3 Produtos para Hidratação e Tratamento Da Pele

04/03/2024, 10:06 Produtos para Hidratação e Tratamento da Pele
Produtos para
Hidratação e
Tratamento da Pele
Prof.ª Helena Nasser
Descrição
Tipos de pele e tratamento da pele:
hidratação, nutrição, higienização,
tonificação, adstringência, esfoliação e
fotoproteção.
Propósito
Compreender os tipos de pele e os diferentes
tipos de tratamento cutâneo é importante
para direcionar e escolher os cosméticos de
forma apropriada para cada caso, obtendo,
assim, uma pele saudável e prevenido o
envelhecimento, o aparecimento de rugas e o
desenvolvimento do câncer.
Preparação
Tenha em mãos uma calculadora.
Objetivos
Módulo 1
Tipos de pele e produtos para hidratação da pele
Descrever os tipos de pele e os produtos para a hidratação da

pele.
Acessar módulo
https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02950/index.html# 1/54
Módulo 2
Nutrição, higienização, tonificação e esfoliação da

pele
Reconhecer os produtos de nutrição, higienização, tonificação,

adstringentes e esfoliantes da pele.
Acessar módulo
Módulo 3
Fotoproteção
Descrever os tipos, os mecanismos de ação, as formulações e

a legislação das preparações cosméticas para proteção à
exposição solar.
Acessar módulo
Introdução
A pele humana é formada por diferentes camadas e serve como
barreira primária, protegendo o corpo humano contra radiações,
microrganismos, variações de temperatura e perda de água, entre
outras funções. Além disso, o tecido tegumentar é um órgão
essencial para a manutenção das funções vitais do organismo;
desse modo, qualquer alteração na sua aparência, como uma
descamação, vermelhidão e textura opaca, assim como a falta de
brilho, pode indicar um problema de saúde, como, por exemplo, a
deficiência de vitaminas.
Os cuidados com a pele, além de auxiliarem no funcionamento

normal do organismo, são preventivos, evitando o câncer, o
envelhecimento precoce, as rugas de expressão e o aparecimento
de lesões, como as famosas acnes. Nas formulações cosméticas
para o tratamento dela, a escolha do tipo de veículo está
estreitamente ligada ao tipo específico de pele. Além disso, é
preciso haver compatibilidade, solubilidade, dispersão do veículo
com o tipo de pele para que ele seja eficaz e possibilite que os
princípios ativos lipossolúveis e hidrossolúveis sejam levados até
suas camadas mais profundas.
Tendo isso em vista, conheceremos ao longo deste conteúdo os
tipos de pele e os diferentes tipos de tratamento do tecido cutâneo.
Vamos lá?
Orientação sobre unidade de medida

Em nosso material, unidades de medida e números são escritos
juntos (ex.: 25km) por questões de tecnologia e didáticas. No
entanto, o Inmetro estabelece que deve existir um espaço entre o
número e a unidade (ex.: 25 km). Logo, os relatórios técnicos e
demais materiais escritos por você devem seguir o padrão
internacional de separação dos números e das unidades.
Tipos de pele e produtos para hidratação da pele

Ao final deste módulo, você será capaz de descrever os tipos de pele e os produtos para a hidratação da pele.
Tipos de pele
Antes de começarmos nossa jornada pelos produtos cosméticos para
tratamento da pele, devemos conhecer quais são os tipos de pele
existentes.
Como sabemos, ela é composta pela epiderme, que se subdivide em

cinco camadas, e pela derme, porção conjuntiva desse órgão. Já a
hipoderme, uma camada de tecido adiposo, está apoiada na derme.
A figura a seguir ilustra a organização da pele:
Esquema ilustrando a estrutura da pele.
Nosso corpo possui diferentes tipos de pele. Temos uma pele mais
espessa, sem pelos e com a presença de glândulas sudoríparas, na sola
do pé e das mãos, e uma mais fina, com pelos e glândulas sebáceas e
sudoríparas, como acontece no rosto.
Além disso, existem diferentes tipos de peles, como, por exemplo, a pele
normal, a seca, a oleosa e a mista. Veja no recurso a seguir ilustrações
para cada tipo de pele.
chevron_left chevron_right
Pele normal ou eudérmica.
chevron_left 1 de 4
chevron_right
Cada tipo de pele apresenta peculiaridades que interferem diretamente

no tipo de formulação cosmética a ser empregada para sua hidratação,
tonificação e nutrição.
Falaremos agora sobre cada tipo de pele de forma mais detalhada:
Pele normal ou eudérmica
Ela apresenta uma textura lisa e aveludada, flexível, com aspecto rasado,
sem sinais de poros dilatados e com equilíbrio do pH cutâneo. Também
possui pouca capacidade de desenvolver acnes, comedões e manchas,
tendo um equilíbrio entre a queratinização, a descamação e a produção
das glândulas sebáceas e sudoríparas. A pele normal ainda apresenta
um equilíbrio do manto hidrolípidico, ou seja, um equilíbrio entre a
hidratação e a quantidade de lipídeos presentes na pele.
Pele seca
Também conhecida como xerose cutânea, xeroderma ou pele alípica, ela

apresenta uma textura áspera ao tato, fina e com os poros retraídos sem
brilho. A pele seca possui:
Cor branca acinzentada.
Elasticidade reduzida, com baixa atividade das glândulas

sebáceas.
Alteração da bicamada lipídica e da barreira hídrica do estrato

córneo.
O desenvolvimento da pele seca começa com a incapacidade das

células da epiderme de armazenar água, reduzindo o fator de hidratação
natural (FHN), e impedindo, assim, a retenção de umidade e sua
hidratação.
Diferentes são os fatores que desencadeiam a perda do poder de

hidratação. Apontaremos alguns deles adiante:
Fatores internos, como, por exemplo, influência genética (a pele

clara é mais sensível ao ressecamento).
Hormonal.
Doenças, como diabetes.
Envelhecimento precoce, uma vez que, com o envelhecimento, há

uma diminuição das glândulas presentes na pele.
Fatores externos, como exposição a sol, vento, frio, poluição,

produtos químicos e tabagismo.
post_add
Saiba mais
As peles secas podem apresentar

rachaduras e sensação de estiramento após
o banho. Além disso, elas podem causar:
prurido; descamação; aspereza ao toque,
principalmente dos membros superiores e
inferiores; queimação; formação de linhas de
expressão e rugas mais precocemente; e, em
alguns casos, áreas de vermelhidão mais
acentuadas.
Pele lipídica, oleosa ou seborreica
Diferentemente da pele seca, que apresenta uma baixa atividade das

glândulas sebáceas, ela possui intensa atividade dessas glândulas,
produzindo uma grande quantidade de sebo, o que confere à pele um
aspecto brilhoso e oleoso. Os poros (óstios) ficam visíveis, dilatados e,
às vezes, obstruídos.
O alto teor lipídico deixa a pele mais propensa a acnes nas regiões da
testa, do nariz, da bochecha e do queixo. A oleosidade também é
percebida nas costas. Além disso, ela forma um filme protetor sobre o
estrato córneo, que retém umidade e nutre a pele.
Eis as principais características desse tipo de pele:
Brilho intenso.
Umidade.
Excesso de queratina (hiperqueratinizada).
Tendência a desenvolver rugas tardias.
Espessura densa.
Coloração normal.
Óstios profundos.
As peles oleosas ainda podem ser divididas em dois tipos:
Gordurosas avermelhadas expand_more
Gordurosas resistentes expand_more
assignment_ind
Comentário
As pessoas que moram em cidades de clima

quente e com altas temperaturas, que têm
elevado nível de estresse e que vivem um
desequilíbrio hormonal são propensas a
desenvolver uma pele mais oleosa.
Pele mista ou combinada
Tipo de pele mais comumente encontrado, a pele mista ou combinada

se caracteriza por uma grande oleosidade na região T do rosto (que
corresponde ao nariz, à testa e ao queixo) causada pela maior
concentração – e, logo, maior produção – de sebo pelas glândulas
sebáceas, enquanto, nas outras regiões do rosto, encontra-se uma pele
seca (desequilíbrio da hidratação) ou normal.
Essa pele apresenta, portanto, características da pele lipídica na região T

(brilhosa, poros dilatados, espessa e com lesões) e, no restante do
rosto, da seca (áspera, sem brilho, poros retraídos, com redução na
hidratação e descamada).
Agora que conhecemos os tipos de pele, veremos como identificar qual

o tipo de pele. Para isso, não deixe de visitar o Explore+.
Peles especiais
Além da classificação da pele em relação à hidratação e/ou produção
de sebo pelas glândulas sebáceas, temos que entender que as peles de
pessoas negras, sensíveis, crianças, homens e mulheres são diferentes
entre si e, por isso, irão necessitar de produtos cosméticos com
produtos e ativos direcionados para cada caso. Vamos conhecer as
especificidades de cada pele a seguir.
Pele sensível
Vamos começar tratando da pele sensível.
Mas o que é uma pele sensível?
forum
Resposta
Trata-se da pele que reage de forma

excessiva aos estímulos externos, ou seja,
além de altamente reativa e com baixa
tolerância, ela facilmente desencadeia uma
reação alérgica.
Uma pele sensível apresenta, desse modo, características muito

parecidas com as de uma pele seca: prurido, sinais de irritação e
sensação de estiramento, isto é, sensação de repuxar. A sensibilidade
está relacionada a:
Causas naturais (pessoas com doenças, como, por exemplo,

asma, eczema e rinite).
Causas potenciais (idade, genética e problemas hormonais).
Causas ambientais (vento, poluição e radiações UV).
Peles com hábitos de higiene excessivos ou inadequados.
Dermatite seborreica e atópica.
Pele masculina, feminina e de crianças
Veja a seguir as principais características e diferenças entras as peles

masculina, feminina e de crianças.
Pele masculina
Os homens produzem testosterona, hormônio que aumenta a

produção de sebo pelas glândulas sebáceas e, como
consequência, a oleosidade no rosto e nas costas.
Pele feminina
Já as mulheres produzem os hormônios estrogênio e

progesterona em maior quantidade e, em função disso,
apresentam uma pele mais fina e com menor produção de
sebo.
Pele de crianças
As crianças, por outro lado, apresentam epiderme e derme

muito mais finas que as dos adultos, sendo semelhantes a
uma pele entre a sensível e a muito sensível.
Diferentes tonalidades de pele
As diferentes tonalidades da pele se devem principalmente às variações

no número e no tamanho dos melanossomas dentro de melanócitos e
queratinócitos.
A pele negra apresenta melanossomas grandes, não agregados e

distribuídos em toda epiderme, além de maior concentração de
melanina, que confere mais proteção à radiação ultravioleta e menor
quantidade de células no estrato córneo. Além disso, ela possui
fibroblastos maiores e hiperativos. Já a branca possui melanossomas
pequenos, agregados e restritos que não são encontrados nas camadas
superiores da epiderme.
Tonalidades da pele.
Alguns autores classificam a pele em seis fototipos, sendo o fototipo I o

mais claro (branco pálido, que queima facilmente e não se bronzeia) e o
VI, a pele negra (a qual, em exposição ao sol, não queima, ficando mais
escura e apresentando uma camada córnea mais espessa).
Produtos para hidratação da pele

A hidratação da pele é extremamente importante para as funções
fisiológicas e metabólicas do corpo humano. No entanto, qualquer
alteração pode levar à perda de água e ao aparecimento da pele seca,
manifestando os sintomas que já mencionamos:
Descamação.
Perda de elasticidade.
Aspecto opaco, áspero e rígido.
Alterações do FHN.
Mas o que é esse FHN?
forum
Resposta
O fator de hidratação natural da pele (FHN) é
uma combinação entre proteínas, sebo e
outros componentes cuja principal proteína
presente é a filagrina. Existente nos grânulos
da camada granulosa, se une à queratina e
retém água no estrato córneo na presença
de ácidos graxos essenciais.
O FHN é, portanto, um hidratante natural que nosso corpo produz. Além

disso, a pele possui uma emulsão natural composta por uma mistura de
sebo (oriundo das glândulas sebáceas) e suor (proveniente das
sudoríparas) que forma um filme hidrolipídico, chamado de manto
hidrolipídico, que também mantém a água no interior da pele.
Esses mecanismos naturais de hidratação regulam a TEWL. A

hidratação do tecido tegumentar também é mantida pelas aquaporinas
presentes nos queratinócitos. As aquaporinas são proteínas
transmembranares permeáveis à água e a algumas moléculas neutras,
como o glicerol e a ureia.
Para a manutenção de uma boa hidratação na pele, a camada córnea

deve ser capaz de reter água a fim de que sua taxa de evaporação
sempre se mantenha em um nível normal.
Mas como o organismo consegue manter a hidratação

da pele?
O mecanismo de hidratação da pele pode ocorrer pela ingestão de água

ou durante a produção do suor (formado de água e sais minerais), por
exemplo, que transcende a pele no momento da queima de calorias pelo
metabolismo – neste caso, a hidratação acontece de dentro para fora.
A hidratação da pele pode ser mantida a partir de produtos cosméticos

ou farmacêuticos, como os cremes hidratantes, capazes de hidratar a
pele, pois eles criam uma camada hidrofílica – a hidratação aqui ocorre
de fora para dentro.
Os produtos para hidratação da pele são classificados de acordo com o

mecanismo de ação de seus componentes. Eles podem se dar por
oclusão ou umectação.
Os hidratantes oclusivos criam uma barreira hidrofóbica na superfície

cutânea, que impede a perda de água transepidérmica (minimiza a
TEWL) e contribui para a hidratação da pele. As substâncias
empregadas nesses cosméticos são substâncias lipídicas; chamadas
de emolientes, elas também garantem maciez e suavidade à pele.
São exemplos de princípios ativos com características oclusivas:
Derivados minerais
Gorduras de origem animal
Manteigas de origem vegetal
Silicone
Óleos de origem vegetal
Ceras
Álcoois graxos
Ácidos graxos
Álcool
Já na umectação a forma de hidratação é feita por atração e retenção

da água na camada córnea. Na sua preparação, os princípios ativos
utilizados apresentam alto peso molecular e têm propriedades
higroscópicas, retendo, assim, a água.
Os hidrolisados de proteína animal ou vegetal, como a queratina e o

ácido hialurônico, que conseguem absorver e reter a água na superfície
da camada córnea, constituem exemplos de ativos umectantes.
Elencaremos agora alguns desses ativos:
Glicerina Colágeno Ácido hialurônico Ureia
Líquido transparente utilizado para melhorar a espalhabilidade de

cremes e loções. Como umectante, a glicerina age interagindo
com a água, ajudando a pele a reter a umidade, facilitando as
reações enzimáticas e promovendo a descamação do estrato
córneo.
post_add
Saiba mais
A retenção de água na superfície da pele
promovida pelos hidratantes é consequência
da interação dos grupos hidroxila dos
agentes umectantes com a umidade contida
no ambiente por meio de uma ligação de
hidrogênio.
Existem ainda os hidratantes que atuam por reparadores proteicos, isto

é, apresentam, em sua estrutura, proteínas para reparar aquelas
danificadas da pele, principalmente o colágeno, e estimular a sua
produção, retendo água para a hidratação da pele.
Tipos de veículos empregados na formulação

dos hidratantes
As emulsões são as formas farmacêuticas mais apropriadas para os

hidratantes, uma vez que elas conseguem transpor a barreira superficial
epidérmica, carreando ativos que vão recompor as estruturas
higroscópicas da pele e manter a sua hidratação.
Em sua grande maioria, as emulsões podem ser classificadas em:
O/A (óleo em água): a fase externa é aquosa; a interna, oleosa.
A/O (água em óleo): a fase externa é oleosa; a interna, aquosa.
Na emulsão O/A, a fase oleosa é constituída de elementos graxos, como

óleos de origem vegetal, animal, mineral ou sintéticos, ativos
lipossolúveis e agentes umectantes. Ela apresenta baixa viscosidade e
boa penetração cutânea, obtendo como resultado um produto hidratante
de boa qualidade e eficiência. Essa emulsão também pode ser
adicionada a nutrientes e ácidos graxos essenciais empregados para a
nutrição da pele.
Como a fase externa é aquosa, há uma rápida absorção, a secagem

mais rápida e uma boa condutividade elétrica, exigindo, com isso, a
adição de conservantes. É o tipo de hidratante mais empregado em
climas úmidos e quentes.
Já na emulsão A/O, a fase externa é oleosa, apresentando, assim,

características mais oclusivas. Na prática, tem formulações com
condutividade elétrica ruim e alto grau de emoliência, não possuindo a
adição de umectantes, além de serem utilizados em climas mais frios e
secos.
Além das emulsões, podem ser empregados, a depender do tipo de pele

que está sendo tratada, outros veículos, como cremes, séruns, loções,
emulgéis, pomadas, sabonetes hidratantes, esfoliantes e águas termais.
Descreveremos alguns desses veículos a seguir:
Gel hidratante expand_more
Gel-creme (emulgel) expand_more
Sérum expand_more
Aerossol expand_more
Pó expand_more
Sticks expand_more
Os cosméticos mais modernos possuem princípios ativos vetorizados,

aumentando a permeabilidade cutânea, além de proteger o princípio
ativo. Dependendo do tipo de ativo utilizado, um cosmético tem
liberação gradual na pele, aumentando, desse modo, o tempo de ação
do cosmético. Exemplo: Lipossomas e nanoesferas.
Para entender mais, não deixe de assistir ao vídeo a seguir:
video_library
Lipossomas e nanoesferas
Neste vídeo, o especialista Vinícius Viana responde às seguintes
perguntas: O que é nanotecnologia? Quais a contribuição da
nanotecnologia para área de cosméticos e sua contribuição na
hidratação da pele? O que são lipossomas? Vamos lá!
assignment_ind
Comentário
Atualmente, existem extratos ou peptídeos
sintetizados que são utilizados para
aumentar a expressão de aquaporinas nas
células dos queratinócitos com o propósito
de promover uma hidratação mais profunda.
Podemos citar o extrato de romã purificado
(nome do ativo amiporine), o do amor
perfeito silvestre (nome do ativo aquafilme) e
o dipeptídeo derivado do ácido glutâmico
desenvolvido em laboratório (nome do ativo
aquaporine AQP3).
Tipo de hidratante utilizado de acordo com o

tipo de pele
Dependendo do tipo de pele, alguns hidratantes são mais indicados.
Para pessoas com uma pele normal, recomenda-se o uso de hidratantes
com ativos sem grande capacidade emoliente para não desequilibrar o
manto hidrolipídico. Já para aquelas com a pele oleosa, cremes são
inadequados devido ao alto teor lipídico e potencial comedogênico
(capacidade de obstrução dos poros) deles. O veículo ideal, nesse caso,
é em sérum, gel-creme ou gel, como mencionamos.
report_problem
Atenção!
Existe um mito de que a pele oleosa não

necessita de hidratação, mas vale lembrar
que hidratação é a capacidade de retenção
hídrica, e esse tipo de pele possui a
quantidade de sebo aumentada, mas não a
de água. Ao deixar a pele oleosa desidratada,
pode ocorrer o que chamamos de efeito
rebote, etapa em que a pele, na tentativa de
reequilibrar o manto hidrolipídico, aumenta a
produção de sebo, já que ela não é capaz de
produzir água. O cuidado que precisamos ter
com a hidratação da pele oleosa é apenas
seu veículo!
Para a pele mista, o veículo combinado é em emulgel ou sérum. Para a

sensível, é necessário o uso de fórmulas sem álcool, corantes ou
perfume em sua composição.
wb_incandescent
Dica
O ideal é fazer o teste de irritação dérmica
antes do uso do cosmético. Após aplicá-lo
na parte interna do antebraço, observe
possíveis aparecimentos de manifestações
alérgicas.
Para a pele seca, por sua vez, é preciso utilizar veículos que priorizem
substâncias umectantes e emolientes com mais quantidade de óleo e
menos de água, como as emulsões A/O.
extension
Exemplo
Hidratantes, cremes, sérum, loções, gel à
base de óleo, pomadas e sabonetes
hidratantes.
O recurso a seguir mostra um resumo dos produtos empregados para

hidratação de acordo com o tipo de pele:
Pele com acne
chevron_left A hidratação deve ser feita com gel chevron_right

hidratante com fator natural de hidratação.
chevron_left 1 de 4
chevron_right
Mas como devemos hidratar de acordo com o fototipo?
Quanto maior o fototipo, maior a quantidade de melanina na pele e mais

compactado é o estrato córneo, o que diminui a capacidade de
absorção cutânea (e, como consequência, a permeabilidade), assim
como aumenta a perda transepidérmica de água, tornando-se mais
desidratada. Além dessa desidratação, a maior quantidade de sebo e
sudorese desequilibra o manto hidrolipídico, sendo necessário o
emprego de hidratantes mais leves e indicados para peles lipídicas com
texturas em séruns, géis e géis-cremes.
playlist_play
Vem que eu te explico!
Os vídeos a seguir abordam os assuntos mais relevantes do conteúdo
que você acabou de estudar.
Módulo 1 - Vem que eu te explico!
Produtos para hidratação da pele
Tipos de veículos empregados na

formulação dos hidratantes
Tipo de hidratante utilizado de acordo com

o tipo de pele
emoji_events
Falta pouco para

atingir seus
objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
Aprendemos que existem diferentes tipos de pele e que, para cada

uma, existe uma forma de tonificação, hidratação e nutrição. Estão
listadas a seguir as características a serem consideradas no
contexto desses cuidados. Assinale a alternativa que se refere a
uma característica da pele seca.
A Intensa atividade das glândulas sebáceas.
B Poros dilatados.
C Aspecto brilhoso.
D Textura lisa e aveludada.
E Menor fator de hidratação natural da pele.
Responder
Questão 2
Vimos que os produtos destinados à hidratação da pele podem ser

classificados conforme seu mecanismo de ação. Sobre esse
assunto, análise as afirmativas a seguir:
I. Os hidratantes umectantes criam uma barreira hidrofóbica na

superfície cutânea que impede a perda de água
transepidérmica (minimiza a TEWL) e contribui para a
hidratação da pele.
II. Os hidratantes oclusivos promovem a atração e a retenção da

água na camada córnea. Na sua preparação, os princípios
ativos utilizados apresentam alto peso molecular e têm
propriedades higroscópicas, retendo, assim, a água.
III. Os hidratantes que atuam por reparadores proteicos

apresentam em sua estrutura proteínas para reparar aquelas
danificadas da pele, principalmente o colágeno.
É correto o que se afirma em:
A I
B II
C III
D I e II
E I e III
Responder
Nutrição, higienização, tonificação e esfoliação da pele

Ao final deste módulo, você será capaz de reconhecer os produtos de nutrição, higienização, tonificação, adstringentes e esfoliantes da pele.
Produtos para nutrição da pele

Assim como todos os tecidos do corpo, a pele precisa de nutrientes
para manter sua organização funcional e atividade metabólica.
extension
Exemplo
A produção de sebo pelas glândulas

sebáceas requer substratos para a síntese
de lipídeos, os hidratos de carbono, como a
glicose, para produzir energia para as
atividades metabólicas, enquanto a intensa
descamação da pele, com a perda das
células queratinizadas, exige um intenso
aporte de aminoácidos.
O aminoácido tirosina é essencial para a produção da melanina. Essas

substâncias são disponibilizadas pelo sangue, assim como os
hormônios, que são essenciais para a regulação e a função da pele.
extension
Exemplo
Os andrógenos responsáveis pelas
características secundárias masculinas
estimulam os folículos pilosos nas regiões
da axila e virilha a produzir pelos mais
grossos e o aumento da secreção sebácea.
Como já sabemos, o funcionamento e a aparência da pele dependem

tanto dos fatores endógenos (predisposição genética, estado
nutricional, imunidade, estresse) quanto dos ambientais (radiação
ultravioleta, compostos tóxicos e alergênicos).
As carências das substâncias ditas essenciais para a pele podem torná-

la flácida, com uma coloração opaca e uma textura áspera. Além disso,
as deficiências nutricionais causam transtornos que podem ser
percebidos na pele.
Veremos agora as principais manifestações das deficiências

nutricionais na pele:
Vitaminas Proteínas Ácidos graxos essenciais
Vitamina A: retarda a diferenciação das células

epidérmicas e ocasiona secura e ceratose folicular,
estimulando o envelhecimento precoce.
Riboflavina (vitamina B2): ocasiona dermatite escamosa

ao redor do nariz, dos olhos e das orelhas.
Ácido nicotínico (vitamina B3): causa pelagra, doença que

apresenta sintomas em uma tríade: diarreia, dermatite e
demência. Essa deficiência também é observada na pele,
pois ela escurece e descama, principalmente nas áreas
expostas à fricção, à pressão e à luz solar.
Vitamina C: causa escorbuto, que ocasiona hemorragias,

dificuldade de cicatrização e diminuição da quantidade de
fibras colágenas e impede a produção de melanina.
Nutrição da pele
A nutrição da pele depende diretamente do grau de hidratação do tecido
cutâneo. Dessa maneira, é possível repor os nutrientes essenciais para
os processos metabólicos impedindo o envelhecimento precoce, por
exemplo. Para isso, normalmente é realizada a aplicação tópica de
formulações, como cremes e loções, suplementadas por vitaminas,
aminoácidos e antioxidantes para o combate aos radicais livres.
A aplicação tópica de vitamina C vem se mostrando uma segunda linha

de defesa contra os raios ultravioletas prejudiciais (principalmente do
tipo UVA), além de ajudar a fortalecer as defesas antioxidantes da pele.
Os benefícios dela para o rosto se aplicam a todos os tipos de pele,
incluindo a pele seca e a sensível.
Também há fórmulas de soro de vitamina C eficazes que ajudam a

corrigir as manchas de pigmentação e as marcas de acne. Já os
retinoides correspondem a um grupo de princípios ativos derivados da
vitamina A chamada retinol.
Muito comum no uso de cosméticos, o retinol atua ligando-se aos

receptores de ácido retinoico localizados no DNA das células cutâneas.
Atuando na renovação celular, eles melhoram a aparência de manchas,
estimulam a produção de colágeno e uniformizam o tom e a textura da
pele, além de prevenir a produção de colagenase, enzima que degrada o
colágeno.
report_problem
Atenção!
Essas substâncias precisam estar na sua

forma ativa, ser estáveis – seja na
preparação, seja na pele – e conseguir
penetrar a barreira cutânea.
Como sabemos, a epiderme é altamente impermeável. Uma aplicação

tópica pode levar a uma não absorção das substâncias presentes nas
formulações.
Lembre-se de que a epiderme é pouco permeável à água e relativamente

impermeável às substâncias presentes em solução aquosa e às
moléculas covalentes, como a glicose, embora seja permeável a alguns
álcoois alifáticos, por exemplo. Desse modo, a absorção também
depende do tipo de veículo utilizado na formulação.
extension
Exemplo
Substâncias solúveis na fase externa de uma
emulsão A/O são mais absorvidas do que
em uma emulsão O/A.
Além disso, a adição de substâncias oclusivas na formulação, como os

derivados de polietileno, aumenta a penetração. Outra saída para
garantir que os nutrientes penetrem na pele é sua incorporação em
formulações farmacêuticas, como, por exemplo, as pomadas de ácido
salicílico, o qual, por sua ação queratolítica, permite uma maior
absorção de ativos na pele.
report_problem
Atenção!
Para melhorar a hidratação e a nutrição da

pele, o consumo diário de água e uma
alimentação regularizada são fundamentais.
Além disso, as deficiências graves de
vitaminas são revertidas pela administração
oral de tais substâncias.
A nutrição também depende do tipo de pele, como podemos observar

no recurso a seguir:
Pele com acne
chevron_left A nutrição deve ser feita com gel com timo, chevron_right
azuleno e lipossomas.
chevron_left 1 de 4
chevron_right
Produtos de higienização da pele

Para manter a pele com bom aspecto e saudável, é necessária a sua
limpeza frequente a fim de remover o pó, as sujidades, o sebo e outras
secreções, como células mortas e, quando aplicada, maquiagem. A
água é um agente de limpeza extremamente barato e efetivo, mas não é
capaz de remover as substâncias lipofílicas.
Aqui entram os sabonetes e os detergentes, que podem ajudar na
limpeza da pele pela capacidade de eles se ligarem à água e às
substâncias lipofílicas. No entanto, a retirada de forma excessiva do
sebo presente na pele pode torná-la mais seca e áspera. Essa
característica é observada pela alcalinidade dos sabões empregados,
que, por conta disso, podem desprender as células mais externas.
Esse contexto propiciou o surgimento de loções e cremes de limpeza

que limpam a pele de forma eficaz, pois ambos são formados por
emulsões que promovem a remoção de sujidades e depositam sobre a
pele uma fina camada de emoliente, deixando uma película lipofílica que
confere um aspecto saudável e flexível para ela. Com isso, eles são mais
eficazes que a água e o sabão. Veja o passo a passo a seguir.
1 2
Para facilitar a limpeza, o Em seguida, movimentos

produto tem de ser aplicado circulares devem ser feitos para
sobre a pele. desprender e suspender o pó e
as sujeiras na emulsão.
Para isso, é importante que as emulsões sejam O/A com uma

porcentagem elevada da fase oleosa para se espalharem com mais
facilidade, não sendo absorvidas por fricção. Além disso, elas não
devem ser irritantes para a pele e precisam deixar uma película
emoliente residual sobre ela, o que diminui a irritação da pele, recupera a
barreira cutânea e protege das agressões do tempo e do ressecamento.
As primeiras emulsões cosméticas descritas na literatura para a limpeza

da pele foram um conjunto de cremes chamado de cold-cream. Tais
cremes conferiam à pele uma sensação refrescante.
post_add
Saiba mais
As emulsões mais antigas eram preparadas

a partir de ceras e óleos naturais, como cera
de abelha e azeite de oliva. No início do
século XX, os óleos naturais foram
substituídos pelos minerais por serem
saturados e, assim, mais estáveis.
Essas emulsões são mais difíceis de se eliminar com apenas uma

limpeza. Para aliviar esse aspecto, são incorporados outros detergentes,
como o lauril éter sulfato de sódio e seus derivados.
post_add
Saiba mais
Há nas emulsões alguns ativos, como o

complexo PPE, a alantoína, os ativos
hidratantes e regeneradores, como ômegas
6, 7 e 9, a rosa mosqueta e a trehalose.
Temos também o Intracell, um bioativo
intracelular rico em sais minerais,
oligoelementos e aminoácidos, que devolve
o equilíbrio osmótico da célula, promovendo
uma hidratação natural e fisiológica.
Além das emulsões, a limpeza da pele conta com:
Loções tônicas
Restauram o pH da pele, promovendo refrescância, alívio e

conforto. Podem estar suplementadas pelo conjunto PPE,
calêndula, alantoína e o fucogel.
Leite de limpeza
Limpa e demaquila sem agredir a pele. Eles podem ser

suplementados com calêndula para promover a proteção da
pele sem causar o ressecamento.
Géis oil free
Pessoas com pele oleosa devem utilizar produtos gel de

limpeza oil free, para não deixar a pele com aspecto pegajoso
e auxiliar na redução da oleosidade.
O recurso a seguir destaca a higienização indicada para cada tipo de

pele:
Pele com acne
A higienização deve ser feita com leite de

chevron_left chevron_right
limpeza, loção com água de rosas ou gel
de limpeza oil free.
chevron_left 1 de 4
chevron_right
post_add
Saiba mais
Para a higienização das peles oleosa e mista,

deve-se utilizar água em abundância e de
preferência gelada, pois a água quente
acelera a produção de sebo.
Produtos adstringentes, tônicos e

esfoliantes
Os produtos adstringentes, os tônicos e os esfoliantes têm como função
complementar a higienização da pele.
Nem todos os tipos de pele requerem o uso desses

produtos com a mesma frequência.
Produtos adstringentes
São aqueles que agem topicamente na pele e que apresentam

características constritivas, ou seja, reduzem os poros dilatados,
equilibram a oleosidade da pele, são antitranspirantes, promovem a
ereção dos pelos etc.
Eles são indicados para pessoas com pele mista e oleosa, e não para
aquelas com pele seca. Basicamente, há três grandes classes de
adstringentes:
Sais metálicos adstringentes expand_more
Ácidos orgânicos de baixo peso molecular e pouco

ionizáveis expand_more
Álcoois utilizados como adstringentes em solução aquosa expand_more
Além dessas substâncias, às vezes são incluídos outros aditivos para

aumentar a propriedade adstringente, como, por exemplo, o mentol ou a
água de rosas, para conferir o efeito refrescante. Diferentes produtos
possuem adstringentes, como géis de limpeza e máscaras faciais,
assim como as loções com adstringentes utilizados para a tonificação
da pele e antitranspirantes com íons zinco e alumínio, os quais, por sua
vez, diminuem a produção da glândula sebácea.
Produtos tônicos
Os produtos tonificantes devem ser utilizados após a limpeza para as
seguintes funções:
Repor os sais mineiras perdidos com o objetivo de fortificar a pele.
Regular a produção sebácea.
Equilibrar o pH.
Estimular a microcirculação na pele.
Isso possibilita que a pele seja hidratada e consiga absorver melhor os

ativos presentes nos hidratantes.
Os tônicos podem ser loções aquosas ou hidroalcoólicas. No emprego

das hidroalcoólicas, a formulação delas normalmente conta com
propilenoglicol ou lanonina para evitar o efeito de ressecamento do
etanol.
post_add
Saiba mais
Alguns aditivos podem ser adicionados aos
tonificantes, como a alantoína, que
apresenta propriedades curativas,
regenerativas e calmantes.
O emprego de produtos tonificantes também depende do tipo de pele. O

recurso adiante evidencia um exemplo de tonificante conforme o tipo de
pele:
Pele com acne
chevron_left A tonificação deve ser feita com loção chevron_right

tônica e antisséptica.
chevron_left 1 de 4
chevron_right
Produtos esfoliantes
Os esfoliantes são produtos destinados a aumentar a descamação do

estrato córneo, estimulando, com isso, a renovação celular, que se
caracteriza por um peeling superficial. O emprego deles também
aumenta a permeabilidade da pele aos ativos, sendo indicado durante o
tratamento da pele. Os esfoliantes podem ser classificados como:
Físicos Químicos Enzimáticos
Utilização de substâncias com poder abrasivo, como derivados

de sementes, cascas e folhas.
A utilização dos esfoliantes é indicada para as peles oleosas. Seu uso

nas secas e normais tem de ser avaliado para que não haja um
desequilíbrio no manto hidrolipídico devido à diminuição excessiva de
produção de sebo.
video_library
Principais ativos utilizados no

combate ao envelhecimento e nas
manchas
Neste vídeo, o especialista Vinícius Viana vai explicar quais são os tipos
de envelhecimento e de despigmentação cutânea, além de trazer quais
são os principais ativos utilizados no combate a essas condições.
Vamos lá!
playlist_play
Nutrição da pele
Produtos adstringentes
Produtos tônicos
emoji_events
Falta pouco para

atingir seus
objetivos.
Questão 1
Apontamos que a deficiências nutricionais alteram as

características da pele. A deficiência de ácidos graxos essenciais,
por exemplo, causa queda do cabelo, descamação e desidratação
da pele. Como essa deficiência pode ser revertida?
A Aplicação tópica de substâncias hidrofílicas.
B Aplicação tópica de substâncias lipofílicas.
C Aplicação tópica de colágeno.
D Aplicação tópica de vitamina C.
Aplicação tópica de solução adstringente, como o

E
zinco.
Responder
Questão 2
O tratamento de uma pele mista precisa realizar uma limpeza

profunda tanto com produtos de ação combinada que contemplem
a região T e as extremidades ressecadas quanto com aqueles
adstringentes, além de usar tonificantes, hidratantes e protetor
solar. Marque a alternativa que retrata a função de uma substância
adstringente.
A Aumenta a atividade das glândulas sebáceas.
B Aumenta a atividade das glândulas sudoríparas.
C Aumentam a dilatação dos poros.
D Reduz a oleosidade.
E Age nos capilares, promovendo a vasodilatação.
Responder
Fotoproteção
Ao final deste módulo, você será capaz de descrever os tipos, os mecanismos de ação, as formulações e a legislação das preparações cosméticas para
proteção à exposição solar.
Exposição solar
Antes de entendermos a fotoproteção, precisamos conhecer algumas

peculiaridades da exposição solar. Essa exposição, afinal, é essencial
para o funcionamento correto do organismo, sendo um fator importante
para a síntese da vitamina D.
Entretanto, a exposição excessiva à radiação solar possui

consequências nem sempre positivas. Reuniremos a seguir alguns
desses danos:
Inflamação: ocasiona as famosas queimaduras de praia, gerando

vermelhidão (rubor), ardência (dor), inchaço (edema), formação de
bolhas e desprendimento da pele (o famoso “descascar”).
Envelhecimento precoce: causado por alterações morfológicas e

funcionais, como a modificação de fibras elásticas e de colágeno
presentes na derme.
Perda de tecido adiposo subcutâneo na hipoderme.
Espessamento da camada espinhosa e junção dermoepidérmica

na epiderme.
Mutações no DNA.
Ativação do sistema imunológico.
report_problem
Atenção!
Os danos causados à pele são, na maior

parte dos casos, irreversíveis e cumulativos,
sendo mais comuns nos seguintes casos:
em países com clima tropical, em
trabalhadores que realizam o trabalho ao ar
livre, entre os jovens, em cidades com praias
ou em pessoas com pele clara.
Mas o que causa esses danos? Você imagina?
A radiação solar emitida abrange todo o espectro magnético, conforme

podemos observar na imagem a seguir:
Espectro eletromagnético.
De todo o espectro magnético que o Sol emite, apenas 7% atingem a

Terra, recebendo o nome de espectro terrestre solar, enquanto o restante
fica retido na atmosfera. Esse espectro é composto por um espectro
contínuo de radiação eletromagnética, a qual, por sua vez, é dividida em
luz visível, ultravioleta (UV) e infravermelho (IV).
Aproximadamente 56% de infravermelho, 39% de luz

visível e 5% de radiação UV incidem na superfície da
Terra. A luz visível se estende entre 400 e 700nm. A
radiação IV é superior a 1.000nm; a radiação UV, entre
100 e 400nm.
Das três zonas fundamentais dentro do espectro eletromagnético, a

radiação UV é a mais energética, sendo dividida, de acordo com o tipo
de comprimento de onda, em UVA, UVB e UVC.
Radiação ultravioleta - UVA, UVB e UVC.
A UVA possui o maior comprimento de onda (320 a 400nm) e

corresponde a 95% do total da radiação ultravioleta. Essa radiação
provoca pigmentação cutânea a partir do escurecimento da melanina,
levando ao bronzeamento (pigmentação de curta duração), mas não
provoca eritemas (queimaduras) na pele, passando despercebida a olho
nu.
Além disso, a UVA:
Apresenta maior grau de penetração, atingindo a derme e

promovendo danos aos queratinócitos e fibroblastos.
Estimula a formação de radicais livres que levam a danos no DNA

celular, favorecendo o aparecimento do câncer de pele.
Diminui a quantidade de células do sistema imune inato (células

de Langerhans).
Aumenta o recrutamento das células inflamatórias (macrófagos e

neutrófilos).
A radiação UVA é subdividida em grupos:
wb_sunny
UVA-I
Com 340-400nm, provocando mais danos à pele.
wb_sunny
UVA-II
Com 320-340nm, causando pequenas alterações em fibras

elásticas.
Já a UVB possui alta energia e comprimento de onda entre 290 e

320nm. Com uma absorção mais superficial, ela atinge a epiderme e
causa queimaduras solares. A exposição aos raios UVB também
provoca danos ao DNA, causando mutações nos dímeros de pirimidinas.
Essa alteração está diretamente associada ao aparecimento do câncer

de pele não melanoma (carcinoma de células basais e carcinoma de
células escamosas). Segundo o Inca (2021), no Brasil, esse tipo de
câncer é o tumor mais frequente nos dois sexos.
Penetração dos raios UVA e UVB na pele.
Já os raios UVC são os mais perigosos, com grandes efeitos

mutagênicos e cancerígenos, porém a maior parte deles é absorvida
pela camada de ozônio e não atinge a superfície. Seus raios apresentam
um comprimento de onda entre 200 e 290nm.
post_add
Saiba mais
Você certamente já ouviu que a radiação

ultravioleta apresenta uma ação bactericida.
A maior ação do tipo é inversamente
proporcional ao comprimento de onda, ou
seja, a maior ação é encontrada no menor
comprimento de onda – justamente o dos
raios UVC.
Os danos causados à pele pela radiação solar não

podem ser atribuídos apenas aos raios ultravioletas de
forma isolada, e sim à combinação das três zonas
fundamentais de radiação.
Devemos frisar ainda que as radiações IV e a luz visível também causam

danos à pele. Vamos entender isso melhor? A radiação IV transmite
energia na forma de calor, aumentando, assim, a temperatura da pele.
Uma exposição contínua a ela pode ocasionar hiperpigmentação,
descamação fina, atrofia epidérmica etc. Já estar exposto
continuamente à luz visível induz à pigmentação da pele (bronzeamento
tardio) e a um eritema, além de causar danos ao DNA pela formação
dos radicais livres.
Mecanismos naturais de fotoproteção

A pele humana apresenta alguns mecanismos de proteção para evitar
os danos sofridos pela radiação:
Epiderme (camada mais externa da pele)
Absorve a maior parte dos raios UV, em especial o UVB, a fim de evitar
que eles atinjam camadas mais profundas e causem mais danos ao
corpo. A exposição excessiva e contínua à radiação ultravioleta (entre
24 e 36 horas) causa um espessamento da epiderme cuja finalidade é
absorver a maior parte da radiação incidente.
Suor
Atua como uma defesa do corpo contra as radiações solares, pois o
ácido urocânico (ácido 4-imidazoilacrílico), um dos componentes do
suor, possui uma alta absorção na região dos raios UVB. Entretanto, a
evaporação rápida do suor e/ou sua solubilização em água faz com que
essa proteção não seja duradoura.
Melanina
Trata-se do principal mecanismo para evitar os efeitos danosos da

radiação à pele. A melanina é capaz de absorver ou refletir energia, a
dissipando na forma de calor, pois seus polímeros orgânicos
apresentam várias ligações duplas que podem ser conjugadas,
permitindo a absorção da energia.
Além disso, a exposição contínua à radiação provoca uma maior

produção de melanina que impede a ação de radicais livres e protege o
núcleo do DNA de mutações, pois produz uma camada física de
proteção em torno dele. Além das barreiras naturais existentes à
exposição, a permeabilidade cutânea ainda depende de vários fatores.
extension
Exemplo
Altitude, umidade atmosférica, reflexos do

meio ambiente e ângulo de incidência.
Nas regiões tropicais, no verão, a UVA está disponível nas primeiras

horas da manhã e a UVB, entre 9 e 15 horas, com o pico às 12 horas. Por
isso, não é recomendada, durante o verão, a exposição direta ao Sol
nesse horário.
post_add
Saiba mais
Algumas roupas, chapéus e óculos escuros
também conferem proteção contra a
radiação UV. Atualmente, no mercado, é cada
vez mais comum a presença de blusas,
chapéus e barracas solares com filtro solar.
Fotoprotetores
Históricos dos produtos fotoprotetores
Os filtros solares foram introduzidos comercialmente na década de

1920 pelos Estados Unidos quando o Food and Drug Administration
(FDA) classificou esses produtos como medicamentos e as preparações
que promoviam o bronzeamento como cosméticos. Entretanto, para
evitar as exigências a serem feitas durante o registro de medicamentos,
todas as indústrias que produziam soluções fotoprotetoras
classificaram seus produtos como cosméticos.
post_add
Saiba mais
O primeiro fotoprotetor comercializado foi

uma emulsão contendo dois filtros químicos
de UVB: o salicilato de benzila e o cinamato
de benzila. Esse produto foi lançado em
1928 nos Estados Unidos.
Em 1970, foi então instituído um método capaz de quantificar a

eficiência das preparações fotoprotetoras. Após isso, toda preparação
passou a ser rotulada com o fator de proteção solar (FPS), tendo o valor
máximo de FPS 15.
Mas o que é o FPS?
forum
Resposta
Segundo Corrêa (2012), ele “é um número

que indica quantas vezes mais o indivíduo
pode ficar exposto ao Sol sem risco de
eritema.”
A partir da observação do resumo abaixo, conseguimos perceber que

um aumento do grau de FPS é capaz de elevar um pouco a proteção:
wb_sunny FPS 8
Reduz em média 87,5% das radiações.
wb_sunny FPS 20
Reduz em média 95% das radiações.
wb_sunny FPS 30
wb_sunny FPS 40
wb_sunny FPS 70
wb_sunny FPS 100
Bloqueia 99%.
A partir dessa relação, conseguimos ver que um protetor com FPS 40

não traz o dobro de proteção de um FPS 20. Além disso, usar um FPS 70
não indica que a pessoa pode ficar 70 vezes mais exposta ao Sol.
Protetores solares
De acordo com o mecanismo de proteção à radiação, eles são divididos

em duas grandes classes:
Filtros orgânicos (efeitos químicos)
Os filtros solares orgânicos ou químicos são compostos aromáticos

conjugados com um ácido carboxílico que apresentam a capacidade de
absorver a radiação UV e converter a energia em radiações de baixa
energia, que não são nocivas ao homem.
Esquema demonstrando o mecanismo de ação dos filtros solares orgânicos (efeito químico).
No anel aromático desses compostos, existe, na posição orto ou para,

um grupo doador de elétrons (uma amina ou um grupo metoxila):
Estrutura química genérica dos filtros solares químicos.
Esse tipo de configuração química é responsável por absorver os

comprimentos de ondas mais curtos, ou seja, os mais energéticos, que
correspondem ao espectro do UV. Desse modo, os elétrons, ao serem
excitados, passam de um orbital de maior estado energético (π HOMO)
para um vazio de menor estado energético (π* LUMO).
Ao retornarem ao estado inicial, os elétrons liberam a energia na forma

de calor (na faixa do infravermelho) ou em luz fluorescente ou
fosforescente (na faixa da luz visível). Além disso, essa energia pode se
decompor, formando fotoprodutos.
Vejamos agora um esquema da ação dos filtros solares:
Esquema ilustrando a absorção de energia pelos filtros orgânicos.
Os filtros químicos são classificados de acordo com sua capacidade

filtrante:
Filtros UVA expand_more
Filtros UVB expand_more
assignment_ind
Comentário
Para conhecer mais sobre as principais

classes dos filtros solares químicos, não
deixe de visitar o Explore+.
Além da classificação desses filtros em relação ao tipo de radiação

filtrante, eles também são classificados, de acordo com a sua origem,
em:
Filtros sintéticos expand_more
Filtros naturais expand_more
report_problem
Atenção!
A utilização desses filtros de origem natural

ainda é bastante discutível pelas variações
no conteúdo dos extratos que se modificam
com o tipo de extração, o solvente utilizado e
a origem e a estabilidade do material. Por
conta disso, tais substâncias são
empregadas apenas como coadjuvantes das
formulações.
Filtros inorgânicos (efeitos físicos)
Os filtros solares inorgânicos que apresentam efeitos físicos funcionam

como uma barreira aos raios UV, pois eles são formados por partículas
impermeáveis à radiação, refletindo-a em sua maior parte. Além disso,
suas partículas são capazes de dispersar a radiação que incide sobre a
pele. Esses filtros são chamados de bloqueadores solares pela
capacidade de reflexão da radiação.
Esquema demonstrando o mecanismo de ação dos filtros solares inorgânicos (efeito físico).
Nesse grupo de protetores, destacam-se o óxido de zinco e dióxido de

titânio. No entanto, o talco, o carbonato de cálcio, o óxido de ferro e a
guanina, entre outros, também são capazes de exercer o bloqueio da
radiação.
O óxido de zinco e o dióxido de titânio são amplamente empregados até

em crianças e pessoas com a pele sensível devido à sua segurança e ao
seu baixo potencial alergênico. Enquanto o primeiro apresenta a
capacidade de proteger contra a radiação UV em toda a sua extensão, o
segundo é um pigmento branco com alto poder de cobertura e menor
capacidade de proteção contra a UVA.
Uma vez incorporados às formulações, os óxidos (dióxido de titânio e

óxido de zinco) ficam suspensos. O tamanho de partícula é
extremamente importante não só para a eficácia da proteção, mas
também para a apresentação do fotoprotetor, pois os óxidos têm a
tendência de deixar uma película branca sobre a pele.
Uma forma de evitar o indesejável branqueador da pele é a

micropulverização desses óxidos, reduzindo as partículas para
tamanhos que não absorvam nem espalhem a radiação visível,
absorvendo e espalhando, em vez disso, a radiação UV. Essas partículas
apresentam tamanho na faixa entre 70 e 200nm.
post_add
Saiba mais
Atualmente, para melhorar a proteção contra

a exposição solar, é mais comum haver a
combinação de filtros químicos UVA e UVB
e/ou a de filtros químicos e físicos.
Determinação do fator de proteção

FPS e FP-UVA
Após a formulação de um protetor solar, é necessário determinar o FPS
e o fator de proteção contra UVA (FP-UVA). Segundo a RDC nº 30, de 1º
de junho de 2012, que aprova o regulamento técnico sobre os protetores
solares em cosméticos no Mercosul, a determinação do FPS deve ser
realizada seguindo unicamente os métodos in vivo e aplicando
estritamente uma das seguintes referências (ou suas atualizações):
Metodologia do FDA
Ela avalia a dose eritematosa mínima (DEM), que, por sua vez,
corresponde à menor quantidade de energia necessária para causar um
eritema na pele. Matematicamente, o FPS é calculado desta maneira:
DEM (pele protegida)

FPS =
ã
DEM (pele n o protegida)
Na prática, um grupo de 20 voluntários é submetido a doses crescentes

de radiação UV emitidas de uma fonte artificial em áreas da pele
protegidas pelo filtro solar (2mg/cm2) e naquelas não protegidas. A

aplicação do produto é realizada nas costas dos voluntários; após o
período de exposição (que varia entre 16 e 24 horas), é realizada a
leitura da DEM.
A média dos valores encontrados no grupo de voluntários é o FPS do

produto e não pode ser inferior ao FPS que consta na embalagem dele.
Além disso, a variação de 20 amostras obtidas não pode ser maior que
5%.
Metodologia do European Cosmetics

Association (Colipa)
A Colipa é uma associação de industrias cosméticas da europa, ela
também avalia a DEM a partir da exposição de determinado número de
voluntários (entre 10 e 20) a uma fonte de luz artificial com e sem
proteção. A partir da média dessas medições, é avaliado o FPS. A
diferença é que, para a aprovação do produto nesse caso, é permitido
±20% de variação em relação ao FPS declarado.
Se um indivíduo tolera o Sol por 10 minutos sem nenhuma proteção,

após ele passar um filtro solar com FPS 15, esse tempo vai ser 15 vezes
maior, ou seja, 150 minutos. Lembre-se de que esse tempo de exposição
varia conforme o fototipo da pessoa. No caso de uma pele clara, a
tolerância à exposição solar é menor que a de uma pessoa com a pele
escura.
É importante saber que vários fatores afetam o FPS. Conheça alguns

deles a seguir:
Os fatores humanos (pele, melanina, quantidade de pelo etc.).
Os fatores ambientais (umidade, temperatura e intensidade de

radiação, entre outros).
O tipo e a composição do veículo (uniformidade, espessura e cor

do filme formado).
A técnica de preparação.
Qualquer alteração em um dos componentes da formulação.
Como essa determinação é feita a partir do eritema formado, ela não é

capaz de determinar a capacidade filtrante de UVA, já que essa radiação
provoca pouco ou quase nenhum eritema. Assim, segundo a RDC nº 30,
de 2012, a determinação da proteção em relação aos raios UVA (FP-
UVA) precisa ser feita pelos métodos: PPD, da sigla em inglês persistent
pigment darkening, ou seja, escurecimento persistente do pigmento e o
Método Colipa.
1. PPD: tal técnica é usada para avaliar a dose mínima pigmentária

(DMP), ou seja, a pigmentação (formação de melanina que causa
um escurecimento) de uma área com e sem proteção em 10
voluntários com peles sensíveis, normais e minimamente
sensíveis expostas à radiação UVA em um período de 2 a 4 horas.
A desvantagem desse método é a exposição dos voluntários a
altas dosagens de UVA.
2. Método Colipa: determina a proteção à UVA in vitro a partir da

espectrofotometria e a partir do cálculo da transmitância.
Dependendo dos resultados encontrados pelas metodologias in vitro e in

vivo de testes para proteção UVA, a proteção contra os raios UVA é
descrita de forma gradual, utilizando, para isso, estrelas. A baixa
proteção contra a radiação UVA é representada por uma estrela; a média
proteção, por duas; a alta proteção, por três; e a muita alta, por quatro.
post_add
Saiba mais
Para ter aprovação da Agência Nacional de

Vigilância Sanitária (ANVISA), é necessário
que o PPD corresponda a, no mínimo, um
terço do valor do FPS, porém, quanto maior o
PPD, maior é a eficácia do produto.
Exemplo: um filtro solar com FPS 30 precisa

ter, necessariamente, PPD de 10, que
corresponde a 1/3 do valor do FPS.
No entanto, esses métodos são caros e demorados, dependendo de

voluntários, aparelhos específicos e pessoas especializadas. Eles,
assim, não são muito práticos. Dessa forma, foram desenvolvidos
alguns métodos in vitro.
Nesse contexto, destaca-se o método de Mansur e de seus

colaboradores (1986), que avalia o FPS pela espectrofotometria,
medindo a transmitância ou a absorbância de uma radiação e
calculando o fator a partir da concentração da substância absorvente e
as medidas de absorbância ou transmitância.
video_library
Determinação dos fatores de
proteção solar
Neste vídeo, o especialista Vinícius Viana vai explicar com mais
detalhes como é realizada a determinação do FPS e do FP-UVA. Vamos
lá!
Formulações dos protetores solares

Os protetores solares são preparações cosméticas que se apresentam
em diferentes formulações. Cada formulação apresenta uma
particularidade.
Os bastões são preparação cerosas utilizados para proteção labial; o

aerossol, para proteção capilar; e as emulsões, para proteção corporal
(forma de apresentação com maior proteção). A emulsão O/A é mais
adequada para a fotoproteção. Embora a emulsão A/O também
apresente alta proteção, a alta oleosidade pode vir a ser um fator
negativo em alguns casos.
As emulsões também diminuem as agressões à pele pelo Sol, pois elas

apresentam agentes emolientes e hidratantes em sua formulação.
Compostas principalmente por água e álcool, as loções hidroalcóolicas
são fáceis de espalhar na pele. No entanto, apresentam reduzida
proteção, com a formação de filme protetor irregular, e podem provocar
o ressecamento da pele devido à presença do álcool etílico.
Quanto mais pesado e uniforme for o filme produzido,

maior será sua proteção.
Já os óleos apresentam proteção superior à das loções hidroalcóolicas,

mas não atingem um valor de FPS alto pela qualidade do filme
produzido. Os géis podem ser alcóolicos ou não. O filme produzido por
eles é transparente e com baixo FPS.
Os géis lipossolúveis oferecem mais proteção que os óleos. Os cremes,

por sua vez, costumam ser mais aderentes: se forem muito lipofílicos,
dificilmente sairão com a água. No entanto, eles são capazes de sujar as
vestimentas e de prender poeira.
Os princípios ativos devem ser estáveis ao calor e à luz. Além disso, não
podem manchar a roupa e a pele. Precisam ser atóxicos, não sendo
irritantes ou mutagênicos. Ainda devem ter boa fixação à pele, mesmo
após o contato com a água.
Nesse contexto, destaca-se o fluido de silicone, que permite à

formulação um filme protetor e emoliente que funciona como uma
barreira oclusiva. Outros ativos presentes nas formulações são
aminoácidos e derivados, antioxidantes (como a vitamina C), ureia e
sais de ácidos carboxílicos.
Legislação dos filtros solares

Segundo a RDC nº 237, de 16 de junho de 2018, da Anvisa, os filtros
solares são classificados como produtos grau 2 sujeitos a registro em
que é necessária a comprovação de segurança/eficácia, como também
informações sobre uso, aplicação e demais cuidados. De acordo com a
RDC nº 30/2012, o FPS mínimo passou de 2 para 6, enquanto o PPD
segue como, no mínimo, 1/3 do valor do FPS.
Para ter a eficácia comprovada, a Anvisa aumentou o nível de exigência

dos testes. As embalagens só podem conter informações como
“resistente ao suor” ou “resistente à água” após os testes que
comprovem isso.
Os rótulos também precisam apresentar dados sobre a reaplicação e a

quantidade de horas do intervalo. Informações como “bloqueio solar
total” não podem ser colocadas, uma vez que essa proteção é
impossível.
assignment_ind
Comentário
O prazo de adequação a essas regras foi,

conforme parâmetros adotados pelo
Mercosul, de dois anos.
Bronzeadores solares
Além dos protetores solares, também há produtos capazes de realizar o
bronzeamento da pele. Trata-se dos autobronzeadores ou bronzeadores
sem Sol.
A melhor substância para representar essa classe é a dihidroxicetona

(DHA), que, em contato com a pele, reage com os aminoácidos que
compõem a queratina (presente no estrato córneo), formando uma
coloração amarelada e, assim, tingindo a pele.
Além da DHA, outro exemplo de bronzeador sem Sol é a eritrulose:

cetona natural obtida por biofermentação, ela tem um mecanismo de
ação semelhante ao da DHA, mas apresenta uma coloração mais forte.
Ainda nessa classe, destacam-se os aceleradores do bronzeado com o
objetivo de proporcionar a mais rápida e duradoura coloração da pele.
Para isso, as formulações que o aceleram possuem, em sua

composição, precursores e/ou indutores da pigmentação normal, como,
por exemplo, a L-tirosina (substrato) e a riboflavina (vitamina fotoativa
do complexo B), para aumentar a produção do aminoácido tirosina, que
é um percussor da melanina. Dois exemplos de acelerador do
bronzeado são as denominações comerciais Unipertan 24 e Unitan,
soluções aquosas de tirosina, riboflavina e hidrolisado de colágeno.
Além disso, algumas substâncias coloridas, como o Urucum e o β-

caroteno, são capazes de se depositarem no tecido adiposo após a
ingestão e modificar a tonalidade do bronzeado devido à transparência
da pele. Você certamente já ouviu alguém dizer que comer cenoura
antes de ir à praia é bom para ficar mais queimado!
report_problem
Atenção!
As câmaras de bronzeamento artificial

emitem os raios UVA para garantir o
bronzeamento perfeito. Apesar de ainda
serem famosas no Brasil, estando
espalhadas em diferentes clínicas pelo país,
essa prática é proibida pela Anvisa desde
2009 após a OMS revelar que a exposição ao
UVA aumenta o risco do desenvolvimento do
câncer de pele.
playlist_play
Mecanismos naturais de fotoproteção
Formulações dos protetores solares
emoji_events
Falta pouco para

atingir seus
objetivos.
Questão 1
Verificamos neste módulo que há diferentes tipos de protetores

solares: os físicos, os químicos e os naturais. Analise as afirmativas
a seguir sobre os protetores solares:
I. Os protetores inorgânicos são aqueles que apresentam um

efeito químico, isto é, absorvem a radiação UV e a convertem
em uma energia não nociva ao homem.
II. Os protetores orgânicos são aqueles que apresentam um

efeito físico, ou seja, refletem a radiação, sendo, por isso,
chamados de bloqueadores solares.
III. Os protetores naturais são derivados de óleos vegetais,

extratos glicólicos ou fluidos que absorvem a radiação
UVA/UVB, sendo utilizados como coadjuvantes.
É correto o que se afirma em:
A I
B II
C III
D I e II
E I e III
Responder
Questão 2
Após uma formulação, os filtros solares devem ser avaliados

quanto à sua capacidade de fotoproteção. Sobre esse assunto,
analise as afirmativas a seguir e assinale a afirmativa correta.
A determinação do FPS avalia a proteção contra os

A
raios UVA e UVB.
O método de determinação do FPS avalia a

B pigmentação da pele causada pela exposição à
radiação com ou sem proteção.
A determinação do FP-UVA avalia o eritema causado

C pela exposição à radiação da pele com ou sem
proteção.
As metodologias empregadas para determinação da

D fotoproteção são baseadas apenas em metodologias
in vitro.
Os métodos para determinação do FPS são realizados

E apenas in vivo e são feitos em relação à área de
eritema formada com e sem proteção.
Responder
Considerações finais
Ao longo deste conteúdo, aprendemos que a pele pode ser seca, oleosa,
normal, mista e sensível. Apontamos ainda que há seis fototipos
diferentes, começando no fototipo I (mais claro) e terminando no VI
(pele mais escura). Entendemos também que, para cada tipo de pele,
existe um tipo de tratamento diferente. Desse modo, a escolha do
cosmético e de sua formulação vai depender do tipo de pele com que
estamos lidando.
Em seguida, pontuamos que os cuidados da pele são essenciais para o

funcionamento do organismo, frisando que tais cuidados englobam
desde uma simples limpeza até a utilização de fotoprotetores para
evitar o câncer de pele. Dessa forma, conhecemos como são realizadas
a hidratação, a higienização, a tonificação, a nutrição, a adstringência e
a esfoliação da pele, além dos diferentes tipos de veículos empregados
em cada caso.
Além disso, exploramos a fotoproteção, estudando os protetores solares

químicos, físicos, orgânicos e naturais. Por fim, compreendemos como é
feita a descoberta dos fatores de proteção contra os raios UVA e UVB.
Lembre-se de que os cuidados com a sua saúde devem começar pelo

cuidado da própria pele!
headset
Podcast
Agora, o especialista Vinícius Rodrigues Viana encerra o tema
falando sobre as inovações dentro da cosmética no tratamento
de pele e como são feitas as pesquisas sem a utilização de
animais. Vamos lá!
00:00 08:33
speed
1x
Explore +
Para saber mais sobre a fotoproteção, leia estes artigos:
DELTREGGIA, D. C. et al. A evolução dos fotoprotetores: das emulsões

às nanoemulsões. Revista saúde em foco. n. 11. 2019.
NASCIMENTO, L. F. dos; SANTOS, E. P. dos; AGUIAR, A. P. Fotoprotetores

orgânicos: pesquisa, inovação e a importância da síntese orgânica.
Revista virtual de química. v. 6. n. 2. 2014.
Para conhecer algumas particularidades dos filtros químicos, visite a

tabela características dos filtros químicos.
Para saber mais sobre os tipos de tratamento de acordo com a pele,

visite a tabela identificação do tipo de pele.
Para saber mais sobre a hidratação cutânea, leia o artigo a seguir:
AMARAL, K. F. V.; SOUZA, R. B. A. A importância da hidratação cutânea

para melhor tratamento das disfunções estéticas. ID on line. Revista de
psicologia. v. 13. n. 48. 2019.
Referências
BALOGH, T. S. et al. Proteção à radiação ultravioleta: recursos
disponíveis na atualidade em fotoproteção. Anais brasileiros de
dermatologia, v. 86, n. 4, 2011.
BRASIL. INSTITUTO NACIONAL DO CÂNCER (INCA). Exposição solar.

Publicado em: 26 ago. 2021.
CABRAL, L. D. S.; PEREIRA, S. O.; PARTATA, A. K. Filtros solares e

fotoprotetores mais utilizados no Brasil. Revista científica do ITPAC, v.
4, n. 3, 2011.
CABRAL, L. D. S.; PEREIRA, S. O.; PARTATA, A. K. Filtros solares e

fotoprotetores – uma revisão. Infarma: Ciências Farmacêuticas.
Conselho Federal de Farmácia, v. 25, n. 2, 2013.
CORRÊA, M. A. Cosmetologia: ciência e técnica. 1. ed. São Paulo:

Medifarma, 2012.
FLOR, J.; DAVOLOS, M. R.; CORREA, M. A. Protetores solares. Quim.

Nova, v. 30, n. 1. 2007.
LIBERALI, R.; VIEIRA, S. A. Cosmetologia III. 1. ed. Uniasselvi, 2017.
MANSUR, J. S. et al. Determinação do fator de proteção solar por
espectrofotometria. Anais brasileiros de dermatologia, v. 61, n. 4, 1986.
RIBEIRO, C. Cosmetologia aplicada a dermocosmética. São Paulo:

Pharmabooks, 2006.
WILKINSON, J. B.; MORRE, R. J. Cosmetología de Harry. Madri: Diaz De

Santos, 1990.
Material para download

Clique no botão abaixo para fazer o download do
conteúdo completo em formato PDF.
Download material
O que você achou do conteúdo?
Relatar problema

3 Produtos para Hidratação e Tratamento Da Pele

Enviado por

Dados do documento

Título original

Direitos autorais

Formatos disponíveis

Compartilhar este documento

Compartilhar ou incorporar documento

Opções de compartilhamento

Você considera este documento útil?

Este conteúdo é inapropriado?

Direitos autorais:

Formatos disponíveis

3 Produtos para Hidratação e Tratamento Da Pele

Enviado por

Direitos autorais:

Formatos disponíveis

04/03/2024, 10:06 Produtos para Hidratação e Tratamento da Pele

Tipos de pele e produtos para hidratação da pele

Descrever os tipos de pele e os produtos para a hidratação da

Nutrição, higienização, tonificação e esfoliação da

Reconhecer os produtos de nutrição, higienização, tonificação,

Descrever os tipos, os mecanismos de ação, as formulações e

Os cuidados com a pele, além de auxiliarem no funcionamento

Orientação sobre unidade de medida

Tipos de pele e produtos para hidratação da pele

Como sabemos, ela é composta pela epiderme, que se subdivide em

A figura a seguir ilustra a organização da pele:

Esquema ilustrando a estrutura da pele.

Cada tipo de pele apresenta peculiaridades que interferem diretamente

Falaremos agora sobre cada tipo de pele de forma mais detalhada:

Pele normal ou eudérmica

Também conhecida como xerose cutânea, xeroderma ou pele alípica, ela

Cor branca acinzentada.

Elasticidade reduzida, com baixa atividade das glândulas

Alteração da bicamada lipídica e da barreira hídrica do estrato

O desenvolvimento da pele seca começa com a incapacidade das

Diferentes são os fatores que desencadeiam a perda do poder de

Fatores internos, como, por exemplo, influência genética (a pele

Doenças, como diabetes.

Envelhecimento precoce, uma vez que, com o envelhecimento, há

Fatores externos, como exposição a sol, vento, frio, poluição,

As peles secas podem apresentar

Pele lipídica, oleosa ou seborreica

Diferentemente da pele seca, que apresenta uma baixa atividade das

Eis as principais características desse tipo de pele:

Excesso de queratina (hiperqueratinizada).

Tendência a desenvolver rugas tardias.

As peles oleosas ainda podem ser divididas em dois tipos:

Gordurosas avermelhadas expand_more

Gordurosas resistentes expand_more

As pessoas que moram em cidades de clima

Pele mista ou combinada

Tipo de pele mais comumente encontrado, a pele mista ou combinada

Essa pele apresenta, portanto, características da pele lipídica na região T

Agora que conhecemos os tipos de pele, veremos como identificar qual

Vamos começar tratando da pele sensível.

Mas o que é uma pele sensível?

Trata-se da pele que reage de forma

Uma pele sensível apresenta, desse modo, características muito

Causas naturais (pessoas com doenças, como, por exemplo,

Causas potenciais (idade, genética e problemas hormonais).

Causas ambientais (vento, poluição e radiações UV).

Peles com hábitos de higiene excessivos ou inadequados.

Dermatite seborreica e atópica.

Pele masculina, feminina e de crianças

Veja a seguir as principais características e diferenças entras as peles

Os homens produzem testosterona, hormônio que aumenta a

Já as mulheres produzem os hormônios estrogênio e

As crianças, por outro lado, apresentam epiderme e derme

Diferentes tonalidades de pele

As diferentes tonalidades da pele se devem principalmente às variações

A pele negra apresenta melanossomas grandes, não agregados e

Alguns autores classificam a pele em seis fototipos, sendo o fototipo I o

Produtos para hidratação da pele

Aspecto opaco, áspero e rígido.

Mas o que é esse FHN?

O FHN é, portanto, um hidratante natural que nosso corpo produz. Além

Esses mecanismos naturais de hidratação regulam a TEWL. A

Para a manutenção de uma boa hidratação na pele, a camada córnea