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PARLAMENTO EUROPEU
Há quatro grandes aspectos com relevância substancial no momento de transição do tratado
de Roma para o tratado da União Europeia em 93.
Em 93 teve, pois, lugar uma revolução substancial: CE UE
Com o tratado da união europeia houve uma alteração dos poderes do parlamento europeu,
que passa a assumir um papel fundamental no processo de legislativo através do processo de
co-decisão.
(art. 251º e 252º – reporta-se às matérias de co-decisão – há partilha de processo legislativo –
Parlamento Europeu e Comunidade Europeia)
A partir de então, nas matérias constantes dos artigos 251º e 252º do tratado da união
europeia (e só nestas matérias), i.e., sem o processo de co-decisão, o Parlamento Europeu
passa a partilhar, em pé de igualdade, o procedimento legislativo com o Conselho de
Ministros. Outrora, este procedimento legislativo, decisório, era só do Conselho de Ministros.
Ao nível do funcionamento do Parlamento Europeu, há uma simplificação da sua intervenção
nos processos de:
a) Emissão de pareceres favoráveis;
b) Emissão de pareceres consultivos
Outro aspecto que se releva desde Amesterdão é a composição do parlamento europeu. É
com a UE, em 93, que começam a perspectivar-se negociações das futuras adesões (o
alargamento europeu).
Assim, é necessário rever a composição do órgão colegial. Até 93, não havia limite máximo,
vigorava o sistema eleitoral de representação proporcional (clª 190º/2). A determinação de um
limite máximo surge porque o tratado de Amesterdão fixa a necessidade desse limite máximo
do Parlamento Europeu em 700 membros. Em Nice, alterou-se para 732 membros.
Porém, simultaneamente, este é o máximo, e o mínimo é a representação politica adequada
(escolhida) por cada Estado Membro.
Com o alargamento, aplicando-se o sistema eleitoral do método de Hondt, corre-se o risco de
um Estado Membro ter zero (0) deputados. Mas isto nunca pode acontecer e como tal, o
legislador ordinário, diz que pelo menos um deputado tem que representar um Estado
Membro. Isto é a representação politica adequada.
O Parlamento Europeu pode apresentar propostas quanto ao seu processo de eleição. Ele
próprio pode intervir no estatuto da sua própria eleição. É o Conselho de Ministros da UE que
toma depois a decisão.
Conselho de Ministros da União Europeia
É o centro legislativo por excelência da união europeia.
O aspecto mais relevante do Tratado da União Europeu, que se aprofundou no Tratado de
Amesterdão, é o alargamento do âmbito de aplicação das deliberações por maioria qualificada
a um conjunto mais diversificado de matérias.
Isto é, passa a existir uma maior diversidade de matérias ás quais o Conselho de Ministros da
UE, no seu processo decisório, passa a deliberar, aplicando a votação por maioria qualificada.
O objectivo da UE é um processo federalista de cúpula de poderes que, soberanamente, actue
sobre os Estados. Mas os Estados também não querem abdicar da sua soberania. Daí, a partir
da UE, com maior incidência a partir de Amesterdão, se ter passado do sistema de votação por
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Vamos entrar na análise de cada uma das cinco instituições da união europeia. Mas há três
que são pilares básicos da estrutura da união.
Parlamento Europeu
Tem uma função de controlo parlamentar. O parlamento europeu enquanto instituição da
união europeia representa os interesses dos cidadãos da união, na medida em que é por estes
directamente eleitos.
Antes chamava-se Assembleia Parlamentar, remonta as suas origens aos anos cinquenta.
A eleição directa só se deu a partir de 1979.
Desde essa altura, torna-se a instituição de plena representatividade democrática directa, dos
povos da união europeia e o seu principal representante ao nível das instituições comunitárias.
Onde se encontra a sede? O funcionamento do parlamento europeu está repartido por França,
Bélgica e Luxemburgo, mas na realidade a estrutura principal está em Estrasburgo na França.
As sessões plenárias são feitas em Estrasburgo, onde se reúnem todos os deputados e secções
plenárias.
Em Bruxelas, na Bélgica, funcionam as comissões parlamentares e as sessões plenárias
extraordinárias/suplementares.
No Luxemburgo funcionam apenas os serviços administrativos – apoio logístico.
O Artigo 189º
1º Parágrafo tem dois aspectos: a representação e o princípio da competência.
“ O parlamento… comunidade” – poder de representação.
O parlamento só pode actuar nos poderes atribuídos pelo tratado. Aqui chama a
atenção para que toda a representatividade tenha de estar presente no tratado.
“ exerce…tratado” – princípio da competência.
2º Parágrafo contém a limitação quantitativa dos deputados.
Tendo em conta a negociação e o alargamento a novos membros, determinou-se um
número máximo de 732 deputados.
O Artigo 190º
Nº1 – Designação do PE – forma de eleição, sufrágio universal, directo, igual, periódico e
secreto.
Nº2 – Composição efectiva do PE – Número de deputados em efectividade de funções. Com a
adesão de novos Estados o número sobe. (Importante: no parágrafo 2 diz que o reajustamento
deve ser proporcional. Os Estados têm que ter pelo menos 1 deputado, já que pelo sistema
proporcional pode ocorrer o caso em que um Estado fique com”zero” deputados efectuados
os cálculos)
Nº3 – (este número é novo) Legislatura/mandato de 5 anos (neste momento o mandato
começou em 2004 e vai até 2005) com 25 estados membros. Cada sessão legislativa tem a
duração de um ano, a legislatura é de cinco anos.
Nº4 – Processo eleitoral do parlamento europeu. É aprovado pelo Conselho por unanimidade,
após parecer favorável do PE.
Nº5 – Aprovação do estatuto dos deputados. O PE propõe o Estatuto dos Deputados após
parecer da Comissão Europeia. O Estatuto é aprovado pelo Conselho de Ministros por maioria
qualificada.
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O Artigo 191º
Faz referência aos partidos políticos em sede de candidaturas ao parlamento europeu.
A exteriorização dos partidos em sede de representação parlamentar, é feita através dos
agrupamentos de famílias transnacionais.
A questão dos partidos em sede da representatividade é fundamental para intensificar as
questões da cidadania e da identidade europeias.
Poderes ou funções do Parlamento Europeu
O controlo parlamentar, em termos gerais exerce um controlo democrático e político sobre
todas as instituições comunitárias, mas exerce esse poder mais marcadamente sobre a
Comissão Europeia, cujo seu presidente e seus membros estão sujeitos sempre e
obrigatoriamente a um voto de aprovação do parlamento europeu.
A comissão é politicamente responsável perante o Parlamento Europeu, que pode votar uma
moção de censura contra a Comissão Europeia nos termos do artigo 201º, moção de censura
essa que a ser aprovada conduzirá à demissão compulsiva da comissão europeia.
O Artigo 201º
O parlamento examina regularmente relatórios que a comissão apresenta. Um deles, o
relatório geral anual – artigo 200º.
Os deputados fazem regularmente perguntas orais e por escrito à Comissão Europeia, nos
termos do artigo 197º, parágrafo 3º.
Este controlo parlamentar, também se exerce sobre o Conselho.
Os deputados dirigem perguntas orais e escritas aos membros do Conselho – artigo 197º, 4º
parágrafo.
Finalmente encontramos outros mecanismos de controlo:
Artigo 194º – As petições dos cidadãos: estamos a falar de actuação e cooperação.
Artigo 193º – Comissões temporárias de inquérito para analisar alegadas infracções – controlo
do funcionamento das instituições.
Artigo 195º número 1 – A nomeação do provedor de justiça.
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Parlamento Europeu (continuação aula anterior)
Das 3 funções do Parlamento Europeu, 1 delas é o núcleo do seu funcionamento: - O
Controlo Parlamentar.
2ª Função do Parlamento Europeu:
É o poder legislativo do Parlamento. Não é núcleo da sua acção (mas é do Conselho de
Ministros), mas dado que no Tratado da União Europeia foi alterado o exercício do poder
legislativo possibilitando-se a intervenção do Parlamento Europeu no poder legislativo.
O Parlamento Europeu partilha com o conselho de ministros da união europeia, o poder
legislativo, ou seja, adopta em plano de igualdade a legislação europeia como por exemplo as
directivas, os regulamentos e as decisões.
A participação do parlamento europeu no procedimento legislativo contribui para garantir a
legitimidade democrática dos textos adoptados.
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A iniciativa legislativa pertence sempre por excelência à Comissão Europeia que apresenta as
propostas dos textos legislativos que pretende ver adoptados e elaborados pelo Conselho com
a participação do Parlamento Europeu.
Assim, o poder legislativo tem três dimensões de exercício:
O mais frequente é o processo da co-decisão, que coloca o parlamento europeu em pé de
igualdade e resulta da adopção de actos comunitários comuns (do conselho e do parlamento
em conjunto) conforme está no 1º parágrafo do artigo 192º Tr. Nice e 251º/252º.
O parlamento europeu participa ainda ao nível do procedimento legislativo emitindo
pareceres favoráveis (ex.: aprovação do processo eleitora – nº 4 artigo 190º) ou formulando
pareceres consultivos.
Artigos 48º e 49º do tratado da união europeia;
Artigo 300º do tratado de Roma;
3ª Função do Parlamento Europeu:
É autoridade orçamental no orçamento comunitário. Partilha com o Conselho de Ministros da
UE. Este poder do Parlamento Europeu de autoridade orçamental, manifesta-se na alteração,
modificação de certas despesas comunitárias.
O seu papel mais importante culmina, adoptando na sua integralidade, o orçamento
comunitário. É ele que o aprova definitivamente. É também uma função legislante e de
controlo. Estamos a falar de controlo de gestão das finanças europeias.
De facto o parlamento e o conselho são os principais intervenientes no processo de aprovação
do orçamento anual da comunidade.
Em termos genéricos, como se processa?
Em termos genéricos, a comissão europeia anualmente elabora um ante projecto do
orçamento o qual reúne todas as previsões de receitas e despesas das instituições
comunitárias. Este ante projecto é submetido ao conselho para ser aprovado sob a forma de
projecto de orçamento comunitário.
Este projecto de orçamento comunitário é submetido a duas leituras (do Parlamento e do
Conselho que concordam ou não nas despesas) sucessivas do parlamento europeu – artigo
272º nº 4 Tratado de Nice.
O objectivo destas duas leituras feitas pelo parlamento europeu, é para permitir a negociação
entre este e o conselho, relativamente à alteração, manutenção, rejeição de certas despesas
comunitárias e garantir uma boa repartição dos recursos orçamentais.
O conselho submete ao parlamento as despesas e as receitas para concordar ou não e o
parlamento também submete ao conselho, isto são as duas leituras.
O projecto volta ao Parlamento Europeu, o qual, finalmente, aprova, na íntegra, o Orçamento
Comunitário.
Essa aprovação é exteriorizada pelo Presidente da Comissão – artigo 272º número 7, Tratado
de Nice.
A Comissão tem a iniciativa e depois executa o orçamento comunitário.
O Parlamento Europeu tem a função de controlo: atento à execução da Comissão.
O Parlamento Europeu, no ano subsequente ao da execução, dá a quitação ou não
(accionando processos de responsabilização por má gestão dos dinheiros públicos) à Comissão,
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Presidência da UE
É o estado membro que preside à UE. A presidência é rotativa (decidida pelo conselho em
unanimidade) de 6 meses.
É o presidente que agenda, coordena, decide se há cimeiras, etc. (conforme art. 203º
parágrafo 2).
Poderes ou funções (são 3) do conselho de ministros da UE (art. 202º)
A 1ª função: poder de decisão (art. 202º 2º parágrafo) o que confirma que o conselho é o
centro legislativo da UE. Este poder de decisão é exercido com vista a garantir a realização dos
objectivos enunciados nos tratados e nas condições neles previstas.
Regra geral, o conselho só actua mediante proposta da Comissão e, no âmbito da maior parte
das suas atribuições comunitárias, só actua com a participação do PE, quer no âmbito do
procedimento de co-decisão, quer no âmbito do processo de consulta ou da emissão de
parecer favorável.
Nestes termos, a legislação comunitária é adoptada conjuntamente pelo conselho e pelo
Parlamento de acordo com o procedimento de co-decisão previsto nos art. 251º e 252º do
Tratado de Nice.
Ainda no seio do poder de decisão, o conselho de ministro da UE celebra e assina, em nome da
comunidade, os acordos internacionais entre a comunidade e os vários estados ou
organizações internacionais (conforme art. 300º e 310º). Estes acordos internacionais são
obrigatoriamente negociados pela Comissão Europeia, só depois são levados a Conselho de
Ministros.
O conselho também pode modificar os acordos.
Compete também ao conselho a revisão dos tratados nas conferências intergovernamentais.
O conselho de ministros conclui e assina também os tratados de adesão. A adesão de estados
membros só é legitimada com assinatura do conselho de ministros (art. 48º e 49º do Tratado
da UE).
Ele aprova as decisões necessárias à definição e execução da política externa e de segurança
comum, sempre tendo por base as orientações gerais definidas em cimeira de Conselho
Europeu.
Assegura ainda a coordenação da acção dos estados membros e adopta as medidas no
domínio da cooperação policial e judiciária em matéria penal (áreas de soberania indivisível
dos estados, reservada ao conselho que, normalmente, aplica a regra da unanimidade).
Ainda no seio do poder de decisão, ele tem poder para aprovar legislação comunitária, mas
questiona-se que execute essa legislação. Regra geral é a Comissão Europeia, mas o Conselho
pode chamar a si, avocando o poder executivo em determinadas matérias (conforme art. 202º,
último parágrafo), mas desde que tenha estabelecido previamente e com o parecer do
Parlamento.
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2º Poder de coordenação das politicas em geral e em particular a política económica dos
estados membros.
O tratado prevê a instauração de uma política económica global que se baseia na estrita
coordenação das políticas gerais dos estados membros.
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Para atingir esses objectivos o Conselho de Ministros adopta todos os anos um projecto de
orientações gerais das diferentes e de cada uma das políticas económicas de cada um dos
estados membros.
Este projecto normalmente é apresentado em cimeira de conselho europeu para conclusão
final.
A coordenação das políticas económicas concretiza-se na sua plenitude em sede da união
económica monetária, ao nível do conselho para os assuntos económicos e financeiros
(ECOPAN).
3º Poder de autoridade orçamental, ou seja, o Conselho de Ministros da união europeia
partilha com o parlamento europeu a função de autoridade orçamental.
O parlamento europeu e o conselho são os principais intervenientes na adopção do orçamento
comunitário anual.
O conselho de ministros da união europeia após a apresentação por parte da Comissão, do
chamado orçamento comunitário, adopta um projecto do orçamento comunitário.
Este projecto é submetido a duas leituras sucessivas do parlamento europeu com o intuito de
permitir a negociação partilhada com vista à modificação de certas despesas comunitárias e ao
garante da repartição dos recursos orçamentais.
No que respeita às despesas agrícolas e àquelas despesas que recorrem dos acordos
internacionais celebrados com países terceiros a decisão final em sede de orçamento
comunitário, cabe ao Conselho. Quanto às restantes despesas comunitárias bem como à
adopção final o orçamento é da competência do parlamento europeu.
Processo do orçamento comunitário – artigo 272º Tratado de Roma
Convocação da reunião do Conselho de Ministros (Artº 204º) feita pelo presidente do
Conselho de Ministros da união europeia pode ser feita por iniciativa do presidente, de um dos
seus membros ou pela Comissão.
Os conselhos dos assuntos gerais e os conselhos dos assuntos económicos e financeiros e de
agricultura, reúnem-se uma vez por mês. Nas outras matérias o conselho ministros reúne-se
duas a quatro vezes por ano (dependendo das matérias e das suas urgências).
Tomadas de decisão ao nível do conselho de ministros da união europeia
Formação colegial composta por 25 estados membros.
Regra da votação:
– Unanimidade (matérias sobre soberania e Intergovernabilidade)
- Maiorias (característica da supra nacionalidade)
1. Simples
2. Qualificadas
Como se articula a maioria simples com a maioria qualificada – artigo 205º
- Se o tratado nada estipular, a regra a aplicar na tomada de decisão deve ser sempre a regra
da maioria simples – artigo 205 nº 1 – 2ª parte “ salvo disposição…” por maioria dos seus
membros.
- Se o tratado der primazia e especificar qual a regra de votação, essa pode ser de maioria
qualificada nos termos do artigo 205º nº 2, ou a regra da unanimidade sempre que o tratado o
preveja (nº1, do art. 205º, 1ª parte).
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O artigo 213º fala especificamente da independência política dos seus membros. Deve
oferecer todas as garantias de independência.
O Tratado de Nice vem reforçar que, só nacionais dos estados membros podem ser membros
da comissão.
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A Comissão Europeia
Artigo 213º – Composição e características dos membros da comissão europeia relativamente
ao exercício das suas funções.
Artigo 213º/2
Artigo 214º – quanto ao modo de designação.
Membros da comissão europeia
Os estados indicam pessoas com mérito que já tenham desempenhado funções políticas. Mas
essas pessoas têm que ter determinadas características no exercício das suas funções, a saber:
A – total independência
B – isenção dos comissários
C – imparcialidade
D – total competência
E – no interesse geral da comunidade
A e E de duas formas (conforme art.213º/2) isto é de forma directa e indirecta
Forma directa, pela via da acção, não necessitando, não recebendo instruções de qualquer
governo.
Forma indirecta: dever geral de abstenção. Os membros não devem influenciar membros da
comissão no exercício deste princípio).
Também não devem procurar a prática de actos que não mostrem A a E.
Os Comissários no exercício das suas funções mantêm total independência A a E e pós
exercício das suas funções (obrigação de sigilo profissional) – artigo 213º/2.
Além disso, no momento da posse e pós cessação das funções devem manter o sentido de
honestidade e descrição conforme artigo 213º. Caso actuem de modo diferente perdem
regalias (direitos), se perderem estes sentidos de honestidade e descrição.
Designação dos membros da comissão
A comissão tem mandato de cinco anos.
Os membros nomeados pelo conselho durante período de cinco anos, que coincide com o
mandato do parlamento europeu, podem ser reconduzidos nas suas funções sem prejuízo de
moção de censura – artigo 201º – que poderá ser aprovada pelo parlamento europeu e
provocam demissão massiva dos membros da comissão.
O presidente da comissão é indicado pelo conselho, reunido ao mais alto nível (Chefes de
estado ou de governo que deliberam por maioria qualificada, designa/indica a personalidade
que tenciona vir a nomear como presidente da comissão europeia.
Essa designação tem que ter voto favorável, a aprovação do parlamento europeu.
O Presidente funciona como um verdadeiro primeiro-ministro.
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2º Poder executivo
É a comissão que administra as políticas comunitárias. Enquanto instância executiva, actua em
três campos:
1 – Assegura a execução da legislação europeia (regulamentos, directivas, decisões).
2 – Assegura a execução do orçamento comunitário, sempre debaixo da alçada e
controlo do tribunal de contas.
3 – Assegura a execução dos programas adoptados pelo parlamento europeu e pelo
conselho de ministros da união europeia.
A função executiva abrange, na realidade, todos os domínios de actuação da união europeia.
Mas o papel da comissão é particularmente importante em sectores específicos como:
- A concorrência;
- A agricultura;
- A investigação e desenvolvimento tecnológico;
3º Poder – A Comissão é guardiã dos tratados comunitários (conforme o artigo 211º/1), isto
é, a comissão vela pela correcta aplicação da legislação europeia nos estados membros a fim
de assegurar a manutenção do clima de confiança mútua entre os estados membros, os
operadores económicos e os cidadãos.
Por exemplo: sempre que estamos perante situações de incumprimento das obrigações
comunitárias, a comissão tem obrigação e dever de tomar medidas (conforme os artigos
226º/227º. Guardiã e dá pareceres também (poder de iniciativa antes de ir ao Tribunal Justiça
das comunidades).
Antes do caso ser levado ao tribunal de justiça (avalia de acordo com as suas funções
jurisdicionais), a comissão deve estar atenta. O estado deve ter a possibilidade de primeiro se
defender. Se este não regularizar a situação a comissão intervém.
4º Poder ou função da Comissão:
A comissão é porta-voz do cenário internacional. É a ela que compete as negociações,
assinatura e conclusão. É ela que negoceia os acordos internacionais. Ela é a representante da
união europeia a nível internacional, cabendo-lhe a negociação dos acordos internacionais
essencialmente em matérias comerciais e de cooperação. (exemplo: convenção de Lomé).
Quanto às deliberações, a comissão também funciona colegialmente, isto por maioria (artigos
219º + 213º) por 13 comissários que votam favoravelmente as deliberações da comissão.
A comissão enquanto instituição comunitária, no seu campo de actuação, assume funções
similares a um verdadeiro governo da Europa.
Classicamente identificamos três funções:
- Apresentação das propostas;
- Guardiã dos tratados;
- Gestão e execução das políticas da união europeia e das relações comerciais internacionais.
O Papel e as responsabilidades da comissão, do seu presidente e dos seus membros, fazem
desta instituição o cerne do processo de elaboração das políticas da união europeia.
Em alguns aspectos, a comissão é o coração da Europa, no qual as outras instituições vão
buscar a maior parte da sua energia e razão de ser.
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Pela decisão das suas responsabilidades, assume-se como uma verdadeira instituição supra
nacional, dotada de soberania comum, com verdadeira identidade europeia, caracterizando-se
as funções dos seus membros, os comissários, de total independência e nunca sujeitos a
qualquer subordinação política dos governos dos estados membros, que inicialmente os
indicaram de comum acordo.
Só o parlamento europeu pode questionar politicamente os actos da comissão através da
moção de censura.
Também o Tribunal de Justiça pode questionar os actos da comissão, caso ela viole os tratados
comunitários.
- Directivas;
Fontes de Direito Comunitário - Regulamentos;
- Resoluções;
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- Parlamento Europeu
- Conselho Europeu
- Comissão Europeia
Este é o núcleo do funcionamento do poder político e que ilustra claramente, à semelhança do
que acontece nos órgãos internos, o princípio da separação de poderes.
O triângulo institucional (separação de poderes) – poder legislativo, poder executivo, poder
judicial.
Existência na união europeia de um verdadeiro poder jurisdicional (Tribunais).
Os tribunais exercem de forma vinculativa essa função jurisdicional.
Tribunal de contas – Desde 1993 foi elevada a instituição da UE. Integra-se no poder
administrativo, poder fiscalizador e controlador.
Tribunal de justiça – Referido na secção IV 220º a 245º do tratado de Nice.
É a instituição da UE que exerce hoje sem dúvidas um verdadeiro poder judicial.
Este novo estatuto é exercido em sentido restrito, por dois tribunais autonomizados desde o
tratado de Nice.
Este poder judicial é levado a efeito pelos 2 Tribunais comunitários, a saber:
- Tribunal Justiça da união europeia;
- Tribunal primeira instância da união europeia;
Em articulação e coerência na garantia da aplicação do Direito Comunitário com estes
tribunais, existem os tribunais judiciais dos estados membros.
Ambos têm a sede no Luxemburgo e, têm no exercício do verdadeiro poder judicial o papel de
fornecer todas as garantias judiciais quanto ao respeito do direito na interpretação e aplicação
dos tratados comunitários – artigo 220º tratado Nice (1º parágrafo).
Acresce, que os tribunais comunitários assumem a função de assegurar a plena efectividade do
direito comunitário através de quatro características:
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Art. 225º a) – Inovação do Tratado de Nice é a deste Tribunal funcionar como Tribunal de
Recurso.
Tribunal de Contas
É a 5ª Instituição da UE conforme está referido no artigo 246 e seguintes do tratado de Nice.
Desde 1977, que o Tribunal de Contas existe na união europeia, mas só com o tratado
Maastricht (1993) é que foi convertido em pleno direito.
Em 1999 (com a entrada em vigor do tratado de Amesterdão), o Tribunal de Contas viu os seus
poderes de controlo e investigação alargados e assim poder com maior eficácia lutar contra a
fraude financeira, sobretudo a fraude fiscal, altamente prejudicial para o orçamento
comunitário.
O Artigo 246º do tratado de Nice diz que “O Tribunal de Contas não é um tribunal, exerce
magistratura financeira da comunidade, os seus membros não são juízes, são técnicos.
Hoje são 25 membros, com mandato por 6 anos renováveis.
Exige a intervenção doutras instituições.
São nomeados pelo Conselho Europeu, em deliberação por maioria qualificada, após consulta
ao Parlamento Europeu (art. 247º /3)
Cada estado membro apresenta os técnicos, mas só são nomeados da forma acima descrita.
O tribunal de contas aprova relatórios de contas no acompanhamento de gestão de
orçamentos. Faz considerações, emite pareceres. Não emite sentenças nem acórdãos.
Acórdão decorre de decisão do poder jurisdicional.
O Ministério Público também formula pareceres.
Há semelhanças entre Comissários e Membros do Tribunal de Contas.
Funções do Tribunal de Contas (art. 248º)
O Tribunal de Contas exerce como uma das funções essenciais a verificação da boa execução
do orçamento comunitário. Isto é, fiscaliza a legalidade e regularidade das despesas da união,
garantindo a correcta gestão financeira daquele orçamento o que contribui para a eficácia e
transparência do sistema comunitário.
O Tribunal de Contas colabora com o parlamento e o conselho enquanto autoridade
orçamental elaborando um relatório anual relativamente ao exercício anterior onde formula as
observações que entender por adequadas e que serão fundamentais para o parlamento
decidir dar ou não quitação à comissão europeia quanto à execução do orçamento
comunitário – artigo 248 nº 4 parágrafo 4.
O Tribunal de Contas transmite ao conselho e ao parlamento uma declaração de fiabilidade
relativa à boa utilização dos dinheiros dos contribuintes europeus – Artº 248º /1.
O Tribunal de Contas elabora ainda relatórios chamando a atenção da comissão europeia e dos
estados membros da existência dos problemas, quais e como resolvê-los – artigo 248 nº 3;
O Tribunal de Contas formula pareceres sempre que estejam em causa a adopção de
regulamentos financeiros e ainda em qualquer momento pode apresentar observações sobre
questões específicas ou ainda formular pareceres a pedido de uma das instituições europeias.
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Direito Europeu
2º Semestre – Aulas Práticas
António Albuquerque – Cristina Henriques – César Grabulho – Luís Dias – João Rodrigues 20
Universidade Lusófona de Lisboa – Direito – Turma 2P_1