02.0086.00, que considera o gerenciamento integrado de
bacias urbanas através do monitoramento dos escoamentos superficiais em micro-
drenagem (quarteirões/lotes) até áreas com vários quilômetros quadrados, é preciso citar
o trabalho de Silva et al. (2003). Os autores (op. cit.) objetivaram o monitoramento
quantitativo e qualitativo da bacia urbana do córrego do Gregório, para que os dados
pudessem ser usados em bacias com características semelhantes, além de científica e
tecnologicamente auxiliar o Plano Diretor de Drenagem Urbana de São Carlos
(PDDUSC) a promover o desenvolvimento sustentável da referida bacia.
No trabalho desenvolvido com o subsídio deste Convênio, para obtenção dos
dados hidrológicos (figura 14), foram instaladas 4 estações, 3 automáticas e 1
convencional. Na figura 14, verifica-se que duas das estações encontram-se localizadas
“Previsão de Enchentes para o Plano Diretor de Drenagem Urbana de São Carlos (PDDUSC) na Bacia Escola do Córrego 34
do Gregório” Regina Mambeli Barros (SHS-EESC/USP) – Cap.3 Revisão Bibliográfica

na extensão do córrego do Gregório e as outras duas são estações climatológicas


completas com registro dos dados de chuva, temperatura e umidade, radiação, pressão,
velocidade e direção do vento, fluxo de calor e umidade do solo.

Figura 14 - Discretização da bacia do Monjolinho e localização das estações


futuras e atuais, estas com indicadores numéricos sublinhados, para coleta dos
dados hidrológicos e de qualidade de água.
Fonte : SILVA et al. (2003).

Os autores apresentaram os resultados obtidos, como os levantamentos de pontos


da curva-chave da seção de controle, estudos prévios da qualidade da água e registros de
dados chuva-vazão.
Macêdo et al. (2005) apresentaram resultados de custos de impactos de
inundações por setor e por área unitária. Por um lado, políticas públicas mais
permissivas diminuem até 30 % os custos de cenários tendenciais. Essas políticas não
impedem que exista aumento de 100 % nos custos atuais das inundações. Por outro,
políticas públicas mais rigorosas diminuem mais de 70 % os cenários tendenciais e
conseguem diminuir os custos futuros em até 50 % comparados com os presentes.
Políticas públicas moderadas têm aumento razoável (16%) dos custos presentes, dentro
da faixa de incerteza absoluta dos custos atuais (29%), e reduz 25 % dos cenários
“Previsão de Enchentes para o Plano Diretor de Drenagem Urbana de São Carlos (PDDUSC) na Bacia Escola do Córrego 35
do Gregório” Regina Mambeli Barros (SHS-EESC/USP) – Cap.3 Revisão Bibliográfica

tendenciais respectivos. Políticas de compatibilização podem ser abordadas com


protocolos de médio e longo prazo como instrumentos de gestão dos comitês de bacia,
especialmente naquelas bacias transfronteiriça (internacional, interestadual e/ou
intermunicipal).

3.3.2. Bacia Escola

No que se refere à gestão de sub-bacias, a Bacia Escola constitui-se em um


instrumento científico, tecnológico e inovador para a conservação da água no meio
urbano. A Bacia Escola é considerada como uma infra-estrutura de apoio necessária à
pesquisa científica e o desenvolvimento tecnológico na área de recursos hídricos
urbanos e que inclui, também, a participação social. A Bacia Escola colabora com o
desenvolvimento sustentável dos recursos hídricos urbanos e uma melhoria no padrão
de qualidade de vida dos moradores. Isto pode ser mais bem visualizado através da
intersecção (figura 15) de três fundamentos: o monitoramento dos recursos hídricos
urbanos; a hidro-solidariedade induzida por setores da sociedade em bacias embutidas,
de trechos de jusante e de montante; e o gerenciamento que a sociedade realiza através
dos Comitês de Bacias, valorizando as bacias embutidas, experimentais e urbanas
(MENDIONDO, 2002).

Ciência: Tecnologia: bacias urbanas


ciclo hidrológico em Monitoramento experimentais
escalas embutidas

Hidrosolidariedade
Bacia Escola Gerenciamento

Inovação:
participação social de Comitês de
Bacias

Figura 15- Componentes de CT&I.


Fonte: MENDIONDO (2002)

Mendiondo (2005) afirma que projetos de reestruturação pós-enchentes na


América do Sul transferem à população, débitos anuais de U$ 30 per capita, e reporta
que as perdas devido às inundações, acumuladas no período de 1995 a 2004 foram de
“Previsão de Enchentes para o Plano Diretor de Drenagem Urbana de São Carlos (PDDUSC) na Bacia Escola do Córrego 36
do Gregório” Regina Mambeli Barros (SHS-EESC/USP) – Cap.3 Revisão Bibliográfica

U$ 25, incluindo, investimentos e operação & manutenção(O&M). Assim, os países da


América do Sul anualmente sofrem o impacto do decréscimo de 2 a 5% do PIB, causado
pela não prevenção de enchentes que são convertidas em desastres sociais, o então
denominado “ciclo-pobreza-inundação”.
Mendes et al. (2005a) afirmam que entre 2050 e 2100 os cenários de crescimento
do PIB na América Latina divergem quantitativa e conceitualmente a partir da
internalização de custos hidro-sociais para fazer frente aos extremos hidrológicos, i.e.
estiagens e inundações. Os custos unitários de O&M que sustentam a demanda hídrica e
o controle de extremos dependem do tamanho da bacia hidrográfica. A aplicação, em
2005, de uma política descentralizada em uma comunidade de 1000 habitantes que
residem em uma bacia de 5000 km2, uma política economicamente ineficiente (p.ex.
“OS”) demorará 30 % mais tempo do que uma política eficiente para custear O&M do
sistema. Demonstram esses autores que a inclusão de hidro-solidariedade na gestão
pública dos comitês de bacia é uma economia de escala e fator de preservação
ambiental.
Sobre este gerenciamento a ser realizado pela sociedade através dos Comitês de
Bacias, Guimarães (1997) acredita que entre os principais objetivos estabelecidos no
Projeto de Microbacias Hidrográficas Urbanizadas, estão: estimulação da consciência
crítica dos participantes do projeto sobre a problemática ambiental das microbacias; e
efetiva contribuição da comunidade local na discussão e busca de soluções para os
problemas ambientais como forma de efetivo exercício da cidadania. Este projeto foi
aplicado as microbacias dos Córregos Areia e Areia Branca, Campinas-SP, incluídas as
visitas de alunos e professores de Escolas locais à áreas com risco de inundação. Os
professores também realizaram trabalhos de campo com a comunidade local,
principalmente com a parte da comunidade já organizada. Esta mobilização social foi
responsável por inúmeras ações efetivas, como: laudos de agressão ao meio ambiente
enviados ao COMDEMA. O autor (op. cit.) considerou que as bacias hidrográficas
poderiam constituir em adequados campos de ação para o desenvolvimento de
atividades educativas em abordagem multiprofissional e interdisciplinar que envolvesse
a comunidade civil e escolar, principalmente em áreas urbanas.
O Município de São Carlos possui o Conselho Municipal de Desenvolvimento
Urbano de São Carlos (COMDUSC), um órgão coletivo que contempla a participação
do poder público e da sociedade civil e colabora na elaboração, na execução e no
monitoramento da Política Urbana Municipal, e suas atribuições incluem: monitorar a
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do Gregório” Regina Mambeli Barros (SHS-EESC/USP) – Cap.3 Revisão Bibliográfica

gestão do Plano Diretor do Município, elaborar propostas, examinar e emitir pareceres


nos temas inerentes à política urbana (PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO
CARLOS, 2003 d).

3.4. Modelos Hidrológicos


3.4.1. Modelo concentrado – IPHS-1
Para o planejamento dos Recursos Hídricos de uma bacia é necessário conhecer-se
a distribuição espacial e temporal do ciclo hidrológico no processo precipitação-vazão.
Nesse caso, as mais importantes variáveis hidrológicas são a precipitação e a vazão.
Sivapalan et al. (2004) descrevem os meios atuais para previsões em bacias não-
monitoradas, a saber: métodos apropriados que envolvem a extrapolação das
informações-resposta de bacias monitoradas para bacias não-monitoradas; medições por
sensoriamento remoto; aplicação de processos baseados em modelos hidrológicos nos
quais são especificadas ou medidas entradas de parâmetros climáticos; e aplicação de
modelos hidrológico-meteorológicos combinados, sem a necessidade da especificação
de entradas de valores de precipitação. No caso do sensoriamento remoto, os autores
preconizaram que o modelo relacionasse o produto remotamente sensoriado à
quantidade hidrológica de interesse o qual também deve ser inferido ou desenvolvido
em locais precisamente monitorados, para depois serem extrapolados para locais não-
monitorados.
Para o modelamento necessário ao referido prognóstico, de acordo com Campana
& Tucci (2000), os dados básicos necessários para o prognóstico dos impactos
potenciais e possibilidades de controle são: precipitação de projeto; características
físicas da bacia; condições de urbanização – os quais permitem definir os cenários de
urbanização. O estabelecimento desse prognóstico seria realizado por meio de modelos
hidrológico precipitação-vazão.
Na literatura estão disponíveis diversos modelos e aplicações a bacias (Tucci,
1998; Campana & Tucci, 2000), tais como SOIL CONSERVATION SERVICE (SCS;
United States Department of Agriculture, 1986), Crawford e Linsley (Tucci, 1998) entre
outros.
Entre as aplicações dos modelos hidrológicos de grande utilidade para a Gestão de
Recursos Hídricos, encontram-se a avaliação de volume necessário para contenção de
águas em enchentes e o mapeamento de enchentes, para aplicação em legislação de uso
do solo.
“Previsão de Enchentes para o Plano Diretor de Drenagem Urbana de São Carlos (PDDUSC) na Bacia Escola do Córrego 38
do Gregório” Regina Mambeli Barros (SHS-EESC/USP) – Cap.3 Revisão Bibliográfica

Neste sentido, Tucci & Villanueva (1999) reportaram que uma combinação de
medidas estruturais e não-estruturais – como mapeamento de enchentes – para o
controle de enchentes foi proposta para minimizar os impactos por enchentes nas
cidades de União da Vitória-PR e Porto União-PR. Estes autores propuseram
modificações na legislação municipal de solo urbano, que incluem novas restrições de
uso do solo, algumas delas como incentivo ao cumprimento do zoneamento de
enchentes, e também, sugeriram algumas regras preventivas para evitar o aumento do
escoamento superficial devido à urbanização. Deste modo, a solução proposta foi o
desenvolvimento de uma nova planta urbana em direção à áreas mais seguras, uma vez
que os baixos custos e impactos ambientais de medidas não estruturais geralmente
trazem maiores benefícios à comunidade em relação à medidas estruturais. Este
conceito de zoneamento de enchentes foi introduzido em países desenvolvidos, como os
Estados Unidos (Faisal et al., 1999), no qual o solo é categorizado com base no risco de
inundação.
Assim, Depettris et al. (2000) no estudo de estratégias de defesa contra enchentes
na confluência dos rios Paraná-Paraguai preconizaram algumas propostas para medidas
legais não-estruturais, a saber: regras claras baseadas na avaliação do risco de enchente
e vulnerabilidade urbana a enchentes; aplicação dessas regras em planícies de inundação
sob supervisão de autoridades legais; identificação dos usos do solo adaptados ao risco
de enchentes, com atividades alternativas de produção.
Estes autores mencionaram que, conseqüentemente, o uso do solo de áreas
inundáveis nas províncias da Argentina envolveriam o zoneamento estruturado, com
cartografia do terreno que comportaria mapas de riscos hidrológicos, e estabeleceriam
não somente as zonas interditadas (a linha ao lado do rio), as áreas com severas
restrições, as áreas parcialmente restritas e as áreas de advertência mas, também,
cumpririam considerações legais referidas ao Art. 2750 do Código Civil Argentino que
descreve que “[...] após a definição da linha de costa, a linha ao lado do rio e linhas de
lagoa, a administração da Província deve fazer sua respectiva demarcação[...]”.
No entanto, este desenvolvimento de uma nova planta urbana em direção à áreas
mais seguras, anteriormente preconizado, parece ser de difícil execução prática, uma
vez que não apenas necessitaria verbas para desapropriação, como haveriam problemas,
pois as estruturas sociais e espaciais já estão plenamente estabelecidas.
“Previsão de Enchentes para o Plano Diretor de Drenagem Urbana de São Carlos (PDDUSC) na Bacia Escola do Córrego 39
do Gregório” Regina Mambeli Barros (SHS-EESC/USP) – Cap.3 Revisão Bibliográfica

No que tange à aplicação de modelos hidrológicos-hidrodinâmicos, capazes de


fornecer subsídios para prognósticos de cenários com vistas ao planejamento territorial
e gestão de recursos hídricos vale citar:
Campana & Tucci (2001) utilizaram o IPH IV (Tucci et. al, 1989) como modelo
hidrológico-hidrodinâmico para previsão de vazões na macrobacia urbana do Arroio
Dilúvio, em Porto Alegre-RS, para quatro alternativas de urbanização e diferentes riscos
(drenagem 2, 5, 10 e 25 anos). O IPH IV possui dois componentes principais: módulo
hidrológico, que simula o processo chuva-vazão pela versão IPH II (Tucci et. al, 1981);
e módulo hidrodinâmico que resolve as equações de Saint-Venant com um esquema
implícito de diferenças finitas.
Este módulo hidrodinâmico constitui ferramenta de grande valor, uma vez que
pode contemplar efeitos de remanso, especialmente em confluência entre córregos. Em
2001 Campana & Tucci (2001) realizaram o ajuste dos parâmetros do modelo
hidrológico em três sub-bacias para três eventos com dados; e no modelo hidrológico-
hidrodinâmico o ajuste foi realizado com base em duas seções nos três referidos
eventos.
No entanto, para a eficaz obtenção de respostas de bacias a eventos de
precipitação, é de suma importância a chuva de projeto de entrada para simulação.
Neste sentido, Bemfica et. al (2000) analisaram a aplicação de diferentes padrões de
chuvas de projeto à cidade de Porto Alegre-RS. Com dados disponíveis de uma estação
pluviográfica, foram calculados hietogramas de projeto pelos métodos de Chicago
(Keifer & Chu, 1957), Triangular (Yen & Chow, 1980 e Pilgrim & Cordery, 1975),
Blocos Alternados (citado por Zahed & Marcellini, 1995) para durações de 30, 60, 120
e 240 minutos e períodos de retorno de 2 e 5 anos e para obtenção de vazões foi
utilizado o modelo hidrológico SCS. As vazões geradas pela chuva de projeto de
Pilgrim & Cordery (1975), segundo os autores, nas maiores durações, apresentaram
valores bastante similares aos obtidos com base em eventos históricos, enquanto os
demais hietogramas de projeto forneceram hidrogramas superestimados.
Os autores concluíram que a escolha deve recair sobre o método do padrão de
chuva dos Blocos Alternados, ainda que em seu estudo tenham referido como melhor
escolha o método de Pilgrim & Cordery (1975). Este método, porém, se refere às
chuvas de projeto de maiores durações, o que não correspondia ao caso estudado
(chuvas convectivas de curta duração de 30 e 60 min).
“Previsão de Enchentes para o Plano Diretor de Drenagem Urbana de São Carlos (PDDUSC) na Bacia Escola do Córrego 40
do Gregório” Regina Mambeli Barros (SHS-EESC/USP) – Cap.3 Revisão Bibliográfica

Relativamente aos parâmetros de entrada do modelo IPH II, Germano et. al (2001)
apresentaram a estimativa dos parâmetros deste modelo para algumas bacias urbanas
brasileiras. Dentre estas bacias, elas a do Córrego do Gregório, São Carlos-SP. Para
tentar estabelecer uma relação entre os parâmetros dos algoritmos de escoamento tc e ks
e as características das bacias, foram testadas várias regressões com os valores
ajustados, e as melhores estão apresentadas nas equações (1) e (2). O tempo de
concentração obteve boa correlação com a declividade, como expresso nas equações de
escoamento uniforme usadas na determinação de tc. Segundo os autores, os resultados
obtidos nas regressões não apresentaram melhor correlação com a declividade,
provavelmente porque, neste caso, L e a área impermeável IMP já explicariam parte
desta variável. A tabela 2 apresenta um resumo dos parâmetros e sua variação para a
sub-bacia do Córrego do Gregório.
L0, 0882
t c = 18,628 ; R 2 = 0,815 (1)
IMP 0, 272
L1,063
k s = 24,058 ; R 2 = 0,806 (2)
S 0,126 IMP 0,549

Tabela 2 – Resultados dos parâmetros ajustados. Fonte: GERMANO et. al


(2001).

Bacia Rmax I0 Ib h tc ks ksub ∆t Condições


mm mm/∆t mm/∆t mm/∆t ∆t ∆t ∆t min
Gregório 5-20 14 0,4 0,8 3 1,5 20 10 U, IAM
Nota: U – Urbana; IAM – Infiltração acima da média.

Os resultados com I0, Ib, h (médios), tc=f(L, IMP) e ks=f(L,S, IMP) estão
representados no gráfico da figura 13. O erro médio na estimativa dos picos para a bacia
do Córrego do Gregório é de 16%, quando utilizados os valores de I0, Ib, h (médios), e tc
e ks das funções.
“Previsão de Enchentes para o Plano Diretor de Drenagem Urbana de São Carlos (PDDUSC) na Bacia Escola do Córrego 41
do Gregório” Regina Mambeli Barros (SHS-EESC/USP) – Cap.3 Revisão Bibliográfica

Figura 16- Resultados com I0, Ib, h (médios), tc=f(L,IMP) e ks=f(L,S,IMP).


Fonte: GERMANO et al. (2001).

3.4.1.1. Soil Conservation Service (SCS)

A cobertura da bacia influencia o comportamento do hidrograma. Nas bacias


urbanas, que possuem maior área com cobertura impermeável, e têm-se uma rede de
drenagem de maior eficiência, aumentam o escoamento superficial e o pico de vazão.
Em bacias pequenas, as precipitações convectivas de alta intensidade, pequena duração
e distribuída em uma pequena área, podem provocar grandes enchentes.
O modelo precipitação-vazão Soil Conservation Service (United States
Department of Agriculture, 1986) tem sido muito usado para simulação de hidrogramas
de cheia e determinação do risco de enchente para um local em estudo.
A seguir serão apresentadas as fundamentações teóricas, as limitações e as
potencialidades dos modelos de separação de escoamento, SCS e IPH, bem como o
modelo distribuído HIDRORAS.
Righetto (1998) relatou que o Departamento de Conservação do Solo norte-
americano (United States Department of Agriculture) realizou diversos experimentos
em bacias de pequeno porte, para o estabelecimento das relações entre precipitação,
deflúvio superficial, grau de vegetação, tipo e ocupação do solo e propuseram um
modelo bastante simples, expresso por uma equação que relaciona a altura precipitada,
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do Gregório” Regina Mambeli Barros (SHS-EESC/USP) – Cap.3 Revisão Bibliográfica

hp, à altura da lâmina escoada, hq, e um índice de armazenamento de água na bacia, S.


Com a determinação do volume escoado, o hidrograma resultante é especificado,
considerado triangular (figura 17), com o tempo de pico e tempo de base definidos a
partir de características geométricas da bacia (Righetto, 1998). Tucci (1996) afirmou
que, apesar de certas inconsistências apresentadas na literatura, este modelo tem sido
utilizado em todo o mundo pelas seguintes razões: (i) reduzido número de parâmetros;
(ii) relação entre os parâmetros e as características físicas da bacia. O modelo não foi
desenvolvido com o compromisso de representar um evento específico, mas para ser
utilizado para estimar (geralmente ele o superestima) o hidrograma de projeto para uma
determinada bacia.

Figura 17- Hidrograma triangular.


Fonte: RIGHETTO (1998).

Os seguintes algoritmos estão presentes em sua estrutura:


• Precipitação de projeto;
• Determinação do volume superficial;
• Propagação do escoamento na bacia;
Neste modelo é apresentada uma expressão que relaciona a razão entre a
precipitação total acumulada (P, em mm) com o volume superficial acumulado (Q em
mm), e a razão entre a infiltração e o escoamento da bacia, resultando na seguinte
relação descrita pela equação 3.
( P − I a )2
Q= (3)
P + S − Ia
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do Gregório” Regina Mambeli Barros (SHS-EESC/USP) – Cap.3 Revisão Bibliográfica

onde Ia são as perdas iniciais e S o armazenamento do solo. O valor de Ia é estimado


para condições médias por Ia=0,2S, isto é, 20% da capacidade de armazenamento do
solo.
Hawkins et al. (1985) descrevem (equação 4) a relação entre altura precipitada, hp,
altura da lâmina escoada, hq e o índice de armazenamento, isto é, capacidade máxima da
camada superior do solo, S.
2
 hp 
 − 0,2 
hq  S 
= (4)
S  hp 
 + 0,8 
 S 
Esta equação é válida quando a altura pluviométrica hp>0,2.S. Para hp<0,2.S, o
modelo admite a não ocorrência de deflúvio superficial, ou seja, hq=0. A equação 4,
após arranjos algébricos, pode ser expressa da seguinte forma (equação 5), isto é,
através do coeficiente de deflúvio hq/hp (RIGHETTO, 1998).
hq (h − 0,2)
p
2

= (5)
hp (h S )⋅ (h S + 0,8)
p p

O parâmetro Curve Number (CN) foi estabelecido com a finalidade de constituir


uma escala para determinação da capacidade máxima da camada superior do solo S; CN
é classificado de acordo com a vegetação existente e com tipo e uso do solo. A relação
entre S e CN é descrita pela equação 6.
25400
S= − 254 (6)
CN
Nesta expressão, as unidades são métricas, porém, a equação original em unidades
inglesas, estabelece o valor de CN em uma escala de 1 a 100.
A tabela 3, apresenta os valores de CN para diferentes tipos de ocupação urbana,
para os solos tipo A, B, C e D.
De acordo com a tabela 3, são estimados os valores de CN a serem fornecidos em
simulações em cenários atual e de prognóstico de urbanização.
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Tabela 3- Valores dos parâmetros CN para diferentes tipos de ocupação


urbana Fonte: SCS (1986).
Descrição do uso do Tipo de solo
solo A B C D
Espaços abertos;
• Matos ou gramas 39 61 74 80
cobrem 75% ou mais da
área
• Matos cobrem 50 a 49 69 79 77
75% da área
Áreas comerciais (85% 89 92 94 95
impermeáveis)
Distritos industriais 81 88 91 93
(72% impermeáveis)
Áreas Área
residenciais impermeável
Tamanho (%)
do lote (m2) 65
38
< 500 30 77 85 90 92
1000 25 61 75 83 87
1300 20 57 72 81 86
2000 54 70 80 85
4000 51 68 79 84
Parques e 98 98 98 98
estacionamentos, telhados,
viadutos.
Arruamentos e estradas
• Asfaltadas e com 98 98 98 98
drenagem pluvial
• Paralelepípedos 76 85 89 91
• Terra 72 82 87 89
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Os tipos de solos referidos na tabela 4 estão explicados a seguir:


Solo A: solos que produzem baixo escoamento superficial e alta infiltração. Solos
arenosos com pouco silte e argila.
Solo B: solos menos permeáveis do que o anterior, solos arenosos menos
profundos do que do tipo A e com permeabilidade superior à média.
Solo C: solos que geram escoamento superficial acima da média e com
capacidade de infiltração abaixo da média, com considerável percentagem de argila e
pouco profundos;
Solo D: solos contendo argilas expansivas, pouco profundos, com muito baixa
capacidade de infiltração, geram a maior proporção de escoamento superficial.
No entanto, Tucci (1996) atenta para o fato de os parâmetros CN das tabelas
referiram as condições médias de umidade antecedente. Para outras condições são
realizadas correções (tabela 4) dos valores tabelados para situações diferentes da média.
As condições referidas são as seguintes:
AMC I – situação em que os solos estão secos. Na estação de crescimento a
precipitação acumulada dos cinco dias anteriores é menor que 36 mm e em outro
período, menor que 13 mm;
AMC II – situação média em que os solos correspondem à umidade da capacidade
de campo;
AMC III – situação em que ocorreram precipitações consideráveis nos cinco dias
anteriores e o solo encontra-se saturado. No período de crescimento, as precipitações
acumuladas nos cinco dias anteriores são maiores que 53 mm e no outro maior que 28
mm.
A precipitação efetiva, que gera o escoamento superficial, obtida pela equação 3 é
o valor acumulado, devendo ser desagregado para utilização no algoritmo de
propagação do escoamento superficial.
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Tabela 4- Correção dos valores de CN de acordo com a umidade


antecedente. Fonte: TUCCI (1996).
Valores Médios Correção para AMC Correção para AMC
I II
100 100 100
95 87 98
90 78 96
85 70 94
80 63 91
75 57 88
70 51 85
65 45 82
60 40 78
55 35 74
50 31 70
45 26 65
40 22 60
35 18 55
30 15 50
25 12 43
20 9 37
15 6 30
10 4 2
5 2 13

No que se refere à atribuição do valor do parâmetro CN para cada sub-bacia de uma


bacia em estudo, Ayros et al. (1998) realizaram um estudo na bacia do Neckar, sudoeste
da Alemanha, considerando 42 sub-bacias que variaram em tamanho de 30 a 400 km2.
Estes autores obtiveram o CN das imagens de satélite de uso do solo das propriedades
do solo. Em um primeiro passo, os polígonos das sub-bacias foram interseccionados
com os mapas das associações do solo em um SIG ARC/INFO® e, a seguir, foram
selecionadas as associações do solo dominantes para cada sub-bacia, de modo que a
soma de todas as associações selecionadas deveriam ser ≥ 85% da área da sub-bacia.
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Estas associações foram então agrupadas nas classes de A a D do SCS descritas na


tabela 4.
Este estudo nos remete a uma metodologia de aplicação do parâmetro CN, uma vez
que imagens do satélite LANDSAT de uso do solo estão disponíveis para as sub-bacias
do município de São Carlos em Bacias Hidrográficas...(2002).
É prática comum na hidrologia a descrição de que o volume gerado pela separação
do escoamento é propagado até o rio através do uso do Hidrograma Unitário (HU). O
modelo utiliza o hidrograma unitário sintético triangular, obtido com base no valor do
pico q, e tempo de pico tp. O tempo de recessão tr é estimado com base em tp (tr = 1,67
tp). As equações para vazão máxima e tempo de pico são descritas pelas equações 7 e 8.
2,08 A
q= (7)
D
+ tp
2
0, 7
 S 
2,6 L0,8  + 1
tp =  25,4  (8)
1900 y 0,5
onde A é a área de drenagem em km2; q em m3/s; tp em horas; D é o intervalo de
tempo, em horas; L é o comprimento hidráulico em m; y é a declividade em
percentagem.
A equação do tempo de pico é válida para pequenas bacias e para escoamento na
superfície da bacia (áreas < 8 km2). O tempo de pico também pode ser estimado com
base no tempo de concentração segundo a relação usada pelo SCS de que tp=0,6 tc.
Tucci (1996) alerta que para bacias urbanas nas quais o tempo de deslocamento na
bacia diminui devido às áreas impermeáveis e à canalização, o tempo de pico e o tempo
de concentração são alterados com base na expressão descrita pela equação 9.
tp = tp (bacia natural) f1 . f2 (9)
onde f1 e f2 são, respectivamente fatores que reduzem o tempo de pico de acordo
com o aumento das áreas urbanas e canalizadas. Tais fatores são obtidos pelas
expressões descritas pelas equações 10 e 11.
f1 = 1 − M a .K (10)

f 2 = 1 − M c .K (11)

onde Ma é a percentagem de aumento de áreas impermeáveis; Mc é a porcentagem


de áreas canalizadas e K é descrito pela equação 12.
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K = (−0,02185CN 3 − 0,4928CN 2 + 335CN − 6789).10 −6 (12)

3.4.1.2. IPH II

O modelo IPH II baseia-se em um algoritmo de separação de escoamento


desenvolvido por Berthelot apud Tucci2 (1998), que utilizou a equação da continuidade
em combinada à equação de Horton e uma função empírica para a percolação. O
algoritmo de infiltração foi ampliado por Tucci (1979) apud Tucci3 (1998), e foi feita
uma análise de sensibilidade dos parâmetros. Tucci et al. apud Tucci4 (1998) desejaram
tornar o modelo aplicável em diversos problemas de recursos hídricos, com um mínimo
de parâmetros a serem estimados, para tanto, utilizaram o referido algoritmo junto com
outros (perdas, escoamento superficial e subterrâneo) e implementaram o modelo. Tucci
& Campana apud Tucci5 (1998) ampliaram o uso do modelo por meio de alterações na
estrutura do algoritmo de escoamento superficial.
O modelo é composto dos seguintes algoritmos: perdas por evaporação e
interceptação; separação dos escoamentos; propagação do escoamento superficial;
propagação subterrânea; e otimização dos parâmetros (opcional).

3.4.1.2.1. Evaporação e interceptação

O total interceptado é representado por um reservatório que tem a capacidade Rmáx e


uma variável de estado Rt (figura 18b). O restante da precipitação é a entrada do
algoritmo de separação do escoamento. Quando a precipitação não é suficiente para
atender a evapotranspiração potencial, parte é atendida pelo reservatório de perdas e o
restante da evapotranspiração pode ser retirado do solo, de acordo com seu estado de
umidade. A retirada de água do solo é obtida por uma relação linear entre a
porcentagem da evapotranspiração potencial e a umidade do solo.

2
BERTHELOT, R. (1970). Curso de Hidrologia Sintética. Mestrado em Hidrologia Aplicada IPH-UFRGS. apud TUCCI (1998).
3
TUCCI, C. E. M. (1979). Análise de sensibilidade dos parâmetros do algoritmo de infiltração. Anais. III SIMPÓSIO
BRASILEIRO DE HIDROLOGIA, Brasília apud TUCCI (1998).
4
TUCCI, C. E. M.; ORDONEZ, J. S.; SIMÕES, M. L. (1981) Modelo Matemático Precipitação-Vazão IPH II Alguns Resultados.
Anais IV Simpósio Brasileiro de Recursos Hídricos. ABRH Fortaleza apud TUCCI (1998).
5
TUCCI, C. E. M.;CAMPANA,N. (1993).Simulação Distribuída com IPH II, nova versão. In: X Simpósio Brasileiro de Recursos
Hídricos e I SIMPÓSIO DE RECURSOS HÍDRICOS DO CONESUL, ABRH, Gramado, v. 3, p.494-495 apud TUCCI (1998).
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do Gregório” Regina Mambeli Barros (SHS-EESC/USP) – Cap.3 Revisão Bibliográfica

EP(t ).S (t )
Es (t ) = (13)
S max
onde;
Es(t) – evapotranspiração da superfície no tempo t;
EP(t) – evapotranspiração potencial;
S(t) – estado de umidade da camada superior do solo;
Smax-capacidade máxima de umidade da camada superior do solo;
t- tempo.

3.4.1.2.2. Separação dos Volumes

Neste modelo, é utilizado um parâmetro denominado AINP que caracteriza a


parcela da bacia com áreas impermeáveis (valor na escala entre 0 e 1), a qual contribui
diretamente para os pluviais. O algoritmo, baseado na equação de Horton, calcula os
volumes infiltrado, percolado para o aqüífero e que gera escoamento superficial.
Observando a figura 19, seja S(t) o estado de umidade da camada superior do solo, I(t) a
infiltração e T(t) a percolação no tempo t. A equação da continuidade é descrita pela
equação 14.
dS
= I (t ) − T (t ) (14)
dt

Figura 18- Relação entre Evapotranspiração potencial e umidade do


solo; (b) reservatório de perdas por interceptação e depressões no solo.
Fonte: TUCCI (1998).
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Figura 19- Infiltração e percolação na camada superior do solo.


Fonte: TUCCI (1998).

A infiltração pode ser obtida pela equação de Horton e a percolação pela equação
(15) proposta a seguir.
I (t ) = I b + ( I 0 − I b )h t (15)

T (t ) = I b (1 − h t ) (16)

onde:
Ib – capacidade de infiltração quando o solo está saturado;
I0 – capacidade de infiltração do solo quando a umidade é S0;
h = e −k ;
k – parâmetro que caracteriza o decaimento da curva exponencial de
infiltração e depende das características do solo;
Na equação (14) são substituídas as equações (15) e (16) e após é feita a
integração no intervalo t=0 até t, o que resulta na equação (17).
I0 t
S = S0 +
ln h
(
h − 1) ) (17)

onde:
S0 – capacidade de campo, ou o estado de umidade do solo quando inicia a
percolação. Neste modelo, S0 é adotado igual a zero.
Nas equações (15) e (16), o termo ht é isolado e, então, é substituído na equação
(17), o que resulta em duas equações que relacionam o armazenamento com infiltração
e percolação.
S (t ) = ai + bi I (t ) (18)
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S (t ) = bt ⋅ T (t ) (19)
onde:
2
− I0
ai =
ln h( I 0 − I b )
I0
bi =
ln h( I 0 − I b )
− I0
bt =
ln h.I b

Na figura 20, são apresentadas as funções obtidas. Tucci (1998) alerta que o tempo
da equação de infiltração não é o tempo da simulação, e o algoritmo de cálculo é obtido
pelas alternativas descritas a seguir (figura 21a, 21b e 21c).

Figura 20- Funções das equações de balanço, infiltração e percolação.


Fonte: TUCCI (1998).

Figura 21 – Condições existentes na definição do algoritmo IPH II.


Fonte: TUCCI (1998).
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• Situação I: P(t)>I(t) – representado na figura 21a, na qual P(t) é a


precipitação resultante dos algoritmos anteriores. A precipitação é
maior que a capacidade de infiltração, logo, a equação de Horton (15)
pode ser utilizada. Assim, o volume infiltrado é integral, no intervalo
de tempo, [0, ∆t] da equação de Horton (equação 20).
I (t ) − I b ∆t
Vi = I b ∆t +
ln h
( h −1 ) (20)

O volume de escoamento superficial é descrito pela equação


(21) e o volume percolado, obtido pela equação (22). O
armazenamento S(t+1) é obtido a partir de I(t+1), o qual é calculado
pela equação de Horton (20).
Ve = P(t )∆t − Vi (21)

V p = S (t ) − S (t + 1) + Vi (22)

• Situação II: P(t)<I(t) e (a):P(t),I(t+1) – representado pela figura


19b. Neste caso, é considerado que todo o volume infiltra, assim, a
infiltração é substituída pela precipitação na equação da
continuidade. Ao substituir a percolação na equação da continuidade
pela equação (19), e ao se resolver a equação diferencial no intervalo
de tempo t,t+1, obtêm-se a equação (23), com P(t) em mm/∆t.
P (t )
S (t + 1) = S (t )e − ∆t bt + (1 − e − ∆t bt ) (23)
bt
TUCCI (1998) afirma que com base na equação (18), é possível
determinar I(t+1) através de S(t+1) e verificar se a premissa dada
pela equação (23) é verdadeira. Sendo verdadeira, não haverá
escoamento superficial e Ve=0, enquanto que Vp pode ser
determinado pela equação (22).

• Situação IIb: P(t)>I(t+1) – representado pela figura 19c. Tucci


(1998) descreve que após o cálculo da capacidade de infiltração,
verifica-se que dentro do intervalo a curva de infiltração cruza a da
precipitação criando duas situações diferentes. Na figura 19c, para
encontrar o ponto x, divide-se o intervalo em dois. No primeiro, a
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equação da continuidade tem como entrada toda a precipitação como


na equação (23). Nesta equação o intervalo de tempo é ∆tx. No ponto
x, S(x) é determinado com base em que I=P, pela equação (18). O
intervalo de tempo ∆tx é obtido pela equação (23), resultando na
equação (24). Conhecidos os intervalos, [0, ∆tx] e [∆tx, ∆t-∆tx], o
primeiro é tratado como o caso IIa e o segundo como o caso I.
2bt [S ( x) − S (t )]
∆t x = (24)
2bt P − S ( x) − S (t )

O escoamento superficial é calculado com base no método de Clark (Clark,


1945 apud Tucci6, 1998), que utiliza o histograma tempo-área para considerar a
translação e o modelo do reservatório linear simples para o amortecimento.

• Método de Clark – Clark (1945) apud Tucci7 (1998), visando considerar os


efeitos de translação e armazenamento combinou o modelo de reservatório linear
simples com o histograma tempo-área (HTA), em que a precipitação efetiva é
trasladada pelo HTA e, depois é amortecida pelo reservatório linear (figura 23). O
histograma tempo-área identifica o tempo de contribuição na seção principal das
diferentes partes da bacia. O método de Clark se baseia nas isócronas que são calculadas
com espaçamento igual. Assim, o histograma é obtido através da área de contribuição
entre isócronas, e a ordenada do histograma tempo-área é obtida pela equação (25).
Ai
fi = (25)
At
onde:
Ai – área compreendida entre duas isócronas adjacentes, com tempo médio ti
de contribuição à seção principal da bacia (figura 22a).
Assim, o histograma tempo-área é representado pelas ordenadas fi, para
i=1,2...n, onde tn é o tempo de concentração do escoamento superficial (figura 22b).
Considere que a parcela urbanizada (ai) representa uma parte área da bacia Ai,.
Considerando ∝ uma variável definida por ∝i=ai/Ai, o algoritmo de separação de
escoamento é utilizado para parcela permeável da bacia. A altura de água resultante
deste algoritmo é Ve (t). A altura de água superficial das superfícies impermeáveis é P(t)

6
CLARK, C. D. (1945). Storage and Unit Hidrograph, ASCE Trans. Vol 100, pp 1416-1466 apud TUCCI (1998).
7
CLARK, C. D. (1945). Storage and Unit Hidrograph, ASCE Trans. Vol 100, pp 1416-1466 apud TUCCI (1998).
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calculado após o algoritmo de interceptação. A altura total de água superficial resultante


das superfícies permeáveis e impermeáveis é descrita pela equação (26).
t t
Vs (t ) = ∑ Ve (t − i + 1) f p (i ) + ∑ P(t − i + 1) f m (i ) (26)
i =r i=r

onde:
r=1, para t<n;
r=t-n+1 para t>n;
n – número de ordenadas do histograma tempo-área;
fp(i) – f(i) (1-∝I);
fm(i)=∝i.fi

Figura 22 – Características do histograma tempo-área.


Fonte: TUCCI (1998).

Figura 23 – O modelo Clark.


Fonte: TUCCI (1998).
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A metodologia considera que a precipitação é uniforme sobre toda a bacia. Com o


intuito de considerar a variabilidade espacial da precipitação, de modo a usar a estrutura
deste modelo concentrado, é utilizado um artifício. Sendo Pi, a precipitação entre duas
isócronas adjacentes e correspondente a ordenada fi, assim a precipitação média é obtida
conforme a equação (27). As ordenadas do HTA são modificadas para f c = f i β i , onde

β = Pi / Pm . Para que essa correção seja realizada é necessária a existência de alguns


pluviógrafos na bacia, para estimar Pi (TUCCI, 1998).

∑P A
i =1
i i
Pm = n
(27)
∑A
i =1
i

• Reservatório linear simples: Zoch (1934) apud Tucci8 (1998) originalmente


apresentou o modelo dito de reservatório linear simples, o qual utiliza a equação da
continuidade concentrada sem contribuição lateral e a equação de armazenamento (28).
Derivando (28) com relação ao tempo t e substituindo na equação da continuidade, tem-
se a equação (29). A equação diferencial do modelo, para um sistema linear, é
representada pela equação (30), e resolvendo esta equação diferencial ordinária, tem-se
a equação (31) (TUCCI, 1998).
S = k s .Qs (28)

dS
= Vs − Qs (29)
dt
onde:
ks – tempo médio de esvaziamento do reservatório
dQs
ks + Qs = Vs (30)
dt
Qs (t + 1) = Qs (t )e −t k s + Vs (t + 1)(1 − e −t k s ) (31)
Tucci (1998) referiu que este modelo pode ser ampliado no caso de existirem seções
de escoamento com extravasamento de calha, porém ks deve ser diferente (figura 24)
entre o leito menor (ks1) e o leito maior (ks2). As equações (28) a (31) são usadas com o
valor de ks variando com o nível ou vazão, isto é para Q>Q1, ks=ks2; para Q<Q1, ks=ks1.
Porém, na transição o sistema não é linear e o sistema de equações (30) fica de acordo

8
ZOCH, R. T. (1934). On the relation between rainfall and streamflow. In: US DEPARTAMENT OF COMMERCE, MONTLHY
WEATHER REVIEW, Part I v. 62, pp. 315-322 apud TUCCI (1998).
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com a equação (32). Discretizando e reorganizando os termos da equação (32) resulta na


equação (33).
dQs dk
ks + Qs s = Vs − Qs (32)
dt dt

k s (t ) − ∆t / 2 V (t + 1) + Vs (t )
Qs (t + 1) = Qs (t ) + s (33)
k s (t + 1) − ∆t / 2 2k s (t + 1)
−1
∆t
onde:
t e t+1 – indicativos da variável nestes intervalos de tempo.

Figura 24 – Variação de ks.


Fonte: TUCCI (1998).

3.4.1.2.3. Escoamento subterrâneo: Baseada na equação (31), é executada a


propagação do escoamento subterrâneo, na qual ks é substituído por kb e Vs por Vp,
representando a recessão do hidrograma, uma vez que o primeiro termo da equação (31)
representa o esvaziamento do reservatório subterrâneo e o segundo, a entrada da
percolação.

3.4.1.2.4. Parâmetros utilizados pelo modelo

Os parâmetros utilizados pelo modelo que necessitam serem ajustados são Rmax,
I0, Ib, h, ks, tc e ksub. Rmax representa as perdas iniciais, e varia conforme as
características da bacia hidrográfica, bem como com as condições que antecedem o
evento. Quando as bacias possuem alto grau de urbanização, ou com solos em
condições de saturação, apresentam pequenos valores para este parâmetro. I0, Ib, h são
os parâmetros de separação do escoamento: os dois primeiros definem a capacidade
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máxima de infiltração do solo, e o último representa a capacidade máxima de


percolação. Os parâmetros ks e tc determinam a propagação superficial, sendo ks o
tempo de retardo do escoamento superficial, função do tempo de concentração da bacia,
do armazenamento e da celeridade da onda (que depende da vazão de pico). O tc define
o HTA. O ksub determina o tempo médio de esvaziamento do reservatório de
escoamento subterrâneo (GERMANO et al., 2001).
De modo detalhado, os parâmetros usados pelo modelo, que devem ser ajustados
são os seguintes:
a) Para o algoritmo de perdas e evaporação: De acordo com Tucci (1998), o
parâmetro Rmax varia conforme as características da bacia hidrográfica; aquelas com
vegetação, grande capacidade de retenção da precipitação, grandes depressões do solo
ou açudes devem ter altos valores de Rmax. Crawford & Linsley apud Tucci9 (1998)
apresentaram valores para retenção em razão da interceptação vegetal (tabela 5),
podendo-se assumir valores maiores, uma vez que este parâmetro envolve outras perdas.
O valor de Smax é obtido por meio da equação (18) para I=Ib, isto é, quando o solo atinge
o grau de saturação, resultando na equação (34).
− I0
S max = (34)
ln h

Tabela 5- Valores do parâmetro Rmax. Fonte: CRAWFORD & LINSLEY apud


TUCCI (1998).
Cobertura Rmax (mm)
Campo, prado 2,50
Floresta ou mato 3,75
Floresta ou mato denso 5,00

b) Para o algoritmo de separação do escoamento: Os parâmetros I0, Ib e h. De


acordo com Tucci (1998), estes parâmetros são os mais sensíveis no controle de
volumes dos hidrogramas. Uma análise de sensibilidade foi apresentada por Tucci
(1979) por meio de equações analíticas e experimentos numéricos. De acordo com este
autor: (i) os parâmetros I0 e Ib variam conforme o valor de h; (ii) o aumento de I0, Ib e h
produzem redução do volume de escoamento superficial; (iii) a influência de I0 diminui

9
CRAWFORD, M.; LINSLEY, R. (1966). Digital Simulation in Hydrology. Technical Report n. 39, Department of Civil Engineer,
Stanford University apud TUCCI (1998).
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à medida que diminui o valor de h, aumentando a influência de Ib. Por ordem de


sensibilidade, os parâmetros são: I0, h e Ib, sendo que os dois primeiros definem a
capacidade máxima de umidade do solo e Ib define a capacidade máxima de percolação,
conseqüentemente, a vazão de base. Os valores destes parâmetros relacionados aos tipos
de solos definidos pelo Soil Conservation Service estão descritos na tabela 6.

Tabela 6 – Parâmetros da equação de Horton (FITCH et al apud TUCCI10,


1998).
K (s-1)
Tipo de I0 Ib
(10-3)
solo mm/h mm/h
I II III
A 254,0 25,4 0,055-0,289 0,134-0,66 0,31-1,64
B 203,2 12,7 0,16-0,43 0,36-0,98 0,82-2,64
C 127,0 6,35 0,14-0,42 0,40-1,01 1,01-2,59
D 76,2 2,54 0,15-0,36 0,36-0,81 0,91-2,44
Nota: Umidade antecedente: I – 0<P<12,7 mm; II – 12,7<P<27,94 mm; III – P>27,94 mm, onde
P é a precipitação em mm.

c) Parâmetros do escoamento superficial: O parâmetro AINP de áreas impermeáveis


deve ser estimado com base em informações existentes na bacia hidrográfica. Quando
for considerada a distribuição espacial das áreas impermeáveis dentro da bacia, estes
valores podem ser estimados por sub-bacias ou isócronas. Na tabela 4 (modelo SCS) são
apresentados valores recomendados para diferentes tipos de ocupação urbana. Fontes &
Barbassa (2001) desenvolveram uma relação entre densidade populacional e áreas
impermeabilizadas – Taxa de Ocupação e Impermeabilização (TOI) – em São Carlos-
SP.

d) Escoamento subterrâneo: conforme o modelo de reservatório linear simples, kb é o


parâmetro que caracteriza o esvaziamento deste reservatório. Considerando que na
equação (29) não há percolação, esta se torna a equação de recessão do hidrograma,
onde k b = 1 α , se ∝ é o coeficiente de depleção.

10
FITCH, W.; HARTIGAN, J. P.; YWYANKI, M. (1976). Urban Flooding Response to Land Use Change. In: Anais. NATIONAL
SYMPOSIUM apud TUCCI (1998).
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Relativamente à calibração dos parâmetros de entrada do IPH II, Collischonn &


Tucci (2001) apresentaram um estudo de aplicação do algoritmo SCE-UA para
calibração automática do modelo hidrológico IPH II (TUCCI, 1998). O algoritmo SCE
– UA foi implementado para a otimização de duas funções simples e para a calibração
do modelo chuva - vazão IPH II em uma bacia hidrográfica na região central do Brasil –
de 1827 km2, em Goiás – utilizando vazões sintéticas e reais. Os autores concluem que,
atualmente, o algoritmo SCE-UA é eficaz na busca do ótimo global para calibração
automática de modelos hidrológicos. Esses autores apresentaram os limites máximos e
mínimos considerados na calibração dos parâmetros (tabela 7).

Tabela 7- Limites dos parâmetros do modelo IPH II. Fonte: COLLISCHONN &
TUCCI (2001).
I0 Ib h ks kbas Rmax Alf
Mínimo 10,0 0,1 0,01 0,01 10,0 1,0 0,01
Máximo 300,0 5,00 1,00 10,00 500,0 5,0 20,0

3.4.2. Modelos de Propagação – Muskingum

A seguir são apresentados os fundamentos dos modelos de propagação do


escoamento em rios disponíveis nos modelos utilizados neste estudo, com o intuito
também de apresentar os fundamentos teóricos, limitações e potencialidades.
Nos modelos de escoamento em rios que serão apresentados a seguir:
Armazenamento – modelo Muskingum; difusão – modelo Muskingum com estimativa
dos parâmetros proposta por CUNGE – que transforma o modelo em um modelo de
difusão. Os modelos de difusão citados não consideram o efeito de jusante devido à
forma como resolvem as condições de contorno da equação diferencial.

3.4.2.1. Modelo Muskingum

O escoamento em rios se desenvolve em uma seção mais estreita, com menor


profundidade e maior velocidade que em reservatórios. Um dos métodos mais utilizados
para simulação do escoamento em rios é o modelo Muskingum. Este modelo foi
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desenvolvido por McCarthy (1939) apud Tucci11 . O método se baseia na equação da


continuidade (equação 35), e na equação de armazenamento, que pondera o efeito da
vazão de entrada e saída do trecho. Este modelo é do tipo concentrado no espaço.
Considera que a vazão e o armazenamento no trecho tem a seguinte relação com o nível
ao longo do mesmo (equação 36).
dS t
= I t − Qt + Ql (35)
db
O = ay n
(36)
S = by m
onde
O é a vazão; S é o armazenamento; y é a profundidade; a, b,n e m são
parâmetros. A profundidade e a vazão são valores médios do trecho. Desprezando-se a
variabilidade espacial destas funções e combinando as equações 36 resulta.
b
S= 1
[XI + (1 − X )Q]m n
n
a
onde O = XI + (1 − X )Q ; I é a vazão de entrada; Q é a vazão de saída do trecho;
X é um fator de ponderação das vazões. Este modelo considera que m/n=1 e K=b/a1/n,
resultando a seguinte expressão para o armazenamento.
S = K [XI + (1 − X )Q ] (37)
Derivando a equação 37 com relação ao tempo e substituindo na equação da
continuidade 35, resulta a equação diferencial do modelo.
dQ dI
K (1 − X ) + Q = I − KX (38)
dt dt
A equação 37 é diferencial ordinária e será linear quando os coeficientes K e X
forem constantes. Utilizando a mesma discretização do modelo de Pulz, a referida
equação fica.
Qt +1 = C1 I t +1 + C 2 I t + C 3 Qt
onde (39)
∆t ∆t ∆t
− KX + KX + K (1 − X ) −
C1 = 2 ;C = 2 ;C = 2
∆t 2 ∆t 3 ∆t
K (1 − X ) + K (1 − X ) + K (1 − X ) +
2 2 2

11
MACCARTHY, G. T. (1939). The Unit Hidrography and Flood Routing. Providence: US Corps of Engineers apud TUCCI
(1998).
“Previsão de Enchentes para o Plano Diretor de Drenagem Urbana de São Carlos (PDDUSC) na Bacia Escola do Córrego 61
do Gregório” Regina Mambeli Barros (SHS-EESC/USP) – Cap.3 Revisão Bibliográfica

O parâmetro X representa o peso da integração da vazão no espaço. Devido às


condições de estabilidade numérica X≤0,5 e já que um valor negativo do ponderador
não tem significado físico, o intervalo de variação do mesmo é
0 ≤ X ≤ 0,5
Com X=0,5 na equação 37 o modelo se transforma no reservatório linear.
O parâmetro K tem unidade de tempo e representa o tempo médio de
deslocamento da onda entre montante e jusante do trecho. Observando a equação 39, os
coeficientes C1 e C3 podem ficar negativos de acordo com os valores dos parâmetros. C1
é negativo quando ∆t / K é menor que 2X, ou seja, a distância entre as seções é muito
grande e produz um valor alto de K. Para evitar que sejam produzidas vazões negativas
é necessário subdividir o trecho, o que reduzirá o valor de K para cada subtrecho. O que
indica que o intervalo de tempo é muito grande, e pode produzir valores negativos nas
vazões, portanto, é recomendável que o intervalo de tempo seja reduzido. A figura 25
mostra a região válida dos parâmetros e a equação (40), o intervalo.

Figura 25- Variação dos parâmetros.


Fonte: TUCCI (1998).

∆t
2X ≤ ≤ 2(1 − X ) (40)
K
Alguns autores consideram que, matematicamente, esses limites podem ser
rompidos, gerando, no entanto, vazões negativas, o que seria incoerente. Se o
coeficiente C1 for negativo indica que o intervalo de tempo é muito pequeno comparado
ao tempo médio de deslocamento da onda, para que a vazão de entrada no tempo t+1
tenha influência sobre a vazão de saída neste mesmo tempo. Quando o coeficiente C3 é
“Previsão de Enchentes para o Plano Diretor de Drenagem Urbana de São Carlos (PDDUSC) na Bacia Escola do Córrego 62
do Gregório” Regina Mambeli Barros (SHS-EESC/USP) – Cap.3 Revisão Bibliográfica

negativo, o intervalo de tempo é muito grande para representar o deslocamento da onda


sobre um trecho curto.

3.4.2.2. Modelo Muskingum-Cunge

O modelo Muskingum é do tipo de armazenamento. Cunge apud Tucci12 (1998)


demonstrou que pelo fato de os fundamentos do modelo serem a relação biunívoca entre
o armazenamento e a vazão (ou área e vazão), a derivada parcial da área com o tempo
pode ser expressa pela equação 41.
∂A dA ∂Q
= (41)
∂t dQ x0
∂t

onde o primeiro termo do lado direito é o gradiente da área com relação a vazão
para uma seção x0. A derivada total de Q, que é função de t e x, é nula para uma vazão
constante, portanto.
dx − ∂Q ∂t ∂Q ∂t dQ
= = = =c (42)
dt ∂Q ∂x ∂A ∂t dA
A derivada de Q em função de x foi obtida da equação da continuidade (35) com
contribuição lateral nula. Substituindo esta expressão em (41) e esta na equação da
continuidade (35), resulta na equação 42.
∂Q ∂Q
+c =0 (43)
∂t ∂x
A equação 43 é a equação dos modelos de Onda Cinemática e de
armazenamento que usa o conceito da relação biunívoca entre vazão e área. Este mesmo
autor mostrou que a solução original do modelo Muskingum é uma solução numérica
desta equação através do seguinte esquema numérico (equação 44).

∂Q
≅X
(
q tj+1 − q tj )
+ (1 − X )
(
q tj++11 − q tj +1 )
∂t ∆t ∆t
t +1 t +1 t t
(44)
∂Q q j +1 − q j + q j +1 − q j

∂x 2∆x

No modelo Muskingum I t +1 = q tj+1 ; I t = q tj ; Qt +1 = q tj++11 ; K = ∆x . Pode-se


c
observar que X é um ponderador espacial da discretização numérica.

12
CUNGE, J. A. (1969). On the Subject of Flood Propagation Computation Method (Muskingum Method), Journal of Hydraulic
Research, Delft V7, no. 2, pp. 205-230 apud TUCCI (1998).
“Previsão de Enchentes para o Plano Diretor de Drenagem Urbana de São Carlos (PDDUSC) na Bacia Escola do Córrego 63
do Gregório” Regina Mambeli Barros (SHS-EESC/USP) – Cap.3 Revisão Bibliográfica

A modificação do hidrograma, à medida que se desloca para jusante, é devida à


variação das seções do rio (morfologia) e dos efeitos das forças dinâmicas envolvidas.
Os modelos do tipo Armazenamento e Onda Cinemática desprezam os efeitos das forças
de pressão e inércia e, como resultado, o hidrograma propagado pela equação (43) se
deforma somente devido às variações de seção. Para um canal de seção constante ocorre
translação de onda. A solução numérica do modelo Muskingum produz amortecimento
numérico artificial devido à sua discretização. Cunge apud Tucci13 (1998) determinou a
difusão numérica substituindo o esquema numérico das equações (44) na equação
diferencial (43) e expandiu os termos numéricos com base na série de Taylor com
aproximação de segunda ordem. A equação resultante é igual a (45) com
D = (0,5 − X )c∆x (45)

∂Q ∂Q ∂ 2Q
+c =D 2 (46)
∂t ∂x ∂x
Comparando a equação de convecção-difusão (Tucci, 1998) com (43) verifica-se
que o termo da direita aparece devido à discretização numérica. Para que o mesmo
desapareça é necessário que (45) seja igual a zero, ou seja, X=0,5. Este termo é
denominado difusão numérica e produz amortecimento na onda simulada. Tucci (op.
cit.) igualou a difusão numérica ao valor de D obtido da equação de Difusão (difusão
real), transformando, desta forma, o modelo de Muskingum num modelo de difusão.
Após esta igualdade é possível expressar o parâmetro X por
 Q0 
X = 0,51 −  (47)
 b0 Soc 0 ∆x 
O parâmetro K representa o tempo médio de deslocamento da onda, que é.
∆x
K= (48)
c0
Jones (1981) apud Tucci14 (1996) analisou as características de precisão do
esquema numérico do Modelo Muskingum-Cunge para resolver a equação de difusão e
apresentou as relações entre K/∆t e X para diferentes níveis de erros de amortecimento e
velocidade (figura 26). Nesta figura, no intervalo de X entre 0,2 e 0,5 pode-se ajustar
uma curva que atenda as duas funções dentro da margem de 2,5% de erro. No intervalo
0,2 ≤ X ≤ 0,4 pode-se ajustar uma equação a duas curvas de precisão ideal (49).

13
CUNGE, J. A. (1969). On the Subject of Flood Propagation Computation Method (Muskingum Method), Journal of Hydraulic
Research, Delft V7, no. 2, pp. 205-230 apud TUCCI (1998).
14
JONES, S. B.; (1981). Choise of Space and Time Steps in the Muskingum-Cunge Flood Routing Method. Proceedings Institution
of Civil Engineers, Vol. 71, no.2, pp. 758-772 apud TUCCI (1998).
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do Gregório” Regina Mambeli Barros (SHS-EESC/USP) – Cap.3 Revisão Bibliográfica

∆t
= 3,125 X 1, 25 (49)
K
Para o intervalo 0,4 ≤ X ≤ 0,5 pode-se adotar ∆t/K≈1.

Figura 26- Curvas de precisão numérica do Modelo Muskingum-Cunge.


Fonte: JONES apud TUCCI15 (1998)

3.4.3. Modelo distribuído HIDRORAS

Este item transcreve, brevemente, a fundamentação teórica do modelo hidrológico


distribuído - desenvolvido por Silva (2003) - utilizado neste trabalho. Baseado em
Miguez & Mascarenhas (1999), este modelo tem como princípio é que a área da bacia
pode ser representada por células oriundas de um MNT: Em cada célula é especificado
um equacionamento hidráulico-hidrológico e os escoamentos são propagados para as
células de jusante. Os tópicos descritos pelo autor estão resumidamente relatados a
seguir.

• Formulação matemática do modelo de simulação hidrológica: para cada elemento


de uma malha representativa de uma bacia, o modelo utiliza a equação da continuidade
(50). De acordo com o tipo da célula, a vazão efluente é relacionada com o volume de
água armazenado através de uma relação funcional (equação ou sistema de equações).

15
JONES, S. B.; (1981). Choise of Space and Time Steps in the Muskingum-Cunge Flood Routing Method. Proceedings Institution
of Civil Engineers, Vol. 71, no.2, pp. 758-772 apud TUCCI (1998).
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do Gregório” Regina Mambeli Barros (SHS-EESC/USP) – Cap.3 Revisão Bibliográfica

Para células em condição cinemática, os escoamentos são considerados de modo que,


em cada elemento, a vazão efluente seja somente função do volume nele armazenado.
O modelo admite que, na parte urbanizada da bacia, os escoamentos possam
ocorrer em dois planos (superior e inferior) com resoluções de malha iguais onde é
efetuada a modelagem em sarjetas e galerias pluviais: cada plano é considerado pelo
modelo como uma matriz de valores referentes às características espaciais
representativas da bacia hidrográfica. O modelo considera os processos de detenção
superficial, infiltração, escoamentos de superfície e galerias pluviais. A figura 27 ilustra
o balanço hídrico considerado em cada célula do modelo. São determinados os volumes
de água: armazenado superficialmente, infiltrado e escoado para células vizinhas ou
correspondentes ao sistema de galerias pluviais, para cada intervalo de tempo.
 ∆V 
(Qa − Qe ) + qch − qinf =  (50)
 ∆t 
onde:
V – volume armazenado;
Qa – vazão afluente média no intervalo ∆t;
Qe – vazão efluente;
qch - vazão de entrada em razão da precipitação direta no intervalo ∆t;
qinf – vazão média infiltrada.

Figura 27 – Representação gráfica do balanço hídrico em cada célula


do modelo.
Fonte: SILVA (2003).
• Modelo de Detenção Superficial: modelado por meio da equação (51) de
decaimento exponencial de Linsley (1949). Consideradas as perdas (Machado,
1981), obtém-se a equação 52. Após transformações matemáticas com as
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equações 51 e 52, tem-se a equação de retenção superficial em função da


altura de água disponível para escoamento (equação 56).
  P − F 
V = Ad 1 − exp −  (51)
  Ad 
onde:
V – volume armazenado;
Ad – capacidade máxima de armazenamento em depressões;
P – precipitação acumulada;
F – infiltração acumulada.
dV 1
(i − f r ) − τ = . (52)
dt A
onde:
i – intensidade da precipitação [L/T];
fr – taxa de infiltração [L/T]
dV
- variação do volume armazenado relativamente ao tempo [L3/T];
dt
Ac – área da célula [L2]
  P − F 
y 2n +1 = y1n +1 .1 − exp −  (53)
  Ad 

onde:
y 2n +1 - profundidade de água no instante n+1, disponível para escoamento;

y1n +1 - profundidade de água no instante n+1depois da infiltração (equação 54)

y1n +1 = (i − f r ) n +1 .∆t (54)


• Modelo de infiltração: modelado de acordo com a equação de Green-Ampt
(55). A altura de água disponível para infiltração [H(t)], no tempo t é expressa
pela equação 56.
 ϕf .∆θ 
f t = K . + 1 (55)
 Ft 
onde:
ft – taxa de infiltração no tempo t [L/T];
K – condutividade hidráulica saturada [L/T];
ϕf – potencial da frente de sucção [L];
∆θ - déficit de umidade do solo ;
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Ft – infiltração acumulada [L].

H (t ) = i.∆t +
∑ vazões entrada
.∆t + H (t − 1) (56)
áreacélula
Para o intervalo entre t-1 e t, observa-se as seguintes condições (1) e (2).
- Condição (1): H(t-1)=0. Para a condição de superfície inundada, o valor de Csi
da equação 57 é maior que zero.
K .ϕ f .∆θ
C si = P(t ) − Ve (t − 1) − (57)
i (t ) − K
onde:
P(t) – precipitação acumulada no tempo t;
Ve (t-1)- volume acumulado escoado no instante t-1;
i(t) – intensidade de precipitação no instante t.
- Condição (2): H(t-1)>0. Observa-se que a equação 58 tem seu termo Fci
calculado pela equação 59.
C si = P (t ) − Ve (t − 1) − Fci (t ) (58)

 F (t ) 
Fci (t ) − ϕ .∆θ . ln 1 + ci  = K .(t − t in + t t ) (59)
 ϕ f .∆θ 
onde:
tin – tempo de inundação calculado por meio da análise de Csi e Cci depois da
subdivisão do passo de tempo estabelecido;
tt – tempo de trânsito, calculado pela equação 60.
  P(t in ) − Ve (t in )  
t t =  P (t in ) − Ve (t in ) − ϕ f .∆θ ln 1 +  K (60)
  ϕ f .∆θ  

Assim, o cálculo da infiltração acumulada é realizado através da equação 61


(condição de superfície sem encharcamento), e no caso de alagamento da
superfície, pela equação 62. No instante inicial, o valor da infiltração acumulada é
zero. Para um instante t, Ft é obtido e em seguida a taxa de infiltração ft.

F (t ) = F (t − 1) + i (t ).∆t +
∑ vazões entrada
.∆t + H (t − 1) (61)
áreacélula

F (t ) = Fci (t ) (62)

• Modelo de Precipitação: considera a variabilidade espacial da chuva


através dos métodos de interpolação multiquadrática e inverso da distância,
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expressos, respectivamente, pelas equações 63 e 64, possibilitando também a


inserção de chuva espacialmente e temporalmente constante.
n
p 0 = ∑ ci .ro1 (63)
i =1

onde:
n – número de estações;
ci – coeficiente multiquadrático do ponto amostral (xi, yi , hi);
rj – distância entre os pontos (xo, yo , ho) e (xi, yi , hi);
p0 – estimativa da altura precipitada.
Os pesos ci são calculados por meio da resolução do sistema linear obtido
da substituição dos pontos observados na equação 63, e aplicados aos pontos
observados e calculados pela equação 64.
n
1 1
ci =
r02i
∑r
j =1
2
(64)
0i

• Modelo de Escoamento Superficial: Primeiramente, o mecanismo de


geração dos escoamentos superficiais considera que a chuva efetiva em uma
célula permeável é correspondente à subtração da altura da chuva pelo
armazenamento em depressões e as células permeáveis geram escoamentos
caso a intensidade de chuva exceda a capacidade de infiltração do solo.
- Células de encosta: não são considerados os efeitos de jusante, atuando
como elemento de propagação dos escoamentos gerados na célula e oriundos
das áreas à montante. A modelagem de geração e propagação dos
escoamentos em superfícies permeáveis e impermeáveis é realizada através
das equações de conservação de massa e quantidade de movimento –
equação de Manning para canais largos (equação 65). Em superfícies
impermeáveis a taxa de infiltração é nula em todos os passos de tempo.
 ∑ Qafluente Qefluente 
h2 = h1 + ( p − f )∆t +  − .∆t (65)
 Acélula Acélula 

onde:
h2 – altura da água na célula no final do passo de tempo;
h1 – altura da água na célula no início do passo de tempo;
p – intensidade da precipitação;
f – taxa de infiltração;
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∑Q afluente - contribuição das células vizinhas de montante;

Acélula – área da célula;


∆t – intervalo de tempo.
A vazão efluente é calculada pela equação 66. A introdução da expressão de
Qefluente na equação da continuidade origina uma equação não-linear, resolvida pelo
método de Newton (67). A equação para cálculo da vazão efluente é expressa pela
equação 68, para as células da rede de drenagem.
5 1 1
Qefluente = (h2 − d ) 3 .S 0 2 . .resolução (66)
n
onde:
d – altura da detenção superficial;
S0- declividade superficial da célula;
n- coeficiente de rugosidade de Manning;
resolução – largura da célula.

∑Q
5 1
afluente b 3 .S 0 2
F (h2 ) = −h2 + h1 + ( p − f ).∆t + .∆t − .∆t (67)
Acélula n.resolução
onde:
F(h2) – nome da função;
h2 − h1
b= −d
2
5

Qefluente =
[(h2 − d ).resolução] 3 1 1
.S 0 2 . (68)
2
[2.(h2 − d ) + resolução] 3 n

- Células tipo galeria: considera o deslocamento da massa líquida no


intervalo de tempo ∆t, estimado a partir dos dados de velocidade à seção
plena, Vplena, sem efeitos de jusante. Assim, a vazão é propagada para uma
célula de galeria de jusante até que o deslocamento seja cumprido, salvo se a
contribuição de vazão atingir a rede de drenagem antes de ser alcançado o
passo de tempo a contribuição é computada para a célula de canal no instante
seguinte. Não são considerados escoamentos sob pressão e as declividades
das células de galerias são consideradas as mesmas do terreno.
- Células tipo boca de lobo: a vazão de entrada para o sistema de galerias é
calculada considerando as equações para as condições de funcionamento
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como vertedor (eq. 69), para lâminas de água de até 12 cm e como orifício
(equação 70), para maiores que 12 cm.
3
Q = N bueiro .1,71.L.h2 2 (69)

onde;
Nbueiro – número de bueiros na célula;
L – comprimento da soleira.
Q = N bueiro .0,7. Abueiro . 2.g .h2 (70)
onde;
Abueiro = L.hg - área do orifício;

hg- altura da abertura na guia da calçada;


g – aceleração da gravidade.
• Equacionamento para grupos de células de rio situadas abaixo da cota
de inundação: a equação 65 é reescrita alterando-se o último termo,
resultando na equação 71. Esta última é resolvida considerando-se Qi,k escrita
no tempo de cálculo, resultando em um esquema implícito e
incondicionalmente estável. Deste modo, é desenvolvida em série de Taylor
desprezando-se os termos de maior ordem que em Qi,k,2 (equação 72).

∑Q en cos ta
∑Q
k
i ,k
z 2,i = z1,i + ( p − f ) ∆t + .∆t + .∆t (71)
Acélula Acélula
onde:
zj,i – cota de nível de água da célula i;
Qi,k – vazão de transferência entre a célula i e uma célula k adjacente;
Qencosta- vazão que entra na célula i quando esta tem interface com áreas de
montante tipo encosta.

∑Q en cos ta
∑Q
k
i , k ,1
z 2,i = z1,i + ( p − f ) + .∆t + .∆t + ...
Acélula Acélula (72)
∂Qi ,k ,1 ∆t ∂Qi ,k ,1 ∆t
... + ∑ .( z 2,i − z1,i ). +∑ .( z 2,k − z1,k ).
k ∂z i Acélula k ∂z k Acélula

Sendo o valor de Qi,k calculado pela equação 68, modificada de modo a


considerar como aproximação da declividade da linha d’ água é a equação 73.
∆h + ∆Z f
Sf = (73)
∆x
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onde:
∆h – diferença de profundidade d’água entre os centros das células;
∆Zf – diferença entre as cotas de fundo das células;
∆x – distância entre os centros das células.
De acordo com SILVA (2003), o equacionamento das células abaixo da cota
de inundação resulta em um sistema cuja matriz é esparsa e resolvido através de
algoritmo iterativo para solução de sistemas lineares.

• Esquema topológico do modelo: A representação gráfica do sistema hidrológico por


uma malha regular leva à utilização de MNT em formato matricial para definição dos
escoamentos de acordo com a topografia da área. O software SIG-IDRISI32 é
utilizado para associar ao modelo hidrológico os valores de atributos correspondentes às
estruturas hidráulicas e parâmetros hidráulico-hidrológicos.
Primeiramente, o modelo verifica as contribuições entre células, são possíveis até
oito direções de escoamento. Em seguida é verificado o sistema de drenagem, tanto no
formato vetor quanto no formato de células: é realizada uma correspondência espacial
entre esses formatos e a partir da posição geográfica no formato vetor determina-se qual
o respectivo elemento matricial.
Os trechos de canais com formato vetor são ordenados de montante para jusante e
através da respectiva imagem raster, é produzido um novo vetor de células de drenagem
conectadas segundo a topografia. Nesse passo do modelo, são conhecidas as células
inicial e final de cada trecho, obtidas através de correspondência semelhante à que foi
descrita e, desta forma, é executado um algoritmo de busca até que a célula final seja
alcançada. O próximo passo do modelo é estabelecer a conectividade entre células da
bacia que tem início com o vetor das células de canal já ordenadas.
A partir da primeira célula de canal, Cr,1 e através da direção de fluxo estabelecida,
procura-se a primeira célula que não tem contribuição de montante especificada por
Cm1, em que o índice 1 refere-se a Cr,1. Cm1 é a primeira célula armazenada em um vetor
seqüencial para cálculo do balanço hídrico (figura 28). A segunda célula do vetor
seqüencial é encontrada fazendo-se o caminho inverso, isto é, a célula de jusante de
Cm,1, definida por Cj,m,1, passa a ser a célula analisada.
Procede-se para essa célula como descrito para a primeira célula de rio Cr,1.:
procura-se uma célula sem contribuição de montante cujos escoamentos alcançam Cj,m1.
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Esta célula pode ser definida por Cm,j,m1 e passa a ser a segunda célula computada. A
partir de então analisa-se a célula de jusante Cm,jm1. Esse loop é mantido até ser
encontrada a célula de jusante da célula de rio Cr,1, repetindo-se esse passo para todas as
células de rio (SILVA, 2003).

Figura 28 – Área de Contribuição para célula inicial de canal fictício.


Fonte: SILVA (2003).

3.5. Sistemas de Informações Geográficas (SIG)

Diversos autores têm desenvolvido e aprimorado estudos para avaliação de


eventos de enchente como parte de medidas para controle e minimização de prejuízos
por inundações (como Kundzewicz, 2001; Thumerer et al., 2000; Miranda Júnior et al.,
1998; Moreira et al., 2001).
O SIG pode ser usado também como ferramenta auxiliar para avaliação de
enchentes quer seja para tratamento de dados e valores de parâmetros de entrada, quer
seja para avaliação posterior de cenários resultantes de simulações hidrológicas. Quando
se tratar de carência de dados fluviométricos, a fim de se suprir esta dificuldade, faz-se
o uso de modelos hidrológicos ou de regionalização.
Góes & Campana (2001) afirmaram que esses modelos possuem a habilidade de
representar a dinâmica da paisagem das bacias hidrográficas representadas nos
modelamentos.
Estes autores formularam modelos de regionalização de vazões que pudessem
incorporar variáveis representativas das modificações no uso e ocupação do solo, que
possibilitassem a estimativa de valores anuais de vazões mínimas, médias e máximas
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para bacias hidrográficas com 5.789,16 km2, no Distrito Federal, utilizando técnicas de
geoprocessamento (software ArcView®, da ESRI). Eles verificaram que a fração de
áreas impermeáveis constituiu a mais expressiva variável estudada, e que ao ocorrer um
aumento de áreas impermeáveis decorre um aumento das vazões média e máxima. Os
melhores resultados de estimativas foram obtidos para as vazões médias e máximas, e a
equação que melhor se ajustou para estas vazões foi a potencial do tipo não-linear.
A regionalização de parâmetros de modelo chuva-vazão usando redes neurais,
com base nas características físicas e climáticas mais relevantes das bacias hidrográficas
foi estudada por Diniz & Clarke (2001). Por meio do uso do algoritmo desenvolvido por
Duan et al. (1992), Shuffled Complex Evolution (SCE-UA), foram calibrados os
parâmetros do modelo SMAP versão mensal por processo automático para 14 bacias
hidrográficas localizadas na região Semi-Árida do Nordeste brasileiro. O conjunto de
parâmetros obtidos na calibração foi associado às características das bacias por meio de
uma rede neural. Por sua vez, cada bacia foi omitida do processo de calibração e a rede
neural foi usada para estimar os parâmetros do modelo para cada bacia omitida.
Comparados os parâmetros obtidos calibrando o modelo aos dados daquela bacia e os
parâmetros estimados para cada bacia omitida, verificou-se que eles apresentaram bons
resultados para umas bacias e piores para outras. Os autores atribuíram isto ao fato de as
bacias estarem em regiões com diferenças hidrológicas.
No entanto os próprios autores lembraram que buscar outras características das
bacias para as quais os parâmetros do modelo estão associados pode ajudar no processo
de regionalização. Os parâmetros relacionados ao processo de formação do escoamento
em superfície foram mais sensíveis do que os outros que se associam ao escoamento
subterrâneo, o que é bastante razoável para a hidrologia da região (semi-árida) onde se
localizam as bacias hidrográficas do estudo.
No que diz respeito ao acoplamento de SIG a modelos hidráulico-hidrológicos,
Weng (2001) apresentou um estudo a respeito do impacto da modelagem dos efeitos do
crescimento urbano sobre o escoamento superficial através da integração de
Sensoriamento Remoto (imagens do satélite LANDSAT), SIG e o modelo SCS. Os
impactos do crescimento urbano sobre o escoamento superficial e a relação
precipitação-escoamento foram analisados por uma ligação dos resultados dos dois
modelos com técnicas de análise espacial. Em um estudo de caso aplicado a Zhujiang
Delta, do sul da China, foi revelado que as áreas altamente urbanizadas estariam mais
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susceptíveis à inundações, pois a urbanização diminuiria o potencial máximo de


armazenamento e aumentaria os valores de coeficiente de escoamento.
Gumbo et al. (2002) utilizaram metodologia semelhante em um estudo de caso em
uma bacia de 3 km2, com a combinação de um MDT gerado por fotografias aéreas com
um modelo SCS. A área foi então delineada dentro de sub-bacias usando as ferramentas
de extensão hidrológicas do ArcView®.
Entretanto, De Roo et al. (2000) alertaram para as desvantagens do uso de
métodos empíricos tais como o método SCS, usando o Número de Curva (CN). As
desvantagens incluem as poucas informações quantitativas disponíveis sobre a base de
dados da qual foi desenvolvido, e a maneira como a base de dados foi usada nos
modelos desenvolvidos.
É de suma importância uma avaliação mais acurada dos parâmetros de entrada,
tanto para modelos distribuídos como concentrados, a classificação de imagens de
satélite. Neste sentido Richards (1999) esclareceu que a classificação de imagens é o
processo de atribuição de pixels individuais ou grupos de pixels a classes temáticas. O
autor refere que a classificação supervisionada requer dados “verdadeiros do solo” e
descrevem cinco passos essenciais de uma classificação de imagem, a saber:
• decisão sobre os tipos de cobertura do terreno a serem classificados
tais como água, áreas urbanas, áreas usadas para agricultura etc.;
• escolha de um protótipo de pixels com cobertura do terreno conhecida
para formação de dados de treinamento sobre a base de visitas ao local,
mapas e fotografias aéreas;
• definição da série de parâmetros daquela classe, ou seja, o indicativo
do espectro e/ou características espaciais;
• classificação de cada pixel na imagem com a utilização de um
algoritmo de classificação definido pelo usuário;
• avaliação da acuracidade obtida.
Para extração das características de um terreno, especialmente urbano, é de grande
interesse aquelas características que possam ser feitas pela supracitada classificação de
pixels ou, então, pela metodologia apresentada por Priestnall et al. (2000) que
examinaram métodos para extração das características da superfície de um Modelo de
Superfície Digital – Digital Surface Model (DSM) – produzidos pelo Light Detection
And Ranging (LIDAR). Nesses métodos, os modelos de inundação por enchentes
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poderiam ser unidimensionais, nos quais as seções transversais estender-se-iam através


da planície de inundação de pontos ao longo do canal do rio, e a cada seção designada
um coeficiente de rugosidade. Quando o modelo unidimensional previsse um fluxo
significante, poderia ser usado um modelo bidimensional para fornecer estimativas mais
confiáveis da profundidade do fluxo e da extensão. A planície de inundação seria
representada como uma superfície triangulada, na qual a cada triangulo seria designado
um coeficiente de rugosidade (tal como o n de Manning), o qual seria comumente
estimado manualmente ou usando-se observações de campo ou fotográficas.
Ainda sobre a produção de um mapa de fator de rugosidade de Manning, Van Der
Sande & De Roo (2003) desenvolveram mapas detalhados da cobertura do solo
utilizando a imagem de alta resolução do satélite IKONOS-2 (com imagens
pancromáticas de resolução de um metro e imagens multiespectral de resolução de
quatro metros). Apesar da alta resolução espacial da imagem, ainda poderiam existir
classes, como de áreas residenciais e rodovias que seriam razoavelmente dificultosas
para identificação. Para tanto, Jensen & Cowen (1999) afirmaram que, geralmente, uma
resolução espacial de 0,25 a no máximo 5 metros seria suficiente para permitir a
distinção individual entre tipos de prédios.
Portanto, a metodologia usada por Van Der Sande & De Roo (2003) constituiu em
utilizar-se o mapa de cobertura do solo derivado do IKONOS-2 como dado de entrada
para um modelo distribuído de simulação de enchente denominado LISFLOOD-FP para
produção de um mapa de fator de rugosidade de Manning das áreas inundadas. Este
mapa proporcionou mais acurada uma distribuição espacial do fator de rugosidade de
Manning comparativamente a mapas derivados de séries de dados de cobertura de solo.
Esta metodologia foi usada para o estudo de caso da enchente de 1995 que afetou as
vilas de Itteren e Borgharen (área de aproximadamente 16 km2), na parte sul dos países
baixos. Neste caso, o mapeamento detalhado de cobertura do solo, as estimativas
resultantes da profundidade de água do modelo LISFLOOD-FP e as relações conhecidas
entre altura da lâmina d’água e danos à propriedade foram usados para produção de um
mapa de danos estimados à propriedade.
O modelo LISFLOOD (Van der Sande & De Roo, 2003; Bates & De Roo, 2000;
De Roo et al. 2000), constitui um modelo distribuído de inundação de alta resolução no
qual o objetivo é a simulação acurada do tamanho da inundação e mapas da lâmina de
água na enchente. Ele consiste em um modelo para o fluxo em um canal de
aproximação unidimensional da onda cinemática, que é resolvida com um esquema de
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do Gregório” Regina Mambeli Barros (SHS-EESC/USP) – Cap.3 Revisão Bibliográfica

diferença finita e uma representação bidimensional de onda de difusão. Os principais


dados de entrada do modelo são:
• modelo Digital de Terreno (MDT) de resolução da rede de 25 ou 50 m
e acuracidade de 10-20 cm na direção vertical;
• hidrografia de influxo, geometria do rio e fator de fricção da planície
de inundação, tal como o fator de rugosidade de Manning, n.
O grande interesse neste modelo reside no fato de as características do MDT e a
rugosidade da planície de inundação controlarem a extensão da inundação sobre a
planície de inundação (SANDE & de ROO, 2003).
Bates & de Roo, 2000 usaram o LISFLOOD no rio Meuse, nos países baixos,
para simular um grande evento de enchente ocorrido em 1995, devido ao fato de
estarem disponíveis para validação fotos aéreas e imagens advindas do radar de abertura
Sintética – Synthetic Aperture Radar (SAR).
Os autores desenvolveram modelos de resolução de 25, 50 e 100 m e os
compararam a outras duas técnicas de previsão de inundação: uma aproximação planar à
superfície livre e uma resolução relativamente grosseira de esquema de elemento finito
bi-dimensional. O LISFLOOD apresentou o melhor ajuste de simulação por
corretamente prever 81,9% de áreas inundadas e não-inundadas. Os autores referiram
também que as considerações de erros em estações de medição geralmente disponíveis e
dados de extensão de inundação mostram que modelos baseados em raster podem estar
próximos ao limite de previsão real. Afirmaram que, ainda, em certas situações, uma
aproximação planar (uma simples intersecção de um plano representando a superfície de
água com um MDT - raster ou baseados em TIN - com resolução suficiente para
produção da área inundada) poderia proporcionar previsões de inundações que seriam
quase tão boas quanto aquelas que poderiam ser obtidas do modelo raster. Assim, todas
as áreas abaixo da superfície planar seriam consideradas inundadas. Esta afirmação
também deve ser avaliada com cautela devido a consideração da declividade da linha
piezométrica.
Os próprios autores advertiram que seria impossível generalizar tais regras de
aplicação e, portanto, a priori não se pode especificar onde a aproximação planar
poderia ser aplicada.
No estudo de caso por eles apresentado (op. cit.), as simulações indicaram que
efeitos dinâmicos foram relativamente não importantes para previsão do pico de
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inundação. Porém, deve-se ser cauteloso em casos onde haja confluência de rios e
córregos.
Neste sentido, De Roo et al. (2000) afirmaram que embora muitos SIGs sejam
muito avançados no processamento e visualização de dados, atualmente eles não são
capazes da execução de modelamento baseado fisicamente. Os autores advertiram que
embora as capacidades do modelamento hidrológico tenham aumentado muito, faz-se
necessário o desenvolvimento de outros métodos de rotas, tal como de onda de difusão.
Para modelamento que utilize imagens em SIG, como um MNT, existem três
principais meios de representação computacional do terreno, que usam: grades
retangulares de pontos; redes irregulares trianguladas Trianguled Irregular Network
(TIN); e contornos. No modelo TIN a superfície é modelada como um conjunto de
facetas de triangulares adjacentes não sobrepostas, cujos vértices estão localizados
adaptativamente aos locais em que a declividade modifica-se abruptamente (Franco,
1997). Os TINs são mais bem aplicados para terrenos urbanos porque eles permitem a
colocação arbitrária de pontos de elevação e capturam melhor as alterações abruptas no
terreno tais como aquelas associadas a superfícies construídas.
Existem três maneiras para o modelamento com ambiente SIG: acoplamento
solto, acoplamento colado e acoplamento incluído (Wesseling et al., 1996 apud De Roo
et al.16, 2000). No acoplamento solto, o SIG é utilizado para pré-processar os dados
espaciais dentro de um formato de arquivo de entrada do modelo desejado e pós-
processa a saída do modelo. Nos modelos de acoplamento colado e SIG, a entrada do
modelo e a saída podem ser diretamente direcionadas pelo SIG. No acoplamento
incluído, o modelo é escrito em uma linguagem de programação integrada.
Para desenvolvimento da planície de inundação têm sido empregados vários
métodos. Werner (2001) para cálculo da extensão e profundidade da inundação utilizou
uma metodologia baseada em níveis de água calculados com um modelo de fluxo
unidimensional e um método de interpolação estendido de distância inversa. Para tanto,
foi aplicado um algoritmo para investigar se uma célula com profundidade de água
maior que zero, seria conectada ao canal principal por qualquer rota possível. Pela
subtração da elevação do terreno da superfície do nível de água, uma “primeira certeza”
para extensão do mapa de inundação seria criada através da retenção de todas as células
da rede com profundidade maior que zero e todas as outras células seriam alocadas a
16
WESSELING, C. G.; KARSSENBERG, D. J., BURROUGH, P. A.; VAN DEURSEN W. P. A. (1996). Integrated Dynamic
Environmental Models in GIS: the Development of a Dynamic Modeling Language, Transactions in GIS, Vol. 1 (1), pp. 40-48.
apud DE ROO et al. (2000).
“Previsão de Enchentes para o Plano Diretor de Drenagem Urbana de São Carlos (PDDUSC) na Bacia Escola do Córrego 78
do Gregório” Regina Mambeli Barros (SHS-EESC/USP) – Cap.3 Revisão Bibliográfica

valores perdidos. Na remoção de células não conectadas, o primeiro passo do algoritmo


seria a criação do mapa de rugosidade, no qual todos os valores no mapa de inundação
da “primeira certeza” que tivessem um valor maior que zero, seriam atribuídos a uma
rugosidade unitária.
Todas as células sem valor (indicativo de terreno acima da superfície molhada)
seriam atribuídas a um grande valor de rugosidade. Assim, depressões locais não
diretamente conectadas ao rio por uma superfície contínua de água, facilmente seriam
removidas. O método foi demonstrado sobre uma área de planície de inundação de 9
km2, na qual foram investigados o efeito da variação do tamanho da rede sobre a
estimativa e o tempo de cálculo. O autor sugeriu que, neste caso, dado um MDT
disponível, uma combinação ótima entre resolução e acuracidade seria da rede de 10x10
metros. O tempo de avaliação diminuiu rapidamente quando o tamanho da rede
aumentou, porém é preciso cuidado para que a escolha do tamanho apropriado da rede
seja tal que os efeitos de controles hidráulicos não sejam omitidos. Werner (op. cit.)
sugeriu também que, para se levar em conta tais estruturas, o uso de Redes Triangulares
Irregulares (TINs) poderia ser útil. Reportou que a extensão obtida nos mapeamentos
advindos pelos métodos das distâncias Euclidianas e das distâncias de custo foram
idênticas.
Na elaboração de prognósticos de cenários de urbanização, e dos riscos de
enchentes inerentes é de fundamental importância considerar simulações tão acuradas
quanto possível.
Neste sentido, Benini et al. (2003) procuraram estabelecer cenários avaliando os
riscos de enchentes à jusante da micro-bacia do Córrego do Minerinho (7,83 km2) em
São Carlos-SP, devido ao crescimento urbano e às taxas de impermeabilização pela
implantação do Campus II da USP, através do SIG e de modelos hidrológicos simples
(Barros et al., 2003). Como resultado pode-se visivelmente observar (Figura 29) a
diminuição da infiltração em função do aumento da urbanização e implantação do
Campus II. Os autores concluíram que novos critérios estabelecidos em um Plano
Diretor de Drenagem Urbana (PDDU), poderiam mitigar enchentes e poluição,
decorrentes da urbanização do entorno do Córrego do Mineirinho.
Neste sentido, são de grande valia soluções como medidas estruturais e não-
estruturais.
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do Gregório” Regina Mambeli Barros (SHS-EESC/USP) – Cap.3 Revisão Bibliográfica

Figura 29 - Infiltração para chuva de 50mm na bacia do Mineirinho,


Campus 2, USP-São Carlos.
Fonte: BENINI et al. (2003).

3.5.1. Métodos de calibração e validação

Choi & Ball (2002), em uma bacia com 132,7 ha, utilizaram o SIG ArcInfo em
conjunto com técnicas de otimização visando inferir parâmetros de controle
espacialmente variáveis para uso no sistema de modelamento de bacias hidrográficas
Storm Water Management Model (SWMM). A profundidade de fluxo foi monitorada
por meio de uma sonda ultra-sônica que foi convertida em descarga de fluxo, usando
uma curva-chave determinada por um modelo físico do canal de água de chuva e fluxos
medidos. Os autores referiram que o método proposto foi capaz de proporcionar
acurados parâmetros de controle espacialmente distribuídos para implementação com
sistemas fisicamente baseados em modelamento de bacias hidrográficas.
Discussões a respeito de utilização de sonda ultra-sônica no canal do Córrego do
Gregório levaram à conclusão de que seu uso seria inadequado para esta aplicação pois,
neste Córrego em eventos de seca não haveria fluxo suficiente, o que levaria à
necessidade de construção de dispositivo para proteção e desvio do fluxo para aferição,
o que poderia afetar os resultados. Em eventos de cheia, com velocidade de fluxo
demasiadamente alta, haveria risco de a sonda ser carreada pelo fluxo de água. (Porto,
200317).
Como alternativa à utilização de sonda ultra-sônica e curva-chave para calibração
e validação de modelos hidráulico-hidrológicos, no trabalho de Townsend & Walsh

17
comunicação pessoal com o Prof. Dr. Rodrigo de Melo Porto
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(1998) as superfícies de inundação potencial foram derivadas de modelos de regressão,


que relacionaram elevações de inundação conhecidas para a posição do rio e localização
da enchente. Nesse trabalho foi realizado um modelamento de inundações por enchentes
usando um SIG integrado ao Sensoriamento Remoto óptico e por radar. Um Modelo
Numérico do Terreno (MNT) com resolução vertical de 1 m foi desenvolvido para a
região dentro da planície menor do rio Roanoke, Carolina do Norte, EUA, oriundo de
dados digitais do United States Geological Survey (USGS). Diversos modelos
representando o potencial de inundação por enchentes foram gerados dos MNTs usando
análises de raster (grade) e vector (rede).
Townsend & Walsh (1998) concluíram que os resultados estatísticos indicaram
que os modelos derivados do SIG identificaram, com sucesso, as áreas inundadas como
mapeado pelos detectores de radar. Os autores atribuíram esse sucesso à resolução
acurada (1 m) da imagem de satélite, uma vez que os resultados foram oriundos de
derivação de modelos de regressão, relativos às posições conhecidas e respectiva
localização de enchentes.

3.5.2. Aplicação do SIG em conjunto com Modelos Hidrológicos

A discretização da região em uma bacia hidrográfica e o uso de métodos


numéricos podem solucionar problemas de escoamento superficial.
Assim, Franco (1997) desenvolveu uma ferramenta computacional para previsão
do escoamento superficial em uma bacia hidrográfica, que executa a identificação da
direção do fluxo e a quantificação da vazão, tornando possível a simulação do
comportamento hidrológico da bacia hidrográfica a partir de dados digitais da
topografia da região.
Esse autor (op. cit.) utilizou MNTs com base na rede triangular irregular TIN
para regiões bidimensionais complexas. O formato utilizado adequou-se ao método dos
elementos finitos e apresentou solução para qualquer ponto interno do elemento. O
cálculo do escoamento superficial foi dividido em duas fases, a primeira de
identificação dos canais e a segunda de quantificação da propagação da vazão. A região
bidimensional utilizou a modelagem bidimensional a partir da região dividida em
elementos triangulares. Para identificação da direção do fluxo, o programa desenvolvido
trabalha diretamente sobre o modelo de elevação digital representado como rede
triangular irregular, gera as informações necessárias para o processamento subseqüente,
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indica a ordem de processamento dos elementos e identifica os canais para o


processamento unidimensional de escoamento. A quantificação da vazão utilizou as
equações do modelo de onda cinemática e métodos numéricos para calcular a vazão
dentro da região. O programa desenvolvido trabalha com informações espaciais e
temporais, de modo que é possível obter-se a vazão em qualquer ponto da região em
qualquer tempo.
Através da comparação com soluções analíticas, as previsões do modelo
computacional bidimensional, para formas de bacias simples, foram testadas por Franco
(1997). Os resultados dos testes apresentaram diferenças mínimas em regime não
permanente e exatidão em regime permanente.
Esse pesquisador sugere a ampliação do programa, transformando-o em um SIG,
para facilitar a entrada de dados e permitir o acesso às informações de saída em forma
gráfica. Sugeriu, ainda, a realização de testes de campo, utilizando-se dados reais
obtidos de forma digital e verificando os resultados obtidos para bacias hidrográficas
conhecidas.
Com uso de MNT e da discretização da bacia em elementos finitos, Silva &
Righetto (1998) apresentaram as principais diretrizes do desenvolvimento de um
modelo hidrológico distribuído urbano. A diferença que entre o trabalho de Franco
(1997) é que neste, o modelo hidrológico ao invés de escoamento bidimensional, foi
desenvolvido com base nas equações do movimento dos escoamentos cinemáticos
unidimensionais no interior de elementos finitos triangulares e em sistemas de
drenagem como galerias e canais, e a infiltração foi modelada pela equação de Green-
Ampt. Além disso, sobre cada elemento, foram consideradas as peculiaridades da
drenagem local, com possibilidade de envolvimento das áreas urbanas como
pavimentação, galerias de águas pluviais, edificações ou áreas rurais com micro-canais
naturais.
Este modelo foi aplicado a uma bacia experimental da cidade de São Carlos-SP,
com áreas densamente ocupadas e áreas rurais em processo de urbanização, drenada
pelo córrego Santa Maria Madalena (10 km2). As simulações realizadas mostraram a
aplicabilidade do modelo na simulação de heterogeneidades da bacia, na variabilidade
dos parâmetros e da precipitação e na facilidade em representarem-se as áreas com
contornos irregulares, uma vez que estas condições facilmente foram fornecidas ao
modelo, através de MNT.
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Para a aplicação de SIGs, através de seus MNTs gerados por TINs,


especialmente para áreas urbanas, é necessário o estabelecimento de critérios e
metodologia para prognósticos de cenários de urbanização. É de suma importância que
existam valores de parâmetros hidrológicos disponíveis para uma acurada calibração e
validação dos modelos hidráulico-hidrológicos. Esta modelagem deve ser realizada em
consonância com critérios de Planos Diretores.
No que tange à metodologia de desenvolvimento de cenários de planejamento
urbano, o trabalho de Campana & Tucci (2000) reveste-se de grande interesse porque os
autores realizaram uma análise desses cenários, identificados pela densidade
populacional e tipo de ocupação prevista para cada área da cidade. Essa análise
fundamentou a previsão da vazão no arroio Dilúvio em Porto Alegre (85 km2). Nessa
análise, foram utilizados três cenários: condições de bacia rural; situação atual; com o
Plano Diretor de Porto Alegre implementado. A estrutura da metodologia descrita por
estes autores é apresentada na Figura 30.

Figura 30 – Estrutura básica da metodologia utilizada no SIG.

Fonte: CAMPANA & TUCCI (2000).

O modelo hidrológico-hidrodinâmico utilizado foi o IPH IV. Na bacia existiu


uma rede de 14 pluviógrafos e 11 linígrafos que operou durante quatro anos, cujos
dados disponíveis foram utilizados para calibrar os modelos. Os resultados mostraram
que, apesar da grande capacidade de escoamento da bacia, existiria uma área sujeita à
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inundação devido a pontes existentes sobre o canal. Este impacto poderia ser controlado
através da reforma dessas pontes (CAMPANA & TUCCI, 2000).
Isso é muito comum em áreas urbanas onde existem pontes subdimensionadas
no que diz respeito à vazão em eventos críticos, onde ocorrem estrangulamentos do
fluxo.
Para inserção correta de dados de coeficientes de escoamento, tal como o CN no
modelo de separação de escoamento superficial SCS, é necessário conhecer-se bem
como estes se comportam em uma bacia específica de acordo com o seu grau de
urbanização.
Neste sentido, utilizando-se igualmente da mesma rede de monitoramento
supracitada do Projeto Dilúvio, para a bacia do Dilúvio, SILVEIRA (2000) também
realizou uma avaliação sobre os impactos da urbanização nessa bacia, em Porto Alegre-
RS. Os resultados demonstraram que os coeficientes de escoamento (obtidos através da
análise exclusivamente dos eventos de cheia selecionados pelo autor) evoluíram em
função do aumento da taxa de urbanização de acordo com os gráficos da Figura 31.

Figura 31- Variação do coeficiente de escoamento superficial Cr, com a


urbanização.

Fonte: SILVEIRA (2000).

Os coeficientes de escoamento contemplados neste estudo foram o coeficiente


de escoamento global (parcela da chuva anual que vira escoamento) e coeficiente de
escoamento superficial (parcela de chuva que vira escoamento superficial em um evento
isolado).
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A importância deste trabalho residiu no fato de ser possível estabelecer uma lei
de variação das taxas impermeáveis com a urbanização, bem como com o já discutido
trabalho de Fontes & Barbassa (2001), subsídios para prognósticos de cenários de
urbanização e planejamento.
Porém, no modelamento hidrológico de precipitação-vazão, especialmente em
modelos distribuídos, torna-se necessário detalhamento espacial de fenômenos e
processos físicos. Porém, na maior parte das bacias brasileiras, dificilmente existe
registro de dados medidos. Faz-se necessário, então, usar modelos hidrológicos
distribuídos com poucos parâmetros.
Neste sentido, Silveira & Desbordes (2000) apresentaram um estudo dos
mecanismos de transformação precipitação-vazão na bacia do arroio Dilúvio, em Porto
Alegre-SP. A adoção de uma abordagem simples, através de um modelo distribuído
com três parâmetros permitiu avaliar: o papel relativo das superfícies urbanas e
suburbanas na produção de escoamento; a possibilidade de representação do processo
de transferência por mecanismos simples de translação e armazenamento; e a
importância na geração dos escoamentos da distribuição espacial da precipitação e da
ocupação do solo. Os autores concluíram que as simulações com o modelo distribuído
necessariamente teriam uma contribuição suburbana importante da mesma ordem de
grandeza das áreas urbanizadas – em função da grande intensidade da chuva em
equivalentes períodos de concentração da bacia. Concluíram também, que os estudos
realizados envolveram cheias freqüentes no arroio Dilúvio (TR< 1-2 anos e Qpico<50-60
m3/s) e não autorizam uma extrapolação direta para cheias extremas que já teriam
atingido cerca de 250 m3/s.
Jothityangkoon & Sivapalan (2003) apresentaram o desenvolvimento e aplicação
de um modelo precipitação-escoamento superficial distribuído para estimativa de
inundações extremas, além do seu uso para investigação das potenciais mudanças nos
processos de escoamento superficial, incluindo alterações na “curva-chave” devido a
efeitos de fluxos sobre a margem, isto é, quando ocorre o extravasamento da calha,
durante a transição de enchentes “normais” a “extremas”. Este modelo apresentado
possui dois componentes: um modelo de geração de escoamento superficial de
declividade da bacia baseado nas relações não-lineares de armazenamento-descarga
para alcances individuais do rio, que incluiu o efeito da geometria da planície de
inundação e rugosidade.
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No trabalho dos referidos autores, o modelo de balanço hídrico na declividade da


bacia continha muitos parâmetros, os quais, a princípio, foram medidos ou derivados de
análise de dados de clima, solo e vegetação ou recessão do fluxo do rio. Para uma
estimativa confiável de descargas extremas, as quais poderiam se estender além dos
dados registrados, os parâmetros do modelo de percurso da enchente foram estimados
das propriedades hidráulicas, dados da topografia e cobertura vegetal dos canais
compostos (canal principal e planície de inundação). Isto incluiu os efeitos de interação
entre as seções do canal principal e a planície de inundação, as quais tenderam a causar
uma mudança na “curva-chave”. O modelo foi aplicado à bacia hidrográfica do rio
Collier, 2545 km2, a oeste da Austrália e usado para estimar a Enchente Máxima
Provável, Probable Maximum Flood (PMF) das estimativas de precipitações máximas
prováveis.
Quando a aplicação do modelo mudou de enchentes normais a PMFs, este
demonstrou que o processo de geração de escoamento superficial alterou-se com um
acréscimo substancial do excesso de saturação do fluxo superficial através da expansão
de áreas saturadas e o processo dominante de escoamento superficial no canal do rio
mudou de fluxos do interior da calha ao extravasamento. Os efeitos da planície de
inundação e sua vegetação puderam reduzir significantemente a magnitude dos PMFs
estimados. Os autores salientaram a importância da estimativa de muitos parâmetros
críticos (geometria da seção transversal, vegetação da planície de inundação,
profundidade do solo etc.) por meio de medições de campo ou levantamentos de campo
e experimentos de laboratório.
Os autores ainda advertiram para as vantagens do uso de modelos de simulação
contínua sobre o método de hidrograma unitário: a habilidade de incorporação de
processos físicos complexos contribuintes à resposta no escoamento superficial da bacia
e suas inerentes não-linearidades; o potencial na consideração da variabilidade espacial
das propriedades da bacia e os processos de precipitação-escoamento superficial; a
habilidade de incorporação de alterações naturais ou antropicamente induzidas nas
características da bacia. A calibração do modelo também poderia ser executada, usando-
se enchentes observadas menores que as extremas, mas não seriam capazes de
considerar explicitamente que eventos observados e de máximas enchentes poderiam
bem ser dominadas por processos diferentes de precipitação-escoamento superficial.
Esses autores descreveram que em canais de rios, poderia ser observada uma
alteração similar nos processos de fluxo do canal, ambos em experimentos de
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laboratório e rios reais. Neste caso, o fluxo sobre as margens substituiria o fluxo no
interior das margens quando a entrada do rio, tanto de um alcance rio acima do curso
d’água ou da área adjacente da bacia, excedesse a capacidade do canal principal de
transporte deste fluxo. Muitos experimentos de laboratório têm sido realizados para
investigação dos efeitos dos canais compostos, incluindo a transferência de massa e a
planície de inundação (Wormleaton & Merrit, 1990). Esses pesquisadores, em
laboratório, investigaram os efeitos da geometria de um canal e diferentes rugosidades
com seção transversal trapezoidal composta. Isso foi feito por meio da variação da
proporção entre: a largura da planície de inundação, e a largura do canal principal; e o
coeficiente de rugosidade de Manning associado à rugosidade da planície de inundação.
Esses autores reportaram que as curvas-chave dos fluxos sobre e no interior das
margens foram diferentes.
Qualquer que seja a escolha do modelo utilizado é de fundamental importância
levar-se em consideração que se a descarga da margem é excedida, dá origem ao
retardamento do fluxo e a velocidade tende a aumentar mais lentamente, eventualmente
permanecendo constante com um posterior acréscimo na descarga além de um limiar
(Bates & Pilgrim, 1983 apud Jothityangkoon & Sivapalan18, 2003; Wong & Laurensen,
1983). Em todos os experimentos de laboratório executados por Wormleaton & Merrit
(1990) para diferentes geometrias dos canais compostos e diferentes tipos de rugosidade
no canal principal e planície de inundação, os coeficientes de Manning para o canal
principal (nm) foi mantido o mesmo em 0,01, enquanto que o da planície de inundação
(nf) variou. Os autores descreveram que, quando nf=nm, um aumento no tamanho da
planície de inundação levou a um aumento na descarga, porém esta taxa de aumento foi
previsivelmente menor. Quando nf>nm , a descarga total foi realmente menor que para
nf=nm, mas foi também menor que aquela para o canal principal operando sozinho.
Assim, foi sugerido que, neste caso, o efeito da planície de inundação foi retardar a
descarga que seria do outro modo para o canal principal operando sozinho.
Jothityangkoon & Sivapalan (2003) realizaram experimentos semelhantes,
subdividindo o canal composto dentro de seções do canal principal e da planície de
inundação, estimando a descarga em cada seção separadamente. No caso do canal
principal, a curva empírica armazenamento-descarga foi utilizada diretamente. No caso
da planície de inundação, um coeficiente equivalente ao de Chezy foi estimado baseado
18
BATES, B. C.; PILGIM, D. H. (1983). Investigation of Storage-Discharge Relations for River Reaches and Runoff Routing
Models, Civ. Engng Trans., Int. Engrs. Aust., CE 25 (3), pp. 153-161. apud JOTHITYANGKOON & SIVAPLAN (2003).
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na consideração explícita dos efeitos de vegetação e outras rugosidades que poderiam


estar presentes na planície de inundação. As duas descargas foram então combinadas
juntas para estimativa da descarga total, tendo considerações explícitas dos possíveis
efeitos de retardamento causados pelos fluxos da planície de inundação sobre o fluxo no
canal principal. Sellin (1964) apud Jothityangkoon & Sivapalan19 (2003) demonstraram
haver a presença de grandes gradientes de velocidade entre o canal principal e a planície
de inundação, que causaram um efeito cortante e turbulência, resultando em uma
transferência de momento do fluido que se move mais rapidamente no canal principal
ao fluido mais lentamente na planície de inundação. Wormleaton & Merrit (1990)
referiram que a ignorar as interações na interface do canal principal e a planície de
inundação pode levar a erros na estimativa de descargas totais e componentes de
descargas no canal principal e planície de inundação.
Jothityangkoon & Sivapalan (2003) apresentaram resultados de estudos das
curvas-chave estimadas para quatro casos: (i) somente o canal principal, isto é, quando a
existência da planície de inundação é ignorada; (ii) canal composto (canal principal e
planície de inundação), mas sem o tratamento explícito da vegetação, isto é, com a
extrapolação da curva-chave do canal principal dentro da planície de inundação,
assumindo que o n de manning permanece constante; (iii) canal composto, mas com
tratamento explícito da vegetação e coeficiente de Manning idênticos para a rugosidade
do canal principal e superficial da planície de inundação nf=nm; (iv) canal composto
com uma rugosidade superficial maior que sobre o canal principal (nf=2 nm).
Jothityangkoon & Sivapalan (2003) concluíram que os resultados das simulações
mostraram que os valores estimados de PMF seriam menores (≈ 20%) se fossem
incluídos (nf=2 nm) os efeitos da planície de inundação e cobertura vegetal sobre a
planície de inundação.
No entanto, é preciso cautela com modelos unidimensionais. Neste sentido, Choi &
Ball (2002) advertiram que uma conseqüência do modelamento de fluxo unidimensional
seria que a reprodução, com sucesso, da hidrografia de descarga não implicaria que
todos os processos que influenciariam a hidrografia de fluxo para fora seriam simulados
corretamente ou que os parâmetros de controle do modelo estariam acurados.
Ainda sobre a aplicação de um modelo concentrado (HEC) com informações sobre
dados de entrada extraídos de SIG e planícies de inundação obtidas por SIG, há o
19
SELLIN, R. H. J.; WILLETS, B. B. (1996). Three-Dimensional Structures, Memory and Energy Dissipation in Meandering
Compound Channel Flow. In: ANDERSON, M. G.; WALLING, D. E.; BATES, P. D.; (Eds.). Floodplain Processes, Wiley,
Chichester, pp. 255-298. apud JOTHITYANGKOON & SIVAPLAN (2003).
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trabalho de Kraus (2000) que utilizou o SIG ArcView® com a análise do ArcView® 3D
e uma nova extensão (GIS StreamPro) para extrair dados de um TIN que representou a
bacia parcialmente urbanizada de Mill Creek, em Lufkin, Texas (3,42 milhas quadradas,
ou, 2,190 acres). Os dados consistiram de seções transversais da planície de inundação e
comprimentos de alcance. Os dados da planície de inundação desenvolvidos no SIG
ArcView® foram importados dentro do HEC-RAS no qual foram combinados com os
dados de campo do canal para construção da seção transversal total da planície de
inundação. O software HEC-RAS calculou as elevações da superfície de água ao longo
dos canais estudados nessa bacia e os resultados foram transferidos de volta ao SIG
ArcView® e os limites da planície de inundação foram automática e acuradamente
mapeados.
Também para o mapeamento em SIG, Oberle et al. (1998) calcularam o nível da
superfície da água nas seções longitudinais e produziram uma rede de superfície de
água. Calculando as diferenças entre a topografia e os níveis de água foi obtida a
denominada rede de diferença. O valor, para cada célula da rede representativa da
diferença entre a altitude do terreno e o nível de água, foi positivo para um ponto
situado acima do nível de água e negativo para as células inundadas. Para a geração da
rede da superfície de água as foram definidas linhas de mesmo nível. Para
automatização desse processo, cada linha foi atribuída com o quilômetro correlativo do
rio e o nome da correspondente seção transversal no modelo HN. Os valores dos pixels
da rede da superfície de água foram determinados por interpolação dos apropriados
atributos das linhas. Para que não fosse perdida a informação a respeito da profundidade
da superfície de água, foram levados em conta todos os valores menores ou iguais à
dada diferença; caso fosse escolhida a diferença nula, o polígono representaria a zona de
inundação calculada.

3.5.3. Efeito da variabilidade espacial e temporal da precipitação

Qualquer que seja o modelo hidrológico escolhido são de suma importância os


parâmetros de entrada, entre os quais destaca-se a chuva de projeto e o meio pelo qual o
modelo trata a sua variabilidade espacial e temporal.
No caso de aplicação de modelos à áreas impermeáveis, como as de elevada
urbanização, Vaes et al. (2001) afirmaram que – para projetos de tubulações, nos quais
os tempos de concentração são pequenos e o escoamento superficial origina-se
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principalmente de áreas impermeáveis – seria aceitável o uso de chuvas de projeto


simples para períodos de retorno relativamente altos. Estas chuvas de projeto seriam
baseadas nas relações Intensidade-Duração-Freqüência (I-D-F). No trabalho destes
autores, para um período de retorno, todos os valores I-D-F acima para uma duração de
360 min foram incluídos em uma chuva composta, de modo que as relações I-D-F
foram completadas para cada duração de chuva simetricamente ao redor do centro da
chuva de projeto. Isto correspondeu a bem conhecida chuva de projeto de Chicago
proposta por Keifer & Chu (1957). Para Vaes et al. (2001), uma chuva pode ser muito
local. O diâmetro médio de uma célula de chuva, como o menor sub-elemento de um
evento de chuva, tem sido estimado como 15 km (Luyckx et al., 1998 apud Vaes et
al.20, 2001). Os autores sugeriram que isto fez com que fosse praticamente impossível
estabelecer uma rede global de estações de chuvas para medir uma variabilidade
espacial. Além disso, os autores prosseguiram afirmando que uma medida de uma chuva
pontual irá raramente registrar a intensidade máxima de chuva. Por esta razão não é
aceitável o uso de simples fatores de redução de área menor que 1 como uma função do
tamanho da bacia em combinação com medidas de chuvas pontuais. Os autores
advertiram que muitas vezes, é usada uma chuva uniforme sobre uma bacia, mas a
consideração do movimento de uma precipitação sobre uma bacia pode ter grande
influência sobre a vazão. Os autores exemplificaram com a possibilidade de um fluxo
principal em um sistema de canal ocorrer na mesma direção que a principal direção de
movimento da chuva. Deste modo, um efeito cumulativo ocorreria, levando a um
acréscimo no risco de inundação ou emissões de fluxos maiores.
Neste sentido, Shing (1997) e (1998) ressaltou que o perfil, o tempo e o
hidrograma do fluxo de pico de um rio são signifivamente influenciados pela
variabilidade espacial da precipitação e pelas características de uma bacia. Este autor
concluiu que dependendo do tamanho e perfil de uma bacia, sua resposta hidrológica
estaria intimamente ligada à dinâmica das precipitações. Sobre uma bacia urbana, uma
precipitação que se movesse na direção do fluxo produziria um pico muito maior que
aquele que seria produzido se estivesse se movendo na direção oposta.
Isto devido ao fato que, com uma precipitação se movendo bacia-acima, mais
além, em direção oposta à foz, o coeficiente de escoamento superficial bacia-abaixo

20
LUYCKX, G.; WILLWEMS; BERTAMONT, J. (1998). Influence of the Spatial Variability of Rainfall on Sewer System design.
Hydrology in a Changing Environment. In: Proceedings of the British Hydrological Society International Conference, Exceter, UK.
apud VAES, G et al. (2001).
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diminui e a área bacia-acima contribui ao escoamento superficial. Este escoamento


superficial seria modificado pelo armazenamento do canal, resultando no nivelamento
do pico. Uma vez que a água tem que percorrer distâncias maiores, a recessão ocorreria
gradualmente. Para precipitações se movendo rio abaixo, o coeficiente de escoamento
superficial seria primeiramente retardado, devido aos longos tempos de percurso do
exutório da longínqua bacia-acima. Então, a chegada do fluxo do rio da bacia-acima,
concorrente com a precipitação na foz, causa no hidrograma um aparecimento rápido a
um valor de pico. Com a precipitação deixando rapidamente a bacia, o hidrograma
entraria em recessão rapidamente.
Enfim, uma precipitação se movendo na direção do fluxo produziria um pico
muito maior e um hidrograma muito mais íngreme que aquele que seria produzido caso
se movesse na direção oposta. As direções da precipitação poderiam ser distinguidas
como rio abaixo, rio acima, através do rio e angular ao rio. O efeito da velocidade sobre
a descarga de pico seria muito menor para precipitações se movendo rapidamente que
para aquelas que se movem em cerca da mesma velocidade que a do fluxo.
Em uma bacia relativamente homogênea o efeito mais importante da
variabilidade espacial da precipitação ocorreria no tempo e perfil do hidrograma do
escoamento superficial. Alguns erros poderiam ser produzidos quando uma declividade
uniforme e equivalente fosse usada para representar uma declividade heterogênea, e
diferenças significantes na infiltração seriam observadas quando propriedades médias
do solo fossem usadas ao invés de propriedades espacialmente variáveis. A
variabilidade espacial da rugosidade alteraria a dinâmica de fluxo significativamente.
Katzenmaier et al. (1998) verificou o impacto em três diferentes sub-bacias (100
a 500 km2) dentro da bacia de Rhine, Nova Zelândia, representativas de três padrões de
características de uso do solo, tendo sido uma delas de uma estrutura dominantemente
urbana. Este cenário urbano foi determinado sobre a avaliação das características do
local de cada pixel, bem como suas relações nas vizinhanças. Também foram incluídos
na análise, além dos padrões de uso do solo, e o os eixos de desenvolvimento como
rodovias e o sistema viário.
Este autor apresentou os resultados de alterações no uso do solo para dois tipos
de precipitações com características diferentes (Figura 32). Um evento de enchente
ocorrido em Junho de 1994, causado por uma tempestade de verão convectiva (Figura
32 à esquerda). A razão para a observação da precipitação ocorrida em Fevereiro de
1990 foi uma longa precipitação advectiva com relativamente baixa intensidade de
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precipitação (Figura 32 à direita). A situação denominada pelo autor como atual de uso
do solo com 7,3% de área impermeável foi comparada ao cenário de urbanização,
simulando, um acréscimo de 50% na área impermeável. A Figura 33 ilustra claramente
que, para altas intensidades de precipitação, um acréscimo na área impermeável leva a
um acréscimo marcadamente maior no pico do fluxo e volume de inundação, embora
seja muito menor a influência da urbanização sobre eventos de precipitação advectiva
com menores intensidades de precipitação e maior mistura do solo antecedente.

Figura 32 – Simulação de dois eventos de inundação na Bacia Hidrográfica


de Lein com um período de retorno de 3 anos aproximadamente para condições
atuais e um cenário de urbanização (acréscimo de 50% na área impermeável); (a)
evento de precipitação convectivo, (b) evento de precipitação advectivo.
Fonte: KATZENMAIER et al. (1998) (Modificado).

3.6. Modelamento em bacias urbanas

Inundações em núcleos urbanos atualmente têm tido suas magnitudes e


freqüências gradativamente aumentadas. Tal fato decorre, principalmente, de problemas
inerentes à desordenada ocupação do espaço urbano e à ineficiência do sistema de
drenagem. Desta forma, nos últimos anos, medidas de ordenamento e zoneamento
urbano têm tido sua importância ampliada, integrando tradicionais e novas concepções
de combate a cheias (Campos et al., 2003). Quando comparado ao terreno rural, o
terreno urbano requer maior grau de detalhamento para descrever precisamente onde a
água flui, mesmo sobre pequenas distâncias, logo se faz necessária uma escala espacial
de dados do terreno mais acurada (DJOKIC & MAIDMENT, 1991).
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Campos et al. (2003) desenvolveram um estudo de uma bacia contribuinte para o


canal auxiliar com área de 14,7 km² e extensão de aproximadamente 7 km, em uma área
urbana do rio Sarapuí, nos municípios de São João de Meriti e Duque de Caxias, para a
sua modelação matemática. O modelo escolhido pelos autores foi o Modelo de Células
desenvolvido na COPPE/UFRJ (Mascarenhas & Miguez21 apud Campos et al.). Esta
proposta de modelação parte do princípio de que uma bacia pode ser sub-dividida em
um conjunto de compartimentos homogêneos representando paisagens urbanas, de
modo tal que os padrões de escoamento são reproduzidos a partir da consideração do
balanço de massa entre as células que se comunicam entre si, a partir de uma série de
relações hidráulicas para trocas de vazões. Assim, o escoamento entre as células pode se
realizar através de ligações hidráulicas que geralmente simulam vertedores, orifícios,
escoamentos nas ruas e em calha, por superfície livre ou em galeria, sob pressão ou não
e através de bocas-de-lobo da rede de drenagem. Os autores calibraram um modelo
hidrológico concentrado (SCS) a partir de chuvas observadas em 1986, e depois
utilizado para previsão de cheias de maior porte. Os autores referiram também que,
tendo em vista que os eventos gerados pelo modelo concentrado calibrado se
correlacionavam melhor com a ordem de grandeza dos eventos de interesse na
simulação dos cenários para estudo do comportamento do Pôlder Alberto de Oliveira, o
modelo de células foi calibrado tendo por base estes eventos gerados.
Sobre este mesmo modelo de células, Magalhães et al. (2003) aprimoraram a
separação dos escoamentos no modelo dada através do uso de um coeficiente de
escoamento superficial – runoff – atuando sobre a precipitação que entra na célula, a
partir do Método Racional. Os autores desenvolveram e incorporaram ao modelo
original rotinas hidrológicas que representaram melhor os processos hidrológicos em
cada célula, especialmente quanto à infiltração. A representação da infiltração no
modelo passou a ser feita através do uso de uma taxa de infiltração potencial constante.
O modelo foi aplicado à sub-bacia do Rio Joana (23,4 km2), no Rio de Janeiro-RJ, e os
resultados para cenários de urbanização distintos foram comparados em relação à cotas
de alagamentos e seus tempos de permanência. Os autores apresentaram resultados para
três cenários de simulação, e um dos cenários proposto está ilustrado na Figura 33.

21
MASCARENHAS, F.C.B.; MIGUEZ, M.G.; 2002. “Urban Flood Control through a Mathematical Cell”, Water International
Resources, Vol. 27, Nº 2, págs. 208-218, Junho 2002; Illinois, E.U.A.apud CAMPOS et al. (2003).
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De acordo com a Figura 33, pode-se observar que há um acréscimo no pico de


vazão, porém não há adiantamento no tempo de pico. Os autores concluíram serem
necessárias medições tanto na calha do rio quanto nas planícies.

Figura 33 - Ampliação do alagamento na rua Caruaru, com a ocupação


desordenada da encosta.
Fonte: MAGALHÃES et al. (2003).

No que se refere ao pico de vazão, Woltemade & Potter (1994) examinaram a


atenuação do pico de enchente usando os modelos MIKE-11 de precipitação-
escoamento superficial e hidrodinâmico. Eles mostraram que a morfologia do terreno do
canal, largura do vale, declividade do rio e rugosidade hidráulica influenciaram nas
descargas dos picos, especialmente para magnitudes moderadas de enchentes (períodos
de retorno de 5-50 anos).
Em uma bacia urbana, o fluxo de água é complicado pela presença de sarjetas,
que desviam o fluxo natural da água em direção mais íngreme e pela presença de
tubulações como de esgoto e de águas pluviais. Logo, é preciso ter cautela quando se
deseja representar, em um SIG, uma área urbana para modelagem hidráulico-
hidrológica. Em áreas urbanas, construções, pavimentação, tubulações de esgoto,
galerias e sarjetas desviam a direção natural de fluxo que deveria ocorrer sobre o terreno
que, de modo geral varia suavemente.
Uma maneira mais acurada para representar uma bacia urbana é demonstrada
no trabalho de Djokic & Maidment (1991) que utilizaram um SIG (ARC/INFO). O
sistema de drenagem foi dividido em três elementos principais: cada um desses três
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elementos básicos de representação do terreno – influxos, determinados como pontos;


rede de drenagem, definida como linhas; e superfície do terreno – definidos como
TINs, teriam sua própria estrutura específica de dados anexadas aos seus atributos
físicos descritores. As três bases de dados poderiam ser completamente integradas,
formando um sistema de modelamento unificado, uma vez que um único ponto de
identificação do influxo foi comum a todas.
No trabalho desenvolvido por Djokic & Maidment (1991), para cada influxo
ativo (alguns poderiam estar bloqueados), usando o método racional, a informação
armazenada foi usada para determinar se as entradas e tubulações poderiam conduzir
fluxos de projeto para período de retorno de 10 e 25 anos. Utilizaram também um
“núcleo criador de rede inteligente” usando o sistema especialista “Nexpert Object”,
para testar quão completos estavam as bases de dados e padrões de fluxo antes dos
cálculos hidrológicos. Caso necessário, o criador da rede inteligente iniciaria um
procedimento ARC/INFO que completaria os campos vazios na rede de drenagem e
propriedades de fluxo ausentes de seus componentes. Um exemplo de aplicação foi feito
no sistema de drenagem de uma parte da cidade de Ashevile, Carolina do Norte.
Djokic & Maidment (1991) concluíram que todos os parâmetros requeridos para
os cálculos hidrológicos foram calculados utilizando uma funcionalidade intrínseca do
ARC/INFO – nomeada capacidade limite para determinação dos coeficientes compostos
– as características TIN para extração da altura e comprimento, e capacidades de
distribuição para cálculo cumulativo dos tempos de concentração. Com sua flexibilidade
no desenvolvimento e expansão do modelamento do sistema, características espaciais
das bases de dados e capacidades do terreno, o SIG provou ser uma alternativa viável
para o modelamento hidrológico urbano.
A integração entre as informações em modelos distribuídos é de suma importância
para acurada representação de uma bacia. No entanto, ao invés de usar o método
racional, a representação pela resolução das equações de Saint-Venant seria mais
adequada ao modelamento hidráulico-hidrológico.
No trabalho de Bellal et al. (1996), para adaptação das características urbanas da
bacia, as casas e prédios foram representados por um acréscimo local da elevação dos
nós correspondentes, evitando o fluxo através das habitações (construções). Por esta
razão, foi necessária alta densidade do nó. Foi adotada uma célula da rede de 5 X 5 m,
para detectar a existência de construções do arquivo de dados do uso do solo. A
elevação de todos os nós correspondentes à construções automaticamente foi aumentada
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por uma quantidade constante (e. g. 10 m) de maneira tal que o fluxo do escoamento
superficial não fosse capaz de “atravessar” as construções. A chuva coletada por
telhados foi forçada a fluir ao coletor mais próximo. Os próprios coletores foram
substituídos por trincheiras fictícias. Em relação ao modelo hidrológico utilizado, a
infiltração, durante um passo de tempo, foi uma adaptação da fórmula de interceptação
de Horton.
O reservatório de armazenamento intermediário, representando a zona vadosa, foi
descrito pela lei de Darcy para solos não saturados e o abastecimento de água
subterrânea foi estimado pela equação dessa lei para solos saturados; o armazenamento
de água subterrânea não foi considerado no caso das áreas urbanas da bacia. O fluxo de
um nó da grade para outro, poderia ser transferido. Este fluxo dependeu das
declividades mais íngremes da superfície e das velocidades de água, ambos
determinados pelos dados de uso do solo. Para calibração e determinação do modelo, foi
escolhida uma base típica de 16 ha na cidade de Louvain-la-Neuve (Bélgica). Os
resultados de Bellal et al. (1996) apresentaram a relevância dos aspectos hidrológicos no
planejamento urbano.
Neste caso, não houve sobreposição de imagens do terreno de aspectos urbanos
(tais como, ruas e galerias de água pluviais) e sim uma elevação de altitude na própria
imagem. Desta forma, talvez seja difícil representar as numerosas alterações existentes,
bem como as prognosticadas no cenário de urbanização.
Imagens de satélite e fotografias aéreas que, de modo confiável representem a
realidade da bacia urbana, em conjunto com visitas e conhecimento da realidade no
campo (in loco), podem auxiliar na determinação de parâmetros físicos.
Neste sentido, Góes et al. (2003) afirmaram que, para estudos hidrológicos em
áreas urbanas, o ajuste do modelo à realidade depende muito da resolução da imagem, e
portanto, analisam a influência da qualidade da imagem de satélite na obtenção de
parâmetros para estudos hidrológicos. A obtenção do MNT da área de estudo foi obtida
a partir de curvas de nível de 2 em 2 metros. Porém, a imagem de satélite utilizada para
a classificação de uma área urbana em Recife-PE foi a obtida pelo satélite francês
Système Pour l’Observation de la Terre (SPOT), com resolução de 10 a 20 metros e
pelo satélite de alta resolução (Quick Bird), com resolução de 0,70x 0,70 metros; o SIG
utilizado foi o SPRING (INPE). Como esperado, durante o processo de classificação, as
amostras obtidas a partir de imagens de alta resolução (0,70x 0,70 m) apresentaram
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muito menor nível de confusão do que as amostras obtidas a partir de imagens de


resolução menor (20x20m).
No entanto, o custo para obtenção deste tipo de imagem é muito alto, inviável para
a realidade da maioria das prefeituras municipais brasileiras.
Ávila et al. apud Góes et al. (2003)22, referem que o emprego das imagens de
satélites, como o satélite americano LANDSAT-TM e o satélite francês SPOT,
permitiram grande progresso tecnológico e expandiram as possibilidades de empregos
hidrológicos do geoprocessamento, a saber:
• caracterização do uso do solo em microbacias hidrográficas: os avanços mais
significativos na avaliação do uso da terra ficam por conta dos classificadores de
imagens.
• mapeamento da rede de drenagem: através do modelo numérico do terreno
(MNT) é possível automaticamente delinear os lagos e rios de uma bacia
hidrográfica.
No que diz respeito ao contexto de estudos realizados em áreas urbanas, é
interessante o trabalho realizado por Ahnert et al. (1998), que a partir do leito do rio
estimaram os limites das áreas potencialmente inundáveis, utilizando dados
fluviométricos e SIG. O local de estudo foi o perímetro urbano de Marechal Floriano,
com cerca de 3,6 km2 de área (interessante por ser também uma área de uma micro-
bacia urbana), localizada na mesoregião central do Espírito Santo, cortada pelo braço
sul do rio Jucu. O método de Stevens foi utilizado para extrapolação da curva-chave da
estação hidrométrica da ANEEL em Mal. Floriano, para obtenção das cotas
correspondentes às vazões estimadas. O SIG ArcView® foi utilizado para gerar um
MNT do perímetro urbano e investigar o mesmo para as cotas estimadas para definir as
áreas potencialmente inundáveis.
No entanto, esses autores não fizeram menção ao cálculo da declividade da linha
piezométrica, uma vez que no referido trabalho eles mencionaram que após estimativa
das cotas pelo método de Stevens as áreas foram selecionadas abaixo das mesmas.
Bernheuter et al. (1998) também utilizaram o SIG ArcView® para o cálculo da
elevação da superfície de água da área inundada e altura do terreno. A diferença entre as
duas camadas proporcionou o padrão espacial da profundidade de inundação para o
referido evento de enchente.

22
ÁVILA, C. J. C. P., ASSAD, E. D., VERDESIO, J. J., EID, N. J., SOARES, W., FREITAS, M. A. V. (1999). “Geoprocessamento
da Informação Hidrológica”. O Estado da Águas no Brasil, ANEEL, 187-196 apud GÓES, V. C. etl al. (2003).
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No que concerne ao uso de modelos considerando um fluxo superficial difusivo


em 2-D, Chang et al. (1998) para uma bacia de drenagem com sistema de tubulações,
estudaram o modelamento de tempestades para análise dos níveis de inundação em
áreas urbanas, no entanto, diferindo do objeto deste estudo, no que concerne à causa:
pela falha de estações de bombeamento e subcargas de tubulações de transporte de
águas pluviais. Estes autores empregaram o SWMM, e o modelo de fluxo superficial
difusivo bi-dimensional considerando a equação da onda de difusão com esquema
explícito alternativo para distribuir os hidrogramas de fluxo subcarregados para a
informação dinâmica detalhada sobre as zonas de inundação superficiais e
profundidades. Esta metodologia foi utilizada para aplicação do estudo de enchente e
níveis de inundação no centro da área metropolitana da cidade de Taipei, para várias
precipitações de projeto de altos períodos de retorno. No entanto, conforme descrito
pelo referido autor, não existem registros precisos sobre áreas de inundação, existem
somente zonas de inundação investigadas pelo Governo de Taipei e plotadas após um
evento.
De grande interesse é a utilização de um modelo hidrodinâmico (MOUSE),
apresentado no trabalho de Meller & Paiva (2003), que permitiu contemplar fenômenos
como inversões de fluxo, efeitos de jusante e trechos com escoamento sob pressão e ,
assim, avaliar a localização dos pontos críticos da rede. Os autores prosseguiram
aplicando o software MOUSE utilizando dados de monitoramento hidrológico de uma
pequena bacia hidrográfica em Santa Maria-RS, que apresenta 30% de sua área
urbanizada. Para a área rural, os autores utilizaram o modelo hidrológico concentrado
chuva-vazão IPH II, e concluíram que, relativamente ao Volume e à Vazão de pico, o
uso destes dois softwares conjugados apresentou resultados satisfatórios.

3.6.1. Simulação com medidas de controle

Os resultados das modelagens hidráulico-hidrológicas em vazões críticas que


servem de subsídios para implementação de zoneamento ou mapeamento de
inundações, são excelentes alternativas para medidas estruturais de controle de
enchentes. Se forem escolhidas medidas estruturais, estas podem ter bastante utilidade
para atenuação dos picos de cheia, podendo ser micro-reservatórios ou reservatórios de
detenção de águas pluviais.
“Previsão de Enchentes para o Plano Diretor de Drenagem Urbana de São Carlos (PDDUSC) na Bacia Escola do Córrego 98
do Gregório” Regina Mambeli Barros (SHS-EESC/USP) – Cap.3 Revisão Bibliográfica

As medidas estruturais de controle de inundação constituem parcelas


fundamentais para um programa de prevenção contra enchentes incluído em um
programa de gerenciamento de recursos hídricos; neste sentido diversos estudos têm
sido realizados em conformidade com o contexto de cada região, a saber.
Sobre a utilização de micro-reservatórios de detenção para atenuação de
inundações em bacias urbanas, Andrade Filho et al. (2001) realizaram um estudo de
caso, no controle das inundações em bacias urbanas, aplicadas a lotes na
microdrenagem, além de examinar o uso de elementos construtivos (micro-
reservatórios) tendo como objetivo um estudo de simulação para seleção de soluções de
mitigação de enchente, informações sobre sua eficiência e investigação do emprego
dessas soluções no amortecimento das vazões. Para isso, o foi aplicado Método
Racional para os lotes no seu estado inicial (natural) e para o seu estado final de
ocupação. Em seguida, foram utilizados hidrogramas triangulares para cada intervalo de
declividade, permitindo uma melhor determinação dos volumes a serem amortecidos.
Patt (1998) realizou um estudo descritivo sobre medidas construtivas para
proteção contra enchentes em áreas urbanas, preconizando precauções não somente com
medidas estruturais construtivas, mas defesas coordenadas organizacional e socialmente
que devem ser instigadas para aproximar a lacuna, a fim de reduzir o nível do dano. No
entanto, o estudo apresenta medidas estruturais de controle, como diques mas não se
refere aos reservatórios de detenção de água.
Neste sentido, Zimmermann et al. (1998) estudaram a instalação de sistemas de
infiltração (trincheiras) do escoamento superficial; em princípio usaram uma pequena
bacia (microescala 30 km2), cuja sistemática de pesquisa e seus resultados, para cálculo
dos efeitos da bacia de macroescala do Saar (7600 km2), foram transferidos para uma
bacia de mesoescala (316 km2)
De acordo com estes autores, uma figura detalhada dos fatores influenciantes na
gestão da água precipitada in loco, pôde ser delineada em uma bacia em mesoescala.
Para a totalidade da bacia de Obere Blies existiu um volume calculado de
armazenamento de água de enchente de 1.300.000 m3. No entanto, os autores sugeriram
que, como este potencial de retenção poderia influenciar a formação do escoamento
superficial e alterar o volume de escoamento superficial da enchente e sua distribuição
temporal, poderiam não serem estimadas no momento, recomendando como próximos
passos para a pesquisa. Desta forma, permanece a questão de capacidade de
extrapolação de estudos em escalas diferentes.
“Previsão de Enchentes para o Plano Diretor de Drenagem Urbana de São Carlos (PDDUSC) na Bacia Escola do Córrego 99
do Gregório” Regina Mambeli Barros (SHS-EESC/USP) – Cap.3 Revisão Bibliográfica

No entanto, mesmo após a aplicação de medidas estruturais de controle, ainda


permanecem riscos residuais, dos quais a população deve estar informada.
Neste sentido, Bernheuter et al. (1998) reportam a existência de reconhecimento,
o qual, mesmo após extensivas medidas de proteção contra enchentes terem sido
instaladas, é necessário fazer com que a sociedade (cidadãos, tomadores de decisão etc.)
tomem ciência dos riscos de enchentes remanescentes para determinação da obtenção
das ações consistentes de defesa contra o risco residual.
Bernheuter et al. (1998) estudaram uma bacia hidrográfica de Seckack/Kirnau,
localizada no leste de Heidelberg, no sudoeste da Alemanha, com área de cerca de 260
km2, que se estende por três regiões, denominadas Neckar-Odenwald-Kreis, Main-
Tauber-Breis e o distrito de Heilbronn. Dentro da bacia hidrográfica de Seckack/Kirnau
existem 19 áreas urbanas que pertencem a duas cidades e sete comunidades e são
diretamente afetadas por enchentes. Esta bacia foi, portanto, dividida em 138 sub-bacias
com uma área média de 1,9 km2 e, posteriormente, 38 áreas urbanas foram
separadamente consideradas pelo modelo.
Para otimizar os efeitos de aplicação de medidas como bacias de retenção,
Bernheuter et al. (1998) utilizaram modelos hidrológicos distribuídos, o pacote Institute
of Water Resources (IHW), da Universidade de Karlsruhe e modelos de cálculo
hidráulicos (através do modelo de fluxo uni-dimensional HYDRAIN, baseado na
solução das equações de Saint-Venat). Este modelo permitiu executar cálculos
hidráulicos para uma rede de canais naturais e construídos. Também foi possível
simular o fluxo lateral para fora das áreas de retenção e, caso necessário, o retorno do
fluxo ao sistema hidrográfico.
Para garantir o uso do solo nas potenciais zonas de inundação da bacia de
Seckack/Kirnau, seja adaptada ao grau de perigo, objetivos de planejamento de
desenvolvimento ambiental têm de ser estabelecidos para a totalidade da região. Neste
sentido é importante o conhecimento de quais áreas estão em risco.
Em relação aos reservatórios de retenção de água, nada mais marcante
ultimamente no Brasil que as obras realizadas no município de São Paulo, no qual as
obras de retenção foram mais relevantes que as obras de canalização.
Sobre a bacia do Rio Aricanduva (afluente da margem esquerda do rio Tietê,
altura da Penha, com aproximadamente 100 km2 de área de drenagem), Canholi (2003)
descreveu que no ano de 2002, intervenções necessárias ganharam impulso excepcional
com a construção de cinco obras, em um só período de estiagem (abril -
“Previsão de Enchentes para o Plano Diretor de Drenagem Urbana de São Carlos (PDDUSC) na Bacia Escola do Córrego 100
do Gregório” Regina Mambeli Barros (SHS-EESC/USP) – Cap.3 Revisão Bibliográfica

novembro/2002), além de terem sido completados outros três reservatórios de retenção


de água no Alto Aricanduva pela Prefeitura do Município de São Paulo, pela Secretaria
de Infra-Estrutura Urbana (SIURB). Assim, o nível de proteção contra inundações para
o próximo período chuvoso foi elevado para TR=10 anos. O autor afirmou que após a
execução de obras complementares, atingir-se-ia o objetivo do controle das enchentes
para a recorrência de 25 anos.
Estes cinco reservatórios de retenção de água somam cerca de 1.400.000 m³ de
capacidade de reservação. Para uma chuva de recorrência de 10 anos, os picos no final
do trecho, à saída do Aricanduva 3, foram reduzidos de 165 m³/s a 24 m³/s com a
presença dos reservatórios. Por outro lado, estes reservatórios também possuem a
função de promover a deposição de sólidos, detritos e lixo, reduzindo o assoreamento
nas canalizações a jusante, facilitando e tornando mais econômico o processo de
retirada destes materiais. (CANHOLI, 2003).
No entanto, Canholi (2003), além do planejamento geral deste programa,
apresentou o seu desempenho esperado e a descrição sucinta das obras. Quanto à
descrição metodológica da construção de um piscinão, no município de São Paulo,
DEPARTAMENTO DE ÁGUAS E ENERGIA ELÉTRICA DE SÃO PAULO (2003)
apresentou os estudos hidrológicos para implantação destas medidas estruturais de
controle (“Piscinão” com volume de 110 000 m3) no córrego do Pirajuçara (Figura 34).

Figura 34 – “Piscinão” em Mauá.


Fonte: DEPARTAMENTO DE ÁGUAS E ENERGIA ELÉTRICA DE
SÃO PAULO (2003).

A bacia hidrográfica do Rio Pirajussara, afluente pela margem esquerda do


Canal Inferior do rio Pinheiros, está localizada no setor oeste da Região Metropolitana
da Grande São Paulo e drena uma área de cerca de 72 km2. Fisiograficamente, a bacia
tem formato alongado, orientando-se na direção SW-NE e o Rio Pirajussara, com uma
extensão total de 18.577 metros, dos quais 6.285 metros estão canalizados, posicionados
“Previsão de Enchentes para o Plano Diretor de Drenagem Urbana de São Carlos (PDDUSC) na Bacia Escola do Córrego 101
do Gregório” Regina Mambeli Barros (SHS-EESC/USP) – Cap.3 Revisão Bibliográfica

central e linearmente à bacia. (Departamento de Águas e Energia Elétrica de São Paulo,


2003). O seu perfil está apresentado no gráfico da Figura 35.

Figura 35 - Perfil longitudinal da bacia do Pirajussara.


Fonte: DEPARTAMENTO DE ÁGUAS E ENERGIA ELÉTRICA DE SÃO
PAULO (2003).
Para a atualização das informações de uso e ocupação do solo da Bacia do rio
Pirajussara foram utilizados dados digitais TM/LANDSAT de 1997, obtendo-se as
classes: urbana de alta densidade, urbana de baixa densidade e áreas com cobertura
vegetal (Figura 36).

Figura 36 – Classificação de área urbana na bacia do Pirajuçara.


Fonte: DEPARTAMENTO DE ÁGUAS E ENERGIA ELÉTRICA DE SÃO
PAULO (2003).
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Para análise preliminar do estudo no Córrego do Pirajuçara, foram realizadas,


pelos técnicos do Consórcio ENGER/PROMON/CKC, visitas técnicas para avaliação de
áreas potenciais para implantação de reservatórios de retenção de água, avaliarem
aspectos hidráulicos restritivos, levantamentos topográficos e identificação das áreas de
inundação, bem como estudos para consonância com o Projeto da Sabesp em se
implantar coletores nesta bacia. Foram também estudadas medidas alternativas de
controle de inundações: solução em Túnel de Derivação e; com Reservatórios de
Amortecimento de Cheias.
Foram adotados critérios padrão de projeto para o dimensionamento preliminar
das estruturas dos reservatórios (Departamento de Águas e Energia Elétrica de São
Paulo, 2003), a saber:
• dado o grande aporte anual de sedimentos, os reservatórios foram
concebidos para funcionar em esquema off-line e sem sistemas de
bombeamento;
• de uma maneira geral, as áreas de implantação dos reservatórios
situam-se lateralmente aos canais existentes;
• em princípio, pretenderam escavar essas áreas laterais à mesma cota do
fundo do talvegue dos canais;
• os reservatórios terão profundidades máximas variando entre 3,5 e 4,5
metros de profundidade;
Quanto aos estudos hidrológicos, as precipitações intensas obtidas de curvas I-D-F
disponíveis para esta bacia, foram reduzidas por um coeficiente, porque, para a
aplicação da equação de Mero (válida para um ponto específico), em toda a área de
drenagem é necessário aplicar-se um coeficiente de redução. Com estes critérios foram
consideradas as seguintes condições para projeto: duração das chuvas de 2 horas;
distribuição temporal segundo a distribuição de Huff 1° quartil; períodos de retorno
analisados: 10, 25, 50 e 100 anos. As simulações hidrológicas foram efetuadas com o
auxílio de um modelo de análise de bacias complexas, CABC, o qual se baseia na
metodologia do HU do SCS (Departamento de Águas e Energia Elétrica de São Paulo,
2003).
Para a estimativa da parcela impermeável das sub-bacias, tomaram como base a
relação densidade populacional-área impermeável constante do trabalho "Estimativa de
“Previsão de Enchentes para o Plano Diretor de Drenagem Urbana de São Carlos (PDDUSC) na Bacia Escola do Córrego 103
do Gregório” Regina Mambeli Barros (SHS-EESC/USP) – Cap.3 Revisão Bibliográfica

Área Impermeável de Macrobacias Urbanas” - (Campana & Tucci apud DAEE 200423).
O coeficiente CN, aplicado à parcela de área permeável da bacia do rio Pirajussara,
considerando as suas características geológicas, foi avaliado igual a 68; para as
simulações hidrológicas da bacia, visando estabelecer vazões de projeto para o ano
2020, foi considerado um coeficiente CN médio ponderado, com base nas parcelas de
áreas permeáveis e impermeáveis.
Para simular o comportamento dos diversos hidrogramas parciais instantâneos, ao
longo de cada seção da galeria, foi utilizado o modelo hidrodinâmico CLIV, o qual
necessita uma condição de fronteira na última seção de jusante. Esta condição de
contorno referiu-se a uma curva-chave que refletiu a capacidade do canal trapezoidal,
calculada para uma rugosidade n=0,028 e uma declividade igual a 0,0015 m/m. Nas
demais seções de cálculo, foram introduzidos os hidrogramas parciais (Q1, Q2, Q3 ou
Q4).
Inicialmente, o modelo foi processado para o regime permanente de vazões, para
uma descarga relativamente baixa. Em seguida, procederam o cálculo em regime
hidrodinâmico, durante um tempo de simulação em torno de 5 horas. O modelo
forneceu o histórico das vazões e níveis de água remansados para todo o período da
simulação, permitindo determinar a envoltória da máxima linha de água atingida ao
longo da galeria.
Para simular as condições atuais da galeria, sem qualquer revestimento, foi
adotado um coeficiente médio de Manning igual a 0,025. Para simular uma condição de
revestimento com concreto (sem rígido controle de acabamento), foi adotado o
coeficiente médio igual a 0,022. Os resultados obtidos evidenciam a grande vantagem
econômica da solução com Reservatórios de Amortecimento de Cheias em relação ao
Túnel de Derivação (Departamento de Águas e Energia Elétrica de São Paulo, 2003).

3.7. Conclusões sobre a revisão bibliográfica

Levando-se em consideração que o problema crônico de inundações do Córrego


do Gregório, é um fator histórico no município de São Carlos-SP e que a região mais
afetada por estas enchentes constitui uma área de várzea, porém, também de grande

23
CAMPANA, & TUCCI - Estimativas de área Impermeável de Macrobacias Urbanas – 1994 apud DAEE, DEPARTAMENTO DE
ÁGUAS E ENERGIA ELÉTRICA DE SÃO PAULO. (2003).
“Previsão de Enchentes para o Plano Diretor de Drenagem Urbana de São Carlos (PDDUSC) na Bacia Escola do Córrego 104
do Gregório” Regina Mambeli Barros (SHS-EESC/USP) – Cap.3 Revisão Bibliográfica

valor comercial, há a necessidade de estudos de medidas estruturais e não-estruturais de


controle de inundações.
Este estudo advém do uso de modelos hidrológicos para simulação de
prognósticos com ou sem medidas de controle. No entanto, os resultados obtidos por
estes modelos em si mesmos carregam incertezas, seja pelas limitações do modelo,
pelas incertezas dos dados ou valores de parâmetros de entrada.
Atualmente com o advento do Projeto Experimento...(2003), a sub-bacia do
Córrego do Gregório têm sido intensificadamente monitorada, o que permitiria a
utilização mais acurada de modelos hidrológicos. A cidade também está elaborando
atualmente o seu PD, com critérios ambientais, sociais, econômicos, geotécnicos e
hidrológicos. Assim, há a possibilidade de elaboração de prognósticos de urbanização
mais reais em consonância com a realidade de expansão do município, a fim de fornecer
subsídios para elaboração do PDDU.
No entanto, ainda permanece o fator “incertezas”. Reside aí o objeto do presente
estudo, redução das incertezas na elaboração de prognósticos com uso e comparação
entre modelos hidrológicos concentrados e distribuídos, subsidiada pelos dados
oriundos do monitoramento do Projeto Experimento...(2003), como nenhum estudo
nesta sub-bacia contemplou ainda.
Em relação às medidas estruturais para minimização das enchentes, para este
estudo escolheu-se, a elaboração dos reservatórios de retenção de água, pela maior
facilidade em se institucionalizar quando comparado aos micro-reservatórios, bem como
pelo seu sucesso no município de São Paulo-SP.
“Previsão de Enchentes para o Plano Diretor de Drenagem Urbana de São Carlos (PDDUSC) na Bacia Escola do Córrego
do Gregório” Regina Mambeli Barros (SHS-EESC/USP) – Cap.4 Metodologia 105

4. METODOLOGIA

4.1. Considerações iniciais

Para utilização dos modelos concentrado IPHS-1 e distribuído HIDRORAS


tornaram-se necessária: a preparação e análise dos dados de entrada, tais como os
geométricos advindos da PREFEITURA MUNICIPAL DE SÂO CARLOS (PMSC);
caracterização da área de estudo para extração de parâmetros dos modelos e obtenção
dos MNTs necessários como dados de entrada ao modelo HIDRORAS e para o
mapeamento das áreas inundáveis.
No entanto para calibração e validação dos modelos foi necessária a comparação
com eventos monitorados através da análise de uma curva-chave, cuja metodologia de
construção e extrapolação no interior e exterior às margens, está também apresentada
neste capítulo. Para que haja consonância entre os modelos hidrológicos e o prognóstico
de urbanização preconizado pelo PDSC em desenvolvimento, foram considerados
cenários de urbanização. Também foram consideradas medidas estruturais e não-
estruturais de controle de inundações nos modelos, como reservatórios de retenção de
águas pluviais (no IPHS-1) e acréscimo de áreas de infiltração (HIDRORAS).
Assim, neste capítulo estão apresentadas a preparação dos dados para os
parâmetros de entrada de ambos os modelos, a discretização do IPHS-1 e a preparação
das imagens raster para o modelo distribuído HIDRORAS, bem como a metodologia de
calibração e validação. Para o mapeamento de áreas inundáveis a metodologia utilizada
foi apresentada conectando um programa em Visual Fortran ® ao SIG IDRISI 32® para
secção do MNT por um plano cortante considerando a linha piezométrica, baseado no
Step Method.
No final do capítulo foram apresentadas a metodologia de desenvolvimento e a
aplicação do questionário nas entrevistas à sociedade civil, motivação desse estudo.

4.2. Área de estudo

O município de São Carlos está inserido em duas grandes bacias hidrográficas, a


do Moji-Guaçu e a do Tietê-Jacaré: nesta última está localizada a maior parte da zona
urbana. O município é caracterizado por solos de alta permeabilidade, sendo
constituído, em sua maioria, por zonas de latossolo-vermelho-amarelo e de areia
“Previsão de Enchentes para o Plano Diretor de Drenagem Urbana de São Carlos (PDDUSC) na Bacia Escola do Córrego
do Gregório” Regina Mambeli Barros (SHS-EESC/USP) – Cap.4 Metodologia 106

quartzosa profunda com característica arenosa. De acordo com SILVA (2003), a sub-
bacia do Córrego do Gregório encontra-se geograficamente situada entre as coordenadas
UTM, entre 202 000 a 208 000 W e 7 560 000 a 7 564 000 S. A área de estudo
encontra-se inserida nas seguintes cartas topográficas do IBGE, escala 1: 10 000:
1. São Carlos Folha 1: SF-23-Y-A-I-1-NO-B
2. São Carlos Folha 1: SF-23-Y-A-I-1-NE-A
Em relação ao sistema de drenagem, a Secretaria Municipal de Obras,
Transporte e Serviços Públicos (SMOTSP) da PMSC apresentou a seguinte condição na
Conferência da Cidade que apresenta, para a pedologia a condição ilustrada na Figura
37, as condições atuais de drenagem (Figura 38).
“Previsão de Enchentes para o Plano Diretor de Drenagem Urbana de São Carlos (PDDUSC) na Bacia Escola do Córrego do Gregório” Regina Mambeli Barros (SHS-EESC/USP) – Cap.4 Metodologia 107

Figura 37 - Pedologia do Município de São Carlos.


Fonte: PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO CARLOS (2002).
“Previsão de Enchentes para o Plano Diretor de Drenagem Urbana de São Carlos (PDDUSC) na Bacia Escola do Córrego do Gregório” Regina Mambeli Barros (SHS-EESC/USP) – Cap.4 Metodologia 108

Figura 38 – Condições de Infra-Estrutura da Área Urbana.


Fonte: PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO CARLOS (2002).
“Previsão de Enchentes para o Plano Diretor de Drenagem Urbana de São Carlos (PDDUSC) na Bacia Escola do Córrego 109
do Gregório” Regina Mambeli Barros (SHS-EESC/USP) – Cap.4 Metodologia

A PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO CARLOS (PMSC) dispõe de Plantas


Cadastrais, em escala 1:2 000 cujas curvas de nível estão descritas de 1 em 1 metro, e a
área de estudo está incluída entre as folhas 06 e 10 dessas (FL06 e FL10) (AEROMAPA
BRASIL S. A., 1970).
Estas cartas foram digitalizadas no software Cartalinx® que possui
compatibilidade com o SIG-IDRISI 32®: as do IBGE usadas para confecção do MNT e
as da PMSC para digitalização mais refinada do MNT da área de inundação e obtenção
dos gráficos “cota-volume” para simulação de reservatórios.
O Córrego do Gregório em sua margem direita recebe afluentes como os
Córregos do Sorregoti e do Lazarini e na margem esquerda, o Córrego do Simeão
(canalizado).
Barbassa (1991) realizou um levantamento da rede de drenagem da sub-bacia
do Córrego do Gregório e estimou os parâmetros geométricos e de rugosidade da calha.
Os valores obtidos para os coeficientes de rugosidade de Manning n estão ilustrados na
Figura 39.
“Previsão de Enchentes para o Plano Diretor de Drenagem Urbana de São Carlos (PDDUSC) na Bacia Escola do Córrego do Gregório” Regina Mambeli Barros (SHS-EESC/USP) – Cap.4 Metodologia 110

Córrego do Lazarini

Córrego do Sorregoti

Córrego do Gregório

Figura 39 – Valores do coeficiente de rugosidade de Manning como indicativo do sistema de drenagem. Fonte: SILVA (2003).
“Previsão de Enchentes para o Plano Diretor de Drenagem Urbana de São Carlos (PDDUSC) na Bacia Escola do Córrego 111
do Gregório” Regina Mambeli Barros (SHS-EESC/USP) – Cap.4 Metodologia

No que tange à legislação, o DECRETO ESTADUAL Nº 10.755 - DE 22 DE


NOVEMBRO DE 1977 (São Paulo, 1977) que dispõe sobre o enquadramento dos
corpos de água receptores na classificação prevista no Decreto n. 8.468 (1), de 8 de
setembro de 1976, e dá providências correlatas classifica como:
“...4. Corpos de Água Pertencentes à Classe 4.
Pertencem à Classe 4 os seguintes corpos d’água, excluídos os respectivos
afluentes e formadores, salvo quando expressamente indicados nas alíneas...
...4.19 - Da Bacia do Médio Tietê Inferior:
b) Córrego do Gregório até a confluência com o Rio Monjolinho, no
Município de São Carlos...”
A área da sub-bacia do córrego do Gregório considerada neste estudo foi a
área apresentada nos arquivos em AUTOCAD® em Bacias Hidrográficas...(2002), e
encontra-se ilustrada na Figura 57a.

4.3. Preparação dos dados do modelo

A região do MMSC possui vários estabelecimentos comerciais, dentre eles,


um dos principais prejudicados por inundações é a Padaria Caiçara. O proprietário desse
estabelecimento possui demarcado na parede interna de seu estabelecimento as datas e
horários nas quais ocorreram inundações críticas (tabela 8 e Figura 40).
Tabela 8 – Datas e horários de eventos de inundações críticas na MMSC
registradas pelo proprietário da “Padaria Caiçara”, bacia do Gregório, São
Carlos, SP
Data Horário
17/12/2000 03:05 h
14/09/2001 17:15 h
07/01/2002 00:15 h
09/01/2002 01:05 h
13/01/2002 02:35 h
28/01/2002 20:50 h
10/02/2002 17:00 h
10/11/2002 18:15 h
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Figura 40-Vista da inundação do Gregório em 10/02/2002 na região


do MMSC; à esquerda, a “Padaria Caiçara”.
Foto: Pedro Caballero, Defesa Civil de São Carlos, SP

A estas datas, foi acrescentado o evento de uma precipitação intensa em


04/01/2003. Os registros dessas precipitações foram coletados junto ao Serviço
Autônomo de Água e Esgoto (SAAE).

4.3.1. Obtenção do Modelo Numérico do Terreno (MNT)

Foram feitas duas imagens de Modelo Numérico do Terreno (MNT), uma da


sub-bacia inteira (MNT-1) e outra da área inundável da sub-bacia (MNT-2). A imagem
MNT-1 foi obtida através das curvas de nível de 5 em 5 metros, disponíveis em Bacias
Hidrográficas...(2002).
Bacias Hidrográficas...(2002) apresenta todas as sub-bacias de São Carlos e
suas características como malha urbana, solo e topografia em arquivos em
AUTOCAD®. Foi extraída a layer (camada) correspondente à curva de nível no
arquivo em AUTOCAD® da sub-bacia do Córrego do Gregório (entre as cotas 793
metros e 928 metros) e exportada ao SIG-IDRISI 32®.
Como os TINs são de fundamental importância para representação mais precisa
de áreas urbanas, para geração de um MNT, esta pesquisa utilizou essa metodologia
para execução do MNT da sub-bacia do Córrego do Gregório.
“Previsão de Enchentes para o Plano Diretor de Drenagem Urbana de São Carlos (PDDUSC) na Bacia Escola do Córrego 113
do Gregório” Regina Mambeli Barros (SHS-EESC/USP) – Cap.4 Metodologia

No SIG-IDRISI 32® , foram utilizadas as ferramentas TIN de execução do


MNT com estas curvas de nível. Esta imagem, “MNT-1” (Figura 41) foi, então,
utilizada para extração de informações para dados de entrada no IPHS-1 e como uma
das imagens de entrada no modelo distribuído de HIDRORAS.
Para execução da imagem da área inundável (MNT-2), foram necessárias
como dado de entrada para uso das ferramentas TIN do SIG-IDRISI 32®, curvas de
nível de 1 em 1 metro, uma vez que curvas de 5 em 5 metros interpoladas poderiam não
corresponder à realidade sobre a topografia do terreno (Porto, 200324). Para tanto, foram
então, digitalizadas as curvas de nível referentes às cotas entre 793 e 815 metros
inclusas nas folhas 06 e 10 das cartas do município de São Carlos, supracitadas.
Novamente, foram utilizadas as ferramentas TIN de execução de MNT do SIG-IDRISI
32®, obtendo-se desta forma, MNT-2 (Figura 42), que foi posteriormente utilizada para
a delimitação das áreas de inundação, após serem devidamente georreferenciadas de
acordo com as coordenadas UTM e sobreposto às quadras (Figura 43).

Figura 41 – MNT da sub-bacia do Córrego do Gregório, “MNT-1”.

24
comunicação pessoal com o Prof. Dr. RODRIGO DE MELO PORTO
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Figura 42 – MNT da área inundável da sub-bacia do Córrego do Gregório “MNT-


2”.

Figura 43 – MNT da área inundável da sub-bacia do Córrego do Gregório “MNT-


2” com as quadras (Coordenadas UTM).
“Previsão de Enchentes para o Plano Diretor de Drenagem Urbana de São Carlos (PDDUSC) na Bacia Escola do Córrego 115
do Gregório” Regina Mambeli Barros (SHS-EESC/USP) – Cap.4 Metodologia

4.4. Análise dos dados

Os dados obtidos por meio das cartas, artigos, arquivos em AUTOCAD® da


PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO CARLOS (praça do comércio, geometria das
seções do Córrego do Gregório, Simeão, entre outros), bibliografia, foram tratados e
analisados de acordo com cada aplicação conforme explicado a seguir.

4.4.1. Construção e Extrapolação da Curva-Chave

Para calibração dos dados de entrada no modelo IPH II, foi necessária a
comparação com um evento monitorado. Silva (2003) monitorou, entre 07/01/00 a
31/03/00, eventos chuva-vazão com linígrafos em duas estações: Estação 4, E4, (Figura
44) e Estação 5, E5 (Figura 45) esquematizadas nas figuras 58a e 58b do item 4.3.3 a
seguir. Para os eventos constantes na tabela 10, Silva (2002) monitorou em E5 o valor
de velocidade média na seção transversal e cotas (Tabela 9). Para cada altura registrada,
foram calculados os valores da Área Molhada (AM) e Perímetro Molhado (PM) da
seção natural de E5 (tabela 10). Utilizando a fórmula de Manning (n = 0,035), foi
aprimorada uma curva-chave e uma equação de ajuste conforme a Figura 46a e 47b.

Figura 44 – Estação E4 após um evento chuvoso.


Fonte: Experimento...(2003).
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Figura 45 – Estação E5 após um evento chuvoso.


Fonte: Experimento...(2003).

Tabela 09- Aferições de velocidade e altura do nível d’água na seção E5. Fonte:
SILVA (2002)

Vmédia (m/s) h (m)


0.250 0.180
0.158 0.260
0.991 0.590
1.591 0.640
1.250 0.710
1.990 1.080

A extrapolação da curva-chave até o limite de extravasamento da calha foi


feita pelos métodos de:
• Stevens: no qual foi determinado o valor do fator geométrico
1
Am Rh 2 referente à cota que se desejou extrapolar a qual foi
1
prolongada no gráfico de Am Rh 2 x Q até o valor anteriormente
1
calculado de Am Rh 2 .

• Manning: no qual foram graficados os pontos K m xH , para cada


uma das medições de vazão efetuadas, sendo em seguida prolongada
esta curva até os valores que eram desejados para extrapolação da
curva-chave, estimando-se o valor de Km. Assim, com esta
estimativa e os valores de Am e Rh calculados, foi calculada a vazão
Q, com base na equação 75.
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J Q
Km = = 2
(75)
n Am Rh 3
onde:
Km – coeficiente de extrapolação de Manning;
J –declividade da linha d’água.
• Velocidade x Área (VxA): onde as velocidades médias medidas
foram graficadas em relação às cotas correspondentes. A seguir, a
partir do levantamento do perfil da seção transversal, foram
calculadas as áreas referentes a estas cotas e finalmente, com a
equação da continuidade, foi estimada a vazão extrapolada.
Estes métodos foram descritos por Sefione (2002) e aplicados para
extrapolação da curva-chave aferida por Silva (2003) (Figura 46a e 46b) e; neste estudo,
reformulada para extrapolação da curva-chave na seção defronte ao MMSC (figuras 47a
e 47b) desenvolvida por Machado (1981). Sefione (2002) também apresenta
metodologia para extrapolação da curva-chave quando o fluxo de água ocorre com
extravasamento da calha (tabelas 11 e 12).
Com os dados de medição dos perfis da seção da calha em E5 e defronte ao
MMSC, foi feita uma extrapolação hipotética de metro em metro acima do limite da
calha para estas seções. As áreas e sub-áreas propostas por Tucci & Silveira apud
25
Sefione (2002) e todos os parâmetros geométricos necessários foram então
calculados através do uso do software AUTOCAD 2002®.
Logo, as seções transversais foram decompostas em três sub-seções e com as
vazões e áreas medidas na calha menor do córrego, coeficiente de rugosidade de
Manning estimado e Rh calculado, através de Manning, foi determinada a declividade da
linha d’água (J), foi traçado o gráfico de J=f(H) e estimado um valor de J para as cotas
mais altas que foram extrapoladas. A vazão total (Q), foi, então decomposta conforme a
equação 76. Para a área edificada o valor de n adotado foi 0,022.

A 2 A 2 A 2 
Q =  m1 Rh13 + m 2 Rh 23 + m 3 Rh 33  (76)
 n1 n2 n3 

25
TUCCI, C. E. M.; SILVEIRA (1985). Análise de Consistência de Dados Fluviométricos. Porto Alegre: Instituto de Pesquisas
Hidráulicas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Paginação irregular apud SEFIONE, A . L. (2002).
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Tabela 10 – Valores de Am e Pm para a seção natural em E5 (interior da seção).


Cota acima Característica da Valores
leito Seção
Área Molhada Am 3,9205
(m2)
1,00 m
Perímetro Molhado 5,7472
Pm (m)
Área Molhada Am 8,3887
(m2)
1,50 m
Perímetro Molhado 14,2165
Pm (m)
Área Molhada Am 15,0641
Interior Seção
(m2)
2,00 m
Perímetro Molhado 15,8197
Pm (m)
Área Molhada Am 22,3485
(m2)
2,50 m
Perímetro Molhado 17,4228
Pm (m)
Área Molhada Am 28,7762
(m2)
2,91 m
Perímetro Molhado 18,74
Pm (m)

Tabela 11 – Valores de Am e Pm para a seção natural em E5 (com extravasamento


da seção).
Sub-seção Sub-seção 2 Sub-seção 3
1
Área Molhada Am 2,5740 46,8019 0,6312
(m2)
Cota +1 m
Perímetro Molhado 5,98 18,74 3,11
Pm (m)
Área Molhada Am 8,6706 69,8536 3,8525
(m2)
Cota + 2 m
Perímetro Molhado 8,81 18,74 8,80
Pm (m)
Extravasamento
Área Molhada Am 28,4173 88,2674 12,5150
Cota + 3m (m2)
Perímetro Molhado 34,98 18,74 17,51
Pm (m)
Área Molhada Am 93,8783 112,9697 59,4733
Cota + 4m (m2)
Perímetro Molhado 101,76 18,74 88,83
Pm (m)

Tabela 12– Valores de Am e Pm para a seção em MMSC.


Sub-seção 1 Sub-seção 2 Sub-seção 3
2
Área Molhada Am (m ) 18,9782 21,12 36,3665
Cota +1 m Perímetro Molhado Pm 37,97 12,00 72,8
(m)
Área Molhada Am (m2) 123,7978 25,52 127,7659
Cota + 2 m Perímetro Molhado Pm 171,70 12,00 109,97
(m)
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Método de Stevens Curva-chave


extravasamento da seção

6.00
5.00
4.00 H = 0,1992Q0,5821
H (m)

3.00 R2 = 0,995
0.4068
H = 0.4598Q h> 2,91 m
2.00 R2 = 0.996
de h=1,08 m até h=2,91 m
1.00 H = 0,4527Q0,3453
até h=1,08 m
0.00
0 100 200 300
Vazão (m3/s)
Figura 46a- Curva-chave para seção de controle E5, montante do MMSC, na bacia
do Gregório (extrapolação pelo Método de Stevens).

Método Velocidade x ärea extravazamento da seção


curva-chave

6.00
5.00
0,5821
H = 0,1992Q
4.00 R2 = 0,995
h (cm)

h> 2,91 m
3.00 H = 0,4929Q
0,4077

R2 = 0,9394
2.00 de h=1,08 até h=2,91 m

1.00 H = 0,4527Q0,3453
até h=1,08 m
0.00
0 100 200 300
Vazão (m3/s)

Figura 46b- Curva-chave para seção de controle E5, montante do MMSC, na bacia
do Gregório (extrapolação pelo Método de VxA).
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Curva-chave - Mercado Municipal


Extravasamento da calha

6.00
5.00
4.00
H = 1.1503Q0.2517
H (m)

3.00
2.00
H = 0.1326Q0.6964
1.00 2
R = 0.999
0.00
0 100 200 300
Vazão (m3/s)
Figura 47a- Curva-chave para seção de controle próxima ao MMSC aferida por
MACHADO (1981) e extrapolada neste estudo pelo Método de Manning.

curva - chave - Método de Stevens extravasamento

6.00
5.00
4.00 H = 1.1503Q
0.2517

R2 = 1
H (m)

3.00
2.00 H = 0.1277Q
0.7228

2
R = 0.9977
1.00
0.00
0 100 200 300
Q (m3/s)

Figura 47b- Curva-chave para seção de controle próxima ao MMSC aferida por
MACHADO (1981) e extrapolada neste estudo pelo Método de Stevens.
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No entanto, ressalta-se que a seção E5 possui uma alta declividade e apesar do


pilar que pode ser observado na Figura 45 ainda assim não extravasa. É recomendável
que em futuros trabalhos haja uma verificação dos valores da curva-chave extrapolada,
por exemplo, com a instalação de dois linígrafos para verificação de a partir de que
nível de água ocorreria remanso (Mendiondo, 200526).
Relativamente à seção no MMSC, um estudo (SHS – CONSULTORIA E
PROJETOS DE ENGENHARIA LTDA., 1993 e 1999) mostrou que são alcançadas
alturas maiores que 3,80 metros antes da vazão alcançar 111,98 m3/s, ou seja, esta
galeria poderia veicular no máximo vazões da ordem de 50 m3/s. Por esta razão vazões
acima de 50 m3/s são consideradas, neste estudo, como críticas em MMSC e na junção
entre o córrego do Gregório e do Simeão canalizados. Portanto, esta curva-chave
merece investigação mais detalhada, não somente pelas razões já descritas como em
virtude de galerias de águas pluviais (GAP) como a GAP que vem da Avenida São
Carlos gerando turbilhão no fluxo do córrego (Righetto, 200527).
4.4.2. Calibração do IPHS-1
A equação da curva-chave foi usada para estabelecer a variação da vazão em
função do tempo para eventos de precipitação ocorrido em 06/02/00 (dois eventos),
26/01/00 e 11/02/2000. Estes eventos foram comparados com os resultados da
simulação com o IPH II, até que os valores de entrada para este modelo fossem
calibrados (figuras 48 a 51). As vazões de pico foram alcançadas com boa semelhança
de valores entre os hidrogramas simulados e observados, tanto no que se refere ao valor
de pico de vazão quanto ao tempo de alcance deste pico.
tempo (h)
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24
0
0.1 0.1 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 16
0.3 0.3 Hidrograma
1 0.8 14 Observado
(SILVA, 2003)
1.0 1.0
1.2 12
VAZÃO (m3/s)

Simulado com
Precipitação (mm)

2 10 IPHS-1
2.1
2.4 8
2.6
3
3.1
2.9 6
3.4 4
4
4.0 4.0 2
5 0
5.0
0.00 0.50 1.00 1.50 2.00
6 TEMPO (h)

Figura 48: a (esquerda)- Precipitação utilizada para calibração


(06/02/00) e b (direita)- Comparação entre Hidrogramas Observado (SILVA,
2003) e Simulado, para evento em 06/02/2000.

26
comunicação pessoal com o Prof. Dr. Eduardo Mário Mendiondo
27
comunicação pessoal com o Prof. Dr. Antônio Marozzzi Righetto
“Previsão de Enchentes para o Plano Diretor de Drenagem Urbana de São Carlos (PDDUSC) na Bacia Escola do Córrego 122
do Gregório” Regina Mambeli Barros (SHS-EESC/USP) – Cap.4 Metodologia

8
tempo (h) Hidrograma Observado
Simualdo com IPHS-1
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 7
0
0.3 0 0 0 0.6 0.7 0 0 0 0 0 0 0 0.2
0.2 0.5 6
2 1.5 1.7
2.3
3.3 5

Vazão (m3/s)
4
3.9
4.4
6 4
Precipitação (mm)

8 3
7.5
10
2
12
1
14
0
16 1 5 9 13 17 21
16.4
tempo (h)
18

Figura 49: a (esquerda)- Precipitação utilizada para calibração


(26/01/00) e b (direita)- Comparação entre Hidrogramas Observado (SILVA,
2003) e Simulado, para evento em 26/01/2000.

Tempo (horas) 8
Hidrograma Observado
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24
Hidrograma Simulado (IPHS-1)
0 7
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
2 6

4 5
Vazâo (m3/s)
Precipitação (mm)

6
4
8
3
10
2
12
1
14

0
16
1 5 9 13 17 21
16.9 16.1
18 tempo (horas)

Figura 50: a (esquerda)- Precipitação utilizada para calibração


(06/02/00) e b (direita)- Comparação entre Hidrogramas Observado (SILVA,
2003) e Simulado, para evento em 06/02/2000.

Precipitação (mm) 11 Fev 2000 8


Hidrograma Observado
Hidrograma Simulado (IPHS-1)
tempo (horas)
7
9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24
0
0.0 0.0 0.1 0.0 0.0 0.1 6
0.5
1 5
Vazão (m3/s)

1.0 0.8 1.0

4
2
Precipitação (mm)

2.0
2.3
3
3
3.2 2
4
1
4.5 4.6
5 0
9 13 17 21
5.6 tempo (horas)
6

Figura 51: a (esquerda)- Precipitação utilizada para calibração


(11/02/00) e b (direita)- Comparação entre Hidrogramas Observado (SILVA,
2003) e Simulado, para evento em 11/02/2000.
“Previsão de Enchentes para o Plano Diretor de Drenagem Urbana de São Carlos (PDDUSC) na Bacia Escola do Córrego 123
do Gregório” Regina Mambeli Barros (SHS-EESC/USP) – Cap.4 Metodologia

4.4.3. Cenários de urbanização

Procedeu-se a simulação dos cenários de urbanização para o IPHS-1 em cinco


diferentes graus de urbanização, que foram obtidos de acordo com a classificação das
imagens de satélite LANDSAT – imagem de 1998 com resolução de 30x30 metros
(CDCC ,2002)– utilizadas para o Modelo HIDRORAS em cinco graus diversos de
urbanização oriundos de cinco diferentes classificações da Imagem de satélite
LANDSAT (Bacias Hidrográficas...,2002). O intuito foi comparar os resultados obtidos
com as simulações em dois diferentes modelos hidrológicos (IPHS-1 concentrado x
HIDRORAS distribuído), para verificação e análise das incertezas inerentes às
simulações hidrológicas em uma bacia urbana.
Para o IPHS-1 os valores de CN das sub-bacias contribuintes à montante foram,
portanto, alterados de acordo com a quantidade de pixels representantes de três
diferentes tipos de classificação do solo: 1.mata densa, 2.mata rasteira e 3.área urbana.
A tabela 13 apresenta os valores do parâmetro de entrada CN para o modelo SCS
atribuídos às sub-bacias sub1 a sub4, uma vez que para essas bacias foi utilizado o
modelo SCS de separação de escoamento superficial. A tabela 14 apresenta valores do
parâmetro de entrada do modelo IPH II área impermeável (AINP), haja vista que para
as bacias sub5 a sub9 o modelo IPH II foi usado para separação de escoamento
superficial. A representação esquemática das sub-bacias discretizadas para o IPHS-1 e
os respectivos modelos de separação de escoamento superficial, podem ser apreciados
na figura 57b.
“Previsão de Enchentes para o Plano Diretor de Drenagem Urbana de São Carlos (PDDUSC) na Bacia Escola do Córrego do Gregório” Regina Mambeli Barros (SHS-EESC/USP) – Cap.4 Metodologia 124
Tabela 13 – Valores de CN para as cinco classificações
CLASS1 CN CLASS2 CN CLASS3 CN CLASS4 CN CLASS5 CN
1-Mata densa 51.86% 51.86% 33.98% 90.28% 76.97%
Sub 1 2-Mata rasteira 43.12% 62.39 43.12% 62.39 42.16% 67.34 3.64% 57.15 17.22% 58.98
3- Área urbana 5.02% 5.02% 23.86% 6.09% 5.81%
1-Mata densa 47.56% 19.18% 18.99% 57.96% 21.77%
Sub 2 2-Mata rasteira 33.88% 67.72 22.97% 83.28 20.73% 83.78 11.58% 69.72 4.26% 87.40
3- Área urbana 18.55% 57.84% 60.29% 30.46% 73.97%
1-Mata densa 48.61% 35.69% 27.27% 49.94% 10.53%
Sub 3 2-Mata rasteira 13.58% 66.34 12.79% 70.46 12.65% 73.02 0.57% 69.84 2.83% 80.99
3- Área urbana 37.81% 51.52% 60.08% 49.48% 86.63%
1-Mata densa 48.70% 47.75% 43.53% 50.77% 36.90%
Sub 4 2-Mata rasteira 16.66% 67.72 16.66% 68.01 16.58% 69.29 2.47% 69.37 8.61% 72.55
3- Área urbana 34.64% 35.59% 39.89% 46.77% 54.49%

Tabela 14 – Valores de Área Impermeável (AINP) para as cinco classificações


CLASS1 IMP CLASS2 IMP CLASS3 IMP CLASS4 IMP CLASS5 IMP
1-Mata densa 22.68% 22.68% 22.68% 12.66% 8.20%
Sub 5 2-Mata rasteira 4.34% 72.99% 4.34% 72.99% 4.34% 72.99% 0.00% 87.34% 6.82% 84.97%
3- Área urbana 72.99% 72.99% 72.99% 87.34% 84.97%
1-Mata densa 30.52% 30.52% 30.52% 9.77% 9.77%
Sub 6 2-Mata rasteira 4.70% 64.78% 4.70% 64.78% 4.70% 64.78% 0.21% 90.02% 0.21% 90.02%
3- Área urbana 64.78% 64.78% 64.78% 90.02% 90.02%
1-Mata densa 26.13% 26.13% 26.13% 6.19% 6.19%
Sub 7 2-Mata rasteira 10.64% 63.24% 10.64% 63.24% 10.64% 63.24% 0.17% 93.64% 0.17% 93.64%
3- Área urbana 63.24% 63.24% 63.24% 93.64% 93.64%
1-Mata densa 26.08% 26.08% 26.08% 5.69% 5.69%
Sub 8 2-Mata rasteira 6.47% 67.46% 6.47% 67.46% 6.47% 67.46% 0.26% 94.05% 0.26% 94.05%
3- Área urbana 67.46% 67.46% 67.46% 94.05% 94.05%
1-Mata densa 32.42% 32.42% 32.42% 20.37% 20.37%
Sub 9 2-Mata rasteira 9.36% 58.22% 9.36% 58.22% 9.36% 58.22% 0.34% 79.29% 0.34% 79.29%
3- Área urbana 58.22% 58.22% 58.22% 79.29% 79.29%
Nota: CLASS 1, CLASS 2, CLASS 3 e CLASS 4 com os valores de CN atribuídos de modo a representar o estágio de urbanização equivalente à classificação 1, 2, 3 e 4, respectivamente, da imagem LANDSAT
de satélite (tabela 14) e CLASS 5 com os valores de CN atribuídos de modo a representar o estágio de urbanização equivalente à classificação 4 da imagem LANDSAT de satélite, porém com acréscimos de
“manchas” de urbanização representativas do prognóstico do plano diretor (tabela 14).
“Previsão de Enchentes para o Plano Diretor de Drenagem Urbana de São Carlos (PDDUSC) na Bacia Escola do Córrego 125
do Gregório” Regina Mambeli Barros (SHS-EESC/USP) – Cap.4 Metodologia

Para a modelagem utilizando o modelo distribuído HIDRORAS, foi gerado


um MNT, através do uso do software SIG IDRISI 32®, para que este pudesse ser usado
como um dos dados de entrada deste modelo. Os dados de entrada incluíram imagens de
satélite da bacia cujos pixels foram classificados para determinação de áreas urbanas,
áreas verdes e áreas de densa mata verde. Os limites da bacia nestas imagens de satélite
foram extraídos por ferramentas do SIG IDRISI 32®, usando dados digitalizados pelo
CDCC (CDCC, 2001). Com diferentes classificações da imagem de satélite, cinco
classificações foram avaliadas, CLASS 1, CLASS 2, CLASS 3, CLASS 4 E CLASS 5
(CLASS 4 acrescida de “manchas” de urbanização). Em outras palavras, para a
confecção destes cenários foram utilizadas imagens da 7 bandas do LANDSAT (CDCC,
2001) reclassificadas de acordo com a metodologia descrita por RICHARDS (1999). Os
cenários simulados estão descritos a seguir:
• CLASS 1: na qual 3 bandas da imagem do LANDSAT foram
usadas na classificação da imagem por um grupo de pixels vizinhos
(Figura 52).
• CLASS 2: na qual 7 bandas da imagem do LANDSAT foram
usadas na classificação da imagem por um grupo - diferente do
cenário anterior (CLASS 1) - de pixels vizinhos (Figura 53).
• CLASS 3: na qual 7 bandas da imagem do LANDSAT foram
usadas na classificação da imagem por um grupo - diferente do
cenário anterior (CLASS 2) - de pixels vizinhos (Figura 54).
• CLASS 4: na qual 7 bandas da imagem do LANDSAT foram
usadas na classificação da imagem por um grupo - diferente do
cenário anterior (CLASS 3) - de pixels vizinhos (Figura 55).
• CLASS 5: na qual a imagem CLASS 4 foi acrescida por “manchas”
de urbanização com auxílio do SIG-IDRISI 32 ®, representativas de
prognóstico de urbanização do plano diretor . Esta imagem resultou
uma maior área impermeável que a da CLASS 4 (Figura 56).
• CLASS 6: utilizada somente com o modelo distribuído. Nesta
imagem há acréscimos de áreas permeáveis nas imagens de uso do
solo e condutividade hidráulica saturada como sugestão de medida
não-estrutural de controle de inundação para o PDDUSC.
“Previsão de Enchentes para o Plano Diretor de Drenagem Urbana de São Carlos (PDDUSC) na Bacia Escola do Córrego 126
do Gregório” Regina Mambeli Barros (SHS-EESC/USP) – Cap.4 Metodologia

Nas figuras 52 a 56, 0 representa a área exterior à bacia, 1 a região de


mata densa, 2 mata rasteira e 3 área urbana. As classificações e áreas resultantes de
cada categoria estão descritas na tabela 15. Imagens com maior detalhamento em
nível de sub-bacia discretizada para CLASS 4 e CLASS 5 são apresentadas no
Anexo O.
Tabela 15 - Categorização do solo de acordo com cada classificação.
CLASS 1 CLASS 2 CLASS 3 CLASS 4 CLASS 5 CLASS 6
1-Mata densa 41.64% 38.35% 34.61% 41.28% 28.50% 41.64%
2-Mata rasteira 16.24% 15.32% 15.03% 2.39% 6.41% 42.12%
3- Área urbana 42.12% 46.33% 50.37% 56.33% 65.10% 16.24%

Figura 52- Imagem da CLASS 1 proposta para simulação com o modelo


distribuído.
“Previsão de Enchentes para o Plano Diretor de Drenagem Urbana de São Carlos (PDDUSC) na Bacia Escola do Córrego 127
do Gregório” Regina Mambeli Barros (SHS-EESC/USP) – Cap.4 Metodologia

Figura 53- Imagem da CLASS 2 proposta para simulação com o modelo


distribuído.

Figura 54- Imagem da CLASS 3 proposta para simulação com o modelo


distribuído.
“Previsão de Enchentes para o Plano Diretor de Drenagem Urbana de São Carlos (PDDUSC) na Bacia Escola do Córrego 128
do Gregório” Regina Mambeli Barros (SHS-EESC/USP) – Cap.4 Metodologia

Figura 55- Imagem da CLASS 4 proposta para simulação com o modelo


distribuído.

Figura 56- Imagem da CLASS 5 proposta para simulação com o modelo


distribuído.
“Previsão de Enchentes para o Plano Diretor de Drenagem Urbana de São Carlos (PDDUSC) na Bacia Escola do Córrego 129
do Gregório” Regina Mambeli Barros (SHS-EESC/USP) – Cap.4 Metodologia

4.4.4. Discretização da Sub-bacia para o IPHS-1

O Córrego do Gregório foi discretizado em sete sub-trechos abertos de água,


inclusive T5 canalizado aberto, e em três trechos canalizados fechados – TC1, TC2 e
TC3 – esse último correspondente ao Córrego do Simeão canalizado fechado. A sub-
bacia foi discretizada em nove contribuições de sub-bacias: três destas correspondiam à
sub-bacias concentradas, referentes aos tributários Córregos do Lazarini e Sorregoti
(figuras 57a e 57b). A representação sobre a imagem da bacia do Gregório da
subdivisão em bacias encontra-se na Figura 57.
“Previsão de Enchentes para o Plano Diretor de Drenagem Urbana de São Carlos (PDDUSC) na Bacia Escola do Córrego do Gregório” Regina Mambeli Barros (SHS-EESC/USP) – Cap.4 Metodologia 130

Figura 57a- Sub-bacia do Córrego do Gregório. Fonte: BACIAS Hidrográficas de São Carlos. (2002?).

Figura 57b – Discretização da bacia do Córrego do Gregório, enfatizando a região de MMSC


“Previsão de Enchentes para o Plano Diretor de Drenagem Urbana de São Carlos (PDDUSC) na Bacia Escola do Córrego 131
do Gregório” Regina Mambeli Barros (SHS-EESC/USP) – Cap.4 Metodologia

A consideração que “se o coeficiente C1<0, o intervalo de tempo é muito


pequeno comparado ao tempo médio de deslocamento da onda, para que a vazão de
entrada no tempo t+1 tenha influência sobre a vazão de saída neste mesmo tempo” foi
de suma importância neste estudo e uma das razões para a subdivisão de longos trechos
da hidrografia em trechos menores e a razão para que a escolha do intervalo de tempo
tenha sido de 5 min. Além de possibilitar representar diferentes características entre os
trechos, permitiu com que os cálculos não rompessem matematicamente os limites da
região válida (figura 25).

4.4.5. Dados de entrada para aplicação do IPHS-1

O modelo hidrológico - IPH II – foi utilizado em conjunto com o de propagação


de ondas de Muskingum, ambos disponíveis no pacote “Modelos Hidrológicos – IPHS-
1 – V. 2.04” do Instituto de Pesquisas Hidráulicas da Universidade Federal do Rio
Grande do Sul (IPH-UFRGS; Instituto de Pesquisas Hidráulicas, 2002). A simulação,
para o cenário de atual urbanização, procedeu para eventos de precipitação de chuvas
convectivas de 30 e 60 minutos de duração para os respectivos períodos de retorno: 2, 5,
10, 15, 20, 25 e 30 anos (anexo 1), reordenando os picos de chuva máxima aos 25% de
sua duração total, baseado na literatura (RIGHETTO et al., 1994).
Os valores de alguns dados de entrada foram cedidos através de arquivos de
obras realizadas e em execução pela Prefeitura Municipal de São Carlos (PMSC). Estes
dados incluem as seções e comprimentos dos trechos canalizados e suas geometrias.
Para os valores das cotas de fundo à montante e à jusante, foi desenvolvido o Modelo
Numérico do Terreno (MNT) da bacia do Córrego do Gregório a partir de S.I.G. com
IDRISI 32®. Para os Pontos de Controle (PCs, Figura 57a e 57b), foram extraídos, via
MNT, os valores das cotas a montante e jusante dos diversos trechos estudados. A partir
de entrevistas realizadas (Barros et al., 2003) com diversos comerciantes afetados pelas
enchentes na região do MMSC, foi possível atribuir preliminarmente um tempo de
28
concentração de 25 minutos. Para Esteves & Mendiondo (2003) e Mendiondo este
valor poderia atingir de 35 a 40 min.
Quanto à calibração – observados os limites (tabela 7), os valores dos
parâmetros constantes na tabela 2 oriundos do estudo realizado por GERMANO et al.
(2001) – parece ser viável para uma estimativa inicial durante o processo de calibração

28
comunicação pessoal com o Prof. Dr. Eduardo Mário Mendiondo
“Previsão de Enchentes para o Plano Diretor de Drenagem Urbana de São Carlos (PDDUSC) na Bacia Escola do Córrego 132
do Gregório” Regina Mambeli Barros (SHS-EESC/USP) – Cap.4 Metodologia

dos parâmetros que devem obedecer à cuidadosa avaliação in loco e baseada na


literatura sobre a sub-bacia do Córrego do Gregório em questão. Os valores constantes
no trabalho de Germano et al. (2001) e constantes na literatura, apresentaram boa
estimativa inicial para os parâmetros de entrada nos parâmetros do modelo IPH II, isto é
K, I0, Ib e Rmáx, No entanto, devido ao Projeto FINEP/FIPAI-EESC/DAEE no.
01.02.0086.00, existem dados recentemente monitorados para aprimoramento destes
parâmetros. Os dados obtidos em campo por Silva (2003), foram atribuídos à imagem
de condutividade hidráulica saturada.
De acordo com Silva (2003), em análise estatística de 43 resultados de
experimentos entre 1999 e 2000, com infiltômetro de disco, os valores máximos,
mínimos e médios para o parâmetro de infiltração foram de respectivamente 70 mm h ,
85 mm h , 2,15 mm h e 15,96 mm h com desvio-padrão de 17,25 mm h .Os valores
alocados à impermeabilização buscaram representar o estágio de atual urbanização, em
conformidade com análise de mapas atuais (Bacias Hidrográficas...,2002;
PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO CARLOS, 2002).
As tabelas 16, 17 e 18 apresentam os valores de entrada para os diversos
parâmetros no modelo IPH II e Muskingum. A derivação para o Córrego do Monjolinho
foi considerada com “Derivação com % da Vazão” em 100%.

Tabela 16 – Parâmetros das Bacias (BEs) para o modelo IPH II, adaptado de
SILVA (2003).
Bacia Área H I0 Ib Rmáx CN ou
(Figura 59) (km2) (mm/h) (mm/h) (mm) Urb.
BE-1 1,39 Na Na Na Na tab. 13
BE-2 1,35 Na Na Na Na tab.13
BE-3 1,43 Na Na Na Na tab. 13
BE-4 4,84 Na Na Na Na tab.13
BE-5 2,27 0,85 50 5 18 tab. 13
BE-6 4,17 0,85 50 5 5 tab.13
BE-7 0,56 0,85 50 5 5 tab. 13
BE-8 1,74 0,85 50 5 14 tab.13
BE-9 1,14 0,85 50 5 14 tab. 13
Nota – Na - Não aplicável
“Previsão de Enchentes para o Plano Diretor de Drenagem Urbana de São Carlos (PDDUSC) na Bacia Escola do Córrego 133
do Gregório” Regina Mambeli Barros (SHS-EESC/USP) – Cap.4 Metodologia

Tabela 17 – Característica para os trechos (T) ao modelo IPH II, conforme


Figura 57a e 57b.
Canal principal Planície inundação
Trecho Altura Largura Ltrecho Cota de Cota de n(*) Largura n Altura
(m) (m) (m) fundo, fundo, (m) (m)
Montante Jusante
(m) (m)
T1 3 4 2350 856 826 0,1 N/a N/a N/a
T2 3 4 800 826 823 0,08 N/a N/a N/a
T3 3 4 800 823 816 0,045 N/a N/a N/a
T4 3 4 550 816 810 0,045 N/a N/a N/a
T5 3 6 750 810 798 0,025 14 0,014 0,1
T6 3 6 750 810 798 0,045 14 0,014 0,1
T7 10 15 1850 791 780 0,045 N/a N/a N/a
(*) Observação: oriundos da análise da Figura 29. Valores extremos de rugosidade de Manning são
devidos à alta heterogeneidade do curso de água do Gregório.

Tabela 18 –Trechos Canalizados (TCs), afluentes ao Córrego do Gregório,


conforme Figura 57 e 57b.
Elemento Ltrecho Cota de fundo a Cota de n Tipo de Seção
(m) montante fundo a
(m) jusante
(m)
TC 1 60 798,00 797,79 0.014 Retangular
(3.80 x 6.00 m)
(obras recentes)
TC 2 (canalização 700 797,79 791,00 0.014 Circular
existente) (φ = 4.0871 m)
TC 3 (canalização 1500 854,00 798,00 0.014 Retangular
Córrego do Simeão) (1.90 x 1.10
m)

4.4.6. Medidas Estruturais de Controle

Para todos os cenários simulados no IPHS-1, também foram simuladas com


medidas estruturais de controle, visando reduzir o impacto devido a urbanização em
eventos de enchente na região inundável do MMSC. As alternativas de medidas
estruturais foram assim classificadas:
• Medida 1 : medida estrutural com um reservatório tipo “piscinão”
situado próximo à E4 construído com a necessidade de escavações no terreno. Vide
gráfico cota-volume na Figura 58
• Medida 2: medida estrutural com um reservatório tipo “piscinão” situado
próximo à E4 construído sem que haja necessidade de escavações no terreno,
“Previsão de Enchentes para o Plano Diretor de Drenagem Urbana de São Carlos (PDDUSC) na Bacia Escola do Córrego 134
do Gregório” Regina Mambeli Barros (SHS-EESC/USP) – Cap.4 Metodologia

aproveitando a topografia local e inserindo somente uma barragem. Vide gráfico cota-
volume na Figura 59
Para esta simulação, foi necessário o desenvolvimento dos gráficos cota-volume,
para correta caracterização dos reservatórios e entrada de dados no IPHS-1. As
características topográficas foram obtidas através do uso do software Cartalinx®, por
meio da digitalização das curvas de nível de 1 em 1 metro das folhas FL06 e FL10 da
Planta Cadastral de São Carlos (AEROMAPA BRASIL S. A.,1970) Os gráficos obtidos
estão descritos a seguir nas figuras 58 e 59.
6,0

y = 0,3787x0,7077
5,0 R2 = 0,9958 36,2758

4,0
27,6121
Cota (m)

3,0
19,3290

2,0
11,3880

1,0 3,7508

0,0
0,000 5,000 10,000 15,000 20,000 25,000 30,000 35,000 40,000
Volume (1000 m3)

Figura 58 - Gráfico Cota-Volume para um Reservatório no Córrego


do Gregório a partir de escavação.
4,5

4,0 2,5372

3,5
0,3683
3,0 y = 2,8561x
1,1315 2
R = 0,9999
Cota (m)

2,5

2,0 0,3735

1,5

1,0 0,0585

0,5

0,0
0,000 0,500 1,000 1,500 2,000 2,500 3,000
Volume (1000 m3)

Figura 59 - Gráfico Cota-Volume para um Reservatório no Córrego do Gregório a


partir do aproveitamento da topografia.
“Previsão de Enchentes para o Plano Diretor de Drenagem Urbana de São Carlos (PDDUSC) na Bacia Escola do Córrego 135
do Gregório” Regina Mambeli Barros (SHS-EESC/USP) – Cap.4 Metodologia

Para os reservatórios do Córrego do Gregório, ambos escavado e com


aproveitamento topográfico, os valores de coeficiente de descarga (C), largura (L,em
metros) e cota da crista (metros), para o vertedor foram de, respectivamente, 1,58, 20
metros e 5 metros. Para o orifício, os valores de coeficiente de descarga, área (m2) e
altura do eixo (metros), foram, respectivamente, 0,62, 0,5 metro e 0 metro; esses valores
foram retirados da literatura como Porto (1998).

4.5. Dados de entrada complementares para aplicação com o Modelo HIDRORAS

Os dados de entrada para este modelo distribuído foram as imagens


representadas nas figuras 42, 53 a 57 e 61 a 63 e os arquivos de chuva.
• Arquivo MNT da sub-bacia do Gregório: Esta imagem de entrada foi a
“MNT-1” (Figura 41).
• Arquivo de imagem do uso do solo: Foram inseridas as imagens - raster
- representativas dos cenários de urbanização (figuras 52 a 57).
• Arquivo raster da condutividade hidráulica saturada: foi realizada
uma correspondência entre a classificação do uso do solo e a
condutividade hidráulica saturada, de acordo com valores encontrados na
literatura (Figura 60). Para este parâmetro, e para o parâmetro de
rugosidade, foi realizada uma análise de sensibilidade, cujos resultados
encontram-se no capítulo a seguir “Resultados”.
• Arquivo vetor dos pontos de vazão: no qual foram indicados os pontos
nos quais foi desejado o conhecimento da vazão. Estes pontos foram
digitalizados no software SIG-IDRISI 32® em uma camada sobreposta
ao “MNT-1” (Figura 62).
• Arquivo de chuva: Foram utilizados os mesmos arquivos de chuva de
projeto simulados com o IPHS-1, para eventos de precipitação de chuvas
convectivas de 30 e 60 minutos de duração para os respectivos períodos
de retorno: 2, 5, 10, 15, 20, 25 e 30 anos, tendo sido reordenados os picos
de chuva máxima aos 25% de sua duração total pelo método dos blocos
alternados (anexo A).
Os seguintes arquivos foram gentilmente cedidos por Silva (2003)29 .

29
comunicação pessoal com a Dra. Karla de Andrade e Silva.
“Previsão de Enchentes para o Plano Diretor de Drenagem Urbana de São Carlos (PDDUSC) na Bacia Escola do Córrego 136
do Gregório” Regina Mambeli Barros (SHS-EESC/USP) – Cap.4 Metodologia

• Arquivo de imagem do sistema viário: arquivo raster representativo do


sistema viário da sub-bacia do Córrego do Gregório (Figura 61).
• Arquivo vetor da rede de drenagem: arquivo vetor de atributos da
imagem representativa dos canais de drenagem.
• Arquivo raster da rede de drenagem: imagem raster - representativa
dos canais de drenagem (Figura 62).

Figura 60 - Arquivo raster da condutividade hidráulica saturada.

Figura 61 - Arquivo de imagem do sistema viário.


Fonte: SILVA (2003).
“Previsão de Enchentes para o Plano Diretor de Drenagem Urbana de São Carlos (PDDUSC) na Bacia Escola do Córrego 137
do Gregório” Regina Mambeli Barros (SHS-EESC/USP) – Cap.4 Metodologia

E5
● MMSC

Figura 62 - Arquivo raster da rede de drenagem com pontos E5 e


MMSC.
Fonte: SILVA (2003).

Como as imagens do LANDSAT possuem resolução de 30 metros e o modelo


distribuído possui resolução de malha de 10 metros, foi desenvolvida uma rotina em
VISUAL FORTRAN® que subdividia cada elemento da malha 30 m x 30 m em 9
elementos de 10 m x 10 m com características iguais ao elemento maior da malha
original.
Silva (2003)30 apresentou os seguintes parâmetros de entrada:
∆θ = 0,3 cm3/cm3;
ϕ f = 20 cm;
Onde:
∆θ – déficit de umidade no solo;
ϕ f –potencial da frente de sucção;
Rugosidade da área impermeável = 0,015;
Detenção na área impermeável = 1,0 mm;
Detenção na área permeável = 30 mm.

30
comunicação pessoal com a Dra. Karla de Andrade e Silva
“Previsão de Enchentes para o Plano Diretor de Drenagem Urbana de São Carlos (PDDUSC) na Bacia Escola do Córrego 138
do Gregório” Regina Mambeli Barros (SHS-EESC/USP) – Cap.4 Metodologia

4.6. Delimitação das Áreas de Inundação

A curva-chave de Machado (1981) usada para a seção em frente ao Mercado


Municipal (MMSC) foi extrapolada segundo a metodologia de Stevens (Figura 49b).
Para vazões acima de 50 m3/s no MMSC, é de conhecimento prático que hajam
inundações (SHS – CONSULTORIA E PROJETOS DE ENGENHARIA LTDA., 1993
e 1999). De acordo com a extrapolação da curva-chave de Machado (1981) (Figura
49b), o valor de cota de inundação da calha foi de 3,80 metros. O valor da cota obtida
através da extrapolação da curva-chave para simulações com chuvas de projeto que
excederam o valor de 3,80 metros foi somado o valor de 798,30 metros, ou seja, cota do
leito do Córrego no ponto em questão, fornecendo o valor da lâmina alcançada.
Neste estudo foi feita a delimitação de área inundada por meio de um corte na
imagem “MNT-2” de acordo com a declividade da linha d’água, calculada pelo “Step
Method” (PORTO, 1998). Esta metodologia foi proposta para ser utilizada por
Chaudhry (2004)31. Assim, níveis da linha d’água foram calculados pelo Step Method e
associados às suas respectivas coordenadas UTM com o auxílio do “MNT-2”.
Para execução desta delimitação foi utilizado o SIG-IDRISI 32®, por meio de
um Modelo Numérico do Terreno (MNT), o “MNT-2”, através de ferramentas de
reclassificação. Este procedimento foi aplicado diretamente no caso de uma
aproximação planar e associado à uma rotina em VISUAL FORTRAN®, no caso do
corte do “MNT-2” por meio de um plano representativo do remanso, ou seja, da
declividade da linha d’água.

4.7. Entrevistas à sociedade civil

Esta pesquisa foi realizada em três etapas distintas, a saber:


•Primeira etapa: realizada consecutivamente, entre 24 e 26 de junho de 2002
pelas ruas de São Carlos e locais de grande movimento. Aos transeuntes, clientes e
comerciantes das ruas Geminiano Costa, 15 de Novembro, Carlos Botelho e Dom Pedro
II, região do mercado municipal, aos freqüentadores da Biblioteca Central da
EESC/USP (6 entrevistas) e a um funcionário do Departamento de Hidráulica e
Saneamento da EESC/USP (1 entrevista), foi solicitado o preenchimento de um

31
comunicação pessoal com o Prof. Dr. Fazal Hussain Chaudhry
“Previsão de Enchentes para o Plano Diretor de Drenagem Urbana de São Carlos (PDDUSC) na Bacia Escola do Córrego 139
do Gregório” Regina Mambeli Barros (SHS-EESC/USP) – Cap.4 Metodologia

questionário. O questionário, composto por 10 (dez) perguntas, com respostas em


múltipla escolha, continha, ainda, duas oportunidades para expressão livre de relato e
comentário relativos ao tema. Nesta etapa, foram entrevistadas 68 pessoas, assim
distribuídas: 59% do sexo masculino e 41% do sexo feminino. Em relação à faixa etária,
os entrevistados estão assim agrupados: entre 15 e 19 anos: 26%, entre 20 e 29 anos:
41%, entre 30 e 39 anos: 13%, entre 40 e 49 anos: 10%, entre 50 e 59 anos: 3% e mais
de 60 anos: 3%
•Segunda etapa: oportunamente, em consonância entre os objetivos do projeto
de BARROS (2002) e o momento de elaboração do Plano Diretor de São Carlos
(PDSC). Isto porque na época em que as entrevistas foram realizadas ocorreu o marco
de dois acontecimentos importantes no município: o início das obras contra enchentes
no Córrego do Gregório e a realização, em 24/08/2002, da Conferência da Cidade
“Diretrizes para elaboração do Plano Diretor do Município de São Carlos”. O
questionário aplicado na primeira etapa sofreu poucas alterações, ampliando o espaço
para expressão espontânea do entrevistado e detalhando a questão sobre como se daria a
participação do entrevistado em Comitê de Bacia. O questionário (Anexo N), continha
10 (dez) perguntas de múltipla escolha e 3 (três) oportunidades para o entrevistado se
expressar livremente. Aos transeuntes, clientes e comerciantes da Avenida São Carlos
(em regiões da baixada e da parte alta), regiões do mercado municipal e Lagoa Serena
(região com predominância de enchentes) e aos presentes da Conferência da Cidade
para a elaboração de diretrizes para o PDSC (24/08/2002), foi solicitado que o referido
questionário fosse respondido. Isto foi feito na semana compreendida entre 21 e 28 de
agosto de 2002. Nesta etapa, foram entrevistadas 31 pessoas, assim distribuídas: 48%
do sexo masculino e 52% do sexo feminino. Em relação à faixa etária, os entrevistados
estão assim agrupados: entre 15 e 19 anos: sem representatividade, entre 20 e 29 anos:
29%, entre 30 e 39 anos: 23%, entre 40 e 49 anos: 32%, entre 50 e 59 anos: 10% e mais
de 60 anos: 6%
•Terceira etapa: realizada pelos integrantes do Grupo de Estudos das Bacias
Hidrográficas (GEBH) da Defesa Civil de São Carlos. Nesta etapa foi realizado um
total de 34 entrevistas, nas respectivas escolas dos integrantes. A análise estatística da
faixa etária dos entrevistados desta etapa indica que foi predominantemente jovem, com
94% dentro da faixa dos 15 aos 19 anos. Segue-se por 3% com mais de 60 anos, e 3%
que não responderam. De um total de 34 entrevistas nesta etapa, 44% foram aplicadas
aos homens e 56% às mulheres.
“Previsão de Enchentes para o Plano Diretor de Drenagem Urbana de São Carlos (PDDUSC) na Bacia Escola do Córrego 140
do Gregório” Regina Mambeli Barros (SHS-EESC/USP) – Cap.5 Resultados e Análise

5. RESULTADOS E ANÁLISE

5.1. Considerações iniciais

Esse capítulo pode ser dividido em três partes principais. Em sua primeira parte,
apresenta os resultados obtidos em simulações com o modelo concentrado IPHS-1,
desde a discussão de sua calibração, simulações para os eventos críticos, hidrogramas
para as chuvas de projeto, tabelas de vazões de pico, volumes oriundos de simulações
com o IPHS-1 até as áreas de inundação previstas para os cenários CLASS 1 a CLASS
5 em combinação com as duas medidas estruturais de controle de inundação e sem
medidas de controle de enchentes.
Na segunda parte do capítulo, os resultados em simulações com o modelo
HIDRORAS são apresentados desde sua calibração, análise de sensibilidade,
hidrogramas, cotas de descarga e delimitação de áreas de inundação para os diversos
cenários de urbanização (CLASS 1 a CLASS 5). É apresentada também a proposta de
medida não-estrutural de controle de inundação para o PD.
Na apresentação dos resultados dos dois modelos, são referidas e discutidas as
incertezas inerentes aos dois modelos quando aplicados a uma bacia urbana.
Ao final do capítulo, em sua terceira parte, são discutidos os resultados das
entrevistas à sociedade civil.

5.2. Modelo Concentrado - IPHS-1

5.2.1 Calibração do Modelo e Incertezas

No que se refere à calibração, com o uso do modelo IPHS-1, os resultados entre


os hidrogramas calculado pelo modelo e o observado, estão ilustrados nas figuras 50 a
53. Os volumes de água descritos pelos hidrogramas para o evento de 06 de fevereiro de
2000 (intensidade de 17,15 mm h e duração de 10 horas), foram calculados
apresentando, respectivamente, 33916,19 m3 e 35415 m3, para volumes observado e
calculado, não apresentando grande diferença neste primeiro evento do dia 06 de
fevereiro de 2000 (4,39%). Para o evento de 26 de janeiro de 2000 (intensidade de 1,82
mm h e duração de 4 horas), o volume observado foi de 79207,31 m3 e calculado pelo
“Previsão de Enchentes para o Plano Diretor de Drenagem Urbana de São Carlos (PDDUSC) na Bacia Escola do Córrego 141
do Gregório” Regina Mambeli Barros (SHS-EESC/USP) – Cap.5 Resultados e Análise

IPHS-1 foi de 74232,00 m3 (diferença de 6,70%), Para o segundo evento de 06 de


fevereiro de 2000 (intensidade de 1,375 mm h e duração de 2 horas), os volumes
calculados e observados foram de respectivamente, 50045,90 m3 e 35856,00 m3, com
uma diferença maior (28,35%). A diferença torna-se maior no evento de 11 fevereiro de
2000 (intensidade de 1,5 mm h e duração de 5 horas), para o volume calculado de
122951,08 m3 e observado de 43560,00 m3 (64,57%). A diferença entre os picos variou
de cerca de 25 min, para o primeiro evento de 06 de fevereiro de 2000, a nula para o
evento de 26 de janeiro de 2000.
Os parâmetros de entrada que mais influenciaram nos picos de vazão, portanto,
nos volumes escoados, foram os valores de CN para o SCS e de Área Impermeabilizada
para o IPHS-1.
No entanto, alguns pontos devem ser ressaltados. O modelo IPHS-1 é um
modelo concentrado que contém modelos de separação de escoamento como o SCS.
SCS foi desenvolvido para bacias rurais e norte-americanas. Embora o SCS tenha sido
aplicado somente na área rural e semi-urbanizada à montante da sub-bacia do Córrego
do Gregório, e nas demais áreas tenham sido aplicadas o IPH II para separação do
escoamento, este fato pode inferir alguma diferença entre o observado e o calculado.
Como citado no capítulo da Revisão Bibliográfica deste estudo, a direção e
velocidade na movimentação da precipitação também podem alterar o fluxo de pico em
um curso d’água. O modelo IPHS-1, composto por modelos de separação de
escoamento como o IPH II e o SCS e de propagação em canais, como o de Muskingum,
permitiu entrar com dados de registros de precipitação de várias estações. Porém, não
permitiu a variação espacial em função do tempo. Isto também pode levar a diferenças
entre o que foi observado e o que foi calculado.
Portanto, para o IPHS-1 foi de suma importância a equivalência dos valores de
CN e Área Impermeabilizada com as imagens do satélite LANDSAT, para a mais
acurada representação de uso do solo como parâmetros de entrada neste modelo.

5.2.2. Simulação dos Eventos Críticos (SEC)

Dentre os eventos críticos simulados para CLASS 4 – Sem Medidas (Tabela 32),
as vazões mais altas foram alcançadas nos eventos representativos de 04/01/03
(intensidade de 17,75 mm/h), Qmáx = 71,17 m3/s em MMSC e 09/01/02 (intensidade de
“Previsão de Enchentes para o Plano Diretor de Drenagem Urbana de São Carlos (PDDUSC) na Bacia Escola do Córrego 142
do Gregório” Regina Mambeli Barros (SHS-EESC/USP) – Cap.5 Resultados e Análise

20,125 mm/h) Qmáx = 63,83 m3/s em MMSC. A Tabela 32 mostra que o coeficiente de
escoamento superficial variou entre 0,138 e 0,233 e o tempo de pico entre 15 e 180
minutos (tempo de pico médio de 66 min.). Em CLASS 4 – Medida 1 (tabela 22), o pico
de vazão para o evento de 04/01/03 foi reduzido para 15,88 m3/s, ou seja, em 77,69 %.
Para o evento de 09/01/02 a redução foi de 77,11% minimizando o pico para 14,61 m3/s.
Com a medida 2 e CLASSS 4 (tabela 27) para 04/01/03 a redução foi em torno de
50,11%, minimizando o pico de vazão para 35,51 m3/s. Estes valores para 09/01/02 e
CLASS 5 – Medida 2 (tabela 28) foram de, respectivamente, 62,09% e 31,17 m3/s.
Para os eventos críticos simulados – CLASS 5 – Sem Medidas (Tabela 33), as
vazões mais altas também foram alcançadas nos eventos representativos de 04/01/03, na
qual Qmáx = 81,40 m3/s em MMSC e 09/01/02 em que Qmáx = 72,97 m3/s em MMSC.
Observando a Tabela 33, vê-se que o coeficiente de escoamento superficial variou entre
0,096 e 0,148 e o tempo de pico entre 15 e 180 minutos (t pico médio de 66 min.). Em
CLASS 5 – Medida 1 (Tabela 23), as vazões mais altas para estes eventos
representativos foram de: para 04/01/03, Qmáx =13,18 m3/s em MMSC (80,06 m3/s sem
medidas estruturais, ou seja, redução de 83,54%) e 09/01/02, com intensidade de 22,125
mm/h, Qmáx = 13,73 m3/s em MMSC (82,22 m3/s sem medidas estruturais, ou seja,
redução de 83,30%). De acordo com a Tabela 23, o coeficiente de escoamento
superficial variou entre 0,181 e 0,327 e o tempo de pico entre 15 e 180 minutos (tempo
de pico médio de 64,5 min.).
Na tabela 28 em simulação de CLASS 5 – Medida 2, as vazões mais altas para
os eventos de 04/01/03 foram de Qmáx =36,38 m3/s em MMSC (seria de 80,06 m3/s sem
medidas estruturais, ou seja, redução de 54,56%) e 09/01/02 de Qmáx = 31,17 m3/s em
MMSC (seria de 82,22 m3/s sem medidas estruturais, ou seja, redução de 62,09%).
Observando a Tabela 28, o coeficiente de escoamento superficial variou entre 0,163 e
0,374 e o tempo de pico entre 15 e 180 minutos (tempo de pico médio de 64,5 min.).
Em relação aos demais, talvez as lâminas das precipitações subsidiárias usadas
na análise não sejam realmente representativas. Isto poderia ser devido à posição da
ocorrência do registro destas, ou seja, próxima ao limite entre as sub-bacias vizinhas do
Córrego do Gregório e do Monjolinho.
“Previsão de Enchentes para o Plano Diretor de Drenagem Urbana de São Carlos (PDDUSC) na Bacia Escola do Córrego 143
do Gregório” Regina Mambeli Barros (SHS-EESC/USP) – Cap.5 Resultados e Análise

Tabela 19 – SEC – CLASS 1 – MEDIDA 1


Data Precipitação (mm) Volume (m3) C Qp (m3/s) tp (min) Int. tp Qp sem Redução Int. Chuva Intervalo ao pico (min)
1/4/2003 95 560529.00 0.000169 30.04 75 40 60.89 50.67% 28 180
1/7/2003 63 292563.00 0.000215 20.64 75 26 22.44 8.02% 16 150
1/9/2002 73 241947.00 0.000302 11.35 30 28 52.17 78.24% 24 60
2/10/2002 43 79641.00 0.000540 8.65 60 72 33.66 74.30% 70 30
11/10/2002 41 60318.00 0.000680 7.07 90 84 25.61 72.39% 82 30
1/13/2002 58.25 153342.00 0.000380 3.59 90 26 10.72 66.51% 24 30
9/14/2001 55.5 124092.00 0.000447 7.16 60 76 28.44 74.82% 74 30
12/17/2000 42 76482.00 0.000549 4.31 60 33 14.64 70.56% 32 15
1/28/2002 41.25 45882.00 0.000899 7.84 60 88 28.56 72.55% 84 60

Tabela 20 – SEC – CLASS 2 – MEDIDA 1


Data Precipitação (mm) Volume (m3) C Qp tp Int. tp Qp sem Redução Int. Chuva Intervalo ao pico (min)
1/4/2003 95 429372.00 0.000221 13.36 75 40 62.59 78.65% 28 180
1/7/2003 63 209250.00 0.000301 5.43 75 26 22.57 75.94% 16 150
1/9/2002 73 274968.00 0.000265 11.71 30 28 53.34 78.05% 24 60
2/10/2002 43 91476.00 0.000470 8.83 60 72 34.72 74.57% 70 30
11/10/2002 41 65952.00 0.000622 7.34 90 84 27.26 73.07% 82 30
1/13/2002 58.25 176445.00 0.000330 3.78 90 26 11.06 65.82% 24 30
9/14/2001 55.5 139158.00 0.000399 6.86 60 76 28.22 75.69% 74 30
12/17/2000 42 91557.00 0.000459 4.38 60 33 14.62 70.04% 32 15
1/28/2002 41.25 49392.00 0.000835 7.99 60 88 29.71 73.11% 84 60

Tabela 21 – SEC – CLASS 3 – MEDIDA 1


Data Precipitação (mm) Volume (m3) C Qp tp Int. tp Qp Redução Int. Chuva Intervalo ao pico (min)
1/4/2003 95 480195.00 0.000198 15.42 75 40 61.65 74.99% 28 180
1/7/2003 63 222768.00 0.000283 5.47 75 26 22.7 75.90% 16 150
1/9/2002 73 291717.00 0.000250 11.77 30 28 54.71 78.49% 24 60
2/10/2002 43 95310.00 0.000451 8.88 60 72 35.46 74.96% 70 30
11/10/2002 41 67248.00 0.000610 7.39 90 84 27.89 73.50% 82 30
1/13/2002 58.25 186642.00 0.000312 3.82 90 27 11.25 66.04% 24 45
9/14/2001 55.5 145197.00 0.000382 7.61 60 76 29.38 74.10% 74 30
12/17/2000 42 97893.00 0.000429 4.42 60 33 14.72 69.97% 32 15
1/28/2002 41.25 50472.00 0.000817 8.03 60 88 30.11 73.33% 84 60

Tabela 22 – SEC – CLASS 4 – MEDIDA 1


Data Precipitação (mm) Volume (m3) C Qp tp Int. tp Qp Redução Int. Chuva Intervalo ao pico (min)
1/4/2003 95 446256.00 0.000213 15.88 75 40 71.17 77.69% 28 180
1/7/2003 63 170946.00 0.000369 4.07 75 26 30.61 86.70% 16 150
1/9/2002 73 285687.00 0.000256 14.61 30 28 63.83 77.11% 24 60
2/10/2002 43 98505.00 0.000437 11.08 60 72 43.69 74.64% 70 30
11/10/2002 41 71883.00 0.000570 8.91 90 84 33.25 73.20% 82 30
1/13/2002 58.25 184311.00 0.000316 4.66 90 27 14.28 67.37% 24 45
9/14/2001 55.5 147357.00 0.000377 8.90 60 76 33.29 73.27% 74 30
12/17/2000 42 96381.00 0.000436 5.77 60 33 19.71 70.73% 32 15
1/28/2002 41.25 55269.00 0.000746 10.11 60 88 38.19 73.53% 84 60

Tabela 23 – SEC – CLASS 5 – MEDIDA 1


Data Precipitação (mm) Volume (m3) C Qp tp Int. tp Qp Redução Int. Chuva Intervalo ao pico (min)
1/4/2003 95 524007.00 0.000181 13.18 75 40 80.06 83.54% 28 180
1/7/2003 63 274581.00 0.000229 8.05 75 26 52.72 84.73% 16 150
1/9/2002 73 352971.00 0.000207 13.73 30 28 82.22 83.30% 24 60
2/10/2002 43 118179.00 0.000364 11.51 60 72 60.41 80.95% 70 30
11/10/2002 41 84087.00 0.000488 9.47 90 84 48.26 80.38% 82 30
1/13/2002 58.25 229869.00 0.000253 5.28 90 26 30.28 82.56% 24 30
9/14/2001 55.5 178623.00 0.000311 8.54 60 76 50 82.92% 74 30
12/17/2000 42 128592.00 0.000327 6.23 60 33 27.51 77.35% 32 15
1/28/2002 41.25 61884.00 0.000667 10.60 60 88 51.93 79.59% 84 60

Tabela 24 – SEC – CLASS 1 – MEDIDA 2


Data Precipitação (mm) Volume (m3) C Qp (m3/s) tp (min) Int. tp Qp sem Redução Int. Chuva Intervalo ao pico (min)
1/4/2003 95 563634.00 0.000169 42.29 75 40 60.89 30.55% 28 180
1/7/2003 63 294084.00 0.000214 21.75 75 26 22.44 3.07% 16 150
1/9/2002 73 374301.00 0.000195 36.44 30 28 52.17 30.15% 24 60
2/10/2002 43 158193.00 0.000272 26.26 60 72 33.66 21.98% 70 30
11/10/2002 41 143613.00 0.000285 20.30 90 84 25.61 20.73% 82 30
1/13/2002 58.25 259839.00 0.000224 10.24 90 26 10.72 4.48% 24 30
9/14/2001 55.5 240363.00 0.000231 20.12 60 76 28.44 29.25% 74 30
12/17/2000 42 151605.00 0.000277 14.13 60 33 14.64 3.48% 32 15
1/28/2002 41.25 130743.00 0.000316 24.76 60 88 28.56 13.31% 84 60
“Previsão de Enchentes para o Plano Diretor de Drenagem Urbana de São Carlos (PDDUSC) na Bacia Escola do Córrego 144
do Gregório” Regina Mambeli Barros (SHS-EESC/USP) – Cap.5 Resultados e Análise

Tabela 25 – SEC – CLASS 2 – MEDIDA 2


Data Precipitação (mm) Volume (m3) C Qp tp Int. tp Qp sem Redução Int. Chuva Intervalo ao pico (min)
1/4/2003 95 607356.00 0.000156 45.6 75 40 62.59 27.14% 28 180
1/7/2003 63 321642.00 0.000196 21.93 75 26 22.57 2.84% 16 150
1/9/2002 73 407214.00 0.000179 38.39 30 28 53.34 28.03% 24 60
2/10/2002 43 173898.00 0.000247 26.94 60 72 34.72 22.41% 70 30
11/10/2002 41 157860.00 0.000260 21.24 90 84 27.26 22.08% 82 30
1/13/2002 58.25 284661.00 0.000205 10.47 90 26 11.06 5.33% 24 30
9/14/2001 55.5 263961.00 0.000210 21.51 60 76 28.22 23.78% 74 30
12/17/2000 42 166707.00 0.000252 14.31 60 33 14.62 2.12% 32 15
1/28/2002 41.25 141687.00 0.000291 25.19 60 88 29.71 15.21% 84 60

Tabela 26 – SEC – CLASS 3 – MEDIDA 2


Data Precipitação (mm) Volume (m3) C Qp tp Int. tp Qp Redução Int. Chuva Intervalo ao pico (min)
1/4/2003 95 630756.00 0.000151 46.88 75 40 61.65 23.96% 28 180
1/7/2003 63 334935.00 0.000188 21.98 75 26 22.7 3.17% 16 150
1/9/2002 73 424215.00 0.000172 38.77 30 28 54.71 29.14% 24 60
2/10/2002 43 180243.00 0.000239 27.15 60 72 35.46 23.43% 70 30
11/10/2002 41 163845.00 0.000250 21.45 90 84 27.89 23.09% 82 30
1/13/2002 58.25 296595.00 0.000196 10.52 90 27 11.25 6.49% 24 45
9/14/2001 55.5 274518.00 0.000202 22.09 60 76 29.38 24.81% 74 30
12/17/2000 42 172989.00 0.000243 14.40 60 33 14.72 2.17% 32 15
1/28/2002 41.25 145872.00 0.000283 25.30 60 88 30.11 15.97% 84 60

Tabela 27 – SEC – CLASS 4 – MEDIDA 2


Data Precipitação (mm) Volume (m3) C Qp tp Int. tp Qp Redução Int. Chuva Intervalo ao pico (min)
1/4/2003 95 493677.00 0.000192 35.51 75 40 71.17 50.11% 28 180
1/7/2003 63 244125.00 0.000258 11.97 75 26 30.61 60.90% 16 150
1/9/2002 73 317250.00 0.000230 26.38 30 28 63.83 58.67% 24 60
2/10/2002 43 117702.00 0.000365 17.90 60 72 43.69 59.03% 70 30
11/10/2002 41 100233.00 0.000409 14.41 90 84 33.25 56.66% 82 30
1/13/2002 58.25 210888.00 0.000276 6.45 90 27 14.28 54.83% 24 45
9/14/2001 55.5 193320.00 0.000287 15.56 60 76 33.29 53.26% 74 30
12/17/2000 42 70398.00 0.000597 3.59 60 33 19.71 81.79% 32 15
1/28/2002 41.25 88686.00 0.000465 15.74 60 88 38.19 58.79% 84 60

Tabela 28 – SEC – CLASS 5 – MEDIDA 2


Data Precipitação (mm) Volume (m3) C Qp tp Int. tp Qp Redução Int. Chuva Intervalo ao pico (min)
1/4/2003 95 581238.00 0.000163 36.38 75 40 80.06 54.56% 28 180
1/7/2003 63 301059.00 0.000209 12.73 75 26 52.72 75.85% 16 150
1/9/2002 73 384642.00 0.000190 31.17 30 28 82.22 62.09% 24 60
2/10/2002 43 150867.00 0.000285 19.72 60 72 60.41 67.36% 70 30
11/10/2002 41 134919.00 0.000304 16.62 90 84 48.26 65.56% 82 30
1/13/2002 58.25 262530.00 0.000222 8.30 90 26 30.28 72.59% 24 30
9/14/2001 55.5 241749.00 0.000230 18.32 60 76 50 63.36% 74 30
12/17/2000 42 143928.00 0.000292 9.78 60 33 27.51 64.45% 32 15
1/28/2002 41.25 110160.00 0.000374 16.98 60 88 51.93 67.30% 84 60

Tabela 29 – SEC – CLASS 1 – SEM MEDIDAS ESTRUTRURAIS


Data Precipitação (mm) Volume (m3) C Qp tp Int. tp Int. Chuva Intervalo ao pico (min)
1/4/2003 95 593523.00 0.000160 60.89 75 40 28 180
1/7/2003 63 302517.00 0.000208 22.44 90 26 16 150
1/9/2002 73 388521.00 0.000188 52.17 45 28 24 60
2/10/2002 43 158103.00 0.000272 33.66 60 72 70 30
11/10/2002 41 143226.00 0.000286 25.61 90 84 82 30
1/13/2002 58.25 266085.00 0.000219 10.72 105 27 24 45
9/14/2001 55.5 245376.00 0.000226 28.44 60 76 74 30
12/17/2000 42 151713.00 0.000277 14.64 75 33 32 15
1/28/2002 41.25 137817.00 0.000299 28.56 60 88 84 60

Tabela 30 – SEC – CLASS 2 – SEM MEDIDAS ESTRUTRURAIS


Data Precipitação (mm) Volume (m3) C Qp tp Int. tp Int. Chuva Intervalo ao pico (min)
1/4/2003 95 604953.00 0.000157 62.59 75 40 28 180
1/7/2003 63 318951.00 0.000198 22.57 75 26 16 150
1/9/2002 73 404622.00 0.000180 53.34 45 28 24 60
2/10/2002 43 171117.00 0.000251 34.72 60 72 70 30
11/10/2002 41 155250.00 0.000264 27.26 90 84 82 30
1/13/2002 58.25 282060.00 0.000207 11.06 105 27 24 45
9/14/2001 55.5 261252.00 0.000212 28.22 60 76 74 30
12/17/2000 42 164313.00 0.000256 14.62 75 33 32 15
1/28/2002 41.25 148824.00 0.000277 29.71 60 88 84 60
“Previsão de Enchentes para o Plano Diretor de Drenagem Urbana de São Carlos (PDDUSC) na Bacia Escola do Córrego 145
do Gregório” Regina Mambeli Barros (SHS-EESC/USP) – Cap.5 Resultados e Análise

Tabela 31 – SEC – CLASS 3 – SEM MEDIDAS ESTRUTRURAIS


Data Precipitação (mm) Volume (m3) C Qp tp Int. tp Int. Chuva Intervalo ao pico (min)
1/4/2003 95 628488.00 0.000151 65.6 75 40 28 180
1/7/2003 63 332433.00 0.000190 22.7 60 26 16 150
1/9/2002 73 421443.00 0.000173 54.71 45 28 24 60
2/10/2002 43 177741.00 0.000242 35.46 60 72 70 30
11/10/2002 41 160965.00 0.000255 27.89 90 84 82 30
1/13/2002 58.25 294021.00 0.000198 11.25 105 27 24 45
9/14/2001 55.5 272214.00 0.000204 29.38 60 76 74 30
12/17/2000 42 170649.00 0.000246 14.72 75 33 32 15
1/28/2002 41.25 155601.00 0.000265 30.11 60 88 84 60

Tabela 32 – SEC – CLASS 4 – SEM MEDIDAS ESTRUTRURAIS


Data Precipitação (mm) Volume (m3) C Qp tp Int. tp Int. Chuva Intervalo ao pico (min)
1/4/2003 95 687609.00 0.000138 71.17 75 40 28 180
1/7/2003 63 370521.00 0.000170 30.61 60 26 16 150
1/9/2002 73 466029.00 0.000157 63.83 45 28 24 60
2/10/2002 43 205560.00 0.000209 43.69 60 72 70 30
11/10/2002 41 182583.00 0.000225 33.25 90 84 82 30
1/13/2002 58.25 329697.00 0.000177 14.28 105 27 24 45
9/14/2001 55.5 306603.00 0.000181 33.29 60 76 74 30
12/17/2000 42 197874.00 0.000212 19.71 75 33 32 15
1/28/2002 41.25 177327.00 0.000233 38.19 60 88 84 60

Tabela 33 – SEC – CLASS 5 – SEM MEDIDAS ESTRUTRURAIS


Data Precipitação (mm) Volume (m3) C Qp tp Int. tp Int. Chuva Intervalo ao pico (min)
1/4/2003 95 987975.00 0.000096 81.4 75 40 28 180
1/7/2003 63 561348.00 0.000112 31.71 60 26 16 150
1/9/2002 73 691344.00 0.000106 72.97 45 28 24 60
2/10/2002 43 316683.00 0.000136 49.2 60 72 70 30
11/10/2002 41 289107.00 0.000142 38.3 90 84 82 30
1/13/2002 58.25 500562.00 0.000116 15.89 105 27 24 45
9/14/2001 55.5 466758.00 0.000119 38.33 60 76 74 30
12/17/2000 42 305082.00 0.000138 21.36 75 33 32 15
1/28/2002 41.25 279279.00 0.000148 42.06 60 88 84 60
“Previsão de Enchentes para o Plano Diretor de Drenagem Urbana de São Carlos (PDDUSC) na Bacia Escola do Córrego 146
do Gregório” Regina Mambeli Barros (SHS-EESC/USP) – Cap.5 Resultados e Análise

5.2.3. Valores de pico de vazão com o modelo concentrado IPHS-1

Tabela 34 – Picos de vazão para TR de 05 anos

Sem Medidas Estruturais


30 minutos 60 minutos
Impermeabilização
CLASS 1 CLASS 2 CLASS 3 CLASS 4 CLASS 5 CLASS 1 CLASS 2 CLASS 3 CLASS 4 CLASS 5
3
Q (m /s) 0.22 3.73 4.77 1.65 11.90 2.26 6.17 6.41 1.99 9.33
E4 TR (anos) 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5
tinstante (min) 60 75 85 95 75 75 90 95 100 85
3
Q (m /s) 8.59 10.83 11.37 20.23 26.09 13.88 15.08 16.04 18.17 21.9
E5 TR (anos) 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5
tinstante (min) 55 60 60 55 55 60 70 70 60 65
3
Q (m /s) 40.40 42.11 42.40 79.89 85.34 44.78 45.23 45.82 65.39 64.34
MMSC TR (anos) 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5
tinstante (min) 50 50 50 50 50 50 50 50 50 50
3
Q (m /s) 47.89 49.45 47.18 87.26 90.94 49.73 50.11 50.68 77.52 74.34
Junção TR (anos) 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5
tinstante (min) 50 50 50 50 45 50 50 50 45 45

Medida 1
30 minutos 60 minutos
Impermeabilização
CLASS 1 CLASS 2 CLASS 3 CLASS 4 CLASS 5 CLASS 1 CLASS 2 CLASS 3 CLASS 4 CLASS 5
3
Q (m /s) 2.19 8.26 9.44 2.71 15.52 2.70 7.45 8.68 3.00 13.41
E4 TR (anos) 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5
tinstante (min) 85 60 65 70 60 90 80 80 80 70
3
Q (m /s) 3.69 4.18 4.38 3.44 4.82 3.77 4.31 4.51 4.03 5.04
E5 TR (anos) 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5
tinstante (min) 115 115 115 120 120 135 130 135 130 135
3
Q (m /s) 51.71 12.73 12.75 16.87 17.11 44.70 11.78 11.82 15.44 15.68
MMSC TR (anos) 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5
tinstante (min) 45 50 45 45 45 45 50 50 50 50
3
Q (m /s) 57.21 19.58 19.60 26.80 27.05 49.55 17.31 17.35 23.53 23.78
Junção TR (anos) 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5
tinstante (min) 45 50 50 50 50 45 50 50 50 50

Medida 2
30 minutos 60 minutos
Impermeabilização
CLASS 1 CLASS 2 CLASS 3 CLASS 4 CLASS 5 CLASS 1 CLASS 2 CLASS 3 CLASS 4 CLASS 5
3
Q (m /s) 2.19 4.27 9.44 2.71 15.52 1.94 6.53 7.57 2.90 11.85
E4 TR (anos) 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5
Tinstante 85 60 65 70 60 90 80 80 85 70
3
Q (m /s) 7.77 7.03 10.71 9.38 13.78 6.76 9.37 9.59 9.15 12.28
E5 TR (anos) 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5
Tinstante 90 85 90 85 85 105 100 105 100 100
3
Q (m /s) 53.10 41.99 53.34 26.99 27.87 42.48 42.46 42.69 23.87 22.42
MMSC TR (anos) 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5
Tinstante 45 45 45 50 50 45 45 45 50 50
3
Q (m /s) 52.56 41.57 52.82 36.32 41.91 42.19 42.81 42.43 31.89 33.19
Junção TR (anos) 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5
Tinstante 45 45 45 50 50 45 50 45 50 60
“Previsão de Enchentes para o Plano Diretor de Drenagem Urbana de São Carlos (PDDUSC) na Bacia Escola do Córrego 147
do Gregório” Regina Mambeli Barros (SHS-EESC/USP) – Cap.5 Resultados e Análise

Tabela 35 – Picos de vazão para TR de 15 anos


Sem Medidas Estruturais
30 minutos 60 minutos
Impermeabilização
CLASS 1 CLASS 2 CLASS 3 CLASS 4 CLASS 5 CLASS 1 CLASS 2 CLASS 3 CLASS 4 CLASS 5
3
Q (m /s) 3.06 8.75 9.60 2.17 12.63 8.79 12.5 14.33 7.35 17.55
E4 TR (anos) 15 15 15 15 15 15 15 15 15 15
tinstante (min) 60 75 85 95 75 75 90 95 100 85
3
Q (m /s) 18.89 19.34 20.39 21.77 27.97 26.17 26.36 27.99 27.45 37.04
E5 TR (anos) 15 15 15 15 15 15 15 15 15 15
tinstante (min) 55 60 60 55 55 60 70 70 60 65
3
Q (m /s) 60.17 61.51 62.25 80.47 86.21 66.27 66 67.23 85.26 92.65
MMSC TR (anos) 15 15 15 15 15 15 15 15 15 15
tinstante (min) 50 50 50 50 50 50 50 50 50 50
3
Q (m /s) 66.32 67.65 68.35 88.39 92.37 72.57 72.34 73.54 98.47 105.51
Junção TR (anos) 15 15 15 15 15 15 15 15 15 15
tinstante (min) 50 50 50 50 45 50 50 50 45 45

Medida 1
30 minutos 60 minutos
Impermeabilização
CLASS 1 CLASS 2 CLASS 3 CLASS 4 CLASS 5 CLASS 1 CLASS 2 CLASS 3 CLASS 4 CLASS 5
3
Q (m /s) 2.65 9.01 10.98 3.25 16.40 8.12 13.53 15.98 8.31 21.47
E4 TR (anos) 15 15 15 15 15 15 15 15 15 15
tinstante (min) 85 60 65 70 60 90 80 80 80 70
3
Q (m /s) 3.82 4.33 4.57 4.02 5.03 5 5.71 6.02 5.43 6.92
E5 TR (anos) 15 15 15 15 15 15 15 15 15 15
tinstante (min) 115 115 115 120 120 135 130 135 130 135
3
Q (m /s) 51.78 13.00 13.02 17.21 17.52 54.66 14.8 14.83 19.52 19.80
MMSC TR (anos) 15 15 15 15 15 15 15 15 15 15
tinstante (min) 45 50 45 45 45 45 50 50 50 50
3
Q (m /s) 57.47 19.69 19.71 26.91 27.20 60.65 21.49 21.53 29.48 29.76
Junção TR (anos) 15 15 15 15 15 15 15 15 15 15
tinstante (min) 45 50 50 50 50 45 50 50 50 50

Medida 2
30 minutos 60 minutos
Impermeabilização
CLASS 1 CLASS 2 CLASS 3 CLASS 4 CLASS 5 CLASS 1 CLASS 2 CLASS 3 CLASS 4 CLASS 5
3
Q (m /s) 2.65 9.01 10.98 3.25 16.4 8.12 13.53 15.98 8.25 21.47
E4 TR (anos) 15 15 15 15 15 15 15 15 15 15
Tinstante 85 60 65 70 60 90 80 80 85 70
3
Q (m /s) 8.26 10.96 11.55 9.97 14.59 12.21 15.75 16.95 14.37 20.71
E5 TR (anos) 15 15 15 15 15 15 15 15 15 15
Tinstante 90 85 90 85 85 105 100 105 100 100
3
Q (m /s) 53.15 53.4 53.44 27.31 28.33 56.18 56.34 56.41 30.62 31.77
MMSC TR (anos) 15 15 15 15 15 15 15 15 15 15
Tinstante 45 45 45 50 50 45 45 45 50 50
3
Q (m /s) 52.95 53.21 53.25 36.61 42.40 56.12 56.81 56.34 40.48 45.14
Junção TR (anos) 15 15 15 15 15 15 15 15 15 15
Tinstante 45 45 45 50 50 45 50 45 50 60
“Previsão de Enchentes para o Plano Diretor de Drenagem Urbana de São Carlos (PDDUSC) na Bacia Escola do Córrego 148
do Gregório” Regina Mambeli Barros (SHS-EESC/USP) – Cap.5 Resultados e Análise

Tabela 36 – Picos de vazão para TR de 30 anos

Sem Medidas Estruturais


30 minutos 60 minutos
Impermeabilização
CLASS 1 CLASS 2 CLASS 3 CLASS 4 CLASS 5 CLASS 1 CLASS 2 CLASS 3 CLASS 4 CLASS 5
3
Q (m /s) 7.52 13.51 15.03 6.07 18.60 14.64 20.33 23.98 15.42 26.91
E4 TR (anos) 30 30 30 30 30 30 30 30 30 30
tinstante (min) 60 75 85 95 75 75 90 95 100 85
3
Q (m /s) 28.68 27.24 28.82 30.83 38.52 36.20 36.24 38.53 35.54 49.83
E5 TR (anos) 30 30 30 30 30 30 30 30 30 30
tinstante (min) 55 60 60 55 55 60 70 70 60 65
3
Q (m /s) 75.60 76.83 77.98 99.17 107.63 83.60 82.33 84.17 105.36 114.58
MMSC TR (anos) 30 30 30 30 30 30 30 30 30 30
tinstante (min) 50 50 50 50 50 50 50 50 50 50
3
Q (m /s) 82.74 84.08 85.18 107.56 105.04 91.00 89.81 91.60 105.6 105.6
Junção TR (anos) 30 30 30 30 30 30 30 30 30 30
tinstante (min) 50 50 50 50 45 50 50 50 45 45

Medida 1
30 minutos 60 minutos
Impermeabilização
CLASS 1 CLASS 2 CLASS 3 CLASS 4 CLASS 5 CLASS 1 CLASS 2 CLASS 3 CLASS 4 CLASS 5
3
Q (m /s) 6.69 14.67 16.95 7.22 23.39 15.91 21.59 24.76 16.00 29.74
E4 TR (anos) 30 30 30 30 30 30 30 30 30 30
tinstante (min) 85 60 65 70 60 90 80 80 80 70
3
Q (m /s) 4.72 5.37 5.69 5.05 6.45 6.37 7.24 7.6 7.00 8.75
E5 TR (anos) 30 30 30 30 30 30 30 30 30 30
tinstante (min) 115 115 115 120 120 135 130 135 130 135
3
Q (m /s) 61.55 16.12 16.14 21.23 21.67 64.85 17.91 17.89 23.66 23.94
MMSC TR (anos) 30 30 30 30 30 30 30 30 30 30
tinstante (min) 45 50 45 45 45 45 50 50 50 50
3
Q (m /s) 68.46 23.75 23.79 32.42 32.88 72.09 25.89 25.87 35.51 35.77
Junção TR (anos) 30 30 30 30 30 30 30 30 30 30
tinstante (min) 45 50 50 50 50 45 50 50 50 50

Medida 2
30 minutos 60 minutos
Impermeabilização
CLASS 1 CLASS 2 CLASS 3 CLASS 4 CLASS 5 CLASS 1 CLASS 2 CLASS 3 CLASS 4 CLASS 5
3
Q (m /s) 6.69 14.67 16.95 7.22 23.39 15.91 21.59 24.76 16.08 29.74
E4 TR (anos) 30 30 30 30 30 30 30 30 30 30
Tinstante 85 60 65 70 60 90 80 80 85 70
3
Q (m /s) 11.94 15.19 16.30 14.03 19.98 17.93 22.02 23.47 20.59 27.97
E5 TR (anos) 30 30 30 30 30 30 30 30 30 30
Tinstante 90 85 90 85 85 105 100 105 100 100
3
Q (m /s) 63.10 63.63 63.71 33.34 35.28 66.69 67.08 67.01 37.80 39.18
MMSC TR (anos) 30 30 30 30 30 30 30 30 30 30
Tinstante 45 45 45 50 50 45 45 45 50 50
3
Q (m /s) 63.02 63.53 63.62 44.47 49.36 66.78 67.85 67.08 49.50 52.08
Junção TR (anos) 30 30 30 30 30 30 30 30 30 30
Tinstante 45 45 45 50 50 45 50 45 50 60
“Previsão de Enchentes para o Plano Diretor de Drenagem Urbana de São Carlos (PDDUSC) na Bacia Escola do Córrego 149
do Gregório” Regina Mambeli Barros (SHS-EESC/USP) – Cap.5 Resultados e Análise

Tabela 37 – Picos de vazão para TR de 50 anos

Sem Medidas Estruturais


30 minutos 60 minutos
Impermeabilização
CLASS 1 CLASS 2 CLASS 3 CLASS 4 CLASS 5 CLASS 1 CLASS 2 CLASS 3 CLASS 4 CLASS 5
3
Q (m /s) 12.05 18.52 21.03 11.23 24.46 19.33 29.02 33.89 23.64 36.77
E4 TR (anos) 50 50 50 50 50 50 50 50 50 50
tinstante (min) 60 75 85 95 75 75 90 95 100 85
3
Q (m /s) 36.60 34.30 36.30 37.31 47.79 44.9 46.53 49.48 44.72 61.46
E5 TR (anos) 50 50 50 50 50 50 50 50 50 50
tinstante (min) 55 60 60 55 55 60 70 70 60 65
3
Q (m /s) 91.62 90.43 91.94 117.82 126.12 101.04 99.38 101.08 129.79 138.23
MMSC TR (anos) 50 50 50 50 50 50 50 50 50 50
tinstante (min) 50 50 50 50 50 50 50 50 50 50
3
Q (m /s) 99.69 98.62 100.06 106.62 106.62 102.66 107.54 102.66 107.18 107.18
Junção TR (anos) 50 50 50 50 50 50 50 50 50 50
tinstante (min) 50 50 50 50 45 50 50 50 45 45

Medida 1
30 minutos 60 minutos
Impermeabilização
CLASS 1 CLASS 2 CLASS 3 CLASS 4 CLASS 5 CLASS 1 CLASS 2 CLASS 3 CLASS 4 CLASS 5
3
Q (m /s) 11.77 20.19 22.51 12.22 28.64 22.70 28.49 31.49 22.97 35.94
E4 TR (anos) 50 50 50 50 50 50 50 50 50 50
tinstante (min) 85 60 65 70 60 90 80 80 80 70
3
Q (m /s) 5.59 6.36 6.71 6.1 7.66 7.59 8.57 8.99 8.37 10.28
E5 TR (anos) 50 50 50 50 50 50 50 50 50 50
tinstante (min) 115 115 115 120 120 135 130 135 130 135
3
Q (m /s) 70.12 18.67 18.69 24.90 25.10 73.40 20.42 20.45 27.16 27.43
MMSC TR (anos) 50 50 50 50 50 50 50 50 50 50
tinstante (min) 45 50 45 45 45 45 50 50 50 50
3
Q (m /s) 78.07 27.21 27.24 37.34 37.62 81.67 29.48 29.52 40.61 40.87
Junção TR (anos) 50 50 50 50 50 50 50 50 50 50
tinstante (min) 45 50 50 50 50 45 50 50 50 50

Medida 2
30 minutos 60 minutos
Impermeabilização
CLASS 1 CLASS 2 CLASS 3 CLASS 4 CLASS 5 CLASS 1 CLASS 2 CLASS 3 CLASS 4 CLASS 5
3
Q (m /s) 11.77 20.19 22.51 12.22 28.64 22.70 28.49 31.49 23.29 35.94
E4 TR (anos) 50 50 50 50 50 50 50 50 50 50
Tinstante 85 60 65 70 60 90 80 80 85 70
3
Q (m /s) 15.37 19.24 20.58 17.81 24.58 22.88 27.11 28.64 26.06 33.73
E5 TR (anos) 50 50 50 50 50 50 50 50 50 50
Tinstante 90 85 90 85 85 105 100 105 100 100
3
Q (m /s) 72.10 72.5 72.6 39.45 41.02 75.75 75.97 76.09 44.10 45.59
MMSC TR (anos) 50 50 50 50 50 50 50 50 50 50
Tinstante 45 45 45 50 50 45 45 45 50 50
3
Q (m /s) 72.1 72.5 72.6 52.07 55.11 75.75 76.90 76.27 57.36 58.01
Junção TR (anos) 50 50 50 50 50 50 50 50 50 50
Tinstante 45 45 45 50 50 45 50 45 50 60
“Previsão de Enchentes para o Plano Diretor de Drenagem Urbana de São Carlos (PDDUSC) na Bacia Escola do Córrego 150
do Gregório” Regina Mambeli Barros (SHS-EESC/USP) – Cap.5 Resultados e Análise

5.2.4. Simulações Sem Medidas Estruturais


5.2.4.1. Vazões simuladas com o IPHS-1 - CLASS 4 – Sem Medidas Estruturais
30 min TR 15 30 min TR 30 30 min TR 50 30 min TR 5
60 min TR 5 60 min TR 15 60 min TR 30 60 min TR 50
220 220

200 200

180 180

160 160

140 140
Vazão (m3/s)

Vazão (m3/s)
120 120

100 100

80 80

60 60

40 40

20 20

0 0
1 6 11 16 21 26 31 36 1 6 11 16 21 26 31 36
tempo (5 min) tempo (5 min)

30 min TR 15 30 min TR 30 30 min TR 50 30 min TR 5 60 min TR 5 60 min TR 15 60 min TR 30 60 min TR 50


220 220

200 200

180 180

160 160

140 140
Vazão (m3/s)

Vazão (m3/s)

120 120

100 100

80 80

60 60

40 40

20 20

0 0
1 6 11 16 21 26 31 36 1 6 11 16 21 26 31 36
tempo (5 min) tempo (5 min)

30 min TR 15 30 min TR 30 60 min TR 5 60 min TR 15


Vazão crítica 30 min TR 50 60 min TR 30 Vazão crítica
Vazão de extravazamento 30 min TR 5 60 min TR 50 Vazão de extravazamento
220 220

200 200

180 180

160 160

140 140
Vazão (m3/s)

Vazão (m3/s)

120 120

100 100

80 80

60 60

40 40

20 20

0 0
1 6 11 16 21 26 31 36 1 6 11 16 21 26 31 36
tempo (5 min) tempo (5 min)

30 min TR 15 30 min TR 30 60 min TR 5 60 min TR 15


60 min TR 30 Vazão crítica
Vazão crítica 30 min TR 50
60 min TR 50 Vazão de extravazamento
Vazão de extravazamento 30 min TR 5 60 min TR 2
220 220

200 200

180 180

160 160

140 140
Vazão (m3/s)

Vazão (m3/s)

120 120

100 100

80 80

60 60

40 40

20 20

0 0
1 6 11 16 21 26 31 36 1 6 11 16 21 26 31 36
tempo (5 min) tempo (5 min)

Figura 63 - Simulações (CLASS 4-Sem Medidas) duração da chuva de 30 min.


(esquerda) e 60 min (direita), para diferentes tempo de retorno, na bacia do
Gregório nos postos de controle: E4 (superior), E5 (segundo), MMSC frente à
“Padaria Caiçara” (terceiro) e na junção entre o Gregório e o Simeão (inferior).
“Previsão de Enchentes para o Plano Diretor de Drenagem Urbana de São Carlos (PDDUSC) na Bacia Escola do Córrego 151
do Gregório” Regina Mambeli Barros (SHS-EESC/USP) – Cap.5 Resultados e Análise

5.2.4.2. Vazões simuladas com o IPHS-1 - CLASS 5 – Sem Medidas


Estruturais
30 min TR 15 30 min TR 30 30 min TR 50 30 min TR 5
60 min TR 5 60 min TR 15 60 min TR 30 60 min TR 50
220 220

200 200

180 180

160 160

140 140
Vazão (m3/s)

Vazão (m3/s)
120 120

100 100

80 80

60 60

40 40

20 20

0 0
1 6 11 16 21 26 31 36 1 6 11 16 21 26 31 36
tempo (5 min) tempo (5 min)

30 min TR 15 30 min TR 30 30 min TR 50 30 min TR 5 60 min TR 5 60 min TR 15 60 min TR 30 60 min TR 50


220 220

200 200

180 180

160 160

140 140
Vazão (m3/s)

Vazão (m3/s)
120 120

100 100

80 80

60 60

40 40

20 20

0 0
1 6 11 16 21 26 31 36 1 6 11 16 21 26 31 36
tempo (5 min) tempo (5 min)

30 min TR 15 30 min TR 30 60 min TR 5 60 min TR 15


Vazão crítica 30 min TR 50 60 min TR 30 Vazão crítica
Vazão de extravazamento 30 min TR 5 60 min TR 50 Vazão de extravazamento
220 220

200 200

180 180

160 160

140 140
Vazão (m3/s)

Vazão (m3/s)

120 120

100 100

80 80

60 60

40 40

20 20

0 0
1 6 11 16 21 26 31 36 1 6 11 16 21 26 31 36
tempo (5 min) tempo (5 min)

30 min TR 15 30 min TR 30 60 min TR 5 60 min TR 15


Vazão crítica 30 min TR 50 60 min TR 30 Vazão crítica
60 min TR 50 Vazão de extravazamento
Vazão de extravazamento 30 min TR 5 60 min TR 2
220 220

200 200

180 180

160 160

140 140
Vazão (m3/s)

Vazão (m3/s)

120 120

100 100

80 80

60 60

40 40

20 20

0 0
1 6 11 16 21 26 31 36 1 6 11 16 21 26 31 36
tempo (5 min) tempo (5 min)

Figura 64 - Simulações (CLASS 5-Sem Medidas) duração da chuva de 30 min.


(esquerda) e 60 min (direita), para diferentes tempo de retorno, na bacia do
Gregório nos postos de controle: E4 (superior), E5 (segundo), MMSC frente à
“Padaria Caiçara”(terceiro) e na junção entre o Gregório e o Simeão (inferior).
“Previsão de Enchentes para o Plano Diretor de Drenagem Urbana de São Carlos (PDDUSC) na Bacia Escola do Córrego 152
do Gregório” Regina Mambeli Barros (SHS-EESC/USP) – Cap.5 Resultados e Análise

5.2.4.3. Tabelas de Volumes – Sem Medidas Estruturais

Tabela 38 – CLASS 4 Sem Medidas (Volumes calculados pelo IPHS-1).

Sem Medidas Estruturais


CLASS 4
Evento Trecho Volume (m3) Duração (min)
TC3 124.03 25.00
30 min TR 5
TC2 NA NA
TC3 135.29 25.00
30 min TR 10
TC2 NA NA
TC3 139.19 25.00
30 min TR 15
TC2 NA NA
TC3 323.80 35.00
30 min TR 20
TC2 NA NA
TC3 501.40 40.00
30 min TR 25
TC2 NA NA
TC3 714.13 40.00
30 min TR 30
TC2 NA NA
TC3 1468.31 55.00
30 min TR 50
TC2 214.11 40.00

Sem Medidas Estruturais


CLASS 4
Evento Trecho Volume (m3) Duração (min)
TC3 NA NA
60 min TR 2
TC2 NA NA
TC3 NA NA
60 min TR 5
TC2 NA NA
TC3 127.76 30.00
60 min TR 10
TC2 NA NA
TC3 485.33 45.00
60 min TR 15
TC2 NA NA
TC3 953.64 50.00
60 min TR 20
TC2 NA NA
TC3 1315.07 55.00
60 min TR 25
TC2 60.97 25.00
TC3 1694.04 60.00
60 min TR 30
TC2 154.89 30.00
TC3 3132.86 80.00
60 min TR 50
TC2 723.76 50.00
“Previsão de Enchentes para o Plano Diretor de Drenagem Urbana de São Carlos (PDDUSC) na Bacia Escola do Córrego 153
do Gregório” Regina Mambeli Barros (SHS-EESC/USP) – Cap.5 Resultados e Análise

Tabela 39 – CLASS 5 Sem Medidas (Volumes calculados pelo IPHS-1).

Sem Medidas Estruturais


CLASS 5
Evento Trecho Volume (m3) Duração (min)
TC3 40.13 20.00
30 min TR 5
TC2 NA NA
TC3 188.28 25.00
30 min TR 10
TC2 NA NA
TC3 216.82 30.00
30 min TR 15
TC2 NA NA
TC3 462.46 40.00
30 min TR 20
TC2 NA NA
TC3 679.25 45.00
30 min TR 25
TC2 7.48 10.00
TC3 948.80 45.00
30 min TR 30
TC2 63.12 20.00
TC3 1795.36 65.00
30 min TR 50
TC2 414.88 40.00

Sem Medidas Estruturais


CLASS 5
Evento Trecho Volume (m3) Duração (min)
TC3 NA NA
60 min TR 2
TC2 NA NA
TC3 15.38 15.00
60 min TR 5
TC2 NA NA
TC3 255.83 35.00
60 min TR 10
TC2 NA NA
TC3 791.95 50.00
60 min TR 15
TC2 NA NA
TC3 1330.26 60.00
60 min TR 20
TC2 60.38 20.00
TC3 1811.86 65.00
60 min TR 25
TC2 198.71 35.00
TC3 2276.26 70.00
60 min TR 30 TC2 387.98 40.00
Simeão NA NA
TC3 4159.91 95.00
60 min TR 50 TC2 1007.32 65.00
TC1 346.93 35.00

5.2.4.4. Análise

Em razão da semelhança dos hidrogramas, os valores de vazão calculados para


CLASS 1 a CLASS 3 estão apresentados no Anexo C (Figuras C1 a C3) e os valores de
volumes de inundação estão listados no Anexo D (Tabelas D1 a D3).
“Previsão de Enchentes para o Plano Diretor de Drenagem Urbana de São Carlos (PDDUSC) na Bacia Escola do Córrego 154
do Gregório” Regina Mambeli Barros (SHS-EESC/USP) – Cap.5 Resultados e Análise

5.2.4.4.1. CLASS 4 - Sem Medidas

A extrapolação da curva-chave estabelecida para a seção E5 apresentou boa


correlação matemática aos valores constantes na tabela 09 (r2=0,996 e r2=0,995,
respectivamente interior e exterior da calha na Figura 46a).
Vazões maiores que 12,40 m3/s, correspondem a cotas maiores que 1,08 m. Para
cotas acima de 1,08 m, foi necessário executar extrapolação dessa curva-chave por meio
de método de Stevens e da “velocidade x área” (SEFIONE, 2002). O uso da curva-
chave extrapolada melhorou a previsão das cotas de inundação em E5, obtidas a partir
dos valores simulados de vazão. Novos cenários de urbanização foram incluídos em
função do Plano Diretor da cidade. A extrapolação da curva-chave (MACHADO, 1981)
estabelecida para a seção do MMSC apresentou boa correlação (r2=0,999 no interior da
calha na Figura 47b). Vazões maiores que 111,98 m3/s, correspondem a cotas maiores
que 3,80 m. Para cotas acima de 3,80 m, foi necessário executar-se a extrapolação dessa
curva-chave por meio de método de Stevens e de Manning (SEFIONE, 2002).
Em relação à calibração realizada (Figuras 49 a 52), comparando o hidrograma
simulado ao hidrograma observado a partir de SILVA (2003), a diferença entre os picos
de vazão para o primeiro evento de 06/02/00 é de cerca de 0,36 m3/s. O Hidrograma
Simulado alcançou seu pico de vazão em cerca de 65 min a partir do início de acréscimo
de vazão e o Hidrograma Observado em cerca de 45 min (Figura 48b). As diferenças
entre os picos de vazão para o evento de 26/01/00 foram de cerca de 0,12 m3/s, com
diferença nula entre os tempos de alcance deste pico entre os hidrogramas observado e
simulado (Figura 50b). Em relação ao evento de 11/02/00 a diferença entre os picos de
vazão do hidrograma observado e simulado foi de 1,25 m3/s e para o segundo evento de
06/02/00 de 0,36 m3/s (Figura 51b). A comparação dos hidrogramas (Figuras 50b, 51b,
52b e 53 b) seguiu critérios observados em campo para encontrar elementos físico-
conceituais que explicassem as diferenças, ao invés de procurar-se um ajuste de
calibração matemática por parâmetros. Resultados de calibração podem ser consultados
em SILVA (2003).
Na Figura 63 e nas tabelas 34 a 37, para o posto de controle E4, as simulações
para os diversos tempos de retorno (TR), com precipitações de duração de 30 minutos,
indicam que os picos de vazão ocorrem, aproximadamente, 60 minutos após o início dos
eventos. Analisando as ocorrências de inundação para estes eventos (Tabela 38), é
possível verificar que para Qmax > 1,65 m3/s (correspondente a TR = 05 anos),
“Previsão de Enchentes para o Plano Diretor de Drenagem Urbana de São Carlos (PDDUSC) na Bacia Escola do Córrego 155
do Gregório” Regina Mambeli Barros (SHS-EESC/USP) – Cap.5 Resultados e Análise

ocorreriam extravasamentos no trecho canalizado (124,03 m3), sob a Rua Geminiano


Costa (aqui representado em TC3). A situação agravar-se-ia com a simulação para TR =
50 anos, com Qmax = 11,23 m3/s, na qual este mesmo trecho TC3 seria inundado
(1468,31 m3, Tabela 38). No posto de controle E5, Qmáx (TR =05 anos) ≈ 20,23 m3/s,
geraria inundação em TC3 (124,03 m3); e Qmáx (TR = 50 anos) ≈ 37,31 m3/s, inundaria
TC3. Estes picos de vazão ocorreriam em torno de 55 minutos após o início do evento,
situação conferida com os relatos dos comerciantes do MMSC. Em frente à Padaria
Caiçara (Ponto de Controle MMSC), há cenários de Qmáx (TR = 05 anos) ≈ 79,89 m3/s
e Qmáx (TR = 50 anos) ≈ 117,82 m3/s, aos 50 minutos após o início do evento. A
precipitação de TR de 50 anos poderia gerar inundação em TC3 (1468,31 m3), uma vez
que a capacidade do trecho canalizado seria ultrapassada. É possível notar, a partir
destes valores, que a contribuição da área urbanizada (representada por BE-5 em T4 e
BE-6 em T5) incrementaria sobremaneira os picos de vazão. Isto é, em um mesmo
evento haveria grande acréscimo no valor da vazão que passa em E4 relativamente ao
Ponto de Controle MMSC. O valor de pico de vazão na junção entre o Gregório e o
Simeão canalizado seria de 87,26 m3/s para TR de 05 anos, o que já ultrapassaria a
capacidade do trecho de 50 m3/s.
Em relação às chuvas de duração de 60 minutos a análise é semelhante.
Observando a Tabela 38 e tabelas 34 a 37, é possível verificar que a partir de
precipitações com TR de 10 anos, ocorreriam inundações em TC3 (127,76 m3) e a partir
de TR de 25 anos seriam geradas enchentes em TC3 e TC2 (1315,07 m3 e 60,97 m3,
respectivamente). O cenário – em E4 - de Qmáx (TR=15 anos) = 7,35 m3/s e
Qmáx(TR=50anos) ≈ 23,64 m3/s, picos estes alcançados em cerca de 100 minutos após o
início do evento. A vazão de pico em E5 para TR de 05 anos estaria em torno de 18,17
m3/s e para TR de 50 anos de cerca em 44,72 m3/s, em 60 minutos desde o início do
evento. No Ponto de Controle MMMSC, estes valores, também alcançados em 50
minutos desde o início do evento, seriam de aproximadamente 65,39 m3/s para TR de 05
anos e de cerca de 129,79 m3/s para TR de 50 anos. Quanto ao valor de pico de vazão na
junção entre o Gregório e o Simeão canalizado este seria de 77,52 m3/s (TR de 05 anos).
Conforme a discretização das Figuras 58a e 58b e observando as simulações
para diferentes TR (Tabela 44), é possível verificar que quando Qmáx > 1,65 m3/s em E4,
ou Qmáx > 20,23 m3/s em E5, ou Qmáx > 79,89 m3/s no Ponto de Controle MMSC
(recebidas as contribuições representadas por BE-5 e BE-6), os cenários previstos
“Previsão de Enchentes para o Plano Diretor de Drenagem Urbana de São Carlos (PDDUSC) na Bacia Escola do Córrego 156
do Gregório” Regina Mambeli Barros (SHS-EESC/USP) – Cap.5 Resultados e Análise

gerariam inundações na Rua Geminiano Costa e sobre a Ponte da Episcopal, cujos


valores dos volumes podem ser vistos na Tabela 38.

5.2.4.4.2. CLASS 5 –Sem Medidas

Na Figura 64 e tabelas 34 a 37, em simulação de chuva de 30 min de duração e


50 anos de período de retorno, seriam geradas vazões de 24,46 m3/s em E4, 47,79 m3/s
em E5 e 126,12 m3/s em MMSC, nos quais ocorreriam inundações com 1795,36 m3 na
Rua Geminiano Costa e 414,88 m3 sob a ponte reformada. Quanto ao valor de pico de
vazão na junção entre o Gregório e o Simeão canalizado, o pico seria de 106,62 m3/s
(TR de 50 anos).
Em simulação de chuva de 60 min de duração e 50 anos de período de retorno,
seriam geradas vazões de 36,77 m3/s em E4, 61,46 m3/s em E5 e 138,23 m3/s em
MMSC, em que ocorreriam inundações com 4159,91 m3 na Rua Geminiano Costa,
346,93 m3 no trecho do Simeão e 1007,32 m3 sob a ponte reformada. O valor de pico de
vazão na junção entre o Gregório e o Simeão canalizado seria de 107,18 m3/s (TR de 50
anos).
Conforme a discretização das Figuras 58a e 58b e observando as simulações
para diferentes TR (tabela 35), é possível verificar que quando há Qmáx > 3,06 m3/s em
E4 (TR 15 anos), ou Qmáx > 18,89 m3/s em E5, ou Qmáx > 60,17 m3/s no Ponto de
Controle MMSC (recebendo as contribuições representadas por BE-5 e BE-6), os
cenários previstos gerariam inundações na Rua Geminiano Costa e sobre a Ponte da
Episcopal, cujos valores dos volumes podem ser observados no Tabela 39.
“Previsão de Enchentes para o Plano Diretor de Drenagem Urbana de São Carlos (PDDUSC) na Bacia Escola do Córrego 157
do Gregório” Regina Mambeli Barros (SHS-EESC/USP) – Cap.5 Resultados e Análise

5.2.5. Simulações com a Medida Estrutural de Controle de Inundação 1.


5.2.5.1. Vazões simuladas com o IPHS-1 - CLASS 4 - Medida 1.
30 min TR 5 30 min TR 15 30 min TR 30 30 min TR 50 60 min TR 5 60 min TR 15 60 min TR 30 60 min TR 50

220 220

200 200

180 180

160 160

140 140
Vazão (m3/s)

Vazão (m3/s)
120 120

100 100

80 80

60 60

40 40

20 20

0 0
1 6 11 16 21 26 31 36 1 6 11 16 21 26 31 36
tempo (5 min) tempo (5 min)

30 min TR 5 30 min TR 15
60 min TR 5 60 min TR 15 60 min TR 30 60 min TR 50
30 min TR 30 30 min TR 50
220 220

200 200

180 180

160 160

140 140
Vazão (m3/s)

Vazão (m3/s)
120 120

100 100

80 80

60 60

40 40

20 20

0 0
1 6 11 16 21 26 31 36 1 6 11 16 21 26 31 36
tempo (5 min) tempo (5 min)

30 min TR 5 30 min TR 15 30 min TR 30 60 min TR 5 60 min TR 15 60 min TR 30

Vazão crítica 30 min TR 50 Vazão crítica 60 min TR 50


220 220

200 200

180 180

160 160

140 140
Vazão (m3/s)

Vazão (m3/s)

120 120

100 100

80 80

60 60

40 40

20 20

0 0
1 6 11 16 21 26 31 36 1 6 11 16 21 26 31 36
tempo (5 min) tempo (5 min)

30minTR5 30minTR15 capacidade


capacidade 60minTR2 60minTR5
30minTR30 30minTR50
220 60minTR15 60minTR30 60minTR50

200 220

200
180
180
160
160
140
Vazão (m3/s)

140
Vazão (m3/s)

120
120
100
100
80 80

60 60

40 40

20 20

0
0
1 6 11 16 21 26 31 36
1 6 11 16 21 26 31 36
intervalo de tempo (5 min) intervalo de tempo (5 min)

Figura 65 - Simulações (CLASS 4- Medida 1) duração da chuva de 30 min.


(esquerda) e 60 min (direita), para diferentes tempo de retorno, na bacia do
Gregório nos postos de controle: E4 (superior), E5 (segundo), MMSC frente à
“Padaria Caiçara”(terceiro) e na junção entre o Gregório o e Simeão (inferior).
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do Gregório” Regina Mambeli Barros (SHS-EESC/USP) – Cap.5 Resultados e Análise

5.2.5.2. Vazões simuladas com o IPHS-1 - CLASS 5 – Medida 1


30 min TR 5 30 min TR 15 30 min TR 30 30 min TR 50 60 min TR 5 60 min TR 15 60 min TR 30 60 min TR 50

220 220

200 200

180 180

160 160

140 140
Vazão (m3/s)

Vazão (m3/s)
120 120

100 100

80 80

60 60

40 40

20 20

0 0
1 6 11 16 21 26 31 36 1 6 11 16 21 26 31 36
tempo (5 min) tempo (5 min)

30 min TR 5 30 min TR 15
60 min TR 5 60 min TR 15 60 min TR 30 60 min TR 50
30 min TR 30 30 min TR 50
220 220

200 200

180 180

160 160

140 140
Vazão (m3/s)

120 Vazão (m3/s) 120

100 100

80 80

60 60

40 40

20 20

0 0
1 6 11 16 21 26 31 36 1 6 11 16 21 26 31 36
tempo (5 min) tempo (5 min)

30 min TR 5 30 min TR 15 30 min TR 30 60 min TR 5 60 min TR 15 60 min TR 30

Vazão crítica 30 min TR 50 Vazão crítica 60 min TR 50


220 220

200 200

180 180

160 160

140 140
Vazão (m3/s)

Vazão (m3/s)

120 120

100 100

80 80

60 60

40 40

20 20

0 0
1 6 11 16 21 26 31 36 1 6 11 16 21 26 31 36
tempo (5 min) tempo (5 min)

30minTR5 30minTR15 capacidade


capacidade 60minTR2 60minTR5
30minTR30 30minTR50
220 60minTR15 60minTR30 60minTR50

200 220

200
180
180
160
160
140
Vazão (m3/s)

140
Vazão (m3/s)

120
120
100 100
80 80

60 60

40 40

20 20

0
0
1 6 11 16 21 26 31 36
1 6 11 16 21 26 31 36
intervalo de tempo (5 min)
intervalo de tempo (5 min)

Figura 66 - Simulações (CLASS 5- Medida 1) duração da chuva de 30 min.


(esquerda) e 60 min (direita), para diferentes tempo de retorno, na bacia do
Gregório nos postos de controle: E4 (superior), E5 (segundo), MMSC frente à
“Padaria Caiçara”(terceiro) e na junção entre o Gregório e o Simeão (inferior).
“Previsão de Enchentes para o Plano Diretor de Drenagem Urbana de São Carlos (PDDUSC) na Bacia Escola do Córrego 159
do Gregório” Regina Mambeli Barros (SHS-EESC/USP) – Cap.5 Resultados e Análise

5.2.5.3. Tabelas de Volumes – Medida 1


Os resultados de simulações com IPHS-1 com aplicação da MEDIDA 1
apresentaram valores nulos de volumes inundados para CLASS 2 a CLASS 5. Estes
valores para CLASS 1 estão apresentados no ANEXO F, Tabela F1.

5.2.5.4. Análise

Os valores de vazão calculados para CLASS 1 a CLASS 3 estão apresentados no


Anexo E (Figuras E1 a E3).

5.2.5.4.1. CLASS 4 - Medida 1

Na Figura 65 e nas tabelas 34 a 37, para o posto de controle E4, as simulações


para os diversos tempos de retorno (TR), com precipitações de duração de 30 minutos,
indicam que os picos de vazão ocorreriam, aproximadamente, entre 60 e 80 minutos
após o início dos eventos. Quanto às ocorrências de inundação para estes eventos,
verificou-se que não seriam geradas inundações em TC3 e TC2 reduzindo o volume
inundado de 342,57 a 0,00 m3. Em E4 há cenários de Qmáx (TR = 15 anos) ≈ 3,25 m3/s e
Qmáx (TR = 50 anos) ≈ 12,22 m3/s. Em E5 há previsões de Qmáx (TR = 15 anos) ≈ 4,02
m3/s e Qmáx (TR = 50 anos) ≈ 6,10. m3/s. Em MMSC há prognósticos de Qmáx (TR = 15
anos) ≈ 17,21 m3/s e Qmáx (TR = 50 anos) ≈ 24,90 m3/s (117,82 m3/s sem medidas
estruturais), aos 45 minutos após o início do evento. É possível notar, a partir destes
valores, que a contribuição da área urbanizada (representada por BE-5 em T4 e BE-6
em T5) incrementaria sobremaneira os picos de vazão (isto é, em um mesmo evento,
haveria um grande acréscimo no valor da vazão que passa em E4 relativamente ao
Ponto de Controle MMSC, o qual apresentou um decréscimo de valor relativamente às
simulações sem medidas estruturais (de 117,82 m3/s para 24,90 m3/s). Quanto ao valor
do pico de vazão para a junção entre o Gregório e o Simeão, o valor seria de 37,34 m3/s
para TR de 50 anos, valor menor que a vazão da capacidade do trecho, 50,00 m3/s.
Em relação às chuvas de duração de 60 minutos, a análise é semelhante. O
cenário – em E4 - de Qmáx (TR=15 anos) = 8,31 m3/s e Qmáx (TR=50anos) ≈ 22,97 m3/s,
picos que seriam alcançados em cerca de 80 minutos após o início do evento. A vazão
de pico em E5 para TR de 05 anos estaria em torno de 4,03 m3/s e para TR de 50 anos,
de cerca de 8,37 m3/s (pequeno acréscimo de vazão para um grande acréscimo do valor
“Previsão de Enchentes para o Plano Diretor de Drenagem Urbana de São Carlos (PDDUSC) na Bacia Escola do Córrego 160
do Gregório” Regina Mambeli Barros (SHS-EESC/USP) – Cap.5 Resultados e Análise

de TR), em 50 minutos desde o início do evento. Em E5, a partir dos 50 minutos do


início do evento até 130 minutos a vazão permanece praticamente constante, indicativo
da capacidade de regularização da vazão no canal. No Ponto de Controle MMSC, estes
valores, também alcançados em 50 minutos desde o início do evento, seriam de
aproximadamente 19,52 m3/s, para TR de 15 anos e de cerca de 27,16 m3/s (um grande
decréscimo de pico de vazão, isto é, sem medidas seria de 129,79 m3/s) para TR de 50
anos. O valor do pico de vazão para a junção entre o Gregório e o Simeão, o valor seria
de 40,61 m3/s para TR de 50 anos, respeitada a capacidade limite de vazão do trecho,
isto é, 50,00 m3/s.
Os valores nulos de inundação observados nestas simulações mostram que o
reservatório da MEDIDA 1 poderia suportar acréscimo de vazão em E4 e reduzir o pico
de vazão tanto em MMSC como na junção entre o Gregório e o Simeão.

5.2.5.4.2. CLASS 5 - Medida 1

Na Figura 66 e tabelas 34 a 37, em simulação de chuva de 30 min de duração e


50 anos de período de retorno, seriam geradas vazões de 28,64 m3/s em E4, 7,66 m3/s
em E5 e 25,10 m3/s em MMSC (126,12 m3/s sem medidas estruturais): não ocorreriam
inundações na Rua Geminiano Costa. Para a junção entre os trechos canalizados do
Gregório e do Simeão, o pico de vazão teria o valor de 37,62 m3/s, acréscimo em
relação ao MMSC devido a estes trechos canalizados.
Em simulação de chuva de 60 min de duração e 50 anos de período de retorno,
seriam geradas vazões de 35,94 m3/s em E4, 10,28 m3/s em E5 e 27,43 m3/s (138,23
m3/s sem medidas estruturais) em MMSC, e não ocorreriam inundações na Rua
Geminiano Costa. Para a junção entre os trechos canalizados do Gregório e do Simeão o
pico de vazão alcançaria o valor de 40,87 m3/s, acréscimo em relação ao MMSC devido
a estes trechos canalizados. O valor do pico de vazão, de 40,87 m3/s, neste ponto crítico,
ainda seria inferior ao valor crítico de 50,00 m3/s
Conforme a discretização das Figuras 58a e 58b e observando as simulações
para diferentes TR (Tabela 43), é possível verificar que mesmo quando Qmáx >35,94m3/s
em E4, em E5 Qmáx seria < 10,28 m3/s, no MMSC ainda seria Qmáx < 27,43 m3/s, os
cenários previstos não gerariam inundações na Rua Geminiano Costa e sobre a Ponte da
rua Episcopal, cujos valores nulos dos volumes podem ser observados no Tabela 39.
“Previsão de Enchentes para o Plano Diretor de Drenagem Urbana de São Carlos (PDDUSC) na Bacia Escola do Córrego 161
do Gregório” Regina Mambeli Barros (SHS-EESC/USP) – Cap.5 Resultados e Análise

5.2.6. Simulações com a Medida Estrutural de Controle de Inundação 2


5.2.6.1. Vazões simuladas com o IPHS-1 - CLASS 4 – Medida 2
30 min TR 5 30 min TR 15 30 min TR 30 30 min TR 50 60 min TR 5 60 min TR 15 60 min TR 30 60 min TR 50

220 220

200 200

180 180

160 160

140 140
Vazão (m3/s)

Vazão (m3/s)
120 120

100 100

80 80

60 60

40 40

20 20

0 0
1 6 11 16 21 26 31 36 1 6 11 16 21 26 31 36
tempo (5 min) tempo (5 min)

30 min TR 5 30 min TR 15
60 min TR 5 60 min TR 15 60 min TR 30 60 min TR 50
30 min TR 30 30 min TR 50
220 220

200 200

180 180

160 160

140 140
Vazão (m3/s)

Vazão (m3/s)
120 120

100 100

80 80

60 60

40 40

20 20

0 0
1 6 11 16 21 26 31 36 1 6 11 16 21 26 31 36
tempo (5 min) tempo (5 min)

30 min TR 5 30 min TR 15 30 min TR 30 60 min TR 5 60 min TR 15 60 min TR 30

Vazão crítica 30 min TR 50 Vazão crítica 60 min TR 50


220 220

200 200

180 180

160 160

140 140
Vazão (m3/s)

Vazão (m3/s)

120 120

100 100

80 80

60 60

40 40

20 20

0 0
1 6 11 16 21 26 31 36 1 6 11 16 21 26 31 36
tempo (5 min) tempo (5 min)

30minTR5 30minTR15 capacidade


capacidade 60minTR2 60minTR5
30minTR30 30minTR50
220 60minTR15 60minTR30 60minTR50

200 220

200
180
180
160
160
140
Vazão (m3/s)

140
Vazão (m3/s)

120
120
100 100
80 80

60 60

40 40

20 20

0
0
1 6 11 16 21 26 31 36
1 6 11 16 21 26 31 36
intervalo de tempo (5 min)
intervalo de tempo (5 min)

Figura 67 - Simulações (CLASS 4- Medida 2) duração da chuva de 30 min.


(esquerda) e 60 min (direita), para diferentes tempo de retorno, na bacia do
Gregório nos postos de controle: E4 (superior), E5 (segundo), MMSC frente à
“Padaria Caiçara”(terceiro) e na junção entre o Gregório o e Simeão (inferior).
“Previsão de Enchentes para o Plano Diretor de Drenagem Urbana de São Carlos (PDDUSC) na Bacia Escola do Córrego 162
do Gregório” Regina Mambeli Barros (SHS-EESC/USP) – Cap.5 Resultados e Análise

5.2.6.2. Vazões simuladas com o IPHS-1 - CLASS 5– Medida 2


30 min TR 5 30 min TR 15 30 min TR 30 30 min TR 50 60 min TR 5 60 min TR 15 60 min TR 30 60 min TR 50

220 220

200 200

180 180

160 160

140 140
Vazão (m3/s)

Vazão (m3/s)
120 120

100 100

80 80

60 60

40 40

20 20

0 0
1 6 11 16 21 26 31 36 1 6 11 16 21 26 31 36
tempo (5 min) tempo (5 min)

30 min TR 5 30 min TR 15
60 min TR 5 60 min TR 15 60 min TR 30 60 min TR 50
30 min TR 30 30 min TR 50
220 220

200 200

180 180

160 160

140 140
Vazão (m3/s)

120 Vazão (m3/s) 120

100 100

80 80

60 60

40 40

20 20

0 0
1 6 11 16 21 26 31 36 1 6 11 16 21 26 31 36
tempo (5 min) tempo (5 min)

30 min TR 5 30 min TR 15 30 min TR 30 60 min TR 5 60 min TR 15 60 min TR 30

Vazão crítica 30 min TR 50 Vazão crítica 60 min TR 50


220 220

200 200

180 180

160 160

140 140
Vazão (m3/s)

Vazão (m3/s)

120 120

100 100

80 80

60 60

40 40

20 20

0 0
1 6 11 16 21 26 31 36 1 6 11 16 21 26 31 36
tempo (5 min) tempo (5 min)

30minTR5 30minTR15 capacidade


capacidade 60minTR2 60minTR5
30minTR30 30minTR50
220 60minTR15 60minTR30 60minTR50

200 220

200
180
180
160
160
140
Vazão (m3/s)

140
Vazão (m3/s)

120
120
100 100
80 80

60 60

40 40

20 20

0
0
1 6 11 16 21 26 31 36
1 6 11 16 21 26 31 36
intervalo de tempo (5 min)
intervalo de tempo (5 min)

Figura 68 - Simulações (CLASS 5- Medida 2) duração da chuva de 30 min.


(esquerda) e 60 min (direita), para diferentes tempo de retorno, na bacia do
Gregório nos postos de controle: E4 (superior), E5 (segundo), MMSC frente à
“Padaria Caiçara”(terceiro) e na junção entre o Gregório e o Simeão (inferior).
“Previsão de Enchentes para o Plano Diretor de Drenagem Urbana de São Carlos (PDDUSC) na Bacia Escola do Córrego 163
do Gregório” Regina Mambeli Barros (SHS-EESC/USP) – Cap.5 Resultados e Análise

5.2.6.3. Tabelas de Volumes – Medida 2

Tabela 40 – CLASS 5 -Medida 2 (Volumes calculados pelo IPHS-1).

CLASS 5
Evento Trecho Volume (m3) Duração (min)
TC3 45.16 30.00
30 min TR 5
TC2 NA NA
TC3 44.94 30.00
30 min TR 10
TC2 NA NA
TC3 44.15 30.00
30 min TR 15
TC2 NA NA
TC3 74.39 35.00
30 min TR 20
TC2 NA NA
TC3 102.55 35.00
30 min TR 25
TC2 NA NA
TC3 132.10 45.00
30 min TR 30
TC2 NA NA
TC3 241.87 50.00
30 min TR 50
TC2 NA NA

Medida 2
CLASS 5
Evento Trecho Volume (m3) Duração (min)
TC3 13.34 20.00
60 min TR 5
TC2 NA NA
TC3 42.67 35.00
60 min TR 10
TC2 NA NA
TC3 93.63 40.00
60 min TR 15
TC2 NA NA
TC3 141.53 45.00
60 min TR 20
TC2 NA NA
TC3 193.52 50.00
60 min TR 25
TC2 NA NA
TC3 239.94 55.00
60 min TR 30
TC2 NA NA
TC3 428.91 65.00
60 min TR 50
TC2 NA NA

5.2.6.4. Análise
Em razão da semelhança entre os hidrogramas obtidos em simulações para
CLASS 1 a CLASS 4, somente serão discutidos os valores de vazão simulados com
CLASS 4 e CLASS 5; os demais estão apresentados no Anexo G (Figuras G1 a G3).
Os valores de volume de inundação calculados em simulações realizadas com o
IPHS-1 contemplando a MEDIDA 2 apresentaram valores nulos para CLASS 4 e, por
esta razão, serão discutidos apenas os valores de inundação para CLASS 5. Para CLASS
1 a CLASS 3, somente para chuvas de projeto de TR de 50 anos e 60 minutos de
“Previsão de Enchentes para o Plano Diretor de Drenagem Urbana de São Carlos (PDDUSC) na Bacia Escola do Córrego 164
do Gregório” Regina Mambeli Barros (SHS-EESC/USP) – Cap.5 Resultados e Análise

duração apresentaram inundação em TC3, cujos valores podem ser apreciados no Anexo
H (Tabelas H1 a H3).

5.2.6.4.1. CLASS 4 - Medida 2

Na Figura 67 e nas tabelas 34 a 37, para o posto de controle E4, as simulações


para os diversos tempos de retorno (TR), com precipitações de duração de 30 minutos,
indicam que os picos de vazão ocorreriam aproximadamente entre 60 e 70 minutos após
o início dos eventos. Não ocorreria extravasamento no trecho canalizado sob a Rua
Geminiano Costa (TC3). Em E4, vazão Qmáx (TR =05 anos) ≈ 2,71 m3/s e Qmáx (TR =50
anos) ≈ 12,22 m3/s. No posto de controle E5, Qmáx (TR =50 anos) ≈ 17,81 m3/s,
reduzindo o volume inundado de 342,57 m3 (sem medidas estruturais) a um volume
nulo. Estes picos de vazão ocorreriam entre de 60 a 85 minutos após o início do evento,
situação conferida com os relatos dos comerciantes do MMSC. Em frente à Padaria
Caiçara (Ponto de Controle MMSC), há cenários de Qmáx (TR = 15 anos) ≈ 27,31 m3/s
(17,21 m3/s com Medida 1). Em Qmáx (TR = 50 anos) ≈ 39,45 m3/s aos 50 minutos após
o início do evento (126,12 m3/s sem medidas estruturais e 25,10 m3/s com Medida 1). É
possível notar, a partir destes valores, que também haveria a contribuição da área
urbanizada (representada por BE-5 em T4 e BE-6 em T5). Quanto ao valor do pico de
vazão para a junção entre o Gregório e o Simeão, o valor seria de 52,07 m3/s, para TR
de 50 anos, valor pouco maior que no MMSC, devido à contribuição do Simeão
canalizado.
Em relação às chuvas de duração de 60 minutos a análise é semelhante. O
cenário – em E4 - de Qmáx (TR=15 anos) = 8,25 m3/s e Qmáx (TR= 50 anos) ≈
23,29m3/s, picos alcançados em cerca de 85 minutos após o início do evento. A vazão
de pico em E5 para TR de 05 anos estaria em torno de 9,15 m3/s (sendo 4,03 m3/s com
Medida 1). Para TR de 50 anos seria de cerca de 26,06 m3/s, ressaltando-se que seria
também de 8,37 m3/s com Medida 1 (assim como na Medida 1, haveria um pequeno
acréscimo de vazão em relação ao grande acréscimo do valor de TR), entre 70 e 100
min desde o início do evento. No Ponto de Controle em MMSC, estes valores também
foram alcançados em 50 minutos desde o início do evento e seriam aproximadamente
para TR 05 anos de 23,87 m3/s (15,68 m3/s para Medida 1) e para TR de 50 anos seria
de cerca de 44,10 m3/s (40,61 m3/s com Medida 1), constituindo-se também em um
significativo decréscimo de pico de vazão, isto é, sem medidas seria de 129,79 m3/s para
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do Gregório” Regina Mambeli Barros (SHS-EESC/USP) – Cap.5 Resultados e Análise

TR de 50 anos. Quanto ao valor do pico de vazão para a junção entre o Gregório e o


Simeão, o valor seria de 57,36 m3/s para TR de 50 anos, o que ultrapassaria em 8,01m3/s
a capacidade limite de vazão no trecho.
Foi possível observar como a reservatório contemplado em MEDIDA 2 também
poderia suportar acréscimo de vazão em E4 e reduzir o pico de vazão tanto em MMSC
como na junção entre o Gregório e o Simeão. Assim, a MEDIDA 2, menos onerosa,
constituiria uma boa opção como medida estrutural de redução no valor de pico de
vazão em MMSC.

5.2.6.4.2. CLASS 5 - Medida 2

Na Figura 68 e nas tabelas 34 a 37, em simulação de chuva de 30 min de


duração e 50 anos de período de retorno, seriam geradas vazões de 28,64 m3/s em E4,
24,58 m3/s em E5 e 41,02 m3/s em MMSC (28,64 m3/s em E5, 7,66 m3/s em E5 e 25,10
m3/s em MMSC com Medida 1 e QMMSC=126,12 m3/s sem medidas estruturais) e,
ocorreriam inundações na Rua Geminiano Costa a partir de TR 05 anos (45,16 m3),
atingindo o valor de 241,87 m3 para TR de 50 anos. Para a junção entre os trechos
canalizados do Gregório e do Simeão, o pico de vazão alcançaria o valor de 55,11 m3/s,
acréscimo em relação ao MMSC devido a estes trechos canalizados e observando que
superaria em 5,11 m3/s o valor da capacidade do trecho de 50,00 m3/s.
Em simulação de chuva de 60 min de duração e 50 anos de período de retorno,
seriam geradas vazões de 35,94 m3/s em E4, 33,73 m3/s em E5 e 45,59 m3/s em MMSC
(35,94 m3/s em E4, 10,28 m3/s em E5 e 27,43 m3/s com Medida 1 e QMMSC=138,23 m3/s
sem medidas estruturais em MMSC), e ocorreriam inundações na Rua Geminiano Costa
por exemplo, para de TR 15 anos (93,63 m3), atingindo o valor de 428,91 m3 para TR de
50 anos. Para a junção entre os trechos canalizados do Gregório e do Simeão o pico de
vazão, seria obtido o valor de 58,01 m3/s, acréscimo em relação ao MMSC devido a
estes trechos canalizados. O valor do pico de vazão neste ponto crítico seria pouco
superior ao valor de 50 m3/s (em 8,01 m3/s) , isto é, capacidade do trecho.
Conforme a discretização das Figuras 58a e 58b e observando as simulações
para diferentes TR (Tabela 49), é possível verificar que quando há Qmáx > 2,19 m3/s em
E4, em E5 Qmáx seria < 7,77 m3/s, ou Qmáx < 53,10 m3/s no Ponto de Controle MMSC
(recebendo as contribuições representadas por BE-5 e BE-6), os cenários previstos
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do Gregório” Regina Mambeli Barros (SHS-EESC/USP) – Cap.5 Resultados e Análise

gerariam inundações na Rua Geminiano Costa, cujos valores dos volumes podem ser
observados no Tabela 40.
Em resumo, os valores de vazão para todos os cenários simulados não diferiram
entre CLASS 1, CLASS 2, CLASS 3 e CLASS 4. Por esta razão, doravante serão
apresentados os valores de cotas de descarga para CLASS 4 E CLASS 5,
respectivamente, para cenário atual e cenário para o Plano Diretor.
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do Gregório” Regina Mambeli Barros (SHS-EESC/USP) – Cap.5 Resultados e Análise

5.2.7. Cotas de descarga para os cenários simulados - IPHS-1 (MMSC)


5.2.7.1. CLASS 4 – Sem Medidas Estruturais

Cota de inundação TR -10


TR - 15 TR -20
TR -25 TR -30
Cota da vazão crítica TR - 50
TR - 5
4,50

4,00

3,50
Cotas de descarga (m)

3,00

2,50

2,00

1,50

1,00

0,50

0,00
1 6 11 16 21 26 31 36
intervalo de tempo (5 minutos)

Cota de inundação TR - 5
TR - 10 TR - 15
TR - 20 TR - 25
TR - 30 Cota da vazão crítica
TR - 2 TR - 50
4,50

4,00

3,50
Cotas de descarga (m)

3,00

2,50

2,00

1,50

1,00

0,50

0,00
1 6 11 16 21 26 31 36
intervalo de tempo (5 minutos)

Figura 69 – Cotas de descarga (CLASS 4 –Sem Medidas) calculadas por


extrapolação pelo Método de Stevens na Curva-chave no MMSC (superior: chuva
de duração de 30 min; inferior: chuva de duração de 60 min).
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5.2.7.2. CLASS 5 – Sem Medidas Estruturais

Cota de inundação TR - 15
TR -30 Cota da vazão crítica
TR - 50 TR - 5
4,50

4,00

3,50
Cotas de descarga (m)

3,00

2,50

2,00

1,50

1,00

0,50

0,00
1 6 11 16 21 26 31 36
intervalo de tempo (5 minutos)

Cota de inundação TR - 5
TR - 15 TR - 30
Cota da vazão crítica TR - 2
TR - 50
4,50

4,00

3,50
Cotas de descarga (m)

3,00

2,50

2,00

1,50

1,00

0,50

0,00
1 6 11 16 21 26 31 36
intervalo de tempo (5 minutos)

Figura 70 – Cotas de descarga (CLASS 5-Sem Medidas) calculadas por


extrapolação pelo Método de Stevens na Curva-chave no MMSC (superior: chuva
de duração de 30 min; inferior: chuva de duração de 60 min).
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5.2.7.3. CLASS 4– Medida 1


Cota de inundação TR - 5
TR - 15 TR -30
Cota da vazão crítica TR - 50
4.50

4.00

3.50
Cotas de descarga (m)

3.00

2.50

2.00

1.50

1.00

0.50

0.00
1 6 11 16 21 26 31 36
intervalo de tempo (5 minutos)

Cota de inundação TR - 5
TR - 15 TR - 30
Cota da vazão crítica 60 min TR 2
TR - 50
4.50

4.00

3.50
Cotas de descarga (m)

3.00

2.50

2.00

1.50

1.00

0.50

0.00
1 6 11 16 21 26 31 36
intervalo de tempo (5 minutos)

Figura 71– Cotas de descarga (CLASS 4 –Medida 1) calculadas por extrapolação


pelo Método de Stevens na Curva-chave no MMSC (superior: chuva de duração de
30 min; inferior: chuva de duração de 60 min).
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5.2.7.4. CLASS 5 – Medida 1


Cota de inundação TR - 5
TR - 15 TR -30
Cota da vazão crítica TR - 50
4,50

4,00

3,50
Cotas de descarga (m)

3,00

2,50

2,00

1,50

1,00

0,50

0,00
1 6 11 16 21 26 31 36
intervalo de tempo (5 minutos)

Cota de inundação TR - 5
TR - 15 TR - 30
Cota da vazão crítica 60 min TR 2
TR - 50
4,50

4,00

3,50
Cotas de descarga (m)

3,00

2,50

2,00

1,50

1,00

0,50

0,00
1 6 11 16 21 26 31 36
intervalo de tempo (5 minutos)

Figura 72– Cotas de descarga (CLASS 5-Medida 1) calculadas por extrapolação


pelo Método de Stevens na Curva-chave no MMSC (superior: chuva de duração de
30 min; inferior: chuva de duração de 60 min).
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5.2.7.5. CLASS 4– Medida 2

Cota de inundação TR - 5
TR - 15 TR -30
Cota da vazão crítica TR - 50
4,50

4,00

3,50
Cotas de descarga (m)

3,00

2,50

2,00

1,50

1,00

0,50

0,00
1 6 11 16 21 26 31 36
intervalo de tempo (5 minutos)

Cota de inundação TR - 5
TR - 15 TR - 30
Cota da vazão crítica TR - 2
TR - 50
4,50

4,00

3,50
Cotas de descarga (m)

3,00

2,50

2,00

1,50

1,00

0,50

0,00
1 6 11 16 21 26 31 36
intervalo de tempo (5 minutos)

Figura 73– Cotas de descarga (CLASS 4 – Medida 2) calculadas por extrapolação


pelo Método de Stevens na Curva-chave no MMSC (superior: chuva de duração de
30 min; inferior: chuva de duração de 60 min).
“Previsão de Enchentes para o Plano Diretor de Drenagem Urbana de São Carlos (PDDUSC) na Bacia Escola do Córrego 172
do Gregório” Regina Mambeli Barros (SHS-EESC/USP) – Cap.5 Resultados e Análise

5.2.7.6. CLASS 5 – Medida 2


Cota de inundação TR - 5
TR - 15 TR -30
Cota da vazão crítica TR - 50
4,50

4,00

3,50
Cotas de descarga (m)

3,00

2,50

2,00

1,50

1,00

0,50

0,00
1 6 11 16 21 26 31 36
intervalo de tempo (5 minutos)

Cota de inundação TR - 5
TR - 15 TR - 30
Cota da vazão crítica 60 min TR 2
TR - 50
4,50

4,00

3,50
Cotas de descarga (m)

3,00

2,50

2,00

1,50

1,00

0,50

0,00
1 6 11 16 21 26 31 36
intervalo de tempo (5 minutos)

Figura 74– Cotas de descarga (CLASS 5-Medida 2) calculadas por extrapolação


pelo Método de Stevens na Curva-chave no MMSC (superior: chuva de duração de
30 min; inferior: chuva de duração de 60 min).
“Previsão de Enchentes para o Plano Diretor de Drenagem Urbana de São Carlos (PDDUSC) na Bacia Escola do Córrego do Gregório” Regina Mambeli Barros (SHS-EESC/USP) – Cap.5 Resultados e 173
Análise

5.2.8. Resumo dos cenários de inundação

Tabela 41 – Cotas para Mapeamento – Sem Medidas Estruturais

Sem Medidas Estruturais


Intervalo de tempo
Duração (min) Nível d´água (m) Cota (m) TR (anos) Área inundada (km2) Cota acima calçada (m) Volume (m3)
de até
NA NA NA NA NA 15 NA NA NA
NA NA NA NA NA 20 NA NA NA
30 NA NA NA NA NA 25 NA NA NA
NA NA NA NA NA 30 NA NA NA
CLASS 4

8.8 10.2 7 3.93 802.23 50 0.2335 0.13 3447


NA NA NA NA NA 15 NA NA NA
NA NA NA NA NA 20 NA NA NA
60 NA NA NA NA NA 25 NA NA NA
8.8 10.2 7 3.87 802.17 30 0.2322 0.07 0
8.8 11.2 12 4.02 802.32 50 0.2353 0.22 12795
NA NA NA NA NA 20 NA NA NA
NA NA NA NA NA 25 NA NA NA
30
NA NA NA NA NA 30 NA NA NA
CLASS 5

8.8 11.2 12 3.89 802.19 50 0.2327 0.09 8634


NA NA NA NA NA 15 NA NA NA
NA NA NA NA NA 20 NA NA NA
60 NA NA NA NA NA 25 NA NA NA
9.8 10.2 2 3.83 802.13 30 0.2314 0.03 2925
8.8 12.2 17 3.98 802.28 50 0.2350 0.18 23916

Nota : Na – Não aplicável


“Previsão de Enchentes para o Plano Diretor de Drenagem Urbana de São Carlos (PDDUSC) na Bacia Escola do Córrego 174
do Gregório” Regina Mambeli Barros (SHS-EESC/USP) – Cap.5 Resultados e Análise

5.2.8.1. Análise

Para melhor visualização dos gráficos das figuras 71 a 75, serão apresentados
somente os valores de vazão obtidos para TR de 05, 15, 30 e 50 anos para chuvas de 30
min de duração, incluído TR de 02 anos para a vazão na junção entre os Córregos do
Gregório e o Simeão canalizados.
Como, para o cálculo da cota de inundação foram utilizadas as extrapolações
obtidas através do método de Stevens, aqui serão discutidos apenas estes resultados. No
MMSC, em CLASS 4 –Sem Medidas, observou-se que para chuvas de 30 min de
duração e TR a partir de 50 anos, ocorreria extravasamento da calha, com valores de
cota de 3,93 metros para TR de 50 anos com duração seria de 7 min (TR 50 anos). Para
chuvas de 60 min de duração, a partir de TR de 20 anos, observou-se extravasamento da
calha em MMSC, com valores de cotas de 3,87 metros a 4,02 metros (TR 20 anos e TR
50 anos, respectivamente), com durações de 07 (TR 20 anos) a 12 min (TR 50 anos).
Em MMSC, em CLASS 5 –Sem Medidas, observou-se que para chuvas de 30
min de duração e TR a partir de 50 anos, ocorreria extravasamento da calha, com
valores de cota de 3,89 metros para TR de 50 anos. A duração seria de 12 min (TR 50
anos). Para chuvas de 60 min de duração, a partir de TR de 30 anos, observou-se
extravasamento da calha em MMSC, com valores de cotas de 3,83 metros a 3,98 metros
(TR 30 anos e TR 50 anos, respectivamente), com durações de 02 (TR 30 anos) a 17
min (TR 50 anos).
No MMSC, em CLASS 4 – Medida 1, observou-se que para chuvas de 30 min
de duração não ocorreria extravasamento da calha. Para chuvas de 60 min de duração, a
partir de TR de 50 anos, haveria extravasamento da calha em MMSC, com valores de
cotas de 3,87 metros (TR 50 anos), com duração de 1,2 min (TR 50 anos).
No MMSC, em CLASS 5 – Medida 1, observou-se que para chuvas de 30 min
de duração não ocorreria extravasamento da calha. Para chuvas de 60 min de duração, a
partir de TR de 50 anos, ocorreria extravasamento da calha em MMSC, com valores de
cotas de 3,87 metros (TR 50 anos), com duração de 1,2 min (TR 50 anos).
No MMSC, em CLASS 4 – Medida 2, observou-se que para chuvas de 30 min
de duração não ocorreria extravasamento da calha. Para chuvas de 60 min de duração, a
partir de TR de 50 anos, aconteceria extravasamento da calha em MMSC, com valores
de cotas de 3,96 metros (TR 50 anos), com duração de 02 min (TR 50 anos).
“Previsão de Enchentes para o Plano Diretor de Drenagem Urbana de São Carlos (PDDUSC) na Bacia Escola do Córrego 175
do Gregório” Regina Mambeli Barros (SHS-EESC/USP) – Cap.5 Resultados e Análise

No MMSC, em CLASS 5 – Medida 2, observou-se que para chuvas de 30 min


de duração não ocorreria extravasamento da calha. Para chuvas de 60 min de duração, a
partir de TR de 50 anos, ocorreria extravasamento da calha em MMSC, com valores de
cotas de 3,96 metros (TR 50 anos), com duração de 02 min (TR 50 anos).

5.2.9. Avaliação quantitativa das medidas estruturais


5.2.9.1. Redução no Volume de Inundação
5.2.9.1.1. Redução no Volume de Inundação - CLASS 4
100,00%

90,00%

80,00%

70,00%
Redução (%)

60,00%
Medida 1
50,00%
Medida 2
40,00%

30,00%

20,00%

10,00%

0,00%
TC3 TC2 TC3 TC2 TC3 TC2 TC3 TC2 TC3 TC2 TC3 TC2 TC3 TC2
30 min TR 30 min TR 30 min TR 30 min TR 30 min TR 30 min TR 30 min TR
5 10 15 20 25 30 50
Evento de Projeto / Trecho

100,00%

90,00%

80,00%

70,00%
Redução (%)

60,00%
Medida 1
50,00%
Medida 2
40,00%

30,00%

20,00%

10,00%

0,00%
Simeão
TC3

TC2

TC3

TC2

TC3

TC2

TC3

TC2

TC3

TC2

TC3

TC2

TC3

TC2

TC3

TC2

TC1

60 min 60 min 60 min 60 min 60 min 60 min 60 min TR 60 min TR


TR 2 TR 5 TR 10 TR 15 TR 20 TR 25 30 50
Evento de Projeto / Trecho

Figura 75–Redução no Volume de inundação (CLASS 4) calculadas pelo IPHS-1


no MMSC (superior: chuva de duração de 30 min; inferior: chuva de duração de
60 min).
“Previsão de Enchentes para o Plano Diretor de Drenagem Urbana de São Carlos (PDDUSC) na Bacia Escola do Córrego 176
do Gregório” Regina Mambeli Barros (SHS-EESC/USP) – Cap.5 Resultados e Análise

5.2.9.1.2. Redução no Volume de Inundação - CLASS 5

100,00%

90,00%
Redução no Volume de Inundação (%)

80,00%

70,00%

60,00%
Medida 1
50,00%
Medida 2
40,00%

30,00%

20,00%

10,00%

0,00%
TC3 TC2 TC3 TC2 TC3 TC2 TC3 TC2 TC3 TC2 TC3 TC2 TC3 TC2
30 min TR 5 30 min TR 10 30 min TR 15 30 min TR 20 30 min TR 25 30 min TR 30 30 min TR 50

Evento / Trecho

100,00%

90,00%
Redução do Volume de Inundação (%)

80,00%

70,00%

60,00%
Medida 1
50,00%
Medida 2
40,00%

30,00%

20,00%

10,00%

0,00%
TC3

TC2

TC3

TC2

TC3

TC2

TC3

TC2

TC3

TC2

TC3

TC2

TC3

TC2
Simeão

Simeão

60 min TR 5 60 min TR 60 min TR 60 min TR 60 min TR 60 min TR 30 60 min TR 50


10 15 20 25

Evento / Trecho

Figura 76–Redução no Volume de inundação (CLASS 5) calculadas pelo IPHS-1


no MMSC (superior: chuva de duração de 30 min; inferior: chuva de duração de
60 min).
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5.2.9.1.3. Análise

Em chuvas com duração de 30 min (Figura 75-superior), para CLASS 4, para


todos os TR simulados e todos os trechos passíveis de inundação, as Medidas 1 e 2
teriam mesma eficiência de redução nos volumes de inundação (cujos valores
calculados através do software IPHS-1 estão apresentados nas tabelas 38 a 40). Em
todos os TR simulados para as chuvas de duração de 60 min (Figura 75-inferior), a
análise é semelhante, pois tanto na Medida 1 quanto na Medida 2 a eficiência de
redução seria a mesma para todos os cenários simulados, isto é, 100 % de redução no
volume de inundação
Em chuvas com duração de 30 min (Figura 76-superior), para CLASS 5, a partir
de TR 10 anos, a Medida 2 teria menor eficiência de redução nos volumes de inundação
(apresentados nas tabelas 39 a 48), em relação ao volume reduzido com Medida 1 para
os trechos estudados. Em TR 10 anos, seria de 76,13% para o trecho TC3 – Rua
Geminiano Costa (Medida 2) ao passo que 100% seria reduzido com Medida 1. Porém,
para TR de 50 anos, essa diferença seria para 86,53% para o mesmo trecho TC3
(Medida 2) e 100% (Medida 1). No entanto, a redução no volume de inundação no
trecho TC2 (sob a ponte reformada em frente à Padaria Caiçara) ambas as medidas
teriam redução de 100%.
Em chuvas com duração de 60 min (Figura 76-inferior), para CLASS 5, a partir
de TR 10 anos, a Medida 2 teria menor eficiência de redução nos volumes de inundação
(apresentados nas tabelas 38 a 40), em relação ao volume reduzido com Medida 1 para
os trechos estudados. Em TR 10 anos seria de 83,32% para o trecho TC3 – Rua
Geminiano Costa (Medida 2) ao passo que 100% seria reduzido com Medida 1. Porém,
para TR de 50 anos, essa diferença seria para 89,69% para o mesmo trecho TC3
(Medida 2) e 100% (Medida 1). No entanto, a redução no volume de inundação no
trecho TC2 (sob a ponte reformada em frente a Padaria Caiçara) ambas as medidas
teriam redução de 100%.
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do Gregório” Regina Mambeli Barros (SHS-EESC/USP) – Cap.5 Resultados e Análise

5.2.9.2. Delimitação das Áreas de Inundação


5.2.9.2.1. Sem Medidas Estruturais de Controle

0,2500
CLASS 4
0,2480
CLASS 5
0,2460
Área Inundada (km2)

0,2440

0,2420

0,2400

0,2380

0,2360
50; 0,2335000
0,2340

0,2320 50; 0,2327000


0,2300
5 10 15 20 25 30 35 40 45 50
Tempo de Retorno (TR, anos)

0,2500
CLASS 4
0,2480
CLASS 5
0,2460

0,2440
Área Inundada (km2)

0,2420

0,2400

0,2380
50; 0,2353
0,2360 50; 0,2350
0,2340
30; 0,2322
0,2320
30; 0,2314
0,2300
5 10 15 20 25 30 35 40 45 50
Tempo de Retorno (TR, anos)

Figura 77 – Área Inundada– Sem Medidas Estruturais em CLASS 4 e CLASS 5


(superior: chuva de 30 min; inferior: chuva de 60 min).
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5.2.9.3.Eficiência de Redução de Área Inundada

100.00%

90.00%

80.00%

70.00%
MEDIDA 1
Eficiência (%)

60.00%
MEDIDA 2
50.00%

40.00%

30.00%

20.00%

10.00%

0.00%
CLASS 1 CLASS 2 CLASS 3 CLASS 4 CLASS 5
cenário simulado

Figura 78 – Eficiência na Redução de Área Inundada (TR 50 anos e chuva com


duração de 60 min) de acordo com as Medidas Estruturais Simuladas.

5.2.9.3.1. Análise

Para chuvas com duração de 30 min (Figura 77-superior), Sem Medidas


Estruturais (Sem Medidas), em CLASS 4, a área inundada para TR de 50 anos seria de
0,2335 km2. Para chuvas com duração de 60 min (Figura 77-inferior), Sem Medidas
Estruturais (Sem Medidas), em CLASS 5, a área inundada para TR de 30 anos seria de
0,2332 km2, aumentado caso fosse inundada por uma precipitação de TR de 50 anos
(0,2353 km2). Nas chuvas de 60 minutos de duração, com TR de 30 anos, já haveria
inundação, e o valor de área inundável para TR de 50 anos para ambas durações (30 e
60 min) seria equivalente.
Para chuvas com duração de 60 min (Figura 77-inferior), Sem Medidas
Estruturais (Sem Medidas), em CLASS 4, a área inundada para TR de 50 anos seria de
0,2327 km2. Para chuvas com duração de 60 min (Figura 77-inferior), Sem Medidas
Estruturais (Sem Medidas), em CLASS 5, a área inundada para TR de 30 anos seria de
0,2314 km2, aumentado caso fosse inundada por uma precipitação de TR de 50 anos
(0,2350 km2).
Os mapeamentos oriundos destas análises estão disponíveis no Anexo J.
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• Na Figura 78, foi possível observar que a eficiência na redução da área


inundada para chuvas com TR de 50 anos e duração de 60 min para todas
as classificações (CLASS 1 a CLASS 5) são muito bem reduzidos pela
aplicação das duas medidas , 1 e 2, ou seja, de 100% para todos estes
estágios.

5.3. Modelo Distribuído - HIDRORAS

A Figura 79 apresenta a tendência de escoamento superficial pelas vias urbanas


para o caso de CLASS 5 - TR 50 anos - duração da chuva de 60 minutos. É uma
imagem obtida a partir de simulação com o modelo distribuído HIDRORAS.

Figura 79 – Imagem da drenagem oriunda de simulação com o Modelo


Distribuído.
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5.3.1. Calibração e validação do modelo distribuído HIDRORAS.

intervalo de tempo (5 min)


1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17
40.00
0
0 0 Observado
0,1
0,2 35.00 Simulado
0,5 0,4
0,5
0,6 0,6
1 30.00

1,5 25.00

V az ão (m 3/s)
Precipitação (mm)

1,6 1,6
2
20.00

2,5
15.00

3 2,8
2,9
10.00
3,5
3,5 5.00
4
4,1 0.00
4,2
4,5 4,3 1 3 5 7 9 11 13 15 17

intervalo de tempo (5 min)


4,7
5

Figura 80 – Calibração para o modelo distribuído evento de 06/02/00 – esquerda:


precipitação; direita: hidrogramas calculado e observado.
intervalo de tempo ( 5 min)
11

13

15

17

19

21

23

25

27

29

31

33

35
1

0,00 18,00
Observado
0,100,10 0,10 0,10 0,10 0,10 0,10 0,10
0,20 Simulado
0,50 0,40 0,30 0,10 0,10 0,10 0,20 16,00
0,60 0,40 0,70
1,00
0,90 14,00
1,10
1,30
1,60 12,00
1,60
2,00
Vazão (m3/s)
Precipitação (mm)

1,70
10,00

3,00 8,00

6,00

4,00 4,00

2,00
5,00
0,00
5,20
1 6 11 16 21
6,00 intervalo de tempo (5 min)

Figura 81 – Calibração para o modelo distribuído evento de 01/02/00 – esquerda:


precipitação; direita: hidrogramas calculado e observado.
intervalo de tempo (5 min)
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23
0,00 9,00
Observado
Simulado
8,00
0,20
7,00
0,40
6,00
Vazão (m3/s)
Precipitação (mm)

0,60 5,00
0,65

0,80 4,00
0,82
0,85
0,90 0,89 3,00
0,92
1,00 0,95 0,95
0,97
1,00 0,99 0,98
1,02
1,07 1,07 2,00
1,11 1,12 1,12
1,20
1,23 1,23 1,22 1,00
1,27

1,40
1,42 0,00
1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23
1,60 intervalo de tempo (5 min)

Figura 82 – Calibração para o modelo distribuído evento de 11/02/00 – esquerda:


precipitação; direita: hidrogramas calculado e observado.
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do Gregório” Regina Mambeli Barros (SHS-EESC/USP) – Cap.5 Resultados e Análise

intervalo de tempo (5 min)

11
13
15
17
19
21
23
25
27
29
31
33
35
37
39
41
43
45
47
49
70
1
3
5
7
9
0,00 Observado
Simulado
0,3 0,3 0,2 60
1,00
0,4
2,00 1,5
1,6 50
3,00

Vazão (m3/s)
Precipitação (mm)

3,2 40
4,00
4
5,00 4,6 4,6 30
5
6,00
20
7,00
6,9
8,00 10

9,00
0
9,2
10,00 0 10 20 30 40 50
intervalo de tempo (5 min)

Figura 83 – Validação para o modelo distribuído evento de 30/01/04– esquerda:


precipitação; direita: hidrogramas calculado e observado.

Para eventos de precipitações maiores (como a de 30/01/2004, P=41,8 mm e i=


7,03 mm h ), o modelo distribuído HIDRORAS alcançou valores bons, embora já tenha
sido fornecido calibrado para esta bacia, novamente foi calibrado (Figuras 81 a 83)
muito bem validado para um evento maior como em 30/01/04 (Figura 83).

5.3.2. Análise de Sensibilidade

5.3.2.1.Condutividade Hidráulica Saturada

Para o modelo distribuído, a imagem de condutividade hidráulica saturada foi


reclassificada no IDRISI 32®, variando-se os seus parâmetros com um acréscimo de
20% (denominada COND 2) e decréscimo de 20% (COND 3). O modelo, para esta
bacia, nestas condições não apresentou sensibilidade a esta variação conforme
apresentado no gráfico da Figura 84. A seguir, foi verificada a sensibilidade do
parâmetro de condutividade hidráulica saturada, variando-se os seus parâmetros com
um acréscimo de 100% (denominada COND 2) e decréscimo de 100% (COND 3). Para
esta sub-bacia urbana, o modelo apresentou (Figura 85). Nestas condições, avaliou-se
que, para precipitações com TR pequenos (TR 05 anos) foram pequenas as variações
nos volumes dos hidrogramas. A diferença percentual entre os volumes dos hidrogramas
resultantes em simulação com COND1 e COND2 (acréscimo de 100%) para chuvas de
duração de 30 min foi de 3,67% e para chuva de duração de 60 min foi de 3,72%. Esta
diferença aumenta na relação entre COND 1 e COND 3 (decréscimo de 100%) para
chuvas de duração de 30 min foi de 10,75% e para chuva de duração de 60 min foi de
9,78%.
“Previsão de Enchentes para o Plano Diretor de Drenagem Urbana de São Carlos (PDDUSC) na Bacia Escola do Córrego 183
do Gregório” Regina Mambeli Barros (SHS-EESC/USP) – Cap.5 Resultados e Análise

Em TR maiores (50 anos) as variações percentuais nos volumes dos


hidrogramas aumentam. Em chuvas de duração de 30 min a relação entre COND1 e
COND2 foi de 13,89% e para 60 min de duração foi de 12,34%; a relação entre COND1
e COND 3 para chuvas de duração de 30 min foi de 10,72% e para precipitações com
duração de 60 min, de 9,82%.
Também houve uma análise para este mesmo parâmetro relativamente ao fato
de se apresentar com valores distribuídos (COND 1) e constantes (COND 2) por toda a
bacia. De acordo com o gráfico da Figura 86, pode ser observado que, nestas condições,
o modelo não apresentou sensibilidade a esta variação.

220 220

200 200

180 180

160 160

Vazão no MMSC (m3/s)


Vazão no MMSC (M3/s)

140 140
COND 1 30minTR5 COND 1 60minTR5
COND 1 30minTR50 COND 1 60minTR50
120 120
COND 2 30minTR5 COND 2 60minTR5
COND 2 30minTR50 COND 2 60minTR50
100 100
COND3 30minTR5 COND3 60minTR5
COND3 30minTR50 COND 3 60minTR50
80 80

60 60

40 40

20 20

0 0
1 6 11 16 21 26 31 36 1 6 11 16 21 26 31 36
intervalo de tempo (5 min) intervalo de tempo (5 min)

Figura 84 – Análise de sensibilidade para a condutividade hidráulica


saturada – Variação de 20 % (esquerda: chuva de 30 min; direita: chuva de 60
min).

220 220
200 200
180 180
Vazão no MMSC (m3/s)
Vazão no MMSC (M3/s)

160 160
140 COND 1 30minTR5 140 COND 1 60minTR5
COND 1 30minTR50 COND 1 60minTR50
120 COND 2 30minTR5
120 COND 2 60minTR5
COND 2 30minTR50 COND 2 60minTR50
100 COND3 30minTR5
100 COND3 60minTR5
COND 3 60minTR50
80 COND3 30minTR50 80
60 60
40 40
20 20
0 0
1 11 21 31 1 11 21 31
intervalo de tempo (5 min) intervalo de tempo (5 min)

Figura 85 – Análise de sensibilidade para a condutividade hidráulica saturada –


Variação de 100 % (esquerda: chuva de 30 min; direita: chuva de 60 min).
“Previsão de Enchentes para o Plano Diretor de Drenagem Urbana de São Carlos (PDDUSC) na Bacia Escola do Córrego 184
do Gregório” Regina Mambeli Barros (SHS-EESC/USP) – Cap.5 Resultados e Análise

220 220

200 200

180 180

160 160

Vazão no MMSC (m3/s)


Vazão no MMSC (M3/s)

140 140
COND 1 30minTR5 COND 1 60minTR5
120 120
COND 1 30minTR50 COND 1 60minTR50
COND 2 30minTR5 COND 2 60minTR5
100 100
COND 2 30minTR50 COND 2 60minTR50

80 80

60 60

40 40

20 20

0 0
1 6 11 16 21 26 31 36 1 6 11 16 21 26 31 36
intervalo de tempo (5 min) intervalo de tempo (5 min)

Figura 86 – Análise de sensibilidade para a condutividade hidráulica


saturada – distribuída x constante (esquerda: chuva de 30 min; direita: chuva de
60 min).
Além da análise de sensibilidade quanto à variação do parâmetro
condutividade hidráulica saturada COND 1 com acréscimo (COND 2) e decréscimo de
20% (COND 3) e com valor constante (COND 2), também foi realizada simulação no
modelo distribuído com CLASS 6 (tabela 15) e COND 4 (tabela 42 e Figura 87), como
uma sugestão de medida não-estrutural de controle de inundação para o PDDUSC.

Figura 87 – Arquivo raster da condutividade hidráulica saturada COND


4.
“Previsão de Enchentes para o Plano Diretor de Drenagem Urbana de São Carlos (PDDUSC) na Bacia Escola do Córrego 185
do Gregório” Regina Mambeli Barros (SHS-EESC/USP) – Cap.5 Resultados e Análise

Tabela 42 – Área para cada valor de condutividade hidráulica COND 1 e


COND4.
Área (km2)
Condutividade Hidráulica (mm/h)
COND 1 COND 4
15 3.03 2.45
20 7.87 6.78
30 7.78 9.45

COND 1 30minTR5 COND 1 30minTR50 COND 1 60minTR5 COND 1 60minTR50

COND 4 30minTR5 COND 4 30minTR50 COND 2 60minTR5 COND 2 60minTR50

220 220

Vazão no MMSC (m3/s)


200 200
Vazão no MMSC (M3/s)

180 180
160 160
140 140
120 120
100 100
80 80
60 60
40 40
20 20
0 0
1 5 9 13 17 21 25 29 33 37
1 5 9 13 17 21 25 29 33 37
tempo (5 min) tempo (5 min)

Figura 88 – Análise de sugestão de medida não-estrutural para PD com


aumento da condutividade hidráulica saturada e de áreas permeáveis (CLASS 6).

A Figura 88 apresenta os valores obtidos para a simulação da sugestão de


medida não-estrutural para o PDDUSC, ambos com acréscimo de áreas permeáveis
(tabela 15) e aumento das áreas com maio infiltração (tabela 42). É possível observar
que com este cenário para chuvas de duração de 30 minutos e TR 05 anos o pico de
vazão em MMSC seria reduzido de 80,93 m3/s aos 55 minutos para 41,34 m3/s aos 65
minutos do início do evento. Para TR de 50 anos estes valores seriam, respectivamente,
172,81 m3/s aos 55 minutos para 134,47 m3/s aos 60 minutos.
Em chuvas de 60 minutos de duração os valores seriam de 90,58 m3/s aos 55
minutos para 48,46 m3/s aos 65 minutos do início do evento (TR 05 anos) e para TR de
50 anos estes valores seriam, respectivamente, 184,23 m3/s aos 55 minutos para 144,63
m3/s aos 60 minutos.
As reduções de pico de vazão para chuvas de 30 minutos estariam
aproximadamente entre 48,93% (TR-05 anos) e 22,18 % (TR 50 anos) e para chuvas de
60 minutos estariam em torno de 46,50 % (TR-05 anos) e 21,50 % (TR 50 anos).
Constitui-se esta medida não-estrutural de redução de inundação, como uma boa medida
“Previsão de Enchentes para o Plano Diretor de Drenagem Urbana de São Carlos (PDDUSC) na Bacia Escola do Córrego 186
do Gregório” Regina Mambeli Barros (SHS-EESC/USP) – Cap.5 Resultados e Análise

atenuante de enchentes, a qual poderia estar incluída no novo PDSC através de


zoneamento.

5.3.2.2.Rugosidade

Para o modelo distribuído, a imagem de rugosidade foi reclassificada no


IDRISI 32®, variando-se os seus parâmetros em 20 %. Isso foi feito a fim de se analisar
a sensibilidade do modelo à variação do valor na distribuição espacial do parâmetro. O
modelo, para esta bacia, nestas condições não apresentou sensibilidade a esta variação,
conforme apresentado no gráfico da Figura 89, observando que RUG 1 (sem o
acréscimo de 20%) e RUG 2 (imagem com os valores acrescidos em 20%).
220 220

200 200

180 180

160 160
Vazão no MMSC (m3/s)
Vazão no MMSC (M3/s)

140 140
RUG 1 30minTR5 RUG 1 60minTR5
120 120
RUG 1 30minTR50 RUG 1 60minTR50
RUG 2 30minTR5 RUG 2 60minTR5
100 100
RUG 2 30minTR50 RUG 2 60minTR50

80 80

60 60

40 40

20 20

0 0
1 6 11 16 21 26 31 36 1 6 11 16 21 26 31 36
intervalo de tempo (5 min) intervalo de tempo (5 min)

Figura 89 – Análise de sensibilidade para a rugosidade – Variação de 20%


(esquerda: chuva de 30 min; direita: chuva de 60 min).

Talvez esta invariância da resposta do modelo possa ser atribuída ao fato de nesta
bacia pequena com boa resolução de pixels (10 m x 10 m), os valores dos parâmetros
comportarem-se como valores médios. Silva (2003) também constatou que para esta
mesma bacia, foi possível reproduzir hidrogramas observados adotando-se valores
irreais de rugosidade; no entanto, segundo o autor, isto teria sentido somente para bacias
monitoradas. Em outras simulações com outros cenários em outras bacias, valores como
condutividade saturada e rugosidade devem ser avaliados quanto ao seu grau de
influência nos resultados das simulações.
“Previsão de Enchentes para o Plano Diretor de Drenagem Urbana de São Carlos (PDDUSC) na Bacia Escola do Córrego 187
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5.3.3. Vazões simuladas com o modelo HIDRORAS


5.3.3.1.Picos de Vazão com o Modelo Distribuído HIDRORAS

Tabela 43 – Picos de Vazão com o modelo distribuído para TR de 05 anos.


Sem Medidas Estruturais
30 minutos 60 minutos
Impermeabilização
CLASS 1 CLASS 2 CLASS 3 CLASS 4 CLASS 5 CLASS 1 CLASS 2 CLASS 3 CLASS 4 CLASS 5
3
Q (m /s) 35.89 43.62 44.87 41.21 53.37 37.18 47.45 48.71 44.93 58.08
TR (anos) 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5
tinstante (min) 45 50 50 50 50 50 50 50 50 50
3
Q (m /s) 42.31 46.68 47.88 48.07 55.40 44.17 50.96 52.24 49.60 60.34
TR (anos) 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5
tinstante (min) 50 55 55 50 55 50 55 55 50 55
3
Q (m /s) 60.29 63.05 63.63 80.93 89.36 75.78 83.35 84.55 90.58 98.39
TR (anos) 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5
tinstante (min) 55 55 55 55 60 60 60 60 55 55
3
Q (m /s) 68.48 74.31 75.33 82.96 92.85 80.05 87.39 88.57 93.75 104.94
TR (anos) 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5
tinstante (min) 65 65 65 65 65 65 65 65 65 65

Tabela 44 – Picos de Vazão com o modelo distribuído para TR de 15 anos.


Sem Medidas Estruturais
30 minutos 60 minutos
Impermeabilização
CLASS 1 CLASS 2 CLASS 3 CLASS 4 CLASS 5 CLASS 1 CLASS 2 CLASS 3 CLASS 4 CLASS 5
3
Q (m /s) 53.61 66.24 67.73 62.83 78.93 58.30 71.51 72.89 68.64 84.27
E4 TR (anos) 15 15 15 15 15 15 15 15 15 15
tinstante (min) 45 50 50 50 50 50 50 50 50 50
3
Q (m /s) 55.52 70.66 72.08 68.93 81.06 64.03 76.81 78.36 73.65 89.92
E5 TR (anos) 15 15 15 15 15 15 15 15 15 15
tinstante (min) 45 50 50 50 50 50 55 55 55 55
3
Q (m /s) 94.69 106.10 108.16 118.03 129.51 110.49 119.28 120.69 126.19 139.26
MMSC TR (anos) 15 15 15 15 15 15 15 15 15 15
tinstante (min) 60 60 55 55 55 55 55 55 55 55
3
Q (m /s) 98.90 109.96 111.54 119.52 131.00 113.70 123.38 125.01 134.04 147.26
Junção TR (anos) 15 15 15 15 15 15 15 15 15 15
tinstante (min) 65 65 65 60 60 60 65 65 60 60

Tabela 45 – Picos de Vazão com o modelo distribuído para TR de 30 anos.


Sem Medidas Estruturais
30 minutos 60 minutos
Impermeabilização
CLASS 1 CLASS 2 CLASS 3 CLASS 4 CLASS 5 CLASS 1 CLASS 2 CLASS 3 CLASS 4 CLASS 5
3
Q (m /s) 74.54 88.59 90.33 85.20 102.50 81.64 94.65 96.42 91.65 109.49
E4 TR (anos) 30 30 30 30 30 30 30 30 30 30
tinstante (min) 50 50 45 50 45 50 45 45 50 45
3
Q (m /s) 81.99 94.54 96.32 90.34 105.99 87.74 102.37 103.85 99.33 116.53
E5 TR (anos) 30 30 30 30 30 30 30 30 30 30
tinstante (min) 50 50 50 50 50 55 55 55 55 55
3
Q (m /s) 120.52 134.95 136.71 149.13 164.24 142.22 154.73 156.50 158.60 175.23
MMSC TR (anos) 30 30 30 30 30 30 30 30 30 30
tinstante (min) 60 55 60 55 55 55 55 55 55 55
3
Q (m /s) 132.40 142.77 144.34 151.89 167.06 148.41 160.68 162.41 168.04 184.82
Junção TR (anos) 30 30 30 30 30 30 30 30 30 30
tinstante (min) 60 60 60 60 60 60 60 60 60 60
“Previsão de Enchentes para o Plano Diretor de Drenagem Urbana de São Carlos (PDDUSC) na Bacia Escola do Córrego 188
do Gregório” Regina Mambeli Barros (SHS-EESC/USP) – Cap.5 Resultados e Análise

Tabela 46 – Picos de Vazão com o modelo distribuído para TR de 50 anos.


Sem Medidas Estruturais
30 minutos 60 minutos
Impermeabilização
CLASS 1 CLASS 2 CLASS 3 CLASS 4 CLASS 5 CLASS 1 CLASS 2 CLASS 3 CLASS 4 CLASS 5
3
Q (m /s) 92.10 108.04 109.94 103.65 123.14 99.97 115.05 116.81 110.88 130.59
E4 TR (anos) 50 50 50 50 50 50 50 50 50 50
tinstante (min) 50 45 45 45 45 50 45 45 45 45
3
Q (m /s) 98.52 113.39 115.33 107.86 124.58 107.58 121.76 123.12 118.96 135.80
E5 TR (anos) 50 50 50 50 50 50 50 50 50 50
tinstante (min) 50 50 50 50 55 55 55 55 55 55
3
Q (m /s) 156.67 169.67 171.51 172.80 190.18 166.24 181.07 183.00 184.23 203.20
MMSC TR (anos) 50 50 50 50 50 50 50 50 50 50
tinstante (min) 55 55 55 55 55 55 55 55 55 60
3
Q (m /s) 157.32 170.02 171.82 178.44 193.37 174.16 188.68 190.60 195.37 212.61
Junção TR (anos) 50 50 50 50 50 50 50 50 50 50
tinstante (min) 60 60 60 55 60 60 60 60 45 60
“Previsão de Enchentes para o Plano Diretor de Drenagem Urbana de São Carlos (PDDUSC) na Bacia Escola do Córrego 189
do Gregório” Regina Mambeli Barros (SHS-EESC/USP) – Cap.5 Resultados e Análise

5.3.3.2 Hidrogramas resultantes com o modelo distribuído – CLASS 4

30minTR5 30minTR15 30minTR30 30minTR50 60minTR5 60minTR15 60minTR30 60minTR50

220 220

200 200

180 180

160 160

140 140

Vazão (m3/s)
Vazão (m3/s)

120 120

100 100

80 80
60 60
40 40
20 20
0 0
1 6 11 16 21 26 31 36 1 6 11 16 21 26 31 36
intervalo de tempo (5 min) intervalo de tempo (5 min)

30 min TR5 30minTR15 30minTR30 30minTR50


60 minTR5 60minTR15 60minTR30 60minTR50
220
220
200
200
180
180
160
160
140
Vazão (m3/s)

140

Vazão (m3/s)
120
120
100
100
80
80
60 60
40 40
20 20
0 0
1 6 11 16 21 26 31 36 1 6 11 16 21 26 31 36
intervalo de tempo (5 min) intervalo de tempo (5 min)

30minTR5 30minTR15 60minTR5 60minTR15


30minTR50 Vazão extravazamento 60minTR50 vazão extravazamento
30 min TR 30 60 min TR 30
220
220
200
200
180
180
160
160
140
Vazão (m3/s)

140
Vazão (m3/s)

120
120
100
100
80
80
60 60
40 40
20 20

0 0
1 6 11 16 21 26 31 36 1 6 11 16 21 26 31 36
intervalo de tempo (5 min) intervalo de tempo (5 min)

60minTR5 60minTR15
30minTR5 30minTR15 30minTR30
60minTR30 60minTR50
30minTR50 capacidade trecho 60minTR2 capacidade do trecho
220 220

200 200
180 180
160 160
140 140
Vazão (m3/s)
Vazão (m3/s)

120 120
100 100
80 80
60 60
40 40
20 20
0 0
1 6 11 16 21 26 31 36 1 6 11 16 21 26 31 36
intervalo de tempo (5 min) intervalo de tempo (5 min)

Figura 90 – Vazão em E4(superior), E5 (segundo), MMSC (terceiro) e na junção


entre o Gregório e o Simeão canalizado (inferior) chuva com duração de 30 min
(esquerda) e 60 min (direita) – Urbanização CLASS 4.
“Previsão de Enchentes para o Plano Diretor de Drenagem Urbana de São Carlos (PDDUSC) na Bacia Escola do Córrego 190
do Gregório” Regina Mambeli Barros (SHS-EESC/USP) – Cap.5 Resultados e Análise

30minTR5 30minTR15

30minTR30 30minTR50

Cota de extravazamento

4.50

4.00

3.50

Cota de descarga (m)


3.00

2.50

2.00

1.50

1.00

0.50

0.00
1 6 11 16 21 26 31 36
intervalo de tempo (5 min)

30 min TR 5 30 min TR 15
30 min TR 30 30 min TR 50
Cota de extravazamento
4,50

4,00

3,50
Cota de descarga (m)

3,00

2,50

2,00

1,50

1,00

0,50

0,00
1 6 11 16 21 26 31 36
intervalo de tempo (5 min)

Figura 91 – Cotas de descarga CLASS 4 (método de extrapolação de Stevens) para


E5 (superior) e MMSC (inferior) – Chuva de duração de 30 min.

60minTR5 60minTR15
60minTR30 60minTR50
60minTR2 Cota de extravazamento
4.50

4.00

3.50
Cota de descarga (m)

3.00

2.50

2.00

1.50

1.00

0.50

0.00
1 6 11 16 21 26 31 36
intervalo de tempo (5 min)

60 min TR 5 60 min TR 15
60 min TR 30 60 min TR 50
60 min TR 2 cota de extravazamento
4,50

4,00

3,50
Cota de descarga (m)

3,00

2,50

2,00

1,50

1,00

0,50

0,00
1 6 11 16 21 26 31 36
intervalo de tempo (5 minutos)

Figura 92– Cotas de descarga CLASS 4 (método de extrapolação de Stevens) para


E5 (superior) e MMSC (inferior) – Chuva de duração de 60 min.
“Previsão de Enchentes para o Plano Diretor de Drenagem Urbana de São Carlos (PDDUSC) na Bacia Escola do Córrego 191
do Gregório” Regina Mambeli Barros (SHS-EESC/USP) – Cap.5 Resultados e Análise

5.3.3.3.Hidrogramas resultantes com o modelo distribuído -CLASS 5

30minTR5 30minTR15 30minTR30 30minTR50 60minTR5 60minTR15 60minTR30 60minTR50

220 220

200 200

180 180

160 160

140 140

Vazão (m3/s)
Vazão (m3/s)

120 120

100 100

80 80
60 60
40 40
20 20
0 0
1 6 11 16 21 26 31 36 1 6 11 16 21 26 31 36
intervalo de tempo (5 min) intervalo de tempo (5 min)

30 min TR5 30minTR15 30minTR30 30minTR50


60 minTR5 60minTR15 60minTR30 60minTR50
220
220
200
200
180
180
160
160
140
Vazão (m3/s)

140

Vazão (m3/s)
120
120
100
100
80
80
60 60
40 40
20 20
0 0
1 6 11 16 21 26 31 36 1 6 11 16 21 26 31 36
intervalo de tempo (5 min) intervalo de tempo (5 min)

30minTR5 30minTR15 60minTR5 60minTR15


30minTR50 Vazão extravazamento 60minTR50 vazão extravazamento
30 min TR 30 60 min TR 30
220
220
200
200
180
180
160
160
140
Vazão (m3/s)

140
Vazão (m3/s)

120
120
100
100
80
80
60 60
40 40

20 20

0 0
1 6 11 16 21 26 31 36 1 6 11 16 21 26 31 36
intervalo de tempo (5 min) intervalo de tempo (5 min)

60minTR5 60minTR15
30minTR5 30minTR15 30minTR30
60minTR30 60minTR50
30minTR50 capacidade trecho 60minTR2 capacidade do trecho
220 220

200 200
180 180
160 160
140 140
Vazão (m3/s)
Vazão (m3/s)

120 120
100 100
80 80
60 60
40 40
20 20
0 0
1 6 11 16 21 26 31 36 1 6 11 16 21 26 31 36
intervalo de tempo (5 min) intervalo de tempo (5 min)

Figura 93 – Vazão em E4(superior), E5 (segundo), MMSC (terceiro) e na junção


entre o Gregório e o Simeão canalizado (inferior) chuva com duração de 30 min
(esquerda) e 60 min (direita) – Urbanização CLASS 5.
“Previsão de Enchentes para o Plano Diretor de Drenagem Urbana de São Carlos (PDDUSC) na Bacia Escola do Córrego 192
do Gregório” Regina Mambeli Barros (SHS-EESC/USP) – Cap.5 Resultados e Análise

30minTR5 30minTR15

30minTR30 30minTR50

Cota de extravazamento
4.50

4.00

3.50

Cota de descarga (m)


3.00

2.50

2.00

1.50

1.00

0.50

0.00
1 6 11 16 21 26 31 36
intervalo de tempo (5 min)

30 min TR 5 30 min TR 15

30 min TR 30 30 min TR 50

Cota de extravazamento
4,50

4,00

3,50
Cota de descarga (m)

3,00

2,50

2,00

1,50

1,00

0,50

0,00
1 6 11 16 21 26 31 36
intervalo de tempo (5 min)

Figura 94 – Cotas de descarga CLASS 5 (método de extrapolação de Stevens) para


E5 (superior) e MMSC (inferior) – Chuva de duração de 30 min.

60minTR5 60minTR15

60minTR30 60minTR50

60minTR2 Cota de extravazamento


4.50

4.00

3.50
Cota de descarga (m)

3.00

2.50

2.00

1.50

1.00

0.50

0.00
1 6 11 16 21 26 31 36
intervalo de tempo (5 min)

60 min TR 5 60 min TR 15

60 min TR 30 60 min TR 50

60 min TR 2 cota de extravazamento


4,50

4,00

3,50
Cota de descarga (m)

3,00

2,50

2,00

1,50

1,00

0,50

0,00
1 6 11 16 21 26 31 36
intervalo de tempo (5 minutos)

Figura 95– Cotas de descarga CLASS 5 (método de extrapolação de Stevens) para


E5 (superior) e MMSC (inferior) – Chuva de duração de 60 min.
“Previsão de Enchentes para o Plano Diretor de Drenagem Urbana de São Carlos (PDDUSC) na Bacia Escola do Córrego 193
do Gregório” Regina Mambeli Barros (SHS-EESC/USP) – Cap.5 Resultados e Análise

5.3.4. Análise comparativa entre os modelos distribuído e o concentrado

Como no IPHS-1, os valores de vazão obtidos para CLASS 1 a CLASS 4 não


diferiram muito, por esta razão são apresentados e discutidos somente os resultados para
simulações com CLASS 4 e CLASS 5. No Anexo I estão apresentados os resultados
com simulações com o modelo HIDRORAS em CLASS 1 a CLASS 3.

5.3.4.1. CLASS 4

No modelo HIDRORAS para as precipitações de duração de 30 minutos (Figura


90 - esquerda), em CLASS 4 na Estação E5, para os períodos de retorno de até TR 50
anos haveria extravasamento da calha (3,04 metros para TR 50 anos em E5, na Figura
91). Esta simulação (TR-50 anos) corresponderia à vazão de 107,86 m3/s em E5, aos 50
min e 103,65 m3/s em E4, aos 45 min (Tabela 46). Observou-se que os valores de vazão
não se alteraram muito entre as Estações, o que é justificável devido à proximidade.
Neste caso, as simulações entre os modelos distribuído e concentrado diferem bastante,
pois para o mesmo caso na tabela 37 e Figura 63-esquerda em TR 50 anos e CLASS 4,
sem medidas estruturais, QE4= 11,23 m3/s, QE5=37,31 m3/s e QMMSC=117,82 m3/s. No
modelo HIDRORAS, no MMSC, para TR de 15 anos, ocorreria uma vazão de 118,03
m3/s aos 55 min (Tabela 44), o que já extravasaria a calha, chegando até ao valor
172,80 m3/s para TR de 50 anos aos 55 min (Tabela 46). Estes valores para a junção
entre os trechos canalizados do Simeão e o Gregório, seriam, respectivamente, 119,52
m3/s aos 60 minutos (TR 15 anos na Tabela 44) e 178,44 m3/s em 60 min após o início
do evento (TR 50 anos na Tabela 46). No entanto, neste ponto crítico, a partir de TR de
05 anos, a vazão já ultrapassaria os 50,00 m3/s, capacidade do trecho, uma vez que o
pico seria em torno de 82,96 m3/s (Figura 90- esquerda).
Com o modelo distribuído, para as precipitações de duração de 60 minutos
(Figura 90 - direita), em CLASS 4 na Estação E5, a partir do período de retorno TR 50
anos, haveria extravasamento da calha (3,22 metros em E5, na Figura 92). Esta
simulação corresponderia à vazão de 118,96 m3/s em E5 aos 55 min e 110,88 m3/s, em
E4 aos 45 min (Tabela 46). As simulações entre os modelos distribuído e concentrado
também diferem bastante, pois para o mesmo caso com o uso do IPHS-1 TR-50 anos em
CLASS 4, QE4= 23,64 m3/s, QE5=44,72 m3/s e QMMMSC=129,79 m3/s (Tabela 37 e Figura
“Previsão de Enchentes para o Plano Diretor de Drenagem Urbana de São Carlos (PDDUSC) na Bacia Escola do Córrego 194
do Gregório” Regina Mambeli Barros (SHS-EESC/USP) – Cap.5 Resultados e Análise

63-direita). No MMSC, para TR de 30 anos na simulação com o modelo HIDRORAS,


ocorreria uma vazão de 158,60 m3/s, aos 55 min, o que já extravasaria a calha, atingindo
o valor de 184,23 m3/s para TR de 50 anos, aos 55 min. Estes valores para a junção
entre os trechos canalizados do Gregório e do Simeão seriam, respectivamente, 168,04
m3/s em 60 min após o início do evento (TR 30 anos) e 195,37 m3/s aos 45 minutos (TR
50 anos). No entanto, neste ponto crítico, a partir de TR de 02 anos, a vazão já
ultrapassaria os 50 m3/s, capacidade do trecho, uma vez que o pico seria em torno de
75,09 m3/s (Figura 90 – direita).
Na Figura 90 é possível observar que os hidrogramas resultantes das simulações
com o modelo HIDRORAS apresentam um comportamento hidrológico diferente dos
resultantes com o IPHS-1. São observadas as contribuições tardias (por volta dos 100
minutos após do início dos eventos) que, provavelmente, devem ser das áreas menos
permeáveis, localizadas na região do Córrego do Lazarini e do Sorregoti.
Enfim, para ambas as simulações com CLASS 4, 30 e 60 min, os valores de
vazão oriundos dos modelos concentrado e distribuído diferiram bastante, especialmente
entre E4 e E5. Tanto no IPHS-1 quanto no modelo distribuído HIDRORAS, os valores
entre E4 e E5 foram semelhantes entre si, porém com valores de picos de vazão maiores
com o modelo distribuído. Isto pode ser resultado nas alterações dos padrões de
escoamento alterados (Figura 79) devido à urbanização pois, no modelo distribuído é
considerado que o escoamento proveniente das áreas permeáveis e impermeáveis
contribuem para o escoamento nas ruas seguindo o caminho de maior declividade do
terreno. Assim, a consideração de sub-bacias em áreas urbanas, levando-se em
consideração somente as curvas de nível, pode levar à incertezas nos resultados. São
necessários observação e conhecimento em eventos de precipitação para analisar os
novos padrões de escoamento, devido à presença de urbanização e rede de galerias de
águas pluviais.
Por esta razão, os valores no MMSC não foram tão diferentes quanto em E4 e
E5, embora ainda menores no IPHS-1. Neste modelo, a alta dependência no valor CN
para o modelo de separação de escoamento SCS e o alto grau de incerteza inerente à
atribuição deste parâmetro podem explicar estas diferenças. Ainda, valores de
parâmetros como condutividade hidráulica saturada poderiam ser estimados a partir de
algumas observações de campo; porém como em SILVA (2003), por vezes para pontos
próximos, estes valores podem diferir bastante.
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do Gregório” Regina Mambeli Barros (SHS-EESC/USP) – Cap.5 Resultados e Análise

Logo, uma estimativa do valor do parâmetro da condutividade hidráulica de


determinada área ainda que pequena (dentro de um raio pequeno em torno do ponto da
amostra do ensaio de infiltração), com um valor médio, poderia em muito diferir da
realidade. Esta também é uma incerteza inerente a um modelo distribuído. Entretanto,
na análise de sensibilidade realizada neste estudo tanto para chuvas com 30 e 60 min de
duração e TR pequenos e grandes, alterações na imagem da condutividade hidráulica
saturada na variação de 20% do valor (Figura 84) e entre valores constantes e
distribuídos (Figura 85), não alteraram os valores de vazão da condutividade hidráulica
saturada. Deve ser ressaltado que isto pode ter sido neste caso específico. Em outras
bacias, deve ser realizado um estudo para conhecimento de quão sensível são os
parâmetros de entrada, bem como sua incerteza.

5.3.4.2. CLASS 5

No modelo distribuído para as precipitações de duração de 30 minutos (Figura


93 - esquerda), em CLASS 5 na Estação E5, para os períodos de retorno de até TR 50
anos, haveria extravasamento da calha (3,17 metros para TR 50 anos em E5, na Figura
94). Esta simulação (TR-50 anos) corresponderia à vazão de 123,14 m3/s em E4, aos 45
min e 124,58 m3/s em E5, aos 55 min (Tabela 46). As simulações entre os modelos
distribuído e concentrado diferem bastante, pois para o mesmo caso na tabela 37 e
Figura 64-esquerda em TR 50 anos e CLASS 5, sem medidas estruturais, QE4= 24,46
m3/s, QE5=47,79 m3/s e QMMMSC=126,12 m3/s. No modelo HIDRORAS, no MMSC,
para TR de 05 anos, ocorreria uma vazão de 89,36 m3/s aos 55 min (Tabela 43), o que
já superaria os 50,00 m3/s, valor crítico da seção, chegando ao valor 190,18 m3/s para
TR de 50 anos aos 55 min (Tabela 46). Estes valores para a junção entre os trechos
canalizados do Simeão e o Gregório seriam de, respectivamente, 82,96 m3/s aos 65
minutos (TR 05 anos na Tabela 43 e Figura 93- esquerda) e 193,37 m3/s em 60 min após
o início do evento (TR 50 anos na Tabela 46).
Com o modelo HIDRORAS, para as precipitações de duração de 60 minutos
(Figura 93 - direita), em CLASS 5 na Estação E5, a partir do período de retorno TR 50
anos, haveria extravasamento da calha (3,45 metros em E5, na Figura 95). Esta
simulação corresponderia à vazão de 135,80 m3/s em E5 aos 55 min e 130,59 m3/s, em
E4 aos 45 min (Tabela 46). As simulações entre os modelos distribuído e concentrado
também diferem bastante pois, para o mesmo caso com o uso do IPHS-1 TR-50 anos em
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do Gregório” Regina Mambeli Barros (SHS-EESC/USP) – Cap.5 Resultados e Análise

CLASS 5, QE4= 36,77 m3/s, QE5=61,46 m3/s e QMMMSC=138,23 m3/s (Tabela 37 e Figura
64-direita). Para TR de 30 anos no MMSC em simulação com o modelo HIDRORAS,
ocorreria uma vazão de 158,60 m3/s, aos 55 min, o que já extravasaria a calha, chegando
ao valor de 184,23 m3/s para TR de 50 anos, aos 55 min. Estes valores para a junção
entre os trechos canalizados do Gregório e do Simeão seriam, respectivamente,
98,39m3/s em 55 min após o início do evento (TR 30 anos) e 203,20 m3/s aos 65
minutos (TR 50 anos). Neste ponto crítico, a partir de TR de 02 anos, a vazão já
ultrapassaria os 50 m3/s, e o pico seria em torno de 76,56 m3/s (Figura 93 – direita).
Deve se analisar ainda – muito embora as considerações a seguir ainda não
seriam as origens das discrepâncias – que de acordo com Silva (2003), foi confirmada
uma variabilidade espacial da infiltração. Houve observação de uma interrupção abrupta
da infiltração ocorrida durante alguns experimentos, que poderia significar um possível
afloramento da camada de rocha, pois o Córrego do Gregório escoa sobre a formação
Serra Geral, constituída de basalto. Foi notado, também por este autor, a existência de
fendas ou camadas menos compactas que provocaram uma mudança no comportamento
da capacidade de infiltração, elevando-a subitamente.
Outra importante consideração deste autor é que a condutividade hidráulica
saturada igual ao valor da infiltração em estado permanente, acaba por superestimar este
parâmetro em decorrência das forças capilares e de pressão hidrostática relativas à altura
de água na câmara de alagamento do infiltômetro (Silva, 2003). Em bacias a serem
simuladas é de suma importância verificar o comportamento da infiltração de acordo
com o período, bem como espacialmente. Algumas características locais são peculiares
e, muitas vezes, são desprezadas quando na discretização de modelos e/ou construção de
imagens.
Logo, a consideração de resultados obtidos em uma pequena área como
representativa da condutividade hidráulica para uma região pode conduzir a resultados
muito distintos.
Distinto também da realidade poderiam estar ambos os modelos devido ao fato
de não se considerar sobre a variação do posicionamento da célula de precipitação e
seus efeitos sobre a vazão como resposta da bacia de drenagem, como preconizado em
Shing (1998). É conhecido que na sub-bacia do Córrego do Gregório há tendência de a
célula de chuva movimentar-se no sentido oeste-leste; na maioria das vezes em Silva
(2003), as precipitações tiveram início na parte sudoeste da área de estudo.
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do Gregório” Regina Mambeli Barros (SHS-EESC/USP) – Cap.5 Resultados e Análise

Os valores obtidos para as vazões simuladas diferenciaram bastante entre o


modelo distribuído (HIDRORAS) e o modelo concentrado (IPHS-1). Porém, como
salientado anteriormente, o objetivo deste estudo não é a simples comparação entre
estes dois tipos de modelamento, e sim a obtenção de maior número possível de
informações a respeito das incertezas na simulação dos modelos para execução do
mapeamento – para que os gestores possam decidir entre a escolha de um ou outro,
dependendo do objetivo de sua aplicação, e principalmente, do grau de incerteza
admitido. Para aplicações em bacias urbanas, recomenda-se o uso de um modelo
distribuído, como o HIDRORAS, uma vez que, embora com incertezas inerentes, esse
modelo ainda representa melhor a configuração da área urbana e seus padrões de
escoamento modificados.

5.3.5. Cotas de descarga para o modelo distribuído

As tabelas 46 e 47 resumem os valores máximos de cota tanto em E5 quanto no


MMSC e as respectivas áreas inundadas, utilizadas para confecção dos mapeamentos de
inundação oriundos de simulações de vazão com o modelo distribuído. Diferente do que
ocorreu com o IPHS-1, de acordo com este modelo, em virtude de vazões maiores em
E4 e E5, haveria extravasamentos de calha na seção E5, cujos valores podem ser
observados na Tabela 48 e também a valores maiores de áreas inundadas.
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Tabela 47 – Cotas para Mapeamento com o modelo distribuído – Máximo


em MMSC.
Sem Medidas Estruturais - Máximo em MMSC
Intervalos de tempo
Duração (min) Nível d´água (m) Cota (m) TR (anos) Área inundada (km2) Cota acima calçada (m)
de até
Na Na Na Na Na 15 Na Na
Na Na Na Na Na 20 Na Na
30 9 11 10 3.87 802.17 25 0.2320 0.07
9 12 15 3.94 802.24 30 0.2340 0.14
CLASS1

8 13 25 4.10 802.40 50 0.2381 0.30


Na Na Na Na Na 15 Na Na
Na Na Na Na Na 20 Na Na
10.9 11.2 1.5 3.86 802.16 20 0.2320 0.06
60
10 13 15 3.94 802.24 25 0.2340 0.14
8 13 25 4.01 802.31 30 0.2351 0.21
8 14 30 4.17 802.47 50 0.2395 0.37
Na Na Na Na Na 10 Na Na
Na Na Na Na Na 15 Na Na
Na Na Na Na Na 20 Na Na
30
11 12 5 3.95 802.25 25 0.2340 0.15
11 12 5 4.01 802.31 30 0.2349 0.21
CLASS 2

9 13 20 4.19 802.49 50 0.2399 0.39


Na Na Na Na Na 15 Na Na
10.9 11.2 1.5 3.94 802.24 20 0.2335 0.14
10 13 15 4.03 802.33 25 0.2353 0.23
60
10 13 15 4.09 802.39 30 0.2373 0.29
9 14 25 4.26 802.56 50 0.2420 0.46
Na Na Na Na Na 10 Na Na
Na Na Na Na Na 15 Na Na
11 12 5 3.86 802.16 20 0.2320 0.06
30 10 12 10 3.96 802.26 25 0.2343 0.16
10 13 15 4.03 802.33 30 0.2353 0.23
CLASS 3

9 13 20 4.20 802.50 50 0.2405 0.40


Na Na Na Na Na 10 Na Na
11 12 5 3.84 802.14 15 0.2317 0.04
10 13 15 3.95 802.25 20 0.2340 0.15
60
10 13 15 4.04 802.34 25 0.2359 0.24
10 14 20 4.10 802.40 30 0.2376 0.30
9 14 25 4.27 802.57 50 0.2422 0.47
Na Na Na Na Na 10 Na Na
8 12 20 3.92 802.22 20 0.2333 0.12
30 8 13 25 4.00 802.30 25 0.2349 0.20
8 13 25 4.05 802.35 30 0.2361 0.25
CLASS 4

7 13 30 4.21 802.51 50 0.2405 0.41


Na Na Na Na Na 10 Na Na
9 13 20 3.89 802.19 15 0.2325 0.09
8 13 25 3.98 802.28 20 0.2348 0.18
60
8 14 30 4.06 802.36 25 0.2364 0.26
8 14 30 4.12 802.42 30 0.2384 0.32
8 14 30 4.28 802.58 35 0.2423 0.48
11 12 5 3.91 802.21 15 0.2333 0.11
10 13 15 4.01 802.31 20 0.2349 0.21
30 10 13 15 4.09 802.39 25 0.2373 0.29
9 13 20 4.15 802.45 30 0.2391 0.35
CLASS 5

9 13 20 4.31 802.61 50 0.2431 0.51


11 12 5 3.87 802.17 10 0.2320 0.07
10 13 15 3.98 802.28 15 0.2348 0.18
10 13 15 4.01 802.31 20 0.2349 0.21
60
9 13 20 4.16 802.46 25 0.2395 0.36
9 14 25 4.22 802.52 30 0.2405 0.42
8 14 30 4.38 802.68 35 0.2452 0.58

Nota: Na- Não aplicável


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Tabela 48 – Cotas para Mapeamento com máximo em E5


Sem Medidas Estruturais - Máximo em E5
Intervalo de tempo
Duração (min) Nível d´água (m) Cota (m) TR (anos) Área inundada (km2) Cota acima calçada (m)
de até
Na Na Na Na Na 20 0.00 Na
Na Na Na Na Na 25 0.00 Na
30
Na Na Na Na Na 30 0.00 Na
CLASS 1

Na Na Na Na Na 50 0.00 Na
Na Na Na Na Na 20 0.00 Na
Na Na Na Na Na 25 0.00 Na
60
Na Na Na Na Na 30 0.00 Na
10 11 5 3.03 817.19 50 0.9038 0.12
Na Na Na Na Na 20 0 Na
Na Na Na Na Na 25 0 Na
30
Na Na Na Na Na 30 0 Na
CLASS 2

9 11 10 3.13 817.29 50 0.9096 0.22


Na Na Na Na Na 20 0 Na
Na Na Na Na Na 25 0 Na
60
10 11 5 2.95 817.11 30 0.8999 0.04
8 12 20 3.26 817.42 50 0.9162 0.35
Na Na Na Na Na 20 Na
Na Na Na Na Na 25 Na
30
Na Na Na Na Na 30 0 Na
CLASS 3

9 11 10 3.16 817.32 50 0.9112 0.25


Na Na Na Na Na 20 Na
Na Na Na Na Na 25 0 Na
60
10 11 5 2.97 817.13 30 0.9009 0.06
9 12 15 3.28 817.44 50 0.9171 0.37
Na Na Na Na Na 20 Na
Na Na Na Na Na 25 Na
30
Na Na Na Na Na 30 Na
CLASS 4

7 11 20 3.04 817.20 50 0.9043 0.13


Na Na Na Na Na 20 Na
Na Na Na Na Na 25 Na
60
Na Na Na Na Na 20 Na
9 12 15 3.22 817.38 50 0.9141 0.31
Na Na Na Na Na 20 Na
Na Na Na Na Na 25 Na
30
10 11 5 3.01 817.17 30 0.903 0.10
CLASS 5

9 11 10 3.32 817.48 50 0.9187 0.41


Na Na Na Na Na 20 Na
10 11 5 3.06 817.22 25 0.9053 0.15
60
9 11 10 3.18 817.34 30 0.9124 0.27
9 12 15 3.47 817.63 50 0.9279 0.56

Nota: Na- Não aplicável

Além das áreas inundáveis também foram calculados os volumes de inundação e


a Tabela 49 resume os valores de inundação calculados a partir das vazões de
inundação. Estas foram obtidas subtraindo-se os valores de vazão maiores que
111,98m3/s nos hidrogramas (uma vez que este valor é o correspondente à cota de 3,80
metros), multiplicando-se o resultado pelo valor dos intervalos de tempo nas abscissas
dos hidrogramas. São verificados os valores extremos desta tabela, como 30minTR20
CLASS 1 (317,43 m3 ) e 60 min TR 50 CLASS 5 (127685,25 m3).
Para verificação das parcelas dos volumes infiltrado e escoado no modelo
distribuído, foi realizado um balanço hídrico para CLASS 4 e CLASS 5 com TR 02, 05,
15, 30 e 50 anos. Na Tabela 50 estão apresentados os resultados. Na Tabela 50 é
possível observar que para chuvas de maiores intensidades a parcela de escoamento
superficial é maior, mas diminui para chuvas de menor duração e períodos de retorno,
conforme esperado. Por exemplo, como valores extremos desta tabela, verifica-se
30minTR05 (50,27%) e 60 min TR 50 (71,21%).
“Previsão de Enchentes para o Plano Diretor de Drenagem Urbana de São Carlos (PDDUSC) na Bacia Escola do Córrego 200
do Gregório” Regina Mambeli Barros (SHS-EESC/USP) – Cap.5 Resultados e Análise

Tabela 49 – Tabela de volumes de inundação calculados a partir dos hidrogramas


obtidos com o modelo distribuído.
Volumes de inundação
Volume (m3) TR 2 TR 5 TR 10 TR 15 TR 20 TR 25 TR 30 TR 50
CLASS 1 30 min Class1 0.00 0.00 0.00 0.00 317.43 3991.92 10758.27 38346.09
60 min Class 1 0.00 0.00 0.00 0.00 3739.71 15363.57 26065.53 65826.54
Volume (m3) TR 2 TR 5 TR 10 TR 15 TR 20 TR 25 TR 30 TR 50
CLASS 2 30 min Class 2 0.00 0.00 0.00 0.00 4211.67 11742.15 20403.42 52959.24
60 min Class 2 0.00 0.00 0.00 3162.90 14169.57 28600.98 40058.94 83693.22
Volume (m3) TR 2 TR 5 TR 10 TR 15 TR 20 TR 25 TR 30 TR 50
CLASS 3 30 min Class 3 0.00 0.00 0.00 0.00 5131.47 12960.54 22038.48 54822.27
60 min Class 3 0.00 0.00 0.00 4074.69 15773.19 30265.41 42054.72 86131.98
Volume (m3) TR 2 TR 5 TR 10 TR 15 TR 20 TR 25 TR 30 TR 50
CLASS 4 30 min Class 4 0.00 0.00 0.00 0.00 10004.55 20297.70 31845.99 68132.43
60 min Class 4 0.00 0.00 0.00 0.00 25350.15 43015.29 57555.96 101289.03
Volume (m3) TR 2 TR 5 TR 10 TR 15 TR 20 TR 25 TR 30 TR 50
CLASS 5 30 min Class 5 0.00 0.00 0.00 0.00 22726.53 36861.57 50030.22 88344.09
60 min Class 5 0.00 0.00 0.00 25581.93 22726.53 64811.55 80952.24 127685.25

Tabela 50 – Tabela de volumes escoados calculados a partir dos hidrogramas


obtidos com o modelo distribuído.
Volume de escoamento superficial (%)
Volume (m3) TR 2 TR 5 TR 15 TR 30 TR 50
CLASS 4 30 min Class4 Na 52.48 58.52 64.12 66.49
60 min Class 4 50.27 52.63 58.06 62.65 64.61
Volume (m3) TR 2 TR 5 TR 15 TR 30 TR 50
CLASS 5 30 min Class 5 Na 58.61 64.20 69.30 71.27
60 min Class 5 56.85 58.99 64.08 68.29 69.89
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5.3.6. Delimitação das áreas de Inundação


5.3.6.1. Crítico em MMSC
0,2500

0,2480

0,2460

0,2440
50; 0,2431
Área Inundada (km2)

0,2420
50; 0,2405
0,2400 30; 0,2391

0,2380 25; 0,2373

0,2360 30; 0,2361


20; 0,2349
25; 0,2349
0,2340 15; 0,2333
20; 0,2333
CLASS 4
0,2320
CLASS 5
0,2300
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50
Tempo de Retorno (TR, anos)

0,2500

0,2480

0,2460
35; 0,2452
Área Inundada (Km2)

0,2440
35; 0,2423
0,2420
30; 0,2405
0,2400
25; 0,2395
0,2380 30; 0,2384

0,2360 25; 0,2364


20; 0,2349
15; 0,2348 20; 0,2348
0,2340
10; 0,232 15; 0,2325 CLASS 4
0,2320
CLASS 5
0,2300
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50
Tempo de Retorno (TR, anos)

Figura 96 – Área Inundada– Sem Medidas Estruturais em CLASS 4 e CLASS 5 –


Crítico em MMSC (superior: chuva de 30 min; inferior: chuva de 60 min).
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5.3.6.2. Crítico em E5

CLASS 5 CLASS 4 CLASS 3 CLASS 2


0.9300

0.9250

0.9200 50, 0.9187


Área Inundada (km2)

0.9150

50, 0.9112
0.9100
50, 0.9096

0.9050
30, 0.903 50, 0.9043

0.9000

0.8950
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50
Tempo de Retorno (TR, anos)

CLASS 5 CLASS 4 CLASS 3 CLASS 2 CLASS 1


0.9300
50, 0.9279

0.9250

0.9200
Área Inundada (km2)

50, 0.9171

0.9150 50, 0.9162

50, 0.9141
0.9100 30, 0.9124

0.9050
25, 0.9053
30, 0.9009 50, 0.9038
0.9000
30, 0.8999

0.8950
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50
Tempo de Retorno (TR, anos)

Figura 97 – Área Inundada– Sem Medidas Estruturais em CLASS 4 e CLASS 5 –


Crítico em E5 (superior: chuva de 30 min; inferior: chuva de 60 min).

5.3.6.3. Área Inundável em Perspectiva

A área inundável para a simulação com o modelo distribuído 60minTR50 para


CLASS 5 (tabela 47) é apresentada na Figura 98. A porção superior ilustra a área
inundável em planta e a porção inferior em perspectiva (coordenadas locais).
“Previsão de Enchentes para o Plano Diretor de Drenagem Urbana de São Carlos (PDDUSC) na Bacia Escola do Córrego 203
do Gregório” Regina Mambeli Barros (SHS-EESC/USP) – Cap.5 Resultados e Análise

Figura 98 – Área Inundada resultante de simulação com o modelo distribuído


60minTR50 para CLASS 5 (superior: planta; inferior: perspectiva).
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do Gregório” Regina Mambeli Barros (SHS-EESC/USP) – Cap.5 Resultados e Análise

5.3.6.4. Análise das Áreas de Inundação

Para chuvas com duração de 30 min (Figura 96 - superior), em CLASS 4, a área


inundada para TR de 50 anos seria de 0,2361 km2 (0,2335 km2 com o IPHS-1). No
entanto, haveria um momento crítico em E5 para este mesmo evento, no qual
0,9043km2 seria de área inundável (Figura 97 - superior). Para chuvas com duração de
60 min (Figura 96 - inferior), em CLASS 5, a área inundada para TR de 30 anos seria de
0,2391 km2 (0,2332 km2 com o IPHS-1), aumentada caso fosse inundada por uma
precipitação de TR de 50 anos para 0,2431 km2 (0,2353 km2 com o IPHS-1). Entretanto,
haveria momentos críticos em E5 para estes mesmos eventos, nos quais 0,9124 km2 (TR
30 anos) 0,9279 km2 (TR 50 anos) seriam de áreas inundáveis (Figura 97 - inferior). Ao
contrário do IPHS-1, as chuvas de 30 minutos de duração, com TR de 15 anos e CLASS
5, já haveria inundação; o valor crítico em MMSC de área inundável para TR de 50
anos para este TR seria de 0,2333 km2.
Para chuvas com duração de 60 min (Figura 96 - inferior), em CLASS 4, a área
inundada para TR de 50 anos seria de 0,2384 km2 (0,2327 km2 com o IPHS-1). No
entanto, haveria um momento crítico em E5 para este mesmo evento, no qual
0,9141km2 seria de área inundável (Figura 97 - inferior). Em CLASS 5, a área inundada
para TR de 25 anos seria de 0,9053 km2. Também, ao contrário do IPHS-1, com as
chuvas de 60 minutos de duração, com TR de 10 anos e CLASS 5, já haveria inundação;
o valor de área inundável para TR de 50 anos para este TR seria de 0,2320 km2.
Pode ser observado na Figura 97-superior que, a partir de 30 min TR 50 para
CLASS 2, 30 min TR 50 CLASS 3, 30 min TR 50 CLASS 4 e 30 min TR 30 CLASS 5
haveria momentos críticos de inundação em E5, cujos mapeamentos podem ser vistos
no Anexo E. Também pode ser observado na Figura 97-inferior que partir de 60 min TR
50 para CLASS 1, 60 min TR 50 CLASS 2, 60 min TR 30 CLASS 3, 60 min TR 30
CLASS 4 e 60 min TR 25 haveria momentos críticos de inundação em E5, cujos
mapeamentos podem ser observados no Anexo L. As inundações críticas no MMSC
estão listadas no Anexo K. Porém, devido a alterações de centímetros nas cotas, estão
apenas apresentados alguns dos mapeamentos no Anexo K.
“Previsão de Enchentes para o Plano Diretor de Drenagem Urbana de São Carlos (PDDUSC) na Bacia Escola do Córrego 205
do Gregório” Regina Mambeli Barros (SHS-EESC/USP) – Cap.5 Resultados e Análise

5.4. Resultados das entrevistas à sociedade civil

A apresentação dos resultados em gráficos está disponível no Anexo O. No


entanto, a seguir estão algumas análises sobre as respostas da sociedade civil às
principais questões relativas á Gestão dos Recursos Hídricos.
Em relação ao termo bacia hidrográfica, era pequena a porcentagem entre os
entrevistados que já haviam tomado conhecimento deste termo, porém os que não
conheciam, pediam explicações no momento da entrevista, algo de muita valia. Assim, a
opção foi fazer explicações no momento da entrevista para que não houvesse dispersão
do interesse acerca do tema. A resposta “mais ou menos” foi inserida pelos
entrevistados, talvez para exprimir que já tivessem tomado conhecimento apenas do
termo sem pleno entendimento do significado.
Alguns dos entrevistados apresentaram um comportamento contraditório quando
se tratava do nível de colaboração que acreditavam desempenhar na ampliação da
problemática das enchentes, pois sabiam ser possível por meio dos comitês de bacias
possuir um nível fundamental de atuação, embora não soubessem o que realmente sejam
Comitês de Bacia Hidrográfica.
O comportamento do entrevistador, durante as três etapas, foi o de não intervir
durante as respostas, interferindo somente quando o entrevistado indagava a respeito de
algum termo apresentado durante a entrevista. Casos típicos foram questionamentos a
respeito dos termos “Bacia Hidrográfica”, “Comitês de Bacias Hidrográficas” e
“Código de Obras”, todos eles explicados durante as entrevistas.
As respostas referentes ao conhecimento sobre o termo “Bacia Hidrográfica”
indicam que, ao contrário do esperado, após o início das obras contra enchentes e da
Conferência da Cidade para elaboração do Plano Diretor de São Carlos, o não
conhecimento sobre Bacia Hidrográfica diminuiu de uma parcela de 72% para 58%
entre a primeira e segunda etapa, respectivamente. Talvez isto tenha sido devido às sete
entrevistas realizadas na USP na primeira etapa, que refletiu neste melhor resultado na.
É interessante salientar que durante a entrevista, os que questionaram o termo “Bacia
Hidrográfica”, após a explicação reconhecia qual seria a sua Bacia Hidrográfica.
Avaliadas as idades dos entrevistados, verificou-se que entre as duas primeiras
etapas não houve alterações significativas na parcela de conhecedores das leis que
dispõem sobre a Gestão de Recursos Hídricos, de 15% na primeira e de 10% na segunda
fase de entrevistas. Porém foi diminuído para 3% na terceira etapa, uma vez que esta
“Previsão de Enchentes para o Plano Diretor de Drenagem Urbana de São Carlos (PDDUSC) na Bacia Escola do Córrego 206
do Gregório” Regina Mambeli Barros (SHS-EESC/USP) – Cap.5 Resultados e Análise

etapa foi respondida predominantemente pelos jovens. O conhecimento entre os


entrevistados sobre os Comitês de Bacias Hidrográficas e da participação da sociedade
não difere muito nas primeira e segunda fases de entrevistas: 18% na primeira e 19% na
segunda fase de entrevistas conhecem, porém na terceira fase (jovens) apenas 9% deles
o conhecem. Entre os que acreditam que enchente seja um problema para o Governo 7%
está na primeira etapa de entrevistas, aumentando para 26% na segunda etapa e diminui
para 12% na terceira etapa.
Entre os que crêem que enchente seja um problema sem solução, estão 3% de
entrevistados na primeira etapa, 10% na segunda etapa e 9% na terceira etapa. Aqui,
pode-se perceber que a população acredita que o problema não seja insolúvel. Aos
entrevistados que conheciam ou foram vítimas de inundação, foi perguntado o local da
ocorrência do evento e, entre as regiões citadas com maior representatividade, estão. a
região do Mercado Municipal que foi citada por 25% dos entrevistados na primeira fase
de entrevistas, 23% na segunda fase e 6% na terceira. A baixada do Shopping foi
mencionada por 1% dos entrevistados somente na primeira fase. Talvez não tenha sido
tão recordada pelo fato de as entrevistas terem sido realizadas na região do mercado
municipal. A parcela que citou o bairro Lagoa Serena aumentou na segunda fase de
entrevistas pelo fato de parte delas terem sido realizadas nesta região. Quando foi
questionado ao entrevistado quais medidas que ele acreditava serem suficientes para
minimizar a problemática das enchentes, ele se mostrou conhecedor de que apenas
medidas isoladas não são suficientes para a sua resolução. Este comportamento foi
verificado nas três fases de entrevistas. A Internet tem alta representatividade quando se
trata do meio preferido pelo entrevistado para adquirir informações a respeito de sua
bacia, o que reafirma a importância do trabalho desenvolvido por ESTEVES (2002),
que disponibilizou um site (www.baciaescola.hpg.com.br). Maiores informações sobre
as respostas às entrevistas estão disponíveis no Anexo O
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do Gregório” Regina Mambeli Barros (SHS-EESC/USP) – Cap. 6 - Conclusões

6. CONCLUSÕES
A cidade de São Carlos enfrenta problemas com freqüentes inundações; uma das
principais regiões afetadas é a do Mercado Municipal de São Carlos (MMSC), inserida
na sub-bacia do Córrego do Gregório. A região do MMSC é uma área de várzea
urbanizada, cuja importância econômica para o município é grande, porém com trechos
canalizados insuficientes para condução de vazão. A fim de estimular a motivação da
sociedade civil em relação à drenagem urbana e gestão de recursos hídricos foram
realizadas entrevistas com os principais atingidos pelas cheias urbanas na região do
mercado municipal, cujos resultados indicaram o interesse social pelo assunto. Assim,
tornou-se necessário a estimativa de vazões para prognóstico de cenários de
urbanização, através do uso de modelos hidrológicos. No entanto, como se trata de uma
bacia urbana, a questão residiu em qual modelo deveria ser utilizado.
Para tanto foram utilizados, comparados e analisadas as incertezas inerentes de
dois modelos, o concentrado IPHS-1 e o distribuído HIDRORAS. Foram simulados
diversos cenários de acordo com as diversas classificações de imagem de satélite
LANDSAT para avaliação das vazões com diferentes tempos de retorno (TR) e
durações (30 e 60 minutos). Para estes cenários, foram analisados os impactos sobre os
valores de pico de vazão de medidas estruturais de controle de inundação (“piscinão”) e
não-estruturais, como o acréscimo de áreas de infiltração.
Com o modelo concentrado foram realizadas simulações para os diversos
cenários com aplicação de duas alternativas de medidas estruturais de controle de
inundações. Como explicitado no item “4.3.5”, a Medida 1 seria um reservatório tipo
“piscinão” situado próximo à E4 construído com a necessidade de escavações no terreno
(Figura 59). Com a Medida 2 não haveria a necessidade de escavações no terreno com
aproveitamento da topografia local (Figura 60). Considerada a relação custo/benefício, a
Medida 2 constitui uma boa alternativa a ser aplicada.
A realização de simulações com diferentes modelos hidrológicos e a comparação
entre eles, avaliando-se as incertezas inerentes a cada um, permitiu atingir o principal
objetivo desta tese que consistiu no exame de modelos existentes em relação a sua
habilidade na previsão em bacias monitoradas e análise da sensibilidade das respostas
da geração de previsão de áreas de inundação – a partir de diferentes cenários de
comportamento hidrológico.
Concluiu-se que, para bacias urbanas, caso da sub-bacia do córrego do Gregório,
as alterações nos padrões de fluxo de escoamento devido às vias urbanas são mais bem
“Previsão de Enchentes para o Plano Diretor de Drenagem Urbana de São Carlos (PDDUSC) na Bacia Escola do Córrego 208
do Gregório” Regina Mambeli Barros (SHS-EESC/USP) – Cap. 6 - Conclusões

representadas pelo modelo distribuído, uma vez que a variabilidade espacial dos
parâmetros de entrada é contemplada neste modelamento. Embora ainda se reserve uma
parcela de incertezas quanto aos parâmetros de entrada, constitui-se o modelo
distribuído de melhor escolha.
Assim, a realização deste estudo, permitiu extrair as seguintes conclusões no que
tange ao exame dos modelos existentes em relação a sua habilidade na previsão em
bacias monitoradas.
• Em ambos os modelos, foi necessária a construção e extrapolação da curva-
chave, tanto para calibração (em E5) quanto para elaboração do mapeamento
(em MMSC). No entanto, devido à alterações abruptas no fluxo – tais como
estrangulamentos por pontes, turbilhões causados por inserção de fluxo advindo
de galerias de águas pluviais e alterações bruscas de seções dos trechos
canalizados – podem ser verificados remansos que não são contemplados na
extrapolação da curva-chave. Esta, portanto, constitui-se em uma incerteza
inerente a ambos os modelos. Logo, esta constatação leva à necessidade de
maiores investigações de natureza hidráulica em E5 e MMSC.
• Embora ainda hajam incertezas quanto à calibração do modelo concentrado
IPHS-1, ele forneceu resultados bastante satisfatórios para uma delimitação das
áreas inundáveis. As incertezas consistem na concepção do modelo SCS (para
bacias norte-americanas) e na impossibilidade de representar o movimento da
célula de precipitação sobre a bacia, bem como das galerias de águas pluviais e
estrangulamentos locais, como pontes. As incertezas residem, ainda, no fato de
as sub-bacias que foram delineadas poderem funcionar como uma malha de
grande resolução que atenuaria a complexidade e padrões locais da geração de
escoamentos e fluxos de água.
• As simulações com o IPHS-1, utilizando-se os modelos de separação de
escoamento, foram altamente dependentes dos valores de CN (SCS) e AIMP
(IPH II), o que reflete a importância do grau de urbanização sobre os picos de
vazão em pontos inundáveis em uma bacia; reflete, também, a alta sensibilidade
em relação à classificação do uso do solo para atribuição do CN.
• Com o uso do modelo distribuído HIDRORAS, o alto grau de incerteza do
parâmetro da condutividade hidráulica saturada reside no fato de seu valor poder
ser muito modificado espacialmente. Logo, uma distribuição espacial deste
“Previsão de Enchentes para o Plano Diretor de Drenagem Urbana de São Carlos (PDDUSC) na Bacia Escola do Córrego 209
do Gregório” Regina Mambeli Barros (SHS-EESC/USP) – Cap. 6 - Conclusões

parâmetro, bem como a consideração de valores médios, gera incertezas quanto


ao volume de água infiltrado.
• O modelo distribuído HIDRORAS não foi tão sensível aos valores de
parâmetros com alto grau de incerteza de condutividade hidráulica saturada e
rugosidade.
Em relação à análise da sensibilidade das respostas de previsão de áreas de
inundação a partir de diferentes cenários, é possível concluir que:
• As simulações com o modelo distribuído HIDRORAS forneceram vazões
maiores que as obtidas com o modelo concentrado IPHS-1. Provavelmente, isto
foi devido à inclusão da contribuição dos padrões de escoamento influenciados
pela urbanização e pelo mais acurado grau de discretização deste tipo de modelo
(resolução de 10 metros). Esta acuracidade, dependendo do grau de incerteza
dos parâmetros de entrada, pode refletir muito nos resultados. Porém, há que se
considerar que em ambos os modelos não são contempladas variações bruscas
nos fluxos, como pontes, contribuição de galerias de águas pluviais e variações
bruscas nas seções das tubulações.
• Nas simulações com o HIDRORAS, em CLASS 4, precipitações a partir de 30
anos de período de retorno já produziriam extravasamento da calha em E5, fato
que não foi verificado com o uso do IPHS-1. No MMSC, precipitações com 15
anos de período de retorno já produziriam extravasamento da calha.
• Em simulações com o HIDRORAS, com urbanização CLASS 5, o
extravasamento da calha no MMSC ocorreria com precipitações a partir de 10
anos de período de retorno. Em alguns momentos críticos, precipitações a partir
de 25 anos de período de retorno já produziriam extravasamento da calha em E5.
• Em ambos os modelos, foram calculados valores de vazão maiores que 50 m3/s –
valor limite da capacidade do trecho de acordo com RIGHETTO et al. 1994 – no ponto
de junção entre os córregos do Gregório e do Simeão canalizados. É superada a
capacidade de descarga desse trecho mesmo a pequenos TR (02 e 05 anos). Assim, em
consonância com a construção de um reservatório de retenção de águas pluviais, devido
ao alto grau de urbanização da sub-bacia do córrego do Gregório e previsão de
acréscimo controlado de área urbanizada; torna-se necessário o redimensionamento da
tubulação sob a Rua Geminiano Costa ou construção de um “by-pass”.
“Previsão de Enchentes para o Plano Diretor de Drenagem Urbana de São Carlos (PDDUSC) na Bacia Escola do Córrego 210
do Gregório” Regina Mambeli Barros (SHS-EESC/USP) – Cap. 6 - Conclusões

Quanto à estimativa de vazões características na sub-bacia do Gregório para


diversas classificações de imagens de satélite LANDSAT, foi possível concluir que:
• Dentre os eventos críticos simulados com o IPHS-1, os mais representativos de
inundações foram os registrados em 04/01/2003 (P=95 mm e i =17,75 mm h ) e
09/01/2002 (P=73 mm e i =22,125 mm h ), cujos coeficientes de escoamento
superficial para simulações sem medidas estruturais para os diversos cenários
variaram de 0,148 a 0,160 (vazão entre QP = 60,89 m 3 s e QP = 81,40 m 3 s )

para o primeiro e de 0,106 a 0,188 (vazão entre QP = 52,17 m 3 s e

QP = 72,97 m 3 s ) para o segundo evento, na ausência das medidas estruturais


de controle de inundação.
• A expansão da área urbanizada, nas simulações com o IPHS-1, aumenta
sobremaneira os picos de vazão. Isto é verificado na observação das vazões em
E4, E5 e MMSC, para os cenários simulados. No entanto, no IPHS-1 pelo
desconhecimento de padrões locais de escoamento, os valores de vazão para
estes pontos poderiam estar subestimados – fato observado na comparação entre
os modelos concentrado e distribuído.
• Com o modelo concentrado IPHS-1, as precipitações com período de retorno
maior que 30 anos produziriam inundações no MMSC, em CLASS 4 e CLASS 5
com durações das enchentes e áreas inundadas aumentando progressivamente.
Quanto à estimativa das áreas potencialmente inundáveis a partir do leito do
Córrego do Gregório, foi possível extrair as conclusões abaixo, cujos mapeamentos
estão apresentados nos anexos I ao K.
• Com o modelo concentrado IPHS-1, em chuvas de duração de 30 minutos, as
áreas de inundação para TR de 50 anos variam de 0,2335 a 0,2327 km2,
respectivamente, para CLASS 4 e CLASS 5. Em chuvas de duração de 60
minutos as áreas de inundação variam de 0,2322 a 0,2353 km2, respectivamente,
para TR 30 e TR 50 anos para CLASS 4. Estes mesmos valores para CLASS 5
seriam de 0,2314 km2 (TR 30 anos) e 0,2350 km2 (TR 50 anos).
• Como as vazões simuladas com o modelo distribuído HIDRORAS foram
maiores que as simuladas com o modelo concentrado IPHS-1, as áreas
potencialmente inundáveis também foram superiores. Foram observados
momentos críticos de inundação, inclusive, na seção E5.
“Previsão de Enchentes para o Plano Diretor de Drenagem Urbana de São Carlos (PDDUSC) na Bacia Escola do Córrego 211
do Gregório” Regina Mambeli Barros (SHS-EESC/USP) – Cap. 6 - Conclusões

• Com o modelo distribuído, em chuvas de duração de 30 minutos, as áreas de


inundação variam de 0,2333 a 0,2405 km2, respectivamente, para TR 15 e TR 50
anos para CLASS 4. Estes mesmos valores para CLASS 5 seriam de 0,2333 km2
(TR 15 anos) e 0,2431 km2 (TR 50 anos). Em chuvas de duração de 60 minutos
as áreas de inundação variam de 0,2325 a 0,2423 km2, respectivamente, para TR
10 e TR 50 anos para CLASS 4. Estes mesmos valores para CLASS 5 seriam de
0,2320 km2 (TR 10 anos) e 0,2452 km2 (TR 50 anos).
Para o objetivo de avaliação das medidas estruturais e não-estruturais de controle de
inundação, foi possível concluir a partir desse estudo que:
• No modelo concentrado IPHS-1, para uma mesma classificação (CLASS 1), a
Medida 2 poderia, de acordo com a simulação, reduzir o pico de vazão no
MMSC para uma chuva de 30 anos de período de retorno de cerca de 85,88 m3/s
para 66,69 m3/s, ou seja, em 22,35 %. Esta redução para a Medida 1 seria para
64,85 m3/s, ou seja, de 24,49%. São valores de eficiência de redução do pico de
vazão em MMSC bem próximos. Assim, a melhor escolha seria com
aproveitamento da topografia, haja vista a melhor relação custo/benefício.
• Com o modelo distribuído HIDRORAS, constitui-se na medida não-estrutural de
redução de inundação (CLASS 6, tabela 15 e COND 4, Figura 87 e tabela 42)
uma boa medida atenuante de enchentes, a qual poderia estar incluída no novo
PDSC através de um zoneamento. As reduções de pico de vazão calculadas a
partir do modelo distribuído para chuvas de 30 minutos estariam
aproximadamente entre 48,93% (TR-05 anos) e 22,18 % (TR 50 anos) e para
chuvas de 60 minutos estariam em torno de 46,50 % (TR-05 anos) e 21,50 %
(TR 50 anos).

6.1 Gestão da Sub-bacia Urbana do Córrego do Gregório

Os cenários estudados com o modelamento no IPHS-1 mostram que área da porção


urbanizada da bacia do Córrego do Gregório aumenta os picos de vazão entre os Pontos
de Controle E4, E5 e MMSC, podendo gerar inundações e extravasamentos sobre a Rua
Geminiano Costa e, por vezes, sobre a Ponte da Episcopal e sob o Simeão canalizado.
Relativamente ao uso dos modelos – tanto no concentrado quanto no distribuído – os
valores de vazão entre E4 e E5 não diferiram muito entre si, porém, houve acréscimo de
vazão entre E5 e MMSC para todos os cenários simulados. No entanto, para os dois
“Previsão de Enchentes para o Plano Diretor de Drenagem Urbana de São Carlos (PDDUSC) na Bacia Escola do Córrego 212
do Gregório” Regina Mambeli Barros (SHS-EESC/USP) – Cap. 6 - Conclusões

modelos utilizados, as vazões seriam críticas no ponto de junção entre o Gregório


canalizado e o Simeão canalizado (> Qcapacidade do trecho = 50 m3/s). Esta constatação levou
à necessidade de se realizar estudos de medidas estruturais de controle de vazão, durante
o processo de urbanização da área à montante da bacia no IPHS-1. As simulações aqui
mostradas não representaram estrangulamentos provocados por pontes e alterações da
seção do canal no trecho canalizado. Esses locais trabalham, dependendo da situação, a
seção plena, e merecem estudo mais aprofundado. Existem casos pontuais de remansos,
como os que ocorrem nas saídas de galeria e que deveriam ser detalhados em futuros
trabalhos. No entanto, as simulações representam uma boa aproximação para o
estabelecimento de diretrizes do Plano Diretor do Município de São Carlos (PDSC), e
podem promover referenciais para alternativas de medidas estruturais e não-estruturais
para controle de enchentes. Estas simulações têm enorme valor para uma ocupação
sustentável da área não urbanizada, colaborando com diretrizes básicas do crescimento
urbano, sobretudo em Áreas de Especial Interesse do Plano Diretor – AEIs - (PMSC,
2003).

6.2 Recomendações para Elaboração do Plano Diretor de Drenagem Urbana de


São Carlos (PDDUSC)

O produto deste estudo permitiu fornecer subsídios para a elaboração de algumas


recomendações para o Plano Diretor de Drenagem Urbana de São Carlos (PDDUSC), a
saber:
• Os coeficientes de ocupação da área à montante da bacia estão bons, haja
vista a sua localização e sua importância dentro do contexto econômico
do município.
• É fundamental que as áreas das nascentes sejam protegidas, o que já vem
sendo contemplado na localização desta na AEI 4 (Proteção e Ocupação
Restrita na Figura 12), não só no que tange à manutenção de áreas
verdes, visando prevenção de enchentes, quanto a prevenção da
deterioração da qualidade da água nas nascentes.
• Constitui-se na medida não-estrutural de redução de inundação (CLASS
6 e COND 4 na Figura 87) como uma boa medida minimizadora de
enchentes, a qual poderia estar incluída no novo PDSC através de um
zoneamento.
“Previsão de Enchentes para o Plano Diretor de Drenagem Urbana de São Carlos (PDDUSC) na Bacia Escola do Córrego 213
do Gregório” Regina Mambeli Barros (SHS-EESC/USP) – Cap. 6 - Conclusões

• Como, atualmente, já existe grande ocupação da sub-bacia do Córrego


Gregório, tornou-se necessário considerar a construção de ao menos um
Reservatório de Detenção de águas, tipo “piscinão”, conforme
explicitado nas Medidas 1 (Figura 59) e 2 (Figura 60).
• É fundamental a participação da sociedade nos processos decisórios, e
isto foi realizado durante a concepção do Plano Diretor. A sociedade
civil demonstrou interesse em participar do processo de gestão das águas,
conforme pode ser verificado nos resultados das entrevistas.
• A equipe técnica tomadora de decisões no PPDSC deve observar para
que as simulações abrangem um alto grau de incertezas, quanto aos
parâmetros de entrada dos modelos. Os mais salientados neste estudo
foram: CN (SCS), AIMP (IPH II) e Condutividade Hidráulica Saturada
(Modelo distribuído HIDRORAS). A equipe técnica deve optar pelo
melhor custo/benefício de acordo com os objetivos de cada obra e
execução de legislação em questão. Neste estudo é recomendado a
adoção do modelo distribuído e da medida estrutural denominada Medida
2 (vide tabelas 34 a 37).
“Previsão de Enchentes para o Plano Diretor de Drenagem Urbana de São Carlos (PDDUSC) na Bacia Escola do Córrego
do Gregório” Regina Mambeli Barros (SHS-EESC/USP) – Bibliografia
214

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“Previsão de Enchentes para o Plano Diretor de Drenagem Urbana de São Carlos (PDDUSC) na Bacia Escola do Córrego 228
do Gregório” Regina Mambeli Barros (SHS-EESC/USP) – Anexos

ANEXOS
Anexo A - Chuvas de Projeto
intervalo de tempo (5 min) intervalo de tempo (5 min)

11

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15

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21

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17

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21

23

25

27

29

31

33

35

37

39
1

9
0 0
0.89
2 2 1.32 1.01
2.23 1.55
2.23 1.84 1.15
2.77 2.77
4 4
3.57 3.57
4.8 4.8
6 6
Precipitação (mm)

Precipitação (mm)
6.85 6.85
8 8

10 10
10.74 10.74
12 12

14 14

16 16

18 18

20 20

intervalo de tempo (5 min) intervalo de tempo (5 minutos)


11

13

15

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19

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23

25

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23

25

27

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33

35

37

39
1

9
0 0
1.05
2 2 1.35 1.19
1.82
2.62 2.62 2.171.56
4 4 3.27
4.2 3.27 4.2
6 6 5.65
5.65
Precipitação (mm)

8 Precipitação (mm) 8
8.07 8.07
10 10

12 12
12.65 12.65
14 14

16 16

18 18

20 20

intervalo de tempo (5 min) intervalo de tempo (5 min)


11

13

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25

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33

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21

23

25

27

29

31

33

35

37

39
1

0 0
1.16
2 2
2 1.72 1.3
2.39
2.89 2.89 1.49
4 4
3.59 3.59
4.62 4.62
6 6
6.22 6.22
Precipitação (mm)

Precipitação (mm)

8 8

8.88 8.88
10 10

12 12

14 14
13.92 13.92
16 16

18 18

20 20

intervalo de tempo (5 min) intervalo de tempo (5 min)


11

13

15

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23

25

27

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31

33

35

37

39
1

0 0
1.24
2 2 1.4
2.15 1.83
2.55 1.6
4 3.09 4
3.85 3.85
4.95 3.09
6 6 4.95
Precipitação (mm)
Precipitação (mm)

6.65 6.65
8 8

10 10 9.5
9.5
12 12

14 14

14.9 14.9
16 16

18 18

20 20

Figura A1 – Chuvas de Projeto para as Simulações. Direita: Chuvas de duração de


30 min; esquerda: Chuvas de duração de 60 min; TR 05 anos (primeiro); TR 10
anos (segundo); TR 15 anos (terceiro) e TR 20 anos (quarto).
“Previsão de Enchentes para o Plano Diretor de Drenagem Urbana de São Carlos (PDDUSC) na Bacia Escola do Córrego 229
do Gregório” Regina Mambeli Barros (SHS-EESC/USP) – Anexos

intervalo de tempo ( 5 min)


intervalo de tempo (5 min)

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1

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39
0

9
0
2 1.31
2
2.26 1.94 1.681.47
4 3.26 2.68
4 3.26
4.06 4.06
6 5.22
Precipitação (mm) 6
5.22
7.01

Precipitação (mm)
8
8 7.01

10
10.02 10
12 10.02
12
14
14
16
15.7 16
15.7
18
18
20
20

intervalo de tempo ( 5 min) intervalo de tempo (5 min)


11

13

15

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1

9
0 0

2 2 1.36
2.021.76 1.54
2.8
4 4 2.36
3.41 4.23 3.41 4.23
6 6
5.45 5.45
Precipitação (mm)

Precipitação (mm)
8 8
7.32 7.32
10 10
10.46 10.46
12 12

14 14

16 16
16.39 16.39
18 18

20 20

intervalo de tempo ( 5 min) intervalo de tempo (5 min)


11

13

15

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19

21

23

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27

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33

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1

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17
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23
25
27
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31
33
35
37
39
0

1
3
5
7
9
0
2
2
1.731.54
4 2.28
3.84 2.67
4 1.98
4.78 3.84 3.16
6
Precipitação (mm)

6.14 6
Precipitação (mm)

4.78
8
6.14
8.26
8
10 8.26
10
12
11.79 12
11.79
14 14
16 16

18 18
18.5 18.5
20 20

intervalo de tempo ( 5 min)


11

13

15

17

19

21

23

25

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35

37

39
1

0
0.81 0.72
2 1.06 0.93
1.25 1.48
1.8 2.23
2.87
4
3.87
6
5.52
Precipitação (mm)

8
8.65
10

12

14

16

18

20

Figura A1 – Chuvas de Projeto para as Simulações. Direita: Chuvas de duração de


30 min; esquerda: Chuvas de duração de 60 min; TR 25 anos (primeiro); TR 30
anos (segundo); TR 50 anos (terceiro) e TR 02 anos (quarto a direita).
“Previsão de Enchentes para o Plano Diretor de Drenagem Urbana de São Carlos (PDDUSC) na Bacia Escola do Córrego 230
do Gregório” Regina Mambeli Barros (SHS-EESC/USP) – Anexos

Anexo B – Cenários de urbanização para as sub-bacias discretizadas

Figura B1 – Cenários de Urbanização para sub-bacia 1 discretizada da bacia do


córrego do Gregório – CLASS 4 acima e CLASS 5 abaixo.
“Previsão de Enchentes para o Plano Diretor de Drenagem Urbana de São Carlos (PDDUSC) na Bacia Escola do Córrego 231
do Gregório” Regina Mambeli Barros (SHS-EESC/USP) – Anexos

Figura B2 – Cenários de Urbanização para sub-bacia 2 discretizada da bacia do


córrego do Gregório – CLASS 4 acima e CLASS 5 abaixo.
“Previsão de Enchentes para o Plano Diretor de Drenagem Urbana de São Carlos (PDDUSC) na Bacia Escola do Córrego 232
do Gregório” Regina Mambeli Barros (SHS-EESC/USP) – Anexos

Figura B3 – Cenários de Urbanização para sub-bacia 3 discretizada da bacia do


córrego do Gregório – CLASS 4 acima e CLASS 5 abaixo.
“Previsão de Enchentes para o Plano Diretor de Drenagem Urbana de São Carlos (PDDUSC) na Bacia Escola do Córrego 233
do Gregório” Regina Mambeli Barros (SHS-EESC/USP) – Anexos

Figura B4 – Cenários de Urbanização para sub-bacia 4 discretizada da bacia do


córrego do Gregório – CLASS 4 acima e CLASS 5 abaixo.
“Previsão de Enchentes para o Plano Diretor de Drenagem Urbana de São Carlos (PDDUSC) na Bacia Escola do Córrego 234
do Gregório” Regina Mambeli Barros (SHS-EESC/USP) – Anexos

Figura B5 – Cenários de Urbanização para sub-bacia 5 discretizada da bacia do


córrego do Gregório – CLASS 4 acima e CLASS 5 abaixo.
“Previsão de Enchentes para o Plano Diretor de Drenagem Urbana de São Carlos (PDDUSC) na Bacia Escola do Córrego 235
do Gregório” Regina Mambeli Barros (SHS-EESC/USP) – Anexos

Figura B6 – Cenários de Urbanização para sub-bacia 6 discretizada da bacia do


córrego do Gregório – CLASS 4 acima e CLASS 5 abaixo.
“Previsão de Enchentes para o Plano Diretor de Drenagem Urbana de São Carlos (PDDUSC) na Bacia Escola do Córrego 236
do Gregório” Regina Mambeli Barros (SHS-EESC/USP) – Anexos

Figura B7 – Cenários de Urbanização para sub-bacia 7 discretizada da bacia do


córrego do Gregório – CLASS 4 acima e CLASS 5 abaixo.
“Previsão de Enchentes para o Plano Diretor de Drenagem Urbana de São Carlos (PDDUSC) na Bacia Escola do Córrego 237
do Gregório” Regina Mambeli Barros (SHS-EESC/USP) – Anexos

Figura B8 – Cenários de Urbanização para sub-bacia 8 discretizada da bacia do


córrego do Gregório – CLASS 4 acima e CLASS 5 abaixo.
“Previsão de Enchentes para o Plano Diretor de Drenagem Urbana de São Carlos (PDDUSC) na Bacia Escola do Córrego 238
do Gregório” Regina Mambeli Barros (SHS-EESC/USP) – Anexos

Figura B9 – Cenários de Urbanização para sub-bacia 9 discretizada da bacia do


córrego do Gregório – CLASS 4 acima e CLASS 5 abaixo.
“Previsão de Enchentes para o Plano Diretor de Drenagem Urbana de São Carlos (PDDUSC) na Bacia Escola do Córrego 239
do Gregório” Regina Mambeli Barros (SHS-EESC/USP) – Anexos

Anexo C – Vazões simuladas com o IPHS-1 – Sem Medidas Estruturais


30 min TR 10 30 min TR 15 30 min TR 20 30 min TR 25 60 min TR 5 60 min TR 10 60 min TR 15
60 min TR 20 60 min TR 25 60 min TR 30
30 min TR 30 30 min TR 50 30 min TR 5
60 min TR 50 60 min TR 2
220
220
200
200
180
180
160
160
140
Vazão (m3/s)

140

Vazão (m3/s)
120
120
100
100
80
80
60
60
40
40
20
20
0
0
1 6 11 16 21 26 31 36
1 6 11 16 21 26 31 36
tempo (5 min)
tempo (5 min)

30 min TR 10 30 min TR 15 30 min TR20 30 min TR 25 60 min TR 5 60 min TR 10 60 min TR 15 60 min TR 20

30 min TR 30 30 min TR 50 30 min TR 5 60 min TR 25 60 min TR 30 60 min TR 50 60 min TR 2


220 220

200 200

180 180

160 160

140 140
Vazão (m3/s)

Vazão (m3/s)
120 120

100 100

80 80

60 60

40 40

20 20

0 0
1 6 11 16 21 26 31 36 1 6 11 16 21 26 31 36
tempo (5 min) tempo (5 min)

30 min TR 10 30 min TR 15 60 min TR 5 60 min TR 10


30 min TR 20 30 min TR 25 60 min TR 15 60 min TR 20
30 min TR 30 Vazão crítica 60 min TR 25 60 min TR 30
30 min TR 50 Vazão de extravazamento Vazão crítica 60 min TR 50
30 min TR 5 Vazão de extravazamento 60 min TR 2
220 220
200 200
180 180
160 160

140 140
Vazão (m3/s)

Vazão (m3/s)

120 120

100 100

80 80

60 60

40 40

20 20

0
0
1 6 11 16 21 26 31 36
1 6 11 16 21 26 31 36
tempo (5 min) tempo (5 min)

30 min TR 10 30 min TR 15 60 min TR 5 60 min TR 10


30 min TR 20 30 min TR 25 60 min TR 15 60 min TR 20
30 min TR 30 Vazão crítica 60 min TR 25 60 min TR 30
30 min TR 50 Vazão de extravazamento Vazão crítica 60 min TR 50
Vazão de extravazamento 60 min TR 2
30 min TR 5
220 220

200 200

180 180

160 160

140 140
Vazão (m3/s)

Vazão (m3/s)

120 120

100 100

80 80

60 60

40 40

20 20
0 0
1 6 11 16 21 26 31 36 1 6 11 16 21 26 31 36
tempo (5 min) tempo (5 min)

Figura C1 - Simulações (CLASS 1-Sem Medidas) duração da chuva de 30 min.


(esquerda) e 60 min (direita), para diferentes tempo de retorno, na bacia do
Gregório nos postos de controle: E4 (superior), E5 (segundo), MMSC frente à
“Padaria Caiçara” (terceiro) e na junção entre o Gregório e o Simeão (inferior).
“Previsão de Enchentes para o Plano Diretor de Drenagem Urbana de São Carlos (PDDUSC) na Bacia Escola do Córrego 240
do Gregório” Regina Mambeli Barros (SHS-EESC/USP) – Anexos

30 min TR 15 30 min TR 30 30 min TR 50 30 min TR 5


60 min TR 5 60 min TR 15 60 min TR 30 60 min TR 50
220 220

200 200

180 180

160 160

140 140
Vazão (m3/s)

Vazão (m3/s)
120 120

100 100

80 80

60 60

40 40

20 20

0 0
1 6 11 16 21 26 31 36 1 6 11 16 21 26 31 36
tempo (5 min) tempo (5 min)

30 min TR 15 30 min TR 30 30 min TR 50 30 min TR 5 60 min TR 5 60 min TR 15 60 min TR 30 60 min TR 50


220 220

200 200

180 180

160 160

140 140
Vazão (m3/s)

Vazão (m3/s)
120 120

100 100

80 80

60 60

40 40

20 20

0 0
1 6 11 16 21 26 31 36 1 6 11 16 21 26 31 36
tempo (5 min) tempo (5 min)

30 min TR 15 30 min TR 30 60 min TR 5 60 min TR 15


Vazão crítica 30 min TR 50 60 min TR 30 Vazão crítica
Vazão de extravazamento 30 min TR 5 60 min TR 50 Vazão de extravazamento
220 220

200 200

180 180

160 160

140 140
Vazão (m3/s)

Vazão (m3/s)

120 120

100 100

80 80

60 60

40 40

20 20

0 0
1 6 11 16 21 26 31 36 1 6 11 16 21 26 31 36
tempo (5 min) tempo (5 min)

30 min TR 15 30 min TR 30 60 min TR 5 60 min TR 15


60 min TR 30 Vazão crítica
Vazão crítica 30 min TR 50
60 min TR 50 Vazão de extravazamento
Vazão de extravazamento 30 min TR 5 60 min TR 2
220 220

200 200

180 180

160 160

140 140
Vazão (m3/s)

Vazão (m3/s)

120 120

100 100

80 80

60 60

40 40

20 20

0 0
1 6 11 16 21 26 31 36 1 6 11 16 21 26 31 36
tempo (5 min) tempo (5 min)

Figura C2 - Simulações (CLASS 2-Sem Medidas) duração da chuva de 30 min.


(esquerda) e 60 min (direita), para diferentes tempo de retorno, na bacia do
Gregório nos postos de controle: E4 (superior), E5 (segundo), MMSC frente à
“Padaria Caiçara”(terceiro) e junção entre o Gregório e o Simeão (inferior).
“Previsão de Enchentes para o Plano Diretor de Drenagem Urbana de São Carlos (PDDUSC) na Bacia Escola do Córrego 241
do Gregório” Regina Mambeli Barros (SHS-EESC/USP) – Anexos

30 min TR 15 30 min TR 30 30 min TR 50 30 min TR 5


60 min TR 5 60 min TR 15 60 min TR 30 60 min TR 50
220 220

200 200

180 180

160 160

140 140

Vazão (m3/s)

Vazão (m3/s)
120 120

100 100

80 80

60 60

40 40

20 20

0 0
1 6 11 16 21 26 31 36 1 6 11 16 21 26 31 36
tempo (5 min) tempo (5 min)

30 min TR 15 30 min TR 30 30 min TR 50 30 min TR 5 60 min TR 5 60 min TR 15 60 min TR 30 60 min TR 50


220 220

200 200

180 180

160 160

140 140
Vazão (m3/s)

Vazão (m3/s)
120 120

100 100

80 80

60 60

40 40

20 20

0 0
1 6 11 16 21 26 31 36 1 6 11 16 21 26 31 36
tempo (5 min) tempo (5 min)

30 min TR 15 30 min TR 30 60 min TR 5 60 min TR 15


Vazão crítica 30 min TR 50 60 min TR 30 Vazão crítica
Vazão de extravazamento 30 min TR 5 60 min TR 50 Vazão de extravazamento
220 220

200 200

180 180

160 160

140 140
Vazão (m3/s)

Vazão (m3/s)

120 120

100 100

80 80

60 60

40 40

20 20

0 0
1 6 11 16 21 26 31 36 1 6 11 16 21 26 31 36
tempo (5 min) tempo (5 min)

30 min TR 15 30 min TR 30 60 min TR 5 60 min TR 15


Vazão crítica 30 min TR 50 60 min TR 30 Vazão crítica
60 min TR 50 Vazão de extravazamento
Vazão de extravazamento 30 min TR 5 60 min TR 2
220 220

200 200

180 180

160 160

140 140
Vazão (m3/s)

Vazão (m3/s)

120 120

100 100

80 80

60 60

40 40

20 20

0 0
1 6 11 16 21 26 31 36 1 6 11 16 21 26 31 36
tempo (5 min) tempo (5 min)

Figura C3 - Simulações (CLASS 3-Sem Medidas) duração da chuva de 30 min.


(esquerda) e 60 min (direita), para diferentes tempo de retorno, na bacia do
Gregório nos postos de controle: E4 (superior), E5 (segundo), MMSC frente à
“Padaria Caiçara”(terceiro) e na junção entre o Gregório e o Simeão (inferior).
“Previsão de Enchentes para o Plano Diretor de Drenagem Urbana de São Carlos (PDDUSC) na Bacia Escola do Córrego 242
do Gregório” Regina Mambeli Barros (SHS-EESC/USP) – Anexos

Anexo D– Volumes calculados em simulações realizadas com o IPHS-1 – Sem


Medidas Estruturais

Tabela D1– CLASS 1.

Sem Medidas Estruturais


CLASS 1
Evento Trecho Volume (m3) Duração (min)
TC2 NA NA
30 min TR 10
TC1 NA NA
TC2 NA NA
30 min TR 15
TC1 NA NA
TC2 NA NA
30 min TR 20
TC1 NA NA
TC2 NA NA
30 min TR 25
Simeão NA NA
TC3 36.54 20.00
30 min TR 30
Simeão NA NA
TC3 342.57 35.00
30 min TR 50 Simeão NA NA
TC1 NA NA

Sem Medidas Estruturais


CLASS 1
Evento Trecho Volume (m3) Duração (min)
TC2 NA NA
60 min TR 10
TC1 NA NA
TC2 NA NA
60 min TR 15
TC1 NA NA
TC2 NA NA
60 min TR 20
TC3 33.94 20.00
TC2 NA NA
60 min TR 25
TC3 147.68 30.00
TC2 NA NA
60 min TR 30
TC3 295.37 35.00
TC2 15.09 15.00
60 min TR 50
TC3 1033.71 55.00
“Previsão de Enchentes para o Plano Diretor de Drenagem Urbana de São Carlos (PDDUSC) na Bacia Escola do Córrego 243
do Gregório” Regina Mambeli Barros (SHS-EESC/USP) – Anexos

Tabela D2 – CLASS 2.
Sem Medidas Estruturais
CLASS 2
Evento Trecho Volume (m3) Duração (min)
TC2 NA NA
30 min TR 10
TC1 NA NA
TC2 NA NA
30 min TR 15
TC1 NA NA
TC2 NA NA
30 min TR 20
Simeão NA NA
TC3 NA NA
30 min TR 25
Simeão NA NA
TC3 42.63 20.00
30 min TR 30 TC1 NA NA
Simeão NA NA
TC3 313.01 35.00
30 min TR 50 TC1 NA NA
Simeão NA NA

Sem Medidas Estruturais


CLASS 2
Evento Trecho Volume (m3) Duração (min)
TC2 NA NA
60 min TR 5
TC1 NA NA
TC2 NA NA
60 min TR 10
TC1 NA NA
TC2 NA NA
60 min TR 15
TC1 NA NA
TC3 24.59 15.00
60 min TR 20
TC1 NA NA
TC3 130.52 30.00
60 min TR 25
TC1 NA NA
TC3 270.03 35.00
60 min TR 30 TC1 NA NA
Simeão NA NA
TC3 1051.00 55.00
60 min TR 50 TC1 NA NA
Simeão NA NA
“Previsão de Enchentes para o Plano Diretor de Drenagem Urbana de São Carlos (PDDUSC) na Bacia Escola do Córrego 244
do Gregório” Regina Mambeli Barros (SHS-EESC/USP) – Anexos

TabelaD3 – CLASS 3.

Sem Medidas Estruturais


CLASS 3
Evento Trecho Volume (m3) Duração (min)
TC1 NA NA
30 min TR 10
TC2 NA NA
TC1 NA NA
30 min TR 15
TC2 NA NA
TC1 NA NA
30 min TR 20
TC2 NA NA
TC1 NA NA
30 min TR 25
TC2 NA NA
TC1 NA NA
30 min TR 30
TC3 49.97 20.00
TC1 NA NA
30 min TR 50
TC3 341.99 35.00

Sem Medidas Estruturais


CLASS 3
Evento Trecho Volume (m3) Duração (min)
TC1 NA NA
60 min TR 5
TC2 NA NA
TC1 NA NA
60 min TR 10
TC2 NA NA
TC1 NA NA
60 min TR 15
TC2 NA NA
TC1 NA NA
60 min TR 20
TC3 39.92 20.00
TC1 NA NA
60 min TR 25
TC3 154.41 30.00
TC1 NA NA
60 min TR 30 TC3 311.03 35.00
Simeão NA NA
TC3 1136.24 60.00
60 min TR 50 TC2 19.57 20.00
Simeão NA NA
“Previsão de Enchentes para o Plano Diretor de Drenagem Urbana de São Carlos (PDDUSC) na Bacia Escola do Córrego 245
do Gregório” Regina Mambeli Barros (SHS-EESC/USP) – Anexos

Anexo E – Vazões simuladas com o IPHS-1 – Medida 1


30 min TR 5 30 min TR 15 30 min TR 30 30 min TR 50 60 min TR 5 60 min TR 15 60 min TR 30 60 min TR 50

220 220

200 200

180 180

160 160

140 140
Vazão (m3/s)

Vazão (m3/s)
120 120

100 100

80 80

60 60

40 40

20 20

0 0
1 6 11 16 21 26 31 36 1 6 11 16 21 26 31 36
tempo (5 min) tempo (5 min)

30 min TR 5 30 min TR 15
60 min TR 5 60 min TR 15 60 min TR 30 60 min TR 50
30 min TR 30 30 min TR 50
220 220

200 200

180 180

160 160

140 140

Vazão (m3/s)
Vazão (m3/s)

120 120

100 100

80 80

60 60

40 40

20 20

0 0
1 6 11 16 21 26 31 36 1 6 11 16 21 26 31 36
tempo (5 min) tempo (5 min)

30 min TR 5 30 min TR 15 30 min TR 30 60 min TR 5 60 min TR 15 60 min TR 30

Vazão crítica 30 min TR 50 Vazão crítica 60 min TR 50


220 220

200 200

180 180

160 160

140 140
Vazão (m3/s)

Vazão (m3/s)

120 120

100 100

80 80

60 60

40 40

20 20

0 0
1 6 11 16 21 26 31 36 1 6 11 16 21 26 31 36
tempo (5 min) tempo (5 min)

30minTR5 30minTR15 capacidade


capacidade 60minTR2 60minTR5
30minTR30 30minTR50
220 60minTR15 60minTR30 60minTR50

200 220

200
180
180
160
160
140
Vazão (m3/s)

140
Vazão (m3/s)

120
120
100
100
80 80

60 60

40 40

20 20

0
0
1 6 11 16 21 26 31 36
1 6 11 16 21 26 31 36
intervalo de tempo (5 min)
intervalo de tempo (5 min)

Figura E1 - Simulações (CLASS 1- Medidas 1) duração da chuva de 30 min.


(esquerda) e 60 min (direita), para diferentes tempo de retorno, na bacia do
Gregório nos postos de controle: E4 (superior), E5 (segundo), MMSC frente à
“Padaria Caiçara” (terceiro) e na junção entre o Gregório e o Simeão (inferior).
“Previsão de Enchentes para o Plano Diretor de Drenagem Urbana de São Carlos (PDDUSC) na Bacia Escola do Córrego 246
do Gregório” Regina Mambeli Barros (SHS-EESC/USP) – Anexos

30 min TR 5 30 min TR 15 30 min TR 30 30 min TR 50 60 min TR 5 60 min TR 15 60 min TR 30 60 min TR 50

220 220

200 200

180 180

160 160

140 140
Vazão (m3/s)

Vazão (m3/s)
120 120

100 100

80 80

60 60

40 40

20 20

0 0
1 6 11 16 21 26 31 36 1 6 11 16 21 26 31 36
tempo (5 min) tempo (5 min)

30 min TR 5 30 min TR 15
60 min TR 5 60 min TR 15 60 min TR 30 60 min TR 50
30 min TR 30 30 min TR 50
220 220

200 200

180 180

160 160

140 140
Vazão (m3/s)

Vazão (m3/s)
120 120

100 100

80 80

60 60

40 40

20 20

0 0
1 6 11 16 21 26 31 36 1 6 11 16 21 26 31 36
tempo (5 min) tempo (5 min)

30 min TR 5 30 min TR 15 30 min TR 30 60 min TR 5 60 min TR 15 60 min TR 30

Vazão crítica 30 min TR 50 Vazão crítica 60 min TR 50


220 220
200 200
180 180
160 160
140 140
Vazão (m3/s)

Vazão (m3/s)

120 120
100 100
80 80
60 60
40
40
20
20
0
0
1 6 11 16 21 26 31 36
1 6 11 16 21 26 31 36
tempo (5 min)
tempo (5 min)

30minTR5 30minTR15 capacidade


capacidade 60minTR2 60minTR5
30minTR30 30minTR50
220 60minTR15 60minTR30 60minTR50

200 220

200
180
180
160
160
140
Vazão (m3/s)

140
Vazão (m3/s)

120
120
100 100
80 80

60 60

40 40

20 20

0
0
1 6 11 16 21 26 31 36
1 6 11 16 21 26 31 36
intervalo de tempo (5 min)
intervalo de tempo (5 min)

Figura E2 - Simulações (CLASS 2- Medida 1) duração da chuva de 30 min.


(esquerda) e 60 min (direita), para diferentes tempo de retorno, na bacia do
Gregório nos postos de controle: E4 (superior), E5 (segundo), MMSC frente à
“Padaria Caiçara” (terceiro) e na junção entre o Gregório o Simeão (inferior).
“Previsão de Enchentes para o Plano Diretor de Drenagem Urbana de São Carlos (PDDUSC) na Bacia Escola do Córrego 247
do Gregório” Regina Mambeli Barros (SHS-EESC/USP) – Anexos

30 min TR 5 30 min TR 15 30 min TR 30 30 min TR 50 60 min TR 5 60 min TR 15 60 min TR 30 60 min TR 50

220 220

200 200

180 180

160 160

140 140

Vazão (m3/s)

Vazão (m3/s)
120 120

100 100

80 80

60 60

40 40

20 20

0 0
1 6 11 16 21 26 31 36 1 6 11 16 21 26 31 36
tempo (5 min) tempo (5 min)

30 min TR 5 30 min TR 15
60 min TR 5 60 min TR 15 60 min TR 30 60 min TR 50
30 min TR 30 30 min TR 50
220 220

200 200

180 180

160 160

140 140
Vazão (m3/s)

Vazão (m3/s)
120 120

100 100

80 80

60 60

40 40

20 20

0 0
1 6 11 16 21 26 31 36 1 6 11 16 21 26 31 36
tempo (5 min) tempo (5 min)

30 min TR 5 30 min TR 15 30 min TR 30 60 min TR 5 60 min TR 15 60 min TR 30

Vazão crítica 30 min TR 50 Vazão crítica 60 min TR 50


220 220

200 200

180 180

160 160

140 140
Vazão (m3/s)

Vazão (m3/s)

120 120

100 100

80 80

60 60

40 40

20 20

0 0
1 6 11 16 21 26 31 36 1 6 11 16 21 26 31 36
tempo (5 min) tempo (5 min)

30minTR5 30minTR15 capacidade


capacidade 60minTR2 60minTR5
30minTR30 30minTR50
220 60minTR15 60minTR30 60minTR50

200 220

200
180
180
160
160
140
Vazão (m3/s)

140
Vazão (m3/s)

120
120
100 100
80 80

60 60

40 40

20 20

0
0
1 6 11 16 21 26 31 36
1 6 11 16 21 26 31 36
intervalo de tempo (5 min)
intervalo de tempo (5 min)

Figura E3- Simulações (CLASS 3- Medida 1) duração da chuva de 30 min.


(esquerda) e 60 min (direita), para diferentes tempo de retorno, na bacia do
Gregório nos postos de controle: E4 (superior), E5 (segundo), MMSC frente à
“Padaria Caiçara” (terceiro) e na junção entre o Gregório e o Simeão (inferior).
“Previsão de Enchentes para o Plano Diretor de Drenagem Urbana de São Carlos (PDDUSC) na Bacia Escola do Córrego 248
do Gregório” Regina Mambeli Barros (SHS-EESC/USP) – Anexos

Anexo F– Volumes calculados em simulações realizadas com o IPHS-1 – Medida 1

Tabela F1 – CLASS 1-Medida 1 .


Medida 1
CLASS 1
Evento Trecho Volume (m3) Duração (min)
TC1 NA NA
30 min TR 10
TC2 NA NA
TC1 NA NA
30 min TR 15
TC2 NA NA
TC1 NA NA
30 min TR 20
TC2 NA NA
TC1 NA NA
30 min TR 25
TC2 NA NA
TC1 0.00 0.00
30 min TR 30
TC2 0.00 0.00
TC3 20.61 15.00
30 min TR 50
TC2 0.00 0.00

Medida 1
CLASS 1
Evento Trecho Volume (m3) Duração (min)
TC1 NA NA
60 min TR 10
TC2 NA NA
TC1 NA NA
60 min TR 15
TC2 NA NA
TC1 NA NA
60 min TR 20
TC2 NA NA
TC1 NA NA
60 min TR 25
TC2 NA NA
TC1 NA NA
60 min TR 30
TC2 NA NA
TC3 86.25 20.00
60 min TR 50
TC2 NA NA
“Previsão de Enchentes para o Plano Diretor de Drenagem Urbana de São Carlos (PDDUSC) na Bacia Escola do Córrego 249
do Gregório” Regina Mambeli Barros (SHS-EESC/USP) – Anexos

Anexo G – Vazões simuladas com o IPHS-1 – Medida 2


30 min TR 5 30 min TR 15 30 min TR 30 30 min TR 50 60 min TR 5 60 min TR 15 60 min TR 30 60 min TR 50

220 220

200 200

180 180

160 160

140 140
Vazão (m3/s)

Vazão (m3/s)
120 120

100 100

80 80

60 60

40 40

20 20

0 0
1 6 11 16 21 26 31 36 1 6 11 16 21 26 31 36
tempo (5 min) tempo (5 min)

30 min TR 5 30 min TR 15
60 min TR 5 60 min TR 15 60 min TR 30 60 min TR 50
30 min TR 30 30 min TR 50
220 220

200 200

180 180

160 160

140 140
Vazão (m3/s)

Vazão (m3/s)
120 120

100 100

80 80

60 60

40 40

20 20

0 0
1 6 11 16 21 26 31 36 1 6 11 16 21 26 31 36
tempo (5 min) tempo (5 min)

30 min TR 5 30 min TR 15 30 min TR 30 60 min TR 5 60 min TR 15 60 min TR 30

Vazão crítica 30 min TR 50 Vazão crítica 60 min TR 50


220 220

200 200

180 180

160 160

140 140
Vazão (m3/s)

Vazão (m3/s)

120 120

100 100

80 80

60 60

40 40

20 20

0 0
1 6 11 16 21 26 31 36 1 6 11 16 21 26 31 36
tempo (5 min) tempo (5 min)

30minTR5 30minTR15 capacidade


capacidade 60minTR2 60minTR5
30minTR30 30minTR50
220 60minTR15 60minTR30 60minTR50

200 220

200
180
180
160
160
140
Vazão (m3/s)

140
Vazão (m3/s)

120
120
100 100
80 80

60 60

40 40

20 20

0
0
1 6 11 16 21 26 31 36
1 6 11 16 21 26 31 36
intervalo de tempo (5 min)
intervalo de tempo (5 min)

Figura G1 - Simulações (CLASS 1- Medida 2) duração da chuva de 30 min.


(esquerda) e 60 min (direita), para diferentes tempo de retorno, na bacia do
Gregório nos postos de controle: E4 (superior), E5 (segundo), MMSC frente à
“Padaria Caiçara” (terceiro) e na junção entre o Gregório e o Simeão (inferior).
“Previsão de Enchentes para o Plano Diretor de Drenagem Urbana de São Carlos (PDDUSC) na Bacia Escola do Córrego 250
do Gregório” Regina Mambeli Barros (SHS-EESC/USP) – Anexos

30 min TR 5 30 min TR 15 30 min TR 30 30 min TR 50 60 min TR 5 60 min TR 15 60 min TR 30 60 min TR 50

220 220

200 200

180 180

160 160

140 140
Vazão (m3/s)

Vazão (m3/s)
120 120

100 100

80 80

60 60

40 40

20 20

0 0
1 6 11 16 21 26 31 36 1 6 11 16 21 26 31 36
tempo (5 min) tempo (5 min)

30 min TR 5 30 min TR 15
60 min TR 5 60 min TR 15 60 min TR 30 60 min TR 50
30 min TR 30 30 min TR 50
220 220

200 200

180 180

160 160

140 140
Vazão (m3/s)

120 Vazão (m3/s) 120

100 100

80 80

60 60

40 40

20 20

0 0
1 6 11 16 21 26 31 36 1 6 11 16 21 26 31 36
tempo (5 min) tempo (5 min)

30 min TR 5 30 min TR 15 30 min TR 30 60 min TR 5 60 min TR 15 60 min TR 30

Vazão crítica 30 min TR 50 Vazão crítica 60 min TR 50


220 220

200 200

180 180

160 160

140 140
Vazão (m3/s)

Vazão (m3/s)

120 120

100 100

80 80

60 60

40 40

20 20

0 0
1 6 11 16 21 26 31 36 1 6 11 16 21 26 31 36
tempo (5 min) tempo (5 min)

30minTR5 30minTR15 capacidade


capacidade 60minTR2 60minTR5
30minTR30 30minTR50
220 60minTR15 60minTR30 60minTR50

200 220

200
180
180
160
160
140
Vazão (m3/s)

140
Vazão (m3/s)

120
120
100 100
80 80

60 60

40 40

20 20

0
0
1 6 11 16 21 26 31 36
1 6 11 16 21 26 31 36
intervalo de tempo (5 min)
intervalo de tempo (5 min)

Figura G2 - Simulações (CLASS 2- Medida 2) duração da chuva de 30 min.


(esquerda) e 60 min (direita), para diferentes tempo de retorno, na bacia do
Gregório nos postos de controle: E4 (superior), E5 (segundo), MMSC frente à
“Padaria Caiçara” (terceiro) e na junção entre o Gregório o Simeão (inferior).
“Previsão de Enchentes para o Plano Diretor de Drenagem Urbana de São Carlos (PDDUSC) na Bacia Escola do Córrego 251
do Gregório” Regina Mambeli Barros (SHS-EESC/USP) – Anexos

30 min TR 5 30 min TR 15 30 min TR 30 30 min TR 50 60 min TR 5 60 min TR 15 60 min TR 30 60 min TR 50

220 220

200 200

180 180

160 160

140 140

Vazão (m3/s)

Vazão (m3/s)
120 120

100 100

80 80

60 60

40 40

20 20

0 0
1 6 11 16 21 26 31 36 1 6 11 16 21 26 31 36
tempo (5 min) tempo (5 min)

30 min TR 5 30 min TR 15
60 min TR 5 60 min TR 15 60 min TR 30 60 min TR 50
30 min TR 30 30 min TR 50
220 220

200 200

180 180

160 160

140 140
Vazão (m3/s)

Vazão (m3/s)
120 120

100 100

80 80

60 60

40 40

20 20

0 0
1 6 11 16 21 26 31 36 1 6 11 16 21 26 31 36
tempo (5 min) tempo (5 min)

30 min TR 5 30 min TR 15 30 min TR 30 60 min TR 5 60 min TR 15 60 min TR 30

Vazão crítica 30 min TR 50 Vazão crítica 60 min TR 50


220 220

200 200

180 180

160 160

140 140
Vazão (m3/s)

Vazão (m3/s)

120 120

100 100

80 80

60 60

40 40

20 20

0 0
1 6 11 16 21 26 31 36 1 6 11 16 21 26 31 36
tempo (5 min) tempo (5 min)

30minTR5 30minTR15 capacidade


capacidade 60minTR2 60minTR5
30minTR30 30minTR50
220 60minTR15 60minTR30 60minTR50

200 220

200
180
180
160
160
140
Vazão (m3/s)

140
Vazão (m3/s)

120
120
100 100
80 80

60 60

40 40

20 20

0
0
1 6 11 16 21 26 31 36
1 6 11 16 21 26 31 36
intervalo de tempo (5 min)
intervalo de tempo (5 min)

Figura G3 - Simulações (CLASS 3- Medida 2) duração da chuva de 30 min.


(esquerda) e 60 min (direita), para diferentes tempo de retorno, na bacia do
Gregório nos postos de controle: E4 (superior), E5 (segundo), MMSC frente à
“Padaria Caiçara” (terceiro) e na junção entre o Gregório e o Simeão (inferior).
“Previsão de Enchentes para o Plano Diretor de Drenagem Urbana de São Carlos (PDDUSC) na Bacia Escola do Córrego 252
do Gregório” Regina Mambeli Barros (SHS-EESC/USP) – Anexos

Anexo H– Volumes calculados em simulações realizadas com o IPHS-1 – Medida 2

Tabela H1 – CLASS 1-Medida 2 .


Medida 2
CLASS 1
Evento Trecho Volume (m3) Duração (min)
TC1 NA NA
60 min TR 10
TC2 NA NA
TC1 NA NA
60 min TR 15
TC2 NA NA
TC1 NA NA
60 min TR 20
TC2 NA NA
TC1 NA NA
60 min TR 25
TC2 NA NA
TC1 NA NA
60 min TR 30
TC2 NA NA
TC1 NA NA
60 min TR 50
TC3 49.60 20.00

Tabela G2 – CLASS 2-Medida 2.

Medida 2
CLASS 2
Evento Trecho Volume (m3) Duração (min)
TC1 NA NA
60 min TR 10
TC2 NA NA
TC1 NA NA
60 min TR 15
TC2 NA NA
TC1 0.00 NA
60 min TR 20
TC2 0.00 NA
TC1 0.00 NA
60 min TR 25
TC2 0.00 NA
TC1 0.00 NA
60 min TR 30
TC2 0.00 NA
TC1 0.00 NA
60 min TR 50
TC3 57.03 25.00

Tabela G3 – CLASS 3-Medida 2.


Medida 2
CLASS 3
Evento Trecho Volume (m3) Duração (min)
TC1 NA NA
60 min TR 10
TC2 NA NA
TC1 NA NA
60 min TR 15
TC2 NA NA
TC1 NA NA
60 min TR 20
TC2 NA NA
TC1 NA NA
60 min TR 25
TC2 NA NA
TC1 NA NA
60 min TR 30
TC2 NA NA
TC1 NA NA
60 min TR 50
TC3 60.08 25.00
“Previsão de Enchentes para o Plano Diretor de Drenagem Urbana de São Carlos (PDDUSC) na Bacia Escola do Córrego 253
do Gregório” Regina Mambeli Barros (SHS-EESC/USP) – Anexos

Anexo I - Resultados do Modelo Distribuído

30minTR5 30minTR10 30minTR15 30minTR20 60minTR5 60minTR10 60minTR15 60minTR20

30minTR25 30minTR30 30minTR50 60minTR25 60minTR30 60minTR50 60minTR2


220 220

200 200

180 180

160 160

140 140

Vazão (m3/s)
Vazão (m3/s)

120 120

100 100

80 80
60 60
40 40
20 20
0 0
1 6 11 16 21 26 31 36 1 6 11 16 21 26 31 36
intervalo de tempo (5 min) intervalo de tempo (5 min)

30 min TR5 30minTR10 30minTR15 30minTR20


60 minTR5 60minTR10 60minTR15 60minTR20
30minTR25 30minTR30 30minTR50
220 60minTR25 60minTR30 60minTR50 60minTR2
220
200
200
180
180
160
160
140
Vazão (m3/s)

140

Vazão (m3/s)
120
120
100
100
80 80
60 60
40 40
20 20
0 0
1 6 11 16 21 26 31 36 1 6 11 16 21 26 31 36
intervalo de tempo (5 min) intervalo de tempo (5 min)

30minTR5 30minTR10 60minTR5 60minTR10


30minTR15 30minTR20 60minTR15 60minTR20
30minTR50 Vazão extravazamento
60minTR50 60minTR2
vazão extravazamento 60 min TR 25
30 min TR 25 30 min TR 30 60 min TR 30
220
220
200
200
180
180
160
160
140
Vazão (m3/s)

140
Vazão (m3/s)

120
120
100
100
80
80
60 60
40 40

20 20

0 0
1 6 11 16 21 26 31 36 1 6 11 16 21 26 31 36
intervalo de tempo (5 min) intervalo de tempo (5 min)

30minTR5 30minTR10 30minTR15 60minTR5 60minTR10


60minTR15 60minTR20
30minTR20 30minTR25 30minTR30 60minTR25 60minTR30
60minTR50 60minTR2
30minTR50 capacidade trecho capacidade do trecho
220 220

200 200
180 180
160 160
140 140
Vazão (m3/s)
Vazão (m3/s)

120 120
100 100
80 80
60 60
40 40
20 20
0 0
1 6 11 16 21 26 31 36 1 6 11 16 21 26 31 36
intervalo de tempo (5 min) intervalo de tempo (5 min)

Figura I1 – Vazão em E4(superior), E5 (segundo), MMSC (terceiro) e na junção


entre o Gregório e o Simeão canalizado (inferior) chuva com duração de 30 min
(esquerda) e 60 min (direita) –CLASS 1.
“Previsão de Enchentes para o Plano Diretor de Drenagem Urbana de São Carlos (PDDUSC) na Bacia Escola do Córrego 254
do Gregório” Regina Mambeli Barros (SHS-EESC/USP) – Anexos

30minTR5 30minTR15
30minTR30 30minTR50
Cota de extravazamento
4.50

4.00

3.50

Cota de descarga (m)


3.00

2.50

2.00

1.50

1.00

0.50

0.00
1 6 11 16 21 26 31 36
intervalo de tempo (5 min)

30 min TR 5 30 min TR 15
30 min TR 30 30 min TR 50
Cota de extravazamento
4.50

4.00

3.50
Cota de descarga (m)

3.00

2.50

2.00

1.50

1.00

0.50

0.00
1 6 11 16 21 26 31 36
intervalo de tempo (5 min)

Figura I2 – Cotas de descarga CLASS 1 (método de extrapolação de Stevens) para


E5 (superior) e MMSC (inferior) – Chuva de duração de 30 min.

60minTR5 60minTR15

60minTR30 60minTR50

60minTR2 Cota de extravazamento


4.50

4.00

3.50
Cota de descarga (m)

3.00

2.50

2.00

1.50

1.00

0.50

0.00
1 6 11 16 21 26 31 36
intervalo de tempo (5 min)

60 min TR 5 60 min TR 15

60 min TR 30 60 min TR 50

60 min TR 2 cota de extravazamento


4.50

4.00

3.50
Cota de descarga (m)

3.00

2.50

2.00

1.50

1.00

0.50

0.00
1 6 11 16 21 26 31 36
intervalo de tempo (5 minutos)

Figura I3– Cotas de descarga CLASS 1 (método de extrapolação de Stevens) para


E5 (superior) e MMSC (inferior) – Chuva de duração de 60 min.
“Previsão de Enchentes para o Plano Diretor de Drenagem Urbana de São Carlos (PDDUSC) na Bacia Escola do Córrego 255
do Gregório” Regina Mambeli Barros (SHS-EESC/USP) – Anexos

30minTR5 30minTR15 30minTR30 30minTR50 60minTR5 60minTR15 60minTR30 60minTR50

220 220

200 200

180 180

160 160

140 140

Vazão (m3/s)
Vazão (m3/s)

120 120

100 100

80 80

60 60
40 40
20 20
0 0
1 6 11 16 21 26 31 36 1 6 11 16 21 26 31 36
intervalo de tempo (5 min) intervalo de tempo (5 min)

30 min TR5 30minTR15 30minTR30 30minTR50


60 minTR5 60minTR15 60minTR30 60minTR50
220
220
200
200
180
180
160
160
140
Vazão (m3/s)

140

Vazão (m3/s)
120
120
100
100
80 80
60 60
40 40
20 20
0 0
1 6 11 16 21 26 31 36 1 6 11 16 21 26 31 36
intervalo de tempo (5 min) intervalo de tempo (5 min)

30minTR5 30minTR15 60minTR5 60minTR15


30minTR50 Vazão extravazamento 60minTR50 vazão extravazamento
30 min TR 30 60 min TR 30
220
220
200
200
180
180
160
160
140
Vazão (m3/s)

140
Vazão (m3/s)

120
120
100
100
80
80
60 60
40 40
20 20

0 0
1 6 11 16 21 26 31 36 1 6 11 16 21 26 31 36
intervalo de tempo (5 min) intervalo de tempo (5 min)

60minTR5 60minTR15
30minTR5 30minTR15 30minTR30
60minTR30 60minTR50
30minTR50 capacidade trecho 60minTR2 capacidade do trecho
220 220

200 200
180 180
160 160
140 140
Vazão (m3/s)
Vazão (m3/s)

120 120
100 100
80 80
60 60
40 40
20 20
0 0
1 6 11 16 21 26 31 36 1 6 11 16 21 26 31 36
intervalo de tempo (5 min) intervalo de tempo (5 min)

Figura I4 – Vazão em E4(superior), E5 (segundo), MMSC (terceiro) e na junção


entre o Gregório e o Simeão canalizado (inferior) chuva com duração de 30 min
(esquerda) e 60 min (direita) –CLASS 2.
“Previsão de Enchentes para o Plano Diretor de Drenagem Urbana de São Carlos (PDDUSC) na Bacia Escola do Córrego 256
do Gregório” Regina Mambeli Barros (SHS-EESC/USP) – Anexos

30minTR5 30minTR15
30minTR30 30minTR50
Cota de extravazamento
4.50

4.00

3.50

Cota de descarga (m)


3.00

2.50

2.00

1.50

1.00

0.50

0.00
1 6 11 16 21 26 31 36
intervalo de tempo (5 min)

30 min TR 5 30 min TR 15
30 min TR 30 30 min TR 50
Cota de extravazamento
4,50

4,00

3,50
Cota de descarga (m)

3,00

2,50

2,00

1,50

1,00

0,50

0,00
1 6 11 16 21 26 31 36
intervalo de tempo (5 min)

Figura I5 – Cotas de descarga CLASS 2 (método de extrapolação de Stevens) para


E5 (superior) e MMSC (inferior) – Chuva de duração de 30 min.

60minTR5 60minTR15
60minTR30 60minTR50
60minTR2 Cota de extravazamento
4.50

4.00

3.50
Cota de descarga (m)

3.00

2.50

2.00

1.50

1.00

0.50

0.00
1 6 11 16 21 26 31 36
intervalo de tempo (5 min)

60 min TR 5 60 min TR 15
60 min TR 30 60 min TR 50
60 min TR 2 cota de extravazamento
4,50

4,00

3,50
Cota de descarga (m)

3,00

2,50

2,00

1,50

1,00

0,50

0,00
1 6 11 16 21 26 31 36
intervalo de tempo (5 minutos)

Figura I6– Cotas de descarga CLASS 2 (método de extrapolação de Stevens) para


E5 (superior) e MMSC (inferior) – Chuva de duração de 60 min.
“Previsão de Enchentes para o Plano Diretor de Drenagem Urbana de São Carlos (PDDUSC) na Bacia Escola do Córrego 257
do Gregório” Regina Mambeli Barros (SHS-EESC/USP) – Anexos

30minTR5 30minTR15 30minTR30 30minTR50 60minTR5 60minTR15 60minTR30 60minTR50

220 220

200 200

180 180

160 160

140 140

Vazão (m3/s)
Vazão (m3/s)

120 120

100 100

80 80
60 60
40 40
20 20
0 0
1 6 11 16 21 26 31 36 1 6 11 16 21 26 31 36
intervalo de tempo (5 min) intervalo de tempo (5 min)

30 min TR5 30minTR15 30minTR30 30minTR50


60 minTR5 60minTR15 60minTR30 60minTR50
220
220
200
200
180
180
160
160
140
Vazão (m3/s)

140

Vazão (m3/s)
120
120
100
100
80
80
60 60
40 40
20 20
0 0
1 6 11 16 21 26 31 36 1 6 11 16 21 26 31 36
intervalo de tempo (5 min) intervalo de tempo (5 min)

30minTR5 30minTR15 60minTR5 60minTR15


30minTR50 Vazão extravazamento 60minTR50 vazão extravazamento
30 min TR 30 60 min TR 30
220
220
200
200
180
180
160
160
140
Vazão (m3/s)

140
Vazão (m3/s)

120
120
100
100
80
80
60 60
40 40
20 20

0 0
1 6 11 16 21 26 31 36 1 6 11 16 21 26 31 36
intervalo de tempo (5 min) intervalo de tempo (5 min)

60minTR5 60minTR15
30minTR5 30minTR15 30minTR30
60minTR30 60minTR50
30minTR50 capacidade trecho 60minTR2 capacidade do trecho
220 220

200 200
180 180
160 160
140 140
Vazão (m3/s)
Vazão (m3/s)

120 120
100 100
80 80
60 60
40 40
20 20
0 0
1 6 11 16 21 26 31 36 1 6 11 16 21 26 31 36
intervalo de tempo (5 min) intervalo de tempo (5 min)

Figura I7 – Vazão em E4(superior), E5 (segundo), MMSC (terceiro) e na junção


entre o Gregório e o Simeão canalizado (inferior) chuva com duração de 30 min
(esquerda) e 60 min (direita) –CLASS 3.
“Previsão de Enchentes para o Plano Diretor de Drenagem Urbana de São Carlos (PDDUSC) na Bacia Escola do Córrego 258
do Gregório” Regina Mambeli Barros (SHS-EESC/USP) – Anexos

30minTR5 30minTR15
30minTR30 30minTR50
Cota de extravazamento
4.50

4.00

3.50

Cota de descarga (m)


3.00

2.50

2.00

1.50

1.00

0.50

0.00
1 6 11 16 21 26 31 36
intervalo de tempo (5 min)

30 min TR 5 30 min TR 15
30 min TR 30 30 min TR 50
Cota de extravazamento
4,50

4,00

3,50
Cota de descarga (m)

3,00

2,50

2,00

1,50

1,00

0,50

0,00
1 6 11 16 21 26 31 36
intervalo de tempo (5 min)

Figura I8 – Cotas de descarga CLASS 3 (método de extrapolação de Stevens) para


E5 (superior) e MMSC (inferior) – Chuva de duração de 30 min.

60minTR5 60minTR15

60minTR30 60minTR50

60minTR2 Cota de extravazamento


4.50

4.00

3.50
Cota de descarga (m)

3.00

2.50

2.00

1.50

1.00

0.50

0.00
1 6 11 16 21 26 31 36
intervalo de tempo (5 min)

60 min TR 5 60 min TR 15

60 min TR 30 60 min TR 50

60 min TR 2 cota de extravazamento


4,50

4,00

3,50
Cota de descarga (m)

3,00

2,50

2,00

1,50

1,00

0,50

0,00
1 6 11 16 21 26 31 36
intervalo de tempo (5 minutos)

Figura I9– Cotas de descarga CLASS 3 (método de extrapolação de Stevens) para


E5 (superior) e MMSC (inferior) – Chuva de duração de 60 min.
“Previsão de Enchentes para o Plano Diretor de Drenagem Urbana de São Carlos (PDDUSC) na Bacia Escola do Córrego 259
do Gregório” Regina Mambeli Barros (SHS-EESC/USP) – Anexos

Anexo J - Mapeamentos de Inundações – IPHS-1

Figura J1- Mapeamentos de inundação 30minTR50 CLASS 4 (primeiro);


60minTR30 CLASS 4 (segundo) e 60 minTR50 CLASS 4(terceiro)
“Previsão de Enchentes para o Plano Diretor de Drenagem Urbana de São Carlos (PDDUSC) na Bacia Escola do Córrego 260
do Gregório” Regina Mambeli Barros (SHS-EESC/USP) – Anexos

Figura J2- Mapeamentos de inundação 30minTR50 CLASS 5 (primeiro);


60minTR30 CLASS 5 (segundo) e 60 minTR50 CLASS 5(terceiro)
“Previsão de Enchentes para o Plano Diretor de Drenagem Urbana de São Carlos (PDDUSC) na Bacia Escola do Córrego 261
do Gregório” Regina Mambeli Barros (SHS-EESC/USP) – Anexos

Anexo K – Mapeamentos de Inundações – Modelo Distribuído – Máximo em


MMSC

Figura K1- Mapeamentos de inundação 30minTR15 CLASS 5 (primeiro);


30minTR20 CLASS 3 (segundo) e 30min TR20 CLASS 4(terceiro)
“Previsão de Enchentes para o Plano Diretor de Drenagem Urbana de São Carlos (PDDUSC) na Bacia Escola do Córrego 262
do Gregório” Regina Mambeli Barros (SHS-EESC/USP) – Anexos

Figura K2- Mapeamentos de inundação 60minTR50 CLASS 3(primeiro);


60minTR50 CLASS 4 (segundo) e 60min TR 50 CLASS 5(terceiro).
“Previsão de Enchentes para o Plano Diretor de Drenagem Urbana de São Carlos (PDDUSC) na Bacia Escola do Córrego 263
do Gregório” Regina Mambeli Barros (SHS-EESC/USP) – Anexos

Anexo L – Mapeamentos de Inundações – Modelo Distribuído – Máximo em E5

Figura L1- Mapeamentos de inundação 30minTR30 CLASS 5(primeiro);


30minTR50 CLASS 1 (segundo) e 30min TR50 CLASS 2(terceiro).
“Previsão de Enchentes para o Plano Diretor de Drenagem Urbana de São Carlos (PDDUSC) na Bacia Escola do Córrego 264
do Gregório” Regina Mambeli Barros (SHS-EESC/USP) – Anexos

Figura L2- Mapeamentos de inundação 30minTR50 CLASS 3(primeiro);


30minTR50 CLASS 5 (segundo) e 30min TR50 CLASS 4(terceiro).
“Previsão de Enchentes para o Plano Diretor de Drenagem Urbana de São Carlos (PDDUSC) na Bacia Escola do Córrego 265
do Gregório” Regina Mambeli Barros (SHS-EESC/USP) – Anexos

Figura L3- Mapeamentos de inundação 60minTR25 CLASS 5(primeiro);


60minTR30 CLASS 2 (segundo) e 60min TR50 CLASS 3(terceiro).
“Previsão de Enchentes para o Plano Diretor de Drenagem Urbana de São Carlos (PDDUSC) na Bacia Escola do Córrego 266
do Gregório” Regina Mambeli Barros (SHS-EESC/USP) – Anexos

Figura L4- Mapeamentos de inundação 60minTR30 CLASS 5(primeiro),


60minTR50 CLASS 1 (médio) e 60minTR50 CLASS 2 (inferior).
“Previsão de Enchentes para o Plano Diretor de Drenagem Urbana de São Carlos (PDDUSC) na Bacia Escola do Córrego 267
do Gregório” Regina Mambeli Barros (SHS-EESC/USP) – Anexos

Figura L5- Mapeamentos de inundação 60minTR30 CLASS 3(primeiro),


60minTR50 CLASS 4 (médio) e 60minTR50 CLASS 5 (inferior).
“Previsão de Enchentes para o Plano Diretor de Drenagem Urbana de São Carlos (PDDUSC) na Bacia Escola do Córrego 268
do Gregório” Regina Mambeli Barros (SHS-EESC/USP) – Anexos

Anexo M – Rotina em VISUAL FORTRAN® para corte do plano

c
c programa para cortar no mdt uma "cunha"de inundação
c Declaração de variáveis

real IMG[allocatable](:,:)
real img1aux[allocatable](:,:)
real z[allocatable](:,:)
real zresult[allocatable](:,:)
real zresumzero[allocatable](:,:)
real zmarca[allocatable](:,:)

character*30 def
def='\publico\'
open(unit=1,defaultfile=def,file='mdtinund.rdc',
$status='old')

read(1,1)nl,nc,xmin,xmax,ymin,ymax,cotamin,cotamax
1 format(4/,13x,i5,/,13x,i5,4/,13x,f11.3,/,13x,f11.3,/,13x
$,f12.3,/,13x,f12.3,5/,13x,f4.0,/,13x,f4.0)

write(*,*)nl,nc
write(*,*)'digite os valores de a,b e c'
read(*,*)a,b,c

allocate(IMG(nl,nc))
allocate(img1aux(nl,nc))
allocate(z(nl,nc))
allocate(zresult(nl,nc))
allocate(zresumzero(nl,nc))
allocate(zmarca(nl,nc))

open(unit=2,defaultfile=def,file='mdtinund.rst',
“Previsão de Enchentes para o Plano Diretor de Drenagem Urbana de São Carlos (PDDUSC) na Bacia Escola do Córrego 269
do Gregório” Regina Mambeli Barros (SHS-EESC/USP) – Anexos

$form='binary',status='old')

do 10 i=1,nl
do 10 j=1,nc

read(2)IMG(i,j)

10 continue

c cálculo da "cunha" de inundação

c ** cota da bacia ****************

do 65 i=1,nl
do 66 j=1,nc
img1aux(i,j)=IMG(i,j)
66 continue
65 continue

c ** cota do plano *************


c ** calculo das cotas finais *******
do 101 i=1,nl
do 101 j=1,nc

z(i,j)=a*(199000.0000000+
*j*10.00000000)+b*(7557000.00000+
* (900-i)*10.00000000)+c

if((z(i,j).ge.img1aux(i,j)).and.(img1aux(i,j).ne.0.))then
zresult(i,j)=z(i,j)
zmarca(i,j)=3
else
zresult(i,j)=0
zmarca(i,j)=4
“Previsão de Enchentes para o Plano Diretor de Drenagem Urbana de São Carlos (PDDUSC) na Bacia Escola do Córrego 270
do Gregório” Regina Mambeli Barros (SHS-EESC/USP) – Anexos

endif
101 continue

c ***atribuicao de 1 ou zero ******

do 102 i=1,nl
do 102 j=1,nc
if(zresult(i,j).ne.0.and.zmarca(i,j).eq.3)then
zresumzero(i,j)=1
else
zresumzero(i,j)=0
endif
102 continue

c ***escrever ******
open(unit=3,defaultfile=def,file='mdtresult.rst',form='binary',
$status='old')
open(unit=4,defaultfile=def,file='mdtzero.rst',form='binary',
$status='old')
open(unit=5,defaultfile=def,file='mdtascii',
$status='old')

do 103 i=1,nl
do 103 j=1,nc
write(3)zresult(i,j)
write(4)zresumzero(i,j)
write(5,*)'zresult = ',zresult(i,j)
write(5,*)'zresumzero = ',zresumzero(i,j)
103 continue

end
“Previsão de Enchentes para o Plano Diretor de Drenagem Urbana de São Carlos (PDDUSC) na Bacia Escola do Córrego 271
do Gregório” Regina Mambeli Barros (SHS-EESC/USP) – Anexos

Anexo N – Questionário aplicado

Entrevista à sociedade da Sub-bacia do Córrego do Gregório


Colaboradores: Defesa Civil de São Carlos (Sr. Pedro Cabalero)
Organizadora: Regina Mambeli Barros, Escola de Engenharia de São Carlos,
Universidade de São Paulo (SHS,EESC/USP)

Objetivos:

1. Conhecer o nível de informação de uma amostra representativa da população de


usuários da sub-bacia do Córrego do Gregório acerca do tema "Gestão de
Recursos Hídricos e Drenagem Urbana" e “Enchentes Urbanas”;2. Conhecer o
nível de organização da sociedade em torno do interesse comum " Conservação
da Água Urbana";3. Estabelecer um primeiro contato com esta sociedade civil.

Data:____/____/______ Horário:____________________
Nome:_______________________________________________
Idade:_______________

Comentários iniciais:___________________________

Nível de escolaridade:

( ) Primeiro Grau
( ) Segundo Grau
( ) Terceiro Grau

1. Tem conhecimento do termo "bacia hidrográfica"?

( ) Sim ( ) Não

2. Sabe o nome da bacia em que reside?

( ) Sim ( ) Não

3. Tem conhecimento das leis brasileiras que dispõem sobre a Gestão de


Recursos Hídricos?

( ) Sim ( ) Não

( ) Muito pouco

Através de que meio? (Caso não tenha respondido negativo na questão 3)

( ) Jornal ( ) Televisão

( ) Rádio ( ) Universidade
“Previsão de Enchentes para o Plano Diretor de Drenagem Urbana de São Carlos (PDDUSC) na Bacia Escola do Córrego 272
do Gregório” Regina Mambeli Barros (SHS-EESC/USP) – Anexos

( ) Associação de moradores de bairro

( ) Escola (inclusive por meio de trabalho dos filhos)

( )Outros_______________________________

4. Tem conhecimento dos Comitês de bacias Hidrográficas e da participação da


sociedade?

( ) Sim ( ) Não

Caso positivo, como se dá a sua participação?

( ) Apenas conheço o Comitê de Bacia a que pertenço.


( ) Conheço o Comitê de Bacia que pertenço e participo através de uma ONG.
( ) Conheço parcialmente o assunto, porém não sei integralmente sobre a
participação da sociedade civil

5. Qual o nível de participação que o Sr. (Sra.) acredita possuir na ampliação


da problemática de enchentes em sua bacia?

( ) Um nível fundamental, através da colaboração em comitê de bacia.

( ) Algum, porém não sei descrever.

( ) Nenhum, enchente é um problema para o Governo.

( ) Nenhum, enchente é um problema sem solução.


(....) Nenhum, eu até colaboro não jogando o lixo.

6. Sabe que a impermeabilização da bacia (onde há diminuição de perdas de


água por infiltração no solo) é um fator que amplia a enchente?

( ) Sim, e esta impermeabilização deveria ser mais bem controlada pelo Código de
Obras

( ) Não, considero que apenas obras de canalização resolveriam o problema de


enchentes.

7. Já sofreu algum impacto negativo direto em decorrência de enchentes?

( ). Sim, minha casa já inundou.


( ) Sim, conheço vítimas de inundação
( ).Não

Caso positivo:

Data:_____/_____/________ Local:____________________________
“Previsão de Enchentes para o Plano Diretor de Drenagem Urbana de São Carlos (PDDUSC) na Bacia Escola do Córrego 273
do Gregório” Regina Mambeli Barros (SHS-EESC/USP) – Anexos

Evento:__________________________________________________________

Descrição:________________________________________________________

8. Estaria disposto de participar em um Comitê de bacia, caso houvesse?

( ) Sim ( ) Não

9. Quais são as suas sugestões para minimizar os problemas de enchentes?

( ) controle de impermeabilização

( ) aumento da calha do rio

( ) medidas estruturais e não estruturais

( ) desconheço

( ) Outros:_______________________________

10. Gostaria de ser mais bem informado a respeito da conservação da água em


sua bacia?

( ) Sim ( ) Não

Caso positivo, através de que meio de informação?

( ) Seminários ( ) Internet

( ) Apostilas ( ) Escola

( ) Associações de moradores de bairro

( ) Outros:_______________________________

Expressão espontânea:_______________________________
__________________________________________________
__________________________________________________
__________________________________________________

Agradecemos a sua atenção e colaboração.


“Previsão de Enchentes para o Plano Diretor de Drenagem Urbana de São Carlos (PDDUSC) na Bacia Escola do Córrego 274
do Gregório” Regina Mambeli Barros (SHS-EESC/USP) – Anexos

Anexo O – Resultado das respostas à entrevista

5.1 Entrevistas à sociedade civil

Os resultados das entrevistas à sociedade civil estão apresentados em forma de


histogramas nos gráficos das figuras O1 a O12.

80%
72%
70% primeira etapa
62% segunda etapa
58% terceira etapa
60%

50%
42%
40% 38%

30%
25%

20%

10%
3%
0% 0%
0%
Sim Não Mais ou menos

Figura O1- Conhecimento do entrevistado acerca do termo “Bacia


Hidrográfica”.
90%
85%

80%

70% 68%

61%
60%

50% primeira etapa


segunda etapa
40% 39% terceira etapa

32%
30%

20%
15%

10%

0%
Sim Não

Figura O2- Conhecimento acerca da Bacia Hidrográfica em que o


entrevistado reside.
“Previsão de Enchentes para o Plano Diretor de Drenagem Urbana de São Carlos (PDDUSC) na Bacia Escola do Córrego 275
do Gregório” Regina Mambeli Barros (SHS-EESC/USP) – Anexos

80%
74%

70% 68% primeira etapa


segunda etapa
terceira etapa
60%

50%

43% 43%

40%

30%
24%
23%

20%
15%

10%
10%

3%

0%
Sim Não Muito Pouco

Figura O3 – Conhecimento dos entrevistados sobre as leis brasileiras que


dispõem sobre a Gestão de Recursos Hídricos.

100%

91%
90%
82%
81%
80%

70%

60%

primeira etapa
50% segunda etapa
terceira etapa
40%

30%

19%
20% 18%

9%
10%

0%
Sim Não

Figura O4- Conhecimento entre os entrevistados sobre os Comitês de Bacias


Hidrográficas e a participação da sociedade.
“Previsão de Enchentes para o Plano Diretor de Drenagem Urbana de São Carlos (PDDUSC) na Bacia Escola do Córrego 276
do Gregório” Regina Mambeli Barros (SHS-EESC/USP) – Anexos

70%
65%
primeira etapa
60% segunda etapa
51%
terceira etapa
48%
50%

40%

29%
30%
26%

16%
20%
15%
12% 10%
9%
10% 7%
6%
3% 3% 0%
0% 0% 0%
0%
Um nível Algum , porém Nenhum , Nenhum , Nenhum , eu até Nenhum .
fundam ental, não s ei enchente é um enchente é um colaboro com a
através da des crever. problem a para o problem a s em coleta de lixo
colaboração em Governo. s olução.
com itê de bacia.

Figura O5 - Nível de colaboração que o entrevistado acredita possuir na


ampliação da problemática das enchentes.

90%
primeira etapa
80% segunda etapa
76%
terceira etapa
71%
70% 68%

60%

50%

40%
32%
29%
30%
24%

20%

10%

0%
Sim, e esta impermeabilização deveria ser Não, considero que apenas obras de
mais bem controlada pelo Código de Obras. canalização resolveriam o problema de
enchentes.

Figura O6- Conhecimento do entrevistado sobre a impermeabilização como


um fator ampliador de enchentes.
“Previsão de Enchentes para o Plano Diretor de Drenagem Urbana de São Carlos (PDDUSC) na Bacia Escola do Córrego 277
do Gregório” Regina Mambeli Barros (SHS-EESC/USP) – Anexos

90%

79%
80%

70%

60% 58%
53%

50% primeira etapa


segunda etapa
40% terceira etapa

32%
29%
30%

20%
15% 15%
13%

10%
6%

0%
Sim, minha casa/loja já Sim, conheço vítimas de Não.
inundou. inundação.

Figura O7- Sofrimento do entrevistado de algum impacto direto em


decorrência de enchentes

30%

primeira etapa
segunda etapa
25%
25% terceira etapa
23%

20%

15%

10%
10%

6%
4% 4%
5%

1% 0% 1%
0% 0% 0% 0% 0% 0%
0%
Região do Regiões do AzulVille II Próximo ao Lagoa Serena
mercado mercado Kartódromo (São Carlos)
Municipal (São Municipal (São
Carlos) Carlos) e baixada
do Shopping

Figura O8- Regiões mencionadas pelos entrevistados que sofreram algum


impacto negativo em decorrência de enchentes.
“Previsão de Enchentes para o Plano Diretor de Drenagem Urbana de São Carlos (PDDUSC) na Bacia Escola do Córrego 278
do Gregório” Regina Mambeli Barros (SHS-EESC/USP) – Anexos

70%

60% 58% 59%


57%

50%
42%
41% 41%
40%
primeira etapa
segunda etapa
terceira etapa
30%

20%

10%

1%
0% 0%
0%
Sim Não Sem resposta (branco)

Figura O9- Disposição do entrevistado em participar de um Comitê de Bacia


Hidrográfica, caso houvesse.

120%

100% 96%
94% 94%

80%

primeira etapa
60% segunda etapa
terceira etapa

40%

20%

6% 6%
4%

0%
Sim Não

Figura O10 Desejo do entrevistado em se tornar mais bem informado a


respeito da Conservação da água em sua bacia.
“Previsão de Enchentes para o Plano Diretor de Drenagem Urbana de São Carlos (PDDUSC) na Bacia Escola do Córrego 279
do Gregório” Regina Mambeli Barros (SHS-EESC/USP) – Anexos

40%

35%
35%
32%

30%

25%

primeira fase
20% segunda fase
18% terceira fase
16%

15%
12%
10%
10% 9% 6%

6%
6% 6%
5%
3%

0%
Seminários Apostilas Internet Escola

Figura O11-Meio pelo qual o entrevistado deseja ser mais bem informado a
respeito da conservação da água em sua bacia.

0%
outros: medidas estruturais e não estruturais e captação de água
0%
de chuva 1%
15%

desconheço 26%

18%

controle de impermeabilização, aumento da calha do rio, coleta de 3%


0%
lixo e medidas estruturais e não estruturais 3%

0%
terceira etapa
aumento da calha do rio e medidas estruturais e não estruturais 3%
1% segunda etapa
6% primeira etapa
controle de impermeabilização e medidas estruturais e não
13%
estruturais
9%
12%
controle de impermeabilização, aumento da calha do rio e medidas
10%
estruturais e não estruturais
9%
24%

controle de impermeabilização e aumento da calha do rio 13%


9%
6%
13%
medidas estruturais e não estruturais
18%
21%

aumento da calha do rio 16%


12%
15%
6%
controle de impermeabilização
21%

0% 5% 10% 15% 20% 25% 30%

Figura O12- Medidas indicadas pelo entrevistado para minimização das


enchentes

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