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“PRESSÃO ATMOSFÉRICA”

Curso
Geografia (Bacharelado e Licenciatura Plena)

Prof. Dr. Cássio Arthur Wollmann


I. Pressão Atmosférica
É o peso exercido por uma coluna de ar posicionada verticalmente acima de um lugar
por uma unidade de área.

P=F/A
Pressão Atmosférica padrão:

- Temperatura média em torno de 15°C


- Ao nível do mar
- Condições de gravidade normal

Pressão Normal: 760 mmHg ou 1013 hPa ou mb;


Pressão Alta: Acima de 760 mmHg ou 1013 hPa ou mb;
Pressão Baixa: Abaixo de 760 mmHg ou 1013 hPa ou mb;
• No nível do mar uma coluna padrão de ar com base de 1 cm2
pesa um pouco mais que 1 kg.

• Tal pressão equivaleria a uma carga de mais de 500 toneladas


sobre um telhado de 50m2.

• Por que o telhado não desaba? Porque a pressão do ar em


qualquer ponto não atua apenas para baixo, mas é a mesma em
todas as direções: para cima, para baixo e para os lados. Portanto,
a pressão do ar por baixo do telhado contrabalança a pressão
sobre o telhado.
II. Fatores de Variação da Pressão Atmosférica

1 - ALTITUDE:
Gradiente vertical da pressão na troposfera.

9 mmHg / 100 m

2 - TEMPERATURA:
Aumenta a temperatura, diminui a densidade do ar em função da expansão das
moléculas num mesmo nível de altitude.
Quanto maior a temperatura, menor a pressão atmosférica.
No ponto “A” a pressão atmosférica é menor que em “B”, pois a
coluna de ar posicionada sobre o ponto B é maior que no ponto A.
Por exemplo, a cidade de Santos (2 m) e São Paulo (750 m).

Patm = 700 mmHg


Patm = 760 mmHg
VARIAÇÃO DA PATM COM A ALTITUDE
Altitude (m) Pressão Altitude (m) Pressão
atmosférica atmosférica
(mmHg) (mmHg)
0 760 1200 658
200 742 1400 642
400 724 1600 627
600 707 1800 612
800 695 2000 598
1000 674 3000 527
• Em regiões montanhosas as diferenças na pressão da superfície de
um local para outro são devidas principalmente a diferenças de
altitudes.

• Para isolar a parcela do campo de pressão que é devida à


passagem de sistemas de tempo, é necessário reduzir as
pressões a um nível de referência comum, geralmente o nível
do mar.

• A correção da pressão é feita considerando que pressão reduz em


torno de 8 a 9 mmHg a cada 100 m ascensão vertical.
3 - UMIDADE DO AR:
Quanto maior a umidade, menor a pressão atmosférica, em função do vapor de água e
seu peso atômico.

N2 – 14 + 14 = 28
O2 – 16 + 16 = 32
H2O – 2 + 16 = 18

Quanto mais água na atmosfera, menor o peso dela, pois a água (H2O) tem peso
molecular menor em comparação aos outros gases que compõem a atmosfera. Por isso que em
dias chuvosos, a pressão atmosférica é baixa, pois a umidade do ar é de 100%.
4 - MOVIMENTOS VERTICAIS:
Consideram-se os movimentos ascendentes e descendentes do ar.

O ar sempre se desloca de altas pressões para baixas pressões. São esses movimentos
que explicam as zonas de pressão na Terra.

É por causa dinâmica que são causadas as diferenças de pressão no planeta, e


não as causas relacionadas à temperatura.
III. Medição da Pressão Atmosférica
• Medida pelo barômetro de mercúrio e aneróide e o barógrafo. Os seres
vivos percebem sua variação através da audição (1°) e tato (2°).

• Escala de medição: mb, hPa e mmHg.

Barógrafo
Produtos oriundos da medição da Pressão Atmosférica

1. Gráficos

Pressão (hPa)

1025

1020

1015

1010

1005

1000

995

990
Verão Outono Inverno Primavera
1. Gráficos

2. Cartas Sinóticas
IV. Sistemas de Pressão (ou Centros, Centros Isobáricos ou
Centros de Ação)

ALTAS E BAIXAS PRESSÕES:

São definidas por isóbaras, pois representam a variação espacial da


pressão atmosférica.

ISÓBARAS:

Representam a distribuição horizontal da pressão em células ou faixas


de altas e baixas pressões.
CIT

Isóbaras
Carta Sinótica
Esses sistemas de alta e baixa pressão variam no tempo e no espaço.

A variação da pressão no tempo pode ser concebida de duas


formas: DIÁRIA E SAZONAL.
Variação diária registrada pelo barógrafo
Variação diária da pressão atmosférica
934
Máximo

932 Mínimo
Patm (hPa)

930

928
Um dia Um dia

926
141,0 141,5 142,0 142,5 143,0
Dia Juliano - 2003
Variação
938
diária da pressão atmosférica
936

934
Passagem
932 do sistema
Patm (hPa)

930 frontal.
928

926

924

922
141 142 143 144 145 146 147 148
Dia Juliano - 2003
Estação meteorológica do LCB – USP.
Pressão (hPa)

1025

1020

1015

1010

1005

1000

995

990
Verão Outono Inverno Primavera

Variação sazonal
Já a variação no espaço
recebe apenas
o nome de
VARIAÇÃO ESPACIAL.

Variação espacial da
pressão na América
do Sul
VARIAÇÃO TEMPORAL:

1) Há uma variação da pressão atmosférica ao longo do dia sobre um


mesmo local.

2) Variação da pressão atmosférica ao longo do ano sobre as mesmas


regiões (pressão média).

VARIAÇÃO ESPACIAL:

1) Há variações da pressão atmosférica entre lugares contíguos num


mesmo momento;

2) Há variações de pressão atmosférica média entre as latitudes ou


diferentes regiões.
ALTAS PRESSÕES OU ANTICICLONES

É uma célula onde as mais altas pressões encontram-se em seu centro, e vão
diminuindo em direção às suas periferias. A variação da pressão nas isóbaras variam
numericamente de acordo com a escala cartográfica no mapa, ou seja, quanto maior a
escala, maior o detalhamento das isóbaras.

H
Em inglês
BAIXAS PRESSÕES, DEPRESSÃO OU CICLONE

É uma célula em que as mais baixas pressões atmosféricas são registradas em


seu centro, e aumentam em direção à periferia.

L
Em inglês
Baixas
pressões
estão
associadas à
tempos
instáveis, às
vezes chuvoso

Altas pressões
estão
associadas à
tempos
estáveis, com
tempo
ensolarado
APRESENTAÇÃO: As zonas de baixa e alta pressão apresentam-se sob duas formas
diferentes:

Células – Isóbaras fechadas, com centro de maior ou menor pressão definido;


Faixas – Centro isobárico indefinido.

Exemplos de células:

1 - Anticiclone do Atlântico; 5 - Anticiclone do Hawai;


2 - Anticiclone do Pacífico; 6 – Anticiclone Siberiano;
3 - Anticiclone do Índico; 7 - Baixa da Islândia;
4 - Anticiclone dos Açores; 8 - Baixa das Aleutas

Exemplos de faixas:

9 - Baixas Equatoriais ou CIT (Convergência Intertropical);


10 - Baixas Pressões Polares ou Baixa do Mar de Weddel;
7

4
5

9
9 9

3
2 1

10 10 10
10
V. Zonas Globais de Pressão

1ª ZONA – Baixas Equatoriais ou Convergência Intertropical (CIT ou ZCIT) –


0° de latitude;

2 causas: Dinâmica – ascensão de ar


CAUSA TERMODINÂMICA
Térmica – Altas temperaturas
2ª ZONA – Altas Pressões Subtropicais – 30° de latitude N e S; (Latitude
dos Cavalos);

1 causa: Dinâmica, ou seja, subsidência (descida) de ar ou


correntes descendentes de ar, que se elevaram nas regiões equatoriais e
acaba “descendo” por volta dos 30° de latitude, tanto Norte quanto Sul.

Portanto, por compressão gera-se uma região de alta pressão, e são


nessas áreas que se formam os desertos dessa latitude, ou seja, são
formados por dinâmica atmosférica, como por exemplo, os desertos do
Saara, Kalahari, Vitória, entre outros.
Desertos localizados em latitudes de 30° N e S
3ª ZONA – Baixas Pressões Polares – 60° de latitude N e S;

1 causa – Dinâmica Atmosférica.

Baixas Polares

Baixas Polares
4ª ZONA – Altas Pressões Polares – A partir dos 70° de latitude N e S;

2 causas: Dinâmica – Subsidência de ar


CAUSA TERMODINÂMICA
Térmica – Baixas temperaturas

Altas Polares
Zonas Barométricas Globais
Em altitude

Em superfície

Perfil horizontal das Zonas Barométricas Globais


VI. Distribuição Horizontal da Pressão no Hemisfério Norte e
Hemisfério Sul

Quatro Zonas de Pressão:

- Células ou faixas contínuas;


- Permanentes;
- Disposição Latitudinal;
- Altas e Baixas pressões alternadas entre o Equador e os Pólos;
Origem:

1. Dinâmica
Baixas Polares (ascensão de ar) – 60° Latitude.
Altas Subtropicais (subsidência de ar) – 30° Latitude.

2. Termodinâmica

Baixas Equatoriais ou CIT (altas temperaturas e ascensão de ar) – 0° Lat.

Altas Polares (baixas temperaturas e subsidência de ar) – 90° Latitude.


VII. Perfil da Circulação dos Ventos na Atmosfera e Definição
de Altas e Baixas Pressões

Polar

Ferrel

Hadley

Ferrel

Polar
VIII. Orientação dos Movimentos de Ar na Atmosfera

Circulação atmosférica

Verticais – ascendentes e
descendentes = CORRENTES;

Horizontais = VENTOS;

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